dispersao 1 ufra
TRANSCRIPT
![Page 1: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/1.jpg)
FRUTOS E SEMENTES: MORFOLOGIA PARA A
DISPERSÃO
UFRA10 e 14 de dezembro de 2012
Belém - Pará
![Page 2: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/2.jpg)
Conceitos Básicos
Dispersão: Transporte dos diásporos
(unidade de dispersão Van der (Pijl, 1969)) da planta
mãe até um novo local, através de vetores bióticos
ou abióticos.
Síndrome de dispersão: conjunto de características estruturais dos diásporos que indicam a adaptação da planta aos agentes dispersores abiótico ou bióticos
![Page 3: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/3.jpg)
Conceitos Básicos
Inga sp. (“ingá”)
Legume indeiscente
Extrato epidémico da testa
Ormosia paraensis Ducke (“tento”)
Legume
arilo mimético
semente
![Page 4: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/4.jpg)
Fruto
Gustavia augusta L. (“jeniparana”)
Pixídio indeiscente
Copaifera duckei Dwyer. (“copaíba”)
Legume
s
1 cm
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. (“cumaru”)
drupa
baga uniloculada
Platonia inisignis Mart. (“bacuri”)
endocarpo
pirênio
![Page 5: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/5.jpg)
Dispersão: Adaptações evolutivas
A hipótese de fuga: a dispersão é o transporte do
diásporo para longe da árvore matriz a fim de aumentar a
chance de sobrevivência da plântula.
Diásporos das árvores tropicais = maiores chances de
sobreviver quando carregadas para longe, do que quando
deixados próximos a árvore matriz.
Possibilita maiores vantagens para escapar da
competição e predação próximo à planta-mãe.
É um processo fundamental na distribuição, diversidade,
regeneração e sucessão das plantas de florestas tropicais.
A dispersão pode ser abiótica e/ou biótica.
![Page 6: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/6.jpg)
Dispersão: Adaptações evolutivas A – Abiótica
Refere-se aos propágulos
disseminados por agentes do
ambiente, tais como o vento
(anemocoria) e a água
(hidrocoria).
![Page 7: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/7.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica
A 1. – Anemocoria
Transporte de suas estruturas
reprodutivas pelo ar em movimento.
É comum em espécies de
ecossistemas campestres ou árvores
emergentes de ecossistemas
florestais.
![Page 8: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/8.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica . . .
Os diásporos anemocóricos caracterizam-se por serem pequenos e leves, classificam-se em três tipos:
Esporocórica – esporos diminutos Briófitas e
Pteridófitas.
Pterocórica – sementes ou frutos alados.
Pogonocórica – sementes ou frutos plumosos.
Hecistopteris pumila
Chorisia speciosaPtero- gr. pterón ou pluma de asa
![Page 9: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/9.jpg)
4.3.2.1. Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica
A 2. – Hidrocoria
Disseminação mediante a
ação da água de rios, mares...
Adaptação de espécies
típicas de áreas alagadas
(várzea e igapós).
Exemplos: buriti (Mauritia
flexuosa) e mamorana (Pachyra
aquatica)
![Page 10: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/10.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica
Existem ainda mecanismos de disseminação de
propágulos que são executados pela própria planta, tem-
se:
Barocoria - Queda dos frutos e
sementes em conseqüência do
próprio peso - por gravidade,
produzindo disseminação a curtas
distâncias.
Exemplo: Fruto da Castanha do Pará,
embora as sementes sejam efetivamente
dispersadas por roedores (dispersão
secundária)
![Page 11: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/11.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica
Balocoria – Dispersão
mecânica em que as
sementes/frutos são
ejetados ou expulsos –
deiscência explosiva.
Exemplo: Hevea sp.
(seringueira) – esta espécie
possui ainda adaptações para
flutuar – dispersão secundária.
![Page 12: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/12.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.
A semente e/ou o fruto dispersadas(os) por um
agente biótico (animal).
Comumente chamada de zoocoria,
O mais importante mecanismo na evolução
da dispersão, já que envolve características
adaptativas e seletivas para as espécies.
Três principais tipos de zoocoria:
Endozoocoria, Sinzoocoria e Epizoocoria
![Page 13: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/13.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.
B 1. Endozoocoria
Ocorre a ingestão de sementes, frutos ou partes dos
frutos
Por aves, macacos e outros animais (frugívoros),
Passam pelo trato intestinal dos animais sem sofre
danos.
Algumas plantas necessitam da dispersão
endozoocórica para que suas sementes possam germinar.
O tempo de germinação depende do grau de
escarificação na casca (ou testa) da semente durante a
passagem pelo trato digestivo do dispersor.
Sementes possuem testa mais resistente e grossa.
![Page 14: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/14.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.
B 1. Endozoocoria . . .
![Page 15: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/15.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.
B 2. Sinzoocoria –
Quando os diásporos são intencionalmente enterrados
ou armazenados (acumulados), ou levados (difundidos).
Ex. cutias e morcegos.
(Galetti, M. & Guimarães, P.R.J. 2004)
![Page 16: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/16.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.
B 3. Epizoocoria – frutos ou sementes com espinhos,
carrapichos, ganchos ou substâncias são transportados,
eventualmente no corpo dos animais.
Harpagophytum (Pedaliaceae)
XanthiumGalium aparine
![Page 17: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/17.jpg)
Adaptações evolutivas da dispersão
Estudos com dispersão de sementes indicam que, em
florestas tropicais:
74 a 77% das espécies apresentam dispersão
zoocórica
8 a 22% dispersão abiótica.
