dissertacao ana c riekstin
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ANA CAROLINA RIEKSTIN
MODELO DE GOVERNANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO
DO ESCRITRIO AO CHO DE FBRICA
So PauloSP
2012
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ANA CAROLINA RIEKSTIN
MODELO DE GOVERNANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO
DO ESCRITRIO AO CHO DE FBRICA
Dissertao apresentada Escola
Politcnica da Universidade de So Paulo
para obteno do ttulo de Mestre em
Engenharia.
So PauloSP
2012
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ANA CAROLINA RIEKSTIN
MODELO DE GOVERNANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO
DO ESCRITRIO AO CHO DE FBRICA
Dissertao apresentada Escola
Politcnica da Universidade de So Paulo
para obteno do ttulo de Mestre em
Engenharia.
rea de Concentrao:
Sistemas Digitais
Orientadora:
Profa. Dra Tereza Cristina Melo de Brito
Carvalho
So PauloSP
2012
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DEDICATRIA
Ao Carlos Eduardo, noivo e companheiro.
Aos meus pais.
Aos meus irmos.
A Deus.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por esta e todas as outras oportunidades em minha vida.
Ao Carlos Eduardo, sempre companheiro, pelo apoio constante desde o momento
da inscrio no programa de mestrado at a concluso.
Aos meus pais, Mario e Fatima, meus exemplos, e aos meus irmos Ana Cludia e
Fernando que esto sempre presentes, mesmo distantes.
Aos meus amigos pelo apoio costumeiro.
Aos profissionais que dispensaram seu tempo nas entrevistas, colaborando
decisivamente para a consecuo deste trabalho.
PromonLogicalis pelo apoio no incio do programa de mestrado.
Profa. Dra. Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho pela dedicao de seu precioso
tempo, em revises e comentrios, fundamentais para a consecuo deste trabalho.
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RESUMO
A informao exerce um papel cada vez mais importante nas empresas e a
Tecnologia da Informao (TI) vem sendo largamente utilizada para permitir a
gerao de informaes teis para a tomada de decises, bem como agilizar ou at
mesmo viabilizar diversos processos. No complexo ambiente industrial (manufatura),
a TI est presente no escritrio, nas reas de desenvolvimento de produtos e
processos e na linha de produo propriamente dita. Em funo disto, importante
uma abordagem corporativa e sistmica tanto para sistemas utilizados em escritrio,
quanto para sistemas utilizados em cho de fbrica, buscando o alinhamento da TI
em todos estes ambientes com o negcio. Como forma de gerar valor ao negcio,
atuando de forma alinhada, existe a Governana de TI. possvel estend-la para
as diversas funes de uma organizao, mas ainda so poucas as iniciativas para
tal. Neste contexto, o trabalho tem por objetivo propor uma abordagem conjunta de
Governana de TI para todos os ambientes nos quais a TI est inserida em uma
indstria, desde os sistemas corporativos at os sistemas de cho de fbrica.
proposto um modelo de governana de TI que busca integrar os diferentes
requisitos, estabelecendo uma estrutura nica e uma linguagem comum, agregando
diferentes modelos e melhores prticas de mercado. Com o objetivo de validar o
modelo proposto, este modelo foi aplicado em uma importante indstria do setor
automobilstico realizando-se anlises documentais, observaes e diversas
entrevistas. O estudo de caso realizado para a referida indstria permitiu validar o
modelo, considerando o atendimento aos requisitos especificados, alm da anlise
crtica da sua aplicao. Pode-se dizer, ento, que o produto final deste trabalho
um modelo integrado de governana de TI aplicvel a empresas de manufatura de
diferentes ramos.
Palavras chave: tecnologia da informao (administrao)
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ABSTRACT
Information plays an increasingly important role in business. Consequently,Information Technology (IT) has been widely used to allow the generation of useful
information for decision-making, as well as speed up or even enable several
processes. In the complex industrial environment (manufacturing), IT is present in the
office, in the areas of product and processes development and on the shop floor.
Because of this, a corporate and systemic approach is important for both systems
used at the office and systems used in the shop floor, aiming at aligning IT in all
these environments with the business. In order to generate value to the business,acting in a aligned way, there is the IT Governance. It is posible to extend it to the
various functions of an organization, but there are few initiatives to do so. In this
context, this work aims to propose a joint approach for IT Governance for all
environments in which IT is present in an industry, from corporate systems to the
shop floor systems. It is proposed an IT governance model that aims to integrate the
different requirements, establishing a unique structure and a common language,
consolidating different models and market best practices. In order to validate the
proposed model, the model was applied in an important industry in the automotive
sector by doing document analysis, observations and several interviews. The case
study for that industry has made posible the model validation, considering the
specified requirements, and also the critical analysis of its application. It is posible to
state that the final product of this work is an integrated IT governance model
applicable to manufacturing companies of different sectors.
Keywords: information technology (administration)
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LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1Trabalhos relacionados ............................................................................ 24
Figura 2Estgios da TI dentro de uma empresa (FERNANDES; ABREU, 2008) .. 29
Figura 3 Modelo de alinhamento estratgico (HENDERSON; VENKATRAMAN,
1993) ......................................................................................................................... 30
Figura 4 - Alternativas de estrutura (RAMIREZ; ZUCARELLI, s.d.) .......................... 34
Figura 5Processo fsico (SOUZA; PEREIRA, 2008) .............................................. 38
Figura 6Modelo MES proposto pela MESA (MESA, 1997 apudSILVA, 2009)...... 41
Figura 7ISA Hierarquia Funcional (ISA, 2000 apudSILVA, 2009) ........................ 41
Figura 8Modelo ISA 95 (ISA, 2000 apudSILVA, 2009) ......................................... 43
Figura 9Escopo dos padres de segurana (SINGER, 2006) ............................... 44
Figura 10 - Viso Funcional CPAS (HOLLENDER, 2009) ......................................... 45
Figura 11C-MES (MESA, s.d.) .............................................................................. 45
Figura 12Modelo atual da MESA (MESA, s.d.) ..................................................... 46
Figura 13 - Governana corporativa e dos principais ativos (WEILL; ROSS, 2006) .. 49
Figura 14 - Ciclo de Governana de TI (FERNANDES; ABREU, 2008) .................... 56
Figura 15- Framework de Governana de TI (MIT CISR, 2003 apudWEILL; ROSS,2006) ......................................................................................................................... 57
Figura 16- Modelo de Governana de TI (FERNANDES; ABREU, 2008) ................. 58
Figura 17- Modelo de Governana de TI (GREMBERGEN; DE HAES, 2008) .......... 59
Figura 18- Estrutura de Governana de TI (ALBERTIN; ALBERTIN, 2010) .............. 60
Figura 19- ITGAP (PETERSON, 2004) ..................................................................... 61
Figura 20Prticas atuais de governana (ITGI; PRICEWATERHOUSECOOPERS,
2008) ......................................................................................................................... 62
Figura 21 - Os quatro domnios do CobIT inter-relacionados (adaptado de ITGI,
2007) ......................................................................................................................... 64
Figura 22 - Domnios e processos do VAL IT (adaptado de ISACA, 2009a) ............. 67
Figura 23: Processos ISO/IEC 20000 (adaptado de ISO, 2005 apudFERNANDES;
ABREU, 2008) ........................................................................................................... 73
Figura 24PDCA (Adaptado de Fernandes e Abreu, 2008) .................................... 74
Figura 25 Mapeamento entre os processos de gerenciamento de projetos e os
grupos de processos de gerenciamento de projetos e as reas de conhecimento
(PMI, 2004) ................................................................................................................ 79
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Figura 26 Relacionamento entre processos e componentes na PRINCE2
(ANGELO, 2008) ....................................................................................................... 80
Figura 27Padro BSC TI (GREMBERGEN, 2000) ................................................ 83
Figura 28 TOGAF Architecture Development Method (adaptado de THE OPEN
GROUP, 2009) .......................................................................................................... 86
Figura 29 Modelo do ciclo Avaliar-Dirigir-Monitorar para a Governana de TI de
acordo com a ISO 38500 (TEIXEIRA, 2010) ............................................................. 89
Figura 30Anlise do mbito de aplicao de cada melhor prtica ........................ 91
Figura 31 Modelos de governana utilizados (ITGI;
PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2008) ................................................................. 92
Figura 32Estruturas / processos de gesto (RODRIGUES et al., 2009) ............... 92
Figura 33 Mtodo de criao e estrutura do modelo proposto por Clementi
(CLEMENTI, 2007) .................................................................................................... 94
Figura 34Exemplo de mapeamento COBITITILISO 27001 (ITGI, 2008) ....... 95
Figura 35 Os domnios e papeis da ITIL e TOGAF dentro de uma organizao
(RADHAKRISHNAN, 2008 apudVAN SANTE; ERMERS, 2009) .............................. 95
Figura 36Escopos da ITIL V3 e do TOGAF (VAN SANTE; ERMERS, 2009) ........ 95
Figura 37COBIT e Val IT (VOON; SALIDO, 2009) ................................................ 96
Figura 38 - CMM & PMBoK (SOTILLE, 2010) ........................................................... 96
Figura 39 - Sistema de governana que integra superviso da diretoria da empresa e
tarefas gerenciais (TOOMEY, 2008) ......................................................................... 97
Figura 40Melhores prticas em Governana de TI (JESUS, 2007) ....................... 97
Figura 41Framework Calder-Moir (CALDER, 2008a) ............................................ 98
Figura 42Primeiro modelo parcial ........................................................................ 118
Figura 43Detalhamento das etapas para desenvolvimento do modelo ............... 119
Figura 44Modelo parcial de Governana de TI, envolvendo COBIT, Val IT e outros
................................................................................................................................ 127
Figura 45Modelo proposto ................................................................................... 150
Figura 46Protocolo utilizado nas entrevistas ....................................................... 153
Figura 47Perguntas para avaliar a Governana de TI (WEILL; ROSS, 2006)..... 154
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Estgios de evoluo da informtica, segundo Nolan (LAURINDO, 2000)
.................................................................................................................................. 32
Tabela 2 - Arqutipo da Governana de TI (Adaptado de WEILL; ROSS, 2006) ...... 53
Tabela 3Publicaes e processos ITIL (ITSMF, 2007) .......................................... 70
Tabela 4 - Modelos e melhores prticas de mercado: descrio e aplicabilidade ..... 90
Tabela 5Domnios e processos do COBIT e o que necessrio incluir no modelo
em construo ......................................................................................................... 120
Tabela 6Domnio Investment Management (IM) e respectivos processos do VAL
IT e o que necessrio incluir no modelo ............................................................... 123
