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Direito Civil para TRT-RJ Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - Aula - 04 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 56 AULA 04: Fatos e atos jurídicos: forma e prova dos atos jurídicos; nulidade e anulabilidade dos atos jurídicos; atos jurídicos ilícitos; abuso de direito; prescrição e decadência. (2ª parte) Olá futuros servidores do TRT-RJ! Chegamos hoje a nossa “última aula” (vencemos hoje o conteúdo programático), talvez a mais “tranquila” entre as que foram apresentadas até aqui. Começaremos com Atos Ilícitos e Abuso de Direito, que são de boa aplicabilidade prática e de fácil assimilação, logo a seguir veremos prescrição e decadência, assuntos que exigirão um pouco mais de raciocínio ou talvez uma “decorebazinha” . Lembre-se, no entanto, de que no dia 12/12/12 teremos ainda a nossa Aula Estratégica (uma espécie de coletânea de informações do que a FCC vêm cobrando nos últimos concursos). Mas, agora, chega de enrolação e vamos logo começar a aula de hoje! Antes de vermos o Ato ilícito e o abuso de direito, vamos relembrar rapidamente o ato jurídico lícito. Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os ¹negócios jurídicos e, também, os chamados ²atos jurídicos em sentido estrito ou atos não negociais. Lembre-se que estes últimos desencadeiam consequências jurídicas, independentemente da vontade do agente, porque seus efeitos estão previamente descritos na lei. Os efeitos desses atos se produzem ex lege. É o que acontece, por exemplo, quando um pai reconhece um filho. Deste ato de reconhecimento – que não é um ato negocial, mas é lícito, decorre uma série de consequências jurídicas. Deste modo, existe um ato de vontade da pessoa, mas a produção dos efeitos não se dá de acordo com o seu querer, mas sim de acordo com o que está determinado na lei em relação aquele ato praticado. Isto não pode ser modificado pela pessoa interessada.

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AULA 04: Fatos e atos jurídicos: forma e prova

dos atos jurídicos; nulidade e anulabilidade dos

atos jurídicos; atos jurídicos ilícitos; abuso de

direito; prescrição e decadência. (2ª parte)

Olá futuros servidores do TRT-RJ!

Chegamos hoje a nossa “última aula” (vencemos hoje o conteúdo programático), talvez a mais “tranquila” entre as que foram apresentadas

até aqui.

Começaremos com Atos Ilícitos e Abuso de Direito, que são de

boa aplicabilidade prática e de fácil assimilação, logo a seguir veremos prescrição e decadência, assuntos que exigirão um pouco mais de

raciocínio ou talvez uma “decorebazinha” .

Lembre-se, no entanto, de que no dia 12/12/12 teremos ainda a nossa Aula Estratégica (uma espécie de coletânea de informações do

que a FCC vêm cobrando nos últimos concursos).

Mas, agora, chega de enrolação e vamos logo começar a aula de hoje!

Antes de vermos o Ato ilícito e o abuso de direito, vamos

relembrar rapidamente o ato jurídico lícito.

Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os ¹negócios jurídicos e, também, os chamados ²atos jurídicos em sentido

estrito ou atos não negociais. Lembre-se que estes últimos desencadeiam consequências jurídicas, independentemente da vontade do agente,

porque seus efeitos estão previamente descritos na lei. Os efeitos desses

atos se produzem ex lege. É o que acontece, por exemplo, quando um pai reconhece um filho. Deste ato de reconhecimento – que não é um ato

negocial, mas é lícito, decorre uma série de consequências jurídicas. Deste modo, existe um ato de vontade da pessoa, mas a produção dos

efeitos não se dá de acordo com o seu querer, mas sim de acordo com o que está determinado na lei em relação aquele ato praticado. Isto não

pode ser modificado pela pessoa interessada.

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Todo negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito

será um negócio jurídico, é o que ocorre com os atos jurídicos em sentido restrito que são apenas lícitos ou meramente lícitos.

O ato ilícito, embora seja um fato jurídico, não é considerado

ato jurídico, pois atenta contra o direito (desta forma, sempre que você estiver diante da expressão ato jurídico – estará diante de um ato lícito).

Figura 1. O Fato Jurídico compreende: O ato Jurídico em sentido amplo (1 e 2); e, também, os atos ilícitos (3). Todos estes atos devem ter repercussão no mundo jurídico.

-Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187).

O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano.

Conforme lição de Flávio Tartuce1: “De início, o ato ilícito é o ato

praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando

prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito

obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico em sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo agente, mas somente aqueles impostos pela lei”.

Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a

intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, ocasiona dano a outrem.

Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se houver dano a ser reparado (dano a ser indenizado). Não existe no Direito

Civil o interesse em “punir” o culpado pelo ato. Neste ramo do direito o

interesse está na reparação do dano, com a recomposição patrimonial

1 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418.

Fato Jurídico

1.Ato jurídico em sentido

estrito

2.Negócio Jurídico

3.Atos ilícitos

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da pessoa que foi atingida pelo ato ilícito. Neste momento, surge então

outro instituto de direito civil, qual seja: a responsabilidade civil.

Cabe fazermos aqui uma pequena observação, diferenciando o ato

ilícito na esfera civil, como já explicado, e na esfera penal.

Na esfera do Direito Penal, há uma série de condutas denominadas

típicas, que estão descritas na lei, são condutas que atentam contra a lei penal, violam a lei, indo de encontro à vida social. Estas condutas

constituem os crimes ou delitos penais.

“Então, a violação do direito pode ser vista sob mais de um aspecto?”

Exatamente. Para o nosso estudo, especialmente no que se refere a

esta aula, é importante que você entenda que a violação do direito pode configurar ofensa à sociedade, pela infração de preceito indispensável à

sua existência (infração a norma de direito público), ou, então, configurar

um simples dano individual, onde o interesse lesado é o privado.

No primeiro caso, estaremos diante de um delito penal, consistente

na violação da lei penal e que induz responsabilidade penal, tendente à punição.

No segundo caso (que importa ao nosso estudo), estaremos diante de um “delito” civil, consistente na violação de um direito

subjetivo privado e que induz reparação (indenização) do dano, a chamada responsabilização civil.

Observe, no entanto, que existe a possibilidade de um ato ilícito violar as duas esferas. Neste caso, existirão, ao mesmo tempo, as duas

responsabilidades, quais sejam: a penal e a civil. Outra ótica que também pode ser analisada, mas que não cabe ao direito civil o seu estudo

aprofundado, é a que diz respeito às infrações administrativas.

O ato ilícito, para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica

e lesivo ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial.

Assim está normatizado no artigo 186 do CC:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, ¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa

(assim considerados no campo penal).

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Quando fala em “ação ou omissão voluntária” se refere ao dolo –

que é a situação em que o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo.

A culpa, segundo o art. 186, está na expressão “negligência ou imprudência”.

Na conduta culposa, há sempre ato voluntário determinante do resultado involuntário. A pessoa ou o agente, não prevê o resultado,

mas existe a previsibilidade do evento, isto é, se olharmos objetivamente para o evento, veremos que ele era previsível.

O agente não prevê o resultado, pois, se ele previsse o que iria acontecer e mesmo assim praticasse tal conduta, estaria agindo com dolo

e não com culpa.

Figura 2. Representação do CC art. 186. Ato ilícito.

Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes:

¹A violação de direito e o ²dano a outrem.

No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,

excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

1.Ação

Imprudência

2.Omissão Voluntária

Negligência Violar direito e

causar dano a alguém

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Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto

lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos.

Desta forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus

limites e acaba, assim, por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito.

O ato em si é lícito, só perderá esta licitude tornando-se ilícito na medida de sua execução.

Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um

direito e que, na utilização de suas prerrogativas, exceda seus limites.

Deste modo, uma vez presentes os requisitos do art. 187, a

responsabilidade será objetiva – ou seja, independente de culpa.

Neste sentido temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do Conselho Nacional de Justiça: “Art. 187. A responsabilidade civil

decorrente do abuso de direito independe de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico”.

O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o

abuso de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um direito em prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, em virtude de

consistir em violação a princípios de finalidade da lei. Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito, ocasionando prejuízo, deve

indenizar.

A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso de direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão

suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o

exercício abusivo de suas prerrogativas.

Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de Direito Civil que reforça a orientação do atual código quanto ao

princípio da sociabilidade, presente no mencionado artigo:

“Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva,

para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva”.

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Normalmente, junto com o ato ilícito e o abuso de direito, é

estudado também a responsabilidade civil, que trata dos casos em que uma pessoa que sofre um dano e deve ser indenizada.

Como no seu edital não consta tal matéria – responsabilidade civil, mas constam os atos ilícitos e o abuso de direito, achamos por bem dar

umas rápidas explicações acerca do instituto da responsabilidade.

Primeiramente, saiba que existem dois tipos de responsabilidade:

A ¹responsabilidade contratual - que é aquela que advém do

não cumprimento de um contrato, de uma obrigação.

E também a ²responsabilidade extracontratual ou aquiliana -

a fonte dessa responsabilidade é a inobservância de um dever genérico, é

a lesão a um direito, sem que entre as partes exista qualquer relação

jurídica.

