direito previdenciário p/ inss (prof. ali mohamad jaha) · direito previdenciÆrio p/ inss 2.“...

167
Aula 01 Direito Previdenciário p/ INSS (Prof. Ali Mohamad Jaha) Professor: Ali Mohamad Jaha

Upload: nguyenphuc

Post on 08-Nov-2018

228 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Aula 01

    Direito Previdencirio p/ INSS (Prof. Ali Mohamad Jaha)

    Professor: Ali Mohamad Jaha

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    AULA 01

    Tema: Seguridade Social e Legislao Previdenciria.

    Assuntos Abordados: 1. Seguridade Social. 1.1. Origem e EvoluoLegislativa no Brasil. 1.2. Conceituao. 1.3. Organizao ePrincpios Constitucionais. 2. Legislao Previdenciria. 2.1.Contedo, Fontes, Autonomia. 2.2. Aplicao das NormasPrevidencirias. 2.2.1. Vigncia, Hierarquia, Interpretao eIntegrao.

    Sumrio PginaSaudaes Iniciais. 1 - 101. Direito Previdencirio Conceito. 2 - 202. Origem e Evoluo da Seguridade Social no Mundo e noBrasil.

    2 - 9

    03. Evoluo Legislativa no Brasil. 10 - 1204. Seguridade Social. 12 - 1905. Financiamento da Seguridade Social ParteConstitucional.

    19 - 31

    06. Sade. 31 - 3607. Previdncia Social. 36 - 4508. Assistncia Social. 45 - 4809. Competncia Legislativa da Seguridade Social e daPrevidncia Social.

    48 - 50

    10. Legislao Previdenciria e suas Caractersticas. 50 - 6111. Resumex da Aula. 61 - 6912. Questes Comentadas. 70 - 14413. Questes Sem Comentrios. 145 - 16414. Gabarito das Questes. 165 - 165

    Saudaes Iniciais.

    Ol Concurseiro! Tudo bem?

    Vamos iniciar efetivamente o nosso Curso de DireitoPrevidencirio p/ INSS 2. Turma 2014/2014?

    No vamos perder tempo! Bons estudos! =)

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 1 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    01. Direito Previdencirio Conceito.

    Direito Previdencirio o ramo do direito pblico que estuda aorganizao e o funcionamento da Seguridade Social. Especificamente, noBrasil, a Seguridade Social tratada na Constituio Federal de 1988 emcaptulo prprio, entre os artigos 194 e 204, o que demonstra grandepreocupao do constituinte originrio quanto previdncia social, aassistncia social e a sade.

    02. Origem e Evoluo da Seguridade Social no Mundo e no Brasil.

    Ao iniciar o estudo da origem da Seguridade Social, inevitvel oconhecimento da expresso Proteo Social, que assim definida pelamaioria dos doutrinadores previdencirios ptrios e por este professor:

    A Proteo Social a garantia de incluso a todos os cidadosque se encontram em situao de vulnerabilidade ou em situaode risco. Essa proteo se exterioriza por mecanismos criadospela sociedade, ao longo do tempo, para atender aos infortniosda vida, como doena, idade avanada, acidente, recluso,maternidade entre outros, que impeam a pessoa de obter seusustento.

    Nos primrdios da sociedade at meados do sculo XIX, a ProteoSocial era ofertada ao desabastado por sua prpria famlia. Por exemplo,um homem com 75 anos de idade que no apresentasse mais condiesfsicas para o trabalho, teria seu sustento provido diretamente por suafamlia (filhos e netos, provavelmente), pelo resto da vida que lherestasse. Outro mecanismo protetivo rudimentar a assistnciavoluntria, quando pessoas estranhas famlia auxiliam os necessitados,como no caso das casas de assistncia aos idosos ou mesmo das esmolasdadas a estes nas ruas. Apesar de antigas, as protees da famlia e daassistncia voluntria esto presentes at os dias de hoje.

    Do exposto, podemos perceber que at meados do sculo XIX,praticamente no existia nenhuma participao estatal no auxlio daspessoas desabastadas por alguma vulnerabilidade que lhes impedisse detrabalhar e obter o seu sustento. Mas esse cenrio liberal, onde noexistia a participao do Estado, comeou a mudar no final do sculo XIX(entre 1880 e 1900), quando em vrias partes do mundo os governoscomearam a elaborar normas protetivas aos trabalhadores. Essaproteo se deu, a princpio, de forma muito tmida e com pouca extensode trabalhadores abarcados. Todavia, a proteo social estatal foievoluindo com o passar das dcadas em todo o mundo, ressaltando que

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 2 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    essa evoluo foi impulsionada, entre outros fatores, pela RevoluoIndustrial iniciada no sculo XVIII na Inglaterra e expandida para o restodo mundo no sculo seguinte. A Proteo Social em seu contexto histricoapresenta basicamente trs grandes fases:

    Fase Inicial (At 1920) Surgimento dos primeiros regimes deproteo social (ou previdncia).

    Fase Intermediria (Entre 1920 e 1945) Expanso daprevidncia por vrias naes ao redor do mundo.

    Fase Contempornea (De 1945 at os dias atuais) Expansodas pessoas abarcadas pelos regimes previdencirios.

    Desde o seu incio at os dias atuais, possvel ver claramente aassuno da proteo social por parte do Estado, que at entoapresentava um posicionamento liberal. Essa evoluo do liberalismo parao Welfare State (Estado do bem-estar social) iniciou-se nas primeirasdcadas do sculo XX e foi evoluindo de forma lenta e gradual, desde aausncia do Estado na proteo social at a sua participao plena comons conhecemos hoje, inclusive em nosso pas.

    Na Histria Mundial podemos destacar os seguintes fatos marcantesda Proteo Social:

    1601 Poor Relief Act (Leis dos Pobres): Primeiramanifestao estatal quanto proteo social. Era um mecanismo,presente na Inglaterra, de proteo social s pessoas carentes enecessitadas. No era um mecanismo previdencirio, mas simum mecanismo assistencial. Foi o marco inicial da Assistncia Socialno mundo.

    1883 Lei de Bismark: o surgimento da Previdncia Socialno mundo. O Chanceler alemo Bismark instituiu para seu povouma norma na qual rezava que seria institudo um seguro doenaem favor dos trabalhadores industriais. Esse seguro seriapatrocinado pelo prprio trabalhador e por seu empregador, quedeveriam contribuir para o Estado. Por sua vez, este manteria umsistema protetivo em relao a esses trabalhadores. A Lei deBismark foi evoluindo com os anos e abarcando novas situaes deproteo como os acidentes do trabalho e os benefcios emdecorrncia de invalidez. O sistema previdencirio de Bismark muito parecido com o adotado atualmente pelos pases, inclusivepelo Brasil.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 3 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    1917 Constituio do Mxico: Foi a primeira constituio domundo a adotar a expresso Previdncia Social. Isso um claroreflexo da evoluo do Estado Liberal para o Estado Social (WelfareState).

    1919 Constituio de Weimar: Constituio que vigeu na curtarepblica de Weimar da Alemanha (1919 1933). A Alemanha,como bero da Previdncia Social, seguiu os passos da Constituiodo Mxico e abarcou o tema em seu texto constitucional.

    1935 Social Security Act: Institui nos Estados Unidos osistema previdencirio nacional, com uma grande margem deatuao. uma evoluo do sistema elaborado por Bismark naAlemanha cinco dcadas antes.

    1942 Plano Beveridge (Inglaterra): Foi a reformulaocompleta do sistema previdencirio britnico. Como se falava napoca, os britnicos estariam protegidos do bero ao tmulo. Emsuma, qualquer pessoa em qualquer idade teria ampla proteosocial estatal. Foi o ponto alto do Welfare State (Estado Social).Esse plano serviu de base para delinear a Seguridade Social daforma que conhecemos nos dias de hoje, como algo maisabrangente que Previdncia Social e Assistncia Social.

    Fique tranquilo, pois em tpico futuro voc ver exatamente o que Seguridade, Previdncia, Assistncia e Sade. Posso lhe adiantar que um conceito bem fcil e tranquilo. No esquente com isso agora! =)

    No Brasil, a evoluo previdenciria se deu de forma anloga mundial: um lento processo de transformao de Estado Liberal paraEstado Social. At 1923, apenas alguns servidores pblicos possuam aproteo social estatal, e no existia uma proteo extensiva aostrabalhadores da iniciativa privada. Devo ressaltar que em 1919, oDecreto-Legislativo n. 3.724 criou o Seguro de Acidente do Trabalho(SAT), mas esse benefcio era privado, sendo pago pelo empregador aotrabalhador acidentado, sem participao do Estado.

    Finalmente, em 24/01/1923, surge o marco inicial da PrevidnciaSocial no Brasil: A Lei Eloy Chaves (LEC). O ento Deputado Federalpor So Paulo, Eloy Marcondes de Miranda Chaves, a pedidos dostrabalhadores ferrovirios estaduais, redigiu o Decreto Legislativo n.4.682, que criava para esses trabalhadores a Caixa de Aposentadoria ePenso (CAP). Esse ato normativo foi inspirado em um projeto de lei

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 4 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    argentino, com as devidas adaptaes realidade nacional da poca, quedispunha sobre a criao das CAP. A LEC previa que cada empresa deestradas de ferro no Brasil deveria criar e custear parcialmente asua prpria CAP em favor de seus trabalhadores. Alm disso, deveriaprever quais benefcios seriam concedidos e quais seriam as contribuiesda empresa e dos trabalhadores para a respectiva CAP. Como podemosperceber, a previdncia nasceu no Brasil sem a participao do Estado,pois as CAP eram patrocinadas pela empresa e pelos empregados.

    Aps a publicao da LEC, inmeras categorias profissionaisiniciaram movimentos individuais para terem direito a uma CAP em suasempresas, pois todo trabalhador sabia o quo difcil era chegar terceiraidade naquela poca. Nos anos seguintes, a LEC foi expandida para outrascategorias, sendo as primeiras: porturios, trabalhadores dos serviostelegrficos e do rdio. O Brasil chegou a ter 200 CAP em funcionamento,o que gerou motivao para uma reforma previdenciria, por basicamentedois motivos:

    1. CAP pequenas so inviveis: Imagine uma CAP com apenas 3pessoas. Se 2 ficarem doentes, 67% da fonte de custeio deixa deexistir e a CAP entra em colapso. Se a outra pessoa morre, noexiste mais custeio! Entende-se que um sistema previdencirioestvel se monta com um montante mnimo de 1.000 trabalhadores.Nos dias atuais, a maioria das empresas no conta nem com metadedesse montante, imagine na dcada de 20 e de 30.

