dimensionamento de força de trabalho no ministério da ... · específicos. no que se refere à...
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Anexo II – Resolução CGEP nº 01/2018
Dimensionamento de Força de
Trabalho no Ministério da Fazenda:
Metodologia aplicável e implementação
estratégica.
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2018
S U M Á R I O
INTRODUÇÃO. .............................................................................................................................................. 3
CAPÍTULO 1. PLANEJAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO ........................................................................... 5
1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA E CONCEITO .......................................................................................... 5
1.2 COMO PLANEJAR A FORÇA DE TRABALHO .................................................................................. 9
1.3 ANÁLISE DO TRABALHO: O TRABALHO E OS PROFISSIONAIS .......................................... 12
1.4 AGENDAMENTO OU ALOCAÇÃO DE RECURSOS ....................................................................... 15
CAPÍTULO 2. DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO ................................................................. 17
2.1. O QUE É DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO .................................................. 17
2.2 TEORIAS RELEVANTES DE DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO ............. 19
2.3 METODOLOGIAS RELEVANTES DE DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO ..
........................................................................................................................................................................ 23
CAPÍTULO 3. PANORAMA DA GESTÃO DA FORÇA DE TRABALHO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA .......... 27
3.1 DIMENSIONAMENTO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA: ABORDAGEM EVOLUTIVA .... 27
3.2 DILEMAS E DESAFIOS ATUAIS DE DIMENSIONAMENTO NO MINISTÉRIO DA
FAZENDA ........................................................................................................................................................... 32
3.3 LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES ...................................................................................... 37
CAPÍTULO 4. METODOLOGIAS DE DIMENSIONAMENTO ......................................................................... 39
4.1 PROPOSTA DE MODELO PARA DIMENSIONAMENTO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA .
........................................................................................................................................................................ 39
4.2JUSTIFICATIVA DE ESCOLHA DO MODELO APRESENTADO ................................................. 39
4.4 MODELO DE DIMENSIONAMENTO PROPOSTO AO MINISTÉRIO DA FAZENDA ......... 42
4.4 ABORDAGEM PRÁTICA ........................................................................................................................ 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................. 49
GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 51
ANEXO A..................................................................................................................................................... 56
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Introdução.
Este manual visa propor os aspectos centrais relativos ao planejamento e
dimensionamento da força de trabalho em relação à Administração Pública, mais
especificamente em relação ao Ministério da Fazenda e todos os seus órgãos e
entidades.
Diante de um cenário de desafios gerados no exercício da função pública,
o elemento central deste documento é a apresentação de uma metodologia de
dimensionamento em consonância com os objetivos estratégicos e operacionais do
Ministério do Planejamento. O propósito é quantificar o número de pessoas necessário
para realizar entregas e tarefas determinadas de acordo com as necessidades de toda a
estrutura organizacional do Ministério da Fazenda.
Segundo Dutra (2002), ao dimensionar a força de trabalho, deve ser
levado em consideração a aquisição de tecnologia, reestruturação do processo
produtivo, estruturação de novos modelos de gestão, bem como a qualificação e o
desenvolvimento das pessoas do quadro, contratações e demissões. Todos esses
elementos devem ser confrontados com o formato da situação planejada. Tal verificação
permite conhecer lacunas em relação aos diferentes níveis de carreira e atividades.
A metodologia tecida neste documento prioriza manter a eficiência e a
conformidade com a Política Nacional de Desenvolvimento Pessoal (Decreto nº
5707/2006), que institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Do mesmo modo que
tem o propósito de estar em concordância com o Programa de Modernização Integrada
do Ministério da Fazenda (PMIMF), o qual almeja a modernização da gestão para uma
maior eficiência das ações do referido órgão.
Conforme a análise feita pela EY em conjunto com a equipe do Ministério
da Fazenda e à vista de todas as peculiaridades de sua estrutura, a metodologia a ser
adotada é a criada pelo Ministério do Planejamento. Contudo, a mesma passará por um
refinamento para que possa ser adaptável ao grau de maturidade de cada órgão. O
aperfeiçoamento em questão refere-se à aplicação complementar de mais duas
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metodologias difundidas no mercado e que auxiliarão na réplica do dimensionamento
em toda estrutura: FTE analysis e Ratios de produtividade.
Tais metodologias, aplicadas em conjunto com o modelo desenvolvido
pelo Ministério do Planejamento, foram adotadas devido aos pontos de melhorias
levantados na análise do cenário atual, tais como: alto índice de evasão; liberação de
servidores para outros órgãos; ausência de uma carreira administrativa; gasto com
pessoas e envelhecimento da mão de obra.
O gerenciamento da força de trabalho, coerente com a proposta,
proporciona uma força de trabalho ágil e adaptável com foco na geração de uma gestão
e dimensionamento sustentáveis que reflitam de maneira integrada em todo o seu
organograma. Por conseguinte, a eficiência na entrega dos serviços à sociedade e na
gestão de recursos humanos é promovida.
O referencial principal utilizado neste estudo foram André Serrano et al.
(2018), organizadores da obra “Dimensionamento na administração pública federal:
uma ferramenta do planejamento da força de trabalho”. A publicação em questão
aborda os aspectos centrais relativos ao planejamento e dimensionamento da força de
trabalho no contexto da administração pública federal e busca compreender o estado
atual da gestão de pessoas. Além de fornecere tecer comentários sobre a metodologia
proposta pelo Ministério do Planejamento.
Isto posto, este documento tem por objetivo apresentar, a partir de uma
abordagem e estudo detalhado promovido pela EY, o plano de trabalho para a condução
do redesenho de processos e arquitetura organizacional em consonância com a
metodologia do Ministério do Planejamento e com as boas práticas de mercado. Será
proporcionado um sistema eficaz de gerenciamento e dimensionamento da força de
trabalho que possua autonomia para elevar, treinar e sustentar o equilíbrio da oferta e
da demanda das pessoas.
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Capítulo 1. Planejamento da força de trabalho
Este capítulo tem o intuito de conceituar o planejamento da força de
trabalho e abordar historicamente a sua importância na gestão de pessoas da
administração pública. São tecidos comentários sobre tópicos específicos do assunto,
como avaliação do trabalho e agendamento e alocação de recursos, os quais são de
grande relevância para a aplicação do dimensionamento da força do trabalho.
1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA E CONCEITO
Antes de adentrarmos no conceito de planejamento da força de trabalho,
é interessante traçar um breve panorama histórico que auxilie na compreensão de como
a força de trabalho do governo brasileiro foi construída e planejada.
A administração pública surgiu, de fato, com a independência da
República. Embora, naquela época, o mecanismo governamental fosse muito recente,
um conjunto de normas e regulamentos já estruturavam o recente Estado. Nesta fase
de governo, conforme coadunam Souza e Mello Jr. (2018), o serviço público era visto
como a única alternativa em uma economia fraca e uma ordem escravocrata.
No século XIX, o Brasil trazia consigo um excesso de servidores
acarretando um inchaço na máquina pública. Havia, naquela época, a formação de redes
de patronagens, corrupção e clientelismo. Segundo Abrucio et al. (2014), conforme
mencionados por Souza e Mello Jr. (2018), o modelo burocrático não se preocupava com
a eficiência governamental visto que os empregos públicos eram distribuídos como
forma de manter a sustentabilidade de uma classe média e proletária, além de ajudar a
garantir apoio político e social.
Já em 1938, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço
Público, uma burocracia com um caráter mais técnico passa a surgir, a qual criou
mecanismos técnico-burocráticos visando à eficiência da máquina pública (Souza; Mello
Jr., 2018). Contudo, mesmo com o esforço para se ter uma gestão da força de trabalho
melhor e de se criar normas que definam critérios para entrada e distribuição de
pessoal, tal burocracia continuou sendo manipulada para atender diversos interesses.
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Como consequência, a força de trabalho na administração pública brasileira se dividia
entre os selecionados por concurso e promovidos por merecimento e os contratados
por favoritismos políticos e pessoais (Andrews; Bariani, 2010 apud Souza; Mello Jr.,
2018).
Em 1967, durante o regime militar no Brasil, por causa de um modelo
burocrático ineficiente e da falta de um planejamento da força de trabalho, o Governo
Militar não tinha como quantificar o total de funcionários públicos e se existia mão de
obra ociosa (Andrews; Bariani, 2010 apud Souza; Mello Jr., 2018). Surgiu assim o início
do chamado Modelo Gerencialista da Administração Pública, o qual consistia na adoção
de práticas da administração privada no serviço público.
Novas perspectivas para a gestão da força de trabalho pública foram
instituídas pelo Decreto Lei nº 200/1967, o qual dispõe sobre a organização da
Administração Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa. Vale
ressaltar, que nesta fase surgiu a lacuna entre o que se pretendia fazer e a quantidade
de recursos humanos disponíveis naquela época.
A partir da referida norma, pontos relevantes em relação à gestão de
pessoas passaram a ser observados como a seleção, a alocação e a distribuição da força
de trabalho, sobretudo no que se refere à força de trabalho ociosa. Outro fato
importante dessa fase é o surgimento da terceirização e os contratos de serviços
temporários que, além de reduzirem o grande impacto orçamentário da folha de
pagamento na administração pública, oferecem recursos suficientes para lidar com as
oscilações na demanda por serviços públicos e na necessidade de força de trabalho
(Souza; Mello Jr., 2018).