O ato ilícito e o abuso de direito estão enquadrados neste último

tipo de responsabilidade – a que não advém de um contrato, mas de um

não cumprimento de um dever de conduta imposto por lei (CC arts. 186,

187 e 927) – a responsabilidade extracontratual.

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a

outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Portanto, sempre que uma pessoa praticar um ato ilícito ou, então,

abusar de um direito – arts. 186 e 187 do CC, como consequência poderá

haver a obrigação de reparação do dano causado.

-Excludentes de ilicitude (art.188)

O artigo 188 do CC enumera três casos de exclusão de ilicitude, são os atos lesivos que não são considerados ilícitos:

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as

circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

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Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não

constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação

de ilícito. São eles:

A legítima defesa; Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido;

Estado de necessidade.

Vamos ver cada um deles:

1. A legítima defesa é considerada como excludente de responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários

alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles

estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode ser putativa.

A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina

estar sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. Nesta situação se a pessoa tomar alguma atitude com a

intenção de se defender deste perigo imaginável, ainda caberá indenização para o prejudicado. Como também caberá indenização se

houver excessos na defesa.

Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso:

• que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente;

• que a ameaça seja injusta;

• que o meio utilizado na repulsa seja moderado, isto é, que não vá além do necessário para a defesa;

• que a defesa seja de direito.

2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um

procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de

um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar a pessoa que executa uma construção nos parâmetros permitidos por lei

em determinado terreno, mas que acaba por prejudicar o imóvel vizinho, ocultando a sua visão ou recepção solar.

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Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso

do direito será configurado ato ilícito.

3. O estado de necessidade

É a situação encontrada no inciso II:

...

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites

do indispensável para a remoção do perigo.

O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio

(deterioração ou destruição de coisa pertencente outrem ou, então, lesão a uma pessoa) para remover perigo iminente, quando as

circunstâncias tornarem absolutamente necessária e quando não exceder aos limites do indispensável para a remoção do perigo.

Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a propriedade alheia para salvar vida de alguém.

Para que se configure o estado de necessidade, exige-se:

• perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado voluntariamente pelo agente;

• prejuízo indispensável para evitar o dano iminente;

• limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção;

• proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido.

Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art.

188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, em determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação.

É o que encontraremos nos arts. 929 e 930:

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art.

188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.

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Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de

terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.

Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).

Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou deteriorada não forem culpados do perigo, o autor do dano será

responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra seu causador.

“Ficou complicado. Vocês podem esclarecer melhor isto?”

Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem

terceiros envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte:

¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por

³Mário (causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano.

¹Paulo, por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário, este sim o verdadeiro culpado pelo perigo.

Agora vamos passar a segunda parte da aula onde veremos os institutos

da Prescrição e Decadência.

- Prescrição e Decadência

Antes de começarmos a falar sobre o assunto, permita-nos fazer uma

pergunta a você: Será que o exercício de um direito pode ficar pendente indefinidamente no tempo?

Obviamente que não. Isto não pode acontecer. O direito deve ser exercido dentro de um determinado prazo. Caso isto não ocorra, pode o

titular deste direito perdê-lo, ou seja, pode o titular perder a prerrogativa de fazer valer seu direito. O tempo exerce influência

abrangente no direito, em todos os campos, no direito público e no direito privado.

O direito, por exemplo, exige que o devedor cumpra sua obrigação e, também, permite ao credor valer-se dos meios necessários para receber

seu crédito. Se o credor, porém, mantém-se inerte por determinado

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tempo, deixando estabelecer situação jurídica contrária a seu direito, este

será extinto.

Num primeiro momento, pode parecer injusto que uma pessoa perca

seu direito pelo decorrer do tempo, mas se não fosse o tempo determinado para o exercício dos direitos, toda pessoa teria que, por

exemplo, guardar indefinidamente todos os documentos relativos a negócios realizados e até mesmo os documentos relativos às gerações

passadas. Existe, pois, interesse de ordem pública na extinção dos direitos o que justifica os institutos da prescrição e da decadência.

Deste modo em uma análise mais detalhada a prescrição e a decadência se mostram indispensáveis à estabilidade e à consolidação de todos

direitos.

Comecemos nosso estudo pela prescrição (arts. 189 a 206).

Prescrição

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

A partir do momento que um direito é violado, o titular deste

direito pode agir juridicamente para garanti-lo, isto é o que chamamos pretensão (a pretensão à ação). E da leitura do art. 189 se desprende

que a prescrição é justamente o que extingue esta pretensão, é o

decurso do tempo hábil, que dispunha a pessoa, para utilizar-se da pretensão à ação. Prescrição é instituto de ordem pública.

Sobre o assunto prescrição:

Jornada I STJ 14: “1. O início do prazo prescricional ocorre com o

surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo; 2. O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou nas obrigações de não fazer”.

STF 150: “Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação”.

Os casos de prescrição estão taxativamente elencados nos arts. 205 e 206 (veremos eles logo à frente), mas primeiramente vamos falar um

pouco sobre este instituto. A prescrição pode ser extintiva ou aquisitiva:

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A prescrição extintiva – esta será o foco principal do nosso estudo

– conduz à perda do direito de pretensão a ação por seu titular negligente, ao fim de certo lapso de tempo.

A prescrição aquisitiva (usucapião) - consiste na aquisição do direito real pelo decurso de tempo, um modo de se adquirir a propriedade

pela posse prolongada. Tal direito é conferido em favor daquele que possuir, com ânimo de dono, o exercício de fato das faculdades inerentes

ao domínio ou a outro direito real, no tocante a coisas móveis e imóveis, pelo período de tempo que é fixado pelo legislador.

Portanto a prescrição é a perda da ação atribuída a um direito e,

também, de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso, decorrido determinado período de tempo. Os elementos comuns a

prescrição extintiva e aquisitiva são ¹o tempo e ²a inércia do titular.

Como requisitos da prescrição ou seus elementos integrantes,

temos:

A existência de ação exercitável é o objeto da prescrição. Tendo em vista a violação de um direito, a ação tem por fim eliminar os efeitos

dessa violação. A ação prescreverá se o interessado não promovê-la. Logo que surge o direito de ação, já começa a correr o prazo da

prescrição.

A inércia do titular da ação pelo seu não exercício, ou seja, o

titular do direito nada faz para proteger seu direito. A inércia é, pois, o não exercício da ação, logo após a violação do direito. E esta cessa com a

propositura da ação, ou com qualquer ato que e lei admita e que demostre que a pessoa irá defender direito seu.

A continuidade dessa inércia durante certo lapso de tempo é o fator principal da prescrição. A inércia exigida para configurar a prescrição

é aquela continuada, não a momentânea.

A ausência de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do curso da prescrição. Existem casos que impedem,

suspendem ou interrompem a prescrição (isto será visto ainda nesta aula).

A regra geral é de que toda pretensão é prescritível, sendo a

imprescritibilidade a exceção. Esta é a ideia contida no artigo 205 do CC:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

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A regra de toda pretensão sofrer prescrição, entretanto, não é absoluta, uma vez que existem direitos que por sua natureza, são

incompatíveis com o instituto da prescrição. Desse modo, não se acham sujeitos a limites de tempo e não se extinguem pela prescrição,

podemos citar os seguintes2: os direitos de personalidade; o estado da pessoa; as ações referentes ao estado de família; os bens públicos (CC

art. 102); os direitos facultativos ou potestativos3; a exceção de nulidade4.

Continuando no assunto prescrição, vejamos os artigos 190 a 196,

muitas vezes objeto de questões literais:

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Os prazos aplicados às pretensões são os mesmos aplicados às exceções, às defesas correspondentes.

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se

consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

Renúncia à prescrição é, então, a desistência, por parte do titular,

de invocá-la. É permitido a renuncia à prescrição, no entanto, não pode ser antecipada, ou seja, não se pode renunciar a prescrição antes

de consumada. É ato pessoal do agente, afeta apenas ao renunciante ou seus herdeiros. Não pode haver, também, prejuízo a terceiros.

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das

partes.

Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição,

pela parte a quem aproveita.

...

2 Washington de Barros Monteiro, Direito Civil 1, Parte geral, 43 ed., pág. 363. Maria

Helena Diniz, Curso de Direito Civil 1, 28 ed., pág. 447. 3 Direitos potestativos são aqueles para os quais não se contrapõe um dever de quem

quer que seja, são direitos sem pretensão, porque não podem ser violados, trata-se

apenas de uma sujeição de alguém. Como exemplo, temos o direito do condômino de

exigir a divisão da coisa comum. 4 Por exemplo, o testamento feito por menor, com idade inferior a 16 anos é nulo, não

importando o tempo decorrido entre a realização do ato e sua apresentação em juízo.

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Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra

os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

O artigo 196 cuida da sucessão do prazo prescricional. O herdeiro

do falecido disporá apenas do prazo faltante para exercer a ação, quando

este prazo se iniciou com o autor da herança:

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

Veremos a seguir o ¹impedimento, a ²suspensão e a ³interrupção da

prescrição. Normalmente as questões relacionadas a estes assuntos são muito próximas ao texto da lei, tenha apenas o cuidado para não

confundir uma situação com a outra.