    2. Mudana de emprego: Antigamente as pessoas iniciavam as suasatividades em uma determinada empresa e nela permanecia at aaposentadoria. Isso bem observado em filmes norte-americanosque retratam a vida cotidiana no incio do sculo XIX. Hoje em dia normal e comum pessoas trocarem de empresas ao longo da vidalaboral. Voc deve se questionar se na poca da LEC no existia atroca de empregos? Sim, existia! E era uma tormenta para otrabalhador, pois como se daria a transio de uma CAP para outra,em relao s parcelas por ele j pagas? Dificilmente o trabalhadorteria a manuteno de seus direitos protetivos.

    J na Era Vargas (1930 em diante), em decorrncia dos motivossupracitados, o governo unificou as CAP em Institutos deAposentadoria e Penso (IAP), que no seriam organizadas porempresas, mas sim pela Categoria Profissional. Os IAP tinhamnatureza de autarquia e eram subordinados ao recm-criado Ministrio doTrabalho (1930). Essa unificao foi lenta e durou quase trs dcadas,sendo o IAP dos Martimos o primeiro a ser criado (1933) e o IAP dos

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 5 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Ferrovirios (1960) o ltimo. A criao dos IAP resolveu o problema dasCAP pequenas e inviveis, mas no resolveu o problema do trabalhadorque desejaria trocar de categoria profissional, de ferrovirio parabancrio, por exemplo. Alm desse transtorno, devo ressaltar que cadaIAP tinha a sua prpria lei, com regras diferenciadas. Estudar DireitoPrevidencirio no final da dcada de 50 no era uma tarefa das maisagradveis (RS!). Para ser ter uma ideia, em 1960, o Brasil contava comos seguintes IAP:

    IAP dos Martimos (1933);

    IAP dos Comercirios (1934);

    IAP dos Bancrios (1934);

    IAP dos Industririos (1936);

    IAP dos Servidores do Estado (1938);

    IAP dos Empregados em Transportes e Cargas ou em Estiva (1945);

    IAP dos Ferrovirios (1960).

    Entre 1930 e 1960, alm da criao dos IAP, tivemos trsconstituies federais vigentes, e sobre elas, acho importante saber:

    CF/1934: Pela primeira vez uma carta magna nos trouxe que ocusteio da previdncia ocorreria de forma trplice, com contribuiodos empregadores, dos trabalhadores e do Estado. Apesar daparticipao do Estado no custeio, essa constituio adotou o termoPrevidncia sem o adjetivo Social.

    CF/1937: No traz nenhuma novidade, mas adota o termo SeguroSocial como sinnimo de Previdncia Social, que sob a gide daConstituio atual um erro. Como j disse, fique calmo, semansiedade, voc conhecer esses termos nos prximos tpicos. =)

    CF/1946: Foi a primeira Constituio a adotar o termo PrevidnciaSocial de forma expressa em substituio a expresso SeguridadeSocial. No traz nenhuma novidade relevante.

    Em 1960, a Lei n. 3.807 unificou toda a legislao securitria (7IAP existentes) e ficou conhecida como Lei Orgnica da Previdncia Social(LOPS). Os IAP continuaram existindo, mas a legislao foi unificada, o

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 6 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    que foi um grande avano para os trabalhadores, alm da simplificao noentendimento da legislao. Em 1965, foi includo um dispositivo naCF/1946 no qual se proibia a prestao de benefcio sem a correspondentefonte de custeio. O legislador deu um passo a mais na evoluo dosistema previdencirio ptrio. Finalmente, em 1966, foi publicado oDecreto-Lei n. 72 que unificava os IAP, criando o INPS (InstitutoNacional da Previdncia Social), rgo pblico de natureza autrquica. Umano depois, em 1967, com o advento da Lei n. 5.316, o governo integrouo SAT (Seguro de Acidente do Trabalho) Previdncia Social e,finalmente, esse benefcio deixou de ser uma prestao privada para setornar um benefcio pblico. A partir de 1967, tanto os benefcios comunsquanto os acidentrios ficaram abarcados pelo INPS, que passou a ser orgo responsvel pela concesso dos mesmos.

    Dez anos depois, em 1977, com o advento da Lei n. 6.439, ogoverno criou o SINPAS (Sistema Nacional de Previdncia e AssistnciaSocial), surgindo com ele duas novas autarquias: INAMPS e IAPAS.Houve, portanto, a unificao dessas duas novas entidades s outras cincoj existentes, ou seja, o SINPAS passou a agregar 7 entidades no total, asaber:

    INPS (Instituto Nacional de Previdncia Social).

    INAMPS (Instituto Nacional de Assistncia Mdica da PrevidnciaSocial).

    LBA (Fundao Legio Brasileira de Assistncia).

    FUNABEM (Fundao Nacional do Bem-Estar do Menor).

    DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da PrevidnciaSocial).

    IAPAS (Instituto de Administrao Financeira da Previdncia eAssistncia Social).

    CEME (Central de Medicamentos).

    O SINPAS era uma estrutura abrangente e ambiciosa, mas poucofuncional. Esse sistema perdurou por mais de dez anos, sendo extintoapenas sob a gide da atual Constituio.

    Aps um longo perodo de militarismo e censura pblica, finalmentefoi promulgada a CF/1988, conhecida tambm por Constituio Cidad.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 7 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Tal apelidoderiva da enorme quantidade de direitos e garantiasfundamentais previstas em seu texto. Aps um longo perodo sofrendonas mos dos militares, os parlamentares constituintes tentaram garantirtodos os direitos e protees possveis aos cidados brasileiros.Finalmente aCF/1988, em seu Art.194, traz a atual definio deSeguridade Social, como podemos observar:

    A Seguridade Social compreende um conjunto integrado deaes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade,destinadas a assegurar os direitos relativos Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    Nesse momento nasceu o conceito de Seguridade Social quecompreende as trs reas: Previdncia, Assistncia e Sade. Agoravoc sabe o conceito! Simples, no ?!

    Em 1990, aps as definies de Seguridade, Previdncia, Assistnciae Sade trazidas pela nova Constituio, o governo federal realizou umagrande e definitiva alterao no sistema previdencirio: extinguiu-se oSINPAS, bem como o INAMPS, a LBA, a FUNABEM, e a CEME. Por sua vez,com o advento da Lei n. 8.029/1990 foi criado o INSS (Instituto Nacionaldo Seguro Social) atravs da fuso do INPS com o IAPAS. Com a extinodo INAMPS, foi institudo o SUS (Sistema nico de Sade), ou seja,atualmente no existe nenhuma autarquia cuidando da sade. Dessaforma, a Assistncia Social e a Sade tm suas aes coordenadasdiretamente pelos seus respectivos ministrios. Devo ressaltar que aDATAPREV continua em funcionamento, e atualmente uma empresapblica ligada ao Ministrio da Previdncia Social. Em suma, aps a Lein.8.029/1990 e todas as alteraes estruturais ocorridas at 2012, osistema securitrio brasileiro ficou da seguinte maneira:

    INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Prestao debenefcios previdencirios aos segurados.

    MDS (Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome) Coordenao de aes na rea de Assistncia Social.

    MS (Ministrio da Sade) Coordenao de aes na rea deSade, entre elas o SUS.

    DATAPREV (Empresa de Tecnologia e Informaes daPrevidncia Social) empresa responsvel pelo suporte de TI(Tecnologia da Informao) no mbito do Ministrio da PrevidnciaSocial.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 8 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    No ano seguinte, em 1991, foram publicados os diplomas bsicos daSeguridade Social: a Lei n. 8.212 (PCSS Plano de Custeio daSeguridade Social) e a Lei n. 8.213 (PBPS Plano de Benefcios daPrevidncia Social). As leis tratam das duas reas bsicas existentes noDireito Previdencirio: Parte de Custeio e Parte de Benefcios. Os doisdiplomas supracitados substituem a antiga Lei Orgnica da PrevidnciaSocial (LOPS - Lei n. 3.807/1960).

    No final da dcada de 90, especificamente em 1999, editado epublicado pelo presidente da Repblica o Regulamento da PrevidnciaSocial (RPS/1999), atravs do Decreto n. 3.048, que regulamenta osdispositivos presentes no PCSS e PBPS, compilando ambos em um nicodocumento, com maior detalhamento e com as atualizaessubsequentes.

    De 2000 at os dias de hoje, a estrutura previdenciria brasileirapraticamente no sofreu modificaes. No entanto, a legislaoprevidenciria sofreu algumas alteraes pontuais nesses ltimos 12 anos.O ponto de destaque da ltima dcada ocorreu entre 2005 e 2007: em2005, a Lei n. 11.098 criou a SRP (Secretaria da Receita Previdenciria),transferindo toda a parte de fiscalizao e controle das contribuiessociais do INSS para a SRP. Nesse momento o INSS deixou de cuidar daparte de Custeio para tratar exclusivamente da parte de Benefcios. Mas avida da SRP foi muito curta, pois no incio de 2007, exatamente no dia16/03/2007, foi publicada a Lei n. 11.457, na qual foi extinta a SRP,sendo todas as suas atribuies repassadas para a ento SRF (Secretariada Receita Federal), que a partir daquele momento passou a serdenominada Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Poracumular atribuies das extintas SRP e SRF, virou um rgo com muitospoderes e muitas atribuies, o que gerou o apelido pela mdia, de SuperReceita. Em suma, nos dias atuais, temos a seguinte divisoprevidenciria institucional:

    RFB (Receita Federal do Brasil) Controle, Arrecadao eFiscalizao de todas as contribuies sociais devidas PrevidnciaSocial. Parte de Custeio.

    INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Controle econcesso dos benefcios previdencirios. Parte de Benefcios.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 9 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    03. Evoluo Legislativa no Brasil.

    Vou citar as normativas mais importantes para o seu concurso, ok?Se voc tiver curiosidade (e tempo), veja a evoluo completa no seguintelink do MPS (Ministrio da Previdncia Social):

    www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=64

    Vamos Evoluo Legislativa Brasileira:

    1923 O Decreto Legislativo n. 4.682 (LEC Lei Eloy Chaves)determina a criao de uma CAP (Caixa de Aposentadoria e Penso)por empresa ferroviria em favor de seus trabalhadores. considerado o marco inicial da previdncia Social no Brasil.

