direito do trabalho - faculdade legale · século xx. tratado de versalhes (1.919, art. 427)...
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DIREITO DO TRABALHO
Jornada geral
Compensação
Turno ininterrupto
Controle de jornada :Art. 62
S. 338 do TST
Aulas 1 e 2
DURAÇÃO DO TRABALHO = atividade e repousos
Há um sistema de equilíbro entre os períodos de atividade
e os repousos previstos para o trabalhador;
Qual é a finalidade desse sistema?
Física/biológica = recuperação da energia orgânica;
Social = convívio social e familiar;
Econômica = manutenção produtividade do trabalhador
DURAÇÃO DO TRABALHO = atividade e repousos
ATIVIDADE
Diária (jornada)
Semanal
Anual
REPOUSOS
Intrajornada
Interjornada
Semanal
Anual (férias)
Jornada do trabalho: conceito
A expressão jornada refere-se à noção de dia (do
italiano: giorno – giornata; do francês: jour - journée
Jornada é um período, durante um dia, em que o
empregado permanece à disposição do empregador,
trabalhando ou aguardando ordens (Art. 4º da CLT);
O horário de trabalho (diferente!) abrange o período que
vai do início ao término da jornada bem como os intervalos
(descansos) que existem durante o seu cumprimento. Ex.:
Art. 74 da CLT trata de horário/quadro de horário.
Jornada do trabalho: história
A limitação da jornada decorreu de luta dos trabalhadores.
Em 1.840 a jornada variava entre 12 e 16 horas (França). A
limitação a 8 horas diárias, nas duas primeiras décadas do
Século XX. Tratado de Versalhes (1.919, Art. 427) incluiu a
limitação a 8 horas de trabalho de modo universal (antes
houve previsões de limitação para menores e mulheres); No
Brasil, Decreto 21.186 e 22/03/1932 e 21.364, de 04/05/1932
(comércio e indústria) = 8 horas
Convenção 1 da OIT (Washington, 1910) estabeleceu em
seu Artigo 2º (Octávio Bueno Magano):
“Em todas as empresas industriais públicas ou privadas, tanto quanto em
suas dependências, independentemente da natureza que tiverem, com
exceção daquelas em que estejam empregados apenas empregados da
mesma família, a duração do trabalho pessoal não poderá exceder de
oito horas por dia e de quarenta e oito por semana ...”
Art. 7º, XIII da CF. São direitos dos trabalhadoresurbanos e rurais, além de outros que visem à melhoriade sua condição social: XIII - duração do trabalhonormal não superior a oito horas diárias equarenta e quatro semanais, facultada acompensação de horários e a redução dajornada, mediante acordo ou convenção coletivade trabalho;
LIMITES à JORNADA DO TRABALHO
Art. 58 da CLT - A duração normal do trabalho, para osempregados em qualquer atividade privada, nãoexcederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não sejafixado expressamente outro limite.
LIMITES à JORNADA DO TRABALHO
Há categorias profissionais que possuem previsão legal
de jornada de trabalho inferior a 8 (oito) horas diárias.
bancário = 6 horas diárias (Art. 224, caput, CLT;
financiário = 6 horas (equiparação ao Art. 244, caput, da CLT pela Súmula 55 do TST;
operador cinematográfico = 6 horas – Art. 234;
jornalista = 5 horas (Art. 303);
telefonista/telegrafista = 6 horas (Art. 227)
advogados = 4 horas, para aqueles que não trabalhem com dedicação exclusiva (Art. 20, Lei 8.906/94);
No contrato detrabalho pode seravençada jornadainferior ao limitelegal; a vedação érestrita aoaumento e não àvedação dajornada (Art. 444da CLT)
Jornada controlada
TIPOS DE JORNADA DO TRABALHO
(Godinho)
Jornada sem controle
Jornada não tipificada
Jornada controlada (horário de trabalho definido e sujeito a
controle do empregador;
Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conformemodelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível.Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único paratodos os empregados de uma mesma seção ou turma.
§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a
indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será
obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas peloMinistério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período derepouso.
§ 3º - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos
empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder,sem prejuízo do que dispõe o § 1º deste artigo.
TIPOS DE JORNADA DO TRABALHO
Jornada controlada (horário de trabalho definido e sujeito a
controle do empregador;
Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conformemodelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível.Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único paratodos os empregados de uma mesma seção ou turma.
