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MARTINA CORREIA
PODER CONSTITUINTE DIREITO CONSTITUCIONAL
Marcelo Novelino + Pedro Lenza + Gilmar Mendes + Revisao DPU + Questes de Concursos (QC)
CARACTERSTICAS
- Poder constituinte o poder de elaborar ou atualizar uma Constituio, mediante supresso,
modificao ou acrscimo de normas constitucionais.
Titularidade (conceito atual) Titularidade (conceito clssico de Sieys)
POVO (todo poder emanado povo) NAO
- O conceito de poder constituinte originrio derivado dos estudos do abade de Sieys (O que o
Terceiro Estado?). SIEYS ENFATIZA QUE A SOBERANIA POPULAR CONSISTE NO PODER
CONSTITUINTE DA NAO. Para ele, o importante era superar o modo de legitimao do poder
que vigia, baseado na tradio, pelo poder poltico de uma deciso originria, no vinculada ao
direito preexistente, mas nao, como fora que cria a ordem primeira da sociedade.
- Ateno: A TITULARIDADE DO POVO, MAS QUEM EXERCE O ESTADO (ASSEMBLEIA
CONSTITUINTE, REPRESENTANTES DO POVO).
- Assertiva correta do CESPE: o titular do poder constituinte o povo, que, no Brasil, engloba tanto os
brasileiros natos quanto os naturalizados.
- Assertiva correta do CESPE: a soberania popular consiste essencialmente no poder constituinte do
povo.
PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO
- INSTAURA UMA NOVA ORDEM JURDICA E SURGE UM NOVO ESTADO, rompendo por completo
com a ordem jurdica precedente.
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte originrio tem o condo de instaurar uma nova
ordem jurdica por meio de uma nova constituio ou mesmo de um ato institucional.
- A legitimidade do poder originrio, do ponto de vista subjetivo, corresponde titularidade e ao
exerccio do poder (povo e seus representantes). Do ponto de vista objetivo, o poder constituinte
deve consagrar na Constituio um CONTEDO VALORATIVO CORRESPONDENTE AOS ANSEIOS DE
SEU TITULAR.
- Trata-se de um PODER POLTICO, no jurdico.
CORRENTE JUSNATURALISTA CORRENTE POSITIVISTA (Brasil)
O poder originrio, apesar de no encontrar limites no direito positivo anterior, est
subordinado aos princpios do direito natural. um PODER JURDICO.
S existe direito posto pelo Estado. O poder constituinte anterior e se encontra acima de toda e qualquer norma jurdica, devendo ser considerado um PODER POLTICO,
ILIMITADO DO PONTO DE VISTA JURDICO.
- Assertiva errada do CESPE: no que se refere ao poder constituinte originrio, o Brasil adotou a
corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder constituinte originrio ilimitado e apresenta
natureza pr-jurdica. Est errado porque o Brasil adota a corrente positivista.
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- Ateno: essa ausncia de vinculao significa apenas que o poder constituinte no se submete s
normas do direito anterior. No significa que o poder constituinte seja um poder arbitrrio que no
conhea quaisquer limitaes. Ele est LIMITADO PELOS GRANDES PRINCPIOS DO BEM COMUM,
DO DIREITO NATURAL, DA MORAL E DA RAZO.
- Paulo Branco tambm entende que existem LIMITAES POLTICAS inerentes ao exerccio do
poder constituinte originrio: se o poder constituinte a expresso da vontade poltica da nao,
no pode ser entendido sem a referncia aos valores ticos, religiosos, culturais que informam
essa mesma nao e que motivam suas aes.
INICIAL Instaura uma nova ordem jurdica.
AUTNOMO A estruturao da nova Constituio ser determinada, autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originrio.
ILIMITADO JURIDICAMENTE No tem que respeitar os limites postos pelo direito anterior.
INCONDICIONADO E SOBERANO Deve tomar decises sem submisso a qualquer forma prefixada de manifestao.
PODER DE FATO E PODER POLTICO Tem natureza pr-jurdica.
PERMANENTE No se esgota com a edio da nova Constituio. Sentido de que o homem, embora tenha tomado uma deciso, pode rev-la
posteriormente.
- Assertiva correta do CESPE: segundo a doutrina majoritria, o poder constituinte permanente,
uma vez que, ao contrrio da assembleia constituinte, cuja atuao se exaure com a promulgao da
Constituio, no desaparece com a entrada em vigor da carta constitucional.
- Assertiva errada do CESPE: o poder constituinte originrio, responsvel pela elaborao de uma
nova Constituio, extingue-se com a concluso de sua obra.
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte originrio inicial, autnomo, ilimitado
juridicamente, incondicionado. No Brasil, prevalece o entendimento de que o poder constituinte
originrio totalmente ilimitado. Ele pode se manifestar tanto por meio de uma assembleia
nacional constituinte quanto por meio de outorga decorrente de declarao unilateral de
determinado agente revolucionrio.