    1926 A criao de CAP da LEC estendida aos porturios emartimos com o advento da Lei n. 5.109.

    1928 A criao de CAP da LEC estendida ao trabalhadores dosservios telegrficos e radiotelegrficos com o advento da Lein.5.485.

    1930 Criao do Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio,que entre outras funes, supervisionava a Previdncia Social.Tambm fazia as vezes de rgo recursal das decises das CAP(Decreto n. 19.433).

    1933 Criao do primeiro Instituto de Aposentadoria e Penso(IAP), o IAP dos Martimos (Decreto n. 22.872).

    1934 A CF/1934 inova ao estabelecer pela primeira vez a formatrplice da fonte de custeio, com contribuies do Empregador,Trabalhador e do Estado. E utilizou a expresso Previdncia sem oadjetivo Social.

    1937 A CF/1937, conhecida como Polaca em aluso aConstituio Autoritria adotada pela Polnia, no trouxe nenhumanovidade, mas adota o termo Seguro Social como sinnimo dePrevidncia Social, que sob a gide da Constituio atual considerada um erro.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 10 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    1946 A CF/1946 a primeira constituio a adotar o termoPrevidncia Social de forma expressa, em substituio expressoSeguridade Social. No trouxe nenhuma novidade relevante.

    1960 At esse ano cada IAP tinha a sua legislao especfica, oque era muito complexo e dispendioso. Com o advento da Lein.3.807, todas as legislaes securitrias foram unificadas nessediploma legal, conhecido por Lei Orgnica da previdncia Social(LOPS).

    1963 A Lei n. 4.214 institui o FUNRURAL (Fundo de Assistnciae Previdncia do Trabalhador Rural). Esse fundo era financiado pelosprodutores rurais, que ao comercializarem sua produo eramobrigados a recolher um percentual da receita para a previdnciamediante guia prpria. O FUNRURAL foi extinto com o advento doSINPAS em 1977.

    1965 Ainda sob a gide da CF/1946, o legislador constituintederivado evoluiu o sistema previdencirio brasileiro ao incluir odispositivo que proibia a prestao de benefcio previdencirio sem acorrespondente fonte de custeio.

    1966 Foi publicado o Decreto-Lei n. 72 que unificava os IAP ecriava o INPS (Instituto Nacional da Previdncia Social), que nasceucomo rgo pblico de natureza autrquica.

    1967 Com o advento da Lei n. 5.316, o governo integrou oSeguro de Acidente do Trabalho (SAT) Previdncia Social e,finalmente, esse benefcio deixou de ser uma prestao privada parase tornar um benefcio pblico. A partir de 1967, tanto os benefcioscomuns quanto os acidentrios ficaram abarcados pelo INPS, quepassou a ser o rgo responsvel pela concesso desses.

    1971 A Lei Complementar n. 11 instituiu o PRORURAL(Programa de Assistncia ao Trabalhador Rural), rgo de naturezaassistencial que previa a aposentadoria por idade (aos 65 anos) comvalor de 50% do maior salrio mnimo vigente no Brasil (nessapoca o salrio mnimo no era nacional).

    1977 Com o advento da Lei n. 6.439 foi criado o SistemaNacional de Previdncia e Assistncia Social (SINPAS), atravs daagregao dos seguintes rgos: INPS, INAMPS, LBA, FUNDABEM,DATAPREV, IAPAS e CEME.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 11 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    1988 A Constituio Cidad trouxe o conceito de SeguridadeSocial pela primeira vez no Brasil. A carta magna definiuSeguridade Social como sendo um conjunto de aes nas reas dePrevidncia, Assistncia e Sade.

    1990 O SINPAS foi extinto e com o advento da Lei n. 8.029 foicriado o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entidadeautrquica vinculada atualmente ao MPS, por meio da fuso dosseguintes rgos: INPS e IAPAS.

    1991 Foram publicados os diplomas bsicos da Seguridade Social:a Lei n. 8.212 (PCSS Plano de Custeio da Seguridade Social)e a Lei n. 8.213 (PBPS Plano de Benefcios da PrevidnciaSocial). As leis tratam das duas reas bsicas existentes no DireitoPrevidencirio: Parte de Custeio e Parte de Benefcios. Os doisdiplomas supracitados substituem a antiga LOPS (Lei Orgnica daPrevidncia Social Lei n. 3.807/1960).

    1999 Foi editado e publicado o Decreto n. 3.048 (RPS/1999 Regulamento da Previdncia Social), que regulamenta osdispositivos presentes no PCSS e PBPS, compilando ambos em umnico documento, com maior detalhamento e com as atualizaessubsequentes.

    04. Seguridade Social.

    Sem dvida, para as bancas de concursos pblicos, a melhordefinio de Seguridade Social aquela presente na CF/1988, Art. 194:

    A seguridade social compreende um conjunto integrado deaes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade,

    01008991538

    destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

    Partindo da redao do artigo, podemos entender que a SeguridadeSocial exercida pelo Poder Pblico e pela Sociedade. A princpio,muitos podem pensar de forma errnea, que a Seguridade um deverexclusivo do Estado. O Estado deve agir sim! Deve proporcional sade,assistncia e previdncia sua populao, mas a sociedade deveconjuntamente, participar dessas aes sob forma de contribuio, ouseja, custeando as aes implementadas no mbito da Seguridade.Portanto, a Seguridade Social esse conjunto integrado de aespblicas (Estado) e privadas (Sociedade).

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 12 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Um segundo aspecto a ser extrado do artigo, que a SeguridadeSocial se desmembra em trs reas: Sade, Previdncia e AssistnciaSocial. De forma esquemtica:

    Seguridade Social = Previdncia + Assistncia Social + Sade

    Em resumo, ter Seguridade Social = ter PAS (com s mesmo). =)

    A organizao da Seguridade Social dever do Estado, nos termosda lei, especificamente a Lei n. 8.212/1991, e deve obedecer aosseguintes Princpios Constitucionais:

    1. Universalidade da cobertura e do atendimento (UCA):

    Esse princpio garante dois aspectos da Seguridade Social:universalidade da cobertura e universalidade do atendimento.

    A universalidade da cobertura demonstra que a Seguridade Socialtem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de proteo socialda sociedade em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doena,invalidez e morte.

    J a universalidade do atendimento demonstra que a SeguridadeSocial tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo menos em regra.Deve-se ressalvar que a Sade direito de todos, a Previdncia direitoapenas das pessoas que contriburam por meio das contribuies sociais,e a Assistncia Social direito de quem dela necessitar,independentemente de contribuio Seguridade Social. Fique tranquilo,iremos aprofundar esses conceitos em momento oportuno. =)

    2. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios spopulaes urbanas e rurais (UEBS):

    Esse princpio segue o alinhamento do Direito do Trabalho, presentena CF/1988, e prev que no deve haver diferena entre trabalhadoresurbanos e rurais. A prestao do benefcio ou do servio ao segurado deve

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 13 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    ser o mesmo, independentemente de ser ele um trabalhador do campo ouda cidade.

    O benefcio de aposentadoria, por exemplo, no pode ser de valorinferior aos trabalhadores rurais, bem como o atendimento mdico posto disposio do mesmo, de qualidade inferior aos prestados aostrabalhadores urbanos.

    Numa interpretao mais ampla, constata-se que o princpio daUniformidade e equivalncia dos benefcios tem inspirao no princpioconstitucional da igualdade (todos so iguais perante a lei, sem distinode qualquer natureza CF/1988, Art. 5., caput).

    3. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios eservios (SDBS):

    Esse princpio traz conceitos do glorioso Direito Tributrio, a saber:Seletividade e Distributividade. A prestao de benefcios e servios sociedade no pode ser infinita. Convenhamos, por mais que o governofiscalize e arrecade as contribuies sociais, nunca haver oramentosuficiente para atender toda a sociedade.

    Diante dessa constatao, deve-se lanar mo da Seletividade, quenada mais do que fornecer benefcios e servios em razo das condiesde cada um, fazendo de certa forma uma seleo de quem serbeneficiado. Como exemplos claros, temos o Salrio Famlia, que devidoapenas aos segurados de baixa renda. No adianta ter 7 filhos e umaremunerao de R$ 30.000,00 por ms. Para receber Salrio Famlia, necessrio comprovar que voc um segurado de baixa renda. Isso Seletividade. O mesmo vale para o Auxlio Recluso.

    E Distributividade? uma consequncia da Seletividade, pois ao seselecionar os mais necessitados para receberem os benefcios daSeguridade Social, automaticamente estar ocorrendo uma redistribuiode renda aos mais pobres. Isso distributividade.

    Por fim, considero importante citar a seguinte passagem do ilustreautor Frederico Amado (Direito e Processo Previdencirio Sistematizado,Editora JusPodivm, 4. Edio, 2013):

    A seletividade dever lastrear a escolha feita pelo legislador dosbenefcios e servios integrantes da seguridade social, bem comoos requisitos para a sua concesso, conforme as necessidades

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 14 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    sociais e a disponibilidade de recursos oramentrios, deacordo com o interesse pblico.

    4. Irredutibilidade do valor dos benefcios (IRRVB):

    Quando foi escrito esse princpio constitucional, no longnquo ano de1988, o Brasil passava por uma dcada conturbada, sendo que o principalproblema da poca era a inflao galopante dos preos. Um litro de leitecustava 1.200,00 unidades monetrias no ms de janeiro, j no msseguinte, 2.000,00 unidades monetrias. O constituinte originrio noteve dvidas, e decidiu proteger os usurios da Seguridade Social contra adesvalorizao do benefcio.

    Atualmente, a irredutibilidade do valor dos benefcios garantidapor meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou superior ao dainflao do mesmo perodo. Imagine o absurdo de um benefcio deaposentadoria nunca ser reajustado? No primeiro ano, o benefcio seriarazovel, compatvel com as necessidades do aposentado. No segundoano, iria apertar um pouco o cinto. No quinto ano o aposentado j estariamendigando no semforo. E se esse aposentado vivesse at prximo aos90 anos? No gosto nem de imaginar.

