direitos humanos
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Direitos Humanos
Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, vantagens e
prerrogativas que devem ser reconhecidas, pelo indivíduo, como
essências. Deste modo é-lhe proporcionada uma vida digna, que não
seja inferior ou superior aos outros por ser de um sexo diferente, por
pertencer a uma etnia diferente, ou religião, ou até mesmo por
pertencer a um determinado grupo social.
São importantes para que se tenha uma convivência em paz, sendo
um conjunto de regras que não só o estado deve seguir e respeitar,
como também todos os cidadãos a ele pertencentes.
O que são?
Direitos Humanos
Direitos HumanosHistória
A ideia de Direitos Humanos tem origem no conceito filosófico
de direitos naturais que seriam atribuídos por Deus.
Existe um importante debate sobre a origem cultural dos
direitos humanos. Geralmente considera-se que têm a sua raiz na
cultura ocidental moderna. Por outro lado, considera-se que todas
as culturas possuem visões de dignidade que se traduzem em
direitos humanos, fazendo referência a proclamações como a
Carta de Mandén, de 1222, Declaração fundacional do Império de
Mali. Existe também quem considere que o Ocidente não criou a
ideia nem o conceito de direitos humanos, ainda que tenha
encontrado uma maneira concreta de sistematizá-los, através de
uma discussão progressiva e com base no projecto de uma
filosofia dos direitos humanos.
Direitos HumanosHistória
Os direitos humanos são o resultado de uma longa história, tendo
sido debatidos ao longo dos séculos por filósofos e juristas.
O momento mais importante, na história dos Direitos do Homem,
aconteceu durante 1945-1948. Em 1945, os Estados tomaram
consciência das tragédias e atrocidades vividas durante a 2ª
Guerra Mundial, o que os levou a criar a Organização das Nações
Unidas (ONU) em prol de estabelecer e manter a paz no mundo.
Direitos HumanosHistória
Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20 de Junho
de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação “em
preservar as gerações futuras do flagelo da guerra, proclamar a fé
nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres,
assim como das nações, grande e pequenas, em promover o
progresso social e instaurar melhores condições de vida numa
maior liberdade.”.
Direitos HumanosHistória
A criação das Nações Unidas simboliza a
necessidade de um mundo de tolerância, de paz,
de solidariedade entre as nações, que faça avançar
o progresso social e económico de todos os povos.
Os principais objectivos das Nações Unidas, passam por manter a
paz, a segurança internacional, desenvolver relações amigáveis entre
as nações, realizar a cooperação internacional resolvendo problemas
internacionais do cariz económico, social, intelectual e humanitário,
desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção.
A 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia-geral das Nações Unidas
proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que visa
estabelecer a paz entre as nações e o consenso entre os povos..
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é fundamental na
nossa Sociedade, quase todos os documentos relativos aos Direitos
Humanos tem como referência esta Declaração, e alguns Estados
fazem referência directa nas suas constituições nacionais.
Esta Declaração é considerada a maior prova dada até hoje do
consenso entre os povos.
Direitos HumanosHistória
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, ganhou uma
importância extraordinária, contudo não obriga juridicamente que
todos os Estados a respeitem e, devido a isso, a partir do
momento em que foi promulgada, foi necessário a preparação de
inúmeros documentos que especificassem os direitos presentes
na declaração forçando os Estados a cumpri-la. Foi nesse
contexto que, no período entre 1945-1966 nasceram vários
documentos.
Direitos HumanosHistória
Direitos HumanosHistória
Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
os dois pactos efectuados em 1966, nomeadamente O Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional
dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, bem como os dois
protocolos facultativos do Pacto dos Direitos Civis e Políticos (que
em 1989 aboliu a pena de morte), constituem A Carta
Internacional dos Direitos do Homem.
Direitos HumanosHistória
Etapas da evolução histórica dos Direitos Humanos
1) Uma grande etapa vem das origens da História e chega até o século XVIII, onde se formularam princípios e reivindicações que constituem as “raízes” do conceito.
2) A Primeira Geração de Direitos Humanos, onde os Direitos consagram as liberdades civis e os direitos políticos, sendo chamados “Direitos de Liberdade”.
3) A Segunda Geração de Direitos Humanos, onde se dá a conquista dos direitos sociais, económicos e culturais, denominados Direitos de Segunda Geração ou Direitos de Igualdade.
