dimensão espacial da exclusão_ as favelas na região metropolitana do rio de janeiro
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Metrópolis de América Latina: Valle de México, Río de Janeiro, Sao Paulo y
Buenos Aires.
Dimensão Espacial da Exclusão Social: As Favelas na
Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rômulo Ribeiro
Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro
O processo de exclusão pode ser caracterizado pela impossibilidade de
acesso às condições mínimas de qualidade de vida, como por exemplo,
capacidade de sustento da família, educação, saneamento, lazer, dentre outros
aspectos. O principal fator de exclusão, que encontramos presente na sociedade
brasileira, refere-se à renda familiar, pois a baixa remuneração ou uma
remuneração irregular, comum em situações de trabalho informal1, impede que
as famílias, envolvidas nesta situação, tenham acesso às melhores condições
de infra-estrutura, equipamentos e serviços. Elas só podem se instalar em locais
afastados e que comumente oferecem riscos à saúde e a vida.
Num primeiro momento optamos por escolher a renda como principal
fator de exclusão, uma vez que sem as condições financeiras mínimas, a
população não tem como ter acesso aos equipamentos, serviços e lazer de
qualidade. Assim, definimos quatro faixas de representação: Situação de
Pobreza – ganho menor que 2 salários mínimos; Situação de Não Pobreza –
ganho acima de 2 salários mínimos; Distribuição Igual – setores censitários onde
as porcentagens de pobres e não pobres são iguais; e Setores Sem População.
Ressaltamos que os dados utilizados são referentes ao Censo Demográfico de
1 Entendemos como trabalho informal aquele que não oferece carteira assinada e nem faz os recolhimentos dos encargos trabalhistas.
2000 (IBGE, 2001), no qual o valor de referência para o salário mínimo é de R$
151,00, e a base espacial refere-se aos setores censitários do Censo
Demográfico de 2000 (IBGE, 2002).
As análises geradas por este estudo são descritivas, baseadas em
processos matemáticos e estatísticos, uma vez que, para uma análise mais
completa, é necessário o trabalho em conjunto com pesquisadores que
conheçam o processo histórico de formação do espaço urbano, assim, teremos
uma visão sistêmica da área de estudo. Desta forma, apresentamos aqui a parte
inicial dos resultados obtidos.
Na RMRJ verificamos que 38,67%, das pessoas responsáveis por
domicílio permanente, encontram-se em situação de pobreza. Número alto, pois
corresponde a 1.242.870 de pessoas que têm ganho mensal abaixo de 2
salários mínimos
Para a RMRJ podemos verificar pela Figura 1 que a situação de pobreza
tende a se concentrar nos municípios periféricos, sendo que, em alguns
municípios, a maioria da população encontra-se em Situação de Pobreza.
Interessante notar há ocorrência de uma faixa de situação de pobreza em torno
no município sede da metrópole, Rio de Janeiro. Em relatório anterior
mostramos que as condições de vida neste município são melhores que nos
demais, o que o transforma em um pólo de atração. Como o custo de vida neste
município é alto, parte da população não consegue se manter morando próximo
ao centro, assim, a ocorrência desta faixa de situação de pobreza pode ser
explicada pela concentração periférica de mão-de-obra, que não consegue se
manter no município do Rio de Janeiro, e se vê obrigada a habitar distante dos
locais de trabalho.
Figura 1 – Distribuição de pobres e não pobre na RMRJ. Em cinza estão os setores censitários
que tiveram distribuição igual entre as duas classes.
O Quadro 1 mostra a distribuição das situações de pobreza, não pobreza
e intermediária nos municípios que compõem a RMRJ. A definição da situação
de pobreza e de não pobreza se deu pelas características de cada setor
censitário, assim, os setores que tivessem mais de 50% de sua população com
ganho menor que 2 salários mínimos, foram considerados com em situação de
pobreza. Os setores censitários com mais de 50% de sua população com ganho
igual ou acima de 2 salários mínimos, foram considerados como em situação de
não-pobreza. Depois, agrupamos os setores por município, para obtermos um
panorama geral da distribuição de renda.
Quadro 1 – Distribuição das situações de pobreza, não pobreza e intermediária por município.