    Quanto a esse princpio constitucional bom frisar que o mesmoapresenta duas vertentes a serem observadas:

    Aos benefcios da Seguridade Social (Sade e Assistncia) estogarantidos a preservao do valor nominal, que aqueledefinido na concesso de determinado benefcio e nunca reajustado, mantendo sempre o mesmo valor de face, e;

    Aos benefcios da Previdncia Social esto garantidos apreservao do valor real, que aquele que tem o seu valordefinido na concesso do benefcio, mas reajustado anualmente(em regra), para manter o seu poder de compra atualizado.

    Observe que apenas os benefcios da Previdncia Social soassegurados a preservao do valor real (poder de compra). Em suma,com o passar do tempo, os benefcios no podero perder o seu poder decompra. Imagine que um aposentado receba R$ 1.100,00 em 2013, e queesse benefcio tenha um poder de compra de 1 cesta bsica. Passado umano, o benefcio reajustado para R$ 1.110,00, mas o seu poder decompra cai para o equivalente a 0,85 cesta bsica. Nesse caso no houvea preservao do valor real do benefcio.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 15 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    O Art. 201, 4. da CF/1988 apenas uma aplicao do princpioda irredutibilidade:

    assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes,em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidosem lei.

    Por fim, devo ressaltar que antigamente o STF defendia que oprincpio da irredutibilidade preservava apenas o valor nominal dosbenefcios, enquanto que a maioria dos autores ptrios defendia que talprincpio defendia o valor real dos benefcios. Atualmente no resta dvidaquanto ao posicionamento do STF:

    "Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o dispostono art. 201, 4, da Constituio do Brasil, assegura a revisodos benefcios previdencirios conforme critrios definidos em lei,ou seja, compete ao legislador ordinrio definir as diretrizes paraconservao do VALOR REAL do benefcio. Precedentes." (AI668.444-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-11-2007,Segunda Turma, DJ de 7-12-2007.) No mesmo sentido: AI689.077-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009.

    5. Equidade na forma de participao no custeio (EFPC):

    A Seguridade Social financiada pelas contribuies sociais, isso fato, mas como realizada essa arrecadao? De cara, devemos ter ocuidado de no confundir equidade com igualdade. Equidade quer dizerque pessoas com o mesmo potencial contributivo devem contribuir deforma semelhante, enquanto que pessoas com menor potencialcontributivo devem contribuir com valores menores. Estamos diante,novamente, de outro princpio do Direito Tributrio, o Princpio daCapacidade Contributiva.

    A Lei n. 8.212/1991, que alm de dispor sobre a organizao daSeguridade Social, institui o Plano de Custeio da prpria SeguridadeSocial, e traz diversas formas de participao no custeio! O empregado eo empregado domstico, por exemplo, contribuem com 8%, 9% ou 11%sobre as suas respectivas remuneraes, sendo que o valor mximo deremunerao o teto do RGPS (Regime Geral da Previdncia Social),atualmente no valor de R$ 4.390,24. J as empresas, por exemplo,contribuem com 20% sobre a folha de pagamento, sem respeito a tetonenhum. Como se percebe, a empresa tem um nus muito maior que umempregado, isso equidade: quem pode mais, paga mais!

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 16 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    6. Diversidade da base de financiamento (DBF):

    A base de financiamento da Seguridade Social deve ser a maisampla e variada possvel. A Seguridade tem como base a folha depagamento das empresas, o lucro das empresas, a remunerao dosempregados, os valores declarados pelos contribuintes facultativos, entreoutras fontes de arrecadao. Essa diversidade necessria para que emcaso de crise econmica em qualquer dos setores, que essa no venha aprejudicar a arrecadao das contribuies, e por consequncia,comprometer a prestao dos benefcios populao.

    A manuteno da Seguridade Social to importante, que a prpriaCF/1988 admite uma ampliao da base de financiamento, conformepodemos extrair da primeira parte do Art. 195, 4.:

    A lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir amanuteno ou expanso da seguridade social.

    7. Carter democrtico e descentralizado da administrao,mediante gesto quadripartite, com participao dostrabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governonos rgos colegiados (DDQ):

    Esse princpio visa participao da sociedade, em geral, na gestoda Seguridade Social. A gesto da Seguridade democrtica (participaquem tem interesse), descentralizada (pessoas de vrios setoresdiferentes podem participar) e quadripartite. E o que isso significa? Querdizer que obrigatria a participao de 4 classes, sendo,trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo, nasinstncias gestoras da Seguridade Social, que so: CNPS (ConselhoNacional da Previdncia Social) e CRPS (Conselho de Recursos daPrevidncia Social).

    Resumindo tudo isso num quadrinho para voc no esquecer:

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 17 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Princpios Constitucionais da Seguridade Social

    1 UCA Universalidade da Cobertura e doAtendimento

    2 UEBS Uniformidade e Equivalncia dos Benefcios eServios s populaes urbanas e rurais

    3 SDBSSeletividade e Distributividade na prestaodos Benefcios e Servios.

    4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefcios.

    5 EFPCEquidade na Forma de Participao noCusteio.

    6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

    Carter Democrtico e Descentralizado daadministrao, mediante gesto

    7 DDQ Quadripartite, com participao dostrabalhadores, dos empregadores, dosaposentados e do Governo nos rgoscolegiados.

    O mais importante aqui, alm de internalizar os conceitos querepresentam esses princpios, realmente DECOR-LOS ou MEMORIZ-LOS (chame como quiser!), pois as bancas adoram mistur-los. Quer umexemplo? Em vez de trazer o princpio da Universalidade da cobertura edo atendimento e Uniformidade e equivalncia dos benefcios, invertem-seos conceitos reescrevendo-os...

    Uniformidade da cobertura e do atendimento.

    Universalidade de equivalncia dos benefcios;

    ... o que muitas vezes passa despercebido pelo candidato queprecisa resolver a prova dentro do tempo determinado. Ento, muitocuidado! O que parece simples pode ser na verdade uma pegadinha demau gosto!

    Por fim, vamos comentar brevemente o Princpio Lex TempusRegit Actum, que em latim significa O Tempo rege o Ato. Em outraspalavras, os atos jurdicos so regidos pela lei vigente da poca emque ocorreram.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 18 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    No obstante, para tal princpio cabem duas excees:

    Retroatividade: aplicao de determinado ato normativo parafatos ocorridos anteriormente a sua vigncia, e;

    Ultratividade: aplicao de determinado ato normativo parafatos ocorridos posteriormente a sua revogao.

    Diante do exposto, temos que, em regra, o ato normativo a seraplicado aquele que est em vigor na data da prtica do fato. Noobstante, caso o fato produza efeitos jurdicos que se prolongam notempo, existe a possibilidade de aplicar o disposto em novo atonormativo, sem que isso afete as expectativas dos interessados.

    05. Financiamento da Seguridade Social Parte Constitucional.

    Quanto parte constitucional relativa ao Financiamento daSeguridade Social, vamos continuar nossa explanao com base naCF/1988, especificamente no Art. 195, caput:

    A seguridade social ser financiada por toda a sociedade, deforma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursosprovenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municpios, e das contribuies sociais.

    Como se pode observar, o dispositivo constitucional dividiu o deverde contribuir para a Seguridade Social entre o Estado (Unio, Estados,Distrito Federal e Municpios) e a Sociedade (Contribuies Sociais).Imaginou o Estado tendo que arcar com todo o nus? No existirianenhum servio pblico alm da Seguridade Social, seria um caos total.

    E as receitas do Estado? Como estaro dispostas? De que forma?Em qual oramento? A resposta est no Art. 195, 1.:

    As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosdestinadas seguridade social constaro dos respectivosoramentos, no integrando o oramento da Unio.

    Como se depreende da literalidade do dispositivo, no oramento daUnio, constar apenas receitas da Unio destinadas a Seguridade Social.No haver captura das receitas estaduais, distritais e municipais, em prolda Seguridade Social. Em resumo, todo ente poltico (Unio, Estados,Distrito Federal e Municpios) deve contribuir com a Seguridade, mas comoramentos separados. Nada de juntar tudo no caixa da Unio!

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 19 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Metas

    Como ser elaborado esse oramento para a seguridade? A respostavem do Art. 195, 2.:

    A proposta de oramento da seguridade social ser elaborada deforma integrada pelos rgos responsveis pela sade,previdncia social e assistncia social, tendo em vista asmetas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizesoramentrias (LDO), assegurada a cada rea a gesto de seusrecursos.

    Como se extrai, a elaborao do oramento, por qualquer entepoltico, ocorrer de forma integrada pelos rgos responsveis das trsreas da Seguridade Social: Sade, Previdncia Social e AssistnciaSocial.

    Invadindo um pouco a disciplina de AFO (Administrao Financeira eOramentria), observa-se que o oramento deve obedecer s metas eprioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) dorespectivo ente. Nesse ponto deve-se ter cuidado, pois a prova podetentar confundir o candidato, trocando a frase metas e prioridades pordiretrizes, objetivos e metas. Por que essa precauo? Porque temos naCF/1988 que:

    Plano Plurianual (PPA) estabelece Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM)da Administrao Pblica.

    01008991538

    Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) estabelece ePrioridades (MP) da Administrao Pblica.

    Entendeu a maldade? =)

    Agora que falamos do financiamento por parte do Estado, vamosfalar sobre o financiamento por parte da Sociedade, o que inclui eu evoc, meu caro aluno. Recuperando o Art. 195, e seus incisos, temos que:

    Art. 195. A seguridade social ser financiada por toda asociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 20 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintescontribuies sociais:

    I - do empregador, da empresa e da entidade a elaequiparada na forma da lei, incidentes sobre:

    a) a folha de salrios e demais rendimentos dotrabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo semvnculo empregatcio;

    b) a receita ou o faturamento;

    c) o lucro;

    II - do trabalhador e dos demais segurados da previdnciasocial, no incidindo contribuio sobre aposentadoria epenso concedidas pelo regime geral de previdncia social deque trata o art. 201;

    III - sobre a receita de concursos de prognsticos.

    IV - do importador de bens ou servios do exterior, ou dequem a lei a ele equiparar.

    O Art. 195 traz as linhas gerais sobre as contribuies sociais, sendoque o detalhamento ser dado pela Lei n. 8.212/1991 (Plano de Custeioda Seguridade Social) e, de forma mais detalhada em alguns tpicos, peloDecreto n. 3.048/1999 (Regulamento da Previdncia Social). Essascontribuies por j estarem previstas na CF/1988 no necessitamde lei complementar para serem institudas, necessitando apenasde lei ordinria. Essas normas sero tratadas em aulas especficas. Porenquanto, vamos detalhar as disposies constitucionais sobrefinanciamento da Seguridade Social acima expostas.