4) A Terceira Geração de Direitos Humanos, uma etapa de formulação dos Direito dos Povos.
Por sua índole, pode dizer-se que os Direitos Humanos nascem
com o Homem. As raízes do conceito fundem-se com a origem da
História e percorrem-na em todos os sentidos. Neste imenso lapso
de tempo, o Homem, desde as mais diversas culturas, procura
ideais e aspirações que respondam à variedade das condições
materiais de existência, do seu desenvolvimento cultural e da sua
circunstância política.
1) Raízes do conceito de Direitos Humanos
Direitos HumanosHistória
Por isso, não é possível assinalar traços comuns a todo este
período, mas constata-se que muitos princípios de convivência, de
justiça, e a própria ideia de dignidade do ser humano, aparecem
em circunstâncias muito diversas da história da Humanidade,
coincidindo entre povos separados pelo tempo.
2) A primeira geração de Direitos de Liberdade
Direitos Humanos de Primeira geração: direitos civis e políticos,
compreendem as liberdades clássicas e realçam o princípio da
liberdade.
Direitos HumanosHistória
3) A Segunda Geração de Direitos: Os direitos de Igualdade
Direitos Humanos de Segunda Geração: direitos económicos,
sociais e culturais. Identificam-se com as liberdades positivas, reais
ou concretas e acentuam o princípio da igualdade.
4) A Terceira Geração de Direitos Humanos:
Direitos Humanos de Terceira Geração: titularidade colectiva.
Consagram o princípio da fraternidade. Englobam o direito ao meio
ambiente equilibrado, uma saudável qualidade de vida, progresso,
paz, autodeterminação dos povos e outros direitos difusos.
Direitos HumanosHistória
Adoptada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral
das Nações Unidas a 10 de Dezembro de 1948
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em actos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum, Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida numa liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
A Assembleia Geral proclama A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objectivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adopção de medidas progressivas de carácter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efectivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo I Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição. Artigo III Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo V Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo VI Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual protecção da lei. Todos têm direito a igual protecção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo VIII Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efectivo
para os actos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo IX Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XI 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer acção ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à protecção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XIV 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por actos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito
de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimónio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XVII 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou colectivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XXI 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país, directamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de
voto.Artigo XXII Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XXIII 1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à protecção contra o desemprego. 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a
dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de protecção social. 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para protecção de seus interesses.
Artigo XXIV Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
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Artigo XXV 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozarão da mesma protecção social.Artigo XXVI 1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as actividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do género de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem direito à protecção dos interesses
morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XVIII Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XXIV 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer actividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Direitos HumanosDeclaração Universal dos Direitos Humanos
Imprescritibilidade
São imprescritíveis, ou seja, não se perdem pelo decurso de prazo;
Inalienabilidade:
Não há possibilidade de transferência, seja a título gratuito ou oneroso;
Irrenunciabilidade:
Não podem ser objecto de renúncia (polémica discussão: eutanásia,
aborto e suicídio);
Direitos HumanosCaracterísticas
Inviolabilidade:
Impossibilidade de desrespeito por determinações
infraconstitucionais ou por acto das autoridades públicas, sob
pena de responsabilidade civil, administrativa e criminal;
Universalidade:
A abrangência desses direitos engloba todos os indivíduos,
independente da sua nacionalidade, sexo, raça, credo ou
convicção político-filosófica;
Direitos HumanosCaracterísticas
Efectividade:
A actuação do Poder Público deve ser no sentido de garantir a
efectivação dos direitos e garantias previstas, com mecanismos
coercitivos;
Indivisibilidade:
Porque não devem ser analisados isoladamente. Por exemplo: o
direito à vida, exige a segurança social (satisfação dos direitos
económicos).
Direitos HumanosCaracterísticas
Podemos explicar o significado ou conteúdo de um direito ao
especificar os deveres que o possuidor do direito impõe nos outros.
Basicamente, se temos o direito a viver, então o outro tem o dever
de fazer com que a nossa vida se mantenha preservada; se temos o
direito à liberdade de expressão, então os restantes têm o dever de
nos ouvir e deixar exprimir. Exemplos como estes fazem com que a
sociedade seja um pouco mais civilizada e respeitadora, contudo,
muitas vezes estes direitos são quebrados, assassinatos fazem parte
do quotidiano e direitos violados fazem parte da realidade de
praticamente todos nós.