Em 1995, houve uma nova reforma gerencial que trouxe mudanças na
gestão da força de trabalho. Determinou-se a divisão do Estado em campos de atuação
específicos. No que se refere à gestão de pessoas, houve uma reavaliação da força de
trabalho: novos mecanismos de distribuição foram criados. O objetivo foi o de
identificar a mão de obra ociosa e realocá-la de forma a aproveitar os recursos da melhor
maneira (Andrews; Bariani, 2010 apud Souza; Mello Jr., 2018).
Em 23 de fevereiro de 2006, foi criado o Decreto nº 5.707 que instituiu a
Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Federal
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Direta, Autárquica e Fundacional (PNDP). Tal instrumento foi elaborado com o intuito
resolver antigos problemas, como a qualidade dos serviços prestados, a adequação das
competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições, a capacitação e
o desenvolvimento de servidores públicos.
Em maio de 2016, conforme explanado no Relatório de Gestão Pública do
Ministério da Fazenda, divulgado em 2017, o Brasil passava pela pior recessão de sua
história. A atividade econômica acumulava um alto índice de retração e a inflação estava
próxima de 10% ao ano. Um conjunto de reformas se tornou prioridade, pois o país se
encontrava em quadro político-econômico desanimador que provocou a perda da
confiança tanto de investidores quanto de consumidores.
Com relação ao Ministério da Fazenda, o surgimento da Emenda
Constitucional nº 95/2016, que instituiu o Novo Regime Fiscal limitando as despesas
com o propósito de adequar o gasto público federal, fez com que a restrição
orçamentária se transformasse em um dos maiores desafios da gestão administrativa.
Sabendo que a missão do Ministério da Fazenda é a formulação e gestão
de políticas econômicas e previdenciárias para o desenvolvimento sustentável, com
justiça fiscal, social e equilibro intertemporal das contas públicas. Tal cenário exigiu
adaptações de suas programações e ensejou constantes ajustes para o aprimoramento
dos procedimentos de gestão orçamentária e financeira. O objetivo era elevar a
produtividade e a efetividade dos recursos empregados sem comprometer, no entanto,
a qualidade da prestação de bens e serviços à sociedade.
Vários passos foram estabelecidos para melhorar e trazer
sustentabilidade à nossa economia como, por exemplo, o Programa de Modernização
Integrada do Ministério da Fazenda (PMIMF), que corresponde a um conjunto de ações
voltadas à construção de soluções coletivas e desafios gerenciais comuns a diversos
órgãos da estrutura do Ministério da Fazenda.
No que tange à gestão de pessoas, um dos principais desafios fazendários
é a adoção de métodos e técnicas de planejamento e de dimensionamento da força de
trabalho que sejam capazes de integrar as perspectivas estratégicas em toda a sua
estrutura organizacional. Desta forma, é possível suportar uma tomada de decisão
gerencial no sentido de adequar estruturas organizacionais, processos e equipes de
trabalho para que estejam em consonância com as necessidades da sociedade, dos seus
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órgãos, com a realidade econômica do país e com os princípios basilares da
Administração Pública, expressos no art. 37, caput, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 que são: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
Ao observar todos os cenários de reformas contextualizados acima, nota-
se uma grande preocupação em se criar instrumentos que permitam gerenciar a
entrada, a movimentação e a saída de servidores e funcionários públicos, devido à sua
complexidade, à quantidade de variáveis envolvidas, desafios e dificuldades em se
implementar uma estrutura de planejamento em grande escala.
Na administração pública, os processos relacionados ao Planejamento da
Força Trabalho são mais complexos que na iniciativa privada. As unidades envolvidas
com gestão de pessoas operam em um ambiente conflituoso, sobretudo devido a um
grande volume de stakeholders com poder e influência. Há, também, o excesso de
regulamentação, controles burocráticos e obediência às diretrizes do governo central
sobre a definição de prioridades e gastos. Por consequência, muitos processos de
trabalho acabam não seguindo uma lógica de operação, mas sim uma lógica política que
dificulta a sua gestão (MELLO JR; SOUZA, 2018).
Segundo Lucena (2000), o Planejamento da Força de Trabalho, é um
processo gerencial de identificação que engloba a análise das necessidades
organizacionais de recursos humanos e o consequente desenvolvimento de políticas,
programas, sistemas e atividades que satisfaçam essas necessidades a curto, médio e
longo prazo. Ou seja, o Planejamento da Força de Trabalho é parte integrante da gestão
de pessoas e fornece informações para garantir que a organização esteja preparada para
as suas necessidades atuais e futuras, selecionando as pessoas certas, na quantidade
certa, nos lugares e momentos certos ao longo do tempo.
As informações extraídas do referido planejamento são determinantes
para a tomada de decisão relativa às atividades de seleção, recrutamento, alocação,
desenvolvimento e planos de sucessão, além do dimensionamento da força de trabalho.
Ressalte-se que este planejamento deve permear por toda a organização e demanda
uma comunicação efetiva entre a área de gestão de pessoas e as áreas estratégicas.
Desta forma, o Planejamento da Força de Trabalho é um processo
sistemático e constante de avaliação das necessidades de uma organização, no que
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tange ao quantitativo de profissionais, para que fiquem em linha com as práticas
estratégicas para o alcance das metas e o sucesso organizacional.
No âmbito da Administração Pública, a metodologia de Planejamento da
Força de Trabalho é uma técnica que visa oferecer ferramentas aos gestores públicos
para traçar estratégias com o intuito de melhorar o aproveitamento do seu pessoal. Essa
metodologia envolve um dimensionamento adequado da quantidade de servidores
necessários para atender as demandas existentes, por meio da análise de processos de
trabalho e atividades, contribuindo, ainda, para a definição de estratégias de
recrutamento, capacitação, remanejamento e alocação/realocação dos servidores
(ROCHA; MORAIS, 2013).
Insta ressaltar que, por se tratar do Ministério da Fazenda, órgão
responsável pela formulação e execução da política econômica, o planejamento do
quadro de pessoal é essencial. A partir dele, é possível determinar lacunas e levantar
informações relevantes que permitem tomadas de decisões mais precisas em relação às
pessoas e a melhor utilização dos recursos disponíveis, tanto interna quanto
externamente.
1.2 COMO PLANEJAR A FORÇA DE TRABALHO
Devido às alterações políticas e econômicas, assim como o atual estado
da sociedade, o cidadão tem se demonstrado com expectativas cada vez maiores em
relação à utilização dos recursos públicos, refletindo, assim, na exigência de um sistema
mais eficiente, sensível e transparente (Dickinson; Sullivan, 2015 apud Souza; Mello Jr.,
2018).
O planejamento da força de trabalho torna-se imperativo durante e após
recessões. À medida que o governo corta gastos públicos durante períodos difíceis do
ponto de vista financeiro, as organizações precisam priorizar suas atividades e
administrar seus recursos humanos (Goodman et al., 2013).
Atualmente, a gestão de pessoas no setor público encontra diversos
desafios e oportunidades. Segundo Goodman et al (2013), dentre os desafios existentes
têm-se, por exemplo, as reformas governamentais e a contenção dos gastos públicos.
Por outro lado, podem ser considerados como oportunidades, os avanços da tecnologia
da informação e a terceirização.
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Como corrobora Pynes (2004), as atividades de planejamento de recursos
humanos são totalmente integradas a uma estratégia de longo prazo de uma
organização pública. As informações fornecidas por essas ferramentas permitem que a
organização antecipe as necessidades de pessoal atuais e futuras para atender às
demandas externas e internas e também implementar atividades de recursos, políticas,
práticas e mudanças que são necessárias para apoiar ou melhorar objetivos
operacionais e estratégicos da organização (Pynes, 2004 apud Goodman, 2013).
Segundo Willow S. Jacobson (2010), o planejamento da força de trabalho
pode variar em inúmeras estratégias, sendo que todas têm um ponto em comum:
identificar as lacunas entre as necessidades e a disponibilidade da força de trabalho,
proporcionando, desta forma, a base necessária para uma tomada de decisão mais
coerente com as necessidades atuais e futuras da organização acarretando em um
desempenho sustentável em termos de pessoas, otimização de recursos e demandas.
Souza e Mello Jr. (2018) apoiam este raciocínio ao afirmar que o Planejamento da Força
do Trabalho é o alinhamento estratégico do capital humano com o direcionamento das
operações de uma organização.
Por se tratar de um método que abrange pessoas, o ambiente de decisão
o qual esse tipo de planejamento visa estudar é muito dinâmico, seja do lado da
demanda de trabalho, seja do lado da oferta em si. Tal dinamismo implica na existência
de diversos modelos de planejamento, que é definido levando-se em consideração os
negócios da organização, legislações e questões de mercado.
Existem modelos focados na perspectiva da oferta, os quais a análise da
quantidade de pessoas empregadas é compreendida pela variação da mão de obra
devido à alteração do volume de trabalho ou crescimento da organização. Já os modelos
que tomam a demanda como meta buscam prever as necessidades futuras da força de
trabalho ao considerar os requisitos do mercado ou adotando uma abordagem de séries
temporais (MELLO JR; SOUZA, 2018).
Conforme coaduna Joan E. Pynes (2004), em sua obra The
implementation of workforce and succession in the public sector, o planejamento de
gestão de pessoas é um componente estratégico crítico. Segundo a autora, é o processo
que analisa e identifica a necessidade e disponibilidade de recursos humanos para
atender aos objetivos da organização. A previsão fornecida é utilizada para avaliar
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métodos passados, avaliar a situação atual e projetar eventos futuros, ou seja,
identificar as expectativas que auxiliam no estabelecimento de metas e objetivos
concretos. Outro ponto ressaltado por Pynes (2004) é a questão do planejamento se
tornar cada vez mais necessário à medida que um grande segmento da força de trabalho
do setor público avança em direção à aposentadoria.
