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Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM Rodovia Prefeito Américo Gianetti s/n Edifício Minas – Cidade Administrativa Tancredo Neves – Belo Horizonte – MG / CEP: 30.630-900 Fone: (031) 3915-5000
SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Fundação Estadual do Meio Ambiente
INVENTÁRIO DE ÁREAS IMPACTADAS PELA
MINERAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - 2011
Diretoria de Gestão e Qualidade Ambiental
Gerência de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas
FEAM-GESAD-RT-3/2011
Dezembro
2011
Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM Rodovia Prefeito Américo Gianetti s/n Edifício Minas – Cidade Administrativa Tancredo Neves – Belo Horizonte – MG / CEP: 30.630-900 Fone: (031) 3915-5000
Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD Adriano Magalhães Chaves Presidente da FEAM José Cláudio Junqueira Ribeiro Diretora de Gestão da Qualidade Ambiental – DGQA Zuleika Stela Chiacchio Torqueti Gerência de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas – GESAD Patrícia Rocha Maciel Fernandes AUTORES Patrícia Rocha Maciel Fernandes – Coordenação Sueli Batista Ferreira Sabrina Accioly Roberto Michel Rogério Villela EQUIPE TÉCNICA Alessandra Mara Santos Alves Caroline Pereira Ponchio de Almeida Hiram Jacques Alves de Rezende
F981i Fundação Estadual do Meio Ambiente.
Inventário de áreas impactadas pelas minerações – 2011 /
Fundação Estadual do Meio Ambiente. --- Belo Horizonte: Feam,
2011.
53 p. il.
1. Mineração. 2. Impacto ambiental. 3. Inventário - Minas Gerais.
I. Título.
CDU: 622:504.05 (815.1)
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 14
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 14
3. ENQUADRAMENTO LEGAL .......................................................................................... 15
..................................................................................................................................................... 19
4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 20
5. RESULTADOS .................................................................................................................. 24
5.1. Avaliação da efetividade do Módulo de Áreas Impactadas pela Mineração ....... 24
5.2. Áreas Cadastradas no BDA ........................................................................................ 28
5.3. Áreas Abandonadas Cadastradas no BDA .............................................................. 37
..................................................................................................................................................... 38
6. PLANO DE AÇÃO PARA O SETOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS ...................... 39
6.1 Plano de Ação para Sustentabilidade do Setor de Rochas Ornamentais -
Quartzito - São Thomé das Letras/MG ............................................................................. 39
6.2 Plano de Ação para Sustentabilidade do Setor de Rochas Ornamentais - Ardósia
- Papagaios/MG .................................................................................................................... 44
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 51
8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 53
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Atividades Realizadas em uma Mineração. (Fonte: Geologia de Engª-ABGE)
..................................................................................................................................................... 10
Figura 2 Relação entre áreas com atividade mineral com AAF e áreas cadastradas no
BDA por tipologia mineral. ...................................................................................................... 27
Figura 3 Distribuição das declarações por SUPRAM. ........................................................ 29
Figura 4 Distribuição das empresas nas tipologias minerárias ......................................... 30
Figura 5 A serra de São Thomé e suas principais regiões produtoras ............................ 40
Figura 6 Vista aérea da área Carlos Cardoso, localizada dentro da zona urbana e
responsável por grande impacto paisagístico na entrada de São Thomé. ..................... 43
Figura 7 Depósito de rejeito utilizado pelas serrarias (sem regularização ambiental).
Fonte: FEAM, 2008 .................................................................................................................. 48
Figura 8 Em vermelho, serrarias ocupam 15% da malha urbana de Papagaios. Fonte:
FEAM, 2008. ............................................................................................................................. 48
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Etapas de um empreendimento mineral. ............................................................ 11
Quadro 2 Tipo de Regularização solicitado devido ao grau de impacto, conforme a DN
74/2004. ..................................................................................................................................... 15
Quadro 3 Potencial de impacto ambiental conforme a D 144/2009. ................................ 18
Quadro 4 Relação dos relatórios fornecidos pelo modulo de áreas impactadas pela
mineração. ................................................................................................................................. 22
Quadro 5 Critérios de classificação de risco do impacto ambiental. ................................ 23
Quadro 6 Quantitativo de AAFs concedidas e número de cadastros realizados no BDA
por atividade minerária. ........................................................................................................... 25
Quadro 7 Quantidade de empreendimentos em cada categoria. ..................................... 30
Quadro 8 Tipo de ocupação existente no entorno das atividades minerais. .................. 32
Quadro 9 Substâncias geradas nos empreendimentos com potencial de contaminação
..................................................................................................................................................... 33
Quadro 10 Tipos de uso de água à jusante dos empreendimentos. ............................... 34
Quadro 11 Tipos de sistema de controle de carreamento de sedimentos. ..................... 35
Quadro 12 Tipo de grupo vegetacional existentes nos empreendimentos. .................... 36
Quadro 13 Levantamento de passivos ambientais em áreas com atividade mineral. .. 37
Quadro 14 Empresas de extração de quartzito localizadas em São Thomé da Letras. 41
Quadro 15 Cumprimento das principais medidas estabelecidas no Plano de Ação. .... 42
Quadro 16 Situação da regularização ambiental dos empreendimentos minerários
situados em Papagaios. .......................................................................................................... 45
Quadro 17 Situação das empresas de beneficiamento de ardósia localizadas no
município de Papagaios .......................................................................................................... 46
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APRESENTAÇÃO
A atividade minerária tem grande importância para o Estado de Minas
Gerais, contribuindo com uma parcela considerável do seu Produto Interno
Bruto. As atividades de extração mineral no Estado são muito diversificadas,
dentre as quais se destacam a explotação de bauxita, minério de ferro, fosfato,
zinco, manganês, ouro, nióbio, rochas ornamentais, minerais para a construção
civil, minerais radioativos, entre outros.
O Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SISEMA,
responsável pela articulação das políticas ambientais para o desenvolvimento
sustentável, definiu em suas ações prioritárias, a elaboração de uma política de
gestão para as áreas impactadas decorrentes da atividade de mineração,
visando garantir o desenvolvimento sustentável desta atividade.
O Programa "Resíduos Sólidos", um dos 57 Programas Estruturadores
do Governo de Minas, é coordenado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente
– FEAM e tem como objetivo a promoção e o fomento da não geração, o
reaproveitamento, a reciclagem e a disposição adequada dos resíduos com
vistas à melhoria da saúde ambiental no Estado. Com foco na gestão ambiental
da atividade minerária e na reabilitação ambiental destas áreas, o Projeto
“Gestão de Áreas impactadas pela Mineração” constitui uma das ações do
Programa Estruturador “Resíduos Sólidos”.
O Projeto “Gestão de Áreas Impactadas pela Mineração”, tem como
finalidades básicas o levantamento das áreas impactadas pela atividade
minerária no Estado de Minas Gerais e a proposição de diretrizes para a
diminuição do passivo ambiental durante a execução das atividades e quando
da paralisação ou desativação do empreendimento.
A reabilitação de áreas degradadas pela mineração é uma parte dos
compromissos que deve ser assumida pelo empreendedor desde o inicio da
exploração mineral. Esta reabilitação pode ser efetuada durante a lavra, quando
da exaustão de algumas frentes e após a desativação da mina. Para que isso
ocorra e a área reabilitada tenha um uso futuro apropriado de acordo com as
necessidades da comunidade do entorno, é necessário um planejamento desde
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o inicio das atividades minerárias e que este seja revisto periodicamente ao
longo da vida útil da mina.
O Projeto “Gestão de Áreas impactadas pela Mineração”, desenvolvido
pela FEAM possui três subprojetos para o ano de 2011, conforme apresentado
abaixo:
Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração, com base nas
informações do Banco de Declarações Ambientais - BDA e estudos
realizados pela FEAM;
Fechamento de Mina – análise da aplicação da DN 127/2008 e do Termo
de Referência do PAFEM a partir do acompanhamento de um processo
de fechamento de mina formalizado em 2010;
Uso de cavas de mineração para a disposição de resíduos da construção
civil e de resíduos sólidos urbanos.
Este relatório visa apresentar os resultados do subprojeto “Inventário de
Áreas Impactadas pela Mineração” a partir das declarações realizadas no
Banco de Declarações Ambientais em cumprimento as Deliberações
Normativas Nºs 144 e 145 de 2009 e dos Planos de Ação para Sustentabilidade
do Setor de Rochas Ornamentais, que teve como foco a atividade extrativa de
quartzitos foliados no município de São Thomé das Letras e de ardósias no
município de Papagaios.
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INTRODUÇÃO
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1. INTRODUÇÃO
O estágio atual da atividade minerária exige instrumentos de controle
que condizem com o desenvolvimento sustentável, utilizando-os em benefício
do desenvolvimento regional e do envolvimento requerido por esta atividade
com a sociedade na qual está inserida. A mineração é uma atividade positiva
para os municípios, não apenas pelos impostos que recolhe, mas pelos
empregos diretos e indiretos que gera.
Com base no Sumário Mineral 2010 (DNPM), Minas Gerais foi, no ano
de 2009, o maior produtor do Brasil em minério de ferro (69,3%), fosfato (35%),
grafita (±44%), lítio (100%), nióbio (83,6%), ouro (48,04%); e um dos principais
produtores do país em água mineral (7,3%), cal agrícola (18,5%), diamante
(7%), níquel (9,7%), quartzo, rochas ornamentais e de revestimento. Além de
ter sido um dos maiores consumidores internos em agregados (rocha britada e
areia) para construção civil, fluorita (grau ácido - 8,1%) e (grau metalúrgico -
51,9%), bentonita moída seca (argila) com 20,35%.