§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a
indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será
obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas peloMinistério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período derepouso.
§ 3º - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos
empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder,sem prejuízo do que dispõe o § 1º deste artigo.
TIPOS DE JORNADA DO TRABALHO
Jornada não controlada = não há efetivo controle do
empregados (Artigo 62, inciso I e II da CLT - próxima aula)
TIPOS DE JORNADA DO TRABALHO:
Jornada não tipificada : caso do empregado doméstico que
não tem jornada padrão fixada por norma estatal = Art. 7º,
púnico CF; Art. 7º, letra “a” CLT e Lei 5.859/82 (não possui
previsão sobre jornada)
Art. 7º, parágrafo único CF. São assegurados à categoria dos trabalhadoresdomésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXIe XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
Art. 7º CLT - Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quandofor, em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam:a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os queprestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbitoresidencial destas;
JORNADA ORDINÁRIA: diária/semanal <> diária/mensal
Jornada ordinária: 8 horas diárias e 44 semanais (Art. 7º, XIII
da CF). Então, jornada diária é de 44 horas : 6 dias = 7h20’
Há também a conta de 7,33 horas (por fração) x 30 = 220
horas (já inclui o descanso semanal)
Jornada de 220 horas mensais: fração de 7,33 horas por
dia corresponde a 7 horas e 20 minutos entre segundas e
sábados + descanso semanal remunerado
É JORNADA PADRÃO
FIXADA NA LEI;
NORMA COLETIVA;
CONTRATO INDIVIDUAL
JORNADA EXTRAORDINÁRIA:
Jornada extraordinária é a que excede a JORNADA
PADRÃO, fixada por regra jurídica ou cláusula contratual.
Também denominada JORNADA
SUPLEMENTAR/JORNADA EXTRAORDINÁRIA
JORNADA EXTRAORDINÁRIA gera o direito à HORA
EXTRA remunerada, com adicional de no mínimo 50%
<>CF<>
Art. 7º, XVI CF - remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
ADICIONAL DA HORA EXTRA
REMUNERA dano: indeniza a maior fadiga decorrente do
trabalho em excesso à jornada normal.
JORNADA EXTRAORDINÁRIA gera o direito à HORA
EXTRA remunerada, com adicional de no mínimo 50%
<>CF<>
Art. 7º, XVI CF - remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
PRORROGAÇÕES LÍCITAS/REGULARES = HORA EXTRA
PRORROGAÇÕES ILÍCITAS/IRREGULARES: não inseridas nas
anteriores. Consequência: recusa do empregado não constitui ato de
insubordinação e há multa administrativa (Art. 75 da CLT) = HORA
EXTRA
•Prorrogação da jornada em 2 horas = acordo de prorrogação;
•Prorrogação para compensação da jornada (semanal/anual) = acordo de compensação/
banco de horas;•Força maior;
•Conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízos;•Recuperação de horas = paralisação
empresarial
PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
Art. 59 caput CLT - A duração normal do trabalho poderá
ser acrescida de horas suplementares, em número não
excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre
empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo
de trabalho.
Como se pode interpretar o Art. 59 da CLT, frente à
disposição do Artigo 7º, XIII e XV da CF/88?
ACORDO DE PRORROGAÇÃO = HORA EXTRA = NEGÓCIO BILATERAL
Posição que prevalece é a de que o Art. 59, caput foi
recepcionado pela CF/88. Súmula 376 do TST
ACORDO DE PRORROGAÇÃO : vigência Art. 59 x CF/88
Súmula 376 - Horas extras. Limitação. Art. 59 da CLT.Reflexos. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 89 e 117 daSDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias nãoexime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ nº 117- Inserida em 20.11.1997)II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculodos haveres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no"caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ nº 89 - Inserida em 28.04.1997)
MENORES DE 18 ANOS
ATIVIDADES INSALUBRES
MULHER
ACORDO DE PRORROGAÇÃO : LIMITAÇÕES
Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, medianteconvenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde queo excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modoa ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outroinferior legalmente fixado ;
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas,com acréscimo salarial de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) sobre a horanormal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento doestabelecimento.
