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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
COISA JULGADA
Prof. Alexandre Luna da Cunha
OBJETIVOS DA AULA:
1. Apresentar os principais aspectos da coisa julgada
2. Apresentar as diferentes regras:
1. CPC/73: Arts. 467 / 475
2. NCPC: Arts. 502 / 508
3. Estimular a reflexão sobre o tema.
VIGENTE
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/1973
Coisa Julgada
Art. 467: Denomina-se coisa julgada material a eficácia,
que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais
sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
A coisa julgada MATERIAL impede novas discussões sobre
questões já decididas em processo, evitando uma
instabilidade jurídica.
Coisa Julgada
Coisa Julgada MATERIAL
Decisão de MÉRITO – DEFINITIVAS - Art. 269
Coisa Julgada FORMAL
Decisão de EXTINÇÃO – EXTINTIVAS - Art. 267
Perempção: art. 268Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a
que o autor intente de novo a ação. [...]
Art. 267, V: perempção, litispendência ou de coisa julgada
Coisa Julgada
Formação da coisa julgada
Quando a decisão de mérito não mais puder ser
impugnada, porque:
1. todos os recursos possíveis já foram interpostos
ou
2. porque já não mais recurso possível, dada a
preclusão de prazo
Coisa Julgada
FREDIE DIDIER JUNIOR: “A coisa julgada é instituto
jurídico que integra o conteúdo do direito fundamental à
segurança jurídica, assegurado em todo Estado
Democrático de direito, encontrando consagração
expressa, em nosso ordenamento jurídico, no art. 5o,
XXXVI, CF. Garante ao jurisdicionado que a decisão final
dada à sua demanda será definitiva, não podendo ser
rediscutida, alterada ou desrespeitada –seja pelas partes.
Seja pelo próprio Poder Judiciário.”
CF, 5º. [...]
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a COISA JULGADA;
A coisa julgada só recai sobre a parte da decisão que julga o pedido
(a questão principal, a lide) ou seja, sobre a norma jurídica concreta
contida no dispositivo
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
CPC, 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem forçade lei nos limites da lide e das questões decididas.
As questões implicitamente resolvidas também fazem coisa julgada,
ou seja, a coisa julgada abrange o alegado e o que poderia ser
alegado.
CPC, 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ãodeduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderiaopor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.
CPC, 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.
Faz coisa julgada a questão incidental decidida em
sentença.Exemplo: Incidente de falsidade
As questões implicitamente resolvidas também fazem coisa
julgada, ou seja, a coisa julgada abrange o alegado e o que poderia
ser alegado.
Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão.
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
NÃO FAZEM COISA JULGADA
Motivos: Somente a parte dispositiva da decisão é acobertada pela coisa
julgada, os motivos por sua vez não estão acobertados pela coisa
julgada e justificar a decisão.
CPC, 469. Não fazem coisa julgada:I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance daparte dispositiva da sentença;Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente noprocesso.
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
NÃO FAZEM COISA JULGADA
Relação jurídica continuativa: ex. alimentos
e II)
Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;II - nos demais casos prescritos em lei.
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
Os limites subjetivos da coisa julgada podem operar-se inter
partes, ultra partes ou erga omnes.
A coisa julgada inter partes é aquela em que somente se
vinculam as partes (art. 472 do CPC).
Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada,não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas aoestado de pessoa, se houverem sido citados no processo, emlitisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produzcoisa julgada em relação a terceiros.
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
A coisa julgada ultra partes é aquela que atinge não só as
partes do processo, como também determinados terceiros. Os
efeitos da coisa julgada estendem-se a terceiros, pessoas que
não participaram do processo, vinculando-os.
Exemplo: Casos de substituição processual, em que o substituído apesar de não
ter figurado como parte na demanda, será alcançado pela coisa julgada.
A coisa julgada erga omnes é aquela cujos efeitos atingem a
todos os jurisdicionados, tenham ou não participado do
processoExemplo: Ações coletivas que versem sobre direitos difusos ou individuais
homogêneos (art. 103, I e III, do CDC) e nas ações de controle de
constitucionalidade
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
Remessa Necessária
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito
senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as
respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de
dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos
ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do
tribunal avocá-los.
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o
direito controvertido, for de valor certo NÃO EXCEDENTE A 60 (SESSENTA)
SALÁRIOS MÍNIMOS, bem como no caso de procedência dos embargos do
devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença
estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal
ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
FUTURO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015
Formação, suspensão e extinção do processo
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo
efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
execução fiscal.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no
prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não
o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a
remessa necessária.
Formação, suspensão e extinção do processo
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido
na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de
direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas
autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos
Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias
e fundações de direito público.
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Formação, suspensão e extinção do processo
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna
imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força
de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial,
decidida expressa e incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se
aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para
resolvê-la como questão principal.
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver
restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o
aprofundamento da análise da questão prejudicial.
Formação, suspensão e extinção do processo
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva
da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à
mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no
estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi
estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
prejudicando terceiros.
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a
cujo respeito se operou a preclusão.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e
repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao
acolhimento quanto à rejeição do pedido.
Próxima Aula:
Tutela Provisória
Amanda, representando sua filha menor, Cláudia, move
ação de alimentos em face do pai da menor, Roberto. A
ação é julgada procedente condenando Roberto ao
pagamento do valor mensal de R$1.500,00. Seis meses
após a prolação desta sentença, em face da qual não foi
interposto recurso, Roberto pretende se exonerar da
obrigação alimentar tendo em vista que foi demitido de
seu emprego e sua única fonte de renda. Para discutir
os alimentos como deve proceder Roberto? Roberto
deve mover nova ação ou deve manifestar-se nos autos
desta ação de alimentos na qual foi condenado? Em
sua resposta analise ocorrência ou não de coisa
julgada, justificando com argumentos da doutrina e
apresentando fundamento legal.