Desta forma, o planejamento deve ser feito para evitar que mudanças na
política e na sociedade possam afetar a organização. Com base nas análises por ele
proporcionadas, podem ser feitos planos para o recrutamento e a seleção de novos
funcionários, alocação dos mesmos para diferentes unidades e reciclagem dos
funcionários em exercício, por exemplo.
O planejamento da força de trabalho, como afirma Goodman et al. (2013)
inclui áreas estratégicas como: pessoal, infraestrutura, desenho organizacional, cultura
organizacional e gestão de riscos (Estado de Washington, 2008 apud Goodman, 2013).
Conforme cita Pynes (2004), a National Academy of Public Administration (Academia
Nacional da Administração Pública) identificou cinco etapas imperativas para
alinhamento do planejamento da força de trabalho de uma organização.
Na primeira etapa deve haver a inserção dos planos estratégicos de
Recursos Humanos. As estratégias de gestão para abordar as metas da organização
devem ser discutidas e os recursos necessários para sua implementação devem ser
identificados.
Na segunda etapa, tanto gestores quanto especialistas devem definir os
requisitos da força de trabalho para identificar as lacunas existentes na força de trabalho
atual em comparação com os requisitos futuros. Compartilhando do mesmo raciocínio,
Goodman et al. (2013) afirma que a identificação de lacunas auxilia o governo a
continuar fornecendo seus serviços e a cumprir sua missão. Esse processo compreende
a avaliação dedados pertinentes à força de trabalho e o desenvolvimento de estratégias
para calcular a quantidade de profissionais necessária para alcançar com sucesso os
objetivos da organização.
Na terceira etapa é elaborado o plano de ação que deve estabelecer a
implementação das estratégias e a identificação dos recursos necessários. São
fornecidas soluções para preencher as lacunas de competência identificadas.
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A quarta etapa é o momento em que é feito o acompanhamento de todo
o planejamento. É importante avaliar o progresso e fazer as correções necessárias para
alcançar os resultados desejados. As informações geradas devem ser analisadas
regularmente para que decisões importantes possam ser tomadas em tempo hábil.
Já na quinta etapa, os grupos de trabalho juntamente com profissionais
de recursos humanos se preocupam em implantar o que foi planejado. É nessa fase em
que se juntam esforços para um processo de mudança bem-sucedido.
Vale salientar, que, de acordo com Souza e Mello Jr. (2018), o
planejamento deve respeitar, além das singularidades da organização, as
particularidades do país e até mesmo da cidade em que se encontra, pois os aspectos
culturais, seja da cidade, seja da organização, fornecem regras implícitas de convívio
influenciando no planejamento e na gestão de pessoas.
1.3 ANÁLISE DO TRABALHO: O TRABALHO E OS PROFISSIONAIS
Conforme o entendimento explanado acima, o planejamento da força de
trabalho é um processo que possibilita a estimativa do quadro de servidores de maneira
a contribuir para o alcance das metas do órgão e das necessidades da sociedade. Com
base nestas informações, podemos identificar as lacunas entre as necessidades e a
disponibilidade da força de trabalho, com o intuito de fornecer à organização
informações relevantes que auxiliam a entrega de um serviço em concordância com os
objetivos previamente estabelecidos (Jacobson, 2009 apud Souza; Mello Jr., 2018).
Um ponto importante desse planejamento é o estudo que deve levar em
consideração as características dos trabalhos executados e dos profissionais envolvidos,
os quais sempre se adaptaram às determinações históricas, sociais, econômicas e
políticas, conforme demonstra a Figura 11. Portanto, essa análise, comumente
denominada como “análise do trabalho”, é um processo essencial que busca
compreender quais são as tarefas importantes, como são realizadas e quais atributos
humanos são necessários para a realização exitosa das atividades.
É essencial entender o que acontece no mundo e ter uma ideia do rumo
que a organização pretende tomar nos próximos anos. Os planejadores da força de
1 Vide tópico 2.1 deste manual.
13
trabalho devem estar familiarizados com planos estratégicos, prioridades, necessidades
que devem ser atendidas, a natureza dos serviços ou produtos fornecidos e quem os
entregam (Robinson; Hirsh, 2008).
A prospectiva da força de trabalho envolve a determinação do número e
de tipos de funcionários necessários por nível de habilidade. Primeiro, as organizações
precisam auditar as habilidades de seus funcionários e determinar suas capacidades e
fraquezas. As posições também devem ser auditadas, pois em determinados casos é
provável que existam cargos vulneráveis que podem ser extintos pelo avanço da
tecnologia ou pela reestruturação do quadro de funcionários (Pynes, 2004).
Os requisitos básicos de cada função devem ser definidos e convertidos
em especificações que detalhem o conhecimento, habilidades, e outras características
mínimas necessárias para um desempenho eficaz. Os requisitos devem ser monitorados
periodicamente, pois as habilidades necessárias podem mudar conforme a estratégia da
organização (Pynes, 2004).
De acordo com De Montmollin (1971), a análise de trabalho é o conjunto
de procedimentos que, com base em um modelo, permite identificar, e geralmente
medir, as variáveis que se consideram características de determinado posto de trabalho.
A escolha dos métodos de análise a serem empregados em cada caso específico é muito
importante, pois devem garantir a comparabilidade dos resultados, o valor das
deduções e a objetividade.
As informações extraídas do resultado proporcionam o estudo das
lacunas das necessidades e do fornecimento da força de trabalho, apoiando, desta
forma, as decisões relacionadas à gestão de pessoas. Podem ser utilizadas para
diferentes fins como: descrição, classificação, avaliação e delineamento de cargos,
requerimentos e especificações em gestão de pessoas, avaliação de desempenho,
treinamento, mobilidade do trabalhador, planejamento de recursos humanos,
eficiência, segurança e requerimentos legais (Steil et al, 2016 apud Souza; Mello Jr.,
2018).
Vale salientar que existe distinção entre análise de trabalho e modelagem
de competências. Primeiro, considera-se que a análise tem o objetivo de coletar dados
e fazer ponderações com o foco no trabalho e no trabalhador no contexto do trabalho.
É uma descrição detalhada sem estar diretamente ligada com os objetivos estratégicos
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da organização. Já a definição de competência envolve a análise de conhecimentos,
habilidades, atitudes e outras características essenciais não somente para o trabalho em
si, mas, também, para a entrega de resultados, e influencia a maneira como as atividades
identificadas na análise de trabalho devem ser realizadas. A modelagem de competência
é uma ferramenta muito utilizada para avaliação de desempenho, mas pouco precisa
ser usada para traçar perfis dentro de um planejamento da força de trabalho (Souza;
Mello Jr., 2018).
Existem diversos métodos utilizados para a coleta de informações.
Exemplos desses métodos incluem o estudo de permanência no posto de trabalho e
mobilidade, a análise funcional do trabalho e os inventários de tarefa. A descrição do
trabalho começa com as tarefas realizadas, com as ferramentas e máquinas utilizadas
(se for o caso) e com a descrição do contexto do trabalho (Steil; Garcia, 2016).
Outros métodos de análise do trabalho são denominados “métodos
orientados ao trabalhador”, cujo foco é voltado para as pessoas que realizam os
trabalhos (Schippmann, 2010 apud Steil; Garcia, 2016). Baseiam-se nos conhecimentos,
habilidades, experiências, traços de personalidade e outras características das pessoas,
necessários para a realização de determinado trabalho. A partir da década de 1970,
métodos híbridos, ou seja, que focavam nesses dois tipos de informações foram
desenvolvidos. Em consonância com este assunto, Steil e Garcia (2016), ao citar Sanchez
e Levine (2012) tecem os seguintes comentários:
Além desses métodos clássicos de análise do trabalho, usados individualmente ou em conjunto, Sanchez e Levine (2012) chamam a atenção para uma possibilidade complementar de análise de trabalho, que avalie também dados relacionados ao contexto no qual as atividades são realizadas. De acordo com Sanchez e Levine (2012), esses três objetos de estudo (o comportamento relacionado ao trabalho, os atributos do trabalhador e o contexto) são os elementos centrais de uma análise do trabalho adequada. (SANCHEZ; LEVINE, apud STEIL; GARCIA, p. 476, 2016)
Como demonstrado, para se ter um planejamento de gestão de pessoas,
a coleta de dados deve focar em descrever o que existe e identificar possíveis lacunas, a
fim de alcançar resultados futuros. Ressalte-se que pode haver alguma variação entre
o planejamento da força de trabalho de um órgão para outro. Conforme Souza e Mello
Jr. (2018), “as Decisões da gestão e demandas externas podem influenciar, mas, de
modo geral, as informações da análise do trabalho possibilitam acessar o que se tem
atualmente e avaliar as necessidades futuras”.
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As aplicações das técnicas da análise de trabalho para o planejamento da
força de trabalho partem do pressuposto de que as informações coletadas podem ser
usadas para desenvolver programas para recrutar, selecionar, treinar, avaliar e
movimentar pessoas dentro da organização (SOUZA; MELLO JR., 2018). Pode ser citado,
por exemplo, os planos desenvolvidos para o preenchimento de vagas de pessoas que
estão prestes a se aposentar.