Direitos HumanosSignificado
Os deveres podem ser classificados como positivos ou negativos , um
dever é positivo quando se refere a algo que devemos ou podemos
fazer e um dever negativo está relacionado com algo que não devemos
e/ou não é correcto que façamos; o dever de receber um pagamento é
portanto um dever considerado positivo e o dever de não conduzir
embriagado considerado negativo.
Importante será salientar que direitos e deveres não podem ser
considerados absolutos. Se um direito é absoluto, então isso significa
que não pode ser violado seja em que circunstancia for.
O direito à vida é um direito considerado por todos: crucial, apesar
de a maior parte das pessoas considerar moralmente aceitável o facto
de se matar alguém caso seja em auto-defesa.
Direitos HumanosSignificado
Esta categoria de direitos tem como objectivo proteger as
pessoas contra as mais extremas e variadas formas de abuso
físico, tais como: a morte, tortura , rapto ou até assalto.
Este tópico esta incluído nos artigos 3 e 5.
Se todos temos o direito a segurança então, como sociedade
civilizada temos de nos proteger mutuamente e não violar,
enquanto possível esse direito , considerado um dos mais
importantes da lista.
Direitos HumanosDireito da preservação da vida e segurança
Esta categoria visa a proteger as pessoas da desigualdade e
injustiça perante a lei e de variadas formas de discriminação.
Está incluído nos artigos 1, 2, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 15 e 17.
Até um superficial conhecer da historia, revela como as
pessoas comuns e as suas capacidades têm vindo a ser
destruídas quando não conseguem desfrutar de igual
protecção por parte da lei e liberdade .
Estes são dois direitos que estão constantemente a ser
violados, sendo o trabalho infantil um exemplo desta violação.
Direitos HumanosDireito de igualdade de protecção e
perante a lei
Esta categoria de direitos tem como objectivo proteger as pessoas
da exclusão das decisões politicas que, por sua vez, pode afectar
profundamente a sua vida social e até psicológica. De uma forma
mais geral, segundo este direito, todo e qualquer cidadão tem o
direito de participar nas decisões politicas em questão. O artigo 21 é
o primeiro pertencente a esta categoria, contudo, outros artigos
como os 7, 18, 19 e 20 também se integram e pertencem a este
direito humano.
Direitos HumanosDireito à participação politica
Importante será referir, que não em tempos muito longínquos,
grande parte das pessoas comuns não tinham direito a entrevir nas
decisões fundamentais do seu país, ainda que, depois de tomadas,
tinham de obedecer. Não será surpreendente portanto, que, neste
caso, nem mesmo o governo se interessava ou tinha em
consideração as necessidades e interesses destes cidadãos pouco
respeitados.
A emancipação feminina transformou grandes potências
mundiais, como os Estados Unidos, mais democráticos e justos.
Direitos HumanosDireito à participação politica
Segundo Robert Dahl, para que um governo seja democrático, existe
uma lista de cinco critérios essenciais:
• Participação eficaz e colectiva: Antes de uma politica ser adoptada,
todos os membros devem ter iguais oportunidades de dar a conhecer as
suas ideias e pontos de vista para que se possa avaliar todos os
processos e organizar uma politica justa e global.
• Igualdade de votos: Todos os membros devem ter igual oportunidade
de votar e qualquer voto deve ser aceite e considerado de forma igual e
justa.
Direitos HumanosDireito à participação politica
• Esclarecimento e compreensão: cada membro deverá ter igual
oportunidade para aprender acerca das alternativas politicas
relevantes e as suas possíveis consequências.
• Controlo dos compromissos e horários: os cidadãos devem ter total
oportunidade de decidir quando e o que fazer, de acordo com as
suas necessidades.
• inclusão dos adultos: todos os adultos devem ter o direito,
enquanto cidadãos activos, de votar.
Direitos HumanosDireito à participação politica
Os cinco critérios gerais são ainda suplementados por seis
necessidades essenciais para que se possa formar uma democracia
credível e representativa:
• Eleger um presidente
• Livres, justas e frequentes eleições
• Liberdade de expressão
• Acesso a variadas e alternativas fontes de informação
• Associações autónomas
• Cidadania: para alem de todos os referidos anteriormente, este
acrescenta ainda o direito de cada cidadão ao voto e a candidatar-se
a um cargo politico.