    1. Empregador:

    A CF/1988 alarga o conceito de empregador, ao citar os termosempresa ou entidade a ela equiparada. O conceito previdencirio deempregador bem amplo. As contribuies dos empregadores e seusequiparados incidem sobre trs bases diferentes:

    a) Folha de Salrio:

    O empregador, a empresa ou seu equiparado recolhe suascontribuies sociais aplicando um percentual, geralmente 20%, sobre o

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 21 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    total da folha de salrios dos seus empregados ou pessoas que prestemservio sem vnculo empregatcio (trabalhador avulso, por exemplo), semlimite algum! Como assim? Se a folha for de R$ 10 milhes, o empregadorvai ter que recolher R$ 2 milhes em Contribuio Social. Essacontribuio recebe o nome popular de Cota Patronal.

    b) Receita ou Faturamento:

    Nesse caso, o empregador recolhe suas contribuies sociaisaplicando um percentual sobre a receita (empresas comerciais) ou sobre ofaturamento (empresas industriais). Essas contribuies so o PIS(Programa de Integrao Social) e a COFINS (Contribuio para oFinanciamento da Seguridade Social).

    c) o lucro;

    Por fim, nessa situao, o empregador recolhe suas contribuiessociais aplicando um percentual sobre o lucro da empresa. Essacontribuio a CSLL (Contribuio Social Sobre o Lucro Lquido). Numprimeiro momento, nos enganamos ao achar que o PIS/COFINS e a CSLLpossuem a mesma base de clculo. Deve-se ter em mente que soconceitos distintos da Contabilidade Geral:

    Receita = Receita Bruta de Vendas (RBV) = primeira linha daDRE (demonstrao do resultado do Exerccio). o total dereceitas obtidas pela empresa. um valor maior que olucro.

    Lucro = Lucro antes do IR/CSLL = linha intermediria da DRE. o total de receitas obtidas pela empresa com descontos devrias despesas. um valor menor que a Receita.

    Entendeu a diferena? Eu sei que Contabilidade, mas entenderesse conceito de grande relevo nesta parte da disciplina! =)

    Antes de concluirmos esse tpico sobre as contribuies sociais doEmpregador, importante mostrar uma jurisprudncia do STF, a saber:

    Smula STF n. 688/2003: legtima a incidncia da contribuioprevidenciria sobre o 13. salrio

    isso mesmo! Nem a gratificao natalina (ou 13. salrio) estlivre da obrigao de contribuir para o financiamento da Seguridade

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 22 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Social. Como podemos notar, amigo, a preocupao do Poder Pblico emmanter a Seguridade Social em plena forma financeira enorme.

    2. Trabalhador:

    O conceito de trabalhador tambm amplo. No abrange apenas oempregado em si, como tambm o contribuinte individual, otrabalhador avulso, o empregado domstico, o segurado especial eo contribuinte facultativo. A contribuio do trabalhador, em regra,incide sobre os valores pagos pelo seu empregador, mas veremos duranteo curso que o Segurado especial, por exemplo, tem uma forma peculiar decontribuir.

    A CF/1988 deixou claro que no haver incidncia de contribuiosocial para o trabalhador sobre a sua aposentadoria ou sua penso,concedida pelo Regime Geral da Previdncia Social. O constituinte, deforma correta, afastou a incidncia das contribuies sociais nos perodosem que o cidado encontra-se debilitado ou mais precisa de recursos: naaposentadoria ou na viuvez.

    Antes de continuarmos, considero importante conhecermos osdizeres do Art. 167, inciso XI da CF/1988, que traz:

    vedada (proibida) a utilizao dos recursos provenientes dascontribuies sociais de que trata o art. 195, I, a (Contribuiodo Empregador Folha de Salrios), e II (Contribuio doTrabalhador), para a realizao de despesas distintas dopagamento de benefcios do regime geral de previdncia social(RGPS) de que trata o art. 201 (Benefcios da SeguridadeSocial: Aposentadoria, Auxlio Doena, Salrio Famlia,etc.).

    Como podemos observar, as contribuies sobre Folha de Salriodo Empregador e as contribuies do trabalhador s podem serutilizadas para o pagamento dos benefcios do RGPS.

    3. Concursos de prognsticos:

    Sem dvidas, esse o concurso mais fcil de fazer e o mais difcil depassar!!! quase um paradoxo. RS! Brincadeiras parte, as receitasobtidas em concursos de prognsticos, como a Mega Sena da CaixaEconmica Federal, sofrem desconto em prol da Seguridade Social.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 23 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    4. Importador de bens ou servios do exterior:

    Aps a Emenda Constitucional n. 42/2003, o importador foiobrigado a contribuir para a Seguridade Social atravs do PIS-Importao e da COFINS-Importao. Estamos diante de uma novabase de financiamento, conforme preceitua o princpio da Diversidade daBase de Financiamento. Esse alargamento garantiu novos e importantesrecursos para a Seguridade Social, e garantiu ainda mais seguranacontra possveis quebras econmicas em alguns setores do mercado. Esse o governo sendo precavido.

    Agora vamos analisar os demais pargrafos do Art. 195! Essesdispositivos trazem alguns preceitos interessantes sobre a questo dofinanciamento da Seguridade Social. Tome nota:

    3 - A pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridadesocial, como estabelecido em lei, no poder contratar com oPoder Pblico nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais oucreditcios.

    Esse pargrafo afirma que a pessoa jurdica em dbito com aSeguridade Social no pode realizar qualquer tipo de negociao com oEstado, muito menos dele receber benefcios. Exemplo clssico seria umaempresa com dbitos patronais querendo participar de licitao pblica.Isso seria inadmissvel. Outro exemplo seria uma empresa com osmesmos dbitos, quererem gozar de um regime tributrio maisprivilegiado. Novamente, outra situao inadmissvel.

    4 - A lei (complementar) poder instituir outras fontesdestinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridadesocial, obedecido ao disposto no art. 154, I.

    O dispositivo permite que o Estado institua outras fontes paragarantir a manuteno ou expanso do sistema de Seguridade Social.Essas novas fontes so as denominadas Contribuies SociaisResiduais. As contribuies, conforme o Direito Tributrio, so apenasuma espcie do gnero tributo, e o dispositivo acima deixa claro esseentendimento, ao aplicar s Contribuies Sociais Residuais o mesmotratamento constitucional dado aos impostos residuais (Art. 154, inciso I).E afinal, parase instituir novas fontes, quais so os requisitosnecessrios? So os seguintes:

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 24 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    1. A criao das Contribuies Sociais Residuais se dar por meio de LeiComplementar;

    2. As contribuies devero ser no cumulativas;

    3. O fato gerador (FG) ou a base de clculo (BC) dessas novascontribuies devero ser diferentes do FG e da BC das contribuiessociais existentes. O STF tem o entendimento que as contribuies sociaisresiduais podem ter o mesmo FG ou a mesma BC dos impostosexistentes. Esse entendimento importante!

    5 - Nenhum benefcio ou servio da seguridade social poderser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte decusteio total.

    Estamos diante do famoso Princpio da Preexistncia do Custeioem Relao aos Benefcios e servios! Com certeza, esse princpiodemonstra uma atitude prudente do constituinte originrio. Imagine oEstado criando novos benefcios sem uma fonte para custe-los. A fontede custeio dos benefcios j existentes seria prejudicada, implicandoprejuzo consequente a seus beneficirios. A CF/1988 clara ao afirmarque para criao ou majorao de benefcios ou servios da SeguridadeSocial, deve-se apresentar a Fonte de Custeio Total que ir financiar essaexpanso. Fique atento palavra total, no caia na conversa de quepode ser fonte de custeio parcial, est errado! A fonte de custeio deve serTOTAL.

    Sobre o princpio, considero importante destacar que esse no seaplica s Entidades de Previdncia Complementar (Previdncia Privada),conforme dispe a jurisprudncia consolidada do Supremo TribunalFederal (STF), esse princpio aplicado somente Seguridade Socialfinanciada por toda a sociedade, qual seja, s aes promovidas peloPoder Pblico (Recurso Extraordinrio 596637 AgR, de 08/09/2009).

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 25 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    6 - As contribuies sociais de que trata este artigo(Contribuies Sociais para a Seguridade Social) s podero serexigidas aps decorridos 90 (noventa) dias da data da publicaoda lei que as houver institudo ou modificado, no se lhesaplicando o disposto no art. 150, III, "b" (Anterioridade Anual).

    Estamos diante de uma regra de produo de efeitos financeiros. Emoutras palavras, aps a publicao da lei que criou a contribuio social, apartir de quando ela poder ser exigida pelo Estado? No caso dascontribuies sociais, o Estado, por meio da Receita Federal do Brasil,deve aguardar 90 dias para iniciar a exigncia dessa nova contribuio(Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada). Como se extrai da normaconstitucional, o dispositivo afastou a Anterioridade Anual (CF/1988,Art. 150, inciso III, alnea b), cuja essncia diz que o tributo s serexigido no exerccio financeiro seguinte ao daquele em que a lei deinstituio (ou de majorao) do tributo foi publicada. Em suma, ascontribuies sociais podem ser exigidas em 90 dias, aps a publicao dalei instituidora, sem a necessidade de aguardar o incio do exercciofinanceiro seguinte ao da publicao da referida lei.

    A Anterioridade Anual e a Anterioridade Nonagesimal so corolrios(decorrncias) do Princpio Constitucional da No surpresa (CF/1988,Art. 150, inciso III, alneas a, b e c). Esse princpio, presente noDireito Tributrio, visa garantir a segurana jurdica do contribuinteperante a sede arrecadatria do Estado. Sem o referido princpio, oGoverno poderia instituir e cobrar tributos do cidado de forma imediata,surpreendendo os contribuintes de tal forma que esses, no teriam tempopara se programar quanto ao aumento de despesas tributrias, sendoapanhados desprevenidos. Por isso, a Carta Magna prev de formaexpressa os perodos da anterioridade, protegendo o cidado pagador detributos de surpresas repentinas em seus oramentos mensais.

    Outro ponto importante a jurisprudncia do STF aplicvel aodispositivo:

    Smula STF n. 669/2003: Norma legal que altera o prazo derecolhimento da obrigao tributria no se sujeita ao princpio daanterioridade.

