dissertação - josé norberto sousa lopes
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
JOSÉ NORBERTO SOUSA LOPES
DO ENSINO PRESENCIAL PARA A DOCÊNCIA EM EAD: A
PERSPECTIVA DOS PROFESSORES
SÃO PAULO 2012
JOSÉ NORBERTO SOUSA LOPES
DO ENSINO PRESENCIAL PARA A DOCÊNCIA EM EAD: A
PERSPECTIVA DOS PROFESSORES
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre em Educação, sob a orientação da Profª Drª Celia Maria Haas.
SÃO PAULO
2012
JOSÉ NORBERTO SOUSA LOPES
DO ENSINO PRESENCIAL PARA A DOCÊNCIA EM EAD: A
PERSPECTIVA DOS PROFESSORES
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre em Educação.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
Prof.ª Dr.ª Celia Maria Haas
Universidade Cidade de São Paulo – UNICID
Prof.ª Dr.ª Regina Magna Bonifácio de Araujo
Universidade Federal de Ouro Preto – ICHS - UFOP
Prof. Dr. Julio Gomes Almeida
Universidade Cidade de São Paulo - UNICID
SÃO PAULO
2012
Dedico este trabalho à minha família.
A minha esposa Nanci, que soube entender este momento, do desenvolvimento deste trabalho, que em determinados momentos saia até de casa com os filhos para que eu pudesse estudar com mais tranquilidade e silêncio.
Aos meus filhos Guilherme e Gabriel, que entenderam o motivo de minhas ausências para o desenvolvimento deste estudo, e em muitos momentos tiveram que jogar vídeo game com a televisão no mudo para não me atrapalhar. Valeu a pena!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Professora Drª. Celia Maria Haas, responsável
principal destes resultados, minha Orientadora, que em todos os momentos não
deixou de acreditar em mim, sempre me dando apoio, orientações, sugestões,
“broncas” que valeram a pena, disponibilizando materiais para leitura e sempre me
incentivando a ler, ler, ler, ler e ler. “entra letrinha, sai letrinha”, fato!
À Professora Drª. Regina Magna Bonifácio de Araújo, primeiramente por ter
aceito o convite para participar da avaliação deste trabalho e principalmente por
todas as considerações construtivas feitas para a melhora e término deste material.
Ao professor Dr. Julio Gomes Almeida, por ter aceito o convite para avaliar
este trabalho e por todas as suas considerações sempre muito importantes e
objetivas, sua história de vida me motiva a continuar na área acadêmica.
Aos colegas do programa de Mestrado, Cristiane Pereira, Fernanda Pimenta,
Marcela Ferreira, Rodrigo Júlio, Celso Lima, Rodolfo Araújo, Paulo Henrique
Amorim, Alexsander Victor, Rosangela Pardo, Teresinha Minelli e ao meu chará
José Norberto Basso Junior (Nonô), pelo companheirismo durante essa trajetória
longa e importante em minha vida.
À Sheila Simone e Claudia Nise, da secretaria acadêmica do Programa de
Pós Graduação da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, obrigado pelas
informações e apoio.
A todos os professores do programa de Pós-Graduação da UNICID, Prof.ª
Margarete, Prof. João Gualberto, Professor Potiguara Acásio, Prof. Jair Militão, Prof.ª
Edilene, Prof.ª Sandra Zachia, Prof.ª Ecleide Cunico Furlanetto, Prof. Julio Gomes e
em especial, à minha orientadora Prof.ª Celia Maria Haas. Obrigado a todos pelos
conhecimentos e experiências transmitidas.
À Diretoria da Faculdade Carlos Drummond de Andrade, que acreditou e me
apoiou nesta etapa tão importante da minha carreira acadêmica, disponibilizando
informações para que a pesquisa tivesse sido realizada adequadamente junto aos
professores da Instituição.
À Prof.ª Mestra em Educação, Eunice Nogueira da Silva, que sempre me
apoiou e me incentivou a ir em frente, dizendo sempre aquelas palavras de conforto,
“é assim mesmo”, “é assim que eles fazem”, “meu orientador exigia até mais”, “o
meu orientador mandava fazer várias vezes”, isso deu gás para continuar em frente.
Ao Mestre Eliseu Pereira de Lima, que me presenteou com a indicação à
Coordenação dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Instituição
Carlos Drummond de Andrade, fique tranquilo, estou me esforçando para ser tão
bom quanto você foi, na coordenação desses cursos.
Ao professor Rodrigo Di Mônaco, administrador da Plataforma Moodle, que
contribuiu com sua experiência na plataforma e informações imprescindíveis.
Não poderia esquecer o Dr. Ricardo Iwasaki, da Ortocity, que entre o início do
Programa de Mestrado até o presente momento, com as duas cirurgias muito bem
sucedidas de quadril e fêmur, me fez voltar a andar bem, e ter uma qualidade de
vida bem melhor, sem dores. Obrigado.
Mais uma vez agradeço a minha família, Nanci, Guilherme, Gabriel, por
entenderem a importância deste trabalho e compreenderem o motivo das minhas
ausências no dia a dia destes dois anos de trabalho.
Enfim, a todos que em algum momento tiveram alguma participação no
desenvolvimento deste trabalho e principalmente a Deus, por ter me mantido com
saúde e força de vontade para não desistir no decorrer do caminho.
“Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem.”
Karl Kraus
RESUMO
LOPES, José Norberto Sousa. Políticas Públicas de Educação a Distância: Os desafios da Docência nessa modalidade de Ensino. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo, 2012.
Esta pesquisa teve como objetivo compreender os desafios vivenciados pelos professores na mudança da atuação docente do Ensino Presencial para a Educação à Distância. Buscou-se, ainda, identificar as dificuldades reconhecidas pelos professores e como eles se adequaram neste processo. A investigação desenvolvida em uma Instituição Privada de Educação Superior, localizada na Zona Leste do Município de São Paulo, teve como hipótese a existência de uma grande dificuldade pessoal dos professores na mudança da Modalidade Presencial para o Ensino a Distância. A pesquisa de caráter descritivo exploratório apoiou-se em um questionário aplicado via internet, para a coleta de dados. Os resultados indicaram que os professores reconhecem que o conhecimento e domínio da tecnologia da informação é um fator fundamental para a atuação docente no Ensino a Distancia. Apontam também que a plataforma pouco amigável e a quantidade excessiva de alunos nas salas virtuais são as principais dificuldades para uma docência bem sucedida na EAD.
Palavras-Chave: Educação a Distância; Políticas Públicas; Docência em Ead. Tecnologias da Informação.
ABSTRACT
LOPES, Jose Norberto Sousa. Public Policy on Distance Education: The Challenges of Teaching in this mode of education. Dissertation (Master of Education) - University of Sao Paulo City - UNICID, São Paulo, 2012.
This research aimed to understand the challenges experienced by teachers in changing the teaching performance of Presential Teaching for Distance Education. We tried to also identify difficulties recognized by teachers and how they have adapted this process. The research carried out in a Private Institution of Higher Education, located in the East side of São Paulo, Brazil, had hypothesized the existence of a great personal difficulty in changing the teachers' mode for the Classroom Distance teaching. The study was a descriptive exploratory relied on a questionnaire administered via the Internet, for data collection. The results indicated that teachers recognize that knowledge and mastery of information technology is a key factor in the educational performance in Distance teaching. Also indicate that the platform unfriendly and excessive amount of students in virtual classrooms are the main difficulties for a successful teaching in Distance Education.