Tabela 7Domnio Portfolio Management (PM) e respectivos processos do VAL IT
e o que necessrio incluir no modelo ................................................................... 125
Tabela 8Domnio Value Governance (VG) e respectivos processos do VAL IT e o
que necessrio incluir no modelo ......................................................................... 126
Tabela 9Atendimento aos requisitos ................................................................... 147
Tabela 10Entrevistados e respectivas reas ....................................................... 151
Tabela 11Sntese do estudo de caso da Carros ................................................. 187
Tabela 12Validao dos requisitos ...................................................................... 193
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMT Advanced Manufacturing Technology
APS Advanced Planning Schedule
ARC Advisory Group
AS/RS Automatic Storage/Retrieval Systems
BSC Balanced Scorecard
CAD Computer Aided Design
CAE Computer Aided Engineering
CAM Computer Aided Manufacturing
CAPP Computer Aided Process PlanningCEO Chief Executive Officer
CIM Computer Integrated Manufacturing
CIO Chief Information Officer
CISR Center for Information Systems Research
C-MES Collaborative MES (Manufacturing Execution Systems)
CMMi Capability Maturity Model Integration
CMMi-ACQ Capability Maturity Model Integration - for AcquisitionCMMi-DEV Capability Maturity Model Integration - for Development
CMMi-SVC Capability Maturity Model Integration - for Services
CNC Computer Numerical Control
COBIT Control Objectives for Information and related Technology
COO Chief Operations Officer
CPAS Collaborative Process Automation System
DNC Distributed Numerical Control
EAM Enterprise Asset Management
ERP Enterprise Resource Planning
eSCM The eSourcing Capability Model
eSCM-CL The eSourcing Capability Model for Client Organization
eSCM-SP The eSourcing Capability Model for Service Providers
FCS Fatores Crticos de Sucesso
ISA International Society of Automation
ISACA Information Systems Audit and Control Association
ITGAP IT Governance Assessment Process
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ITGI IT Governance Institute
ITIL Information Technology Infrastructure Library
LAN Local Area Network
MES Manufacturing Execution Systems
MESA Manufacturing Enterprise Solution Association
MIT Massachusetts Institute of Technology
MPS.BR Melhoria de Processos do Software Brasileiro
MRP Materials Requirement Planning
MRP II Manufacturing Resources Planning
NC Numerical Control
OCDE Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico
OPM3 Organizational Project Management Maturity Model
P3M3 Portfolio, Programme & Project Management Maturity Model
PIMS Plant Information Management
PLC Programmable Logical Controller
PLM Product Lifecycle Management
PMBoK Project Management Body of Knowledge
PRINCE2 Project in Controlled EnvironmentsSCADA Supervisory Control and Data Acquisition
SME Society of Manufacturing Engineers
SOFTEX Sociedade para Promoo da Excelncia do Software Brasileiro
TOGAF The Open Group Architecture Framework
WAN Wide Area Network
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SUMRIO
1 Introduo ........................................................................................................... 17
1.1.Motivao ........................................................................................................... 19
1.2.Objetivos ............................................................................................................. 20
1.3.Mtodo de Pesquisa ........................................................................................... 20
1.4.Trabalhos relacionados....................................................................................... 23
1.5.Organizao do trabalho ..................................................................................... 24
2 Viso Geral de Conceitos ................................................................................... 26
2.1.Informao .......................................................................................................... 27
2.2.Tecnologia da Informao .................................................................................. 27
2.2.1
Estratgia de TI e negcio ........................................................................... 28
2.2.2 Entendimento da posio da TI dentro da empresa ..................................... 31
2.2.2.1 Fatores Crticos de Sucesso ..................................................................... 31
2.2.2.2 Estgio de Informatizao da Empresa .................................................... 32
2.2.2.3 Centralizao ou Descentralizao de TI.................................................. 32
2.2.2.4 Organizao da rea de TI ....................................................................... 33
2.3.Produo ............................................................................................................ 35
2.3.1
Eficincia, eficcia e produtividade .............................................................. 36
2.3.2 Gesto da produo ..................................................................................... 36
2.3.3 Automao ................................................................................................... 37
2.3.4 Integrao tecnolgica ................................................................................. 38
2.3.4.1 Modelos para integrao tecnolgica ....................................................... 40
2.4.Governana ........................................................................................................ 47
2.4.1 Governana de TI ........................................................................................ 49
2.4.1.1
Modelos de Governana de TI .................................................................. 56
2.4.1.2 Modelos e melhores prticas que apoiam a Governana de TI ................ 61
2.1.4.2.1 COBIT .................................................................................................... 63
2.1.4.2.2 Val IT ..................................................................................................... 65
2.1.4.2.3 CMMI ..................................................................................................... 67
2.1.4.2.4 ITIL ........................................................................................................ 69
2.1.4.2.5 ISO/IEC 20000....................................................................................... 72
2.1.4.2.6
ISO 27000 ............................................................................................. 73
2.1.4.2.7 eSCM-SP e eSCM-CL ........................................................................... 75
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2.1.4.2.8 PMBoK .................................................................................................. 77
2.1.4.2.9 PRINCE2 ............................................................................................... 80
2.1.4.2.10 Balanced Scorecard.............................................................................. 81
2.1.4.2.11
Seis Sigma ............................................................................................ 84
2.1.4.2.12 TOGAF .................................................................................................. 85
2.1.4.2.13 ISO/IEC 38500....................................................................................... 87
2.1.4.2.14 Analise Comparativa Geral dos Modelos de Governana ..................... 90
2.4.1.3 Combinao de modelos de governana de TI e melhores prticas ........ 93
2.5.Alinhamento entre tecnologia aplicada produo e negcio e Governana de
TI do escritrio ao cho de fbrica ............................................................................ 99
2.6.
Consideraes finais do captulo ...................................................................... 105
3 Descrio do Problema e Especificao de Requisitos .................................... 106
3.1.Classificao das ferramentas utilizadas em manufatura ................................. 107
3.2.Requisitos para um modelo de Governana de TI aplicado manufatura ....... 107
3.3.Consideraes finais do captulo ...................................................................... 111
4 Modelo de Governana de TI Proposto ............................................................ 112
4.1.Anlise do COBIT ............................................................................................. 120
4.2.
Anlise do Val IT ............................................................................................... 123
4.3.Detalhamento de acordo com ITIL, ISO 27000, PMBoK, PRINCE2 e TOGAF . 128
4.3.1 Gerenciamento de projetos ........................................................................ 129
4.3.2 Transio e Operaes .............................................................................. 130
4.3.2.1 Gerenciamento de nveis de servio ....................................................... 131
4.3.2.2 Gerenciamento de capacidade ............................................................... 132
4.3.2.3 Gerenciamento de disponibilidade .......................................................... 132
4.3.2.4
Gerenciamento de continuidade ............................................................. 133
4.3.2.5 Gerenciamento de segurana ................................................................. 133
4.3.2.6 Gerenciamento de fornecedores ............................................................. 135
4.3.2.7 Gerenciamento financeiro ....................................................................... 135
4.3.2.8 Gerenciamento de mudanas ................................................................. 135
4.3.2.9 Gerenciamento de liberaes ................................................................. 136
4.3.2.10 Gerenciamento de configurao ............................................................. 137
4.3.2.11 Gerenciamento de eventos ..................................................................... 137
4.3.2.12 Service Desk........................................................................................... 137
4.3.2.13 Gerenciamento de incidentes ................................................................. 138
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4.3.2.14 Gerenciamento de requisies ............................................................... 138
4.3.2.15 Gerenciamento de problemas ................................................................. 139
4.3.3 Arquitetura .................................................................................................. 139
4.3.4
Qualidade ................................................................................................... 140
4.3.5 Recursos Humanos .................................................................................... 140
4.4.Detalhamento de acordo com eSCM-SP / eSCM-CL e CMMi .......................... 141
4.4.1 Terceirizao .............................................................................................. 141
4.5.Detalhamento dos mecanismos relacionais e abordagens de comunicao .... 143
4.5.1 Gerentes de relacionamento ...................................................................... 143
4.5.2 Planejamento de comunicao .................................................................. 143
4.5.3
Planejamento de treinamentos ................................................................... 144
4.5.4 Documentao de sistemas e processos ................................................... 145
4.6.Metas de desempenho do negcio ................................................................... 145
4.7.Mtricas e responsabilidades de TI .................................................................. 145
4.8.Modelo proposto ............................................................................................... 147
4.9.Consideraes finais do captulo ...................................................................... 149
5 Estudo de Caso ................................................................................................ 151
5.1.