Estes números demonstram que o estado de Minas Gerais detém a
liderança na produção mineral do país, caracterizada tanto pela diversificação
das substâncias produzidas, como pelos métodos de lavra e de
beneficiamento, que induzem à formação de pequenas, médias e grandes
empresas do setor mineral, e, consequentemente, a explotação e o
processamento desses bens minerais produzem uma combinação de potencial
de riscos ambientais maior que as registradas em outros estados
(TONIDANDEL, 2011).
Atribui-se culturalmente e pode-se observar nas minerações, que a
poluição e degradação são fatores inerentes a atividade minerária, sendo
imprescindível a preocupação com o controle na gestão ambiental, tanto
durante a operação da mina quanto em seu processo de fechamento. Os
empreendimentos do setor mineral possuem um ciclo de vida útil, e, após este
período, muitas instalações são abandonadas sem nenhum processo de
descomissionamento e de reabilitação de áreas degradadas.
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A figura 1 ilustra as áreas trabalhadas em um empreendimento minerário
e reforçam a sua complexidade. Todos esses elementos são geralmente
encontrados conjugados apenas para minerações de grande porte. As de
pequeno porte, usualmente, têm intervenção como: mina a céu aberto, mina
subterrânea e algumas unidades de tratamento de minérios – UTMs (usinas de
beneficiamento ou unidade de concentração).
Figura 1 - Atividades Realizadas em uma Mineração. (Fonte: Geologia de Engª-ABGE)
Um empreendimento mineral passa por decisões contínuas de
investimento e viabilidade dos fatores (equipamentos, localização da jazida,
custos operacionais, regulamentações e outros) que determinam seu processo
e são comandados pela oferta e demanda no preço do minério pela
complexidade envolvida nessas fases: pesquisa, lavra e beneficiamento.
Muitas vezes uma explotação que não se mostra favorável em determinado
momento passa, no futuro, a ter um valor que torna a atividade viável devido ao
lucro aferido e ao teor do minério demandado pelo mercado.
O quadro 1 representa uma visão geral sobre as fases de um
empreendimento mineral, podendo ser conjugadas duas ou mais fases
dependendo do empreendimento.
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Quadro 1 Etapas de um empreendimento mineral.
Fases Objetivos
1. Prospecção
Fase preliminar da pesquisa, isto é, a busca de áreas com ocorrência
de depósitos minerais. Investigar a mineralização em superfície e
subsolo; caracterizar e avaliar economicamente o depósito mineral.
2. Exploração
Detalhamento da caracterização do depósito mineral (forma, extensão,
profundidade, quantidade das substâncias úteis, teores, etc.) para
subsidiar a elaboração dos projetos, avaliando a viabilidade econômica
da jazida.
3. Desenvolvimento
Preparação para a lavra: abertura de acessos, remoção de
capeamento, obras de infraestrutura, drenagem, estabelecer métodos
de lavra e de beneficiamento, definir equipamentos e aprofundar no
estudo da viabilidade econômica, etc.
4. Lavra ou
Explotação
Operações necessárias à extração mineral: desmonte, preparação e
tratamento do minério, transporte, beneficiamento do minério,
disposição de estéril.
5. Fechamento de
Mina
Encerramento das atividades com planejamento para uso futuro da
área. Recuperação das áreas trabalhadas e degradadas.
Em relação aos impactos ambientais gerados pela atividade minerária, é
importante salientar que sejam eles positivos ou negativos, eles são
dependentes principalmente da conjuntura geopolítica regional, comercial e de
mão-de-obra disponível. Os impactos positivos mais relevantes são a geração
de empregos e tributos ao poder público, melhorando a qualidade de vida da
região do entorno a partir do desenvolvimento econômico e social.
Os impactos negativos gerados pela instalação de empreendimentos
minerários são diversos sendo os principais: decapeamento (retirada do solo);
supressão da cobertura vegetal; redução da biodiversidade; contaminação do
solos e águas superficiais e subterrâneas; poluição sonora e visual, entre
outors. A principal preocupação com as áreas impactadas é com a reabilitação
para uso futuro dessas áreas, considerando não somente os aspectos da
qualidade ambiental, mas também os de segurança e de desenvolvimento
socioeconômico do entorno.
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O entendimento da dimensão destes impactos para o meio ambiente e
para a saúde humana surgiu em meados da década de 70, e, somente a partir
da década de 80, foram implantados os instrumentos legais que regulam todo o
processo de licenciamento e fiscalização de atividades minerárias.
Em virtude disso, tem-se um grande período no qual os mais diversos
tipos de empreendimentos minerais não tinham a obrigação de respeitar
normas de proteção ambiental e de reabilitar áreas degradadas por suas
atividades, dando origem ao que hoje se denomina "passivo ambiental".
Até 1980, o setor minerário concentrava sua preocupação no
aproveitamento dos recursos minerais e no seu fomento. Durante esse período,
entendia-se que a mineração era divida em três fases: prospecção, pesquisa e
lavra/desenvolvimento. Ainda hoje, apesar do aparato legal existente e dos
avanços obtidos a partir da década de 80, alguns segmentos da atividade
minerária requerem normas técnicas e legais, procedimentos e legislações
específicas para regulamentar, principalmente, os planos de
descomissionamento dos componentes de uma mina e a reabilitação de áreas
degradadas pela atividade minerária.
A partir da década de 90, com o crescimento da exploração mineral no
Estado de Minas Gerais, devido ao crescimento das exportações, aumentaram
os problemas de impacto ambiental proveniente do setor mineral. Mas em
2001, a ruptura da barragem cava 1, da Mineração Rio Verde S.A., em Nova
Lima, foi determinante para que se iniciasse um novo marco sobre as políticas
ambientais relacionadas ao setor mineral.
Desta maneira, torna-se importante que o órgão ambiental conheça os
impactos gerados por estas atividades e quais ações estão sendo adotadas
pelos empreendimentos para minimizá-los, permitindo que o Estado tenha um
conhecimento da dimensão destas áreas e possa estabelecer políticas para
identificação e priorização.
Em 2009, foi instituído através da Resolução Semad 817/2009, o Grupo
de Trabalho para a elaboração de propostas de procedimentos a serem
implantados na identificação e classificação de áreas impactadas pela
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mineração em Minas Gerais sob coordenação da FEAM. Foram realizadas
várias reuniões com a participação de diversas instituições interessadas, tais
como a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - Sindicato das
Indústrias Extrativas (Sindiextra), Ministério Público do Estado de Minas Gerais,
Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), Instituto Brasileiro de
Mineração (Ibram), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Escola de
Engenharia, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), Associação dos Municípios Mineradores (AMIG),
Associação Mineira de Defesa ao Meio Ambiente (AMDA), Conselho Regional
de Biologia (CRBio).
O Grupo de Trabalho decidiu que primeiramente deveria ser levantada
as áreas impactadas geradas pelas minerações detentoras de AAF (classes 1
e 2) visto que o órgão ambiental possui informações menos detalhadas destas
áreas em relação as minerações que passam pelo processo de licenciamento
ambiental (classes 3, 4 e 5) e também deveria ser realizado o levantamento de
áreas minerárias abandonadas.
O Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM aprovou em 18 de
dezembro de 2009 a Deliberação Normativa Nº 144 que dispõe sobre a
declaração de informações relativas à identificação e classificação de áreas
mineradas detentoras de Autorização Ambiental de Funcionamento - AAF no
Estado de Minas Gerais e a Deliberação Normativa Nº 145 que dispõe sobre a
declaração de informações relativas à identificação e classificação de áreas
mineradas abandonadas no Estado de Minas Gerais.
A análise destas declarações e das áreas levantadas pela FEAM em
outros projetos permitirá o conhecimento do nível de degradação destas áreas
com a quantificação dos passivos ambientais no Estado, sendo possível a
definição de diretrizes para a recuperação dessas áreas para uso futuro.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O objetivo do Inventário Estadual de Áreas Impactadas pela Mineração é
a identificação destas áreas, subsidiando a estruturação e a implementação de
uma política de gestão ambiental de áreas mineradas impactadas do Estado de
Minas Gerais.
2.2 Objetivos Específicos
Conhecer e caracterizar áreas mineradas impactadas do Estado de
Minas Gerais que apresentem risco a população e ao meio ambiente;
Definição de ações para gerenciamento de cada área identificada,
acompanhando o impacto ambiental das minerações pela
atualização dos cadastros;
Definição de priorização das intervenções necessárias nas áreas
cadastradas, buscando a proteção à saúde humana e ao meio
ambiente;
Definição de regiões prioritárias para intervenção devido ao relevante
interesse público e conflitos de uso e expansão do território;
Consolidar o módulo de áreas impactadas pela mineração existente
no Banco de Declarações Ambientais;
Avaliar a efetividade da auto-declaração.
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3. ENQUADRAMENTO LEGAL
As atividades minerárias passíveis de regularização ambiental no Estado
de Minas Gerais são descritas na listagem A da Deliberação Normativa Nº 74
de 2004, sendo divididas em seis tipologias:
1. A-01 Lavra subterrânea
2. A-02 Lavra a céu aberto
3. A-03 Extração de Areia, Cascalho e Argila, para utilização na construção civil
4. A-04 Extração de água mineral ou potável de mesa
5. A-05 Unidades Operacionais em área de mineração, inclusive unidades
de tratamento de minerais
6. A-06 Exploração e extração de gás natural ou de petróleo
Esta Deliberação enquadra as atividades em seis classes, conforme
apresentado no Quadro 2. Estas classes são definidas com a conjugação do
potencial poluidor ou degradador do meio ambiente com o porte da atividade.
Quadro 2 Tipo de Regularização solicitado devido ao grau de impacto, conforme a DN 74/2004.