Keywords: Distance Education, Public Policy, Teaching in LID. Information Technologies.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Marcos Históricos da Educação a Distância no Brasil.............................25
Tabela 2 - Distribuição dos Polos de Educação a Distância-Região Sudeste - São
Paulo - Grande São Paulo.........................................................................................67
Tabela 3 - IES com o maior número de Polos Localizados em São Paulo ...............69
Tabela 4 - Com apenas 01(um) polo e sua respectiva região...................................69
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Distribuição dos Polos de Educação a Distância-Região Sudeste- São
Paulo- Grande São Paulo..........................................................................................68
Gráfico 2 - Universo de Pesquisados por sexo .........................................................77
Gráfico 3 - Universo de Pesquisados por Idade........................................................78
Gráfico 4 - Universo de Pesquisados por área de formação.....................................78
Gráfico 5 - Universo de Pesquisados por formação..................................................79
Gráfico 6 - Universo de pesquisados por tempo no Ensino Superior ........................80
Gráfico 7 - Universo de pesquisados por tempo no Ensino Superior presencial na
Instituição pesquisada...............................................................................................81
Gráfico 8 - Universo de pesquisados por tempo no Ensino Superior a Distância na
Instituição pesquisada...............................................................................................81
Gráfico 9 - Modalidade de Ensino Preferida..............................................................82
Gráfico 10 - Motivação para trabalhar na EaD ..........................................................85
Gráfico 11 - Diferenças na transição do presencial para a EaD................................87
Gráfico 12 - Teve dificuldades na mudança do ensino presencial para a EaD .........88
Gráfico 13 - Gosta ou não da Modalidade à Distância ..............................................91
Gráfico 14 - Indicaria cursos na Modalidade a Distância ..........................................94
Gráfico 15 - Perfil adequado para a Modalidade de EaD ..........................................95
Gráfico 16 - Reconhece diferenças na atuação docente...........................................98
Gráfico 17 - Como se preparou para a Modalidade de Educação a Distância........104
Gráfico 18 - Como foi a mudança do Presencial para a EaD..................................105
Gráfico 19 - Principais dificuldades na Mudança de Presencial para EaD..............106
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Processo interação aluno plataforma EaD................................................55
Figura 2 - Processo interação aluno plataforma EaD – Instituição pesquisada.........56
LISTA DE SIGLAS
BRASSCOM Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
CAPES Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
DOU Diário Oficial da União
EAD Ensino a Distância
LDB Lei de Diretrizes e Bases
LDBE Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC Ministério da Educação e Cultura
SEB Secretaria de Educação Básica
SIEAD Sistema de Consulta de Instituições para Educação a Distância
SEED Secretaria de Estado da Educação
SEESP Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
SESU Secretaria de Educação Superior
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UNIFESP Universidade Federal de São Paulo
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 15
CAPÍTULO 1 - ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL...... 21
1.1 - A EAD NAS ATUAIS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO...................................................... 31
1.2 - MODELOS DE COMUNICAÇÃO E A DOCÊNCIA EM EAD........................................ 46
1.3 - A EAD EM SÃO PAULO ............................................................................................... 66
CAPÍTULO 2 - A MUNDANÇA DO ENSINO PRESENCIAL PARA A EDUCACÃO A
DISTÂNCIA NA PERSPECTIVA DOS PROFESSORES ............................................................. 71
2.1 - AS RESPOSTAS DOS PROFESSORES......................................................................... 76
2.2 - CATEGORIA 01 – PERFIL DOS PROFESSORES DA EAD ........................................... 77
2.3 - CATEGORIA 02 – A MUDANÇA DA MODALIDADE PRESENCIAL PARA A EAD ........ 84
2.4 - CATEGORIA 03 - ASPECTOS DA ATUAÇÃO DOCENTE EM EAD............................... 98
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................... 108
REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 116
APÊNDICES................................................................................................................................. 129
APÊNDICE 01 ......................................................................................................................... 129
APÊNDICE 02 ......................................................................................................................... 138
15
INTRODUÇÃO
Minha trajetória em educação teve início em 1998, quando aceitei o convite
para assumir algumas disciplinas técnicas de informática em uma empresa de
treinamento em tecnologia da informação parceira Microsoft.
Nesta empresa trabalhei na área comercial e, ao mesmo tempo, no período
noturno dedicava-me aos treinamentos técnicos, como Microsoft Word, Excel, Power
Point, Internet, HTML, entre outros. Naquele período estava me formando como
Tecnólogo em Processamento de Dados e pensando em seguir a especialização na
área de desenvolvimento de Sistemas.
O convite para a docência no Ensino Superior veio em 2008, quando um
colega que trabalhava em um grupo educacional de Educação Superior teve
problemas de saúde e me pediu para que o substituísse no último trimestre desse
ano. Apesar de não ser um momento propício, aceitei o desafio e assim consegui
descobrir uma nova vocação, ser professor.
Todos os cursos da referida instituição, especificamente da unidade, onde
iniciei meu trabalho como docente possuem algumas disciplinas na modalidade em
Educação a Distância, desde o primeiro semestre de 2005, de acordo com a Portaria
n° 4.059 de 10 de Dezembro de 2004, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei n° 9.394, de 20 de Dezembro de 1996), que foi regulamentada pelo
Decreto n.° 5.622, publicado no D.O.U. de 20/12/2005, com normatização definida
na Portaria Ministerial n.° 4.361, de 2004, que permite a oferta de 20% da carga
horária total dos cursos na modalidade à distância.
Os cursos são presenciais, com aulas na Instituição de segunda à sexta feira
e aos sábados participam da disciplina em EaD. Não são obrigados a cumprirem a
atividade a distância no próprio sábado, uma vez que podem cumpri-la durante a
semana, dependendo da disponibilidade de cada um.
O sábado foi o dia escolhido para as atividades, os alunos devem cumprir a
carga horária estipulada, exigida pelas diretrizes curriculares dos cursos e pela LDB
no que se refere aos dias letivos obrigatórios.
Ao participarem dessa disciplina, estudam o conteúdo exposto pelo professor
e desenvolvem as atividades propostas que devem ser finalizadas até o domingo às
16
23h55, para que seja registrada a presença e a confirmação de que o aluno
efetivamente estudou aquele conteúdo, caso contrário poderá ser reprovado por
falta e ou aproveitamento. Após este horário, as atividades são fechadas e o
conteúdo indisponível, ficando agora apenas as novas atividades da próxima
semana.
Todos os professores eram contratados para ministrarem especificamente tais
disciplinas na EaD. Eles não ministram no formato presencial, pois a maioria possuía
outras atividades e não podiam ministrar aulas neste formato.
Em 2009, a instituição recebeu a autorização, conforme Resolução
CONSEPE nº 556/06 de 25/09/2006, adequação: Resolução CONSEPE nº 172/09
de 23/06/2009, reconhecimento, Portaria MEC/Seres nº 227/11 de 28/06/2011,
publicado no D.O.U. de 29/06/2011 para ministrar cursos integralmente à distância,
com encontros presenciais para teleaulas, uma vez por semana.
Inicialmente, os cursos oferecidos pela instituição foram os cursos de
graduação em Administração, Ciências Contábeis, Filosofia, História, Letras,
Pedagogia, Serviço Social, bem como as graduações tecnológicas em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas, Gestão Ambiental, Gestão Comercial, Gestão de
Recursos Humanos, Gestão de Turismo, Marketing e Processos Gerenciais.
Para esta etapa institucional, a IES buscou contratar novos professores que
atendessem a esse novo público, e para os professores que já ministravam aulas
presenciais coube aderirem a essa modalidade, sem outras opções. Porém,
percebeu-se que tal medida gerou certo desconforto e, em alguns casos, certa
resistência diante dessa situação sem alternativas.
Ao vivenciar essa mudança provocada pela aprovação dos cursos a distância,
surgiu o interesse em problematizar as dificuldades e queixas desses professores
que começavam a atuar na modalidade da Educação a Distância e conhecer o
processo de mudança entre as duas modalidades, presencial e EaD.
Assim para essa pesquisa apresentamos as seguintes questões:
Como se dá o processo de migração dos professores que atuam em cursos
presenciais para a modalidade de Educação a Distância?
17
Qual o perfil do professor universitário que ministra aulas na Educação a
Distância?
Quais os desafios, que os professores identificam, na atuação docente na
modalidade em EaD?
E com o propósito de responder ao problema proposto, foram estabelecidos
os seguintes objetivos:
� Identificar o perfil do professor da Educação a Distância, nas políticas
públicas e nos grupos de sujeitos que participaram da pesquisa;
� Compreender as principais diferenças existentes na atuação dos
professores nas modalidades - Presencial e EaD;
� Conhecer como os professores se adequaram ao processo de
mudança da docência presencial para a docência a Distância, identificando os
aspectos positivos e negativos reconhecidos pelos professores na vivência dessa
etapa.
Este trabalho trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e quantitativa
fundamentado no estudo do referencial teórico de pesquisadores e autores como
Keegan, 2003; Santos, 2006; Vilarinho 2007; Moran 2011; Litto, 2010; entre outros.
Utilizado, como procedimento metodológico, a aplicação de questionários com
questões fechadas e abertas, para um grupo de professores de uma Instituição
Particular de Educação Superior, situada na zona Leste de São Paulo.