Município % Situação de
Pobreza % Situação de Não
Pobreza Definição
Japeri 64,77% 35,23% Situação de Pobreza
Itaboraí 59,10% 40,90% Situação de Pobreza
Queimados 57,72% 42,28% Situação de Pobreza
Belford Roxo 55,59% 44,41% Situação de Pobreza
Magé 54,81% 45,19% Situação de Pobreza
Duque de Caxias
51,99% 48,01% Situação de Pobreza
Guapimirim 51,52% 48,48% Situação de Pobreza
Paracambi 50,58% 49,42% Situação Intermediária
Seropédica 50,31% 49,69% Situação Intermediária
Nova Iguaçu 50,13% 49,87% Situação Intermediária
Itaguaí 48,70% 51,30% Situação de Não Pobreza
São João de Meriti
47,97% 52,03% Situação de Não Pobreza
São Gonçalo 46,33% 53,67% Situação de Não Pobreza
Maricá 45,12% 54,88% Situação de Não Pobreza
Nilópolis 39,84% 60,16% Situação de Não Pobreza
Rio de Janeiro 31,23% 68,77% Situação de Não Pobreza
Niterói 26,60% 73,40% Situação de Não Pobreza
O mesmo raciocínio foi utilizado para agrupamento das situações por
grau de integração, de forma que pudéssemos avaliar a distribuição destas
variáveis por integração na metrópole. A situação intermediária não se mostrou
presente, e verificamos o que já era esperado, quando se reduz o grau de
integração com a metrópole, piores são as condições de renda. Assim, o
município pólo e os municípios com muito alto grau de integração apresentam
situação de não pobreza, enquanto que os municípios com alto e médio grau de
integração apresentam-se em situação de pobreza (Quadro 2).
Quadro 2 – Distribuição das situações de pobreza e não pobreza por grau de integração.
Grau de Integração
% Situação de Pobreza
% Situação de Não Pobreza
Definição
Pólo 31,23% 68,77% Situação de Não Pobreza
Muito Alto 46,71% 53,29% Situação de Não Pobreza
Alto 57,04% 42,96% Situação de Pobreza
Médio 50,67% 49,33% Situação de Pobreza
As figuras 2a) e 2b) ilustram espacialmente as situações de pobreza e
não pobreza. Na Figura 2a) temos a representação por município, onde
podemos verificar, como já explicitado, os municípios mais periféricos
apresentam pior situação de renda. O mesmo acontece com a Figura 2b), onde
temos a representação por Grau de Integração, os municípios menos integrados
apresentam pior situação de renda, sendo que eles são, também, os municípios
mais afastados do município Pólo, o que reforça as informações anteriores, no
pólo, ou nas regiões mais integradas, concomitantemente, mais próximas, a
situação, em relação à renda é melhor, do que nas outras regiões da RMRJ.
a)
b)
Figura 2 - a) Distribuição da Situação de Renda por município da RMRJ. b) Distribuição da Situação de Renda por Grau de Integração.
Desta forma, podemos afirmar que a concentração de renda está nos
municípios pólo e de mais alta integração, o que faz com que eles se tornem
grandes centros de atração populacional, fato confirmado pela mais alta
densidade populacional presente neles (48,47 hab/ha no pólo e 31,20 hab/ha no
muito alto), do que nos outros municípios da RMRJ (10,34 hab/ha no alto e 6,96
hab/ha no médio).
Em continuidade de nossa análise, trataremos dos setores subnormais,
de acordo com o levantamento e classificação do IBGE, a partir dos dados do
Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2001; 2002).
Visão a partir dos Setores Censitários Subnormais
Tomamos como unidade de análise os setores subnormais, por
representam situações críticas de existência no meio urbano. Segundo o IBGE
(2002), podemos definir estes setores como sendo “conjunto constituído por um
mínimo de 51 domicílios, ocupando ou tendo ocupado até período recente,
terreno de propriedade alheia (pública ou particular), dispostos, em geral, de
forma desordenada e densa, e carentes, em sua maioria, de serviços públicos
essenciais”. Os dados utilizados em nossas análise foram obtidos a partir dos
dados do agregado por setores censitários do Censo Demográfico de 2000
(IBGE, 2002).
Desta forma, pretendemos caracterizar estas localidades por
representarem áreas de grande interesse social, no que tange à melhoria de
qualidade de vida e eqüidade social.
A RMRJ possui 25,46% de sua população habitando em condições
subnormais. Os setores subnormais da RMRJ possuem 1.242.288 pessoas,
sendo que 87,85% destas pessoas encontram-se no município pólo. O Quadro 3
mostra a distribuição da população por grau de integração.
Quadro 3 – Distribuição da população em setores subnormais por grau de integração.
Integração População_SubN Pop Total %Pop SubN
Alta 20.877 654.579 3,19%
Muito Alta 129.534 4.078.323 3,18%
Média 471 114.358 0,41%
Pólo 1.091.406 5.842.553 18,68%
Total 1.242.288 10.689.813 25,46%
População_SubN População nos setores subnormais
Pop Total População total por classe de Integração
%Pop SubN Porcentagem da população subnormal em relação ao total da população
O Quadro 4 mostra a distribuição de resultados de exclusão social, nos
setores subnormais, a partir do grau de integração. Foi calculada a média dos
valores nos setores subnormais por grau de integração. O cálculo dos índices de
exclusão/inclusão social foi realizado tomando-se todo o conjunto da RMRJ,
consideramos que, para termos uma visão mais realística destes setores, temos
que analisá-los em relação a todo o conjunto metropolitano.