A indstria automobilstica ................................................................................ 154
5.1.1 Brasil .......................................................................................................... 155
5.2.A Tecnologia da Informao na indstria automobilstica ................................. 156
5.3.A Empresa Estudada ........................................................................................ 157
5.4.A TI na empresa Carros .................................................................................... 158
5.5.Estado atual da Governana de TI na empresa estudada ................................ 158
5.5.1 Estratgia de manufatura ........................................................................... 160
5.5.2
Organizao de TI e comportamentos desejveis ..................................... 160
5.5.3 Arranjos de Governana de TI ................................................................... 161
5.5.4 Mecanismos de Governana de TIEstruturas organizacionais .............. 162
5.5.5 Mecanismos de Governana de TIProcessos de alinhamento .............. 164
5.5.5.1 Mecanismos de Governana de TI Processos de alinhamento
Processos de Gerenciamento de Projetos .............................................................. 171
5.5.5.2 Mecanismos de Governana de TI Processos de alinhamento
Operaes ............................................................................................................... 172
5.5.5.3 Mecanismos relacionais e abordagens de comunicao ........................ 181
5.5.5.4 Metas de desempenho do negcio ......................................................... 182
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5.5.5.5 Mtricas e responsabilidades de TI ........................................................ 183
5.6.Estado desejado da Governana de TI na empresa estudada e como a empresa
pretende alcan-lo ................................................................................................. 184
5.7.
Consideraes finais do captulo ...................................................................... 185
6 Validao do Modelo proposto ......................................................................... 186
6.1.Anlise de Requisitos ....................................................................................... 186
6.2.Anlise do Uso do Modelo Proposto para o Estudo de Caso ........................... 187
6.3.Anlise do Estudo de Caso ............................................................................... 194
6.4.Anlise da Aplicabilidade do Modelo de Governana Proposto para Outros
Setores da Indstria ................................................................................................ 195
6.5.
Principais Consideraes do Captulo .............................................................. 195
7 Consideraes Finais ....................................................................................... 196
7.1.Principais contribuies .................................................................................... 198
7.2.Limitaes e trabalhos futuros .......................................................................... 198
7.3.Inovao deste trabalho.................................................................................... 199
8 Referncias ....................................................................................................... 200
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1 INTRODUO
A informao exerce um papel cada vez mais importante nas organizaes (SOUZA;
PEREIRA, 2008) e, conforme, se torna um ativo mais estratgico, o papel daTecnologia da Informao (TI) tende a assumir posies mais importantes dentro da
empresa, devendo ser administrada como so os negcios, com processos, metas e
mtricas de controle.
Quanto mais estratgico o papel da TI, e quanto mais estratgica a TI, mais
importante o alinhamento estratgico entre ela e os negcios.
De acordo com o COBIT (ITGI, 2007, p. 09), o alinhamento trata de:
Garantir a ligao entre os planos de negcios e de TI, definindo,
mantendo e validando a proposta de valor de TI, alinhando as
operaes de TI com as operaes da organizao.
Este alinhamento, de acordo com Henderson e Venkatraman (1993) pode ter a
estratgia do negcio como fator motivador ou a estratgia de TI como habilitador,
buscando explorar como a TI pode criar ou melhorar a estratgia do negcio.
Dentro do cenrio altamente competitivo de hoje, a demanda por produtos de alta
qualidade e baixo custo com tempos baixos de desenvolvimento levou as indstrias
a considerarem novas estratgias de desenvolvimento de produtos, processos e
gesto do negcio e, com estas estratgias, a TI se desenvolveu buscando a
integrao das atividades, eficincia e eficcia (VERNADAT, 1996).
Desta forma, o mundo industrial tem passado por muitas mudanas e o cenrio deTI tornou-se complexo, composto por diferentes ambientes, inclusive o de
produo1, cujo o objetivo a fabricao de bens manufaturados, a prestao de
servios ou o fornecimento de informaes (MARTINS; LAUGENI, 2006).
1 Produo o processo de transformao pelo qual insumos so transformados em produtos ou
servios com maior valor econmico que os insumos (MOROR, 2008)
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Na grande maioria das indstrias, a TI est presente no escritrio, nas reas de
desenvolvimento de produtos e processos e na linha de produo propriamente dita
(automao2). Em busca de maior competitividade e do atendimento das
necessidades sociais, econmicas e ambientais, a indstria vem empregando cada
vez mais automao (GUEDES et al., 2008), cujo principal objetivo acelerar o
processo de produo e obter produtos com qualidade.
No incio, os sistemas de automao limitavam-se ao monitoramento e controle de
partes especficas do processo, em busca de viabilizar operaes remotas no
assistidas (SOUZA; PEREIRA, 2008). Este campo de atuao foi expandido e os
sistemas passaram a lidar com grandes quantidades de dados. (GUEDES et al.,2008). A automao, presente nas vrias etapas do negcio, permite a gerao de
informaes teis operao e manuteno, suportando a tomada de decises
(SOUZA; PEREIRA, 2008).
importante uma abordagem corporativa e sistmica tanto para sistemas utilizados
em escritrio, quanto para sistemas utilizados em cho de fbrica (SOUZA;
PEREIRA, 2008). A TI deve andar lado a lado com os processos de negcio, de
forma que os investimentos em tecnologia sejam voltados gerao de valor para o
negcio.
Como forma de gerar valor ao negcio, atuando de forma alinhada, existe a
Governana de TI. possvel estend-la para as diversas funes de uma
organizao (SILVA, 2009). No entanto, ainda so poucas as iniciativas como a de
Silva (2009), que buscam estender a Governana de TI para o cho de fbrica,
proporcionando uma estrutura decisria, de processos e mecanismos relacionais
integrados.
No complexo mbito industrial, a TI capaz de influir no ganho de produtividade,
pois permite o desenvolvimento de produtos e de processos de forma mais eficiente,
facilita a difuso de inovaes e possibilita economias de escala atravs da cadeia
2 Groover (2008) define automao como a tecnologia pela qual um processo ou procedimento
realizado sem interveno humana. implementada usando um conjunto de instrues e um sistema
de controle que as executa.
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produtiva. Ambientes integrados tecnologicamente podem trazer diversas vantagens
competitivas por prover informaes confiveis e suportar a manufatura lean
(enxuta), gil e concorrente (NAGALINGAM, 2008).
Apesar desta complexidade, j existem iniciativas de integrao (arquitetura de
automao) e governana unindo estes diferentes ambientes (SILVA, 2009;
HOLLENDER, 2009; MESA, s.d). As indstrias que tm alcanado os maiores
benefcios esto convergindo suas estruturas nas reas de arquitetura e
infraestrutura de TI e de automao, estruturas para projetos destas reas e novas
estruturas organizacionais (FRASER; ZIMMERMANN, 2007).
1.1. Motivao
Unir as diferentes subreas de TI existentes em diferentes departamentos ou
divises de uma indstria pode trazer benefcios para o negcio como um todo,
como:
Aumento da eficincia e lucratividade;
Reduo de custos;
Reduo de erros por entrada manual de dados;
Reduo de esforo duplicado de manter equipamentos e servios em
departamentos separados (mo de obra e equipamentos) (FRASER;
ZIMMERMANN, 2007; MIKLOVIC, 2008; SOMMER, 2008).
As indstrias que tm alcanado os maiores benefcios esto convergindo os
ambientes no apenas atravs de estruturas para projetos, mas criando novas
estruturas organizacionais e processos, expandindo a Governana de TI a
Governana de TI motivada por diversos fatores, como a dependncia do negcio
em relao a TI, os marcos regulatrios, a necessidade de segurana da
informao, o prprio contexto de negcios e a necessidade de integrao
tecnolgica (FERNANDES; ABREU, 2008).
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Albertin e Albertin (2010) comentam que o tema de Governana de TI encontra-se
em fase de amadurecimento e de consolidao, alm de ser um mercado ainda
carente de projetos implantados e com muitas divergncias sobre o que ter um
modelo de Governana de TI, que muitas vezes fica restrito implementao de
melhores prticas como COBIT ou ITIL.
Brown e Grant (2005) comentam que ainda h espao para estudos empricos em
Governana de TI. Larsen et al. (2006) comentam que estudos de caso em
profundidade e uma viso geral das ferramentas de governana so necessrias.
Alm disto, Panetto e Molina (2008) comentam que existem diversos desafios de
pesquisa no campo da integrao em manufatura, como a pesquisa alinhada entreestratgia de negcios e tecnologia, reuso de boas prticas e teorias neste ambiente
e interoperabilidade entre arquiteturas de TI e de automao.
1.2. Objetivos
Dentro deste contexto, proposto neste trabalho um modelo de governana para
todos os ambientes nos quais a TI est presente nas indstrias e tem por objetivo
responder como integrar a Governana de TI atravs de um modelo,
considerando sua utilizao em processos corporativos e de produo?,
levando em conta os requisitos de cada ambiente dentro do ramo industrial, um claro
exemplo de ambiente em que a infraestrutura de tecnologia para processos
administrativos e de produo convivem no dia-a-dia.