Para conhecer quais as discussões que circundam a temática Educação a
Distância, foi realizado um levantamento no banco de Teses e Dissertações da
CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
objetivando levantar as últimas pesquisas realizadas. Com este esforço, foram
localizadas 10 pesquisas realizadas com o tema relacionado à EaD. Destas
pesquisas, 08 (Campos, 2002; Moraes, 2006; Gonçalves, 2008; Souza, 2009; Faller,
2009; Novais, 2009; Rosin, 2010 e Cardoso, 2010) falam das mudanças de
modalidade e formas da docência em EaD. Duas (Santos, 2002 e Neto, 2008)
discutem os processos de expansão da modalidade.
Campos (2002) teve, como propósito, estudar a subjetividade implícita nas
relações entre mudanças tecnológicas e organizacionais da Educação a Distância e
as relações profissionais entre sexos. A contribuição deste trabalho foi importante
18
para o autor identificar as mediações entre tecnologias de Educação a Distância,
reorganização do trabalho docente, a atuação pedagógica e relações profissionais
dos professores.
Santos (2002) buscou analisar o processo expansionista da educação
superior na modalidade a Distância no Brasil, a partir da década de 1990 procurou
compreender as razões e as formas de expansão dessa modalidade educativa em
cursos para formação de professores, sobretudo dos anos iniciais do ensino
fundamental, e em que medida esse movimento se vincula às orientações
mundializadas para a educação.
O trabalho de Moraes (2006) aponta que EaD tem sido considerada como
uma das mais importantes alternativas ao ensino presencial, despontando no mundo
como uma nova modalidade de ensino, devido às suas vantagens, áreas de atuação
e a flexibilização, muitas vezes suprindo lacunas existentes na educação,
principalmente para pessoas que trabalham e estudam concomitantemente.
Demonstram, também, que apesar de sua crescente importância, a EaD tem sido
desafiada a apresentar resultados similares ou melhores que a modalidade
presencial.
Em 2008 destacamos dois trabalhos, (NETO, 2008 e GONÇALVES, 2008),
que apresentam um estudo sobre a implantação da educação superior na
modalidade a Distância no Brasil. Discutem a expansão e planejamento que esta
modalidade exige, além de buscar compreender em que medida esse processo está
em consonância com a expansão e reestruturação do setor produtivo capitalista.
Também levanta as ideias de docentes do Ensino Superior sobre a utilização de
ferramentas de EaD em cursos de graduação presenciais, apontando as dificuldades
por eles encontradas e as possibilidades pedagógicas que essas ferramentas
ofereceram às suas práticas docentes. O autor menciona ainda que, embora a
modalidade a Distância venha sendo implantada em cursos de graduação, há
algumas décadas, ainda vivemos um momento de transição e de mudança.
Souza (2009) estudou a atuação docente em ambientes virtuais de
aprendizagem, buscando diagnosticar quais os papeis que o professor assume na
EaD. Lista os recursos tecnológicos usados pelos professores para interagir com os
alunos. Faz um mapeamento das estratégias de medição pedagógicas utilizadas,
identificando os fazeres, saberes, habilidades e conhecimentos apresentados na
19
ação dos professores na EaD. Santos (2002) também apresenta a avaliação dos
discentes em relação à atuação dos professores.
Faller (2009) reconhece em seu estudo que na nova ordem socioeconômica
mundial a educação se constitui uma constante preocupação dos governos, na
busca de minimizar as diferenças sociais. Acredita que a EaD mostra-se como uma
nova proposta ideológica de reorganização social, atendendo populações diferentes
e com dificuldades de acesso ao ensino. A autora faz um estudo descritivo usando
como método o estudo de caso, tendo como foco principal o Projeto Piloto da UFSM
(Universidade Federal de Santa Maria) E propõe parâmetros para avaliação de
cursos na Modalidade em EaD para as instituições de Ensino Superiores.
Na investigação apresentada por Novais (2009), foi demonstrado que a EaD é
uma modalidade educacional presente na realidade brasileira . Faz uma contribuição
importante com seu estudo no que se refere à aplicabilidade de tecnologias, bem
como na compreensão dos limites e possibilidades destas.
A pesquisa buscou identificar as mudanças vivenciadas pelo grupo de 14
professores, docentes da UNIFESP, pioneiros na atuação em cursos on line, na
tentativa de descobrir as possíveis transformações provocadas pela mudança na
atuação docente presencial e na prática assistencial. E em 2010 foram localizados
dois trabalhos, (Rosin, 2010 e Cardoso, 2010), que destacam a EaD como desafio
para as Instituições e docentes, tratando da experiência concreta sobre a
implantação de disciplinas à distância em dois cursos de graduação presenciais, no
qual foi analisado a questão das resistências enfrentadas durante o processo, como
se deu a superação dos desafios encontrados. Faz um levantamento histórico da
EaD no contexto Brasileiro, as primeiras experiências registradas no pais até os dias
atuais (2010), confirmando seu crescimento em todos os níveis de ensino e
apresentando uma análise sobre evolução da legislação brasileira específica para a
EaD.
Os processos de credenciamento e implementação da modalidade, a análise
dos impactos e as contribuições que as tecnologias trazem para este campo, é
especialmente trabalhado no curso de Pedagogia. O curso de Pedagogia foi o foco
de um dos trabalhos, considerando a experiência em EaD e sua relação com o curso
na modalidade presencial, a partir dos pressupostos norteadores do Projeto
Pedagógico Institucional da Instituição pesquisada.
20
Os estudos contribuíram para uma ideia mais relevante do que os autores
dizem sobre a Educação a Distância, e nortearam a estrutura deste trabalho de
forma mais consistente e relevante.
A importância deste trabalho se dá mediante ao significativo crescimento dos
cursos na Modalidade a Distância. De acorco com o Censo da Educação Superior
em 2009, foi registrado um aumento de 30,4% nos cursos em EaD, em contrapartida
os cursos presenciais tiveram um crescimento de 12,5%. As matrículas nos cursos,
em 2009, atingiram 14,1% de um total 5.954.021 matrículas. Diante deste
crescimento acentuado e vertiginoso, as Instituições de Ensino Superiores passam a
investir, cada vez mais, nessa nova modalidade esperando, com isso, atender a um
novo público, cada vez maior. Outro aspecto que merece destaque é a ampliação
que a modalidade em EaD oferece ao possibilitar a criação de cursos em locais
remotos, distantes das grandes cidades para quem tiver interesse em formação
superior, favorecendo o crescimento de alunos nas Instituições que decidirem por tal
caminho.
Para apresentação dos resultados, o trabalho está organizado em dois
capítulos:
O Capitulo 01 Organização da Educação Superior a Distância no Brasil,
apresenta uma síntese do histórico da EaD no Brasil, as atuais políticas de
Educação a Distância e sua legislação no contexto Brasileiro, os principais modelos
de comunicação na modalidade a Distância, as vantagens e desvantagens dessa
modalidade.
O Capitulo 02 A mudança do Ensino Presencial para a Educação a
Distância na perspectiva dos professores, se refere à apresentação dos aspectos
metodológicos que embasam a pesquisa, os dados coletados, identificando o perfil
do grupo de respondentes, as mudanças e as decorrentes dificuldades reconhecidas
na atuação docente na EaD apontadas pelos professores.
Nas Considerações Finais, são destacados os resultados encontrados
fazendo uma análise das respostas dos professores, discutindo as principais
diferenças identificadas entre o Ensino Presencial e a Distância. Confirma-se ainda a
existência de uma dificuldade pessoal e metodológica na mudança dos professores
da modalidade presencial para EaD, hipótese inicial desta pesquisa.
21
CAPÍTULO 1 - ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A
DISTÂNCIA NO BRASIL
O processo de ensino-aprendizagem virtual se refere a um processo de
interação, no qual os alunos estão, de um lado, separados fisicamente num
determinado ambiente e os professores de outro, utilizando ferramentas, através de
um sistema em rede, a partir de um dispositivo tecnológico. Nesse sentido, Moran
(2002) afirma que esses processos mediados por tecnologias, professores e alunos
encontram-se separados espacial e ou temporariamente, porém conectados,
interligados, através da internet.
Com a democratização da internet, a utilização de textos, imagens, vídeos e
sons, são cada vez maiores, assim como os ambientes virtuais que existem apenas
digitalmente, no computador, na rádio ou televisão, o que indica a ampliação do
acesso à informação e ao conhecimento. Relevante comentar aqui que esses
ambientes virtuais possibilitam o acesso às informações de forma mais rápida, mas
não significando necessariamente um processo educativo.