Como ressaltam Goodman et al (2015), a incorporação do planejamento
da força de trabalho na gestão de pessoas auxilia a enfrentar as perdas de conhecimento
institucional e de habilidades vitais que podem contribuir para um déficit, em médio e
longo prazo, na oferta de serviços governamentais (GOODMAN et al, 2015 apud SOUZA;
MELLO JR., 2018).
Desse modo, reitera-se que a análise do trabalho é o passo precedente
das ações de gestão de pessoas, pois é uma análise puramente detalhada sobre como o
trabalho é atualmente realizado e os atributos humanos necessários para a sua
realização em um contexto específico.
1.4 AGENDAMENTO OU ALOCAÇÃO DE RECURSOS
Definir a alocação, ou seja, eleger qual é o recurso certo para
determinada atividade, é uma tarefa muito árdua, distorções são possíveis de ocorrer.
Portanto, é necessário ter muita prudência ao designar as variáveis que influenciarão no
seu resultado. Para isso, se faz necessário o uso das ferramentas que auxiliam na criação
de cronogramas, onde as atividades e recursos do projeto são distribuídos (FILHO;
GOMES, 2015 apud SOUZA, MELLO JR., 2018).
A alocação ou agendamento de recursos, de forma geral, quando se trata
de recursos humanos, é o processo de construção de agendas e escalas para a força de
trabalho, considerando as demandas da organização.
O serviço público possui desafios próprios por conta das características
do setor, pois cada área de atuação possui suas especificidades, sobretudo porque a
natureza do trabalho pode variar (SOUZA; MELLO JR., 2018). Dentre os fatores que
influenciam na análise do agendamento e da alocação da força de trabalho, leva-se em
consideração a quantidade turnos, folgas, demanda, linha de trabalho, alocação de
16
tarefas, alocação de pessoas e outras variáveis específicas que podem surgir conforme
a especificidade de cada órgão, como flexibilidade, por exemplo.
Vale salientar que outro ponto importante são as restrições nas alocações
que influenciam no PFT. Conforme declaram Souza e Mello Jr. (2018), regras e leis
devem ser observadas com rigor ao ajustar as escalas de acordo com a preferência dos
funcionários e das necessidades do órgão.
Como visto, o planejamento da alocação de pessoal pode ser feito de
diversas formas. Entretanto, é importante sempre considerar o objetivo e as
características da natureza do trabalho para a construção de um bom planejamento em
curto e longo prazo (SOUZA; MELLO JR., 2018). Refletindo o mesmo efeito sobre o
planejamento da força de trabalho, como as análises de perfis profissionais adequados,
a alocação ou agendamento desses profissionais pode afetar a eficiência organizacional.
Quando feita de maneira criteriosa, tem o potencial de auxiliar na gestão e no
gerenciamento do bem-estar dos funcionários.
17
Capítulo 2. Dimensionamento da força de trabalho
Para que se tenha uma efetiva gestão de pessoas e um bom desempenho
organizacional é necessário observar o desenvolvimento não só da organização e seus
processos, mas também se atentar às pessoas que a compõem. Neste sentido, será
abordado neste capítulo o dimensionamento da força de trabalho, fator
importantíssimo que compõe o planejamento da força de trabalho.
Para que essa ferramenta de gestão possa ser compreendida, é
necessário que conceitos como entregas e processos sejam bem estabelecidos, bem
como a utilização de modelos quantitativos utilizados para gerar resultados
significativos.
2.1. O QUE É DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO
Embora vivamos em um mundo de constantes mudanças, muitas
organizações se tornam estáveis graças ao seu nível de planejamento estratégico. O
Este permite conhecer os pontos mais sensíveis a alterações causadas tanto por fatores
externos quanto por fatores internos.
Mesmo em um ambiente incerto e competitivo, elas as organizações
conseguem ter uma boa ideia do tamanho, natureza e tempo das mudanças que
enfrentam, pois, quando se veem nessa situação, conseguem se beneficiar dos números
e das previsões que já foram estudados (ROBINSON;HIRSH, 2008). Logo, planejar e
administrar é fundamental, pois toda organização tem um propósito e a entrega desse
propósito não pode ser prejudicada.
18
Projetar o quantitativo de pessoas ideal para atender as necessidades é
um tipo de abordagem que auxilia as organizações a se desenvolverem de maneira
satisfatória, seja do setor público ou privado. Tratando-se de organizações públicas,
saber a quantidade necessária de profissionais é ainda mais importante, visto que os
custos com folha de pagamento são as maiores despesas.
Planejar a força de trabalho auxilia na economia do dinheiro público, da
mesma forma que contribui para uma prestação de conta mais adequada. Deve-se
lembrar que um dos princípios mais importantes da Administração Pública é o princípio
da economicidade que é a parcimônia ou modicidade nos gastos públicos, evitando-se
desperdícios e procurando-se obter bons resultados com o menor custo possível. É a
união da qualidade, celeridade e custo mais vantajoso na prestação do serviço ou no
trato com os bens públicos.
Esse planejamento é uma atividade prática que envolve uma série de
etapas como: levantamento de informações sobre a organização; interação com pessoas
Fonte: Institute for employmentstudies
Figura 1 - Planejamento da força de trabalho: Influência de fatores externos e internos
19
envolvidas; manuseio e interpretação de dados; análise da força de trabalho; e
elaboração de planos de ação.
É um procedimento complexo que não deve ser feito apenas uma vez. As
análises e planos devem ser monitorados constantemente para que assegurem o pleno
funcionamento do planejamento. Ajustes necessários podem surgir durante a sua
aplicação para que os objetivos sejam alcançados.
Diante do que foi contextualizado, para se desenvolver um planejamento
é necessário avaliar os recursos disponibilizados e também aqueles que precisam ser
adquiridos. A necessidade de mão de obra precisa ser determinada visando resultados
satisfatórios para a organização e para a sociedade.
Trata-se de um processo que identifica a quantidade de profissionais
necessários ao cumprimento dos serviços de uma organização de maneira eficiente e
eficaz. É uma das ações que visa determinar a quantidade de pessoas necessárias para
realizar determinadas atividades de acordo com a demanda, ou seja, as pessoas certas,
nos locais certos, nos momentos certos. Auxilia, também, na formulação de planos para
manuseio de vagas, sejam existentes ou futuras.
Esse processo propõe melhorar a qualidade e eficiência do serviço
público com base em informações precisas sobre a força de trabalho; também auxilia
no estudo das necessidades futuras de concursos públicos, e visa diminuir o tempo gasto
para a análise da força de trabalho (Franco et al., 2018). Viabiliza, também, a coleta de
informações que contribuem para uma tomada de decisão planejada e consciente,
informando os gestores de forma válida e fidedigna sobre a sua força de trabalho.
2.2 TEORIAS RELEVANTES DE DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO
Não existe uma teoria específica sobre o dimensionamento do trabalho.
O que existe é uma variedade de práticas de acordo com as especificidades das
organizações consolidadas pelo mercado.
Dimensionar e planejar as necessidades de recursos humanos a longo,
médio e curto prazo para atender às exigências e aos objetivos da empresa requer uma
busca de técnicas apropriadas à realidade de cada empresa. Os pressupostos básicos do
planejamento de recursos humanos irão definir as diretrizes básicas e a decisão sobre a
viabilidade do planejamento (OLIVEIRA et al, 2015).
20
Alguns passos importantes devem ser considerados para o início de um
dimensionamento preciso. O primeiro é entender a análise e a teoria organizacional. A
análise organizacional é o processo de revisar o modo como uma organização atua, seja
no nível pessoal, de desenvolvimento ou de ambiente de trabalho, por exemplo. Já a
teoria organizacional é responsável por definir uma organização e seus objetivos; ela irá
orientar todas as escolhas posteriores.
Segundo Robinson e Hirch (2008), no nível geral da organização, os
planejadores da força de trabalho precisam ter uma boa noção de vários detalhes
relevantes ao dimensionamento, como demonstra o quadro abaixo:
Realizar algumas análises iniciais pode ajudar a identificar problemas, dos
quais o gestor pode não estar totalmente ciente. Por exemplo, uma análise de idade dos
funcionários permite que possam ser identificados quaisquer desequilíbrios de idade
dentro da força de trabalho, como, por exemplo, uma iminente aposentadoria baby
boomer, geração de quem nasceu logo após a Segunda Guerra Mundial e
profissionalmente é conhecida pelo desejo de estabilidade (ROBINSON;HIRSH, 2008).
O importante é entender todo o sistema da força de trabalho: as formas
como as pessoas integram, se alocam e saem. Esse sistema é a base do planejamento,
desde o diagnóstico inicial de problemas até projeções de força de trabalho para o
futuro. Deve-se refletir, também, sobre pontos fundamentais como: seguir padrões e
Fonte: Institute for Employment Studies
Tabela 1 - Dados essenciais para o planejamento da força de trabalho
21
objetivos organizacionais bem fundamentados; e testá-los e utilizá-los de forma
consciente.
Outro passo importante: existem variáveis que irão influenciar no
resultado do dimensionamento. Sobre esse assunto, é primordial mencionar que em
uma organização, existem três dimensões que são basilares: de pessoal, de resultado e
de contexto (FRANCO et al, 2018). A dimensão de pessoal, como o próprio nome já diz,
se refere às pessoas que atuam na organização. A de resultados trata sobre o serviço,
ou seja, ao que é produzido. Já a dimensão de contexto versa sobre aspectos gerais,
envolve as variáveis que não podem ser incluídas nas dimensões interiores.