1.3. Mtodo de Pesquisa
O presente trabalho tem como tema a Governana de TI englobando pessoas,
processos e ferramentas corporativas, bem como ferramentas utilizadas para a
automao de processos industriais. Para tal, foi realizado um extenso levantamento
bibliogrfico sobre sistemas de produo, automao, tecnologia da informao,
Governana da Tecnologia da Informao, modelos de mercado e sobre a unio daautomao com a tecnologia da informao. Foi proposto, ento, um modelo de
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governana que busca alinhar estes dois mundos, considerando as melhores
prticas estudadas.
A pergunta de pesquisa pode ser descrita da seguinte forma: como integrar aGovernana de TI atravs de um modelo, considerando sua utilizao em
processos corporativos e de produo?.
Para testar o modelo proposto, a questo ser tratada de forma descritiva e
qualitativa, empregando como abordagem metodolgica um estudo de caso3.
Quando a questo de pesquisa como ou porque, quando o pesquisador tem
pouco controle sobre os eventos e quando o foco um acontecimento
contemporneo, Yin (2005) comenta que os estudos de caso so a estratgia
preferida. Palena et al.(2006) comenta que um estudo de caso apropriado quando
existe uma histria nica e interessante a ser contada, sendo uma metodologia
capaz de oferecer um panorama completo sobre o que acontece e por qu.
De acordo com Clever (2000) et al. apudLaurindo (2000), os estudos de caso tm
sido bastante usados nas pesquisas em TI. De acordo com Albertin e Albertin
(2010), a estratgia de pesquisa de estudo de caso tem contribudo para acompreenso de fenmenos organizacionais, alm de ser muito utilizada nas reas
de administrao, pois permite um estudo que preserva as caractersticas holsticas
de processos organizacionais e administrativos.
Dentro do contexto do presente trabalho, foi realizado um estudo de caso aplicado a
uma nica empresa, permitindo um maior aprofundamento no assunto da
Governana de TI aplicada do escritrio ao cho de fbrica. Foi possvel investigar o
modelo de um exemplo representativo que oferece um panorama completo de como
a governana em uma indstria.
3 Estudos de casos podem ser caracterizados como pesquisas exploratrias, por prover ao
pesquisador e sua audincia um maior conhecimento sobre o tema, relacionando um caso real s
teorias do assunto (MIGUEL, 2007).
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Para o levantamento dos dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas4
com diferentes profissionais dentro da empresa estudada, possibilitando uma maior
flexibilidade na formulao das perguntas, alm de anlises documentais e
observaes diretas.
De acordo com Yin (2005), a vulnerabilidade em potencial de um caso nico que o
mesmo pode acabar no sendo o caso que se pensava no incio, de forma que se
exige uma investigao inicial para minimizar as chances de uma representao
equivocada.
O processo de conduo de um estudo de caso segue o mesmo processo geral que
outros mtodos de pesquisa, incluindo as fases de: planejamento, coleta de dados,
anlise dos dados e concluses (PALENA et al., 2006).
Neste trabalho, considerado o seguinte roteiro:
1. Planejamento: identificar as pessoas envolvidas e locais a serem visitados;
identificar as informaes necessrias e fontes; identificar documentos
importantes; listar as pessoas a serem entrevistadas.
2. Desenvolvimento dos protocolos para entrevistas: o que perguntar listar
perguntas para os diferentes envolvidos, buscando questes que verifiquem a
consistncia das respostas; o que dizer aos entrevistados no incio, durante e
para encerrar a conversa; o que fazer durante a entrevista (anotaes,
gravao); o que fazer aps a entrevista.
3. Investigao inicial: trocar informaes sobre o estudo com os futuros
entrevistados para minimizar as chances de uma representao equivocada.
4Uma entrevista semi-estruturada possui um roteiro com perguntas bsicas e principais que pode ser
complementado com novos questionamentos que surgirem durante a interao com o entrevistado
para atingir o objetivo da pesquisa, de forma que o pesquisador possui um planejamento, mas novas
informaes podem emergir de forma mais livre (MANZINI, 2004).
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4. Agendamento e estimativa de tempo de cada encontro necessrio,
entrevistando o nmero adequado de pessoas envolvidas em diferentes
funes de TI e de reas de negcio.
5. Coleta de dados: conduzir as entrevistas; coletar documentos.
6. Anlise dos dados: revisar dados coletados; analisar modelo proposto versus
situao estudada.
7. Concluso: escrever relatrio do estudo; solicitar feedback aos envolvidos;
revisar modelo proposto.
1.4. Trabalhos relacionados
Discusses acerca da integrao dos diferentes ambientes de TI na rea de
manufatura tm sido realizadas por pesquisadores, institutos e empresas do ramo.
Estes trabalhos so discutidos na seo2.3.4 (Integrao tecnolgica).
A TI tem se tornado mais estratgica e o tema Governana de TI estamadurecendo e sendo consolidado. Diversos trabalhos acadmicos buscaram
definies, formas de alinhamento entre o negcio e TI, modelos, combinaes de
modelos e aplicaes. O assunto tratado na seo2.4.1 (Governana de TI).
Os trabalhos publicados por Fraser e Zimmermann (2007), Miklovic (2008) e
Sommer (2008) buscaram entender o estado atual de integrao entre as reas de
TI e automao, bem como a forma com que est sendo realizada a integrao dos
trabalhos entre as reas, atravs de processos, estruturas e tecnologias. Os
resultados dos estudos so detalhados na seo2.5.
Unindo os dois mundos, aplicando a Governana de TI aos diferentes ambientes de
manufatura, Silva (2009) prope um mecanismo para estender a Governana de TI
at o cho de fbrica em indstrias trabalhando com a camada MES (Manufacturing
Execution Systems). A proposta do modelo MES integrar os sistemas de
automao do cho de fbrica aos sistemas de gesto atravs de um conjunto defuncionalidades. Por conta desta caracterstica, o autor defende a extenso da
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Governana TI at o cho-de-fbrica iniciando pelo estabelecimento de processos
para suportar o planejamento dos investimentos em sistemas, considerando o
alinhamento entre TI e negcio como um aspecto chave.
O trabalho utiliza o modelo de alinhamento de Rockhart e sugere os seguintes
passos: executivos identificam aspectos fundamentais para o negcio (fatores
crticos de sucesso), definem indicadores para os fatores identificados e derivam
requisitos e necessidades do MES. Desta forma, busca-se estender os limites da
Governana de TI em indstrias desde o nvel administrativo at o cho de fbrica
endereando o processo de planejamento de investimentos na camada MES.
AFigura 1 descreve a relao entre os trabalhos conforme descrito acima.
Integrao tecnolgica
Governana de TIaplicada do escritrio
ao cho de fbrica
Convergncia atravsde estruturas, processos e
tecnologias
Silva (2009) e pesquisassobreGovernana de TI
Fraser e Zimmermann (2007),Miklovic (2008) e Sommer
(2008)
Pesquisas sobreintegraotecnolgica
1.5. Organizao do trabalho
Este trabalho est organizado da seguinte forma:
Captulo 1 Introduo: captulo corrente que trata da contextualizao,
motivao, objetivos, mtodo de pesquisa, trabalhos relacionados,
organizao do presente trabalho e cronograma;
Captulo 2 Referencial terico: captulo que discorre a respeito de:tecnologia da informao e seu alinhamento com o negcio, a respeito de
Figura 1Trabalhos relacionados
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conceitos de produo, incluindo gesto da produo e automao, sobre a
convergncia entre sistema de informao e automao em um ambiente de
produo e a respeito da Governana de TI, conceitos, principais modelos,
combinaes entre eles e formas de implementao;
Captulo 3Modelo proposto: apresenta o modelo de governana proposto
para a convergncia entre todos os sistemas de TI existentes em um
ambiente de produo;
Captulo 4Apresentao do estudo de caso: descreve o estudo de caso
realizado;
Captulo 5Anlise do estudo de caso: anlise das informaes levantadas
e comparao com o modelo sugerido;
Captulo 6 Consideraes finais: neste captulo apresentada uma
avaliao dos resultados obtidos, as contribuies e limitaes deste trabalho
e possveis trabalhos a serem desenvolvidos futuramente.
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2 VISO GERAL DE CONCEITOS
O desenvolvimento de um modelo de governana de Tecnologia da Informao que
abranja os diferentes ambientes de uma indstria, demanda o estudo de diversostpicos, incluindo a tecnologia da informao em si, aspectos de produo e
Governana de TI.
Este captulo discorre a respeito de aspectos relevantes destes tpicos, fornecendo
o suporte necessrio para o desenvolvimento do modelo. Os tpicos abordados
neste captulo so os seguintes:
Informao: importncia da informao dentro das empresas;
Tecnologia da Informao: dada a importncia da informao para as
empresas, a tecnologia da informao tem se desenvolvido muito, sendo
importante entender seu posicionamento dentro da empresa e buscar o
alinhamento da TI com o negcio;
Produo: como o trabalho trata da elaborao de um modelo que englobe
as tecnologias de todos os ambientes dentro de uma indstria, importante
entender o que h de tecnologia no ambiente de produo e como se d a
integrao das informaes geradas neste ambiente ao ambiente de
escritrio;
Governana de TI: tendo definidos os conceitos de TI e produo,
necessrio entender as definies, modelos e melhores prticas, alm da
combinao entre melhores prticas de Governana de TI para o
desenvolvimento de um modelo que englobe os diferentes ambientes de uma
indstria;
Alinhamento entre tecnologia aplicada produo e negcio e
Governana de TI do escritrio ao cho de fbrica: por fim, importante
entender o que tem sido desenvolvido para a unio dos diferentes ambientes
de uma indstria em um nico modelo de governana, suas dificuldades e
melhores prticas.