De acordo com Moran (2002), a ênfase da expressão "Ensino a Distância”, é
dada ao papel do professor. Ele sugere a palavra "educação" que é mais
abrangente, embora considere que nenhuma das expressões seja perfeitamente
adequada e afirma que há a educação presencial, semipresencial (parte presencial
parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). Também registra que
a educação presencial se refere aos cursos regulares, em qualquer nível, onde
professores e alunos se encontram sempre num local físico, comumente nomeado
de “sala de aula”.
Fiscina (2003) apud Keegan (1991) discute alguns conceitos sobre a
Educação a Distância que pode ser entendidos como:
Separação física entre professor e estudante, que distingue do ensino presencial; Influência da organização educacional (planejamento, sistematização, projeto, organização dirigida etc.), que diferencia da educação individual; Utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao estudante e transmitir os conteúdos educativos; Previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via; Possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização; e: Participação de uma forma industrializada (mecanizada, globalizada) de
22
educação, a qual, se aceita, contém o gérmen de uma radical distinção dos outros modos de desenvolvimento da função educacional (FISCINA, APUD KEEGAN, 2003, p. 30).
Santos (2006) afirma que a EaD é um sistema tecnológico de comunicação
bidirecional, que substitui o contato pessoal professor/aluno, como meio preferencial
de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo
apoio de uma organização e tutoria, que possibilita a aprendizagem independente e
flexível dos alunos.
Cassol, Limas, Souza e Spanhol (2004) definem tutoria como uma ação
orientadora global, chave para articular a instrução e o educativo, compreende um
conjunto de ações educativas que contribuem para desenvolver e potencializar as
capacidades básicas dos alunos, orientando-os a obterem crescimento intelectual e
autonomia, e para ajudá-los a tomar decisões em vista de seus desempenhos e
suas circunstâncias de participação como aluno.
E Cabanas e Vilarinho (2007) justificam também que o tutor é chamado de
assessor, facilitador, conselheiro, orientador, consultor, caracterizando uma relação
com as funções que desempenha, atuando como uma pessoa designada pela
instituição para estabelecer contato com o aluno.
Moran (2011) salienta que a EaD está modificando as formas de ensino e
aprendizagem, inclusive as presenciais que utilizarão cada vez mais recursos
semipresenciais, flexibilizando a necessidade de presença física, reorganizando os
espaços e tempos, as mídias, as linguagens e os processos educacionais.
Moran (2011) ainda afirma que a EaD, vista até pouco tempo atrás como uma
modalidade secundária ou especial para soluções específicas, destaca-se, cada vez
mais, como um caminho estratégico para diversificar a oferta de alternativas
educacionais para uma população também cada vez maior, mais pessoas buscam
nessa modalidade a solução para a falta de tempo e disponibilidade de se locomover
a uma Instituição de Ensino Presencial.
De acordo com Alves (1994), no Brasil tem-se, como marco inicial da EaD, a
criação das Escolas Internacionais em 1904 e, desde então, há várias alternativas,
afirmando que ela só vem crescendo.
Inexistem registros precisos acerca da criação da EAD no Brasil. Tem-se como marco histórico a implantação das “Escolas Internacionais”, em 1904,
23
representando organizações norte-americanas. Entretanto o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra, na primeira edição da seção de classificados, anuncio oferecendo profissionalização por correspondência (datilógrafo), o que faz com que se afirme que já se buscavam alternativas para a melhoria da educação brasileira, e coloca dúvidas sobre o verdadeiro momento inicial da EAD (ALVES, 1994, p. 15).
O quadro que segue apresenta esquematicamente o desenvolvimento e
crescimento da Educação a Distância no Brasil.
1891
Jornal do Brasil registrava, na primeira edição da seção de classificados, um anúnciooferecendo profissionalização por correspondência (datilógrafo), o que revela a necessidadeda busca por alternativas para a melhoria da educação brasileira e, por conseguinte, colocadúvidas sobre o inicio da EaD.
1923
Instituto Rádio Sociedade do Rio de Janeiro liderado por Henrique Morize e AdgardRoquete Pinto. Foi a primeira emissora, no País, para fins educacionais, que oferecia cursosde Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia eTelefonia. Em 1936, a emissora foi doada ao Ministério da Educação e Saúde.
1934
Edgar Roquette-Pinto, instalou a Rádio–Escola Municipal no Rio, projeto para a entãoSecretaria Municipal de Educação do Distrito Federal. Os estudantes tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas, e também eram utilizadas as correspondências, via correio,para contato com os estudantes.
1939Em São Paulo, o Instituto Monitor foi o primeiro instituto brasileiro a oferecersistematicamente cursos profissionalizantes à distância por correspondência - na épocaainda denominado como Instituto Rádio-Técnico Monitor.
1941
Surge o Instituto Universal Brasileiro, de acordo com Alves, 2011), fundado por um ex-sóciodo Instituto Monitor, já formou mais de 04 milhões de pessoas e hoje possui cerca de 200 mil alunos; juntaram-se ao Instituto Monitor e ao Instituto Universal Brasileiro outrasorganizações similares, que foram responsáveis pelo atenmdimento de milhões de alunosem cursos abertos de iniciação profissionalizante a distância. Algumas dessas instituiçõesatuam até hoje. Ainda no ano de 1941, surge a primeira Universidade do Ar, que durou até1944. Que foi o segundo instituto a oferecer cursos profissionalizantes.
1946
O SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) iniciou suas atividades edesenvolveu, no Rio de janeiro e São Paulo, a Universidade do Ar, que em 1950 já atingia318 localidades e 80 alunos; em 1973, iniciou os cursos por correspondência. Seguiu omodelo da Universidade de Wisconsin – USA. ALVES (1994).
1959Início das Escolas Radiofônicas em Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, dandoorigem ao Movimento de Educação de Base, que foi um marco na EaD não formal no Brasil.
1960
Inicio da ação sistematizada do Governo Federal; contrato entre MEC (Ministério daEducação e Cultura e a CNBB: expansão do sistema de escolas radiofônicas aos estadosnordestinos, que faz surgir o MEB (Movimento de Educação de Base), sistema deEducação a Distância não formal.
1962Foi fundada, em São Paulo, a Occidental Schools , de origem americana, sendo atuante nocampo da eletrônica. Possuía, em 1980, alunos no Brasil e em Portugal.
1965Inicio dos trabalhos da Comissão para Estudos e Planejamento da Radiodifusão Educativa.
MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
24
1966 a 1974
Instalação de oito emissoras de Televisão Educativa: TV Universitária de Pernambuco, TVEducativa do Rio de Janeiro, TV Cultura de São Paulo, TV Educativa do Amazonas, TVEducativa do Maranhão, TV Universitária do Rio Grande do Norte, TV Educativa do EspíritoSanto e TV Educativa do Rio Grande do Sul.
1967
Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de São Paulo com o objetivo depromover atividades educativas e culturais através do rádio e da televisão (iniciou suastransmissões em 1969); constituída a Feplam (Fundação Educacional Padre Landell deMoura), instituição privada sem fins lucrativos, que promove a educação de adultos atravésde. Teleducação por Multimeios. Em 1967 na área de Educação Pública, o IBAM – InstitutoBrasileiro de Administração Municipal iniciou suas atividades em EaD, utilizando ametodologia de ensino por correspondência.
1969TVE Maranhão/CEMA (Centro Educativo do Maranhão): programas educativos para a 5"serie, inicialmente em circuito fechado e a partir de 1970 em circuito aberto, também para a6" serie.
1971
Nasce a ABT – inicialmente como Associação Brasileira de Tele–Educação, que jáorganizava desde 1969 os Seminários Brasileiros de Teleducação atualmente denominadosSeminários Brasileiros de Tecnologia Educacional. Foi pioneira em cursos à distância,capacitando os professores através de correspondência.
1972Criação do Prontel (Programa Nacional de Teleducação) – que fortaleceu o Sinred–Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa.
1973-74
Projeto SACI conclusão dos estudos para o Curso Supletivo "João da Silva", sob o formatode telenovela, para o ensino das quatro primeiras séries do 1º grau; o curso introduziu umainovação pioneira no mundo, um projeto – piloto de tele – didática da TVE, que conquistou oprêmio especial do Júri Internacional do Prêmio Japão.
