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DIREITO
CONSTITUCIONAL
Profª. Liz Rodrigues
Teoria da Constituição
História Constitucional Brasileira
História Constitucional Brasileira
- Até o momento, a República Federativa do Brasil já teve oito
Constituições. Porém, como diz Sarmento, “se sobram constituições,
faltou-nos constitucionalismo. A maior parte das constituições que
tivemos não logrou limitar de forma eficaz a ação dos governantes
em favor dos direitos dos governados”.
- Datas: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988.
História Constitucional Brasileira
- Constituição Política do Império do Brasil (1824): outorgada,
marcada por forte centralismo administrativo e político.
- Poder Moderador, além dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário.
- Governo monárquico, hereditário, constitucional e representativo.
- Estado unitário – as antigas capitanias foram transformadas em
províncias.
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- Religião oficial: católica apostólica romana. As outras religiões eram
permitidas para culto doméstico ou particular.
- Sufrágio: censitário, baseado em condições socioeconomicas.
- Após a abdicação de D. Pedro I, aos poucos se institui um
parlamentarismo monárquico, durante o Segundo Reinado.
- Constituição semirrigida e dotada de um rol de direitos civis e
políticos.
História Constitucional Brasileira
- Constituição da República Federativa do Brasil de 1891:
- Promulgada. Adota o sistema de governo presidencialista, a forma
republicana de governo e institui a forma federativa de Estado.
- Não há mais religião oficial. Extingue-se o Poder Moderador.
- Abolição da pena de galés, banimento e de morte (exceto em caso
de guerra). Proteção aos direitos civis e políticos. Previsão expressa
do habeas corpus.
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- O voto deixa de ser censitário, mas é vedado ao menores de 21
anos, mulheres, analfabetos, soldados rasos, indígenas e integrantes
do clero.
- O primeiro código eleitoral é de 1932 e adota o voto secreto,
permitindo, também, o voto feminino.
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- Constituição de 1934: adota uma perspectiva de Estado Social de
Direito.
- Eleição por sufrágio universal. Constitucionalização do voto feminino,
com o mesmo valor do masculino.
- Previsão do mandado de segurança e da ação popular.
- Proteção de direitos civis, políticos e sociais. Inclusão dos títulos da
“ordem econômica e social”, “família, educação e cultura” e
“segurança nacional”.
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- Constituição de 1937: Getúlio Vargas, eleito em 1934, decreta estado de
sítio (e, posteriormente, “estado de guerra”) e outorga uma nova
constituição em 1937 (a “Polaca”). “Estado Novo”.
- Proteção de direitos trabalhistas e nacionalização formal da economia.
- O Parlamento foi fechado e houve uma forte influência no Judiciário.
Institui a eleição indireta para o Presidente da República, cujo mandato
deveria durar 6 anos.
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- Nos termos do art. 38, o Poder Legislativo seria exercido pelo
Parlamento Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e
Conselho Federal, auxiliado pelo Conselho da Economia Nacional e
pelo Presidente da República.
- No entanto, a Câmara, o Senado, as Assembleias e Câmaras
Municipais foram dissolvidas, marcando-se eleições futuras para o
novo Parlamento (que nunca chegou a se instalar).
- Nesse meio tempo, o Presidente expedia decretos-leis.
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- Constituição de 1946: O Brasil entra na Segunda Guerra Mundial ao
lado dos Aliados. Em 1945, Vargas foi deposto pelas Forças Armadas.
Em 1946, o General Gaspar Dutra foi eleito presidente.
- Constituição promulgada (Assembleia Constituinte).
- Prevê a transferência da capital para o Planalto Central.
- Congresso Nacional composto por Câmara dos Deputados e Senado
Federal.
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- O mandado de segurança e a ação popular foram restabelecidos. Foi
reconhecido o direito de greve.
- Note que, em 1961, após a renúncia de Janio Quadros, o Congresso
Nacional aprovou o regime parlamentarista, que durou até 1963.
- Em 31/04/1964, temos o golpe militar. A Constituição continua
existindo, mas o país passa a ser governado pelos Atos Institucionais
e Complementares.
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- Constituição de 1967: até há uma Assembleia Constituinte, mas o
processo de elaboração do projeto de constituição não pode ser
considerado democrático, já que o texto foi encaminhado pelo
governo.
- Concentração de poder e preocupação com a manutenção de uma
fachada liberal.
- Há um rol considerável de direitos e garantias; direitos políticos
podiam ser suspensos por até dez anos.
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- Poder Legislativo: Congresso Nacional composto por Câmara e
Senado, formada por representantes eleitos por voto direto e
secreto.
- Poder Executivo: mandatos de 4 anos, eleitos de forma indireta com
os votos do Colégio Eleitoral, composto por membros do Congresso
Nacional e Delegados indicados pelas Assembleias Legislativas dos
Estados. O Presidente legislava por decretos-leis.
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- Ato Institucional n. 5: formalmente, a Constituição de 1967 estava
mantida, mas o Presidente da República passa a poder decretar o
recesso do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras
de Vereadores, por ato complementar em estado de sítio ou fora
dele.
- Além disso (Lenza):
• o Presidente da República, no interesse nacional, poderia decretar a
intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações previstas na
Constituição;
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• os direitos políticos de quaisquer cidadãos poderiam ser suspensos
pelo prazo de 10 anos e cassados os mandatos eletivos federais,
estaduais e municipais;
• ficaram suspensas as garantias constitucionais ou legais de
vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, bem como a de
exercício em funções por prazo certo;
• o Presidente da República, em quaisquer dos casos previstos na
Constituição, poderia decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, fixando
o respectivo prazo;
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• o Presidente da República poderia, após investigação, decretar o
confisco de bens de todos quantos tivessem enriquecido ilicitamente,
no exercício do cargo ou função;
• suspendeu-se a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes
políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e
a economia popular (art. 10 do AI-5);
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• finalmente, a triste previsão do art. 11 do AI-5: “excluem-se de
qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com
este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os
respectivos efeitos”.
- O AI-5 só foi revogado totalmente em 1978. O Congresso Nacional
foi fechado (ato Complementar n. 38, de 1968) e assim permaneceu
por mais de 10 meses.
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- Emenda n. 1 de 1969: considerada um documento constitucional,
por seu caráter revolucionário, institui um governo de “juntas
militares”.
- Constitucionaliza os atos institucionais e mantém a eleição indireta
para Presidente.
- Em 1977, Geisel dissolve (novamente) o Congresso Nacional e baixa
14 emendas, dentre elas a instituição dos “senadores bionicos”,
“eleitos” pelos Colégios Eleitorais Estaduais.
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- Em 1978, tem-se a revogação total do AI-5, a suspensão das
medidas que, com base nele, cassaram direitos políticos e a previsão
de impossibilidade de suspensão do Congresso Nacional pelo
Presidente da República.
- Começa o processo de redemocratização.
- Lei de Anistia (1979), para todos o que cometeram crimes políticos
ou conexos, eleitorais, para os que tiveram direitos políticos
suspensos e para os servidores (dentre outros) que haviam sido
punidos com base nos Atos Institucionais.
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- Em 1985, é instalada uma Assembleia Nacional Constituinte.
- A Constituição da República Federativa do Brasil (1988) foi
promulgada em 05/10/1988.