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2.1. Informao
A informao5 exerce um papel cada vez mais importante nas organizaes
(SOUZA; PEREIRA, 2008), tendo se tornado um dos ativos mais valiosos para asempresas. Ela organizada, analisada e interpretada para possuir um significado
dentro das prticas de trabalho nas quais est inserida. A informao ganha valor
dentro da execuo do trabalho para explorar oportunidades ou resolver problemas
(BROWN; DUGUID, 1991).
A revoluo da informao, de acordo com Porter e Millar (1985), inevitvel e tem
alterado a forma de competir das empresas de trs maneiras:
Muda a estrutura da indstria e altera as regras de competio;
Permite que as empresas criem outras formas de superar seus competidores,
gerando vantagens competitivas e
Possibilita a criao de novos negcios, partindo de operaes j existentes
nas empresas.
2.2. Tecnologia da Informao
Conforme a informao torna-se um ativo mais estratgico, o papel da Tecnologia
da Informao (TI) tende a assumir posies mais relevantes dentro da empresa.
Carr (2005) comenta que o termo "Tecnologia da Informao" bastante amplo. De
acordo com o senso comum atual, tecnologia da informao denota as tecnologias
usadas para processar, armazenar e transportar informao em meio digital.
De acordo com Souza e Pereira (2008), o termo TI refere-se ao conjunto de
recursos tecnolgicos e computacionais para gerao e uso da informao, estando
fundamentada nos seguintes componentes:
5Informao o que as pessoas e os sistemas devem possuir para executar as tarefas necessrias
em uma organizao (BRAGANZA, 2004).
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Hardwaree seus dispositivos perifricos;
Software e seus recursos;
Sistemas de telecomunicaes e;
Gesto de dados e informaes.
Laurindo (2000), por sua vez, adota um conceito mais amplo, incluindo o uso de
hardware e software, telecomunicaes, automao, recursos multimdia e todos os
outros recursos materiais/computacionais e de pessoal, centralizados ou no,
considerando tambm sistemas de informao, servios, negcios, usurios e
relaes envolvidas. O autor comenta, ainda, que alguns autores fazem distino
entre Tecnologia da Informao (TI) e Sistemas de Informao (SI) da seguinte
forma:
Tecnologia da Informao:corresponde a aspectos tcnicos;
Sistemas de informao: envolvem fluxo de trabalho, pessoas e
informaes.
Henderson e Venkatraman (1993) usam o termo Tecnologia da Informao
abrangendo ambos os aspectos. Porter e Millar (1985) tambm consideram a
Tecnologia da Informao como um conceito mais amplo, sendo mais que apenas
computadores, devendo incluir as informaes que o negcio gera e usa, bem como
as novas tecnologias utilizadas para processar as informaes.
2.2.1 Estratgia de TI e negcio
Quanto mais as operaes dirias e as estratgias corporativas dependem da TI,
mais importante o papel estratgico dela. Este papel pode variar desde o suporte
administrativo (em que o uso da TI no influi nas estratgias de negcio) at uma
posio estratgica (em que as estratgias de TI e de negcio so tratadas
conjuntamente) (MORAES; LAURINDO, 2003).
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O quadrante representado naFigura 2 descreve os diferentes estgios em que a TI
pode estar dentro de uma empresa (FERNANDES; ABREU, 2008).
Fbrica
A empresa possui um conjunto de
aplicaes de TI das quais depende o
bom funcionamento do negcio
In vestimentos so mais voltados a
incrementos de eficincia e eficcia de
aplicaes j existen tes, ao invs do
desenvolvimento de novas
Estratgico
As estratgias de TI e de negcio so
tratadas conjun tamente
O uso da TI tem alto potencial de
modificar o negcio, bem como gerar
novos negcios e formas de competio
Suporte
O uso da TI no influi nas estratgias de
negcio
Novas aplicaes de TI tm poucaschances de causar impacto estratgico
no negcio e no so alvo deinvestimentos da empresa
Transio
O portfolio de TI da empresa est
migrando de apl icaes com foco em
eficincia para aplicaes com foco emeficcia e impacto estratgico no
negcio Novas aplicaes de TI tm alto
potencial de impacto estratgico no
negcio
Alto
Baixo
Alto Baixo
ImpactoPresente
Impacto Futuro
Quanto mais estratgica a TI, mais importante o alinhamento estratgico entreela e os negcios. Alinhamento o grau de compromisso do grupo de TI para com
as prioridades do negcio, a alocao de recursos e a realizao, tanto de projetos,
quanto a entrega de solues, consistentes com os objetivos do negcio
(RODRIGUES et al., 2009). De acordo com o COBIT (ITGI, 2007, p. 09),
alinhamento trata de:
Garantir a ligao entre os planos de negcios e de TI, definindo,
mantendo e validando a proposta de valor de TI, alinhando as
operaes de TI com as operaes da organizao.
Fernandes e Abreu (2008) definem alinhamento como o processo de transformar a
estratgia do negcio em estratgias e aes de TI que garantam que os objetivos
de negcio sejam apoiados. O alinhamento estratgico pode ser bidirecional, ou
seja, da estratgia do negcio para a estratgia de TI e da estratgia de TI para a
estratgia do negcio, pois a estratgia de TI pode potencializar estratgias denegcio ou mesmo viabilizar partes dela.
Figura 2Estgios da TI dentro de uma empresa (FERNANDES; ABREU, 2008)
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Henderson e Venkatraman (1993), cujo trabalho sobre alinhamento entre TI e o
negcio bastante reconhecido na rea, propuseram um esquema de alinhamento
que contempla esta via de mo dupla, como representa aFigura 3.
De acordo com os autores, existem quatro perspectivas de alinhamento dominantes.
As duas primeiras tm a estratgia de negcio como fator motivador. A primeira
perspectiva chama-se execuo da estratgia, em que a estratgia do negcio
influencia a infraestrutura organizacional que, por sua vez, influencia a infraestruturade TI. a perspectiva mais usual.
A segunda perspectiva chamada de transformao tecnolgica em que a TI
surge como viabilizadora de estratgias de negcio. Neste caso, a empresa busca
as melhores competncias de TI, como o caso de uma empresa tradicional que
passe a atuar na Internet.
Figura 3Modelo de alinhamento estratgico (HENDERSON; VENKATRAMAN, 1993)
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As outras duas perspectivas tm a estratgia de TI como habilitador, buscando
explorar como a TI pode criar ou melhorar a estratgia do negcio. A terceira
perspectiva chamada de potencial competitivo e trata do uso da TI para criar
novas estratgias de negcio, como no caso de uma empresa puramente virtual.
A quarta perspectiva chamada nvel de servio e foca em como construir uma
organizao de servios de TI de alto nvel para atender a demandas do cliente.
Neste caso, a estratgia do negcio tem um papel indireto e busca identificar formas
de estimular a demanda por parte do cliente.
Alinhamento estratgico no um evento, mas um processo contnuo de mudana e
adaptao (ADACHI, 2008). O ITGI (2005) enfatiza que as organizaes precisam
realizar o alinhamento entre a TI e o negcio para evitar um descompasso entre as
estratgias.
2.2.2 Entendimento da posio da TI dentro da empresa
Para entender a relao da TI com o negcio levando em conta os fatoresestruturais da empresa e da organizao de TI existem diversas ferramentas, como
estudado por Laurindo (2000) para definir o modelo que o autor denominou MAN/TI,
um modelo de anlise da organizao e estruturao da TI nas empresas, que
concatena diversas dessas ferramentas:
1. Fatores crticos de sucesso da empresa;
2. Estgio de informatizao da empresa;
3. Centralizao ou descentralizao da TI;
4. Organizao da rea de TI;
2.2.2.1 Fatores Crticos de Sucesso
O mtodo dos FCS (Fatores Crticos de Sucesso)proposto por Rockhart sugere a
anlise do ramo de atuao da empresa (ou da rea avaliada), a identificao dos
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Fatores Crticos de Sucesso (FCS), a definio de metas para estes FCS e sistemas
de informao que controlaro estas medidas, sendo, por isto, uma forma de avaliar
a eficcia de TI na empresa. Uma alternativa a este mtodo seria o Balanced
ScoreCard(BSC) de Kaplan e Norton (1996), descrito na seo2.4.1.2.
2.2.2.2 Estgio de Informatizao da Empresa
Quanto ao estgio de informatizao da empresa, o modelo mais conhecido o
de Nolan. O modelo ilustrado pelaTabela 1.