Como dica de memorização recomendamos que você faça um caminho imaginário, visualize primeiramente o impedimento, depois a

suspensão e por último a interrupção (recomendamos também que você memorize as causas que interrompem a prescrição, pois são as mais

cobradas em provas).

Das causas que impedem ou suspendem a prescrição

Observe que o código não diferenciou as causas de impedimento das de suspensão. Isto não foi feito por um simples motivo, as causas serão

as mesmas. O que diferenciará o impedimento e a suspensão será o fato de ter ou não iniciado o prazo prescricional. Caso este não

tenha iniciado teremos o impedimento (não deixa o prazo iniciar), se já estiver correndo teremos a suspensão.

Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

1º. Se o prazo não se iniciou teremos o IMPEDIMENTO

2º. Se já iniciado o prazo prescricional será caso de SUSPENSÃO

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A seguinte afirmativa já foi feita em provas “As causas impeditivas

da prescrição são as circunstâncias que impedem que seu curso inicie, por estarem fundadas no status da pessoa individual ou familiar,

atendendo razões de confiança, parentesco, amizade e motivos de ordem

moral”.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamente incapazes)

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou

dos Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de

guerra.

Se afirmássemos que não corre a prescrição contra os menores. Isto estaria correto?

Não. Isto estaria errado, porque o inciso I faz referência somente àqueles que forem absolutamente incapazes (lembre-se deles).

Quanto aos incisos II e III, você deve ter atenção aos termos que grifamos.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

I - pendendo condição suspensiva;

II - não estando vencido o prazo;

III - pendendo ação de evicção5.

Os dois primeiros incisos tratam de causas de impedimento, pois enquanto não há o direito não há de se falar em prescrição. Já o inciso III

é causa de suspensão.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só

aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

O art. 201 já foi objeto de cobrança em prova, se estivermos diante de uma obrigação com mais de um credor e este forem solidários, quando

5 Evicção é a perda da coisa (propriedade, posse ou uso) em decorrência de decisão

judicial ou administrativa, que a atribui a terceiro.

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houver suspensão da prescrição contra um dos credores, somente

haverá a suspensão também para os credores solidários se a obrigação for indivisível6. O macete para você não esquecer este artigo

está no fato que se a obrigação puder ser fracionada, não há motivos para a prescrição atingir todas as partes da obrigação, os efeitos da

prescrição não atingem o que pode ser destacado.

O impedimento e a suspensão da prescrição fazem cessar, temporariamente, seu curso. Uma vez superada a causa de suspensão, a

prescrição retoma seu curso normal, computando o tempo anteriormente decorrido.

Nos casos de impedimento, mantém-se o prazo prescricional íntegro, pelo tempo de duração do impedimento, para que seu curso somente

tenha início com o término da causa impeditiva. Nos casos de suspensão, nos quais a causa é superveniente, uma vez desaparecida esta, o prazo

prescricional retoma seu curso normal, computando-se o tempo verificado

antes da suspensão.

Na interrupção da prescrição (que veremos a seguir) a situação é diversa, verificada alguma das causas interruptivas, perde-se por

completo o tempo decorrido. O lapso prescricional iniciar-se-á novamente (passa a contar o prazo desde o início, recomeça). O tempo

precedente decorrido fica totalmente inutilizado. Verificamos, portanto, a interrupção da prescrição quando ocorre fato hábil para destruir o efeito

do tempo já transcorrido, anulando-se, assim, a prescrição já iniciada. Os casos de interrupção estão no artigo 202 do CC:

Das Causas que Interrompem a Prescrição

Observe que a interrupção da prescrição sempre será provocada:

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I- por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II- por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III- por protesto cambial;

6 CC Art. 258. “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou

um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica,

ou dada a razão determinante do negócio jurídico”. Ou seja, obrigação indivisível é

aquela que não pode ser fracionada.

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IV- pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em

concurso de credores;

V- por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI- por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe

reconhecimento do direito pelo devedor.

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

O titular do direito é o maior interessado em interromper a

prescrição, geralmente é ele quem a promove. O representante legal também pode promover a interrupção, assim como o assistente dos

menores relativamente capazes (contra os absolutamente incapazes não corre a prescrição).

Geralmente, os efeitos da prescrição são pessoais, de maneira que a interrupção da prescrição feita por um credor não aproveita aos

outros, assim como aquela promovida contra um devedor não prejudica aos demais. Isto está no artigo 204 de CC:

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.

§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os

demais e seus herdeiros.

§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de

obrigações e direitos indivisíveis.

§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Observe que os três parágrafos apresentam situações especiais,

diferentes da apresentada no caput, mas estão relacionadas à solidariedade.

Se a prescrição for interrompida em favor de um dos credores solidários a todos aproveita. O mesmo ocorre na solidariedade passiva7.

(art. 204, §1).

Ainda, de acordo com o artigo 204, §2º, se um dos herdeiros do

devedor solidário sofre a interrupção, os outros herdeiros, ou devedores,

não são prejudicados; o prazo para estes últimos, continuará a correr, a não ser que se trate de obrigações e direitos indivisíveis. Neste último 7 Solidariedade passiva é a dos devedores, aqueles que devem pagar alguma coisa.

Credores são os que estão cobrando a dívida de alguém, os que querem receber

determinada coisa ou valor.

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caso, todos os herdeiros, ou devedores solidários sofrem os efeitos da

interrupção da prescrição, passando a correr contra eles o novo prazo prescricional.

Por fim, no caso do parágrafo 3º, em se tratando de fiança, que é obrigação acessória, se a interrupção for promovida apenas contra o

afiançado, que é o devedor principal, o prazo, no entanto, restabelece-se também contra o fiador, conforme o princípio de que o acessório segue

sempre o destino do principal. Entretanto, a interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor principal, já que a recíproca não é

verdadeira, isto é, o principal não é afetado pelo destino do acessório.

-Decadência (arts. 207 a 211)

A decadência é a extinção do direito, tendo em vista a inércia do seu titular. Veja que o objeto da decadência é o próprio direito. Enquanto

a prescrição atinge diretamente a ação e por via oblíqua faz desaparecer

o direito por ela tutelado, a decadência, ao contrário, atinge diretamente o direito material e por via oblíqua acaba por atingir a

ação. Segundo Maria Helena Diniz8: “A decadência dá-se quando um direito potestativo9 não é exercido extrajudicialmente ou

judicialmente dentro do prazo”

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.

Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

Conforme art. 208 aplica-se também à decadência o que se aplicava

a prescrição (art. 195 e 198, I), trata-se da primeira exceção legal ao art. 207: Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação

contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamente incapazes)

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando

estabelecida por lei.

8 Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil 1, 28 ed., pág. 450. 9 Direitos potestativos são aqueles para os quais não se contrapõe um dever de quem

quer que seja, são direitos sem pretensão, porque não podem ser violados, trata-se

apenas de uma sujeição de alguém.

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Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode

alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

Os art. 210 e 211 trazem as duas figuras da decadência, quais sejam: a ¹estabelecida por lei e a ²convencional (oriunda, por exemplo,

de um negócio jurídico).

A seguir, vamos fazer uma pequena distinção entre os institutos da prescrição e da decadência para melhor compreensão do tema.

A decadência extingue diretamente o direito, e com ele a ação

que o protege, enquanto que a prescrição atinge a pretensão à ação e com isso atinge o direito que ela protege.

A decadência começa a correr, como prazo extintivo, desde que o

direito nasce, enquanto que a prescrição não tem seu início com o nascimento do direito, mas a partir de sua violação, porque é neste

momento que nasce o direito a ação contra a qual se volta a prescrição.

Ambos os institutos são prazos extintivos. A diferença é o momento

em que começa a correr este prazo. O prazo decadencial começará a ser contado a partir do momento de nascimento do direito, tendo em

vista que a decadência acarreta a perda de um direito subjetivo. Já o prazo prescricional começará a correr a partir do momento em que

ocorrer a violação deste direito subjetivo, que estava sendo plenamente exercido. Com esta violação, nasce o direito de pretensão à

ação para sua defesa.

Outra diferença reside na natureza de cada instituto, pois a

decadência supõe um direito que embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de exercício; enquanto a prescrição supõe um direito

nascido e efetivo, mas que pereceu pela falta de proteção por meio da

ação, contra a violação sofrida.

Podemos, ainda, diferenciar prescrição e decadência da seguinte forma:

I- A decadência tem por efeito extinguir o direito, enquanto a prescrição

extingue a pretensão à ação.

II- Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as

normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. A prescrição pode ser impedida, suspensa ou interrompida conforme

expresso no código civil.

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III- O prazo de decadência pode ser estabelecido pela lei ou pela vontade

unilateral ou bilateral (convencional). O prazo da prescrição é fixado por lei para o exercício da ação que o protege.

IV- A decadência pressupõe ação cuja origem é idêntica à do direito, sendo, por este motivo, simultâneo o nascimento de ambos. A prescrição

pressupõe ação cuja origem é distinta da do direito, tendo nascimento posterior ao direito, quando da sua violação.