Direitos HumanosDireito à participação politica
Esta categoria de direitos visa a proteger as pessoas, cedendo-lhes a liberdade básica e fundamental . Esta categoria inclui os artigos 3, 4, 13, 16, 17, 18, 19 e 20.
A lei proíbe-nos de fazer umas coisas e autoriza-nos a fazer outras.
Existe um limite de liberdade e ninguém pode dizer que é
absolutamente livre, se o dissermos estamos a afirmar que não existe
nada que não devamos ou não possamos fazer, o que é civicamente
errado. Até aos dias de hoje muitas liberdades se foram conquistando,
ainda que, exista sempre uma barreira, um limite no que toca ao que
podemos ou não fazer.
Direitos HumanosDireito à liberdade
Direitos HumanosDireito à liberdade
A declaração universal dos direitos humanos enumera uma
quantidade de artigos, os quais exprimem direitos e liberdades a
que todos temos direito, contudo, esta lista não pretende possuir e
expressar todos os direitos de liberdade aos quais devemos ter
direito mas sim, focar os mais importantes e dar-lhes ênfase para
que todos os possam conhecer e deles desfrutar.
Para Platão, a forma de liberdade é uma maneira de atingir uma
sociedade ideal e oscila entre excesso e carência de liberdade.
Platão acredita que se uma pessoa estiver realmente determinada,
então, não existe lei, seja ela qual for, que a impeça de atingir os seus
objectivos, mesmo que estes sejam roubar ou até matar.
Não podemos dizer que somos realmente livres em situação alguma,
mesmo que vivamos num local onde não existam leis, costumes,
tradições ou mesmo opinião pública para controlar e corrigir o
comportamento populacional.
Num contexto generalizado, alguém é livre quando participa e reforça
as regras e leis da sociedade e as partilha com todos os que o rodeiam.
Direitos HumanosDireito à liberdade
Os Direitos Humanos têm como função proteger os indivíduos das
arbitrariedades, do autoritarismo, da prepotência e abusos de poder.
Eles representam a liberdade dos seres humanos, e o seu
aparecimento está ligado ao individualismo das sociedades, criado ao
longo dos tempos, que por consequência levou à necessidade de
limitar o poder do Estado sobre os indivíduos, fazendo com que o
respeitasse e aos seus interesses. Desta forma estão associados a
uma ideia de civilização, de democracia, que em conjunto reflectem
uma ideia de igualdade e de dignidade para todos os seres humanos.
Direitos HumanosA função
Numa primeira fase, os Direitos Humanos surgiram devido à
necessidade de protecção da população perante a acção e a
prepotência do Estado, ou seja, era uma maneira de afirmar a
estabilidade e a segurança perante os abusos de poder, sendo estes
direitos designados por “direitos de”. Numa segunda fase, em que a preocupação e o combate pelos
direitos humanos atendeu a uma visão mais positiva da
administração do Estado e do cumprimento das suas funções, agora
de assegurar as condições e os recursos necessários para que cada
um se torne indivíduo e membro da comunidade, sendo nesse sentido
que nos referimos quando lutamos pelo direito á educação, ao
trabalho e à assistência médica. São por isso designados como
“direitos a” ou “direitos-créditos”.
Direitos HumanosPorque surgiram?
Os Direitos Humanos são aplicados no quotidiano das nações e das
comunidades, tendo sido divulgados pela ONU, que confirma os direitos
de minorias ou de grupos mais desfavorecidos.
Exemplos disso são a Convenção Europeia dos Direitos do Homem-
1950 e a Declaração sobre a Concessão da Independência aos Países e
Povos Colonizados-1963.
Direitos HumanosAplicação
Na maioria das nações, tal como acontece em Portugal, os textos
constitucionais estabelecem as protecções mínimas que possibilitam
ao indivíduo viver uma vida digna, ou seja, neles consta um conjunto
dos direitos essenciais que todas as autoridades deveriam respeitar.
Assenta-se assim um princípio de legitimação para que o cidadão
tenha um reconhecimento jurídico junto das instituições sociais.
Deste modo, são deliberados, o direito á satisfação das necessidades
vitais (alimentação, habitação, assistência na doença e na
educação); o direito a usufruir de liberdades políticas e civis
(liberdade de pensamento, religião e associação); respeito pela
integridade do indivíduo como um só ou a igualdade perante a lei.