As formas mais comuns consistem
em endozoocoria (mamíferos e
pássaros) e sinzoocoria (roedores)
![Page 18: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/18.jpg)
Principais animais dispersores
Aspectos morfológicos dos frutos são correlatos com
seus agentes de dispersão
Um fator que deve ser considerado é o tamanho do
fruto proporcional ao tamanho do corpo do frugívoro.
Algumas plantas desenvolveram ao longo de sua
história evolutiva características específicas para atrair
seus dispersaores, tais como:
Tamanho do fruto e semente,
Cor do fruto ou arilo,
Conteúdo nutritivo do arilo,
Espessura da casca, etc.
![Page 19: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/19.jpg)
Principais dispersores - a – Pássaros (ornitocoria)
Frutos geralmente de cor brilhante;
Menor porte do que dispersos por mamíferos e;
Geralmente sem uma casca muito dura.
Consumidoras de semente e outras de frutos (polpa)
Ingerem as sementes e aquelas que as regurgitam.
![Page 20: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/20.jpg)
Principais dispersores - a – Pássaros (ornitocoria)
Copaifera duckei Dwyer. (“copaíba”)
Legume
Ormosia paraensis Ducke (“tento”)
Legume
arilo mimético
Gustavia augusta L. (“jeniparana”)
Pixídio indeiscente
![Page 21: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/21.jpg)
Principais dispersores - b – Mamíferos (mamaliocoria)
Casca resistente,
Odor e proteção da semente (subs. tóxica ou amarga).
Animais mais comuns: macacos e morcegos
Macacos
Enxergam cores e são pouco olfativos.
Inga sp. (“ingá”)
Legume indeiscente
![Page 22: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/22.jpg)
Principais dispersores - b – Mamíferos (mamaliocoria)
Morcegos
(quiropterocoria)
Frutos verdes ou verde-amarelados,
Olfato é aguçado,
Hábito noturno
Apreciam odores como o de mofo.
Comem apenas a parte macia do
fruto, jogando fora as sementes.
Exemplo: jaca, sapoti, manga, goiaba.
Dipteryx odorata (“cumaru”)
drupa
spirênio
![Page 23: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/23.jpg)
Principais dispersores - c – Répteis (saurozoocoria)
Sensíveis às cores laranja e vermelho
Olfato desenvolvido.
Exemplo: jacarés e iguanas
comem frutos de Annona
glabra e realizam a
dispersão.
![Page 24: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/24.jpg)
Principais dispersores - d – Peixes (ictiocoria)
Comum em áreas alagadas da Amazônia (várzea e
igapó)
Frutos e sementes: principais alimentos de vários peixes
da Amazônia.
Igapó: plantas frutificam durante a inundação, época em
que os peixes tem acesso aos frutos.
Muitos peixes, além de atuarem como dispersores
também são exímios preadores de sementes.
Exemplo: pacu e pirajuba - Inga (leguminosae),
Tambaqui frutos de seringueira (Euphobiaceae).
![Page 25: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/25.jpg)
Principais dispersores – Dispersão secundária
Dispersores secundários:
Formigas, paca, cutia, caititu, queixada,
anta Desempenham papel
importante na pós-dispersão,
Deslocam sementes
dispersadas para locais
favoráveis a germinação.
![Page 26: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/26.jpg)
Museu Paraense Emílio GoeldiCoordenação de Botânica
OBRIGADA!
Ely Simone Cajueiro [email protected]
3217-6077
![Page 27: Dispersao 1 ufra](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022081421/55709efad8b42a5d288b4690/html5/thumbnails/27.jpg)
Bianchini, M. & Pacini, E. 1996. The caruncle of Ricinus comunis L. (Castor bean): its
development and role in seed dehydration, rehydration, and germination. Int. J. Plant Sci.
157(1):40-48.
Cazetta, E.& Galetti, M. 2003. Ecologia das ervas-de-passarinho - Ciência Hoje. Vol. 33, No.
195.
Galetti, M. & Guimarães, P.R.J, 2004. Seed dispersal of Attalea phalerata (Palmae) by
Crested caracaras (Caracara plancus) in the Pantanal and a review of frugivory by raptors
Ararajuba 12 (2):133-135.
Howe, H. F.; Smallwood, J. 1982. Ecology of seed dispersal. Ann. Rev. Ecol. Syst., 13:201-
228.
Janzen, D. H. 1982. Dispersal of seeds by vertebrate guts. In: D. J. Futuyma; M. Slatkin
(eds.). Coevolution. Sinawer, Swiderland, Massachustts. p.232-262.
Oliveira, D.M.T; Beltrati, C.M. 1993. Morfologia e anatomia dos frutos e sementes de Inga
fagifolia (Fabaceae : Mimosoideae). Ver. Brasil. Biol., 54 (1):91-100
Tsou, C.H. & Mori, S.A. 2002. Seed coat anatomy and its relationship to seed dispersal
insubfamily Lecythidoideae of the Lecythidaceae (The Brazil Nut Family). Bot. Bull. Acad.
Sin. 43:37-56.
Van der Pijl, L. 1972. Principles of dispersal in higher plants. Springer Verlag, Berlin. 162p
Werker, E. Seeds Anatomy. 1997. Berlin: Gerbrüder Borntraeger. (Handbuch der
Pflanzenanatomie). P.121-137
Referências Bibliográficas