Tais dimensões são subdivididas em variáveis hard, conhecidas como os
aspectos tangíveis, e variáveis soft, conhecidas como aspectos intangíveis.
Variáveis hard são as variáveis quantitativas ou objetivas. São codificadas
por meio de números e não dependem de interpretação de nenhum sujeito envolvido.
Por outro lado, as variáveis soft são variáveis qualitativas, relacionadas com o
comportamento e os efeitos que eles podem produzir. Podem até ser codificadas por
número, porém, para serem transformadas em algoritmos representativos no
dimensionamento é necessário que haja uma interpretação.
A divisão mencionada é apenas didática, pois, no fim, as variáveis são
representadas por meio de números. É essa representação numérica que será utilizada
no dimensionamento de fato. Como consequência, a preocupação que deve ser
questionada não deve se ater sobre a natureza da variável em si, mas sim se o mais
adequado é usar tal informação de forma quantitativa ou qualitativa. Conforme
explicam Franco et al (2018):
[...]o dimensionamento da força de trabalho é um método para se estimar qual a quantidade ótima ou ideal de trabalhadores para se alcançar um determinado objetivo. Tal definição explicita que, fundamentalmente, o dimensionamento da força de trabalho necessita de informações quantitativas para gerar seu resultado. Isso significa que variáveis qualitativas ou variáveis soft tornadas hard podem também ser utilizadas no modelo. No entanto, o cerne dos modelos de dimensionamento deve estar embasado em variáveis quantificadas. Assim, excluem-se das possibilidades de análises organizacionais as análises qualitativas (e.g., análise de conteúdo; Bardin,1977; análise de núcleo de significados, Aguiar; Ozella, 2006) como análises finalísticas para dimensionamentos. Ou seja, por exemplo, não é adequado usar análise textual para apontar um aumento (ou diminuição) específico de pessoas para uma organização. No entanto, tais análises podem ser usadas de forma complementar para o levantamento das variáveis adequadas para o modelo a ser testado. (FRANCO et al, 2018)
22
Como dito anteriormente, existem vários tipos de teorias organizacionais.
Sendo assim, é necessário que se conheça os objetivos da organização e seus aspectos
relevantes, como os valores e missão, por exemplo, para adotar a teoria mais
conveniente. Com isso, a melhor forma de proceder é analisar a organização por meio
de um mapeamento de processos adotando níveis hierárquicos, tais como:
macroprocessos, processos, atividades e entregas. Como mencionam Franco et al
(2018), “fundamentalmente, informações são geradas em todos esses níveis e,
portanto, dados gerados em qualquer um desses níveis pode ser utilizado para gerar
resultados de dimensionamento”.
Sinteticamente, o macroprocesso engloba um grande conjunto de
processos, ou seja, é o conjunto de atividades pelos quais a organização exerce a sua
missão, gerando valor. Refletem as funções da organização, às quais devem manter
correspondência com os objetivos das unidades organizacionais.
Os processos são as divisões do macroprocesso com objetivos
específicos, ou seja, atividades sequenciais que agregam valor, recebe entradas e geram
saídas, transformando-as em resultados para a organização.
A atividade é a ação tipicamente executada por um departamento ou
pessoa, ou seja, é a ação que dá suporte aos objetivos da empresa e o meio pelo qual se
dá a entrega.
O dimensionamento da força de trabalho parte do pressuposto que todas
as classes de profissionais em análise tiveram as cadeias de atividades de todos os
processos dos quais participam analisadas. Desse modo, são coletados dados de
qualquer desses níveis para compor a análise do dimensionamento.
É necessário salientar que quanto mais inferior for o nível a ser analisado,
mais informações estarão presentes, pois nele é refletido o planejamento, a gestão e o
resultado de níveis superiores. O que significa dizer que, se a análise for feita de um nível
superior, não será possível fazer prognósticos de níveis inferiores.
Neste contexto, é importante mencionar o grau de influência que uma
variável qualitativa pode ter diante de um modelo. Variáveis qualitativas podem integrar
qualquer modelo de dimensionamento, desde que convertidas em quantitativas. Se
forem somente qualitativas, seu uso pode ser estabelecido como variáveis de seleção.
23
Ao se transformar variáveis qualitativas em variáveis quantitativas, o cuidado precisa ser
redobrado, evitando o emprego de números arbitrários e subjetivos que acarretam
distorções da realidade e influenciam de maneira negativa o dimensionamento.
A qualidade das informações coletadas é determinante para que as
mesmas sejam escolhidas. Elas precisam ser confiáveis e controladas. Somando-se a
isso, elas devem ser relevantes para o dimensionamento. Tal cuidado existe, pois reflete
em outro ponto muito importante neste processo: a parcimônia.
O princípio da parcimônia, conforme já foi preconizado neste manual,
estabelece que a explicações mais complexas sobre determinado fato devem ceder às
explicações mais simples com a mesma capacidade explicativa (Franco et al., 2018).
No caso do dimensionamento da força de trabalho, além da capacidade
de explicar informações, os modelos mais simples se tornam mais fáceis de se equivocar
pelo fato de ser menos preciso. Logo, a parcimônia deve ser analisada de maneira que
a relevância de cada informação seja discutida ponderando a perda em simplicidade ao
acrescentar mais informação (Franco et al, 2018).
Por fim, o modelo empregado no dimensionamento, seja qual for,
dependerá do objetivo, da disponibilidade e do tipo de informações e recursos de cada
organização. O importante que a decisão quanto ao modelo utilizado seja feita de
maneira clara e parcimoniosa.
2.3 METODOLOGIAS RELEVANTES DE DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO
Observa-se que no mercado prevalece o uso de três metodologias:
benchmarking, FTE analysis e ratios de produtividade. Cada uma possui diferentes graus
de assertividade e aplicabilidade dependendo da maturidade da organização em
mapeamento de processos e existência e/ou acompanhamentos de indicadores.
A compreensão da causa raiz das disfunções organizacionais relacionadas
a dimensionamento e das diretrizes estratégicas da empresa também possuem grande
impacto no nível de assertividade de cada metodologia.
O Benchmarking é conhecido como o processo contínuo utilizado para
medir produtos, serviços e processos com relação aos concorrentes mais fortes ou aos
líderes internacionais reconhecidos do setor (MOHAMED; LEONARD, 1995 apud
MARINHO; VASCONCELLOS, 2007). A referida metodologia estima a quantidade de
24
recursos com base nas práticas globais de mercado, considerando processos similares,
bem como a facilidade de implantação e embasamento da demanda. O Foco é no
cenário atual, com necessidade de customização para projeções futuras ou quando
inovações tecnológicas alteram o modus operandi (ex. automação de processos).
Figura 2 - Pontos relevantes do Benchmarking
Fonte: EY
FTE analysis (Full-Time Employee Analysis), cuja tradução literal significa
“Análise de Funcionários em Tempo Integral”, é o método que irá dimensionar a força
de trabalho por intermédio do mapeamento de processos/atividades e análise de
esforço/tempo executado por função. O FTE simplifica a medição do trabalho
convertendo horas de carga de trabalho no número de pessoas necessárias para concluir
esse trabalho. Tal método é responsável por garantir o dimensionamento orientado
para atividades especificas e efetivamente praticadas pela organização e permite que
parâmetros de performance sejam definidos para o grupo que está sendo avaliado
através de benchmarking interno. Outra característica é que o mesmo, além de capturar
mindset atuais, assumindo que todas as atividades são necessárias, dependerá do
envolvimento das pessoas e do mapeamento de atividades/processo.
25
Figura 3 - Pontos relevantes FTE analysis
Fonte: EY
Outro método muito difundido e que pode ser utilizado no
dimensionamento é o ratios de produtividade, o qual tem o objetivo de dimensionar
recursos com base em indicadores de negócio da área e análises estatísticas,
considerando especificidades internas como dispersão regional, previsão de saídas e
outros fatores relevantes. Tais indicadores quantificam o desempenho da equipe
conforme os objetivos organizacionais.
Tal metodologia garante um dimensionamento orientado pela entrega e
complexidade de execução, permitindo, assim, um embasamento pragmático da
demanda, bem como a atualização/projeção futura de acordo com a evolução dos
indicadores. Para isso, o banco de dados deve conter a maior quantidade de variáveis
possível, para que todos os processos e atividades possam ser mapeados. O
levantamento histórico mais extensivo garante a maior assertividade da análise.
26
Figura 4 - Pontos relevantes Ratios de produtividade
’
Fonte: EY
Como apresentado, existem várias metodologias que podem ser
aplicadas em um dimensionamento. As três abordadas neste documento são apenas
algumas delas. A escolha dependerá de várias circunstancias atreladas à organização,
como os tipos de informações e recursos disponíveis.
27
Capítulo 3. Panorama da gestão da força de trabalho no Ministério da Fazenda
O principal objetivo da abordagem da EY foi entender como o tema de
DFT atualmente é tratado no Ministério da Fazenda por meio das percepções dos
gestores e da análise de dados coletados. Para que fosse possível ter uma amostragem
mais assertiva, órgãos de características e atuações distintas que compõem diferentes
etapas da cadeia de valor do Ministério da Fazenda foram abordados. Foram realizadas
entrevistas que se estenderam aos profissionais tanto de nível técnico quanto de nível
executivo para melhor compreensão dos cenários. Durante a análise, buscou-se
abranger leis e decretos que regem o tema de gestão de pessoas para entender os
limitadores de nossa atuação prática.