V- tanto a decadência (se estabelecida por lei) quanto a

prescrição10 serão reconhecidas de ofício pelo juiz, independente da arguição do interessado.

VI- a decadência em nenhuma hipótese pode ser renunciada, a

prescrição admite renúncia por parte dos interessados, depois de consumada.

VII- a decadência opera contra todos (não há impedimentos), já a

prescrição conforme visto não opera para determinadas pessoas elencadas pela lei, de acordo com o artigo 197 e198:

Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela

ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

10 Mudança dada pela lei nº 11.280, de 16 de fevereiro de 2006, que revogou o artigo

194 do CC, em busca de maior celeridade processual. Assim, o Juiz pronunciará de

ofício, também, a prescrição.

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-Quanto aos prazos:

Os prazos da prescrição são os discriminados nos artigos 205 e

206 do CC, vamos a eles:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

A regra geral será o prazo de 10 anos, mas há prazos

especiais que vão de um ano a cinco anos e isto está estabelecido do §1º ao § 5º, do art. 206.

Art. 206. Prescreve:

§ 1o Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos

alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro

prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;

b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais,

árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a

formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os

liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;

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III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações

acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé,

correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:

a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;

c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do

vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da

aprovação das contas.

§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão

dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.”

Como dica, para a hora da prova, temos a seguinte situação: se

estivermos diante de algum desses casos elencados nos arts. 205 e 206,

o prazo será prescricional, caso contrário será caso de decadência.

A decadência pode ocorrer em períodos diferentes que o de ano,

pode correr, por exemplo, em dias ou meses.

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São inúmeros os prazos decadências presentes no código civil,

citamos abaixo alguns exemplos de prazos decadenciais mais cobrados em provas (e, de certa forma, relacionados ao edital do seu concurso):

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se

ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra

provisoriamente a sucessão.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,

quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato

constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato

respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação

unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria

vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.

Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do

conhecimento de quem com aquele tratou. Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da

incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a

anulação do negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,

do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem

estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

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.......................................................................................................

Por hoje era isto. Até a aula estratégica.

Abuse do fórum de dúvidas, ou seja, use sem moderação.

Um grande abraço e bons estudos.

Aline Santiago & Jacson Panichi

“A educação da mente custa esforço; um esforço voluntário e consciente. Recorde isto

com frequência; recorde também que este esforço é vida, porque cria energias que

suprem amplamente os desgastes que todo esforço ocasiona. Além disso, não esqueça

que põe à prova, com vantagem para você, sua capacidade de produzir, de fazer, de

realizar”.

(Carlos Bernardo Gonzáles Pecotche11)

11

Bases para sua Conduta, Editora Logosófica, 13 ed., 1996.

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Questões e seu respectivo comentário:

1. FCC 2009/TJ-PA/Auxiliar Judiciário. O Código Civil estabelece que

não constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido, sendo correto dizer que

a) Se por engano ou erro de pontaria terceira pessoa vier a ser atingida, o agente ainda que agindo em legítima defesa deve

reparar o dano. b) O agente que tiver agido com erro de pontaria atingir terceiro, não

terá direito à ação regressiva contra o injusto agressor. c) A legítima defesa putativa praticada contra o agressor deixa de ser

ato ilícito apesar do dano causado, e impede a ação de ressarcimento de danos.

d) Só a legítima defesa putativa, e praticada contra o agressor deixa de ser ato ilícito.

e) Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legítima

defesa, não há falar em ação de ressarcimento em favor de terceiro eventualmente atingido pelo agente.

Comentário:

Lembre-se da seguinte “máxima” que lhe ajudará a responder muitas questões: havendo dano normalmente também haverá a obrigação

de repará-lo.

No entanto, sempre deve ser avaliado: se houve dano realmente o dano;

quem cometeu o ilícito ou o abuso de direito (se houve participação de terceiros); se houve excludente de ilicitude; quem deverá indenizar; e se

haverá direito a ação regressiva.

A legítima defesa pode ser real ou pode ser putativa. A legítima defesa

putativa até pode excluir a culpabilidade, no entanto, não dispensa aquele que praticou o dano do dever de indenizar.

Vamos lá:

1. A questão fala em legítima defesa ou exercício regular de um direito (estes casos são excludentes de ilicitude);

2. A alternativa “a” envolve uma terceira pessoa (que também sofre dano) e deve ser indenizada;

3. O fato de haver o excludente de ilicitude não exclui necessariamente o dever de indenizar;

4. A terceira pessoa atingida deverá ser indenizada pelo agente (aquele que efetuou o disparo), mas, no caso desta questão, o

agente terá direito de ação regressiva contra o injusto agressor (e contra quem o agente se defendia).

Gabarito letra A.

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2. FCC 2006/Estado-PB/Auditor Fiscal da Receita Estadual. A

deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente

a) sempre constituem atos ilícitos, porque a lei proíbe o exercício arbitrário das próprias razões.

b) não constituem atos ilícitos e sempre eximem o seu autor da obrigação de indenizar.

c) não constituem atos ilícitos somente quando as circunstâncias os tornarem absolutamente necessário e nem sempre eximem o seu

autor da obrigação de indenizar. d) constituem atos ilícitos, porém o seu autor sempre ficará isento da

obrigação de indenizar. e) consubstanciam atos de legítima defesa e isentam seu autor da

obrigação de indenizar, salvo se foi o causador do perigo.

Comentário:

Os casos elencados na questão são os do inciso II do art. 188:

que também possui um parágrafo único que diz: No caso do inciso II, o

ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável

para a remoção do perigo.

Portanto, a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a

pessoa, a fim de remover perigo iminente, deverá ser executada na medida exata para afastar o perigo, caso contrário poderá dar ensejo a

uma indenização.

Gabarito letra C.

3. FCC 2005/TCE-SP/Agente da Fiscalização Financeira. Analise as

seguintes disposições do Código Civil e indique a interpretação correta.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao

exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito

reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a

fim de remover perigo iminente.

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Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando

as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

a) o estado de necessidade não exclui a ilicitude do ato.

b) O artigo 186 se refere à responsabilidade civil objetiva. c) O artigo 188 estabelece a identificação entre a responsabilidade civil

e penal. d) O artigo 187 se identifica com o abuso e direito.

e) Embora praticado o ato em legítima defesa ou no exercício regular de direito o agente sempre ficará obrigado a reparar o dano.

Comentário:

Tendo em vista os artigos dispostos na questão, e analisando as alternativas, chegamos à conclusão de que a alternativa “d” é a correta,

pois o art. 187 se identifica com o abuso de direito, conforme visto em

aula.

Gabarito letra D.

4. FCC 2010/PGM-TERESINA-PI/Procurador. Para o legislador civil, o

abuso do direito é um ato

a) lícito, embora possa gerar a nulidade de cláusulas contratuais em

relações consumeristas. b) lícito, embora ilegal na aparência.

c) ilícito objetivo, caracterizado pelo desvio de sua finalidade social ou econômica ou contrário à boa-fé e aos bons costumes.

d) ilícito, necessitado da prova de má-fé do agente para sua caracterização.

e) ilícito abstratamente, mas que não implica dever indenizatório moral.

Comentário: Questão literal do art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um

direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Gabarito letra C.

5. FCC 2005/PGE-SE/Procurador. Constitui ato ilícito aquele praticado

a) em estado de necessidade.

b) em legítima defesa de outrem. c) com abuso de direito.

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d) no exercício regular de um direito reconhecido, salvo com

autorização judicial. e) com reserva mental.

Comentário: Para a resolução desta questão vamos utilizar os artigos

187 e 188. No art. 187 temos o conceito de abuso de direito. No art. 188 temos os excludentes de ilicitude, os atos que não são considerados atos

ilícitos, são eles: a legítima defesa (inciso I), o exercício regular de um direito (inciso I) e o estado de necessidade (inciso II).

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,

excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito

reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de

remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites

do indispensável para a remoção do perigo.

Gabarito letra C.

6. MPE-SP - 2006 - MPE-SP - Promotor de Justiça. O art. 188 do

Código Civil prevê três causas de exclusão de ilicitude, que não acarretam no dever de indenizar. São elas:

a) legítima defesa, erro substancial e estado de necessidade.

b) legítima defesa, estado de necessidade e dolo bilateral. c) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e

dolo bilateral.

d) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e erro substancial.

e) legítima defesa, exercício regular de direito reconhecido e estado de necessidade.

Esta questão é literal do art. 188 do CC. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito

reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites

do indispensável para a remoção do perigo.

Gabarito letra E.

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7. FGV 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual. A

respeito do ato ilícito, é correto afirmar que:

a) o Código Civil dispõe que constitui ato ilícito lesão causada à pessoa, ainda que para a remoção de perigo iminente.

b) comete ato ilícito aquele que, mesmo por omissão voluntária, cause dano a outrem, ainda que o dano seja exclusivamente moral.

c) não comete ato ilícito aquele que exceda manifestamente os limites impostos pelos bons costumes, desde que seja titular de um direito

e o esteja exercendo. d) quando a destruição de coisa de outrem se der a fim de remover

perigo iminente, ainda que exceda os limites do indispensável, não configurará ato ilícito.

e) atos praticados em legítima defesa, para o Direito Civil, constituem ato ilícito, sendo exigível a reparação de eventuais danos

patrimoniais decorrentes.