PRORROGAÇÃO
ILÍCITA
ATIVIDADES INSALUBRES
ACORDO DE PRORROGAÇÃO : LIMITAÇÕES
Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadrosmencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que nelesvenham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, quaisquer prorrogações sópoderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes emmatéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aosnecessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, querdiretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais emunicipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Súmula 349 do TST - Acordo de compensação de horário em atividade
insalubre, celebrado por acordo coletivo. Validade (Res. 60/1996, DJ 08.07.1996)
A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de COMPENSAÇÃO DE
JORNADA de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da
autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988;
art. 60 da CLT ).- cancelada Resolução 174/2011.
MULHER
ACORDO DE PRORROGAÇÃO : LIMITAÇÕES
Havia proibição de prorrogação do horário legal ou
convencional, sendo excepcionado no caso de força maiorno Artigo 376 da CLT, que foi revogado pela Lei n.
10.244/01.
A CF/88 estabeleceu igualdade jurídica entre homens e
mulheres (Art. 5º, caput, I). Então, não se justificava o
impedimento à prorrogação contratual do horário, permitida
aos homens.
ACORDO
INDIVIDUAL
Art. 59, §2º
ACORDO COLETIVO ou
CCT
Art. 7º, XIII
CF
ACORDO DE COMPENSAÇÃO
REGIME DE
COMPENSAÇÃO
SEMANAL
MENSAL
ANUAL
Antes de 1.998 (Lei 9.601: compensação anual), a CLT previa
no §2º do Art. 59 da CLT a compensação de horários,
entendendo-se que poderia ser realizada por acordo bilateral
(escrito entre empregado e empregador.
ACORDO DE COMPENSAÇÃO
Antes da criação da compensação anual (banco de horas)
entendia-se que a compensação de jornada era favorável ao
empregado = ampliava dias de disponibilidade pessoal, com
ampliação da jornada num lapso temporal curto;
Com a criação do banco de horas (compensação anual), a
situação do trabalhador piorou; e essa justificativa se esvaiu
Como se entendia o Art. 59 antes da criação do banco de horas?
LIMITE TEMPORAL
DA COMPENSAÇÃO
Art. 59, §2º (antes da mudança) : “...o excesso de horas em um dia for
compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira quenão exceda o horário normal da semana nem seja ultrapassado o limitemáximo de dez horas diárias”
ACORDO DE COMPENSAÇÃO
Ora, se admitia o acordo bilateral (entre empregado e
empregador) porque a compensação era semanal e benéfica
E a jurisprudência estendeu a possibilidade de acordo
bilateral para jornada mensal, em escalas de 12x36 e 24x72.
Isto porque no período de 1 mês o trabalhador trabalhava
menos que 220 horas mensais
COM A ALTERAÇÃO DECORRENTE DA LEI n. 9.601/98
ESTABELECEU-SE A COMPENSAÇÃO ANUAL (Banco de
horas), PREJUDICIAL AO TRABALHADOR.
Então, o TST editou a Súmula 85:
Súmula 85 - Compensação de jornada (RA 69/1978, DJ 26.09.1978. Redaçãoalterada - Res 121/2003, DJ 19.11.2003. Nova redação em decorrência daincorporação das Orientações Jurisprudenciais nºs 182, 220 e 223 da SDI-1 - Res.129/2005, DJ 20.04.2005)I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individualescrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 - primeira parte -Res 121/2003, DJ 19.11.2003)
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver normacoletiva em sentido contrário. (ex-OJ nº 182 - Inserida em 08.11.2000)
III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação dejornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetiçãodo pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada ajornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-Súmulanº 85 - segunda parte- Res 121/2003, DJ 19.11.2003)
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensaçãode jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normaldeverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas àcompensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalhoextraordinário. (ex-OJ nº 220 - Inserida em 20.06.2001)
Súmula 85 - Compensação de jornada
(continuação)
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o
acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas
que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser
pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas
destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o
adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 - Inserida
em 20.06.2001)
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao
regime compensatório na modalidade “banco de horas”, que
somente pode ser instituído por negociação coletiva. (Inserido
- Res. 174/2011 - DeJT 27/05/2011)
ACORDO DE COMPENSAÇÃO
A Súmula 85 do TST trata da compensação semanal =
vide item III e IV da referida jurisprudência;
A Súmula 85 do TST legitima o acordo bilateral; o acordo
tácito é afastado = remuneração adicional, porque a hora
normal já está paga (hora normal + adicional = he além 8ª)
E como ficou a compensação de jornada para jornada
diária de 12 horas (além da 10ª)?