Portflio deaplicaes
Mecanizaoe Reduode Custos
Proliferao Consolidao SistemasGerenciais
Conversode aplicaesparaaplicaes debanco dedados
Integraoaplicaesespelhandofluxo deinformaes
Organizaodas funesdainformtica
Aprendizadotecnolgico
Reorientaofuncional
Atendimento mdiagerncia
Estratificaoe adaptao
Administradorde dados
Gerncia derecursos dedados
Planejamen-to e controledainformtica
Oramentoflexvel
Oramentomuito flexvel
Planejamentoe controleformalizados
Sistemas deplanejamentoe controlesob medida
Compartilha-mento dedados esistemascomuns
Planejamentoestratgicode recursosde dados
Papel dosusurios
Por fora dojogo
Entusiasmosuperficial
Forado aserresponsvel
Aprendendoa serresponsvel
Efetivamenteresponsvel
Aceitao daresponsabili-dadeconjuntaentreusurios e TI
Estgios Estgio 1Iniciao
Estgio 2Contgio
Estgio 3Controle
Estgio 4Integrao
Estgio 5Administra-o
Estgio 6Maturidade
2.2.2.3 Centralizao ou Descentralizao de TI
Quanto centralizao ou descentralizao, a anlise da TI e de como a rea
est organizada relaciona-se a presses por diferenciao, desejo de controle direto
e ligao do suporte da informtica ao poder (BUCHANAN; LINOWES, 1980 apud
LAURINDO, 2000). Existe uma tendncia centralizao das estruturas de TI,
formando os chamados Centros de Servios Compartilhados para funes de
suporte, com o objetivo de reduzir custos e alavancar competncias crticas
Tabela 1- Estgios de evoluo da informtica, segundo Nolan (LAURINDO, 2000)
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(RAMIREZ; ZUCARELLI, s.d.). Algumas funes cuja centralizao pode ser
interessante so:
Planejamento e controle da arquitetura de TI, buscando oportunidades depadronizao, otimizando investimentos, garantindo integrao e reduzindo
custos de suporte;
Controle da qualidade do servio, buscando garantir aos usurios que a
centralizao no prejudique a qualidade e o tempo de atendimento, definindo
os servios prestados, medindo indicadores e alocando os custos dos
servios s unidades de negcio;
Gesto dos contratos com terceiros, buscando administrar os contratos de
terceirizao, controlando o nvel de servios, gerenciando as excees e
condies para aplicao de multas etc.;
Definio e divulgao de mtodos para realizao de atividades crticas
como gerenciamento de projetos, redesenho de processos de negcio,
desenvolvimento e testes de sistemas.
Grembergen et al. (2004) comentam que so candidatos centralizao a
infraestrutura global, os processos para compras da empresa e a segurana.
Candidatos descentralizao seriam as aplicaes de negcios e as decises
sobre projetos especficos de unidades de negcios.
2.2.2.4 Organizao da rea de TI
No caso da organizao da rea de TI, deve-se tratar a estrutura organizacional,
que deve estar de acordo com o negcio e com a estratgia de centralizao ou
descentralizao. Existem, basicamente, trs alternativas, como ilustra aFigura 4.
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CIO
Aplicativos denegcio
Aplicativoscorporativos
Infraestrutura
Staff
CIO
Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3
Staff
CIO
Projetos de TIOperao de
TI
Staff
Negcios relacionados
Arquitetura de TI compartilhada
(infraestrutura e aplicaes)
Negcios no relacionados
Arquitetura de TI diferente
Setores dinmicos
Elevada inovao de
processo/negcio
suportada por TI
Especializao porprocesso / tecnologia
Especializao por negcioEspecializao por
tarefa
O primeiro modelo, especializao por processo ou tecnologia, implica um grau
de centralizao elevado, devido ao compartilhamento de equipes entre as unidades
de negcio. Este modelo especialmente adequado quando os negcios da
empresa esto relacionados e compartilham a mesma arquitetura de TI.
O segundo modelo, especializao por negcio, sofre uma maior descentralizao
e adequado quando os negcios so pouco relacionados ou utilizam arquiteturas
de TI diferentes. Neste caso pode-se ter, por exemplo, os aplicativos especializados
por unidade de negcio e a infraestrutura compartilhada, centralizada.
O terceiro modelo, especializao por tarefa, separa a equipe responsvel pela
operao de TI e a equipe responsvel por projetos, dadas as diferenas entre estas
duas competncias. um modelo menos comum, adequado para empresas que
demandam elevada inovao de processo ou negcio suportados por TI.
Alm destes modelos, existem estruturas matriciais ou hbridas, que combinam os
critrios de especializao. Pode-se ter, por exemplo, uma estrutura especializada
por tecnologia com pessoas chave que, em contato com as unidades de negcio,
buscaro garantir o alinhamento com as necessidades do negcio. Outro exemplo
seria a criao de equipes de projeto centralizadas para implementao de projetos
comuns s unidades de negcios ou centros de competncia especializados
prestando servios para as diferentes unidades de negcio (exemplo: tecnologias
web) (RAMIREZ; ZUCARELLI, s.d.).
Figura 4 - Alternativas de estrutura (RAMIREZ; ZUCARELLI, s.d.)
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O uso eficaz da TI e a integrao entre sua estratgia e a estratgia do negcio vo
alm da ideia de ferramenta de produtividade. Hoje, o caminho para o sucesso no
est mais relacionado somente com o hardware e o software utilizados, ou ainda
com mtodos de desenvolvimento, mas com o alinhamento da TI com a estratgia e
as caractersticas da empresa e de sua estrutura organizacional.
De acordo com Henderson e Venkatraman, a falta de habilidade das empresas em
obter retornos considerveis dos investimentos em TI se deve (ainda que no
totalmente) falta de coordenao, de alinhamento, entre as estratgias de negcio
e de TI (LAURINDO, 2000).
2.3. Produo
Produo o processo de transformao de insumos em produtos ou servios, com
maior valor econmico que os insumos. (MOROR, 2008).
Um processo de produo definido por um conjunto de parmetros, dentre os
quais esto:
O que deve ser produzido?
Como ser produzido (considerando tecnologias, qualidade, mo de obra,
meio ambiente)?
Quando ser produzido?
Quanto deve ser produzido? (HUMPHREY; SCHMITZ, 2004).
Um sistema6 de produo aquele que tem por objetivo a fabricao de bens
manufaturados, a prestao de servios ou o fornecimento de informaes
(MARTINS; LAUGENI, 2006).
6Sistema um conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo comum composto por trs
elementos bsicos: as entradas, as sadas e as funes de transformao.
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De acordo com Groover (2008), um sistema de produo um conjunto de
pessoas, equipamentos e procedimentos para executar as operaes e manufatura
de uma organizao.
Quando se fala em sistema de produo, dois conceitos esto sempre associados:
eficciae eficincia.
2.3.1 Eficincia, eficcia e produtividade
A eficcia est relacionada a como as sadas atendem s metas estabelecidas
(atingimento do objetivo) e a eficinciaest relacionada ao desempenho com que
as entradas so transformadas nas sadas (Laurindo, 2002 apudClementi, 2007).
Por exemplo, deseja-se fazer um bolo a eficcia relaciona-se a conseguir fazer o
bolo, enquanto a eficincia relaciona-se ao processo de elaborao ser executado
da melhor forma possvel, economizando recursos.
Produtividade a relao entre o valor do produto e/ou servio produzido e o custo
dos insumos para produzi-lo (MARTINS; LAUGENI, 2006). Chiavenato (1983) defineprodutividade como o resultado da produo por um determinado perodo de tempo.
A produtividade conseqncia direta da eficincia, ou seja, quanto maior a
eficincia, maior a produtividade.
De acordo com Martins e Laugeni (2006), uma das caractersticas da fbrica do
futuro a alta produtividade, com um elevado grau de automao, estando
organizada em torno da tecnologia.
2.3.2 Gesto da produo
A gesto da produo envolve todos os processos relacionados produo em
uma empresa de manufatura. Um processo estruturado de gesto da produo
uma alternativa para a obteno de uma boa posio competitiva (FAVARETTO,
2001).
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As principais atividades do processo de gesto da produoso o planejamento e
a programao das atividades e o controle da produo (CORREA, 1997 apud
FAVARETTO, 2001).
Os sistemas de gesto da produo devem gerir o que, quando, quanto e como
produzir. Alguns problemas apresentados por este tipo de sistema referem-se
qualidade das informaes de entrada (por exemplo, nveis de estoque), ao tempo
necessrio para que uma informao seja disponibilizada e ao processo de gerao
e coleta de dados (por exemplo, indicadores do que foi produzido), alm da falta de
integrao com os sistemas do cho de fbrica. Dentro deste cenrio, os sistemas
de monitoramento de produo em tempo real so cada vez mais necessrios. Adisponibilidade de informaes em tempo real um parmetro de eficincia.
2.3.3 Automao
Groover (2008) define automao como a tecnologia pela qual um processo ou
procedimento realizado sem interveno humana. implementada usando um
conjunto de instrues e um sistema de controle que as executa.
Em busca de maior competitividade e para atender a necessidades sociais,
econmicas e ambientais, a indstria vem empregando cada vez mais tecnologia de
automao(GUEDES et al., 2008), cujo principal objetivo acelerar o processo de
produo e obter produtos com qualidade.
No incio, os sistemas de automaolimitavam-se ao monitoramento e controle de
partes especficas do processo, em busca de viabilizar operaes remotas no
assistidas (SOUZA; PEREIRA, 2008). Este campo de atuao foi expandido e os
sistemas passaram a lidar com grandes quantidades de dados referentes a uma
viso mais ampla dos processos.
Uma forma de representar de maneira integrada os sistemas envolvidos neste
campo expandido de atuao a pirmide de automao representada naFigura 5
(SOUZA; PEREIRA, 2008).
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Na base da pirmide realizada a aquisio de dados dos processos e maquinrio.
Estes dados so utilizados em lgicas executadas no nvel 2 por controladores
lgico-programveis. O nvel 3 est relacionado ao monitoramento remoto de dados
e otimizao do processo por sistemas de superviso. O nvel 4 trata da
matemtica envolvida no processo, permitindo avaliaes. O nvel 5 trata do
planejamento estratgico, utilizando como ferramenta o Enterprise Resource
Planning(ERP) (SILVA, 2009).