1974
TVE Ceará começa a gerar tele–aulas; o Ceteb (Centro de Ensino Técnico de Brasília)inicia o planejamento de cursos em convênio com a Petrobras para capacitação dosempregados desta empresa e do projeto Logus II, em convênio com o MEC, para habilitarprofessores leigos sem afastá–los do exercício docente.
1978Lançado o Telecurso de 2º Grau, pela Fundação Padre Anchieta (TV Cultura/SP) eFundação Roberto Marinho, com programas televisivos apoiados por fascículos impressos,para preparar o tele-aluno para os exames supletivos.
1979
Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa/MEC; dando continuidade ao Curso "João da Silva", surge o Projeto Conquista, também como telenovela,para as ultimas séries do primeiro grau; começa a utilização dos programas dealfabetização por TV – (MOBRAL), em recepção organizada, controlada ou livre, abrangendotodas as capitais dos estados do Brasil.
1979 a 1983
É implantado, em caráter experimental, o Posgrad – pós-graduação Tutorial à Distância – pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior) do MEC,administrado pela ABT (Associação Brasileira de Tecnologia Educacional) com o objetivo decapacitar docentes universitários do interior do país.
1981FCBTVE trocou sua sigla para FUNTEVE: Coordenação das atividades da TV Educativado Rio de Janeiro, da Radio MEC-Rio, da Radio MEC-Brasília, do Centro de CinemaEducativo e do Centro de Informática Educativa.
1983/1984Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul. Inicio do "Projeto Ipê", da Secretaria daEducação do Estado de São Paulo e da Fundação Padre Anchieta, com cursos puraatualização e aperfeiçoamento do magistério de 1º e 2º Graus, utilizando–se de multimeios.
MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
25
1988
"Verso e Reverso – Educando o Educador": curso por correspondência para capacitaçãode professores de Educação Básica de Jovens e Adultos/ MEC Fundação Nacional paraEducação de Jovens e Adultos (EDUCAR), com apoio de programas televisivos através daRede Manchete.
1991
A Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica e secretariasestaduais de Educação implantam o Programa de Atualização de Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do ensino fundamental e alunos dos cursos de formação deprofessores. Na segunda fase, o projeto ganha o titulo de "Um salto para o futuro".
1992
O Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT (Universidade Federaldo Mato Grosso), em parceria com a Unemat (Universidade do Estado do Mato Grosso) e aSecretaria de Estado de Educação e com apoio da Tele-Universite du Quebec (Canadá),criam o projeto de Licenciatura Plena em Educação Básica: 1º a 4º series do 1º grau,utilizando o EAD. 0 curso é iniciado em 1995.
1996 A Lei de Diretrizes de Bases da Educação, LDB regulamenta a EaD no Brasil.
MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tabela 1 – Marcos Históricos da Educação a Distância no Brasil
A história da EaD no Brasil registra nas décadas de 60 e 80 a criação de
novas entidades com fins de desenvolvimento da educação por correspondência.
Um levantamento feito com o apoio do Ministério da Educação, no fim dos anos 70,
apontava a existência de 31 estabelecimentos de ensino utilizando-se da
modalidade a Distância, distribuídos em grande parte nos estados de São Paulo e
Rio de Janeiro (ALVES, 1994, p. 17).
Pode-se afirmar, de acordo com a Tabela 1 acima, que a EaD, desde seu
início, mostrou-se como uma modalidade que vem crescendo exponencialmente, até
à criação da LDB em 1996, com a utilização de métodos como a correspondência,
sistemas de rádio, sistemas de emissoras de TV, os telemeios.
A capacitação de professores via correspondência, através de Seminários de
tele-educação, a criação de cursos supletivos, cursos no sistema de teleaulas,
asseguravam qualificação para os professores que já exerciam suas funções sem
ter que tirá-los efetivamente da sala de aula.
De acordo com Silva (2002), as competências científicas e pedagógicas dos
professores de EaD e suas atitudes, em relação ao processo de transformação e
assimilação de conhecimentos, são fundamentais para o bom desempenho do aluno
no processo educacional como um todo. No caso específico do professor de ensino
universitário, a autora relata que percebe que ele possui uma carga maior de
26
responsabilidade, pois, além de estar ligado à produção de trabalhos científicos,
deve desenvolver práticas pedagógicas para utilizar em suas aulas, no sentido de
promover a disseminação do conhecimento científico.
Para melhor desenvolver seus trabalhos, além de ampliar seus conhecimentos, alguns docentes dispõem dos mais avançados meios de comunicação. Estes meios poderão ser utilizados para que professores ministrem ou participem de aulas presenciais ou à distância. Há quem não acredite no melhor desempenho do professor diante das novas tecnologias e anuncie seu fim devido a presença física do computador e também em decorrência de uma falência pedagógica e epistemológica (SILVA, 2002, p. 79-80).
Carvalho e Barbieri (1997), contrários a esta afirmação, argumentam que as
máquinas podem substituir o trabalho humano, mas não o conhecimento intelectual.
Os autores veem o professor como alguém que deve interagir com os alunos de
forma a facilitar suas expectativas educacionais e a instigar sua imaginação;
acreditam que o computador, mesmo com todos os seus inúmeros recursos, jamais
possibilitará o grau de interatividade que se alcança na relação entre o professor e o
aluno.
(...) os avanços tecnológicos não estão acoplados aos programas de formação de professor, pelo menos no Brasil. É preciso saber até que ponto ter acesso ao computador, integrar uma rede provoca mudanças nos programas dos cursos na Universidade, que são centros lógicos de produção de conhecimento e de formação profissional (CARVALHO, BARBIERI, 1997, p. 20).
Silva (2002) afirma que os professores inseridos na Educação a Distância
terão maiores perspectivas de trabalho, mas, em contrapartida, enfrentarão outros
desafios, terão que trabalhar com seus alunos na modalidade em um plano mais
criativo e inventivo possível para motivá-los a frequentarem as aulas e executarem
as atividades propostas.
Esse professor deve possuir um perfil específico para modalidade, deve ser
aquele que possui conhecimentos da plataforma e dos métodos de ensino. De
acordo com Gatti (2010), vários pesquisadores analisaram, durante a década de 90,
as necessidades de oferecerem aos professores uma qualificação compatível com
as exigências sociais e profissionais para seu nível de atuação. Com isso, foram
surgindo alternativas de formação que foram desenvolvidas em várias instituições
públicas de Ensino Superior, em diversos pontos do país.
27
A autora afirma que algumas dessas iniciativas passaram a incorporar a
Educação a Distância como forma de atingir, sobretudo, os professores em exercício
nas escolas públicas que não possuem uma formação escolar condizente com as
exigências para o exercício profissional da docência.
E a necessidade de profissionais na modalidade em EaD, que detenham
conhecimentos de tecnologias e das boas práticas da plataforma é cada vez maior,
daí a necessidade de preparar esses professores para desempenhar suas funções
de forma consistente, como já veem fazendo algumas instituições.
As propostas de formação de professores na modalidade educação à distância, por exemplo, as desenvolvidas no Estado de Mato Grosso, envolvendo as Universidades Federal e Estadual e a Secretaria de Educação, o programa Salto para o Futuro, o Pro formação, o PEC Universidade, em São Paulo, o Programa desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná, trouxeram condições para se sair de discussões sobre "o que aconteceria se..." para o plano das reflexões sobre práticas concretas e seus desdobramentos. Com isso, a questão da qualidade desejável para essa modalidade formativa, postulada teoricamente, pode enriquecer-se do confronto com as práticas. Educar e educar-se a distância requer condições muito diferentes da escolarização presencial. Os alunos em processos de educação a distância não contam com a presença cotidiana e continuada de professores, nem com o contato constante com seus colegas. Embora possam lidar com os temas de estudo disponibilizados em diferentes suportes, no tempo e nos locais mais adequados para seus estudos, num ritmo mais pessoal, isso exige determinação, perseverança, novos hábitos de estudo, novas atitudes em face da aprendizagem, novas maneiras de lidar com suas dificuldades. Por outro lado, os educadores envolvidos com os processos de ensino a distância têm de redobrar seus cuidados com as linguagens, aprender a trabalhar com multimídia e equipamentos especiais, maximizar o uso dos momentos presenciais, desenvolver melhor sua interlocução via diferentes canais de comunicação, criando nova sensibilidade para perceber o desenvolvimento dos alunos com quem mantêm interatividade por diferentes meios e diferentes condições (GATTI, 2010, p. 142).