Classe Grau de Impacto Tipo de Regularização
1 Não significativo Autorização Ambiental de Funcionamento
2 Não significativo Autorização Ambiental de Funcionamento
3 Baixo Licença Ambiental
4 Médio Licença Ambiental
5 Alto Licença Ambiental
6 Alto Licença Ambiental
O potencial poluidor ou degradador do meio ambiente classifica a
atividade com potencial pequeno (P), médio (M) ou grande (G) em função das
características intrínsecas da atividade, após terem sido observados os efeitos
de poluição para o ar, solo e água. Para definição do porte são considerados
os parâmetros: produção bruta em tonelada por ano; vazão captada em litros
por ano; área útil em hectare; extensão em quilômetros; número de
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empregados e capacidade instalada em tonelada por ano. Esses parâmetros
são estipulados conforme a tipologia da atividade dentro da mineração (lavra,
beneficiamento e infraestrutura).
De acordo com a Deliberação Normativa 74/2004, artigo 2° - “Os
empreendimentos e atividades listados no Anexo Único desta Deliberação
Normativa, enquadrados nas classes 1 e 2, considerados de impacto ambiental
não significativo, ficam dispensados do processo de licenciamento ambiental
no nível estadual, mas sujeitos obrigatoriamente à Autorização Ambiental de
Funcionamento (AAF) pelo órgão ambiental estadual competente, mediante
cadastro iniciado através de Formulário Integrado de Caracterização do
Empreendimento preenchido pelo requerente, acompanhado de termo de
responsabilidade, assinado pelo titular do empreendimento e de Anotação de
Responsabilidade Técnica ou equivalente do profissional responsável”.
A Autorização Ambiental de Funcionamento não é concedida mediante
condicionantes. Entretanto, o empreendedor é obrigado a cumprir todas as
exigências que visam proteger o meio ambiente, como a disposição de maneira
ambientalmente correta dos efluentes e resíduos e a comunicação ao órgão
ambiental de qualquer evento que possa causar dano ambiental. Além disso, o
empreendedor não deve executar, à revelia do órgão ambiental, ampliação ou
modificação passível de nova AAF ou mesmo de licenciamento e caso ocorra o
encerramento das atividades do empreendimento no decurso da vigência da
AAF, executar as ações para liberação da área no que se refere ao aspecto
ambiental e comunicar o fato ao órgão regularizador, que fará a fiscalização
para arquivamento do processo.
Dessa maneira, para que a FEAM tivesse acesso a informações
referentes às áreas impactadas pela mineração detentoras de AAF foi
publicada a Deliberação Normativa Nº 144/2009. Esta Deliberação determina
que os responsáveis por empreendimentos minerários localizados no Estado
de Minas Gerais, detentores de AAF, ficam convocados a apresentar à FEAM,
o Formulário de Cadastro das Áreas Impactadas pela Atividade Minerária,
disponibilizado no Banco de Declarações Ambientais – BDA.
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O Formulário de Cadastro deverá ser realizado anualmente, entre 1º de
janeiro e 31 de março do ano corrente e a qualquer momento, a FEAM poderá
solicitar informações complementares ao cadastro, em decorrência de normas
supervenientes, visando à adequação e ao aprimoramento das informações
solicitadas, para preenchimento e envio em meio eletrônico.
Os empreendimentos minerários autorizados após a publicação da DN
144/2009 também deverão apresentar à Feam, no prazo máximo de até 90
(noventa) dias da concessão da respectiva AAF, o Formulário de Cadastro de
Áreas Impactadas pela Atividade Minerária.
De acordo com o Art. 5º da DN Nº 144/2009, os critérios adotados para
classificação do potencial de impacto ambiental pela atividade minerária de
empreendimentos/atividades que funcionem mediante obtenção de Autorização
Ambiental de Funcionamento - AAF são:
I. Caracterização da área do entorno (C1).
II. Percentual de reabilitação das áreas impactadas pelo empreendimento
(C2).
III. Potencial para contaminação dos recursos naturais: solo e água (C3).
IV. Grau de Interferência nos Recursos Hídricos (C4).
V. Presença de passivos ambientais (C5).
Para cada critério é atribuída uma pontuação, variando de 0 (zero) a 5
(cinco), sendo obtida através da correlação entre as notas dos parâmetros que
caracterizam os principais aspectos relacionados aos impactos adversos nos
meios físico, biótico e antrópico. A metodologia de cálculo para aferir os
critérios de classificação está descrita no Anexo Único da DN 144/2009.
De acordo com o Art. 6º as áreas impactadas pela atividade minerária
serão classificadas em 05 (cinco) categorias, conforme apresentado no Quadro
3.
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Quadro 3 Potencial de impacto ambiental conforme a D 144/2009.
Categoria Potencial de impacto ambiental Somatório de pontos (s)
I Muito Baixo S < 5,0
II Baixo 5,0 ≤ S < 10,0
III Médio 10,0 ≤ S < 15,0
IV Alto 15,0 ≤ S < 20,0
V Muito Alto 20,0 ≤ S ≤ 25,0
Em paralelo à DN 144/2009, também foi publicada a DN 145/2009
referente à declaração de informações relativas à identificação e classificação
de áreas mineradas e abandonadas.
O cadastramento das áreas abandonadas poderá ser realizado em
qualquer período do ano, e deverá ser efetuado pelos técnicos do SISEMA ou
responsável legal pela área. As Prefeituras Municipais, a Polícia Militar
Ambiental e o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM poderão
contribuir com dados e informações para o cadastro das áreas abandonadas.
Os critérios para classificação das áreas abandonadas é o mesmo adotado
pela DN 144/2009.
Outra ação pioneira de Minas que visa à recuperação das áreas
impactadas pela mineração foi a publicação da Deliberação Normativa Nº
127/2008 e do Termo de Referência do Plano Fechamento de Mina - PAFEM,
que estabelece diretrizes e procedimentos para o encerramento das atividades
das minas.
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4. METODOLOGIA
O Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração é um dos
instrumentos utilizados no gerenciamento destas áreas que visa identificar,
sistematizar, classificar os danos ambientais causados pelas atividades
minerárias definindo e priorizando as ações necessárias. Para o levantamento
das informações sobre as áreas impactadas pela mineração detentoras de
AAF, a FEAM optou por elaborar um cadastro (auto-declaração) a ser
preenchido pelos empreendedores contendo todas as informações necessárias
para a tomada de decisão por parte do órgão ambiental.
Para promover este cadastro foi publicada a Deliberação Normativa
COPAM nº 144 de 18 de dezembro de 2009 que convocou pessoas físicas e
jurídicas a efetuarem uma auto-declaração em ambiente Web através Banco
de Declarações Ambientais - BDA em um módulo específico para a gestão de
áreas impactadas pela mineração.
O módulo de gestão de áreas impactadas pela mineração foi
desenvolvido pela PRODEMGE em parceria com os técnicos da FEAM e da
equipe da Diretoria de Tecnologia da Informática do SISEMA, e seu
desenvolvimento foi estruturado em quatro etapas: definição do escopo e
regras de negócio; levantamento de requisitos; desenvolvimento do sistema e
testes dos módulos disponibilizados.
De acordo com a DN 144/2009, o período para cadastramento era de 1º
de março de 2010 a 30 de setembro de 2010, mas devido a problemas na
operação do BDA este prazo foi prorrogado por dois períodos, tendo o último
se encerrado em 14 de abril de 2011. Em relação às áreas abandonadas, o
cadastro pode ser realizado em qualquer data.
Devido aos problemas operacionais apresentados pelo BDA, não foi
possível apresentar em 2010 o Inventário de Áreas Impactadas pela
Mineração, sendo apresentado apenas um relatório com os problemas
identificados.
Para promover o correto preenchimento do cadastro, a FEAM realizou
um trabalho de divulgação através da realização do evento “Identificação de
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Áreas Impactadas pela Atividade Minerária no Estado de Minas Gerais” em
março de 2010, seguido por visitas a 05 (cinco) municípios mineradores no
período de abril a agosto de 2010, conforme Relatório Técnico
FEAM/DPED/DQGA/GEDAM No 01.
O formulário eletrônico disponível no Banco de Declarações Ambientais
(BDA) possui informações referentes ao empreendimento, a localização da
área (coordenadas, unidades de planejamento e gestão de recursos hídricos,
entre outros), características do entorno da área minerada, o percentual de
áreas reabilitadas, o grau de interferência nos recursos hídricos, o potencial de
contaminação do solo e da água e a presença de passivos ambientais.
No que se refere às áreas abandonadas, o cadastro é feito pelas
prefeituras municipais, pela Polícia de Meio Ambiente e Trânsito ou entidades
conveniadas ao Sistema Estadual de Meio Ambiente - SISEMA como denúncia
por meio do BDA.
As informações das declarações foram analisadas de maneira individual
ou compiladas em relatórios gerados pelo Banco de Declarações Ambientais e
foram analisadas pela equipe técnica da FEAM. O quadro 4 apresenta os
relatórios que são emitidos pelo BDA e as informações fornecidas em cada um.
As informações destes formulários são fixas não podendo ser alteradas.
Apenas o Relatório Registro Geral é fornecido em formato Excel, os demais
são emitidos em formato PDF.
O quadro 5 apresenta os parâmetros conforme a DN 144/2009 para os
critérios de classificação e caracterização do potencial de impacto ambiental,
justificando a importância desses parâmetros para o meio ambiente.
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Quadro 4 Relação dos relatórios fornecidos pelo modulo de áreas impactadas pela mineração.
Relatórios É Quantificado pelo BDA
1. Registro Geral Todos os empreendimentos Cadastrados.
2. Empreendimentos que tentaram
cadastrar após o prazo de 90 dias
Total de Empreendimentos que fizeram tentativa de
cadastro após o prazo regulamentar.
3. Empreendimentos que explotam
uma determinada substância
mineral
Mineral explotado pelos empreendimentos com ou sem
beneficiamento incluindo a informação de nº. do
processo do DNPM, município.
4. Empreendimentos enquadrados
em uma determinada atividade da
DN 74/2004.