Para esta questão usaremos os seguintes artigos:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,

excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

Destes artigos temos os conceitos de ato ilícito, de abuso de direito e os

casos em que não consideram atos ilícitos. Gabarito letra B.

8. FCC 2005/PGE-SE/Procurador do Estado. Constitui ato ilícito

aquele praticado

a) em estado de necessidade. b) em legítima defesa de outrem.

c) com abuso de direito. d) no exercício regular de um direito reconhecido, salvo com

autorização judicial. e) com reserva mental.

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Comentário:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim

econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Abuso de direito.

O artigo 187 trata do abuso de direito.

Gabarito letra C.

9. FCC 2005/TCE-PI/Auditor. NÃO constitui ato ilícito, mas nem

sempre o agente ficará isento de reparar o dano, aquele praticado

a) por pessoa incapaz.

b) em legítima defesa. c) no exercício regular de direito.

d) em estado de necessidade. e) na condição de preposto, ainda que tenha obrado com dolo ou

culpa.

Comentário: Comentamos que quando houver dano, normalmente será

necessário indenizar, mesmo que sem culpa. É a situação apresentada pelo §único do art. 188 que nos remete ao estado de necessidade.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito

reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a

fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente

quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

Entenda que o CC é bastante claro, as circunstancias devem tornar o ato absolutamente necessário e também não pode este ato exceder os limites

do indispensável para remoção do perigo. Estamos diante do estado de

necessidade.

Gabarito letra D.

10. FCC 2004/TRT 17ª/Técnico Judiciário. Não comete ato ilícito

aquele que

a) causar dano a outrem, ao praticar o ato no exercício regular de um

direito reconhecido. b) violar direito e causar dano exclusivamente moral a outrem, por

omissão voluntária.

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c) exceder manifestamente os limites impostos pelo fim econômico ou

social do direito que, como titular, vier a exercer. d) exceder manifestamente os limites impostos pela boa-fé ao exercer

o direito de que é titular. e) destruir coisa alheia, a fim de remover perigo iminente, mesmo

excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

Comentário:

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo

os limites do indispensável para a remoção do perigo.

Gabarito letra A.

11. FCC 2012/TRF 2ª/AJAJ – Execução de Mandatos. A prescrição

a) da pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários

judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários, ocorre em três anos.

b) ocorrerá em cinco anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

c) interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

d) da pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular ocorre em um ano.

e) iniciada contra uma pessoa não continua a correr contra o seu sucessor, seja ascendente, descendente, cônjuge ou colateral.

Comentário:

a) errado. Art. 206. Prescreve:

§ 1o Em um ano:

...

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais,

árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

b) errado. Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe

haja fixado prazo menor.

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c) correto. Art. 202, parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a

correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

d) errado. Art. 206. Prescreve:

...

§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

e) errado. Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr

contra o seu sucessor

Gabarito letra C.

12. FCC 2012/TRF 2ª/AJAJ. Gabriela, perita, é proprietária de um conjunto comercial na região da Av. Copacabana, no Rio de Janeiro -

Capital. Seu inquilino Sandoval está injustamente sem pagar os aluguéis devidos desde Fevereiro de 2008. De acordo com o Código Civil brasileiro,

Gabriela

a) terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em

vista que o prazo prescricional neste caso é de sete anos. b) terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em

vista que o prazo prescricional neste caso é o comum de dez anos. c) não terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo

em vista que o prazo prescricional neste caso é de dois anos. d) terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em

vista que o prazo prescricional neste caso é de cinco anos. e) não terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo

em vista que o prazo prescricional neste caso é de três anos.

Comentário:

Art. 206. Prescreve:

...

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

Gabarito letra E.

13. FCC 2011/TRE-AP/Analista Judiciário - Área Judiciária. Marina,

advogada, foi contratada por Gabriela para ajuizar execução de contrato particular não cumprido mediante o pagamento de honorários

advocatícios no valor de R$ 7.000,00, a serem pagos até o trânsito em julgado da demanda. O mencionado processo transitou em julgado, mas

Gabriela não efetuou o pagamento dos honorários de Marina. Neste caso,

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segundo o Código Civil brasileiro, a pretensão relativa aos honorários

advocatícios de Marina prescreverá no prazo, contado do trânsito em julgado da demanda, de

a) dois anos. b) um ano.

c) cinco anos. d) três anos.

e) dez anos.

Comentário:

Art. 206. Prescreve

§ 5o Em cinco anos:

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores

judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos

ou mandato;

Gabarito letra C.

14. FCC 2011/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário - Execução de Mandados. Prescreve em três anos a pretensão

a) relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. b) de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público

ou particular. c) do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

d) dos profissionais liberais em geral pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços ou cessação dos respectivos

contratos. e) do beneficiário contra o segurador e a do terceiro prejudicado, no

caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

Comentário:

Art. 206. Prescreve

§ 3o Em três anos:

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil

obrigatório.

Gabarito letra E.

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15. FCC 2011/DPE-RS/Defensor Público. Incidência dos Institutos da

prescrição e da decadência na teoria das invalidades do negócio jurídico.

a) Segundo o Código Civil, as nulidades, por ofenderem interesse

público, podem ser arguidas pelas partes, sendo vedado ao juiz conhecê-las de ofício em processo que verse sobre a validade de

determinado negócio jurídico. b) O negócio jurídico nulo não convalesce pelo decurso do tempo,

razão pela qual apenas as anulabilidades estão sujeitas a prazos prescricionais.

c) A invalidade do instrumento contratual induz necessariamente a invalidade do negócio jurídico.

d) A decretação judicial é necessária para o reconhecimento de nulidades e anulabilidades, pois estas espécies de vícios não têm

efeito antes de julgados por sentença. e) Respeitada a intenção das partes, é cabível a manutenção do

negócio jurídico no caso de reconhecimento de invalidade parcial, a

qual não o prejudicará na parte válida se desta for separável.

Comentário:

A alternativa que está correta é a letra “e”, de acordo com o art. 184.

Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a

invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Agora, de acordo com os artigos do CC, vamos ver porque as demais alternativas estão erradas.

A alternativa “a” está errada de acordo com o art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou

pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando

conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas,

não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.

A alternativa “b” está errada de acordo com o art. 178. É de quatro anos

o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,

do dia em que se realizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

A alternativa “c” está errada de acordo com o art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder

provar-se por outro meio.

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E a alternativa “d” está errada de acordo com o art. 177. A anulabilidade

não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a

alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.

Gabarito letra E.

16. FCC 2010/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário -

Execução de Mandados. A prescrição

a) é a extinção do direito pela falta de exercício dentro do prazo

prefixado, atingindo indiretamente a ação. b) poderá ser renunciada pelo interessado, depois que se consumar,

desde que não haja prejuízo de terceiro. c) poderá ter seus prazos alterados por acordo das partes, em razão

da liberdade de contratar. d) só pode ser alegada pela parte a quem aproveita até a sentença de

primeira instância.

e) suspensa em favor de um dos credores solidários aproveitará os outros se a obrigação for divisível.

Comentário:

Vamos ver as alternativas:

A alternativa “a” está errada, pois como estudamos em aula a prescrição

atinge a ação e de forma indireta atinge o direito. Na alternativa está ao contrário.

A alternativa “b” está correta de acordo com o art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem

prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com

a prescrição.

A alternativa “c” está errada de acordo com o art. 192. Os prazos de

prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

A alternativa “d” está errada de acordo com o art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem

aproveita.

E a alternativa “e” está errada de acordo com o art. 201. Suspensa a

prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Gabarito letra B.

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17. FCC 2010/SEFIN-RO/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais. De

acordo com o Código Civil brasileiro, é INCORRETO afirmar:

a) A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado

prazo menor. b) Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só

aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. c) A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a

interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. d) A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá,

sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar.

e) Prescreve em cinco anos a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa e a pretensão de reparação civil.

Comentário:

Art. 206. Prescreve

§ 3o Em três anos:

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

Gabarito letra E

18. FCC 2010/TRE-AC/Analista Judiciário - Área Judiciária. Jane

por deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. Gilberto, por causa transitória, não pode exprimir

sua vontade e Morgana é excepcional, sem desenvolvimento mental completo. De acordo com o Código Civil brasileiro, NÃO corre a prescrição

contra

a) Gilberto e Morgana.

b) Jane, Gilberto e Morgana. c) Jane e Gilberto.

d) Jane e Morgana.

e) Jane, apenas.

Comentário:

Art. 198, I. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de

que trata o art. 3º;

Por sua vez art. 3º diz: Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer

pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos;

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II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o

necessário discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir

sua vontade.

Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os

exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os pródigos.