Posição atual do TST: se houve pactuação da
compensação além da 10ª hora diária por negociação
coletiva, ela é válida, porque o Art. 7º, XIII CF não contém
limitação à jornada semanal.
Ementa:
RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. JORNADA ESPECIAL DE 12X36 -
AUTORIZAÇÃO EM CONVENÇÃO COLETIVA E ENTABULADA POR ACORDO
INDIVIDUAL - VALIDADE - INTELIGÊNCIA DO ART. 7º, XIII, DA CONSTITUIÇÃO.
I - Para bem se posicionar sobre a controvérsia, em torno da validade do regime
especial de compensação de 12x36, é imprescindível salientar a circunstância de o
artigo 59 da CLT ser aplicável apenas ao proverbial regime de compensação, pelo
qual se admite o elastecimento da jornada legal de oito horas até o máximo de
duas horas por dia, cuja introdução há de ser pactuada em acordo individual por
escrito, segundo se constata dos itens I e II da Súmula 85 do TST. II - A norma
consolidada, porém, não é oponível na hipótese de se ajustar regime especial de
compensação de 12x36 horas por meio de negociação coletiva, tendo em conta a
norma do artigo 7º, inciso XIII, da Constituição, segundo a qual é facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho. III - É que, diferentemente do artigo 59 da CLT, a norma do
inciso XIII do artigo 7º da Constituição não impõe limites ao excedimento da
jornada legal de oito horas, deixando a critério dos protagonistas das relações
coletivas de trabalho estabelecerem regime especial que melhor consulte as
peculiaridades das respectivas atividades profissional e econômica.
COMPENSAÇÃO = NEGOCIAÇÃO X
ART. 7º, XIII CF x LIMITE DIÁRIO e
SEMANAL
Jurisprudência: Turma TST
Ementa:
(...)IV - Com efeito, enquanto o artigo 59 da CLT cuida de acordo de compensação
firmado entre o empregado e o empregador, caso em que a jornada diária não
pode exceder a dez horas, o inciso XIII do artigo 7º da Constituição cuida de
regime especial de compensação da jornada de trabalho, em que essa pode
eventualmente exceder aquele limite diário, desde que, ao fim e ao cabo, não seja
ultrapassada a duração semanal de quarenta e quatro horas, tendo por norte a
norma do inciso XXVI daquele artigo, pela qual o Constituinte de 88 elevou a
patamar constitucional a supremacia da vontade coletiva privada. Precedentes da
SBDI-1. V - Assentado que a implantação do regime de compensação inerente à
jornada especial de 12x36 estava autorizada em convenção coletiva, tanto quanto
ter sido firmada em acordo individual, é imperativa a ilação de o regime não
padecer da irregularidade que lhe foi imputada, sendo forçosa a sua convalidação
e, por consequência, a exclusão da sanção jurídica das horas extras referentes à
oitava diária, remanescendo as que excederem da quadragésima quarta hora
semanal. VI - Recurso conhecido e provido em parte. FERIADOS TRABALHADOS
- PAGAMENTO EM DOBRO. I - A jurisprudência desta Corte tem-se firmado no
sentido de que o empregado sujeito ao regime de 12x36 não tem direito à dobra
salarial pelo labor em feriados, pois estes são compensados nas 36 horas de
descanso. Precedentes de Turmas e da SBDI-1. II - Recurso provido. (Processo:
RR - 397900-33.2007.5.09.0245 Data de Julgamento: 27/10/2010, Relator Ministro:
Antônio José de Barros Levenhagen, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT
12/11/2010)
COMPENSAÇÃO ANUAL = Banco de horas (Art. 59, §2º CLT)
Art. 59 § 2º - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em umdia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, demaneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma dasjornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limitemáximo de dez horas diárias. (Alterado pela Lei nº 9.601, de 21-01-98, DOU 22-01-98 e pela MP nº 2.164-41, de 24-08-2001, DOU27-08-2001 v. Em. Constitucional nº 32)
Neste caso, o excesso de jornada de um determinado dia não
precisa ser compensado na mesma semana. Será creditado numa
“conta” do empregado, em processo similar à uma conta bancária,
onde as horas excedentes são creditadas (quando há trabalho
extraordinário) e debitadas (quando o empregador concede folgas);
COMPENSAÇÃO ANUAL = Banco de horas (Art. 59, §2º CLT)
O banco de horas somente pode ser realizado por negociação
coletiva (ACORDO COLETIVO ou CONVENÇÃO COLETIVA
DO TRABLAHO); deve respeitar o limite diário de 10 horas!