Total de empreendimentos conforme a atividade
minerária codificada na DN 74/2004, registra além do
código da atividade, o tipo Lavra e município de
localização.
5. Empreendimentos localizados no
interior de uma Unidade de
Conservação e no entorno (raio de
10km).
Tipo e nome da UC que existe próximo ao
empreendimento e se há ou não cavidades naturais na
região.
6. Empreendimentos que apresentam
determinado tipo de ocupação no
seu entorno
Tipo de ocupação no entorno do empreendimento e se
foi instalado antes ou depois da atividade minerária.
7. Empreendimentos que apresentam
potencial para contaminação dos
recursos naturais
Tipos de Estéril, rejeitos e efluentes líquidos gerados
pelo empreendimento.
8. Empreendimentos que se
localizam à montante do ponto de
captação
Total de empreendimentos que estão próximos à
captação de água em até 1.000m e sua respectiva
UPGRH.
9. Empreendimentos que apresentam
determinado uso conhecido à
jusante.
Tipo de uso do recurso hídrico à jusante do
empreendimento em até 1.000m.
10. Empreendimentos que apresentam
potencial para geração de
drenagem ácida
Substância mineral+tipo de lavra para avaliação do risco
de drenagem ácida.
11. Empreendimentos que possuem
sistema de controle de
carreamento de sedimentos.
Empreendimentos com sistema de controle para
drenagem e o tipo desse sistema.
12. Empreendimentos que apresentam
determinado grupo vegetacional.
Listagem por grupos de vegetação nativa presentes no
empreendimento e no seu entorno.
13. Empreendimentos com passivo
ambiental.
Empreendimentos que possuem passivos ambientais,
situação (com ou sem projeto de recuperação) e tipos
de passivos: cavas abandonadas, pilhas contaminadas
e/ou abandonadas, e outros.
14. Empreendimentos que apresentam
potencial turístico e de lazer
Empreendimentos que segundo o empreendedor possui
potencial turístico.
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Quadro 5 Critérios de classificação de risco do impacto ambiental.
Parâmetro de Referência Justificativa para Avaliação
P1 – Proximidade com áreas protegidas
(conforme Lei nº 9.985, de 18 de julho de
2000)
Preservação de seus biomas.
P2 – Proximidade (raio de 1km a partir do
perímetro do empreendimento) ou inserção
em áreas com presença de cavidades
naturais - canga, quartzito ou calcário.
Preservação desse ecossistema que é responsável por sistema de drenagem subterrânea e formas de relevo únicas, que podem resultar na escassez da água em superfície.
P3 – Ação Antrópica: Ocupação do solo (entorno - raio de 10km a partir do perímetro do empreendimento).
Interferência e interação da atividade com empreendimentos no entorno gerando e/ou intensificando impactos para os sistemas ambientais envolvidos: solo, água e ar.
P4 – Percentual de reabilitação das áreas impactadas pelo empreendimento. Calculado por: R = A1/A2
onde: A1= área reabilitada e A2= área do empreendimento – (área de lavra + área da barragem)
Identificação em extensão de área que foi alterada
pela atividade minerária e retornou ao mais próximo
de sua função original. Além de mostrar qual o
restante de área a ser reabilitada após a
desativação do empreendimento.
P5 - Potencial para geração de drenagem
ácida.
Identificação de áreas com risco de interações
químicas das substâncias envolvidas na disposição
dos resíduos e rejeitos que geram drenagem ácida
para mitigação e controle.
P6 - Resíduos gerados pelo
empreendimento com potencial para
contaminação. Identificação de áreas com risco de contaminação
pela disposição dos resíduos e rejeitos
provenientes da atividade que necessitem de um
controle para evitar dano ambiental. P7 - Efluentes líquidos gerados pelo
empreendimento (contendo substâncias
químicas) com potencial para contaminação.
P8 - Proximidade com mananciais de
abastecimento público, para
empreendimentos localizados à montante da
captação (faixa de 1km a partir do perímetro
do empreendimento).
Identificação de áreas que requeiram maior atenção
quanto ao risco para mananciais de abastecimento
em decorrência da atividade minerária.
P9 - Existência de sistema de controle de
carreamento de sedimentos.
Identificação da responsabilidade com prevenção
para diminuição da poluição e dos impactos sobre a
vegetação.
P10 - Presença de passivo ambiental. Identificação de passivos ambientais e a fase de
recuperação.
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5. RESULTADOS
5.1. Avaliação da efetividade do Módulo de Áreas Impactadas pela
Mineração
Visando avaliar a efetividade do cadastro, ou seja, a relação do número
de áreas com atividade mineral com AAF cadastradas no Sistema Integrado de
Informação Ambiental – SIAM em relação ao número de áreas com atividade
mineral com AAF que realizaram o cadastro no BDA.
Foi realizada uma consulta no SIAM considerando o período de janeiro
de 2005 a julho de 2011 para verificar quantas AFF foram concedidas pelas
SUPRAM’s. O número total de AFFs concedidas para empreendimentos
minerários neste período foi de 2834. Este levantamento e a relação dos
cadastros realizados no BDA no modulo de áreas impactadas pela mineração
por atividade minerária são apresentados no Quadro 6.
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Quadro 6 Quantitativo de AAFs concedidas e número de cadastros realizados no BDA por atividade minerária.
Código DN 74/2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total 2005-
2001 BDA
A-01 Lavra subterrânea
(LS)
A-01-01-5 LS sem tratamento ou com tratamento a seco (pegmatitos e gemas)
3 7 7 8 4 9 4 42 9
A –01-03-1 LS sem tratamento ou com tratamento a seco, exceto pegmatitos e gemas
5 2 9 3 2 3 1 25 10
A-02 Lavra a céu aberto
(LCA)
A–02-01-1 LCA sem tratamento ou com tratamento a seco - minerais metálicos, exceto minério de ferro
12 25 19 44 33 31 13 177 36
A-02-03-8 LCA sem tratamento ou com tratamento a seco – minério de Ferro
2 11 15 8 6 6 1 49 8
A-02-06-2 LCA com ou sem tratamento - rochas ornamentais e de revestimento (exceto granitos, mármores, ardósias, quartzitos)
47 71 39 19 6 5 3 190 3
A-02-06-3 LCA com ou sem tratamento - rochas ornamentais e de revestimento (ardósias)
0 0 1 1 2 4 5 13 1
A-02-06-4 LCA com ou sem tratamento - rochas ornamentais e de revestimento (Mármores e granitos)
0 0 28 25 27 65 39 184 31
A-02-06-5 Lavra a céu aberto com ou sem tratamento - rochas ornamentais e de revestimento (Quartzito)
0 0 3 7 5 7 0 22 1
A-02-07-0 LCA sem tratamento ou com tratamento a seco – minerais não metálicos, exceto em áreas cársticas ou rochas ornamentais e de revestimento
29 46 37 33 40 52 31 268 53
A-02-08-9 LCA com tratamento a úmido – minerais não metálicos, exceto em áreas cársticas ou rochas ornamentais e de revestimento
0 0 0 0 0 0 0 0 1
A-02-09-7 Extração de rocha para produção de britas com ou sem tratamento
6 12 20 15 19 24 15 111 14
A-02-10-0 Lavra em aluvião, exceto areia e cascalho 11 29 19 18 16 18 6 117 28
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CODIGO DN 74/2004
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total 2005-2001 BDA
A-03 Extração de
Areia, Cascalho e Argila, para utilização na construção
civil
A-03-01-8 Extração de areia e cascalho para utilização imediata na construção civil
36 89 149 170 238 255 162 1099 116
A-03-02-6 Extração de argila usada na fabricação de cerâmica vermelha
12 18 75 39 73 73 55 345 45
A-04 Extração de água mineral
ou potável de mesa
A-04-01-4 – Extração de água mineral ou potável de mesa.
3 3 7 7 6 6 3 35 1
A-05 Unidades
Operacionais em área de mineração, inclusive
unidades de tratamento de minerais
A-05-01-0 Unidade de tratamento de minerais – UTM 1 1 3 8 3 5 2 23 1
A-05-02-9 Obras de infra-estrutura (pátios de resíduos e produtos e oficinas)
1 3 10 18 20 15 14 81 2
A-05-05-3 Estradas para transporte de minério / estéril 0 2 7 4 9 13 5 40 1
A-06 Exploração e extração de gás natural
ou de petróleo
A-06-01-1 Prospecção de gás natural ou de petróleo (levantamento geofísico) - sísmica 2D, em área cárstica.
0 0 0 0 0 0 1 1 0
A-06-05-1 Locação e perfuração de poços exploratórios de gás natural ou de petróleo, inclusive em área cárstica.
0 0 0 0 1 2 9 12 0
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Figura 2 Relação entre áreas com atividade mineral com AAF e áreas cadastradas no BDA por tipologia mineral.
Com base na Figura 2 e no Quadro 6 pode-se observar que apenas 13%
dos empreendimentos com AFFs concedidas pelo órgão ambiental de Minas
Gerais realizaram o cadastro de áreas impactadas pela mineração. Este valor é
muito baixo para que o Estado possa realizar um gerenciamento efetivo das
áreas degradadas pela mineração.
Vale ressaltar que devido a diversos problemas operacionais
apresentados pelo Banco de Declarações Ambientais, como problemas de
incompatibilidade dos sistemas e instabilidade do programa, vários
empreendedores não conseguiram realizar o cadastro, comprometendo a
finalidade do cadastro de se inventariar o maior número de áreas possíveis
com informação de qualidade. Um levantamento realizado pela FEAM nos e-
mails e correspondências recebidos no ano de 2010 e 2011 referentes a este
tema demonstraram que 171 empreendedores que possuem AFF tentaram
realizar o cadastro no módulo de áreas impactadas pela mineração sem êxito.