Em suma, este capítulo busca abordar todo o panorama de gestão da
força de trabalho e a sua aplicabilidade no cenário atual (As Is) do Ministério da Fazenda.
3.1 DIMENSIONAMENTO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA: ABORDAGEM EVOLUTIVA
Visando garantir a conformidade com a lei 8.112/1990, que dispõe sobre
o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias, das fundações
públicas federais e das demais normas aplicáveis à Gestão de Pessoas, o Ministério da
Fazenda procura observar o conjunto de regras e diretrizes estabelecidas ou
referendadas pelo Governo Federal e órgãos de controle.
Em concordância com o que foi explanado anteriormente, existem várias
formas de se dimensionar a força de trabalho, até mesmo pelo fato de que existem
vários fatores ligados à organização e que podem influenciar na escolha do método.
Contudo, por se tratar do Ministério da Fazenda, incluindo-se aqui todos os seus órgãos,
englobados pela administração pública federal, é necessário levar em consideração a
proposta de dimensionamento estabelecida pelo Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão acordo com o disposto na Portaria n 477, de 27/12/2017,
que regulamentou os critérios e procedimentos para implementação do modelo de
dimensionamento da força de trabalho nos órgãos e entidades integrantes do SIPEC.
28
Em proposta do Governo Federal, na publicação “Dimensionamento na
Administração Pública: uma ferramenta do planejamento da força de trabalho”, o
primeiro ponto relevante ao se iniciar o processo de DFT está ligado à seleção de
variáveis que serão adotadas e que devem ser coerentes com o contexto da organização.
Segundo o que é exposto no referido documento, para que um dimensionamento da
força de trabalho seja preciso, não basta saber somente o quanto foi produzido e por
quem foi produzido. Se faz necessário considerar, também, como o tempo foi
gerenciado para que a entrega de um referido trabalho ocorresse.
De forma geral, o modelo descrito pelo Governo Federal exprime que o
quantitativo de pessoal ideal depende da relação entre a produção e a organização do
trabalho. Visando facilitar a elaboração de um DFT padronizado entre os órgãos da
administração federal, a obra citada acima, traz como ferramenta para o planejamento
da força do trabalho na administração federal, um quadro exemplificativo das variáveis
que possibilitam a definição de um modelo de dimensionamento capaz de gerar
resultados.
Tabela 2 - Quadro de variáveis
Fonte: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Outro ponto importante que deve ser seguido para obter um resultado
de qualidade no dimensionamento é no que tange a qualidade dos pressupostos
utilizados para basear as decisões que devem ser tomadas. Para qualquer modelo
29
quantitativo, como demonstra a obra mencionada, é fundamental que os pressupostos
sejam explícitos, pois quanto mais claros forem, mais fácil será seguir uma linha de
raciocínio para o entendimento das conclusões. O modelo proposto sugere um rol de
pressupostos essenciais para um dimensionamento. É importante ressaltar que o
quadro a seguir é flexível, ou seja, outros pressupostos podem ser incluídos. Contudo, o
pressuposto de fidelidade é essencial, pois é ele que garante que as variáveis relevantes
sejam utilizadas.
Tabela 3 - Pressupostos essenciais
Pressupostos Descrição 1 – Supõe-se que a organização já realiza alguma forma de alocação apropriada, mas incompleta, dos funcionários.
Esse é um pressuposto que torna confiável tanto os indicadores gerados pela organização quanto a avaliação dos processos da área (Eveborn; Rönnqvist, 2004).
2 – Supõe-se que a alocação, apesar de apropriada, é incompleta, apesar de fiel.
Isso representa o impacto não significativo de algumas variáveis existentes nas organizações sobre o quantitativo real de pessoas (Eveborn & önnqvist, 2004). O pressuposto de fidelidade postula que não foram excluídas variáveis relevantes que afetam o resultado do modelo (Kuhn; Johnson, 2013).
3 – As pessoas apresentam um nível constante e homogêneo de produtividade e de capacidade produtiva.
Esse pressuposto permite que as entregas feitas por diferentes pessoas em uma mesma unidade possam ser agregadas (Eveborn; Rönnqvist, 2004).
4 – As entregas apresentam um nível homogêneo de complexidade intra-unidades.
Esse pressuposto permite que entregas diferentes realizadas em uma mesma unidade possam ser agregadas (Eveborn; Rönnqvist, 2004).
5 – As entregas apresentam um nível heterogêneo de complexidade entre unidades.
Esse pressuposto pondera os valores das entregas de forma que elas sejam agregadas conforme estimativas de capacidade produtiva (Eveborn; Rönnqvist, 2004)
6 – O efetivo pontual médio é proporcional à razão da quantidade de horas dedicadas à realização de cada entrega (aqui denominado de esforço”) sobre a quantidade de realização de cada entrega.
Esse pressuposto adequa a escala das estimativas de dedicação por entregas a uma escala de capacidade produtiva axiomatizada como ideal (Eveborn; Rönnqvist, 2004).
7 – A variação de pessoal depende da razão entre a taxa de produção e a capacidade produtiva da unidade.
Esse pressuposto adequa a escala das estimativas de produtividade e de capacidade produtiva axiomatizada como adequadas para estimar o quantitativo ideal de pessoas (Eveborn; Rönnqvist, 2004).
Fonte: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Seguindo os pressupostos e variáveis, a ideia do modelo proposto é de
que no DFT deve-se considerar tanto a produção quanto a capacidade produtiva das
unidades organizacionais.
30
Neste sentido, é necessário saber se as unidades de trabalho conseguem
trabalhar no máximo de sua capacidade. Tal índice pode ser calculado pela fórmula:
O indicador de produtividade diária é definido como:
Já o indicador de eficiência é definido como:
31
Para tais indicadores, é necessário saber outros dois indicadores. O
primeiro é o seguinte:
O segundo indicador é definido por:
32
Segundo o que é proposto na publicação do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, para que seja possível realizar o dimensionamento, em um
primeiro momento, é sugerido identificar a adequação do modelo proposto para os
tipos de trabalho exercidos na organização. Diversas técnicas são citadas, como:
entrevistas, grupos focais, análise documental, surveys e outros métodos (Franco;
Serrano, 2018). Após essa etapa é importante verificar se existem dados necessários
para o modelo ou se podem ser coletados ao tempo da aplicação do modelo.Por último,
as informações coleadas devem ser aplicadas nas fórmulas demonstradas acima, as
quais serão responsáveis por gerar o devido resultado.
3.2 DILEMAS E DESAFIOS ATUAIS DE DIMENSIONAMENTO NO MINISTÉRIO DA
FAZENDA
Visando fazer uma análise para a implementação de um modelo de
dimensionamento eficaz, a EY entrevistou dez órgãos e entidades que compõem o
Ministério da Fazenda. Mediante este estudo prévio, presente no “Anexo A” deste
documento, foi constatado que dentre os referidos órgãos e entidades, somente quatro
possuem algum tipo de metodologia.
O Tesouro Nacional utiliza como modelo de dimensionamento o FTE
Analysis que, como explicado no capítulo anterior, se baseia no levantamento de tempo
por processo considerando a sazonalidade da demanda. Já a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional (PGFN) adota o modelo de distribuição que se baseia em indicadores
de demanda para distribuição da força de trabalho entre unidades. Por fim, no caso da
Receita Federal, foram encontrados dois tipos de modelos de dimensionamento, o
primeiro deles é o modelo de distribuição, o qual é praticado pelo órgão. Já o segundo
modelo, que se encontra na fase de elaboração, é o Ratios de Produtividade, no qual a
força de trabalho ideal é projetada com base em indicadores apontados por gestores e
com acompanhamento histórico.
Desta forma, de acordo com as informações coletadas, alguns pontos de
atenção foram levantados, tais como demonstra o quadro abaixo:
33
Figura 5 - Pontos de atenção
Fonte: EY
Seguindo uma avaliação com base nas boas práticas de mercado e com o
conhecimento da EY, adquiridos em projetos similares, quatro dimensões foram
utilizadas como direcionamento para a avaliação do cenário atual:
Figura 2 - Dimensões utilizadas para o dimensionamento
Fonte: EY
A “facilidade de implementação” considera a necessidade da existência e
acompanhamento de indicadores e mapeamento de processos. No que tange a
“objetividade”, é avaliado o nível da subjetividade que pode afetar a coleta de dados
e/ou indicadores utilizados. Em relação à “aplicabilidade”, como o próprio nome sugere,
Foco na distribuição do total global definido por
Lei e não no número ideal.
Falta de padrão entre metodologias praticadas.
Consideram inspiração em metodologias típicas
com adaptações conforme nível de
maturidade de cada órgão.
Utilizam, principalmente, as atividades e tempo de
execução, informados por gestores ou
indicadores macro de produtividade, para
distribuição de headcount.
Facilidade de implementação
Objetividade AplicabilidadeAtualização/
Customização
34
avalia-se a facilidade de aplicar a metodologia em outras áreas e localidades geográficas.
Por fim, a respeito da “atualização/customização” cabe dizer que é a dimensão
responsável por avaliar a facilidade de atualizar a metodologia levando em consideração
possíveis mudanças no modus operandi, bem como a alteração das premissas utilizadas.
A partir da definição e da análise dessas quatro dimensões, foi possível
levantar as principais lacunas que afetam as metodologias aplicadas.