Assim, Jane e Gilberto são absolutamente incapazes, e Morgana é relativamente incapaz, e é só para ela que irá correr a prescrição.

Gabarito letra C.

19. FCC 2009/TCE-GO/Analista de Controle Externo – Direito. A

respeito da decadência, considere:

I. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode

alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

II. A decadência não corre contra os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

III. O protesto cambial sempre interrompe o prazo decadencial.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I. b) I e II.

c) I e III. d) II e III.

e) III.

Comentário:

Vamos observar as afirmativas:

A afirmativa I está correta de acordo com o art. 211. Se a decadência for

convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

A afirmativa II está correta de acordo com o art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I”. Relembrando o que

está disposto no art. 198, I. Art. “Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º;

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A afirmativa III está errada, pois o protesto cambial interrompe a

prescrição de acordo com o art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: III - por protesto cambial;

Gabarito letra B.

20. FCC 2009/PGE-SP/Procurador. Em tema de prescrição, é correto afirmar:

a) Não corre prescrição pendendo condição resolutiva expressa. b) Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo

criminal, a prescrição terá seu curso normal, devendo ser comunicado àquele juízo eventual apuração de responsabilidade

civil para fins probatórios. c) A prescrição ocorre em 20 (vinte) anos, quando a lei não lhe haja

fixado prazo menor. d) Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só

aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

e) Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos pelo Código Civil, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido

mais de 1/3 (um terço) do tempo decorrido estabelecido na lei revogada.

Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

A alternativa “a” está errada de acordo com o art. 199. Não corre

igualmente a prescrição: I - pendendo condição suspensiva;

A alternativa “b” está errada de acordo com o art. 200. Quando a ação se

originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

A alternativa “c” está errada de acordo com o art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

A alternativa “d” está correta de acordo com o art. 201. Suspensa a

prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. Questão literal.

A alternativa “e” está errada de acordo com o art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de

sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.

Gabarito letra D.

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21. FCC 2009/TRT - 7ª Região (CE)/Analista Judiciário - Área

Judiciária. NÃO se inclui dentre as causas que interrompem a prescrição

a) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe

reconhecimento do direito pelo devedor. b) o despacho do juiz incompetente que ordenar a citação, se o

interessado a promover no prazo e na forma da lei processual. c) a apresentação, pela segunda vez, do título de crédito em concurso

de credores. d) o protesto cambial.

e) o despacho do juiz competente que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual.

Comentário:

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se

o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário

ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

Assim, de acordo com o artigo visto a primeira vez que é apresentado o título de crédito já bastará para interromper a prescrição.

Gabarito letra C.

22. FCC 2008/MPE-CE/Promotor de Justiça. Considere as seguintes afirmações a respeito da prescrição e decadência, reguladas pelo Código

Civil:

I. Pode o Juiz, de ofício, reconhecer a ocorrência da prescrição e da decadência legal ou convencional.

II. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva,

embora a responsabilidade civil seja independente da criminal.

III. Salvo se se tratar de obrigações ou direitos indivisíveis, a interrupção

da prescrição por um dos credores solidários, não aproveita aos outros, assim como a interrupção efetivada contra o devedor solidário não

envolve os demais ou seus herdeiros.

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IV. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só

aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

V. Não corre o prazo prescricional, nem o prazo decadencial contra os

absolutamente incapazes.

Estão corretas as afirmações

a) III, IV e V. b) II, IV e V.

c) II, III e IV. d) I, III e V.

e) I, III e IV.

Comentário:

Vamos analisar as afirmativas:

Para a afirmativa I vamos utilizar o art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau

de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. Afirmativa

errada.

Para a afirmativa II vamos utilizar o art. 200. Quando a ação se originar

de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. Afirmativa correta.

Para a afirmativa III vamos utilizar o art. 204, § 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a

interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. Afirmativa errada, pois falou o contrário do que está no

artigo.

Para a afirmação IV vamos utilizar o art. 201. Suspensa a prescrição em

favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. Afirmação correta, cópia literal do artigo.

Para a afirmação V vamos utilizar o art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; e também

o art. 208. “Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso

I. Afirmação correta.

Gabarito letra B.

23. FCC 2008/TRT - 18ª Região (GO)/Analista Judiciário - Área

Judiciária - Execução de Mandados. NÃO interrompe a prescrição

a) a apresentação de título já protestado em concurso de credores.

b) o despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual.

c) o protesto cambial. d) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor.

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e) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe no

reconhecimento do direito pelo devedor.

Comentário:

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei

processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em

concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que

importe reconhecimento do direito pelo devedor.

Assim, a única alternativa que não está prevista no artigo é a letra “a”.

Gabarito letra A.

24. Estratégia concursos - Simulado AFRF-2012. Sobre os institutos da prescrição e da decadência, assinale a alternativa correta.

a) Qualquer ato, mesmo que presumido, importando em reconhecimento do direito pelo devedor é motivo de interrupção da

prescrição. b) O impedimento e a suspensão da prescrição fazem cessar

temporariamente o seu curso. A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários estende-se aos demais credores, se a

obrigação for divisível. c) Não corre a prescrição contra o menor com 16 anos e igualmente

contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas.

d) A regra é ser toda ação prescritível. Tal regra, no entanto, não é absoluta, porque lhe escapam aos efeitos, por exemplo, os direitos

que se prendem imediatamente à personalidade ou ao estado das pessoas.

e) Tanto a decadência, se convencional, quanto a prescrição devem ser reconhecidas de ofício pelo magistrado.

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Comentário:

a) Item incorreto. O ato precisa ser inequívoco. Segundo Caio Mário da Silva Pereira12: “É preciso que se positive bem a existência do ato

pelo devedor, o qual não se pode presumir”. Art. 202, inciso VI. Por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe

reconhecimento do direito pelo devedor.

b) Item incorreto. O impedimento e a suspensão da prescrição fazem cessar, temporariamente, seu curso. No entanto quando

houver suspensão da prescrição contra um dos credores solidários, somente haverá a suspensão também para os demais credores se a

obrigação for indivisível.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores

solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

c) Item incorreto. O menor com 16 anos é relativamente incapaz.

Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (trata-se dos

absolutamente incapazes) II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos

Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em

tempo de guerra.

d) Item correto. A regra de toda pretensão sofrer prescrição, entretanto, não é absoluta, uma vez que existem direitos que por

sua natureza, são incompatíveis com o instituto da prescrição. Desse modo, não se acham sujeitos a limites de tempo e não se

extinguem pela prescrição, dentre outras, as ações que versem sobre os direitos de personalidade, o estado da pessoa e as ações

referentes ao estado de família.

e) Item incorreto. Tanto a decadência, se estabelecida por lei,

quanto a prescrição13 serão reconhecidas de ofício pelo juiz, independente da arguição do interessado.

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz

não pode suprir a alegação.

Gabarito letra D.

12

Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed., pág. 590. 13

Mudança dada pela lei nº 11.280, de 16 de fevereiro de 2006, que revogou o artigo 194 do CC, em busca de maior celeridade processual. Assim, o Juiz pronunciará de ofício, também, a prescrição.

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25. FCC 2012/TRT 4ª/Juiz. Com relação à prescrição, é correto afirmar que

a) iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. b) não corre contra os relativamente incapazes.

c) se admite apenas a renúncia expressa à prescrição. d) não pode ser declarada de ofício.

e) os prazos de prescrição podem ser alterados, mas desde que por acordo expresso.

Comentário:

Alternativa “a” correta. Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

Alternativa “b” errada. Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados

ou dos Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo

de guerra.

Alternativa “c” errada. Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser

expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se

presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

Alternativa “d” errada. Lembre do que estudamos em aula tanto a

decadência (se estabelecida por lei) quanto a prescrição serão reconhecidas de ofício pelo juiz, independente da arguição do interessado.

Alternativa “e” errada. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

Gabarito letra A.

26. FCC 2010/TRT 8ª (PA e AP)/Analista. A prescrição

a) é a extinção do direito pela falta de exercício dentro do prazo prefixado, atingindo indiretamente a ação.

b) poderá ser renunciada pelo interessado, depois que se consumar, desde que não haja prejuízo de terceiro.

c) poderá ter seus prazos alterados por acordo das partes, em razão da liberdade de contratar.

d) só pode ser alegada pela parte a quem aproveita até a sentença de primeira instância.

e) suspensa em favor de um dos credores solidários aproveitará os outros se a obrigação for divisível.

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Comentário:

Alternativa “a” errada. A prescrição é a extinção da ação pela falta de

exercício dentro do prazo prefixado, atingindo indiretamente o direito.

Alternativa “b” correta. Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser

expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se

presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

Alternativa “c” errada. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser

alterados por acordo das partes.

Alternativa “d” errada. Art. 193. A prescrição pode ser alegada em

qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.

Alternativa “e” errada. Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um

dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Gabarito letra B.

27. FCC 2010/PGM-Teresina-PI/Procurador. No que se refere à

prescrição:

a) Os prazos prescricionais da pretensão e da exceção são autônomos.

b) O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo.

c) Seus prazos podem ser alterados pela vontade das partes, se maiores e capazes.

d) Deve ser alegada na primeira oportunidade processual, sob pena de se tratar de matéria preclusa.

e) Iniciada contra uma pessoa, não corre contra o seu sucessor.