    Diante de tal entendimento, fica claro que norma que altera prazode recolhimento de contribuio social tem aplicao imediata, noprecisando aguardar 90 dias (Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada) enem o incio do exerccio financeiro seguinte (Anterioridade Anual), sendoaplicada de imediato a partir da data da publicao do ato normativo. Esse

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 26 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    entendimento aplicvel tambm s normas que reduzem ascontribuies sociais, que entram em vigor na data de sua publicao.

    7 - So isentas (imunes) de contribuio para a seguridadesocial as entidades beneficentes de assistncia social (EBAS) queatendam s exigncias estabelecidas em lei.

    Esse dispositivo trata de caso de imunidade! A CF/1988 usa apalavra isentas, mas isso foi falta de tcnica do constituinte originrio,pois quando a prpria constituio impede que o Estado tribute pessoas,bens, operaes e servios, diz-se estar diante de uma imunidade, e node uma iseno, como traz a ntegra do pargrafo. Em contrapartida,quando nasce uma obrigao tributria, o Auditor Fiscal constitui o crditotributrio e mediante lei, o Estado dispensa o pagamento desse crditoem favor dele prprio. Estamos ento diante de uma iseno. Apesardesse erro de redao, fique atento ao comando da questo! Se elacopiar e colar o texto constitucional marque como certa! Se a questofor mais elaborada e conceitual, tenha em mente estar diante de umaimunidade e no de uma iseno.

    Do texto, podemos inferir que nem todas as EBAS (EntidadeBeneficentes de Assistncia Social) so imunes de contribuio paraseguridade social, mas apenas aquelas que atendam aos requisitosestabelecidos em lei. Que requisitos so esses? Bem, esses requisitosestavam previstos na Lei n. 8.212/1991, mas recentemente, em 2009,esses dispositivos foram revogados pela Lei n. 12.101/2009, que dispesobre a certificao das EBAS e regula os procedimentos de iseno(imunidade, na verdade) de contribuies para a seguridade social. A Lein. 12.101/2009, em seu art. 29, traz os seguintes requisitos para asEBAS que desejam ser imunes:

    1. No percebam 01008991538 seus diretores, conselheiros, scios,instituidores ou benfeitores, remunerao, vantagens oubenefcios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou ttulo,em razo das competncias, funes ou atividades que lhessejam atribudas pelos respectivos atos constitutivos;

    2. Aplique suas rendas, seus recursos e eventual supervitintegralmente no territrio nacional, na manuteno edesenvolvimento de seus objetivos institucionais;

    3. Apresente certido negativa ou certido positiva com efeito denegativa de dbitos relativos aos tributos administrados pelaSecretaria da Receita Federal do Brasil e certificado deregularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS);

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 27 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    4. Mantenha escriturao contbil regular que registre as receitase despesas, bem como a aplicao em gratuidade de formasegregada, em consonncia com as normas emanadas doConselho Federal de Contabilidade (CFC);

    5. No distribua resultados, dividendos, bonificaes,participaes ou parcelas do seu patrimnio, sob qualquer formaou pretexto;

    6. Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contadoda data da emisso, os documentos que comprovem a origem e aaplicao de seus recursos e os relativos a atos ou operaesrealizados que impliquem modificao da situao patrimonial;

    7. Cumpra as obrigaes acessrias estabelecidas na legislaotributria;

    8. Apresente as demonstraes contbeis e financeirasdevidamente auditadas por auditor independente legalmentehabilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC)quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixadopela Lei Complementar n. 123/2006 (Lei do Simples Nacional).

    Tudo certo? Antes de continuar, devo ressaltar que a jurisprudnciado STF em 2012 considerou constitucional a exigncia de renovaoperidica do Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social.(CEBAS).

    Vamos continuar analisando os pargrafos do Art. 195? Vamos l!

    8 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais e opescador artesanal, bem como os respectivos cnjuges, queexeram suas atividad

    01008991538

    es em regime de economia familiar,sem empregados permanentes, contribuiro para aseguridade social mediante a aplicao de uma alquota sobre oresultado da comercializao da produo e faro jus aosbenefcios nos termos da lei.

    O dispositivo introduz a figura do contribuinte Segurado Especial.Esses contribuintes tm uma forma singular de contribuio. Porexercerem atividades que no geram pagamentos peridicos, a exemplodos empregados, eles contribuem com um percentual sobre a receitabruta de comercializao de sua produo. Esse dispositivo retorna doisprincpios constitucionais da Seguridade Social:

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 28 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Equidade na forma de participao no custeio (EFPC): No seriajusto o segurado especial contribuir de forma mensal, sendo que oseu ganho acontece de forma espordica, apenas em algumaspocas do ano (perodo de safra ou colheita).

    Diversidade da base de financiamento (DBF): Ao se diferenciar aforma de tributao, estar automaticamente diversificando a basede financiamento e, consequentemente, tornando a SeguridadeSocial mais resistente a crises econmicas setoriais.

    9 As contribuies sociais previstas no inciso I (ContribuioSocial do Empregador) do caput deste artigo podero teralquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo daatividade econmica, da utilizao intensiva de mo de obra, doporte da empresa ou da condio estrutural do mercado detrabalho.

    De certa forma, esse dispositivo introduzido pela EmendaConstitucional n. 47/2005, busca beneficiar alguns setores econmicos,pois permite que a alquota ou a base de clculo das contribuiessociais dos Empregadores sejam diferenciadas em razo de 4 fatores:

    1. Atividade Econmica: A depender do tipo de atividade exercidapela empresa, o governo pode instituir um regime mais benfico decontribuio. Como nos casos das empresas de TI (Tecnologia daInformao);

    2. Utilizao intensiva de mo de obra: Existem setores que utilizammaciamente a mo de obra (agora sem hfen, como manda a novaortografia, ok?) como na construo civil, e outros nem tanto, comono desenvolvimento de novas tecnologias da informao. O governo,diante de tal discrepncia, pode conceder diferenciaes benficasaos setores que mais utilizam a mo de obra, garantindo amanuteno da empresa e dos empregos de seus funcionrios.

    3. Porte da Empresa: Microempresas (ME) e Empresas de PequenoPorte (EPP) j fazem jus de um regime diferenciado e mais benfico(Simples Nacional Lei Complementar n. 123/2006), mas nadaimpede que sejam criados novos regimes;

    4. Condio Estrutural do Mercado de Trabalho: O governo podeutilizar esse fator para desonerar a folha de salrios de setores queestiverem em crise.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 29 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Atentem para o esqueminha que aprendi com o meu amigo Prof.talo Romano:

    Perceberam as letras em negrito? um mnemnico! A+U+P+M, oureordenando, PUMA! =)

    10. A lei definir os critrios de transferncia de recursos parao sistema nico de sade (SUS) e aes de assistncia social daUnio para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, e dosEstados para os Municpios, observada a respectiva contrapartidade recursos.

    Dispositivo voltado para a parte oramentria, no cabe nenhumcomentrio.

    11. vedada a concesso de remisso ou anistia dascontribuies sociais de que tratam os incisos I, a (Contribuiodo Empregador Folha de Salrios), e II (Contribuio doTrabalhador) deste artigo, para dbitos em montante superior aofixado em lei complementar.

    Existe a possibilidade de remisso (extino do crdito tributrio)ou anistia (excluso de crdito tributrio) para a Contribuio doEmpregador sobre Folha de Salrio e para Contribuio do Trabalhador. Anica ressalva que o montante dos dbitos objeto de remisso ou anistiaseja inferior ao limite fixado em lei complementar. Por favor, na hora daprova no confunda Remisso (extino) com Remio (resgate/quitao),ok?! Fica a dica!

    12. A lei definir os setores de atividade econmica para osquais as contribuies incidentes na forma dos incisos I, b(Contribuio do Empregador sobre a Receita ou Faturamento); eIV (Contribuio do Importador) do caput, sero nocumulativas.

    A lei definir os setores econmicos em que a Contribuio doEmpregador sobre Receita ou Faturamento (PIS e COFINS) e a

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 30 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Contribuio do Importador (PIS-Importao e COFINS-Importao) serono cumulativas, ou seja, sero recuperveis. Uma contribuio nocumulativa, ou recupervel, aquela que pode ser compensada emvendas futuras. Exemplo: Um importador compra uma mquina na Chinapor R$ 10.000,00, com COFINS de R$ 760,00 (7,6%). Nessa operao oimportador ganhou um crdito de R$ 760,00! No ms seguinte, vende areferida mquina no mercado interno por R$25.000,00. Essa operao devenda constituiu uma COFINS de R$ 1.900 (7,6%) para o importadorpagar, mas como ele j possua um crdito de R$ 760,00, s recolherR$1.140,00 (R$ 1.900,00 R$ 760,00). Esse o conceito de nocumulatividade. =)

    13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hiptese desubstituio gradual, total ou parcial, da contribuio incidente naforma do inciso I, a (Contribuio do Empregador Folha deSalrios), pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

    Esse dispositivo demonstra um desejo para o futuro por parte dogoverno. O Estado deseja substituir gradualmente as contribuies doEmpregador sobre folha de salrios e adotar uma contribuio equivalentesobre a receita ou faturamento do Empregador. No caso, essa substituiodeveria seguir a sistemtica da no cumulatividade presente no 12. Emuma ltima anlise, o objetivo desse pargrafo desonerar a folha depagamento e incentivar o setor produtivo, que exige grande quantitativode mo de obra, e por consequncia, tem uma grande folha de salrios.

    06. Sade.

    Continuando em nossos estudos, vamos agora apresentar cada umadas reas da Seguridade Social, sendo: Sade, Previdncia e AssistnciaSocial. Vamos iniciar pela Sade! J adianto que esse assunto, em regra,no essencial para as provas de concursos pblicos, mas irei apresentartodas as disposies constitucionais, com os devidos comentrios. Vamoscomear? =)

    Na CF/1988, o Art. 196 traz as linhas gerais sobre a Sade:

    A sade direito de todos e dever do Estado, garantidomediante polticas sociais e econmicas que visem reduo dorisco de doena e de outros agravos e ao acesso universal eigualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo erecuperao.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 31 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Do artigo acima conseguimos vislumbrar que a sade um direitode todos, no se exigindo nenhuma contribuio por parte da pessoausuria. Qualquer pessoa, pobre ou rica, tem direito de ser atendido nospostos pblicos de sade, sem distino. Podemos perceber claramenteisso nas campanhas de vacinao para a populao. Nada cobrado oupreviamente exigido daqueles que se dirigem aos postos de vacinao.

    Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de sade,cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei, sobre suaregulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua execuoser feita diretamente ou atravs de terceiros e, tambm, porpessoa fsica ou jurdica de direito privado.

    A Sade de extrema relevncia ao Estado, provavelmente seja osetor mais sensvel do governo. A regulamentao, fiscalizao e controleda Sade cabem ao Estado. Por sua vez, a execuo de aes e serviosde sade cabem tanto ao Estado quanto Iniciativa Privada (PessoasJurdicas Hospitais e Pessoas Fsicas Mdicos).

    O artigo seguinte trata do SUS (Sistema nico de Sade):

    Art. 198. As aes e servios pblicos de sade integram umarede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema nico(SUS), organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

    I - descentralizao, com direo nica em cada esfera degoverno;

    II - atendimento integral, com prioridade para as atividadespreventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais;

    III - participao da comunidade.

    O artigo 198 informa que a sade ser tratada de formaregionalizada e hierarquizada, constituindo o SUS (Sistema nico deSade), sendo os incisos I, II e III as diretrizes do SUS.

    O SUS ser financiado com recursos do Oramento da SeguridadeSocial de cada um dos entes polticos, alm de outras fontes. Essasdisposies encontram-se no 1. do Art. 198 e fazem correlao ao Art.195 que define que a Seguridade Social ser financiada por todos os entespolticos. Correlao lgica! Se os entes polticos iro financiar aSeguridade Social, tambm iro automaticamente financiar a Sade, poisa Sade apenas uma rea da Seguridade Social, ou seja, a Sade estinserida dentro da Seguridade Social. Vejamos o dispositivo:

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 32 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    1. O sistema nico de sade (SUS) ser financiado, nos termosdo art. 195, com recursos do oramento da seguridade social,da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, almde outras fontes.

    Existe a obrigao constitucional dos entes polticos aplicarem umvalor mnimo de recursos na Sade. Essa obrigao encontra-se noArt.198 2.:

    2 A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpiosaplicaro, anualmente, em aes e servios pblicos de saderecursos mnimos derivados da aplicao de percentuaiscalculados sobre:

    I no caso da Unio, na forma definida nos termos da leicomplementar prevista no 3;

    II no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produtoda arrecadao dos impostos a que se refere o art. 155(ITCMD, ICMS e IPVA) e dos recursos de que tratam osarts. 157 (Repartio das Receitas Tributrias) e 159,inciso I, alnea a (FPE Fundo de Participao dosEstados e do Distrito Federal), e inciso II (10% do IPIaos Estados e Distrito Federal), deduzidas as parcelas queforem transferidas aos respectivos Municpios;

    III no caso dos Municpios e do Distrito Federal, oproduto da arrecadao dos impostos a que se refere o art.156 (IPTU, ITBI e ISS) e dos recursos de que tratam osarts. 158 (Repartio das Receitas Tributrias) e 159,inciso I, alnea b (FPM Fundo de Participao dosMunicpios) e 3 (25% dos 10% do IPI aos Estados eDistrito Federal). 01008991538

    O inciso I, deixou para a lei complementar definir sobre qual base aUnio dever calcular os recursos mnimos a serem aplicados na Sade. Econforme as disposies constitucionais seguintes, essa lei complementardeve ser reavaliada periodicamente. Vamos aos dispositivosconstitucionais:

    3 Lei complementar, que ser reavaliada pelo menos a cadacinco anos, estabelecer:

    I os percentuais de que trata o 2 (Recursos mnimos aserem aplicados pela Unio na Sade);

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 33 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    II os critrios de rateio dos recursos da Unio vinculados sade destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicpios, e dos Estados destinados a seus respectivosMunicpios, objetivando a progressiva reduo dasdisparidades regionais;

    III as normas de fiscalizao, avaliao e controle dasdespesas com sade nas esferas federal, estadual, distrital emunicipal;

    IV as normas de clculo do montante a ser aplicado pelaUnio.

    Como j citei anteriormente, provavelmente, a Sade seja o setormais sensvel do Estado. A demanda por agentes comunitrios de sade to grande e to rpida em algumas reas especficas, que, se o governofosse seguir os trmites normais de contratao (Concurso Pblico),dispenderia muito tempo! E em se tratando de sade pblica, muitasvezes o tempo fator decisivo, podendo dessa forma ser poupado porvnculos menos burocrticos. Assim, os agentes comunitrios de sadeseguem uma sistemtica muito particular, sendo essa sistemticaelencada na prpria CF/1988, a saber:

    4 Os gestores locais do sistema nico de sade poderoadmitir agentes comunitrios de sade e agentes de combate sendemias por meio de processo seletivo pblico, de acordocom a natureza e complexidade de suas atribuies e requisitosespecficos para sua atuao.

    5 Lei federal dispor sobre o regime jurdico, o piso salarialprofissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e aregulamentao das at01008991538ividades de agente comunitrio desade e agente de combate s endemias, competindo Unio,nos termos da lei, prestar assistncia financeira complementaraos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, para ocumprimento do referido piso salarial.

    6 Alm das hipteses previstas no 1 do art. 41 e no 4 doart. 169 da Constituio Federal, o servidor que exera funesequivalentes s de agente comunitrio de sade ou de agente decombate s endemias poder perder o cargo em caso dedescumprimento dos requisitos especficos, fixados em lei,para o seu exerccio.

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 34 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Podemos extrair que a contratao de agentes comunitrios desade se dar por meio de processo seletivo, que um mtodo bem maisclere que o concurso pblico. Observamos tambm que essesfuncionrios no seguem o Regime Estatutrio (Lei n. 8.112/1990),muito menos o Regime da CLT (Decreto-Lei n. 5.452/1943). Eles seguemum regime prprio, diferenciado, e institudo por lei federal, no caso, a Lein. 11.350/2006. Por fim, foi criada uma nova possibilidade de perda decargo, exclusiva aos agentes comunitrios de sade, diferente daquelasprevistas na prpria CF/1988.

    A CF/1988 define que a assistncia sade livre iniciativaprivada. Nada mais lgico! J vimos l no Art. 197 que a execuo deaes e servios de sade pode ser realizada pela iniciativa privada(pessoas jurdicas e pessoas fsicas). Vamos aos dispositivosconstitucionais:

    Art. 199. A assistncia sade livre iniciativa privada.

    1 - As instituies privadas podero participar de formacomplementar (no suplementar!) do sistema nico desade (SUS), segundo diretrizes deste, mediante contrato dedireito pblico ou convnio, tendo preferncia s entidadesfilantrpicas e as sem fins lucrativos.

    2 - vedada a destinao de recursos pblicos paraauxlios ou subvenes s instituies privadas com finslucrativos.

    3 - vedada a participao direta ou indireta de empresasou capitais estrangeiros na assistncia sade no Pas,salvo nos casos previstos em lei.

    4 - A lei dispor01008991538 sobre as condies e os requisitosque facilitem a remoo de rgos, tecidos e substnciashumanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento,bem como a coleta, processamento e transfuso de

    sangue e seus derivados, sendo vedadotodo tipo de comercializao.

    O Art. 199 e seus pargrafos no merecem maiores comentrios.

    Para encerrar o tpico sobre Sade, citarei apenas as competnciasconstitucionais dos SUS, presentes no Art. 200. Para constar, meu amigoconcurseiro, existe a Lei n. 8.080/1990, que melhor detalha ascompetncias e o funcionamento do SUS, mas esta no ser objeto denossos estudos. Vamos aos dispositivos constitucionais:

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 35 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Art. 200. Ao sistema nico de sade (SUS) compete, alm deoutras atribuies, nos termos da lei:

    I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos esubstncias de interesse para a sade e participar daproduo de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos,hemoderivados e outros insumos;

    II - executar as aes de vigilncia sanitria eepidemiolgica, bem como as de sade do trabalhador;

    III - ordenar a formao de recursos humanos na rea desade;

    IV - participar da formulao da poltica e da execuo dasaes de saneamento bsico;

    V - incrementar em sua rea de atuao o desenvolvimentocientfico e tecnolgico;

    VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido ocontrole de seu teor nutricional, bem como bebidas e guaspara consumo humano;

    VII - participar do controle e fiscalizao da produo,transporte, guarda e utilizao de substncias e produtospsicoativos, txicos e radioativos;

    VIII - colaborar na proteo do meio ambiente, nelecompreendido o do trabalho.

    07. Previdncia Social.

    Vamos agora abordar a segunda rea da Seguridade Social, e amais importante para os nossos estudos, a Previdncia Social. Recorremosmais uma vez aos dispositivos constitucionais:

    Art. 201. A previdncia social ser organizada sob a forma deregime geral (RGPS Regime Geral da Previdncia Social),de carter contributivo e de filiao obrigatria, observadoscritrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, eatender, nos termos da lei, a:

    I - cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idadeavanada;

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 36 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    II - proteo maternidade, especialmente gestante;

    III - proteo ao trabalhador em situao de desempregoinvoluntrio;

    IV salrio famlia e auxlio recluso para os dependentesdos segurados de baixa renda;

    V - penso por morte do segurado, homem ou mulher, aocnjuge ou companheiro e dependentes, observado o dispostono 2. (benefcio que substitui o rendimento do seguradoter como valor mensal mnimo o salrio mnimo nacional).

    Do caput do artigo exprime-se que a Previdncia Social contributiva! Ao contrrio da Sade, onde qualquer pessoa pode delausufruir, na Previdncia, para o cidado gozar dos benefciosprevidencirios, o mesmo dever estar obrigatoriamente filiado econtribuindo regularmente para o RGPS (Regime Geral da PrevidnciaSocial). No existe, em regra, benefcio sem custeio.

    A ideia da Previdncia Social equivalente de uma contratao deseguro comum, como dos veculos, por exemplo. Voc compra um veculoe faz o seguro! Voc paga um valor estipulado por ano, e caso sofraalgum sinistro, o seguro cobre essa ocorrncia. Quando o seguradocontribui para a Previdncia, ele est contratando um seguro. Logo,quando ocorrer algum sinistro (idade avanada, invalidez ou morte, porexemplo), estar coberto pelos benefcios previdencirios. Essa a ideia!Para constar, os sinistros supracitados tambm recebem o nome deriscos ou riscos sociais. =)

    Os incisos tratam dos benefcios previdencirios de forma geral, sementrar nas nuances previstas na legislao infralegal. Por enquanto, fareibreves comentrios:

    I - cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idadeavanada;

    A cobertura dos eventos ser realizada por meio das seguintesformas de proteo previstas na Previdncia Social:

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 37 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Cobertura deEventos de:

    Benefcio:

    1. Doena: Auxlio Doena e AuxlioAcidente.

    2. Invalidez: Aposentadoria por Invalidez.

    3. Morte: Penso por Morte.

    4. IdadeAvanada:

    Aposentadoria por Idade e porTempo de Contribuio.