No Tesouro Nacional, constatou-se uma lacuna na dimensão relacionada
à facilidade de implementação, pois, conforme o estudo feito, o mapeamento de
processos encontra-se desatualizado e o levantamento de tempo realizado é feito a
partir das percepções dos gestores. No tocante ao mesmo órgão, também, há uma
lacuna na dimensão de objetividade que se deve, justamente, a um dos mesmos motivos
que provocam a lacuna na dimensão de facilidade de implementação: a percepção dos
gestores. Tal método é muito subjetivo e acaba dificultando a implementação de um
modelo de dimensionamento preciso.
Em relação à PGFN e à RFB, verificou-se que a lacuna existente é referente
ao baixo nível de atualização do modelo aplicado. No primeiro órgão, esse motivo ocorre
por conta da demanda da força de trabalho ser orientada somente por um indicador.
No segundo órgão, a lacuna é ocasionada por uma demanda de força de trabalho
orientada apenas pelos limites impostos por lei.
Outro dilema levantado nos modelos de dimensionamento supracitados
é referente ao nível de prontidão para aplicação de uma metodologia por meio de duas
dimensões: Nível de Mapeamento de Processo e Nível de Indicadores. Atualmente, foi
identificado que os órgãos possuem níveis de prontidão muito distintos um dos outros,
conforme demonstra o gráfico a seguir, pode-se perceber que o órgão com o nível mais
alto de prontidão é a Receita Federal (RFB) e o que possui o nível mais baixo, entre os
relacionados, é a Subsecretaria de Planejamento, Orçamento E Administração (SPOA).
35
Sendo assim, tendo em vista toda a cadeia de pesquisas e análises prévias
feitas pela EY com relação ao DFT que existe em alguns órgãos do Ministério da Fazenda,
conforme o quadro a seguir, o detalhamento das metodologias aplicadas é o seguinte:
Figura 3 - Níveis de prontidão dos órgãos do Ministério da Fazenda
Fonte: EY
36
Tabela 4 - Principais características
Fonte: EY
Desta forma, pode-se resumir, em consonância com o entendimento das
necessidades estratégicas e operacionais do Ministério da Fazenda, que os principais
pontos que a metodologia a ser proposta pela EY deve atender são: necessidade de uma
metodologia mais colaborativa; aumentando a produtividade; criação de uma política
de dimensionamento; fundamentação de argumentos técnicos para o pedido de
pessoas perante o Comitê de Gestão Estratégica de Pessoas do Ministério da Fazenda;
37
fácil implementação e manutenção; e estabelecer critérios objetivos de
dimensionamento.
3.3 LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES
Visando levantar oportunidades no presente cenário do Ministério, o
método utilizado para essa abordagem foi a análise SWOT.
Criada por Albert Humphrey em meados da década de 60, a análise SWOT
ou matriz SWOT corresponde a um importante instrumento utilizado no planejamento
estratégico de organizações e empresas. Consiste na realização de um diagnóstico
completo sobre o negócio e o meio que o cerca a partir da análise de dados que
caracterizam o ambiente interno, composto por forças e fraquezas, e o ambiente
externo, composto por oportunidades e ameaças, proporcionando aos gestores um
amplo embasamento para formulação de estratégias.
A referida nomenclatura é composta pelas iniciais das palavras inglesas
strenghts (S), weaknesses (W), opportunities (O), e threats (T), que significam,
respectivamente: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
O termo força está relacionado aos elementos internos do negócio
que potencializam o objetivo estratégico analisado. A fraqueza está relacionada aos
elementos internos que atrapalham o objetivo estratégico analisado. A oportunidade é
composta pelas situações externas à empresa que podem afetar positivamente no
objetivo analisado. Por fim, a ameaça se trata das situações externas atrapalhar o
objetivo estratégico analisado. Sendo assim, as considerações levantadas de acordo com
os dados coletados foram as seguintes:
38
Em síntese, por se tratar de um estudo simples e prático capaz de levantar
pontos importantes que auxiliam no planejamento estratégico, esta análise, conforme
o argumento tecido no início deste tópico, é capaz de fazer um diagnóstico completo e
coerente com as realidades da organização. Tal estudo traz segurança na tomada de
decisão, fornece um conhecimento profundo do cenário e da relação com a
concorrência e é capaz de indicar alternativas de ação.
Fato
res
Inte
rno
s Fa
tore
s Ex
tern
os
Figura 9 - análise SWOT das metodologias atuais existentes no Ministério da Fazenda
39
Capítulo 4. Metodologias de Dimensionamento
Este capítulo abrange o detalhamento do plano de trabalho que será adotado
pela EY, em conjunto com a equipe do Ministério da Fazenda, durante a execução do
Projeto de Desenvolvimento de Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas.
4.1 PROPOSTA DE MODELO PARA DIMENSIONAMENTO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA
De acordo com o que foi analisado anteriormente, foi possível conhecer
a metodologia que o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão formulou
para aplicação futura por todos os órgãos da União, inclusive pelos órgãos do Ministério
da Fazenda.
Contudo, cabe pontuar que o Ministério da Fazenda é um órgão com
culturas e complexidades distintas e com significativo tamanho dentro da estrutura do
Governo Federal, uma vez que composto por outros dezoito órgãos e entidades. A
replicação dessa metodologia de forma abrupta, ou seja, sem um refinamento que leve
em consideração as especificidades de cada órgão e suas barreiras estruturais, pode
acarretar uma exposição a altos custos de pessoas e tempo, bem como resultados que
guardam pouca relação com a rotina de trabalho das áreas.
Considerando o quadro econômico que o país se encontra e a
necessidade de tornar o dimensionamento do Ministério da Fazenda mais célere e
efetivo, a EY, conforme foi salientado no tópico anterior, sugere um modelo de
dimensionamento da força de trabalho em linha com as orientações metodológicas
elaboradas pelo Ministério do Planejamento, mas que também leve em consideração
fatores cruciais ao cotidiano dos órgãos.
4.2JUSTIFICATIVA DE ESCOLHA DO MODELO APRESENTADO
A motivação da metodologia sugerida pela EY se baseou na identificação
do momento atual e da situação pretendida em relação à gestão de pessoas do
40
Ministério da Fazenda. O principal objetivo dessa abordagem foi entender o
dimensionamento da força de trabalho por meio das percepções dos gestores e da
análise dos dados coletados.
Com a finalidade de viabilizar uma amostragem mais assertiva, foram
abordados órgãos de características e atuações distintas que compõem diferentes
etapas da cadeia de valor do Ministério da Fazenda para participarem de um projeto
piloto. Por meio de entrevistas com líderes e workshops com servidores de nível técnico,
foram escolhidos três processos com graus de complexidade de implementação
diversos, conforme tabela abaixo:
A implementação do projeto piloto de dimensionamento da força de
trabalho do Ministério da Fazenda foi planejada considerando seis etapas: iniciação,
diagnóstico inicial, análises preliminares, refinamento, validação e encerramento.
Figura 10 - Etapas do projeto piloto
Fonte: EY
Tabela 5 – Graus de complexidade
Fonte: EY
41
Na etapa de “iniciação” foi feita a identificação e alinhamento das
agendas dos atores dos processos. Também foram definidos os subprocessos que
integraram o escopo do projeto piloto.
Referente à etapa de “diagnóstico inicial” foi realizada a análise dos
subprocessos e a verificação da existência de metodologia de dimensionamento em
vigor na área. Foram identificados e entendidos os papéis dos atores envolvidos nos
subprocessos, bem como as atividades. Documentos foram solicitados e a necessidade
de entrevista para coleta de dados foi avaliada.
No tocante às “análises preliminares” foi avaliada a aplicabilidade da
metodologia do Ministério do Planejamento e discutidos os ajustes a serem
implementados. Consequentemente, devido à necessidade de tais ajustes serem feitos,
surge a etapa de “refinamento”, a qual é responsável por discutir a aplicação dos ajustes
na metodologia proposta pela EY.
Neste momento, a ferramenta SWOT foi novamente utilizada, mas agora
para esclarecer as forças e as fraquezas da metodologia proposta pelo Ministério do
Planejamento face às realidades dos órgãos participantes, bem como as oportunidades
e as ameaças à implementação da metodologia nas respectivas áreas.
Após a aprovação das metodologias de dimensionamento da força de
trabalho e competências na etapa de “validação” é feito o “encerramento”.
Figura 11–Análise SWOT da metodologia proposta pelo Ministério do Planejamento
Fonte: EY
42
Ao encerrar a implementação foi feito um debate dos resultados obtidos
ao longo do projeto. Foram avaliadas as oportunidades de melhoria na abordagem
prática da metodologia e discutida a iniciação do processo de rollout.
Finalmente, cabe mencionar que durante a realização das atividades de
cada etapa, foi promovida a transferência de conhecimento da equipe escolhida pelo
Ministério da Fazenda. O objetivo de tal cooperação foi promover a capacitação de
pessoal para o monitoramento e desenvolvimento das atividades relacionadas à
metodologia proposta.
4.4 MODELO DE DIMENSIONAMENTO PROPOSTO AO MINISTÉRIO DA FAZENDA
De acordo com as informações coletadas e com as análises devidamente
desenvolvidas ao longo do projeto piloto, a EY constatou que, mais especificamente no
que tange às fraquezas, algumas variáveis devem ser levadas em consideração no
momento do cálculo do dimensionamento da força de trabalho.
Ao longo das reuniões com os órgãos, constatou-se que as dinâmicas das
equipes eram muito impactadas pela composição dos seus membros. Os gestores dessas
áreas entendiam que quando a maioria dos seus servidores eram muito juniores, as
respostas às demandas eram menos eficientes do que uma equipe formada por
servidores mais seniores. Portanto, a variável Senioridade é tida pelas áreas como
relevante para a produtividade e, por sua vez, para o dimensionamento.