Direitos HumanosAplicação
Hoje em dia existe unanimidade no que diz respeito ao reconhecimento
dos Direitos Humanos, mas nem sempre foi assim, pois nos países ditos
civilizados, o processo em nada foi pacifico e isento de conflitos, e só
muito lentamente esses estados foram reconhecendo a dignidade que
todos merecem, independentemente dos pais, raça ou cor.
Também nos países que seguem uma religião cujas regras estão bem
definidas e veiculadas, foi (e ainda é) difícil de se estabelecerem estes
direitos, que deveriam de ser aplicados a todos, pois estes países
seguem, de certo modo, o fundamentalismo (regresso á pureza das
tradições de uma cultura, à origem, àquilo que suporta a identidade
cultural ameaçada).
Direitos HumanosExiste unanimidade no seu reconhecimento?
Em muitas regiões do planeta não são ainda cumpridos os direitos do
Homem, pois estes vão contra a tradição, a religião e o comportamento
social, o que impede os indivíduos de obterem o que lhes é devido,
pondo em causa a validade universal destes mesmos direitos.
Na verdade, o que foi decretado nas Declarações não é praticado, não
passando assim, em muitas ocasiões, de frases escritas num papel.
Podemos comprovar isso com os constantes casos de torturas, prisões e
invasões de domicílio.
O que acontece em muitos casos é que são denunciadas essas
situações, que ocorrem em determinados países, não havendo depois
quem queira julgar esses actos. Todos o vêem, todos o sentem, mas
ninguém é capaz de punir os culpados e de proteger quem não se sabe
defender.
Direitos HumanosExiste alguma relutância para com eles?
A Assembleia da República de Portugal, reconhecendo a
importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovou
em 1998 uma Resolução na qual instituiu que o dia 10 de Dezembro
passa a ser considerado o Dia Nacional dos Direitos Humanos.
Direitos HumanosDia Nacional dos Direitos Humanos
1) Mill e os limites da intervenção do Estado
Em que condições é justificável a limitação da liberdade de acção de
uma pessoa por parte do Estado?
O Estado pode limitar legitimamente a liberdade
de acção de uma pessoa se esta causar danos a
outras pessoas ou ameaçar prejudicá-las.
“O único propósito de se exercer legitimamente o
poder sobre qualquer membro de uma
comunidade civilizada, contra sua vontade, é
evitar danos aos demais”
John Stuart Mill
Direitos HumanosEstado, sociedade e liberdade individual
Somente para prevenir danos a outrem é que o governo está
moralmente autorizado a interferir, impondo restrições à liberdade
individual.
De acordo com Mill, as leis não devem ser designadas para
proteger as pessoas de si próprias. Devemos ser livres para escolher
as nossas acções, mesmo que essas acções possam magoar-nos. A
liberdade individual, para o bem e para o mal, deve ser preservada o
máximo possível.
Direitos HumanosEstado, sociedade e liberdade individual
2) Feinberg: Quatro possíveis princípios para legitimar a coerção Feinberg identificou quatro princípios que podemos aplicar para decidir
se é legítimo o Governo proibir ou solicitar certos comportamentos.
Direitos HumanosEstado, sociedade e liberdade individual
A. Princípio do dano. O Governo pode proibir as acções que
irão causar danos ou tiverem sérios riscos de os causar a
outros; e pode solicitar acções que previnam sérios danos
para com os outros.
B. Princípio da ofensa. O Governo pode proibir uma conduta
que ofende seriamente as outras pessoas.
C. Paternalismo. O Governo pode proibir as acções que
provoquem sérios danos ou que tenham um alto risco de
provocar danos à pessoa que as comete, mesmo que mais
ninguém se magoe.
D. Moralismo Legal. O Governo pode proibir
comportamentos imorais, mesmo que estes não magoem
nem ofendam ninguém
Direitos HumanosEstado, sociedade e liberdade individual
A. Princípio do dano
De acordo com Feinberg, apenas as acções que causem sérios e
injustificados danos deveriam ser proibidas.
Se eu conseguir um emprego que outra pessoa precisava, eu
prejudico-a. No entanto, eu continuo livre para aceitar o emprego, caso
a competição tenha sido justa, pois tenho justificação para aceitar e ter
um emprego.Feinberg concluiu que uma plausível formulação do Princípio do dano
deveria proibir as pessoas de causarem danos, como também solicitar-
lhes a sua prevenção, quando os danos serão grandes e o custo da sua
prevenção, razoavelmente pequeno. Os dois tipos de proibição – contra
o acto de causar danos e contra o não agir para evitar danos – tem o
mesmo propósito, prevenção do dano.