    II - proteo maternidade, especialmente gestante;

    A proteo maternidade, principalmente gestante, se datravs do Salrio Maternidade, que passa a ter o direito comnascimento da criana, ou mesmo por meio de adoo, conformedisposies legais.

    III - proteo ao trabalhador em situao de desempregoinvoluntrio;

    Nesse ponto da disciplina, muitos bons alunos se confundem! OSeguro Desemprego um benefcio de natureza previdenciria que administrado e concedido pelo Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) eno pelo INSS, mas no a proteo ao trabalhador em situao dedesemprego involuntrio assegurada pela Constituio. Muito bem, entoqual a manuteno garantida pela Previdncia Social aos seusbeneficirios nesses casos? o Perodo de Graa (PG), que nada mais do que o prazo de 12 meses, no qual o desempregado no contribui paraa previdncia Social, mas mantm a sua qualidade de segurado, inclusivepodendo gozar dos benefcios previdencirios.

    IV salrio famlia e auxlio recluso para os dependentesdos segurados de baixa renda;

    Salrio famlia e Auxlio Recluso s para o segurado baixa renda,conforme disposies legais. No adianta ir ao INSS reclamar que a vidaest difcil, pois o critrio objetivo! baixa renda, tem direito! No baixa renda, sinto muito!

    V - penso por morte do segurado, homem ou mulher, aocnjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no 2. (benefcio que substitui o rendimento do segurado tercomo valor mensal mnimo o salrio mnimo nacional).

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 38 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    A penso por morte no exige nenhum comentrio adicional. Osegurado morre e deixa penso para a esposa, marido, companheiro ouequiparado, filhos. Enfim, o beneficirio no ser o prprio segurado, masseus dependentes. Sendo que a penso por morte ser de no mnimo umsalrio mnimo mensal.

    Continuando nossa anlise, especificamente sobre o benefcioAposentadoria, temos o seguinte dispositivo pertencente ao Art. 201:

    1 vedada a adoo de requisitos e critrios diferenciadospara a concesso de aposentadoria aos beneficirios do regimegeral de previdncia social, ressalvados os casos de atividadesexercidas sob condies especiais que prejudiquem a sadeou a integridade fsica e quando se tratar de seguradosportadores de deficincia, nos termos definidosem leicomplementar.

    Sobre a aposentadoria, a CF/1988 clara: os requisitos e critriosadotados para a sua concesso sero sempre os mesmos, no sendoaceitos critrios diferenciados. Uma das ressalvas fica por conta daAposentadoria Especial que trata dos segurados que trabalham emcondies extremamente prejudiciais sade, sendo que, essestrabalhadores tm o direito a se aposentar com 15, 20 ou 25 anos, adepender da atividade laboral. A outra ressalva trata da Aposentadoriado Portador de Deficincia, que veio a ser tratada em leicomplementar, especificamente a Lei Complementar n. 142/2013, que foiregulamentada pelo Decreto n. 8.145/2013, que alterou o Regulamentoda Previdncia Social.

    2 Nenhum benefcio que substitua o salrio de contribuioou o rendimento do 01008991538trabalho do segurado ter valor

    mensalinferior ao salrio mnimo.

    Pela primeira vez o termo Salrio de Contribuio aparece naCF/1988! O que significa isso? Salrio de contribuio (SC) a parte dorendimento do segurado que servir de base de clculo para asContribuies Sociais. Nem tudo que o trabalhador recebe pode serconsiderado SC! Podemos citar o exemplo do empregado de umametalrgica que recebe R$ 2.000,00 por ms em dinheiro mais R$ 750,00em auxilio alimentao (disponibilizado em carto magntico), totalizandoR$ 2.750,00. Qual o SC dele? R$ 2.000,00! Conforme prev a legislao,existem parcelas que integram o SC e outras que no integram o SC dosegurado (essa diferenciao no ser objeto desta aula). Por sua vez,

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 39 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    quando o assunto est no edital e cobrado em prova, conhecer sedeterminada parcela da remunerao integrante ou no do SC fundamental para o bom desempenho no concurso. =)

    Voltando ao dispositivo constitucional, nenhum benefcio dosegurado que substitua o seu SC (parte do rendimento ou o rendimentointeiro) ou o seu rendimento poder ser inferior ao salrio mnimonacional. Norma protetiva! Imagine um trabalhador contribuinte em idadeavanada, que ao entrar com pedido de aposentadoria no INSS, informado aps os clculos previdencirios que sua aposentadoria tervalor inferior a um salrio mnimo! No mesmo momento ele decide deixarde viver, alegando que a vida no compensa, que trabalhou a vida toda, eoutras coisas do gnero que voc pode imaginar! Ressalvadas asbrincadeiras, essa situao impossvel graas a esse dispositivo! Obenefcio dele ser de no mnimo um salrio mnimo! Esse o limitemnimo dos benefcios da Previdncia Social.

    3 Todos os salrios de contribuio considerados para o clculode benefcio sero devidamente atualizados, na forma da lei.

    Continuamos com o exemplo do idoso acima. Quando ele derentrada no pedido do benefcio da aposentadoria no INSS, todos os SC(Base de Clculo das Contribuies Sociais) da sua vida laboral seroatualizados at o dia do pedido do benefcio! Imagine voc, ter um SC deR$ 750,00 em 2000, e 14 anos depois, em 2014, o INSS considerar essemesmo SC sem qualquer atualizao monetria? No seria justo, no mesmo? Em resumo, acontece assim: O segurado entra com o pedido dobenefcio, o INSS consulta todos os SC do segurado e atualiza-osmonetariamente at a data do pedido. Faz-se a mdia dos SC, conformedisposies legais, e sobre esse SC mdio se constituir o valor dobenefcio do segurado.

    4 assegurado o reajustamento dos benefcios parapreservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conformecritrios definidos em lei.

    Lembra-se desse princpio da Seguridade Social? Sim... o Princpioda Irredutibilidade do Valor dos Benefcios. Com esse dispositivo, oconstituinte quis assegurar o valor real dos benefcios. Imagine se um deseus pais recebesse uma aposentadoria de R$ 1.500,00 em 2010, de R$1.500,00 em 2013 e alguns anos depois, em 2020, uma aposentadoria deR$ 1.500,00??? Nessa altura dos acontecimentos, ele j teria perdido pelomenos 45% do poder de compra de sua aposentadoria! Pela importncia

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 40 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    do assunto, ele foi elencado no texto constitucional pela EmendaConstitucional n. 20/1998.

    5 vedada a filiao ao regime geral de previdncia social(RGPS), na qualidade de segurado facultativo, de pessoaparticipante de regime prprio de previdncia (RPPS).

    Esse exatamente o meu caso! Sou servidor pblico federal eparticipante do RPPS. Posso participar do RGPS? Sim! Na condio deempregado, por exemplo, caso fosse professor de Direito Tributrio emalguma universidade, ou na condio de contribuinte individual, casotrabalhasse por conta prpria como engenheiro, nos finais de semana. Oque no pode pessoa participante do RPPS, filiar-se no RGPS nacondio de segurado facultativo, s porque est sobrando uma graninhano final do ms! Nesse mesmo sentido, a Instruo NormativaINSS/PRESS n. 45/2010 traz as seguintes disposies em relao aosServidores Pblicos Federais:

    Art. 35, 1. A partir de 15/05/2003, data da publicao da Lein. 10.667/, vedada a filiao ao RGPS, na qualidade desegurado facultativo, do servidor pblico efetivo civil da Unio, desuas respectivas Autarquias ou Fundaes, participante de RPPS,inclusive na hiptese de afastamento sem vencimentos.

    Entretanto, o mesmo ato normativo traz as seguintes disposiesem relao aos Servidores Pblicos Estaduais, Distritais e Municipais:

    Art. 35. A partir de 16/12/1998, data da publicao da EmendaConstitucional n. 20/1998, vedada a filiao ao RGPS, naqualidade de segurado facultativo, de pessoa participante deRPPS (Estadual, Distrital e Municipal), salvo na hiptese deafastamento sem vencimento e desde que no permitida,nesta condio, contr

    01008991538

    ibuio ao respectivo regimeprprio.

    Em suma, ao contrrio dos Servidores Federais, os Servidores dosEstados, do DF e dos Municpios podero contribuir como seguradofacultativo, desde que estejam afastados, sem receber seus vencimentose que no estejam contribuindo para o seu RPPS.

    6 A gratificao natalina dos aposentados e pensionistas terpor base o valor dos proventos do ms de dezembro de cada ano.

    Supomos que uma senhora idosa se aposente no incio de 2013, ereceba seu primeiro provento em Fevereiro/2013 no valor de R$ 1.100,00.Supomos tambm que no ms de Maio, a governo federal reajuste os

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.brPgina 41 de 165

  • Direito Previdencirio p/ INSS2. Turma 2014/2014Teoria e Questes ComentadasProf. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    benefcios da previdncia em 8% a contar de Junho/2013. Finalmente emDezembro/2013, qual ser o valor de gratificao natalina da senhora emquesto?

    Primeiro, a citada senhora recebeu 11 meses de provento durante oano. Logo a gratificao dela ser no valor de 11/12 do provento do msde Dezembro. Qual o provento de Dezembro? de R$ 1.188,00 (R$1.100,00 + 8% = R$ 1.188,00). Concluindo a continha: 11/12 x R$1.188,00 = R$ 1.089,00.

    Como podemos perceber, no importa quantos meses de proventosforam pagos, muito menos se houve reajuste dos proventos durante oano, a gratificao natalina sempre ter como base o provento doms de Dezembro!

    7 assegurada aposentadoria no regime geral de previdnciasocial (RGPS), nos termos da lei, obedecidas as seguintescondies:

    I 35 (trinta e cinco) anos de contribuio, se homem, e 30(trinta)b anos de contribuio,