A automao, presente nas vrias etapas do negcio, permite a gerao de
informaes teis operao e manuteno, suportando a tomada de decises
(SOUZA; PEREIRA, 2008).
2.3.4 Integrao tecnolgica
De acordo com Francalanci e Maggiolini (2002), a tecnologia dentro da indstria
pode ser classificada nas seguintes categorias:
TI embutida nos processos produtivos, como robs e automao;
Figura 5Processo fsico (SOUZA; PEREIRA, 2008)
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TI embutida em produtos e servios, como tecnologia embarcada em
automveis e caixas de banco;
TI utilizada no gerenciamento do processo produtivo, como emails, planilhaseletrnicas e videoconferncias;
Com o avano da TI, novos paradigmas de manufatura foram desenvolvidos, como o
CIM (Computer Integrated Manufacturing). O termo CIM utilizado para descrever
as abordagens modernas para manufatura, sendo a principal caracterstica a
integrao total das funes de manufatura como design, engenharia, planejamento,
controle, fabricao (SUN, 2000). No modelo CIM da SME (Society of Manufacturing
Engineers), h um componente de negcios e quatro componentes tcnicos,
descritos a seguir:
Planejamento e controle, abrange softwares de MRP (Materials
Requirement Planning) e MRP II (Manufacturing Resources Planning);
Gesto da informao, inclui bases de dados compartilhadas e redes para
compartilhamento de informaes, como WAN (Wide Area Network) e LAN
(Local Area Network);
Definio de produto e processo, como CAD (Computer Aided Design),
CAE (Computer Aided Engineering), CAPP (Computer Aided Process
Planning) e
Automao de fbrica como NC (Controle Numrico, Numerical Control),
CNC (Controle Numrico Computacional, Computer Numerical Control) e
DNC (Controle Numrico Distribudo, Distributed Numerical Control), robs, e
sistemas automticos de armazenamento e recuperao (AS/RS Automatic
Storage/Retrieval Systems).
As chamadas AMT (Advanced Manufacturing Technology) so o principal
componente tcnico de um ambiente CIM e consistem em sistemas semi ou
totalmente automatizados que podem ser usados em diversas unidades funcionais
de uma empresa (Nagalingam, 2008). A implantao de um ambiente CIM requer aintegrao de diversas AMT.
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2.3.4.1 Modelos para integrao tecnolgica
Como referncia para a integrao de sistemas, o comit CIM Reference Model
Committee do International Purdue Workshop on Industrial Computer Systemscriou
um modelo de referncia CIM o Purdue Reference Model, uma ferramenta a ser
utilizada na implantao de ambientes integrados de manufatura.
Atualmente, os esforos de integrao na indstria esto focando na integrao
entre ERP (Enterprise Resource Planning), MES (Manufacturing Execution System)
e sistemas de controle, tendo o MES sido includo na hierarquia ilustrada naFigura5.
O termo MES foi criado pela AMR Research na dcada de 1990 e se referia, a
princpio, a um modelo funcional de integrao. Atualmente, tornou-se uma classe
de software com sobreposies com outras propostas (SILVA, 2009). A MESA
(Manufacturing Enterprise Solution Association) props o MES como um modelo
composto por onze funcionalidades reconhecidas como ncleo, como ilustra a
Figura 6.
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Na busca pela integrao MES-ERP, a ISA (International Society of Automation)
criou o padro ISA 95, que define as interfaces entre as atividades corporativas e de
controle. O padro um bom parmetro para a definio dos requisitos para
integrao, inclui o modelo Purdue CIM e o modelo da MESA supracitados e define
um conjunto de modelos e terminologias para reduzir riscos, custos e erros
associados implementao de interfaces entre os diferentes sistemas (UNGER,
2001). AFigura 7 ilustra a hierarquia funcional proposta pela ISA.
Planejamentode negcioe logsticaProgramaoda produona planta, gerenciamentoda operao
NVEL 4
Controle e operaoda manufaturaDespacho de produo, planejamento detalhado daproduo, garantiade conformidade
NVEL 3
Controledabatelada
NVEIS 2, 1 e 0
Controlecontnuo
Controlediscreto
Figura 6Modelo MES proposto pela MESA (MESA, 1997 apudSILVA, 2009)
Figura 7ISA Hierarquia Funcional (ISA, 2000 apudSILVA, 2009)
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Os sistemas do nvel 4tratam das funes administrativas, contbeis, logsticas, de
controladoria e funes de planejamento e de controle da produo. O nvel 3trata
da integrao do cho de fbrica com os sistemas de gesto, incluindo funes de
anlises de desempenho, histrico de produo, gerenciamento de manuteno,
sequenciamento, alocao de recursos, gerenciamento da qualidade, controle de
documentos, coleta e armazenamento de dados. O MES posiciona-se neste nvel,
realizando o acompanhamento de ordens de produo, mobilizao de recursos,
controle de fluxo de materiais e realizando a interface com demais sistemas e com
automao do cho de fbrica. Neste nvel, encontram-se, tambm, sistemas de:
PLM (Product Lifecycle Management), que suportam os processos dedesenvolvimento de produtos e criao de processos;
EAM (Enterprise Asset Management) para gesto de ativos;
APS (Advanced Planning Schedule), de otimizao do planejamento de
produo e
PIMS (Plant Information Management) para registro histrico de variveis de
processo.
Por fim, os nveis 2, 1 e 0tratam das funes de superviso da linha ou processo,
operao da linha ou processo e controle (SILVA, 2009).
O padro passou por revises em 2001 e 2006 e dividido em cinco partes. As
partes 1, 2 e 5 definem o intercmbio de dados entre o negcio e o cho de fbrica.
As partes 3 e 4 endeream funes MES tpicas e expandem o trabalho feito nas
partes 1, 2 e 5 definindo a troca de dados de manuteno, inventrio e qualidade. A
Figura 8 ilustra o modelo ISA 95.
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Processamentoda Ordem
Apurao doCustode Produto
Administrao daExpedio do
Produto
Programaoda Produo
ControledeMaterial e Energia
Compras
Gerenciamento daManuteno
ControledaProduo
Garantia daQualidade
ControledeInventrio de
Produto
PesquisaDesenvolvimento
e Engenharia
Marketing eVendas
Necessidades deMaterial e Energia deCurto prazo
Inventrio de materiale energia
Mtodosepadres
da
manuteno
SolicitaodeManuteno
ResponsabilidadesdeManut.
Feedba
ckManutenco
Inventrios de produto acabado
Programao de Embalagem
Dados deprocesso
Confirmaode
envio
Liberaopara
envio
A ISA 95 deu origem norma ISO/IEC 62264 (Enterprise Control Systems
Integration) que define as interfaces entre as atividades corporativas e de controle.
Esta norma inclui diversos aspectos de outros padres, como a ISO 15531
(Industrial automation systems and integration Industrial manufacturing
management data) (ISO 15531-1, 2000 apudCHEN, 2005) e a ISO 15704 (Industrial
automation systems Requirements for enterprise-reference architectures and
methodologies) (ISO 15704, 1998 apudCHEN, 2005).
Antes do desenvolvimento do padro ISO/IEC 62264, outras iniciativas
desenvolveram referncias para arquitetura empresarial, como o TOGAF,
apresentado na seo 2.4.1.2,mas no havia um padro que tratasse da interface
produo/controle para outros sistemas corporativos (CHEN, 2005).
A ISA tambm publicou a ISA-99, cujo objetivo tratar da segurana do ambiente
integrado de manufatura, propondo padres para serem adotados em cada camada
e na conexo entre elas.
Figura 8Modelo ISA 95 (ISA, 2000 apudSILVA, 2009)
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Mesmo existindo padres e tecnologias de segurana para o ambiente de TI usual, o
uso de medidas tpicas de segurana de TI para levantamento da situao e
mitigao pode levar os sistemas de controle a falhas. Alm disto, muitos sistemas
legados no conseguem suportar as medidas de mitigao de TI (SINGER, 2006). A
ISA-99 foi criada com o objetivo de permitir que as redes de controle utilizem a
tecnologia e experincia da segurana da informao atravs de solues prticas
que no causem problemas e inclui PLC (Programmable Logical Controller), SCADA
(Supervisory Control and Data Acquisition) e outras aplicaes. AFigura 9 ilustra os
escopos dos padres de segurana.
Gerenciamento dacompanhia
Apresentao de dados
Gerenciamento dainformao da empresa
Produo
Programao da produo
Superviso
Produo
Programao da
produo
Superviso operacional e
de produo
Gerenciamento da
programao da
produo e operao
Terminal de supervisoCoordenao entre
reas
Terminal de superviso Controlesupervisrio
Terminal de operao Controle digital direto
Nvel 5
Nvel 4
Nvel 3
Nvel 2
Nvel 1
Controladores
Processo
Polticaseprticasdeseguranade
TI
(ISO2
7000)
Polticaseprticasdesegurana
emm
anufatura
(ISA-99)
Seguranado
processo
(ISA84,
IEC
61508,
IEC
61511)
NveisISA
Em 2002, o ARC (Advisory Group) desenvolveu o modelo CPAS (CollaborativeProcess Automation System) para arquitetura de sistemas de informao. O modelo
trata de um ambiente unificado que busca apresentar a informao dentro de um
contexto para as pessoas certas, no momento certo, a partir de qualquer ponto do
sistema. O modelo, como ilustra a Figura 10, incorpora diversos padres da
indstria, como ISA 88, ISA 95, e Ethernet/IP.