Comentário:

Alternativa “a” errada. Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em

que a pretensão.

Alternativa “b” correta. Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem

os arts. 205 e 206.

Alternativa “c” errada. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser

alterados por acordo das partes.

Alternativa “d” errada. Art. 193. A prescrição pode ser alegada em

qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.

Alternativa “e” errada. Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa

continua a correr contra o seu sucessor.

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Gabarito letra B.

28. FCC 2012/TCE-AP/Analista. Em matéria de prescrição, é correto

afirmar:

a) a renuncia da prescrição só pode ser expressa.

b) os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes. c) o juiz não pode reconhecer a prescrição de ofício.

d) a interrupção da prescrição poderá ocorrer mais de uma vez. e) a exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Comentário:

Alternativa “a” errada. Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,

depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

Alternativa “b” errada. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser

alterados por acordo das partes.

Alternativa “c” errada. Novamente lembre-se da aula: tanto a decadência

(se estabelecida por lei) quanto a prescrição serão reconhecidas de ofício pelo juiz, independente da arguição do interessado.

Alternativa “d” errada. Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

Alternativa “e” correta. Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Gabarito letra E.

29. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. O Código Civil brasileiro estabeleceu prazos específicos para a ocorrência da prescrição em

diversas hipóteses. Assim, segundo este diploma legal a pretensão para juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em

períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela, prescreve

em

a) uma ano. b) dois anos.

c) três anos. d) quatro anos.

e) cinco anos.

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Comentário:

Art. 206. Prescreve: § 3o Em três anos: III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em

períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

Gabarito letra C.

30. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. De acordo com o Código Civil

brasileiro, salvo disposição legal em contrário, à decadência

a) não se aplicam as normas que impedem, suspendem ou

interrompem a prescrição. b) aplicam-se as normas que impedem, suspendem ou interrompem a

prescrição. c) aplicam-se apenas as normas que impedem a prescrição, sem

exceção. d) aplicam-se apenas as normas que suspendem ou interrompem a

prescrição.

e) aplicam-se as normas que impedem a prescrição, com exceção das relacionadas à pessoa absolutamente incapaz de exercer os atos da

vida civil.

Comentário:

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à

decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.

Gabarito letra A.

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LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO.

1. FCC 2009/TJ-PA/Auxiliar Judiciário. O Código Civil estabelece que

não constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido, sendo correto dizer que

a) Se por engano ou erro de pontaria terceira pessoa vier a ser atingida, o agente ainda que atingido em legítima defesa deve

reparar o dano. b) O agente que tiver agido com erro de pontaria atingir terceiro, não

terá direito à ação regressiva contra o injusto agressor. c) A legítima defesa putativa praticada contra o agressor deixa de ser

ato ilícito apesar do dano causado, e impede a ação de ressarcimento de danos.

d) Só a legítima defesa putativa, e praticada contra o agressor deixa de ser ato ilícito.

e) Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legítima

defesa, não há falar em ação de ressarcimento em favor de terceiro eventualmente atingido pelo agente.

2. FCC 2006/Estado-PB/Auditor Fiscal da Receita Estadual. A

deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente

a) sempre constituem atos ilícitos, porque a lei proíbe o exercício arbitrário das próprias razões.

b) não constituem atos ilícitos e sempre eximem o seu autor da obrigação de indenizar.

c) não constituem atos ilícitos somente quando as circunstâncias os tornarem absolutamente necessário e nem sempre eximem o seu

autor da obrigação de indenizar. d) constituem atos ilícitos, porém o seu autor sempre ficará isento da

obrigação de indenizar.

e) consubstanciam atos de legítima defesa e isentam seu autor da obrigação de indenizar, salvo se foi o causador do perigo.

3. FCC 2005/TCE-SP/Agente da Fiscalização Financeira. Analise as

seguintes disposições do Código Civil e indique a interpretação correta.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim

econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

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I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito

reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a

fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando

as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

a) o estado de necessidade não exclui a ilicitude do ato.

b) O artigo 186 se refere à responsabilidade civil objetiva. c) O artigo 188 estabelece a identificação entre a responsabilidade civil

e penal. d) O artigo 187 se identifica com o abuso e direito.

e) Embora praticado o ato em legítima defesa ou no exercício regular de direito o agente sempre ficará obrigado a reparar o dano.

4. FCC 2010/PGM-TERESINA-PI/Procurador. Para o legislador civil, o abuso do direito é um ato

a) lícito, embora possa gerar a nulidade de cláusulas contratuais em relações consumeristas.

b) lícito, embora ilegal na aparência. c) ilícito objetivo, caracterizado pelo desvio de sua finalidade social ou

econômica ou contrário à boa-fé e aos bons costumes. d) ilícito, necessitado da prova de má-fé do agente para sua

caracterização. e) ilícito abstratamente, mas que não implica dever indenizatório

moral.

5. FCC 2005/PGE-SE/Procurador. Constitui ato ilícito aquele praticado

a) em estado de necessidade.

b) em legítima defesa de outrem.

c) com abuso de direito. d) no exercício regular de um direito reconhecido, salvo com

autorização judicial. e) com reserva mental.

6. MPE-SP - 2006 - MPE-SP - Promotor de Justiça. O art. 188 do

Código Civil prevê três causas de exclusão de ilicitude, que não acarretam no dever de indenizar. São elas:

a) legítima defesa, erro substancial e estado de necessidade.

b) legítima defesa, estado de necessidade e dolo bilateral.

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c) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e

dolo bilateral. d) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e

erro substancial. e) legítima defesa, exercício regular de direito reconhecido e estado de

necessidade.

7. FGV 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual. A respeito do ato ilícito, é correto afirmar que:

a) o Código Civil dispõe que constitui ato ilícito lesão causada à

pessoa, ainda que para a remoção de perigo iminente. b) comete ato ilícito aquele que, mesmo por omissão voluntária, cause

dano a outrem, ainda que o dano seja exclusivamente moral. c) não comete ato ilícito aquele que exceda manifestamente os limites

impostos pelos bons costumes, desde que seja titular de um direito

e o esteja exercendo. d) quando a destruição de coisa de outrem se der a fim de remover

perigo iminente, ainda que exceda os limites do indispensável, não configurará ato ilícito.

e) atos praticados em legítima defesa, para o Direito Civil, constituem ato ilícito, sendo exigível a reparação de eventuais danos

patrimoniais decorrentes.

8. FCC 2005/PGE-SE/Procurador do Estado. Constitui ato ilícito aquele praticado

a) em estado de necessidade. b) em legítima defesa de outrem.

c) com abuso de direito. d) no exercício regular de um direito reconhecido, salvo com

autorização judicial.

e) com reserva mental.

9. FCC 2005/TCE-PI/Auditor. NÃO constitui ato ilícito, mas nem sempre o agente ficará isento de reparar o dano, aquele praticado

a) por pessoa incapaz. b) em legítima defesa.

c) no exercício regular de direito. d) em estado de necessidade.

e) na condição de preposto, ainda que tenha obrado com dolo ou culpa.

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10. FCC 2004/TRT 17ª/Técnico Judiciário. Não comete ato ilícito

aquele que

a) causar dano a outrem, ao praticar o ato no exercício regular de um

direito reconhecido. b) violar direito e causar dano exclusivamente moral a outrem, por

omissão voluntária. c) exceder manifestamente os limites impostos pelo fim econômico ou

social do direito que, como titular, vier a exercer. d) exceder manifestamente os limites impostos pela boa-fé ao exercer

o direito de que é titular. e) destruir coisa alheia, a fim de remover perigo iminente, mesmo

excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

11. FCC 2012/TRF 2ª/AJAJ – Execução de Mandatos. A prescrição

a) da pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários

judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas

e honorários, ocorre em três anos. b) ocorrerá em cinco anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo

menor. c) interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,

ou do último ato do processo para a interromper. d) da pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de

instrumento público ou particular ocorre em um ano. e) iniciada contra uma pessoa não continua a correr contra o seu

sucessor, seja ascendente, descendente, cônjuge ou colateral.

12. FCC 2012/TRF 2ª/AJAJ. Gabriela, perita, é proprietária de um conjunto comercial na região da Av. Copacabana, no Rio de Janeiro -

Capital. Seu inquilino Sandoval está injustamente sem pagar os aluguéis devidos desde Fevereiro de 2008. De acordo com o Código Civil brasileiro,

Gabriela

a) terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso é de sete anos.

b) terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso é o comum de dez anos.

c) não terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso é de dois anos.

d) terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso é de cinco anos.

e) não terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso é de três anos.

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13. FCC 2011/TRE-AP/Analista Judiciário - Área Judiciária. Marina,

advogada, foi contratada por Gabriela para ajuizar execução de contrato particular não cumprido mediante o pagamento de honorários

advocatícios no valor de R$ 7.000,00, a serem pagos até o trânsito em julgado da demanda. O mencionado processo transitou em julgado, mas

Gabriela não efetuou o pagamento dos honorários de Marina. Neste caso, segundo o Código Civil brasileiro, a pretensão relativa aos honorários

advocatícios de Marina prescreverá no prazo, contado do trânsito em julgado da demanda, de

a) dois anos. b) um ano.

c) cinco anos. d) três anos.

e) dez anos.

