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DIREITO PENAL – PARTE GERAL 1

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DIREITO PENAL – PARTE GERAL

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ESCOLAS PENAIS

A partir do iluminismo, surgiram diversas correntes de pensamento a respeito do Direito Penal.

Corpo orgânico de concepções contrapostas sobre a legitimidade do direito de punir, sobre a natureza do delito e sobre o fim das sanções.

Surgiram do pensamento filosófico-jurídico em matéria penal.

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ESCOLA CLÁSSICA Séc. XVIII até primeira metade do Séc. XIX,

não houve uma escola propriamente dita, mas diversos autores com pensamentos similares em razão do período histórico – reação às crueldades e arbitrariedades.

O nome foi dado pejorativamente pelos sucessores da Escola Positivista.

As idéias de Beccaria serviram de fundamento básico dessa teoria.

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ESCOLA CLÁSSICA

Do movimento filosófico da época, resultaram 2 principais teorias:

1) Jusnaturalismo de Grócio – Direito natural superior e resultante da própria natureza humana, imutável e eterno;

2) Constratualismo de Rousseau – O Estado e a ordem jurídica resultam de um livre acordo entre os homens – cedem parte dos direitos no interesse da ordem e segurança.

Ambos admitem um sistema de normas jurídicas anterior e superior ao Estado.

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ESCOLA CLÁSSICA

A Escola Clássica se divide em 2 grandes períodos:

1) Teórico-filosófico – Fundamenta o Direito Penal na necessidade social – Beccaria, Filangieri, Romagnosi e Carmignani ;

2) Ético-jurídico – Jusnatularismo passa a dominar o Direito Penal – Ética de retribuição – Pelegrino Rossi, Francesco Carrara e Pessina .

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ESCOLA CLÁSSICA

Principais idéias:

1) Crime composto de uma força física e uma força moral (elemento objetivo e subjetivo).

2) Crime como um ente jurídico – não é um

ente de fato, uma ação, mas sim um ente jurídico, uma infração – violação de um direito.

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ESCOLA CLÁSSICA

3) Livre-arbítrio como fundamento da punibilidade – vontade livre e consciente.

4) Pena como meio de tutela jurídica e retribuição da culpa moral – restabelecimento da ordem da sociedade e defesa do direito.

5) Princípio da reserva legal.

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ESCOLA POSITIVISTA

No fim do séc. XIX o liberalismo extremado tornou-se insustentável. O capitalismo sem limites havia conduzido as sociedades européias industrializadas a uma situação social jurídica desumana.

Passada a euforia do Iluminismo, no campo filosófico, o conhecimento racional cede lugar ao experimental e no campo do saber científico a verdade deve se pautar na ciência e não na razão.

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ESCOLA POSITIVISTA

Passou-se assim, a buscar-se na experiência e na observação, uma explicação para o crime, visto como fenômeno humano e social.

Nesse contexto, surgiram as idéias da Escola Positiva, a qual buscava uma teoria científica que explicasse adequadamente as causas que levam o homem a delinquir.

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ESCOLA POSITIVISTA

Principais fatores que explicam o surgimento da Escola Positiva:

1) ineficácia das concepções clássicas quanto à diminuição da criminalidade;

2) descrédito das doutrinas espiritualistas e metafísicas;

3) aplicação dos métodos de observação ao estudo do homem;

4) ideologia de que o Estado deveria assumir uma função positiva social.

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ESCOLA POSITIVISTA

Três principais fases:

1) Antropológica – Lombroso;

2) Sociológica – Enrico Ferri;

3) Jurídica – Rafael Garofolo.

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ESCOLA POSITIVISTA

Principais idéias de Lombroso (1835-1909):1) Crime é um fenômeno biológico e não

jurídico;2) O criminoso é nato e apresenta

características próprias – assimetria do rosto, dentição anormal, orelhas grandes, olhos defeituosos, características sexuais invertidas, tatuagens, irregularidades nos dedos e nos mamilos;

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ESCOLA POSITIVISTA

3) O criminoso nato é fisicamente, resistente ao traumatismo, canhoto ou ambidestro, moralmente insensível, impulsivo, vaidoso e preguiçoso;

4) A causa da degeneração é a epilepsia, que ataca os centros nervosos, deturpa o desenvolvimento do organismo e produz regressões atávicas;

5) Existe a loucura moral, que deixa intacta a inteligência, mas suprime o senso moral.

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ESCOLA POSITIVISTA

Lombroso teve o mérito de fundar a antropologia criminal – tentativa de encontrar uma explicação causal do comportamento anti-social.

Trouxe para as ciências criminais a observação

do delinquente através do estudo indutivo-experimental.

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ESCOLA POSITIVISTA

Principais idéias de Garofalo (1851-1934):1) Periculosidade como fundamento da pena;2) Prevenção como fim da pena;3) Direito de punir como Defesa Social, deixando

de lado a recuperação;4) Defendia a pena de morte para as pessoas

sem capacidade de adaptação (criminosos natos).

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ESCOLA POSITIVISTA

Principais idéias de Ferri (1856-1929):1) Inexistência do livre arbítrio – vida em

sociedade – responsabilidade moral x social;2) Pena como meio de Defesa Social;3) Pena como prevenção social, mas a maioria

dos criminosos seria readaptável (- habituais);4) Direito penal como aplicação jurídica dos

dados fornecidos pelas outras ciências.

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ESCOLA POSITIVISTA

Principais contribuições da Escola Positivista:

1) Realização de experiências que ampliaram o conteúdo do Direito;

2) Nascimento de uma ciência causal-explicativa: criminologia;

3) Melhor individualização das penas;4) Criação de institutos como a medida de

segurança, suspensão condicional e livramento condicional.

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ESCOLAS ECLÉTICAS

As Escolas Clássica e Positivista foram as únicas que possuíam posições extremas e filosoficamente bem definidas.

Posteriormente, surgiram outras escolas que procuravam uma conciliação dos postulados das duas predecessoras.

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TERZA SCUOLA ITALIANA

Autores: Manuel Canevale, Bernardino Alimena e João Impallomeni.

Responsabilidade moral – imputáveis x inimputáveis (medida de segurança).

Fundamenta-se no determinismo psicológico e não no livre arbítrio – quem se deixa levar.

Pena como Defesa Social.

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ESCOLA MODERNA ALEMÃ

Franz von Liszt, Adolphe Prins e Von Hammel – mais notável.

O Direito Penal deve orientar-se segundo o objetivo a que se destina – a pena justa é a pena necessária.

Idéia de ciências penais. Distinção entre imputáveis e inimputáveis. Crime como fenômeno humano-social e fato jurídico. Prioriza a finalidade preventiva da pena. Eliminação ou substituição das penas privativas de

liberdade de curta duração.

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ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA

Arturo Rocco – 1905, Manzini, Massari, Delitala, Vannini e Conti.

Em resposta à escola positivista, procurou restaurar o critério propriamente jurídico da ciência do Direito Penal – o crime como fenômeno jurídico.

Delito é pura relação jurídica. A pena é uma reação e consequência do crime, com

função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis.

A medida de segurança aplicável aos inimputáveis. Aceita o livre arbítrio.

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ESCOLA CORRECIONALISTA

Karl Roder, Alfredo Calderón, Concepción Arenal, Rafael Salillas e Pedro Montero

A correção ou emenda do delinquente como fim único e exclusivo da pena.

O criminoso é um ser anormal e precisa ser tratado – a pena seria um bem.

A pena idônea é a privação da liberdade.O arbítrio do juiz deve ser ampliado na fixação.

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