Figura 9Escopo dos padres de segurana (SINGER, 2006)
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Planejamento do negcio e gerenciamentoda cadeiade suprimentos
CPAS
Sensores e atuadores
Redesbaseadas em Ethernet
Funes denegcio
Funes degerenciamentodaproduo
Funesdecontroleemtempo real
Processosdetrabalho denegcios
Processosdetrabalho demanufaturaE
struturaISA-95
Gerenciamento da Produo
Fieldbus padro e dispositivosde rede
ContnuaBatelada
SeguranaLgica
DefiniesISA-95
Em 2004 tambm, a MESA atualizou o modelo MES e passou a cham-lo de C-MES
(Collaborative MES), revisando as funcionalidades de onze para oito e evidenciando
necessidades de integrao com outros sistemas no existentes no modelo anterior,como ilustra aFigura 11.
c-MES
Foco emLogstica: TMS
e WMS
Foco emProduto:
CAD/CAM ePLM
FocoFinanceiro ePerformance:
ERP, BI
Foco Cliente:CRM, GestoDe Servios
Foco noFornecedor:
Compras, SCP Rastreabilidadedo Produto eGenealogia
Alocao deRecursos&
Status
Gerenciamentode Processo
Despacho deUnidadede
Produo
Gerenciamentode Mode Obra
Anlise dePerformance
Aquisio deColetade
Dados
GerenciamentodaQualidade
Controle PLCDCS
Foco naConformidade:
Gesto deDocumentos,
ISO, EH&S
Figura 10 - Viso Funcional CPAS (HOLLENDER, 2009)
Figura 11C-MES (MESA, s.d.)
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Este modelo foca nas operaes, representando, na parte interna do modelo,
funes tipicamente encontradas dentro de produtos integrados MES oferecidos na
poca. O modelo faz interface com outras operaes de negcio pelas reas fora
das arestas (MESA, s.d).
Em 2008, a MESA desenvolveu seu atual modelo, que mostra a interrelao entre
estratgias e operaes da planta, indo alm de funcionalidades e interfaces,
descrevendo iniciativas estratgicas. AFigura 12 ilustra este modelo.
O modelo descreve as ligaes entre tpicos mdulos de software utilizados na
operao de uma indstria e as estratgias corporativas. Os objetivossurgem na
parte superior do modelo e afetam as camadas inferiores; os resultados so
reportados das camadas inferiores para as superiores de acordo com os objetivos.
EH&S: Environment, Health and Safety (ambiente, sade e segurana)EAM: Enterp rise Asset Management (gerenciamento de ativos corporativos)CMMS: Computerized Maintenance Management System (s istema co mputadorizado de gerenciamento de manutenes)TMS: Transp ortation Management System (sistema de gerenciamento de tran sportes)WMS: Warehouse Management System (sistema de gerenciamento de estoques)
Manufatura / Produo
Operaes do negcio
Foco nocliente:CRM,
gerenciamentode servios
Focofinanceiro
e emdesempenho:
ERP, BI
Foco noproduto: CAD,
CAM, PLM
Foco emconformidade:gerenciamentode documentos,
ISO, EH&S
Foco nofornecimento:
compras,planejamento
da cadeia
Foco naconfiabilidade
dos ativos:EAM eCMMS
Inicitativas estratgicas
ManufaturaEnxuta
Conformidaderegulatriae qualidade
Gerenciamentodo ciclo de vida
do produto
Empresaem tempo
real
Gerenciamentodo desempenho
de ativos
Iniciativasadicionais
Operaes de manufatura / produo
Acompanham.de produto
e genealogia
Alocaode recursos
e status
Anlise dedesempenho
Gerenciamentodo
processo
Aquisiode dados
Gerenciamentoda
qualidade
Gerenciamentode
mo-de-obra
Enviodas unidadesproduzidas
Focologstico:TMS, WMS
Controles:PLC, DCS
OBJETIVOS RESULTADOS
CONSULTAS DADOS
EVENTOS EVENTOS
Verso 2.1
Dadosconsolidados
Tempo-real
Figura 12Modelo atual da MESA (MESA, s.d.)
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A integrao pode aumentar a disponibilidade de informaes em tempo real,
aumentando a vantagem competitiva da empresa (YUSUF, 1998 apud
FAVARETTO, 2001). A falta de integrao, por outro lado, compromete a otimizao
do uso de recursos envolvidos na implantao e manuteno de sistemas, com
perdas de escala nos contratos de aquisio de equipamentos e servios, bem como
nos custos e complexidade decorrentes da manuteno de diferentes ambientes.
Desta forma, importante uma abordagem corporativa e sistmica (SOUZA;
PEREIRA, 2008) tanto para sistemas utilizados em escritrio, quanto para sistemas
utilizados em cho de fbrica.
2.4. Governana
Governana corporativa o sistema pelo qual as sociedades so dirigidas e
monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de
Administrao, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas
prticas de governana corporativa tm a finalidade de aumentar o valor da
sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade (IBGC,s.d.).
A governana corporativa tem, como princpios fundamentais, transparncia,
equidade, prestao de contas, cumprimento das leis e tica e ganhou fora aps os
inmeros escndalos corporativos a partir de 2002, como Enron, WorldCom e Tyco,
entre outros (WEILL; ROSS, 2006). A gravidade dos impactos financeiros destes
casos abalou a confiana dos investidores, o que contribuiu para a queda nos
preos das aes e, em contrapartida, exigiu atitudes das empresas.
Os escndalos tambm motivaram a criao da lei Sarbanes-Oxley (tambm
conhecida como SOX) em 2002, cujo objetivo aperfeioar os controles financeiros
e apresentar eficincia na governana corporativa, de forma a evitar outros
escndalos e minimizar prejuzos. As empresas com aes listadas na Bolsa de
Valores de Nova Iorque e Nasdaq (a bolsa de valores eletrnica dos Estados
Unidos) devem se adequar lei e algumas empresas brasileiras, tambm, esto se
adequando a ela, por estarem listadas em bolsa de valores norte-americana, por
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serem filiais de empresas estrangeiras ou porque enxergaram valor na implantao
deste tipo de controle.
No Brasil, a Bolsa de Valores de So Paulo - BM&FBOVESPA implantou emdezembro de 2000 os Nveis Diferenciados de Governana Corporativa. Os nveis 1
e 2 so segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo
de proporcionar um ambiente de negociao que estimulasse, simultaneamente, o
interesse dos investidores e a valorizao das companhias. Empresas listadas
nesses segmentos oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas prticas
de governana corporativa que ampliam os direitos societrios dos acionistas
minoritrios e aumentam a transparncia das companhias, com divulgao de maiorvolume de informaes e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de
seu desempenho. A adeso das Companhias ao Nvel 1 ou ao Nvel 2 (Nvel 2 inclui
Nvel 1 e adiciona outras prticas) depende do grau de compromisso assumido e
formalizada por meio de um contrato, assinado pela Bolsa de Valores, pela
Companhia, seus administradores, conselheiros fiscais e controladores
(BM&FBOVESPA, s.d.).
A Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE)
desenvolveu em 1999 uma lista de princpios de Governana Corporativa The
OECD Principles of Corporate Governance que tem se tornado uma ferramenta de
referncia em diversos pases, com foco em empresas com aes negociadas no
mercado (KITAGAWA, 2007). Esta lista da OECD abrange as seguintes reas chave
da governana:
1. Bases para uma efetiva governana;
2. Direitos dos acionistas;
3. Tratamento equitativo dos acionistas;
4. Relacionamento com interessados (stakeholders);
5. Evidenciao e transparncia;
6. Responsabilidades do Conselho de Administrao (KITAGAWA, 2007).
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O conceito de governana corporativa surgiu para enderear o conflito de
agncia que decorre da separao entre proprietrio (acionista) e gestor (executivo)
de uma empresa, pois os interesses nem sempre esto alinhados (IBGC, s.d.).
Meyer (2004) comenta que existem cinco influncias sobre as pessoas em uma
empresa que formam a governana: cultura, estrutura (organograma e processos de
trabalho), economia interna, mtodos e ferramentas, mtricas e recompensas.
De acordo com Weill e Ross (2006), os ativos que devem ser considerados na
governana corporativa incluem ativos humanos, financeiros, fsicos (prdios,
equipamentos), de propriedade intelectual, de informao e tecnologia da
informao (TI) e de relacionamento (marca e reputao junto a clientes,
fornecedores, concorrentes, revendas autorizadas etc.), como ilustra a Figura 13.
Diversos mecanismos so utilizados para gerir estes ativos, como processos,
estruturas, auditorias etc.
2.4.1 Governana de TI
O ITGI (2005) define a Governana de TI como liderana, estruturasorganizacionais e processos que buscam garantir que a TI sustente e aprimore os
Figura 13 - Governana corporativa e dos principais ativos (WEILL; ROSS, 2006)
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objetivos e a estratgia da organizao, sendo a Governana de TI de
responsabilidade dos executivos e da alta direo.
Simonsson e Johnson (2006), baseando-se em um estudo de 60 diferentestrabalhos, definiram a Governana de TIcomo a preparao, o desenvolvimento e a
implementao de decises sobre metas, processos, pessoas e tecnologia em nvel
ttico e estratgico.
Webb et al. (2006) definem a Governana de TIcom base nas anlises de outros
trabalho