Devem ser respeitadas as disposições da NORMA COLETIVA
(REGIMENTO DO BANCO DE HORAS);
No final do ano, a conta deve estar zerada = sem saldo de
horas a compensar; se não estiver, o empregador deve pagar
como hora extra;
Na rescisão do contrato, o saldo deve estar zerado ou o acerto
é feito com pagamento de horas extras (§3º do Art. 59 da CLT);
COMPENSAÇÃO: empregado de ente estatal
E o empregado da administração direta (ente público,
autarquia e fundações públicas, pode entabular a
compensação?
Como visto, é possível a compensação semanal por acordo
individual (desde que não exceda a 10 horas diárias). Esta
compensação se aplica ao empregado de ente público;
Mas a compensação acima de 10 horas (12x36) e o banco
de horas não podem ser realizados por entes públicos (Exs.:
Prefeituras), porque devem ser realizados por negociação
coletiva e ente público não realiza ACORDO ou CCT.
Força maior: (ação da natureza ou de terceiros, imprevisível
ao homem médio), poderá o empregador exigir do empregado a
prestação de serviços além da jornada fixada legal ou
convencionalmente.
Nesta hipótese, não há limite para a prorrogação. Poderá o
empregador exigir trabalho de seus empregados até que esteja
superada a causa de necessidade imperiosa (toda jornada
suplementar deve ser remunerada com adicional – Art. 7º, XV
CF).
Deverá, neste caso, o empregador, comunicar ao Ministério
do Trabalho a ocorrência deste fato, no prazo máximo de dez
dias de sua ocorrência, sob pena de descaracterizar-se a
licitude da exigência, sujeitando o empregador às penalidades
administrativas.
PRORROGAÇÃO POR FORÇA MAIOR
Art. 61 da CLT
Nestas duas situações, poderá o empregador exigir de
seus empregados a prorrogação da jornada normal,
atingindo até o limite de mais 04 horas diárias.
Deve, igualmente comunicar o Ministério do trabalho, no
mesmo prazo de dez dias de sua ocorrência e, em não o
fazendo, a prorrogação passa a ser ilícita.
Deve remunerar a jornada suplementar com o adicional
cabível.
PRORROGAÇÃO PARA EXECUÇÃO SERVIÇOS INADIÁVEIS OU CUJA INEXECUÇÃO CAUSAS PREJUÍZOS
IRREPARÁVEIS
Art. 61 in fine e §2º CLT
Havendo paralisação involuntária da empresa, o
empregador que dispensar os empregados no período
respectivo, pode exigir a recuperação das horas não
trabalhadas.
O limite é de 02 horas por dia no prazo máximo de 45 dias
no período de um ano (ou seja, 90 horas no ano).
Neste caso, as horas excedentes não serão remuneradas
como extraordinárias, posto que destinadas a recuperar
horas descansadas.
RECUPERAÇÃO DE HORAS
Art. 62, §3º da CLT
Turnos ininterruptos de revezamento
Previsão Art. 14, XIV da CF
A CF assegura jornada de 6 horas aos empregados que
trabalham em turnos ininterruptos de revezamento, salvonegociação coletiva
Art. 7º, XIV, XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
O turno ininterrupto de revezamento pressupõe trabalho em
horários com sucessivas modificações, em atividadeempresarial contínua
Justificativa: a alternância de horários prejudica a saúde
TURNOS ININTERRUPTOSDE REVEZAMENTO
ININTERRUPTOS
•Empregador que
funciona 24 hs
•Intervalo
intrajornada
•Intervalo semanal
REVEZAMENTO
•TST vem
entendendo que o
trabalho em dois
turnos o
caracteriza
•Escalas fixas
Turnos ininterruptos de revezamento
JURISPRUDÊNCIA do TST
Súmula 360 - Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal (Res. 79/1997, DJ 13.01.1998)
A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis)
horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.
Súmula 423 - Turno ininterrupto de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação coletiva. Validade.
(Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1- Res. 139/2006, DJ 10/10/2006)
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados
submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
Hipótese jurisprudencial
Trabalho em condomínio como folguista. Sujeição à jornada superior a 8 horas de dia e de
noite.