Vale ressaltar que o sentido de senioridade aqui tratado não é o de tempo
de casa do servidor público, mas sim o tempo que o mesmo desempenha o papel de
ator no subprocesso específico com aptidão.
A variável de Senioridade foi incorporada ao modelo como um switch que
permite ao gestor calcular o seu dimensionamento considerando uma equipe com
senioridade alta, média ou baixa. Onde “alta” é a equipe com mais de 10% de servidores
seniores no subprocesso; “média” com servidores seniores entre 5% e 10%; e “baixa” a
equipe que conta com menos de 5% de servidores seniores no subprocesso.
Foi possível verificar que a demanda reprimida era uma variável a se
considerar, pois a cobrança por sua realização representa um desafio aos gestores que
participaram do projeto piloto. Neste contexto, demanda reprimida é aquela que o
43
órgão do Ministério da Fazenda não pode realizar por não dispor de recursos suficientes
(pessoas) à sua disposição.
Vale ressaltar que cobrança similar é feita aos gestores acima no que
tange às suas entregas em aberto, em outras palavras, os trabalhos iniciados, mas ainda
sem conclusão (que não foram finalizados). Essas entregas pendentes precisam ser
consideradas no modelo, na medida em que também concorrem para a produtividade
do subprocesso.
Por fim, outro ponto levantado ao longo do projeto piloto e que foi
incorporado ao modelo aqui proposto é a inovação. Esta, é a proporção de tempo total
utilizado pelos atores do subprocesso para desenvolver melhorias ao fluxo de trabalho,
seja através do desenvolvimento de uma nova ferramenta ou alinhamento com
stakeholders.
Um item excluído do cálculo é o “Abono de Permanência”, pois o impacto
deste é considerado pelo MF apenas sob a perspectiva consolidada dos órgãos, e não
das áreas. Entretanto, é razoável que os gestores tenham em mente esta variável na
administração do seu pessoal, já que pode representar um risco de diminuição abrupta
do seu staff caso ocorra a incorporação do abono pelos servidores ou mesmo o término
deste por determinação da Presidência da República.
Seguindo os pressupostos e variáveis propostas pela EY, o modelo de
dimensionamento da força do trabalho pode ser calculado conforme as fórmulas
demonstradas a seguir. É importante ressaltar que o cálculo base é o mesmo proposto
pelo Ministério do Planejamento e exposto no capítulo 3, porém as marcações em
vermelho são equivalentes às reformulações que englobaram as variáveis mencionadas
anteriormente.
44
A quantidade ideal de pessoas (Qi) pode ser definida como:
O indicador de produtividade diária (Ti) é expresso por:
O Pi pode ser indicado por meio do seguinte cálculo:
45
Para tais indicadores, é necessário conhecer o efetivo pontual médio das
atividades executadas (ki) e o efetivo pontual médio das atividades não executadas (li),
ou seja, a demanda reprimida e a demanda em aberto, conforme as fórmulas abaixo:
46
O índice de cobertura técnica de Segurança (ausências) (ICTSi) é apontado
através da fórmula:
Vale ressaltar que o referencial metodológico proposto é passível de
adequação e aperfeiçoamento decorrente das necessidades dos órgãos identificadas ao
longo de sua aplicação. As atribuições de cada cargo para a realização das atividades de
um processo podem ser consideradas exemplos de fatores que ensejam uma
necessidade de adequação ao método sugerido.
4.4 ABORDAGEM PRÁTICA
Primeiramente, é preciso considerar a dificuldade existente em procurar
estabelecer uma metodologia que consiga traduzir a realidade de trabalho em um
Ministério tão complexo quanto o da Fazenda. Como dito anteriormente, são 18 órgãos
e entidades que cuidam de assuntos que vão desde dúvidas sobre como obter um
número de CPF até a representação do Brasil em conferências internacionais ou
regulação do mercado de capitais.
É neste contexto desafiador que a EY elaborou um modelo que tenta se
mostrar aplicável tanto ao gestor de uma área da RFB quanto ao gestor de outra área
na SAIN ou na CVM. Por ser tão amplo, não há como presumir que o número apontado
47
pelo cálculo explicará a realidade sem distorções, contudo, apoiado na metodologia de
competência (ver manual específico sobre o tema) e na experiência do gestor, a sua
contribuição para o Ministério da Fazenda é inegável.
Antes mesmo do cálculo do dimensionamento da força de trabalho, a
aplicação do referencial metodológico deve ser iniciada pela coleta de informações
mínimas, quais sejam:
Após essas etapas, juntamente com a reflexão sobre a senioridade da sua
equipe e do percentual de tempo necessário à inovação, o gestor poderá imputar as
informações coletadas (“quantitativos/números sobre as entregas e funções de
trabalho”) na ferramenta de cálculo de DFT disponibilizada pela EY. Ao inserir os valores,
o resultado será apresentado imediatamente em um quadro comparativo, conforme
exemplo abaixo:
Fonte: EY
48
Como se pode ver na imagem acima, o resultado traz dois gráficos comparando
quatro metodologias específicas: i) HC Atual – representa o quantitativo atual da área
que pode ter sido feito com base em alguma metodologia própria ou não; ii) Metod. MP
– traz o dimensionamento com base nas orientações específicas do Ministério do
Planejamento; iii) Metod. EY – total de pessoal calculado tendo em vista a senioridade,
inovação, demanda reprimida e demanda em aberto;
O primeiro gráfico traz o número total de pessoal sugerido pelas metodologias,
levando em conta apenas o subprocesso investigado. Já o segundo gráfico, apresenta o
incremento ou decréscimo que as metodologias do Ministério do Planejamento e da EY
representam no total de pessoal vigente no subprocesso investigado da área.
Com base nesses números, o gestor será capaz de tomar decisões pautas em um
método, bem como fundamentar quantitativamente suas solicitações de recursos
perante a sua liderança ou mesmo perante o Ministério do Planejamento.
Figura 12–Layout da ferramenta de cálculo
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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50
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FOR%C3%87A-DE-TRABALHO-PFT-NO-%C3%82MBITO-DA-
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<http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/PsicolEstud/article/view/30201>.
Acesso em: 20 de agosto de 2018.
51
GLOSSÁRIO
Apud Termo utilizado para designar a origem de uma
citação indireta
Art. Artigo
As is Cenário atual
Call Ligação Telefônica
Compliance Conformidade
CRFB Constituição da República Federativa do Brasil
CVM Comissão de Valores Mobiliários
Dashboard Painel
DAU Dívida Ativa da União
Demanda em Aberto Entrega solicitada à área que está em
elaboração, ou seja, sua execução foi iniciada,
mas ainda não está com o status de concluída.
Demanda Reprimida Entrega solicitada à área, mas que sequer foi
iniciada devido à falta de mão de obra para a
sua execução.
DFT Dimensionamento da Força de Trabalho
52
Entrega Atividade ou Produto que dá término ao
processo através do valor esperado.
Exemplo prático: ao “realizar estudos e
pareceres para subsidiar o posicionamento do
MF”, a SAIN pode considerar as seguintes
entregas: notas técnicas, pareceres e reuniões.
ESAF Escola de Administração Fazendária
Et al. e outros
EY Ernst & Young
Funções de trabalho Pode ser considerado como as atividades
profissionais necessária para realização da
entrega.
Exemplo prático.: Na “promoção de eventos de
capacitação e desenvolvimento”, a DIREC (área
da ESAF responsável pela logística de
treinamentos) pode elencar, no mínimo, 03
(três) funções de trabalho envolvidas nesse
processo: 1) o Gerente do Projeto; 2) o
responsável pela organização da sala/coffee; e
3) o responsável por cuidar dos agendamentos
dos espaços físicos da instituição.
Gaps Lacunas
GT Grupos de trabalho
Input Insumo/contribuição
53
Job Family Metodologia utilizada para descrever
competências por modelo de funções por
família de cargo.
Layout Modelo
MARE Ministério da Administração Federal e Reforma
do Estado
Mindset Raciocínio / lógica / mentalidade
Modus operandi Modo de operação
MPDG Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão
NPM New Public Management
PAC Planos Anuais de Capacitação
PECFAZ Plano Especial de Cargos Fazendário
PFT Planejamento da Força de Trabalho
PGFN Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
PMINF Programa de Modernização Integrada do
Ministério da Fazenda
PNDP Política Nacional de Desenvolvimento de
Pessoal
PPA Plano Plurianual
Proeduc Programa de Educação Corporativa
54
RFB República Federativa do Brasil
Rollout Nome dado para a etapa de implementação
das metodologias de DFT e Competências nos
outros órgãos do MF.
SAIN Secretaria de Assuntos Internacionais
SGE/SE Subsecretaria de Gestão Estratégica
SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração
Federal
SPE Secretaria de Política Econômica
SPOA Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e
Administração
SPrev Secretaria de Previdência
SRF Secretaria da Receita Federal
Staff Equipe abaixo de um gestor
Stakeholders Partes interessadas
STN Secretaria do Tesouro Nacional
SWOT Nomenclatura é composta pelas iniciais das
palavras i nglesas strenghts (S), weaknesses
(W), opportunities (O), e threats (T), que
significam, respectivamente: forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças
55
TCU Tribunal de Contas da União
To be Cenário futuro/planejado
v. Vide
Workshop Treinamento / Oficina / Seminário