Caso estes empreendedores tivessem realizado o cadastro, o percentual de
13% passaria para 19%.
Além dos empreendedores citados acima, 53 empreendedores que não
possuem regularização no órgão ambiental, tentaram realizar o cadastro sem
sucesso. Em relação a estes empreendimentos deverão ser realizadas ações
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em conjunto com as SUPRAMs para regularização da situação ambiental dos
mesmos.
Este baixo percentual de cadastros demonstra a importância de se
realizar um trabalho junto a PRODEMGE para adequação do módulo de áreas
impactadas pela mineração, permitindo um acesso apropriado para os
empreendimentos e uma melhor divulgação deste instrumento por parte do
órgão ambiental.
Além disso, os empreendedores devem se conscientizar da importância
da disponibilização destas informações para o órgão ambiental, visto que este
cadastro é uma importante ferramenta para agilizar o processo de identificação
de áreas impactadas pela atividade minerária.
5.2. Áreas Cadastradas no BDA
Para o Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração 2011 foi
considerado os formulários preenchidos até o dia 15 de outubro de 2011 no
Banco de Declarações Ambientais. Para este período foram obtidos 718
formulários, sendo que apenas 361 formulários continham todas as
informações necessárias para a classificação da área de acordo com a DN
144/2009. Destes, 352 pertenciam a pessoa jurídica e 9 a pessoa física.
Os 357 formulários restantes estão incompletos, em branco ou são
testes realizados pela equipe da FEAM e PRODEMGE para avaliação do
módulo. Futuras retificações e atualizações conjugadas com vistorias nessas
áreas tornarão esses cadastros passíveis de classificação, garantindo assim,
melhor percepção do cenário de áreas impactadas pela mineração no Estado.
Este Inventário irá apresentar uma análise quantitativa das informações
existentes nos formulários com base nos relatórios gerados, conforme
apresentado a seguir.
Relatório 1 - Relatório Geral.
Este relatório é o que apresenta o maior número de informações
incluindo dados gerais do empreendedor como: CNPJ, DNPM, número da AAF,
coordenadas; município, SUPRAM responsável pela regularização, substância
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mineral explorada, atividade da DN 74/2004, categoria do impacto ambiental,
relação entre a área impactada e a reabilitada, entre outros.
O levantamento da distribuição das áreas impactadas por
Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável -
Supram, mostrou que a maior parte das áreas está localizada nas Supram’s
Triângulo (36%); Central (18%) e Leste Mineiro (16%), conforme apresentado
na Figura 3.
Figura 3 Distribuição das declarações por SUPRAM.
Em relação à classificação da atividade conforme a DN 74/2004 levantou
que a principal atividade é a A-02 Lavra a céu aberto (50%) seguida da
classificação A03 - Extração de Areia, Cascalho e Argila (45%), conforme
apresentado na Figura 4. Vale ressaltar que a atividade A-06 Exploração e
extração de gás natural ou de petróleo não apresentou nenhuma área com
declaração, mesmo o Estado possuindo 13 empresas com AFFs listadas no
SIAM.
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Legenda: A01- Lavra subterrânea; A02- Lavra a céu aberto; A03- Extração de Areia, Cascalho e Argila, para utilização na construção civil; A04- Extração de água mineral ou potável de mesa; A05- Unidades Operacionais em área de mineração, inclusive unidades de tratamento de minerais
Figura 4 Distribuição das empresas nas tipologias minerárias .
A classificação das empresas em relação ao impacto ambiental da
atividade foi realizada com base nos critérios da DN 144/2009 e a distribuição é
apresentada no quadro 7. Nenhuma empresa foi classificada na Categoria V –
Potencial de Impacto Ambiental Muito Alto.
Quadro 7 Quantidade de empreendimentos em cada categoria.
Categoria de Impacto Ambiental Empresas cadastradas no
BDA
Categoria I - Potencial de Impacto Ambiental Muito Baixo
8
Categoria II - Potencial de Impacto Ambiental Baixo 313
Categoria III - Potencial de Impacto Ambiental Médio 38
Categoria IV - Potencial de Impacto Ambiental Alto 2
Categoria V - Potencial de Impacto Ambiental Muito Alto 0
As empresas que se enquadraram na Categoria IV - Potencial de
Impacto Ambiental Alto estão localizadas na SUPRAM Central, sendo uma
empresa de extração de areia (A-02-01-1) e a outra é de manganês (A-03-01-
8). 5 empresas que se enquadram na Categoria I - Potencial de Impacto
Ambiental Muito Baixo estão localizados na SUPRAM Leste Mineiro. As
categorias II e III tiveram distribuição mais homogênea entre as SUPRAMs.
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Relatório 2 - Empreendimentos que tentaram cadastrar após o prazo de 90
dias.
Este relatório é para acompanhamento interno do órgão ambiental para
verificar quantos empreendimentos que possuem novas AFFs tentaram se
cadastrar após o prazo de 90 dias, conforme estabelecido na DN 144/2009.
Em 2010, 211 empreendedores tentaram cadastrar seu empreendimento após
o prazo regulamentar e em 2011, esse número foi reduzido para 47
empreendimentos.
Relatório 3 - Empreendimentos que explotam uma determinada
substância mineral.
Este relatório apresenta informações sobre as substâncias exploradas
pela atividade mineral. A informação é separada em empreendimentos com ou
sem beneficiamento conforme apresentado a seguir.
Total de empreendimentos sem beneficiamento: 316 – sendo os
principais:
Areia/ Cascalho/ Brita e Argila = 159 (destes, 88 explotam, exclusivamente,
Areia e 38 Argila); Granito = 26; Ouro = 17; Areia de Fundição = 18; Diamante
= 15 (destes, 7 para uso industrial); Calcário / Calcário Dolomítico = 14
Total de empreendimentos com beneficiamento: 45 – sendo os
principais:
Minério de Ferro = 11; Areia/ Cascalho/ Brita e Argila = 8; Areia de Fundição =
7; Calcário / Calcário Dolomítico = 7; Granito = 5; Diamante = 3.
Relatório 4 - Empreendimentos enquadrados em uma determinada
atividade minerária da DN 74/2004.
Esta informação foi obtida a partir do relatório Geral, conforme
apresentado na Figura 4.
Alguns empreendimentos apresentam mais de uma atividade vinculada
à mesma AAF, devido principalmente a atividades secundárias como estradas
para transporte de minério (111 empresas) e obras de infra-estrutura(104
empresas).
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Relatório 5 - Empreendimentos localizados no interior de uma Unidade de
Conservação e no entorno (raio de 10km).
Este relatório apresenta informações sobre a localização dos
empreendimentos em relação a Unidades de Conservação. Esta informação
era fornecida automaticamente pelo sistema com base no Zoneamento
Ecológico Econômico – ZEE do Estado de Minas Gerais, com base nas
coordenadas da área, não podendo ser alterada pelo empreendedor. Foram
totalizados 158 empreendimentos próximos à Unidade de Conservação, sendo:
44 próximos às UC de uso sustentável; 13 próximos às UC de proteção
integral; 11 para outras UC e 90 sem informar o tipo de unidade.
Relatório 6 - Empreendimentos que apresentam determinado tipo de
ocupação no seu entorno.
Este relatório apresenta informações sobre quais empreendimentos
possuem determinado tipo de ocupação em seu entorno, explicitando se esta
ocupação teve início antes ou depois da implantação da mineração. Foram
registrados 479 tipos de ocupações, conforme apresentado no Quadro 8.
Quadro 8 Tipo de ocupação existente no entorno das atividades minerais.
Tipo de ocupação Quantidade empresas
Agricultura 80
Área de Expansão Urbana 15
Área Urbana 2
Atividade Industrial 16
Condomínio 2
Escola Rural 3
Estrada Municipal 19
Outras 23
Outros empreendimentos minerários 40
Pecuária 131
Povoado 12
Rodovia Federal 6
Unidade de Conservação 140
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Relatório 7 - Empreendimentos que apresentam potencial para
contaminação dos recursos naturais.
Este relatório apresenta informações sobre o potencial para
contaminação dos recursos naturais com base nos rejeitos, estéril ou efluentes
gerados pela atividade mineral. No cadastro existem 247 empreendimentos
com o potencial de contaminação, conforme apresentado no Quadro 9.
Quadro 9 Substâncias geradas nos empreendimentos com potencial de contaminação
Presença da Substância Gerada no Processo Quantidade de
empreendimentos
Rejeito
Classificados - resíduos classe I – Perigosos. 1
Classificados - resíduos classe II-A - não inertes 6
Classificado - resíduos classe II-B - inertes 72
Não Classificado - Substância Arsênio 16
Não Classificado - Substância Cádmio 2
Não Classificado - Substância Cobre 9
Não Classificado - Substância Nenhuma 141
TOTAL 247
Estéril
Classificado - resíduo classe II-A - não inertes 8
Classificado - resíduo classe II-B - inertes 85
Não Classificado - Substância Bário 14
Não Classificado - Substância Chumbo 2
Não Classificado - Substância Cromo 8
Não Classificado - Substância Não identificada 130
TOTAL 247
Efluente
Líquido
Alumínio 2
Arsênio 4
Cromo 1
Ferro 10
Lítio 1
Prata 1
Manganês 6
Não identificada 31
Nenhuma das listadas no BDA como contaminante 191
TOTAL 247
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Relatório 8 – Empreendimentos que se localizam à montante do ponto de
captação
Dos cadastros realizados, apenas quatro empreendimentos informaram
que se localizam à montante do ponto de captação, sendo que destes, dois
estão a uma distância de até 100m do ponto de captação.
Relatório 9 - Empreendimentos que apresentam determinado uso de água
conhecido à jusante.