Mesmo existindo norma coletiva que abranja a todo o período contratual, o excesso à 8 horas diárias afronta ao disposto na
Súmula 423 e impede a majoração da jornada de 6 para 8 horas.
Turnos ininterruptos de revezamento
REPOUSOS + DESCARACTERIZAÇÃO
Os repousos (intervalos e descanso semanal) não descaracterizam o turno ininterrupto. (S. 360)
Entendendo-se que ocorresse a descaracterização, a conclusão seria a de que a incidência da disposição do inciso XIV da CF/88
dependeria da infringência dos Artigos 71 re 69 da CLT
Jornada de 8 horas em turno ininterrupto de revezamento mediante NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Atenção: Prazo de vigência da norma coletiva que pode variar de 1 a 2 anos (Art. 614, §3º da CLT). Modalidade= Acordo Coletivo
A modificação para turnos fixos, com aumento da jornada de 6 para 8 horas não é prejudicial ao trabalhador (S. 423)
Turnos ininterruptos de revezamento
JURISPRUDÊNCIA do TST - OJs
OJ 275 SDI-1- Turno ininterrupto de revezamento. Horista. Horas extras e adicional. Devidos. (Inserida em 27.09.2002)
Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das horas
extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional.
OJ 360 SDI-1. Turno ininterrupto de revezamento. Dois turnos. Horário diurno e noturno. Caracterização. (DJ 14.03.2008) Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois
submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.
Turnos ininterruptos de revezamento
JURISPRUDÊNCIA do TST - OJs
OJ 395 SDI-1. Turno ininterrupto de revezamento. Hora noturna
reduzida. Incidência. (DeJT 09/06/2010) O trabalho em regime de turnos
ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna
reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas
nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.
OJ 396 SDI-1. Turnos ininterruptos de revezamento. Alteração da
jornada de 8 para 6 horas diárias. Empregado horista. Aplicação do
divisor 180. (DeJT 09/06/2010) Para o cálculo do salário hora do
empregado horista, submetido a turnos ininterruptos de revezamento,
considerando a alteração da jornada de 8 para 6 horas diárias, aplica-se o
divisor 180, em observância ao disposto no art. 7º, VI, da Constituição
Federal, que assegura a irredutibilidade salarial.
A Súmula 429 do TST considera
como tempo à disposição do
empregador o tempo de
deslocamento dentro do
estabelecimento empresarial –
portaria até setor de trabalho
TEMPO DE DESLOCAMENTO
E é o artigo 4º da CLT que regula tempo à disposição
Súmula 429 - Tempo à disposição doempregador. Art. 4º da CLT. Período dedeslocamento entre a portaria e o local detrabalho. (Res. 174/2011 - DeJT 27/05/2011)Considera-se à disposição do empregador, na
forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao
deslocamento do trabalhador entre a portaria da
empresa e o local de trabalho, desde que supere
o limite de 10 (dez) minutos diários.
TEMPO DE DESLOCAMENTO
Art. 4º da CLT - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, salvo disposição especial expressamente consignada
TEMPO DE DESLOCAMENTO
Primeiro: não pode aplicar o item I da Súmula 338 do TST porque o tempo de deslocamento não está no cartão de ponto. Tempo de deslocamento não é horário de trabalho. No máximo,
tempo à disposição;Segundo: enquanto se desloca dentro da unidade empresarial
não está aguardando ordens. Terceiro: vantagens de se trabalhar numa grande empresa
Caso concreto: café da manhã + tempo de deslocamento; troca de uniforme + banho
A troca de uniforme é considerada como tempo à disposição. Mas o legislador previu no §1º do art. 58 da CLT uma tolerância de 5 minutos no
início da jornada e de mais 5 no final da jornada
HORAS IN ITINERE
HORAS TRABALHADAS
TEMPO À DISPOSIÇÃO (Art. 4º CLT)
TEMPO DE DESLOCAMENTO
COMPOSIÇÃO DA JORNADA
Horas in itinere
Deslocamento entre portaria e
setor de trabalho
TEMPO DE DESLOCAMENTO e HORAS
IN ITINERE
NÃO CONFUNDIR: tempo de deslocamento com horas in itinere
(a)O deslocamento das horas in itinere são cumpridas entre a moradia do trabalhador e o local de trabalho; no caso da
Súmula 429 do TST (tempo de deslocamento) o trabalhador já chegou à empresa;
(b) o deslocamento entre residência e casa somente é considerado como tempo à disposição do empregador,
quando o local de trabalho é de DIFÍCIL ACESSO; no caso do tempo de deslocamento da Súmula 429 do TST, o cômputo do período entre portaria e setor de serviço pode se dar em
uma grande empresa, em local de fácil acesso.