Tanto o professor como os alunos da modalidade à distância devem ser
preparados para esse novo ambiente de aprendizagem, se envolver com as formas
de disponibilização de material didático, disciplina com a forma de assimilação de
conteúdo. O professor deve dispor de alguns momentos presenciais para se mostrar
presente ao aluno e, por sua vez, os alunos devem se comprometer mais com as
formas de execução de exercícios e tarefas no ambiente digital. E para ser capaz de
integrar a informática nas atividades pedagógicas, Valente (2003) define quatro
pontos fundamentais na formação do professor:
� Propiciar ao professor condições para entender o computador como uma maneira de representar o conhecimento, provocando um
28
redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas ideias e valores. � Propiciar ao professor a vivência de uma experiência que contextualiza o conhecimento que ele constrói. É o contexto da escola e a pratica dos professores que determinam o que deve ser abordado nas atividades de formação; � Prover condições para o professor construir conhecimento sobre as técnicas computacionais, entender por que e como integrar o computador em sua prática pedagógica e ser capaz de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica. A integração do conhecimento do conhecimento computacional, da prática pedagógica e das especificidades institucionais possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo voltada para a resolução de problemas específicos de interesse de cada aluno; � Criar condições para que o professor saiba recontextualizar o que foi aprendido e a experiência vivida durante a formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingi. Sem esta contextualização, o professor tende a impor seu contexto de trabalho um conhecimento que foi adquirido em uma situação diferente da sua realidade (VALENTE, 2003, p. 3).
Azevedo (2000) registra que atualmente exige-se, por parte do professor, uma
grande mudança, onde é importante não confundir essa nova atuação com o
aprendizado operacional de novas tecnologias. Não se trata apenas de ensinar o
professor a utilizar o computador, navegar na internet ou mesmo utilizar o e-mail.
Aprender a usar o computador e seus periféricos para a utilização da EaD não faz
de ninguém um professor dessa modalidade, ele precisa antes de mais nada ser
convertido a uma nova pedagogia.
Conforme afirma Santos (2008):
Não é apenas mais um novo meio no qual ele tem que aprender a se movimentar, mas é uma nova proposta pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática educacional. Assumir o papel de companheiro, liderança, animador comunitário é algo diferente do que tem sido sua atividade na educação convencional. Suas habilidades deverão estar além do domínio de um conteúdo ou de técnicas didáticas, mas na capacidade de mobilizar a comunidade de aprendizes em torno da sua própria aprendizagem, de fomentar o debate, manter o clima para a ajuda mútua, incentivar cada um a se tornar responsável pela motivação de todo o grupo (SANTOS, 2008, p. 61).
A autora afirma, também, que a maior parte do tempo do professor da EaD
não é lecionar, mas acompanhar, gerenciar, supervisionar, avaliar o que está
acontecendo ao longo do curso. Diz que o professor orienta mais do que explica,
(que também pode acontecer na educação presencial), mas, até agora, desenvolve-
se a cultura da centralidade do papel do professor como falante, o que informa, o
29
que dá as respostas. A EaD de qualidade nos mostra algumas formas de focar mais
a aprendizagem do que o ensino.
Há uma grande preocupação do professor em relação ao seu
“Estranhamento” com as novas tecnologias, como afirma Santos (2008). Mas,
sempre novos recursos surgirão e abrirão novas possibilidades para a melhoria dos
processos educacionais.
Santos (2008) descreve quatro grandes grupos ou área de competência
necessárias para a docência on-line:
1 – Competência pedagógica (Domínio dos métodos de ensino-aprendizagem) e técnicas (domínio do conteúdo); 2 – Competências sócio-efetivas (capacidade de criação de um ambiente interpessoal favorável à aprendizagem); 3 – Competências gerenciais (capacidade de organização e coordenação das atividades e procedimentos relativos ao curso); 4 – competências tecnológicas (domínio das tecnologias de informação e de comunicação requeridas para a condução das atividades) (SANTOS, 2008, p. 61).
Santos (2008) também categoriza as competências necessárias ao professor
da EaD em três grande áreas, que são: tecnológicas, mediação e administrativa.
Não considerando as competências relativas ao domínio dos conteúdos tratados,
bem como as habilidades genéricas de docência, a fim de focalizar, apenas, as
competências específicas da docência nessa modalidade.
1 - Competências Tecnológicas. Envolvem o uso adequado de tecnologias de informação e de comunicação, como: Fórum, E-mail, Chat, Videoconferência, etc. 2 – Competências de facilitação (mediação). Envolvem capacidades de promover e coordenar discussões, construir relacionamentos e ambiente interpessoal positivo e motivador, entre outras. 3 – Competências Administrativas. Incluem capacidades tais como: planejar atividades, administrar o tempo, orientar procedimentos, organizar o trabalho cooperativo dos aprendizes, acompanhar e adaptar as atividades de aprendizagem conforme necessidade (SANTOS, 2008, p. 62).
E ainda, referindo-se ao perfil do professor da EaD, Santos (2008) aponta um
estudo de Collins e Berge (1996) que relatam sobre algumas mudanças ocorridas
nos papeis assumidos por professores e alunos.
Relevante que o formato on-line passa a ser um componente importante na
experiência de ensino-aprendizagem de acordo com que cita Santos (2008):
30
� O professor passa de palestrante e oráculo para consultor, orientador e provedor de recursos;
� O professor se torna um questionador eficiente em vez de um provedor de respostas;
� O professor propõe experiências de aprendizagem em vez de apenas apresentar conteúdos;
� O professor apresenta apenas a estrutura inicial do trabalho do aluno, encorajando o auto-direcionamento crescente;
� O Professor apresenta múltiplas perspectivas sobre cada tópico, enfatizando aspectos salientes;
� De professor solitário ele passa a ser um membro de uma equipe de aprendizagem;
� O professor deixa de ter total controle do ambiente de ensino, ele passa a compartilhá-lo com o aluno como um co-aprendiz;
� O professor se torna mais sensível aos estilos de aprendizagem dos alunos;
� Há um rompimento das estruturas de poder entre professor e aluno (SANTOS, 2008, p. 63).
Santos (2008) ainda destaca que as diferenças entre o contexto educacional
presencial e o virtual fazem com que o processo de mudança de um meio para outro
não seja fácil para muitos professores. É um processo de transformação em que o
professor deve desenvolver habilidades de criação e comunicação, de forma a se
adaptar com a nova modalidade de ensino.
Há quem diga que a atuação dos professores na modalidade a Distância não
difere da modalidade presencial, como afirma Belloni apud Tavares (1999) e não
discute a formação do professor para atuar em EaD de forma separada da questão
da formação do professor para atuar no ensino presencial, em que as situações
educativas estão cada vez mais midiatizadas. Tal abordagem sugere, por um lado, a
existência de competências comuns à atuação do professor nos ambientes
presencial e a distância e, por outro, a expectativa de uma crescente incorporação
de novas tecnologias de comunicação e informação à modalidade presencial.
Como a Educação a Distância no Brasil apresenta crescimento exponencial
como percebido na Tabela 1, e aliado a este crescimento, há o aumento do
interesse da sociedade em adquirir conhecimentos e requerer seus direitos através
das políticas públicas.
Podemos perceber que as políticas públicas sociais garantem oportunidades
de crescimento e desenvolvimento do cidadão e do meio em que vive. A EaD
estimula e vem diminuindo a grande desigualdade social existente, visto que oferece
31
acesso a educação às pessoas com diversos tipos de dificuldades para se deslocar
aos grandes centros.
O Governo Federal, por meio de leis, garante aos cidadãos essa ascensão
facilitando a expansão da EaD em todo o Brasil. O avanço das tecnologias favorece
esta modalidade de ensino e aproxima o aluno do professor através de seus
recursos cada vez mais avançados.
1.1 - A EAD NAS ATUAIS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO
Em 27 de maio de 1996, foi criada a SEED (Secretaria de Educação a
Distância) através do decreto nº 1917 do MEC (Ministério da Educação) para colocar
em prática as ações e as políticas em EAD. O MEC, por meio da SEED, atua como
agente de inovação tecnológica nos processos de ensino-aprendizagem,
sustentando a incorporação de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de
educação a distância aos métodos didático-pedagógicos, promovendo a pesquisa e
o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas
escolas públicas brasileiras.