Este relatório apresenta informações sobre quais empreendimentos
possuem determinado uso para a água à jusante, para avaliar o risco que este
empreendimento pode representar para o entorno. Existem 204
empreendimentos que responderam positivamente a este quesito, sendo que
existem empresas que possuem mais de um tipo de uso à jusante, totalizando
318, conforme apresentado no Quadro 10.
Quadro 10 Tipos de uso de água à jusante dos empreendimentos.
Uso de Água à Jusante Quantidade
Consumo Agroindustrial 9
Consumo Humano 47
Consumo Industrial 22
Dessedentação de Animais 174
Irrigação 39
Outros 27
Relatório 10 – Empreendimentos que apresentam potencial para geração
de drenagem ácida.
Nenhum empreendimento apresentou informações quando a geração de
drenagem ácida.
Relatório 11 – Empreendimentos que possuem sistema de controle de
carreamento de sedimentos.
Este relatório apresenta informações sobre quais empreendimentos
possuem algum tipo de sistema de controle de carreamento de sedimentos.
Existem 130 empreendimentos com presença de um ou mais sistemas de
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controle para as escolhas enumeradas no BDA totalizando 248, conforme
apresentado no Quadro 11.
Quadro 11 Tipos de sistema de controle de carreamento de sedimentos.
Sistema de Controle Quantidade de empresas
Bacia de Decantação 77
Barragem 5
Canaletas para Direcionamento do Fluxo 91
Dique de contenção 35
Drenos Internos nas Estruturas 15
Mureta de Contenção 6
Sumps 13
Outros 6
Relatório 12 - Empreendimentos que apresentam determinado grupo
vegetacional.
Este relatório apresenta informações sobre os principais grupos
vegetacionais existentes no Estado de Minas Gerais que podem sofrer algum
tipo de impacto ambiental decorrente das atividades dos empreendimentos
minerários. Esta informação era fornecida automaticamente pelo sistema com
base no Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE, com base nas coordenadas
da área, sendo validada pelo empreendedor. Dessa maneira, caso o
empreendedor não concordasse com a informação, poderia realizar sua
exclusão.
Assim, apenas 38 empreendedores têm informações a respeito dos
grupos vegetacionais em sua área de influência, sendo que dentre estes
empreendimentos existem alguns que possuem mais de um tipo vegetacional,
totalizando 74, conforme apresentado no Quadro 12.
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Quadro 12 Tipo de grupo vegetacional existentes nos empreendimentos.
Grupo Vegetacional Número de cadastros
Área de Campo 1
Bioma Mata Atlântica, Floresta Estacional Semidecidual e
Submontana Estagio Inicial A Avançado De Regeneração.
1
Campo 10
Campo Limpo, Pastagens, Matas 1
Cerrado 15
Eucalipto 3
Floresta Estacional Decidual Montana 24
Mata Atlântica 1
Mata Ciliar 3
Mata Estacional e Eucalipto 1
Mata fechada, campo limpo, campo sujo 2
Pastagem 6
Vereda 2
Relatório 13 - Empreendimentos com passivo ambiental.
Este relatório apresenta informações sobre empreendimentos que
declararam passivos ambientais decorrentes de suas atividades e qual é a
situação ambiental do mesmo em relação às ações adotadas pelo
empreendedor para sua recuperação. Existem 19 empreendimentos que
apresentaram informações referentes a passivos ambientais, conforme
apresentado no Quadro 13.
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Quadro 13 Levantamento de passivos ambientais em áreas com atividade mineral.
Passivo Ambiental Situação Número de empresas
com declaração
Cavas Abandonadas
área abandonada 1
com projeto de recuperação 7
em recuperação (+ 50% recuperado) 1
Edificações
área abandonada 1
com projeto de recuperação 1
Paiol de Explosivos
área abandonada 1
com projeto de recuperação 1
em recuperação (+ 50% recuperado) 1
Pilhas Abandonadas
com projeto de recuperação 2
em recuperação (+ 50% recuperado) 3
Relatório 14 - Empreendimentos que apresentam potencial turístico e de
lazer.
Em relação ao potencial turístico e de lazer como uma possibilidade de
uso futuro para a área minerada, apenas 10 empreendimentos responderam
afirmativamente a este quesito, não detalhando como seria este uso e de que
maneira ele poderia ser implementado.
5.3. Áreas Abandonadas Cadastradas no BDA
Em relação aos formulários de áreas abandonadas, até o momento,
apenas uma área foi cadastrada completamente e não continha todas as
informações que possibilitasse sua classificação conforme a DN 145/2009.
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6. PLANO DE AÇÃO PARA O SETOS DE ROCHAS
ORNAMENTAIS
Em complementação aos dados obtidos nas declarações realizadas no
módulo de áreas impactadas pela mineração no BDA, este capítulo irá
apresentar o levantamento das áreas impactadas pela mineração nos
municípios de São Tomé das Letras e Papagaios.
A FEAM desenvolveu, entre 2008 e 2009, o Plano de Ação para
Sustentabilidade do Setor de Rochas Ornamentais, que teve como foco a
atividade extrativa de quartzitos foliados no município de São Thomé das
Letras e de ardósias no município de Papagaios, situados respectivamente nas
regiões Sul e Central do estado de Minas Gerais. Estes municípios são os
maiores produtores brasileiros desses bens minerais.
Neste Plano, uma série de ações e medidas de controle ambiental foram
propostas, onde se buscou estabelecer diretrizes e um plano de metas
específico para cada município, visando assegurar o desenvolvimento da
atividade minerária de forma sustentável.
6.1 Plano de Ação para Sustentabilidade do Setor de Rochas Ornamentais
- Quartzito - São Thomé das Letras/MG
A explotação comercial do quartzito na região de São Thomé das Letras
começou na década de 1940, e durante quase 50 anos foi realizada de forma
aleatória e assistemática, resultando num quadro de elevados impactos
ambientais, onde a maioria das mineradoras operava ilegalmente. Era prática
comum a disposição desordenada do material estéril e dos rejeitos da lavra,
simplesmente lançados nos talvegues e nas drenagens naturais, assoreando-
os. Também fazia parte dessa realidade, comum a outros municípios
mineradores brasileiros, a ineficiência dos processos de lavra, a não
recuperação das áreas degradadas e a falta de preocupação com a disposição
e eventual aproveitamento econômico dos resíduos.
Para o desenvolvimento do Plano de Ação foram selecionadas 32
empresas com processos ativos no DNPM e com prazos de licença de
operação e AAF’s vigentes junto ao COPAM (Tabela 1). Em seguida foram
realizadas reuniões com os empreendedores, visando conhecer a situação de
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suas atividades sob o ponto de vista legal e ambiental, com ênfase nos
sistemas de controle adotados. Dessa forma foram elaboradas fichas
individuais dos empreendimentos, reunindo os dados compilados e as medidas
a serem cumpridas, que contemplaram o atendimento de pendências
processuais e as ações de melhoria, pactuadas pelas empresas com a FEAM,
discriminadas por ordem de prioridade e prazo de atendimento.
Figura 5 A serra de São Thomé e suas principais regiões produtoras
Os 32 empreendimentos foram novamente vistoriados em outubro de
2010 e em maio de 2011, no intuito de se levantar sua situação atual. Nestas
vistorias constatou-se que as medidas estabelecidas pelo Plano de Ação estão
sendo implementadas pela maioria dos empreendimentos.
Em março de 2011, foi realizada uma vistoria específica ao ribeirão
Passa Quatro, um dos cursos d’água mais assoreados pela mineração no
município. Esta vistoria gerou um relatório atualizado e uma minuta de Termo
de Referência, para elaboração de um projeto de dique filtrante a ser ali
instalado, visando à contenção dos rejeitos da mineração depositados no leito
do ribeirão. Como este projeto irá causar uma intervenção no corpo d’água
deverá ser realizada sua regularização junto ao IGAM.
Pretende-se ainda, com esta experiência, subsidiar medidas a serem
implantadas nos demais cursos d’água assoreados no município.
Das empresas detentoras de AAF localizadas no município de São
Thomé das Letras, apenas uma realizou o cadastro no Banco de Declarações
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Ambientais em cumprimento à DN 144/2009, a empresa STQB São Thomé
Quartzito Brasil Ltda. – ME. Esta empresa se enquadrou na categoria II –
Potencial de Impacto Ambiental Baixo. As demais empresas serão convocadas
a realizar o cadastro no próximo período de declaração.
Quadro 14 Empresas de extração de quartzito localizadas em São Thomé da Letras.
Nome da empresa Tipo de Regularização
1 A. Pelucio Comércio e Exportação Ltda. Licença Ambiental
2 Antônio francisco da Silva Licença Ambiental
3 Antonio rocha de Oliveira e Filhos Licença Ambiental
4 Cachoeira Pedras Ltda. Licença Ambiental
5 Carlos Cardoso - FI Licença Ambiental
6 Coopedra Ltda. Licença Ambiental
7 Dedé Comércio e Mineração Ltda. AAF
8 Empresa de Mineração São Thomé Ltda. AAF
9 Humberto Eustáquio de Souza AAF
10 IF. Mineração e Comércio de Pedras Ltda. Licença Ambiental
11 Irmãos Capistrano Ltda. Licença Ambiental
12 Joaquim Bellas Da Silva E Filhos Licença Ambiental
13 José Porto Alvarez Licença Ambiental
14 Mineração Alves Ltda. Licença Ambiental
15 Mineração E Comercio Mmrj Ltda. Licença Ambiental
16 Mineração Maia Ltda. Licença Ambiental
17 Mineração Nossa Senhora Da Natividade Ltda. Licença Ambiental
18 Mineração Pico Do Gavião Ltda. Licença Ambiental
19 Mineração Roma Indústria e Comércio Ltda. Licença Ambiental
20 Mineração Serra Alta de São Thomé Ltda. Licença Ambiental
21 Mineração Serra do Carimbado ltda. Licença Ambiental
22 Mineração Villas Boas Ltda. Licença Ambiental
23 Pedras Carimbado Ltda. AAF
24 Pedras Decorativas RC Ltda. Licença Ambiental
25 Pedras Paredão Ltda. Licença Ambiental
26 Pedras Rodrigues Ltda. Licença Ambiental
27 RA Extração e Comércio de Pedras Ltda. Licença Ambiental
28 SBC Serviços Brasileiros e Construções Ltda. AAF
29 Sebastião Vitor Martins – FI Licença Ambiental
30 Sobrapedras Comercio e Mineração Ltda. Licença Ambiental
31 STQB são Thomé Quartzito Brasil Ltda. – me AAF
32 Transporte e Comércio São Tomé Ltda. Licença Ambiental
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O cumprimento das ações estabelecidas no Plano de Ação por parte dos
empreendedores foi verificado nas vistorias de outubro de 2010 e em maio de
2011, conforme apresentado no Quadro 2.