Quadro 4 – Distribuição das médias dos índices de exclusão/inclusão social por grau de integração.
Integração Média
IEXC_ARCF Média
IEXC_DH Média
IEXC_EQ Média
IEXC_QV Média
IEXF_EXC/INC
Pólo -0,10 -0,17 0,13 0,74 0,23
Muito Alta -0,25 -0,22 0,09 0,64 0,11
Alta -0,19 -0,22 0,02 0,50 0,06
Média -0,42 -0,43 0,03 0,81 0,02
Média IEXC_ARCF Média da Autonomia de Renda dos Chefes de Família por setores subnormais
Média IEXC_DH Média da Desenvolvimento Humano por setores subnormais
Média IEXC_EQ Média da Eqüidade por setores subnormais
Média IEXC_QV Média da Qualidade de Vida por setores subnormais
Média IEXF_EXC/INC Média do Índice de Exclusão/Inclusão Social por setores subnormais
O Gráfico 1 ilustra a relação entre os graus de integração. Observamos
que há uma tendência no aumento da exclusão à medida que reduzimos o grau
de integração, isto é, nos afastamos do município pólo. Isto significa que, as
pessoas, que já se encontram em situação crítica, habitando em setores
subnormais, têm melhores condições nas regiões mais integradas do que nas
menos integradas. O que continua a reforçar nossa análise anterior, que a
proximidade com o município pólo propicia maior acesso a qualidade de vida. O
único dado discordante é a média do índice de qualidade de vida, que tem
decréscimo com a redução do grau de integração, mas aumento para os
municípios com grau médio. Esta discrepância pode estar relacionada a um
desvio dos dados ou por esta região realmente apresentar melhores condições.
Como este índice é calculado a partir de dados de precário abastecimento
de água, precária instalação sanitária, precário tratamento do lixo, propriedade
domiciliar, densidade habitacional (moradores/domicílio), conforto sanitário
(banheiros/domicílio e pessoas/banheiros), deve-se fazer uma análise mais
pormenorizada destes municípios para a confirmação do resultado, o que não é
o escopo deste trabalho, devendo ser feito em momentos futuros.
-1
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
Média IEXC_ARCF Média IEXC_DH Média IEXC_EQ Média IEXC_QV Média IEXF_EXC/INC
Pólo
Muito Alta
Alta
Média
Gráfico 1 – Distribuição dos índices de exclusão/inclusão social por grau de integração.
Quando analisamos a partir do agrupamento dos graus de integração,
verificamos que ocorre uma estabilização dos valores, pois como pode ser visto
no Quadro 5, praticamente não há alteração entre os conjuntos. O que notamos
é que nestes setores as condições de vida são ruins, apresentando valores altos
de exclusão (valores negativos) ou valores muito baixos de inclusão (valores
próximos a zero). A diferença continua sendo para o índice de qualidade de vida,
que apresenta valores altos de inclusão social (valores próximos a 1).
Quadro 5 – Distribuição das médias dos índices de exclusão/inclusão social por agrupamento do grau de integração.
Integração Média
IEXC_ARCF Média
IEXC_DH Média
IEXC_EQ Média
IEXC_QV Média
IEXF_EXC/INC
Pólo -0,10 -0,17 0,13 0,74 0,23
P-MA -0,11 -0,18 0,13 0,73 0,21
P-MA-A -0,11 -0,18 0,12 0,73 0,21
P-MA-A-Md -0,11 -0,18 0,12 0,73 0,21
Pólo Município Pólo – Rio de Janeiro
P-MA Pólo e Muito Alto Grau de Integração
P-MA-A Pólo, Muito Alto e Alto Grau de Integração
P-MA-A-Md Pólo, Muito Alto, Alto e Médio Grau de Integração
Analisamos também o comportamento dos dados à medida que nos
afastamos do centro social. Os resultados obtidos mostram a grande
concentração de população em condições subnormais próxima ao centro social,
o que pode indicar que a necessidade de acesso a trabalho, equipamentos,
serviços, dentre outros, faz com que estas pessoas busquem esta proximidade,
habitando em condições ruins.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1415 16 17 18 19 20 21 2223 24 25 26 27 28 29 30 3132 33 34 35 36 37 38 3940 41 42 43 44 45 46 4748 49 50 51 52 53 54 55 5657 59 60 64
Distância do Centro Social (km)
% P
op
ula
ção
Su
bn
orm
al
Gráfico 2 – Porcentagem de população em condições subnormais à medida que se afasta do centro social.