- Assertiva errada do CESPE: o Brasil adotou a teoria segundo a qual o poder constituinte originrio
no totalmente ilimitado, devendo ser respeitadas as normas de direito natural. Assim, PARA O
CESPE, O PODER CONSTITUINTE ILIMITADO.
PODER CONSTITUINTE MATERIAL PODER CONSTITUINTE FORMAL
responsvel por eleger os VALORES A SEREM CONSAGRADOS e a ideia de direito a prevalecer,
definindo o CONTEDO FUNDAMENTAL da Constituio.
O material diz o que constitucional; o formal materializa e sedimenta como Constituio.
O material precede o formal.
Em um segundo momento, o contedo fundamental da Constituio (poder material) FORMALIZADO pelo poder formal, cuja funo consagrar a opo poltica escolhida no plano normativo. sempre POSTERIOR AO MATERIAL:
a ideia de direito precede a regra de direito, o valor comanda a norma. O triunfo de certa ideia ocorre antes de
sua formalizao.
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte formal no se confunde com o poder constituinte
material. Este o poder de autoconformao do Estado segundo certa ideia de direito, enquanto
aquele o poder de decretao de normas com a forma e a fora jurdica prprias das normas
constitucionais. Em outras palavras, enquanto o poder constituinte material tem por fim qualificar
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como constitucional determinadas matrias, o formal atribui a essa escolha uma fora
constitucional.
PODER CONSTITUINTE HISTRICO PODER CONSTITUINTE REVOLUCIONRIA
o que estrutura, pela primeira vez, o Estado. Todos os posteriores ao histrico.
- Assertiva correta do CESPE: denomina-se poder constituinte originrio histrico aquele que cria,
pela primeira vez, um Estado novo, que no existia antes; e poder constituinte originrio
revolucionrio, o poder seguinte ao histrico, que cria um novo Estado mediante uma ruptura com
o Estado anterior.
- H 2 formas de expresso do poder constituinte originrio: a OUTORGA e a ASSEMBLEIA
NACIONAL CONSTITUINTE (ou CONVENO).
- Assertiva errada do CESPE: em determinado pas, como resultado de uma revoluo popular, os
revolucionrios assumiram o poder e declararam revogada a Constituio ento em vigor. Esse
mesmo grupo estabeleceu uma nova ordem constitucional consistente em norma fundamental
elaborada por grupo de juristas escolhido pelo lder dos revolucionrios. A nova Constituio desse
pas no pode ser considerada uma legtima manifestao do poder constituinte originrio, visto que
sua outorga foi feita sem observncia a nenhum procedimento de aprovao predeterminado.
PODER CONSTITUINTE DIFUSO
PEDRO LENZA MARCELO NOVELINO
Para Lenza, o poder constituinte difuso o processo informal de mudana da
Constituio (mutao constitucional), alterando-se o seu sentido interpretativo, no o seu texto, que permanece intacto e
com a mesma literalidade.
Novelino trata o poder difuso como espcie do poder constituinte originrio, em contraposio ao concentrado. Nesse sentido, pode ser CONCENTRADO (o surgimento da Constituio resulta da deliberao formal de um grupo de
agentes, como ocorre no caso das Constituies escritas) ou DIFUSO (processo informal em que a criao de suas normas ocorre a partir da tradio de uma determinada sociedade,
como ocorre com as Constituies consuetudinrias).
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
- CRIADO E INSTITUDO PELO ORIGINRIO E DEVE OBEDECER AS REGRAS IMPOSTAS POR ELE.
- Assertiva errada do CESPE: o poder constituinte derivado, ou de reviso ou reforma, caracteriza-se
por ser inicial, autnomo e incondicionado, corporificando-se por meio de instrumento denominado
emenda constitucional.
- Assertiva correta do CESPE: o poder de reforma recebe, doutrinariamente, as mais diferentes
denominaes, sendo seus sinnimos as expresses poder constituinte derivado ou poder
constituinte de segundo grau.
- ENQUANTO O PODER ORIGINRIO UM PODER POLTICO (OU PODER DE FATO), O DERIVADO
UM PODER JURDICO.
REFORMADOR
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE
REVISOR
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PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
- Revisao DPU: a CF/88 no prev expressamente o poder de reforma, que materializa o poder
constituinte derivado, mas este se encontra IMPLCITO, e se extrai, por exemplo, da norma
constitucional que prev propostas de Emendas Constitucionais. So limites para emendar a CF/88:
LIMITES FORMAIS LIMITES CIRCUNSTANCIAIS LIMITES MATERIAIS
3/5, em cada Casa, 2 turnos Estado de stio, defesa ou interveno federal
Clusulas ptreas