Quadro 15 Cumprimento das principais medidas estabelecidas no Plano
de Ação.
Empresa Entrega
de relatório
Conclusão de muro
para contenção
dos rejeitos
Proximidade/ Interferência em
curso d’água
Revegetação/ recuperação de pilhas e taludes
Recuperação de cavas
Estabelecimento de cota máxima para avanço da
lavra 1 Sim Sim Passa Quatro - - -
2 Sim - - Sim Sim -
3 Não Não Passa Quatro Não - -
4 Não houve medidas estabelecidas no Plano de Ação. Rejeitos depositados sem critério.
5 Não houve recuperação do passivo ambiental.
6 Sim Sim Passa Quatro Sim - -
7 Não houve medidas estabelecidas no Plano de Ação. Encontra-se paralisada, em recuperação
natural. 8 Sim Sim Enchovia Sim - Sim
9 Não - Passa Quatro Sim - -
10 - - Passa Quatro - - -
11 Sim Sim Vermelho Sim Sim -
12 Sim - Cervo Sim Sim -
13 Sim - Passa Quatro Sim - -
14 Sim - - Sim - -
15 Sim - Caninana Sim - Sim
16 Sim Sim Passa Quatro Sim - -
17 Atividades atualmente paralisadas. Necessita recuperação e revegetação de pilhas.
18 Sim - Vermelho Sim - -
19 Sim - - Sim - Sim
20 Sim - - Sim - Sim
21 Sim - - Sim - Sim
22 Sim - - Sim - Sim
23 - - - - - Não
24 Sim Encontra-se paralisada, em recuperação natural.
25 Sim - Peixe Sim - -
26 Sim Sim Serra - Não -
27 Não - Passa Quatro Paralisada, em recuperação natural.
28 Sim - Ninfas Sim - Sim
29 Sim Encontra-se paralisada, em processo de regularização.
30 Sim - Lavarejo Não Não -
31 Sim - Ninfas Não - Sim
32 - - Cervo Sim - -
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Dentre as 32 empresas enumeradas, o empreendimento Carlos Cardoso
- FI é uma das áreas que requer maior atenção devido à degradação
paisagística gerada em plena malha urbana. Não possui licença ambiental e
nem direito minerário, estando com suas atividades embargadas. O Ministério
Público determinará ao DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral,
a oneração desta área, de modo a impedir que possíveis interessados venham
a requerê-la. Por conseguinte, será necessário recuperá-la e dar-lhe um fim
social.
Figura 6 Vista aérea da área Carlos Cardoso, localizada dentro da zona urbana e responsável por grande impacto paisagístico na entrada de São Thomé.
Este levantamento nas minerações de quartzito no município de são
Thomé das Letras permitiu identificar a situação ambiental da atividade mineral
e seu impacto na comunidade.
A FEAM deverá estabelecer procedimentos no âmbito do Projeto
“Gestão de Áreas impactadas pela Mineração”, para acompanhamento destes
empreendimentos, com um enfoque nos empreendimentos que ainda não
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cumpriram as determinações do Plano de Ação com vista à recuperação das
áreas degradadas e melhoria dos controles ambientais.
6.2 Plano de Ação para Sustentabilidade do Setor de Rochas Ornamentais
- Ardósia - Papagaios/MG
A região de Papagaios abrange nove municípios e constitui a maior
reserva geológica mundial, atualmente conhecida pela exploração de ardósia.
O município de Papagaios destaca-se por ser o principal foco de extração e
beneficiamento desse bem mineral.
Entre o final da década de 1970, quando teve início a mineração em
Papagaios, até o final da década de 1990, quando a FEAM passou a atuar na
região, as atividades de extração e beneficiamento ocorriam de forma
desordenada. A partir daí observou-se um grande avanço no controle da lavra
e nas serrarias associadas às grandes mineradoras. Entretanto, persistiu a
desorganização e o significativo impacto ambiental causado pelas pequenas
serrarias localizadas no centro urbano.
No Plano de Ação foram elencadas as mineradoras e as indústrias de
beneficiamento e serrarias, que receberam visita técnica das equipes da
FEAM, onde foram observados aspectos ambientais e a influência da atividade
na comunidade. Foi estabelecida uma agenda de reuniões envolvendo
representantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente – SISEMA, da
prefeitura municipal e do setor produtivo.
Além das empresas que foram relacionadas no Plano de Ação, existem
atualmente, segundo dados do Sistema Integrado de Informações Ambientais –
SIAM, 15 empresas mineradoras com processos ativos junto ao DNPM e com
licença ambiental ou Autorização Ambiental de Funcionamento – AAF válidas,
e 3 empresas com as licenças vencidas, conforme o quadro 16.
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Quadro 16 Situação da regularização ambiental dos empreendimentos minerários situados em Papagaios.
Empresas Processo COPAM
Tipo de regularização
Validade da Licença
ANTÔNIO ALVES FILGUEIRAS CAMPOS - F.I. 00069/01/02/07 REVLO 31/08/2017
ARDÓSIA REIS LTDA. 00661/01/04/10 LO 28/02/2017
*ARDÓSIA REIS LTDA. 00661/01/04/10 LOC 28/02/2017
ARDOSIA VEREDA LTDA. 00389/97/05/07 LO 28/04/2012
*ARVEL-ARDOSIA VEREDA LTDA. 05617/10/01/10 AAF 08/04/2014
HEBE MARIA REIS MINERAÇÃO LTDA. 00794/03/05/10 AAF 16/07/2014
HEBE MARIA REIS MINERAÇÃO LTDA. 00794/03/05/10 AAF 16/07/2014
HÉLIO FIGUEIRAS MINERAÇÃO LTDA. 00378/90/06/08 LOC 20/072013
MARIA LETÍCIA VALAD. DE VASCONCELOS - F.I. 00421/95/04/06 LO 14/12/2012
MIN. DE PED. ARDÓSIA CAMPOS MACIEL LTDA. 00340/90/05/02 LO 30/01/2012
MINERAÇÃO ALTO DAS PEDRAS LTDA. 00087/02/04/09 LO 22/12/2014
*MINERAÇÃO ALTO DAS PEDRAS LTDA. 17374/08/01/11 AAF 09/09/2015
MINERAÇÃO BAIA E FILHOS LTDA. 00439/00/03/04 LO 15/05/2012
*MINERAÇÃO MORRINHOS LTDA. 04249/06/01/10 AAF 06/12/2014
PECUÁRIA MORRINHOS LTDA. 00598/01/04/08 LO 09/12/2014
PECUÁRIA MORRINHOS LTDA. 23243/05/02/11 AAF 29/03/2015
PONTAL PECUÁRIA LTDA. 00211/97/02/01 LO LO vencida
RHÉA SILVIA VALADARES BAHIA 08572/05/02/10 LO 28/02/2015
*empresas não listadas no Plano de Ação.
Em relação às serrarias de placas de ardósia, segundo levantamento
efetuado pela Prefeitura (CooperArdósia, 2007), havia 135 empreendimentos
localizados na área urbana, distribuídos entre indústrias e pequenas serrarias,
quase sempre sem regularização ambiental, conforme mostra a Erro! Fonte de
referência não encontrada., que lista somente 44 empresas com processo de
licenciamento ambiental (SIAM, 2009).
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Quadro 17 Situação das empresas de beneficiamento de ardósia localizadas no município de Papagaios
Empresas Tipo de
Regularização Validade
A. C. Minas ltda AAF 24/7/2012
Agenor Xavier Machado AAF 6/12/2010
Ailton Goncalves da Silva Licença ambiental 26/9/2010
Altivo Pedras Ltda AAF 10/7/2012
Ardosia Dias Ltda AAF 24/4/2011
Ardosia Irmaos Maciel Ltda AAF 1/7/2012
Ardosia Minas Brasil Ltda AAF 6/1/2013
Ardosia Novo Mundo Indústria e Comércio Ltda Licença ambiental LO indeferida
Ardosia Oliveiros Indústria e Comércio Ltda AAF 21/11/2012
Aureo dos Santos Cordeiro AAF 5/11/2011
Bc Stone Indústria e Comércio de Ardósia Ltda AAF 15/5/2013
Beneficiamento Ardosia Licença ambiental LO indeferida
Berenice Ferreeira de Abreu AAF 19/6/2011
ECB - Ardosias Ltda Licença ambiental Sem licença
Edna Aparecida de Freitas Barcelos AAF 14/8/2012
Elmo Pedras Ltda AAF 17/4/2011
Geraldo Marcos Valadares Bahia AAF 18/6/2012
Gilmar Vilaça Duarte AAF 20/10/2014
Isamar Pedras de Ardosias Ltda AAF 10/5/2014
J r m Pedras Decorativas Ltda LOC LO indeferida
J.h Pedras Ltda Processo arquivado -
Laudeci Carvalho da Costa AAF 15/9/2010
Lincar Pedras de Ardosia Ltda Licença ambiental 10/7/2016
Lrs Stone Indústria e Comércio de Pedras Ltda AAF 10/9/2012
Luciano de Paula Barcelos AAF 16/10/2011
Luiz Carlos Ferreira Maciel Licença ambiental LO indeferida
Maria Alzira Chaves AAF 19/8/2012
Maria Francisca Ribeiro Diniz Processo arquivado -
Maria Imaculada Silva AAF 13/10/2013
Mauro Geraldo de Faria AAF 23/9/2013
Mauro Gonçalves de Barcelos AAF 3/9/2012
Minas Mundo Comércio Imp. e Exportação Ltda AAF 9/1/2012
Mineração Rocha das Pedras Ltda AAF 23/6/2012
Pedral Comércio de Pedra Ardósia Ltda AAF 3/3/2013
Pevex Pedras Naturais Ltda Licença ambiental 16/3/2012
Plana Comercio e Indústria Ltda AAF 23/2/2010
Rinaldo Correia da Silva AAF 5/11/2012
Ricardo Correa da Silva AAF 24/8/2013
Rodrigo Campos Duarte AAF 18/9/2010
Ronaldo Rezende de Campos AAF 6/12/2011
Sc Pedras Ltda AAF 1/10/2009
Sonia das Gracas Barcelos AAF 3/9/2012
W.s. Ardosia Ltda AAF 9/11/2011
Zpp Comercio e Exportação de Minerios Ltda Licença ambiental 17/3/2011
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Observa-se um alto número de empreendimento sem regularização
ambiental, estando a licença ou AAF vencidas. Dessa maneira, deve ser
realizado um trabalho em conjunto com as SUPRAMs para adequação desta
situação.