14. FCC 2011/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário -

Execução de Mandados. Prescreve em três anos a pretensão

a) relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.

b) de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular.

c) do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. d) dos profissionais liberais em geral pelos seus honorários, contado o

prazo da conclusão dos serviços ou cessação dos respectivos contratos.

e) do beneficiário contra o segurador e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

15. FCC 2011/DPE-RS/Defensor Público. Incidência dos Institutos da

prescrição e da decadência na teoria das invalidades do negócio jurídico.

a) Segundo o Código Civil, as nulidades, por ofenderem interesse

público, podem ser arguidas pelas partes, sendo vedado ao juiz

conhecê-las de ofício em processo que verse sobre a validade de determinado negócio jurídico.

b) O negócio jurídico nulo não convalesce pelo decurso do tempo, razão pela qual apenas as anulabilidades estão sujeitas a prazos

prescricionais. c) A invalidade do instrumento contratual induz necessariamente a

invalidade do negócio jurídico. d) A decretação judicial é necessária para o reconhecimento de

nulidades e anulabilidades, pois estas espécies de vícios não têm efeito antes de julgados por sentença.

e) Respeitada a intenção das partes, é cabível a manutenção do negócio jurídico no caso de reconhecimento de invalidade parcial, a

qual não o prejudicará na parte válida se desta for separável.

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16. FCC 2010/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Execução de Mandados. A prescrição

a) é a extinção do direito pela falta de exercício dentro do prazo prefixado, atingindo indiretamente a ação.

b) poderá ser renunciada pelo interessado, depois que se consumar, desde que não haja prejuízo de terceiro.

c) poderá ter seus prazos alterados por acordo das partes, em razão da liberdade de contratar.

d) só pode ser alegada pela parte a quem aproveita até a sentença de primeira instância.

e) suspensa em favor de um dos credores solidários aproveitará os outros se a obrigação for divisível.

17. FCC 2010/SEFIN-RO/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais. De

acordo com o Código Civil brasileiro, é INCORRETO afirmar:

a) A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

b) Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

c) A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

d) A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se

consumar. e) Prescreve em cinco anos a pretensão de ressarcimento de

enriquecimento sem causa e a pretensão de reparação civil.

18. FCC 2010/TRE-AC/Analista Judiciário - Área Judiciária. Jane por deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática

dos atos da vida civil. Gilberto, por causa transitória, não pode exprimir

sua vontade e Morgana é excepcional, sem desenvolvimento mental completo. De acordo com o Código Civil brasileiro, NÃO corre a prescrição

contra

a) Gilberto e Morgana.

b) Jane, Gilberto e Morgana. c) Jane e Gilberto.

d) Jane e Morgana. e) Jane, apenas.

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19. FCC 2009/TCE-GO/Analista de Controle Externo – Direito. A

respeito da decadência, considere:

I. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode

alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

II. A decadência não corre contra os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

III. O protesto cambial sempre interrompe o prazo decadencial.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I. b) I e II.

c) I e III. d) II e III.

e) III.

20. FCC 2009/PGE-SP/Procurador. Em tema de prescrição, é correto

afirmar:

a) Não corre prescrição pendendo condição resolutiva expressa.

b) Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, a prescrição terá seu curso normal, devendo ser

comunicado àquele juízo eventual apuração de responsabilidade civil para fins probatórios.

c) A prescrição ocorre em 20 (vinte) anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

d) Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

e) Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos pelo Código Civil, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido

mais de 1/3 (um terço) do tempo decorrido estabelecido na lei revogada.

21. FCC 2009/TRT - 7ª Região (CE)/Analista Judiciário - Área Judiciária. NÃO se inclui dentre as causas que interrompem a prescrição

a) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

b) o despacho do juiz incompetente que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual.

c) a apresentação, pela segunda vez, do título de crédito em concurso de credores.

d) o protesto cambial. e) o despacho do juiz competente que ordenar a citação, se o

interessado a promover no prazo e na forma da lei processual.

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22. FCC 2008/MPE-CE/Promotor de Justiça. Considere as seguintes afirmações a respeito da prescrição e decadência, reguladas pelo Código

Civil:

I. Pode o Juiz, de ofício, reconhecer a ocorrência da prescrição e da

decadência legal ou convencional.

II. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo

criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva, embora a responsabilidade civil seja independente da criminal.

III. Salvo se se tratar de obrigações ou direitos indivisíveis, a interrupção da prescrição por um dos credores solidários, não aproveita aos outros,

assim como a interrupção efetivada contra o devedor solidário não envolve os demais ou seus herdeiros.

IV. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

V. Não corre o prazo prescricional, nem o prazo decadencial contra os

absolutamente incapazes.

Estão corretas as afirmações

a) III, IV e V. b) II, IV e V.

c) II, III e IV. d) I, III e V.

e) I, III e IV.

23. FCC 2008/TRT - 18ª Região (GO)/Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados. NÃO interrompe a prescrição

a) a apresentação de título já protestado em concurso de credores. b) o despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se

o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual. c) o protesto cambial.

d) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor.

e) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe no reconhecimento do direito pelo devedor.

24. Estratégia concursos - Simulado AFRF-2012. Sobre os institutos da prescrição e da decadência, assinale a alternativa correta.

a) Qualquer ato, mesmo que presumido, importando em reconhecimento do direito pelo devedor é motivo de interrupção da

prescrição.

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b) O impedimento e a suspensão da prescrição fazem cessar

temporariamente o seu curso. A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários estende-se aos demais credores, se a

obrigação for divisível. c) Não corre a prescrição contra o menor com 16 anos e igualmente

contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas. d) A regra é ser toda ação prescritível. Tal regra, no entanto, não é

absoluta, porque lhe escapam aos efeitos, por exemplo, os direitos que se prendem imediatamente à personalidade ou ao estado das

pessoas. e) Tanto a decadência, se convencional, quanto a prescrição devem

ser reconhecidas de ofício pelo magistrado.

25. FCC 2012/TRT 4ª/Juiz. Com relação à prescrição, é correto afirmar que

a) iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

b) não corre contra os relativamente incapazes. c) se admite apenas a renúncia expressa à prescrição.

d) não pode ser declarada de ofício. e) os prazos de prescrição podem ser alterados, mas desde que por

acordo expresso.

26. FCC 2010/TRT 8ª (PA e AP)/Analista. A prescrição

a) é a extinção do direito pela falta de exercício dentro do prazo

prefixado, atingindo indiretamente a ação. b) poderá ser renunciada pelo interessado, depois que se consumar,

desde que não haja prejuízo de terceiro. c) poderá ter seus prazos alterados por acordo das partes, em razão da

liberdade de contratar. d) só pode ser alegada pela parte a quem aproveita até a sentença de

primeira instância.

e) suspensa em favor de um dos credores solidários aproveitará os outros se a obrigação for divisível.

27. FCC 2010/PGM-Teresina-PI/Procurador. No que se refere à

prescrição:

a) Os prazos prescricionais da pretensão e da exceção são autônomos.

b) O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo.

c) Seus prazos podem ser alterados pela vontade das partes, se maiores e capazes.

d) Deve ser alegada na primeira oportunidade processual, sob pena de se tratar de matéria preclusa.

e) Iniciada contra uma pessoa, não corre contra o seu sucessor.

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28. FCC 2012/TCE-AP/Analista. Em matéria de prescrição, é correto afirmar:

a) a renuncia da prescrição só pode ser expressa. b) os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes.

c) o juiz não pode reconhecer a prescrição de ofício. d) a interrupção da prescrição poderá ocorrer mais de uma vez.

e) a exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

29. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. O Código Civil brasileiro estabeleceu prazos específicos para a ocorrência da prescrição em

diversas hipóteses. Assim, segundo este diploma legal a pretensão para juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em

períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela, prescreve em

a) uma ano.

b) dois anos. c) três anos.

d) quatro anos. e) cinco anos.

30. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. De acordo com o Código Civil

brasileiro, salvo disposição legal em contrário, à decadência

a) não se aplicam as normas que impedem, suspendem ou

interrompem a prescrição. b) aplicam-se as normas que impedem, suspendem ou interrompem a

prescrição. c) aplicam-se apenas as normas que impedem a prescrição, sem

exceção. d) aplicam-se apenas as normas que suspendem ou interrompem a

prescrição.

e) aplicam-se as normas que impedem a prescrição, com exceção das relacionadas à pessoa absolutamente incapaz de exercer os atos da

vida civil.

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Gabarito:

1.A 2.C 3.D 4.C 5.C 6.E 7.B 8.C 9.D 10.A

11.C 12.E 13.C 14.E 15.E 16.B 17.E 18.C 19.B 20.D

21.C 22.B 23.A 24.D 25.A 26.B 27.B 28.E 29.C 30.A