Direitos HumanosEstado, sociedade e liberdade individual
B. Princípio da ofensa
O Governo está moralmente autorizado a proibir condutas que
realmente ofendam os outros.
De acordo com Feinberg, apenas as piores condutas ofensivas devem
ser proibidas, e apenas se for difícil evitar a exposição às mesmas. A
gravidade do comportamento ofensivo depende da intensidade da
ofensa ou do desconforto da experiência, da sua duração e ao
inconveniente a que se estaria submetido a fim de evitar ou escapar à
exposição à conduta ofensiva. Quanto maior a intensidade da ofensa ou
o desconforto, quanto mais pessoas forem ofendidas, quanto maior a
sua duração e maior o inconveniente para a evitar, mais forte o caso de
proibição.
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C. Forte e suave paternalismo
O Princípio do Paternalismo defende que é moralmente legítimo que
o Governo empregue coerção para proteger as pessoas delas mesmas,
mesmo quando estas são adultos competentes. De acordo com o
Paternalismo, prevenir que as pessoas se magoem a elas mesmas é
tão legítimo como prevenir que magoem ou ofendam gravemente
outros.
Muitas pessoas argumentam que o Governo apenas pode e deve
aplicar leis para proteger os incompetentes de se magoarem a eles
próprios deliberadamente ou por negligência ou imprudência.
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Feinberg distingue forte e suave paternalismo:
O forte Paternalismo aceita como razão para a Legislação Criminal,
ser necessário proteger adultos competentes, contra a sua vontade,
de consequências prejudiciais resultantes, até mesmo, das suas
escolhas voluntárias.
O Paternalismo suave sustenta que o Estado tem o direito de
prevenir condutas prejudiciais apenas quando essas condutas são
involuntárias.
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Feinberg aceita o Princípio do Paternalismo suave. Ele acredita que o
Governo tem o direito, senão mesmo o dever, de proteger os
incompetentes de se magoarem a eles próprios. Mas Feinberg também
acredita que é moralmente legítimo para o Governo para
temporariamente um adulto de fazer algo directamente prejudicial ou
extremamente perigoso para ele mesmo, de modo a perceber se essa
pessoa é totalmente competente ou não.
Se a pessoa não for competente, o Governo deverá continuar a
protegê-lo de si mesmo até este se tornar competente. No entanto, se
a pessoa for competente, de acordo com Feinberg, não é moralmente
legítimo para o Governo, continuar a protegê-lo de se magoar a si
mesmo ou de ter um comportamento de risco.
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D. Moralismo Legal
De acordo com o Moralismo Legal, é moralmente legítimo para o
Governo proibir um comportamento que seja considerado imoral,
mesmo que ninguém seja injustamente prejudicado ou injustamente
ofendido.
De acordo com Feinberg, uma justificação para o Moralismo Legal
relaciona-se com a necessidade de proteger e preservar o modo de vida
de uma comunidade específica.
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Certamente que será uma violação grave do direito de autonomia na
comunidade de alguém, se a Comunidade lhe requerer que viva de
acordo com o código moral dos seus governantes ou da maioria, em
vez de viver de acordo com o seu próprio código moral.
No entanto, Feinberg argumenta que uma comunidade é reforçada
se puder existir diversidade em vez de uma rígida conformidade.
Tentar que as pessoas vivam segundo regras que já não aceitam pode
levar a uma explosão de violência. Pluralismo moral pode ser tão
necessário para a coesão social como o pluralismo religioso.
É claro que por vezes, certas mudanças no modo de vida de uma
comunidade podem ser uma melhoria mais do que o contrário. Certos
modos de vida são opressivos e exploradores.
A protecção e a preservação do modo de vida é uma fraca
justificação para a coerção dos membros de uma comunidade, se os
componentes do modo de vida a ser protegido e preservado são
moralmente suspeitos.
Mesmo que uma particular mudança seja considerada uma melhoria
no modo de vida de uma comunidade, isto não significa que a
tolerância a tal comportamento leve a uma significante mudança do
modo de vida da Comunidade.
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