Das empresas mineradoras (Quadro 16) detentoras de AAF localizadas
no município de Papagaios, apenas uma realizou o cadastro no Banco de
Declarações Ambientais em cumprimento a DN 144/2009, a empresa Pecuária
Morrinhos LTDA. Esta empresa se enquadrou na categoria III – Potencial de
Impacto Ambiental Médio. Em relação às empresas de beneficiamento (Quadro
17) apenas uma realizou o cadastro, a empresa Altivo Pedras LTDA se
enquadrando na categoria II – Potencial de Impacto Ambiental Baixo. As
demais empresas serão convocadas a realizar o cadastro no próximo período
de declaração.
Considerando que o Estado de Minas Gerais é responsável por 94% da
produção brasileira de ardósia e Papagaios por 80% da produção total do
Estado, a geração de rejeitos de lavra e resíduos de beneficiamento, em
Papagaios, teria sido de aproximadamente 1,77 milhões t, e teriam sido
acumulados nos bota-foras das pedreiras, como ilustrado pela Erro! Fonte de
referência não encontrada., cerca de 3,76 milhões t de solo e toá (Plano de Ação,
de 2010).
Visando a redução desses rejeitos foi sugerido às empresas a
diversificação dos produtos comercializados e o reaproveitamento para usos
diversos, como na indústria, construção civil e agropecuária. Além disso, por
iniciativa da prefeitura, foi proposta a implantação de um Centro Industrial, para
onde seria transferida grande parte das serrarias hoje espalhadas pela área
urbana do município (Figura 8).
Uma alternativa econômica e ambiental bastante interessante é a
adoção de uma política de governo visando atrair empresas para utilizar o
rejeito como matéria prima na fabricação de seus produtos, principalmente no
setor da construção civil, tais como cimenteiras, cerâmicas e de pavimentação.
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Figura 7 Depósito de rejeito utilizado pelas serrarias (sem regularização ambiental). Fonte: FEAM, 2008
Figura 8 Em vermelho, serrarias ocupam 15% da malha urbana de Papagaios. Fonte: FEAM, 2008.
O Plano de Ação realizado na região de Papagaios permitiu identificar
problemas ambientais históricos na região relacionados à deposição irregular
dos rejeitos, assoreamento de cursos d’água e supressão de vegetação. Estes
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impactos devem ser resolvidos com o aproveitamento destes resíduos,
trabalhos de revegetação e também com a implantação de sistemas de
controle de carreamento de sedimentos, tais como sistema de drenagem de
pilhas, canaletas e tanques escavados no próprio solo, desde que operações
de manutenção sejam efetuadas periodicamente.
Como mencionado no Plano de Ação de São Thomé das Letras, a
FEAM deverá estabelecer procedimentos no âmbito do Projeto “Gestão de
Áreas impactadas pela Mineração”, para acompanhamento destes
empreendimentos.
O Plano de Ação para Sustentabilidade do Setor de Rochas
Ornamentais, que teve como foco a atividade extrativa de quartzitos foliados no
município de São Thomé das Letras e de ardósias no município de Papagaios,
permitiu identificar 94 áreas minerárias ou de beneficiamento mineral com
potencial de degradação dos recursos naturais que devem ser acompanhadas
pela FEAM.
Além disso, deve-se ficar atento as áreas que estão abandonadas ou
com as atividades paralisadas nestes municípios visando seu correto
fechamento e reabilitação com a definição de um uso futuro compatível com as
necessidades da comunidade do entorno.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Banco de Declarações Ambientais foi desenvolvido com o objetivo de
compilar informações referentes às áreas impactadas pela mineração
abandonadas ou passíveis de AAF. Durante as análises dos cadastros e
relatórios gerados pelo BDA foi verificado que o sistema deverá ser aprimorado
para os próximos Inventários permitindo um maior cruzamento dos dados
fornecidos.
É fundamental que haja intercâmbio de informações entre
empreendedores e os diversos órgãos governamentais e ambientais
envolvidos, principalmente cm a conscientização dos empreendedores para a
realização do cadastro de áreas impactadas pela mineração..
Mesmo com o número de cadastros completos (361) de AAFs no BDA
ter sido muito inferior ao número de AAFs emitidas pelo órgão ambiental, os
resultados apresentados neste relatório permitem que a FEAM inicie um
processo para conhecimento da situação atual das áreas impactadas pela
mineração no Estado conforme os critérios estabelecidos na DN 144/2009 e
planeje ações futuras para o gerenciamento e acompanhamento da reabilitação
destas áreas.
Lembramos que os impactos negativos são gerados tanto pelas grandes
quanto pelas pequenas empresas, e às vezes, pela falta de recursos, o dano
gerado por uma empresa de pequeno porte pode ser mais difícil de remediar.
Mesmo que as atividades submetidas à AAF sejam consideradas de impacto
ambiental não significativo, quando se trata de atividades ligadas à mineração
é preciso refletir e aprimorar a gestão ambiental do Estado, já que, para essas
áreas, são dispensados os projetos exigidos para análise da viabilidade
ambiental do empreendimento. O licenciamento tradicional é tido como um
processo moroso, oneroso e burocrático, entretanto é isto que o torna um
pouco mais seguro ambientalmente. Quanto maior o nível de detalhe nos
estudos, implantação comedida e produção qualitativa, menor os riscos de um
empreendimento provocar impactos indesejáveis.
Dessa forma, o BDA surge como uma ferramenta que poderá auxiliar na
análise das AAF e no gerenciamento das áreas impactadas pela mineração de
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pequeno porte, diminuindo os riscos de danos que essas atividades podem
promover se não exercidas com critérios técnicos e se não estiverem
promovendo o desenvolvimento que a sociedade requer.
Compatibilizar mineração com desenvolvimento e controle da atividade
para que haja o mínimo prejuízo aos recursos ambientais não pode ser
somente uma meta, mas sim uma proposta, um objeto de diálogos entre todos
os envolvidos e motivo de esforço contínuo em busca de um desenvolvimento
mais sustentável.
Em complementação as declarações de áreas impactadas pela
mineração realizadas pelos empreendedores no Banco de Declarações
Ambientais, os projetos desenvolvidos pela FEAM, a exemplo do Plano de
Ação para Sustentabilidade do Setor de Rochas Ornamentais, devem ser
continuados visando um maior conhecimento das áreas degradadas existentes
no Estado, com o intuito de minimizar os impactos ambientais e melhorar a
gestão das mesmas.
Pretende-se para o próximo ano validar os critérios de classificação das
áreas impactadas pela mineração estabelecidos na DN 144/2009, a partir da
seleção de uma área piloto no Estado de Minas Gerais, com a realização de
visitas de campo nas áreas cadastradas no BDA, comparando as informações
levantadas nas vistorias em relação as prestadas nos formulários.
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8. REFERÊNCIAS
CORTELETTI, R. C; SANTOS, M.R.C. dos e ARACEMA, L.W. – Identificação de Geradores de Impactos, Impactos Diretos e Indiretos usando Métodos Estatísticos Aplicados a Qualidade Total. XXXIX Congresso Brasileiro de Geologia – Salvador, 1996. Decreto nº. 44.844 (2008) – CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL – Minas Gerais.
Deliberação Normativa nº. 144 (2009) – CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL – Minas Gerais. Deliberação Normativa nº. 145 (2009) – CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL – Minas Gerais. Lei 9.985 de 18 de julho de 2000 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC – CONGRESSO NACIONAL. Manual de Introdução à Interpretação Ambiental – Projeto Doces Matas – IEF – IBAMA – Fundação Biodiversitas – GTZ – Belo Horizonte 2002. Mineração e Meio Ambiente – Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, 1992. NBR – ABNT 13030 (1999) Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas pela Mineração. Oliveira, Sérgio Netan Alves de Brito et al. Geologia de Engenharia. Associação Brasileira de Geologia de Engenharia – ABGE – São Paulo – 1998. Resolução nº001/86 – Avaliação de impacto ambiental – CONAMA.
Sumário Mineral 2010 – Ano Base 2009 – DNPM, disponível no site: www.dnpm.gov.br.
TONIDANDEL, Rodrigo de Paula. Aspectos legais e ambientais do fechamento de mina no estado de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Geologia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.