HORAS IN ITINERI
É o tempo de deslocamento entre residência-trabalho-trabalho-residência, período em que não há efetiva prestação de serviços
A regra geral é que o tempo de deslocamento não é considerado como tempo à disposição do empregador, nos
termos do Art. 4º da CLT.
EXCEÇÃO = §2º do Art. 58 da CLT, com redação que lhe deu a Lei 10.423/2001
CLT, Art. 58, § 2º - O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. (Acrescentado pela Lei nº 10.243, de 19-06-01, DOU 20-
06-01)
HORAS IN ITINERI
LOCAL DE DIFÍCIL
ACESSO ou, ao menos
NÃO SERVIDO POR
TRANSPORTE REGULAR PÚBLICO
Súmula 90 do TST
Presume-se de fácil
acesso locais situados
em regiões urbanas;
Difícil acesso, aqueles
em regiões rurais
Súmula 320 do TST
Cobrar ou não pelo transporte fornecido, não altera a natureza do tempo de deslocamento
Horas in itinere = Súmula 90 do TST
Súmula 90 - Horas "in itinere". Tempo de serviço. (RA 80/1978, DJ 10.11.1978. Nova redação em decorrência da incorporação das
Súmulas nºs 324 e 325 e das Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e 236 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou
não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ
10.11.1978)
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é
circunstância que também gera o direito às horas "in itinere". (ex-OJ nº 50 - Inserida em 01.02.1995)
III- A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere". (ex-Súmula nº 324 - RA 16/1993, DJ
21.12.1993)
Horas in itinere = Súmula 90 do TST
(...)IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. (ex-Súmula nº 325 RA
17/1993, DJ 21.12.1993)
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº
236- Inserida em 20.06.2001)
DIREITO DO TRABALHO
PERÍODOS DE DESCANSO
Intervalo intrajornada
Intervalo interjornada
Descansos semanais
DURAÇÃO DO TRABALHO = atividade e repousos
ATIVIDADE
Diária (jornada)
Semanal
Anual
REPOUSOS
Intrajornada
Interjornada
Semanal
Anual (férias)
JURISPRUDÊNCIA ATUAL
Antes, o desrespeito ao intervalo interjornada era entendido
como infração administrativa, sujeita a multa.
OJ 355 do TST. Intervalo interjornadas. Inobservância. Horas extras. Período pago como sobrejornada. Art. 66 da clt.
Aplicação analógica do § 4º do art. 71 da CLT. (DJ 14.03.2008)O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no
art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST,
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
INTERVALO INTRAJORNADA = Artigo 71 da CLT
TRABALHO Até julho de 1.994
– Lei 8.923 – a
violação era
considerada mera
infração
administrativa
Até 4h00 = sem
intervalo;
De 4h00 a 6h00 = 15
minutos;
Acima de 6h00 = 1h00
Máximo de 2h00, salvo
negociação coletiva
§ 4º do Art. 71 - Quando o intervalo
para repouso e alimentação, previsto
neste artigo, não for concedido pelo
empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente
com um acréscimo de no mínimo
50% (cinqüenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora
normal de trabalho. (Acrescentado o
§ 4º pela Lei nº 8.923, de 27-7-94,
DOU 28-7-94)
INTERVALO INTRAJORNADA
• Art. 71 da CLT
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)
horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito
ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
§ 3º - O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser
reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de
Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e
quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho
prorrogado a horas suplementares.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28-02-67, DOU 28-02-67)
INTERVALO INTRAJORNADA
• Art. 71 da CLT
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo,
não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o
período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por
cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(Acrescentado o § 4º pela Lei nº 8.923, de 27-7-94, DOU 28-7-94)
§5º Os intervalos expressos no caput e no § 1º poderão ser fracionados
quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início
da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo
coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições
especiais do trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas,
cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de
veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros, mantida a mesma remuneração e concedidos intervalos para
descanso menores e fracionados ao final de cada viagem, não descontados
da jornada. (Incluído pela Lei nº 12.619/2012 - DOU 02/05/2012)
INTERVALO INTRAJORNADA
• Se reduzir o intervalo por norma coletiva, é válido? Não. O TST pacificou a
matéria por Súmula. Antes, tinha a OJ 342 da SDI-1 do TST. Só por Portaria
do MTE
Súmula
437. Intervalo intrajornada para repouso e alimentação. Aplicação do art. 71 da CLT. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da
SBDI-1 pela Resolução nº 185/2012, DeJT 25.09.2012)I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não
apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do
cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
INTERVALO INTRAJORNADA – Súmula
437
• Se reduzir o intervalo por norma coletiva, é válido? Não. O
TST pacificou a matéria por Súmula. Antes, tinha a OJ 342 da
SDI-1 do TST. Só por Portaria do MTE
(...)