O Gráfico 3 mostra, mesmo suavemente, que há uma tendência de maior
densidade populacional próxima ao centro social. Outra informação interessante,
é a alta densidade populacional em todas as distâncias, indicando a alta
concentração de pessoas em pequenas áreas.
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
700,00
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 59 60 64
Distância do Centro Social (km)
Den
sid
ad
e P
op
ula
cio
nal (h
ab
/ha)
Gráfico 3 – Densidade populacional, referente à população em condições subnormais, à medida que se afasta do centro social.
A distribuição dos índices de exclusão/inclusão social mostra que quanto
mais próxima ao centro social, maiores são as condições de inclusão. Os
resultados altos (próximos a 1) indicam que as pessoas que ali habitam têm
melhores condições de vida, mesmo estando em condições subnormais, pois a
proximidade com as áreas mais favorecidas permite, também, o acesso, às
melhores condições, aumentando a integração destas áreas.
O Gráfico 4 a) a e) mostra a distribuição dos índices de exclusão/inclusão
social à medida que nos afastamos do centro social. O que observamos é o
comportamento comum já citado, a maior proximidade do centro social favorece
à inclusão social.
-1,00
-0,80
-0,60
-0,40
-0,20
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
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2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 59 60 64
Distância do Centro Social (km)
Méd
ia d
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x A
RC
F
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Distância do Centro Social (km)
Méd
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o IE
x D
H
-1,00
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Distância do Centro Social (km)
Méd
ia d
o IE
x Q
V
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Distância do CBD
Méd
ia d
o IE
x E
Q
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Distância do Centro Social (km)
Méd
ia d
o I
Ex
EX
C/IN
C
Gráfico 4 – Distribuição das médias dos índices de exclusão/inclusão social à medida que se afasta do centro social. a) IEx Autonomia de Renda dos Chefes de Família – Iex ARCF; b) IEx Desenvolvimento Humano – Iex DH; c) IEx Qualidade de Vida – Iex QV; d) IEx EQ – Iex Eqüidade; e) IEx Exclusão/Inclusão Social – Iex EXC/INC.
A única diferença de comportamento ocorre para a média do índice de
qualidade de vida, pois, próximo ao centro social ocorre baixos valores
(negativos), depois temos um crescimento (entre os quilômetros 11 e 26), depois
ocorre um decréscimo suave (entre os quilômetros 27 e 47), passando a um
decréscimo abrupto nos quilômetros finais. Mais uma vez, este índice merece
destaque e deve ser estudado de forma mais acurada, a fim de esclarecer o
comportamento tão diferenciado dos outros índices.
Considerações
Os dados espaciais da situação de pobreza e não pobreza geraram
informações importantes, principalmente no que se refere à localização espacial
dela. A faixa formada em torno do município pólo é muito clara e que representa
um padrão clássico de ocupação em torno do município mais rico (Figura 1).
Os assentamentos subnormais são, basicamente, caracterizados por
serem desprovidos de qualidade construtiva, equipamentos, serviços públicos,
lazer, dentre outras características. São localidades, normalmente, geradas por
ocupações irregulares, muitas vezes próximas aos centros geradores de
economia.
Consideramos que os métodos utilizados para a caracterização dos
setores subnormais foram eficientes no que se refere à geração de informações
socioeconômicas de forma espacial, o que permite a identificação de sistemas
diferentes de ocupação, bem como ocorre este tipo de ocupação na RMRJ.
Na RMRJ os setores subnormais também são caracterizados pela alta
exclusão social, o que temos de diferente é que proximidade do centro social
traz benefícios à população que ali habita. Em alguns aspectos, aumentando a
inclusão social desta população. O que deve ser observado em pesquisas
futuras é que, apesar do aumento da inclusão social em função da proximidade,
devem-se avaliados aspectos como qualidade construtiva, posse do imóvel,
qualidade sócio-ambiental, para que assim, possamos entender melhor estas
ocupações.
Referências Bibliográficas
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GENOVEZ, P. C., CAETANO, N. R. & ESTRADA, R. D., Análise Espacial e Estatística da Metodologia de Construção do Índice de Exclusão/Inclusão Social: Relativo à Área Urbana de São José dos Campos – SP (Censo IBGE 1991), São José dos Campos, SP, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, 2000. Disponível em <http://www.dpi.inpe.br/geopro/exclusao>. Acesso em: 20/10/2003.
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RIBEIRO, R. J. C., Geotecnologias em Apoio à Aplicação de Instrumentos de Política Urbana. Brasília, DF, Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 2003.
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