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com
redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para
repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a
remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da
CLT.
INTERVALO INTRAJORNADA
• Na violação do intervalo, há direito à hora + adicional
(Ex-OJ 307 da SDI-1 do TST);
•Se gozar parte do intervalo, terá direito a TODO o seu
período (Ex-OJ 307 da SDI-1 do TST);
•E o intervalo não usufruído será remunerado como
verba salarial (Ex-OJ 354 da SDI-1 do TST)
INTERVALO MECANÓGRAFO
• 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados (Art. 72 da CLT);
• O digitador tem o mesmo tratamento (Súmula 346 do TST)
Súmula 346 do TST - Digitador. Intervalos intrajornada.
Aplicação analógica do art. 72 da CLT (Res. 56/1996, DJ
28.06.1996) Os digitadores, por aplicação analógica do art.
72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços
de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo),
razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10
(dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho
consecutivo.
PROVA HORAS EXTRAS
• Súmula 338 do TST
•OJ 233 do SDI-1 do TST
OJ 233 - Horas extras. Comprovação de parte do período alegado. (Inserida em 20.06.2001. Nova redação -
Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido,
desde que o julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou aquele período.
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
Historicamente o descanso semanal tem origem religiosa. No
Estado moderno, foi instituído pela Convenção 14 da OIT em
1.921.
É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49. Está também
garantido no art. 7º, inciso XIV da Constituição Federal e é de
24 horas consecutivas.
Pode ser descontado se o empregado faltar injustificadamente
durante a semana (perde o dia mais o DSR).
Lei 605/49, Art. 1º =Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas,
preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo
com a tradição local.
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
O DSR deve ser preferencialmente aos domingos, mas é
possível que ocorra em outros dias da semana, quando a
atividade do empregador for ininterrupta. Deve, entretanto,
haver autorização estatal para o funcionamento aos domingos.
Se não houver autorização, mas houver folga semanal a
infração é meramente administrativa.
O trabalho em domingos e feriados sem folga compensatória na
mesma semana deve ser remunerado com adicional de 100%
(em dobro).
A Súmula 146 do C. TST estabelece que o pagamento é em
dobro sem prejuízo da remuneração mensal.
SÚMULA 338 DO TST
338 - Jornada de trabalho. Registro. Ônus da prova. (Res. 36/1994, DJ
18.11.1994. Redação alterada - Res 121/2003, DJ 19.11.2003. Nova redação em
decorrência da incorporação das Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da
SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005)
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro
da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação
injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade
da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-
Súmula nº 338 - Res 121/2003, DJ 19.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 -
Inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes
são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às
horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial
se dele não se desincumbir. (ex- OJ nº 306 - DJ 11.08.2003)
AUSÊNCIA INJUSTIFICADA –
TRABALHO EM DOMINGOS E
FERIADOS
Lei 605/49, Art. 6º. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana
anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. § 1º São motivos justificados: (...)
Súmula 146 do TST - Trabalho em domingos e feriados, não compensado (RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982. Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003) O trabalho prestado em
domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
ATENÇÃO: o repouso continua sendo devido mesmo existindo
FALTA INJUSTIFICADA, é a REMUNERAÇÃO que fica prejudicada
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
O repouso semanal remunerado é integrado ao salário mensal.
Se há parcela que seja acrescida à remuneração, ela reflete no
repouso. Ex.: comissões/horas extras/ADN
E o acréscimo gerado por este acréscimo? Reflete novamente
para cálculo de outras parcelas (p. ex.: FGTS/13º)?
OJ. 394 da SDI-1