A Lei n.º 9.394 de 20 de Dezembro de 1996, em seu artigo 1º, aponta que a
educação deve abranger os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa,
nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais. A Lei disciplina a educação escolar, que deve se desenvolver,
predominantemente, por meio do ensino em instituições próprias e vincular-se ao
mundo do trabalho e à prática social. Em seu artigo 3º, a educação deve ser
ministrada com base nos seguintes princípios:
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV- respeito à liberdade e apreço à tolerância; V- coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX- garantia de padrão de qualidade; X- valorização da experiência extraescolar; XI- vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996).
32
Cinco anos após a aprovação da LDB, em 18 de outubro 2001, o MEC
aprovou a Portaria nº 2.253. O Art. 1º desta Portaria determina que: "As instituições
de Ensino Superior do sistema federal de ensino poderão introduzir, na organização
pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de
disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem método não presencial".
Entretanto, a mesma Portaria define que as IES podem ofertar até o máximo de 20%
das disciplinas à distância.
Em seu artigo 80, a LDB (Lei n. 9.394) incentiva o desenvolvimento e a
veiculação de programas de Educação a Distância, em todos os níveis e
modalidades de ensino, e de educação continuada, determina que.
§ 1º A Educação a Distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. § 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação à distância. § 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação à distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. § 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder público; II- concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais (BRASIL, 1996).
Em 13/12/2004, o Ministério da Educação publica no Diário Oficial da União,
Seção 1, p. 34, a Portaria n° 4.059, de 10 de Dezembro de 2004, que resolve em
seu artigo 1°, que as instituições de Ensino Superior poderão introduzir, na
organização pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a
oferta de disciplinas integrantes do currículo que utilizem modalidade
semipresencial, com base no artigo 81 da Lei n. 9.394, de 1996.
A Portaria 4.059 de 2004 dispõe que poderão ser ofertadas as disciplinas
referidas no caput, integral ou parcialmente, desde que esta oferta não ultrapasse
20% (vinte por cento) da carga horária total do curso.
Caracteriza a modalidade semipresencial como quaisquer atividades
didáticas, módulos ou unidades de ensino-aprendizagem centradas na
33
autoaprendizagem e com a mediação de recursos didáticos organizados em
diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota.
De acordo com o Decreto n.º 5.622 de 19 de Dezembro de 2005, que
disciplina o artigo 80 da lei 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, o Decreto
caracteriza a Educação a Distância como uma modalidade educacional, na qual a
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
Também prevê que a EaD possui gestão e avaliações peculiares, para as quais
deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:
I - avaliações de estudantes; II - estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; e IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso (BRASIL, 2005).
Conforme o Decreto nº. 5.622, mesmo a modalidade sendo no formato a
distância, há a necessidade dos momentos presenciais, de encontros e execução
das avaliações na forma presencial, a execução de estágio obrigatório para praticar
aquilo que foi aprendido, na finalização dos cursos a apresentação dos trabalhos de
conclusão e as atividades práticas executadas em laboratório, no caso de cursos e
disciplinas que necessitam dessas atividades.
Segundo o decreto, a EaD também poderá ser ofertada nos seguintes níveis
e modalidades educacionais:
• Na Educação Básica, desde que as instituições credenciadas para a oferta
da Educação a Distância solicitem autorização, junto aos órgãos normativos
dos respectivos sistemas de ensino, para oferecer os ensinos fundamental e
médio à distância e de forma que o ensino fundamental seja presencial,
sendo a Educação a Distância como uma complementação da aprendizagem
ou em situações emergenciais.
• Na Educação de Jovens e Adultos, para aqueles que não tiveram acesso
ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria,
de acordo com Art. 37 da Lei 9.394 de dezembro de 1996.
34
• Educação especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes;
• Educação Profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas:
o Técnicos, de nível médio; e
o Tecnológicos, de nível superior;
• Na Educação Superior, de acordo com o Decreto (n°. 5.622), abrangendo os
seguintes cursos e programas:
a) sequenciais; b) de graduação; c) de especialização; d) de mestrado; e e) de doutorado (BRASIL, 2005).
O artigo 3º do Decreto n° 5.622 de 19 de dezembro de 2005, dispõe sobre a
criação, organização, oferta de cursos e programas a Distância que deverão
observar o estabelecido na legislação e em regulamentações em vigor, para os
respectivos níveis e modalidade de educação nacional.
Segundo o Decreto 5.622 de 2005, não existe um modelo único de Educação
a Distância, e os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas
combinações de linguagens e recursos educacionais e tecnológicos para atender a
demanda educacional.
O parágrafo 1º do artigo 3° estabelece que todos os cursos e programas na
modalidade a Distância deverão ser desenvolvidos com a mesma duração definida
para os respectivos cursos na modalidade presencial. Já o parágrafo 2º dispõe que
os cursos e programas a Distância poderão aceitar transferência e aproveitar
estudos realizados pelos estudantes em cursos e programas presenciais, da mesma
forma em que as certificações totais ou parciais obtidas nos cursos e programas a
distância poderão ser aceitas em outros cursos e programas a distância e em cursos
e programas presenciais.
O Decreto n° 5.622 em seu artigo 4º, define que todos os alunos da
Modalidade de Educação a Distância, para fins de promoção, conclusão de estudos
e obtenção de diplomas ou certificados deverão cumprir as atividades programadas
e realizar os exames exclusivamente presenciais que devem ser elaborados pela
35
própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios
definidos no projeto pedagógico do curso ou programa, os resultados deverão
prevalecer sobre os demais obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a
distância.
De acordo com o artigo 5° do mesmo Decreto, os diplomas e certificados
emitidos de cursos à distância em nível superior, expedidos por instituições
credenciadas e registradas na forma da lei, terão validade nacional e sua emissão
vinculada à legislação educacional pertinente.
De acordo com o artigo 6º do Decreto n° 5.622, os convênios e acordos de
cooperação celebrados para fins de oferta de cursos ou programas a distância entre
instituições de ensino brasileiras, devidamente credenciadas, e suas similares
estrangeiras, deverão ser previamente submetidos à análise e homologação pelo
órgão normativo do respectivo sistema de ensino, para que os diplomas e
certificados emitidos tenham validade nacional.
O artigo 9º do Capítulo II dispõe do credenciamento de instituições para a
oferta de cursos e programas a Distância, que se destina a Instituições públicas e
privadas, desde que comprovada a excelência e relevante produção em pesquisa.
Para todo curso que for solicitada autorização para funcionando na modalidade em
EaD, a Instituição tem o prazo de 12 meses, a partir da data de publicação do
respectivo ato, e autorização concedida, para iniciar o curso. A criação, organização,
oferta e desenvolvimento de cursos e programas a distância deverão observar ao
estabelecido na legislação em regulamentações em vigor, para os respectivos níveis
e modalidades da educação nacional, de acordo com o Decreto 5.622.
I - credenciamento e renovação de credenciamento de instituições para oferta de educação à distância; e II - autorização, renovação de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento dos cursos ou programas a distância (BRASIL, 1996).
Os alunos que estiverem inseridos nesses programas de Educação a
Distância, para obter seus diplomas e certificados, deverão cumprir com suas
obrigações estudantis, como a entrega de trabalhos, a efetivação das devidas
avaliações presenciais, estágios obrigatórios e os exercícios de laboratório quando
exigidos nos cursos.
36
O governo federal, com o objetivo de incentivar a expansão da EaD, aprovou
a Lei nº 11.273, de 06 de fevereiro de 2006, que cria bolsas de estudo e de
pesquisa para professores comprometidos com a Educação a Distância, tutores e
participantes de cursos ou programas de formação inicial. Através desta lei, é
garantida uma bolsa de até R$ 1.200,00, além do salário, para professores
envolvidos em projetos dessa modalidade, e especificamente aos professores que
estiverem em efetivo exercício no magistério da rede pública de ensino, de acordo
com a Lei 11.502 de 2007 e vedando a acumulação de mais de uma bolsa de
estudos ou pesquisa nos programas.
Em 2007, através do Decreto 5.622, o MEC divulgou os referenciais de
Qualidade em seu site para a modalidade em Educação Superior a Distância, com o
objetivo de orientar as IES a conseguirem maior qualidade em seus produtos
(cursos) e processos, como a integração de políticas, diretrizes e padrões de
qualidade definidos para o ensino como um todo e para o curso específico.
Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque:
a) a caracterização de EaD visando instruir os sistemas de ensino; b) o estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos estudantes em relação às avaliações feitas a distância; c) maior explicitação de critérios para o credenciamento no documento do plano de desenvolvimento institucional (PDI), principalmente em relação aos polos descentralizados de atendimento ao estudante; d) mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas; e) permissão de estabelecimento de regime de colaboração e cooperação entre os Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas para: troca de informações; supervisão compartilhada; unificação de normas; padronização de procedimentos e articulação de agentes; f) previsão do atendimento de pessoa com deficiência; g) institucionalização de documento oficial com Referenciais de Qualidade para a educação à distância (BRASIL, 2007, p. 5-6).
Esses indicadores se referem à identidade da EaD, à equipe profissional
multidisciplinar, à comunicação/interatividade entre professor e aluno (tutoria), à
qualidade dos recursos educacionais, à infraestrutura de apoio, às avaliações de
qualidade contínua e abrangente, aos convênios e parcerias, bem como aos editais
e informações sobre o curso à distância e os custos de implementação e
manutenção.
37
A Portaria Normativa MEC nº 40 de 13 de dezembro de 2007, dispõe a
respeito dos procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na
modalidade à distância e define que somente IES credenciadas podem ofertar
cursos superiores à distância e reafirma a necessidade de polos estruturados para
atender às atividades presenciais obrigatórias.
Litto (2007), em entrevista a Revista Eletrônica Universa, afirma que o
governo dificulta o desenvolvimento da EaD no Brasil, e faz duras críticas ao MEC
(Ministério da Educação e Cultura). O autor afirma que o Governo Federal intervém
excessivamente nas regras do jogo e torna a vida das instituições de ensino
“extremamente difícil”.
O autor, quando questionado sobre a avaliação geral da EaD no Brasil,
responde:
“Estamos bem, mas poderíamos ir melhor se tivéssemos menos regulamentação por parte do governo. O governo é meio paranoico, acha que têm alguns malandros que querem ganhar dinheiro fácil com um monte de trabalho inadequado e, por isso, baixa um monte de legislação que faz com que aqueles que não são malandros tenham uma vida extremamente difícil. Por causa da ação inadequada de alguns poucos, todos sofrem. E fica difícil para fazer investimentos para expandir a EAD, atrair alunos, inovar os currículos, os cronogramas... Então temos um excesso de legislação e isso nos atrapalha” (VERSIA, 2007, p. 1-2).
Uma das dificuldades encontradas na Legislação, apontadas por Litto (2007),
é fazer com que as Instituições de Ensino que oferecem a Modalidade em EaD
construam polos de atendimento presencial numa distância menos do que duas
horas de distância da região onde a instituição esteja fisicamente instalada. O autor
critica que essa legislação foi baixada de um dia para outro, não houve um aviso
prévio, e que o Governo iria fazer fiscalizações em cada polo. O autor menciona
também que com essa Legislação, em cada polo a Instituição responsável deve
pagar o valor de R$ 7 mil, além das despesas de viagem e hospedagem da equipe
de averiguadores. Sendo feito isso com um mês de antecedência, então se a
instituição tem mil polos espalhados pelo Brasil, como algumas universidades tem,
isso significa R$ 7 Milhões que a instituição deve pagar ao MEC, diz Litto (2007).
O autor também afirma que há um desconhecimento por parte do governo,
até do ponto de vista técnico em relação a EaD, e afirma que no exame do MEC de
2006 dos formados nas universidades brasileiras, em nove disciplinas dentro de um
38
grupo de 13, os alunos que estudaram à distância se saíram melhores do que os
que estudaram na modalidade presencial, O autor fala dos alunos de nível de
graduação, pois tem mais disciplina e são mais maduros, estando na faixa dos 24 a
35 anos, como menciona o autor.
O autor propõe algumas medidas para o MEC para facilitar a vida da EaD:
O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem legislação regulando a EAD. Nos outros países não têm nenhuma legislação específica. EAD é tratada como educação, Ensino Superior. Uma universidade é avaliada na sua educação, seja presencial ou à distância. Vamos eliminar toda legislação específica e dizer que cada instituição será avaliada nos seus trabalhos presenciais e à distância ao mesmo tempo. Outra possibilidade, e gosto muito disso, é que uma sociedade madura acredita na qualidade de seus cidadãos e suas instituições praticam autorregulamentação, como a indústria de publicidade faz aqui no Brasil e funciona muito bem. O artigo 207 da Constituição diz que todas as universidades têm autonomia para fazer o que bem entenderem em sua pedagogia, atividades didáticas, administração e uso de dinheiro (LITTO, 2007, p. 03).
O autor reconhece que o MEC não observa essa autonomia das
Universidades;
Autonomia significa independência para fazer o que quiser, e não funciona. Aí a coisa mais maluca é que as universidades como a USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) não precisam pedir permissão do MEC para nada, porque estão sujeitos ao governo estadual. O brasileiro não quer levantar e lutar pelos seus direitos, e isso acontece em todo o Ensino Superior. As universidades falam “salamaleiko” diante do MEC, submetem todos seus currículos, cursos, programas e tudo o mais. A Constituição dá autonomia e o próprio MEC não quer essa autonomia. O MEC quer justificar sua existência, quer ter controle (LITTO, 2007, p 03).
Conforme a Secretaria de Educação a Distância (2007), através do seu
documento referente aos Referenciais de Qualidade para Educação Superior a
Distância, não há um modelo único de educação a Distância. Os programas podem
apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de linguagens e recursos
educacionais e tecnológicos.
Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve
ser comum a todos aqueles que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a
compreensão de educação como fundamento primeiro, antes de se pensar no modo
de organização a Distância.
Ainda de acordo com o Documento, embora a modalidade a distância possua
características, linguagem e formato próprios, exigindo administração, desenho,
39
lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de
infraestrutura e pedagógicos condizentes, essas características só ganham
relevância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa.
Disto, decorre que um projeto de curso superior à distância precisa de forte
compromisso institucional, em termos de garantir o processo de formação que
contemple:
• A dimensão técnico científica para o mundo do trabalho.
• A dimensão política para a formação do cidadão.
Devido à complexidade e à necessidade de uma abordagem sistêmica,
referenciais de qualidade para projetos de cursos na modalidade a distância devem
compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos,
recursos humanos e infraestrutura.
E para dar conta destas dimensões, devem estar integralmente expressos no
Projeto Político Pedagógico de um curso na modalidade à distância os seguintes
tópicos:
(i) Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; (ii) Sistemas de Comunicação; (iii) Material didático; (iv) Avaliação; (v) Equipe multidisciplinar; (vi) Infraestrutura de apoio; (vii) Gestão Acadêmico-Administrativa; (viii) Sustentabilidade financeira (BRASIL, 2007).
O item “Avaliação” compreende a Avaliação da Aprendizagem em geral como:
Avaliação Institucional, Organização Didática Pedagógica, Corpo Docente, Corpo de
Tutores, Corpo Técnico Administrativo e Discente.
No item “Equipe multidisciplinar”, a Educação a Distância possui uma
diversidade de modelos, que resulta em possibilidades diferenciadas de composição
dos recursos humanos necessários à estruturação e funcionamento de cursos nessa
modalidade.
a) Corpo docente, vinculado à própria instituição, com formação e experiência na área de ensino e em educação à distância; b) Corpo de tutores com qualificação adequada ao projeto do curso;
40
c) Corpo de técnico-administrativos integrado ao curso e que presta suporte adequado, tanto na sede como nos polos; d) Apoio à participação dos estudantes nas atividades pertinentes ao curso, bem como em eventos externos e internos (BRASIL 2007).
Os Recursos Humanos dessa Modalidade devem configurar uma equipe
multidisciplinar com funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos à
distância, nos quais as três categorias profissionais, docentes, tutores e pessoal
técnico-administrativo, devem estar em constante qualificação, possibilitando uma
oferta de qualidade.
Em primeiro lugar, é enganoso considerar que programas a distância minimizam o trabalho e a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores à distância, os professores veem suas funções se expandirem, o que requer que sejam altamente qualificados. Em uma instituição de Ensino Superior que promova cursos à distância, os professores devem ser capazes de: a) estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; b) selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; c) identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes; d) definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto complementares; e) elaborar o material didático para programas a distância; f) realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, em particular motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes; g) avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de Ensino Superior à distância (BRASIL, 2007).
De acordo com o MEC 2007, o projeto pedagógico dos cursos em EaD
oferecidos pelas Instituições de ensino, devem apresentar um quadro da
qualificação de todo corpo docente responsável pela coordenação do curso, pela
coordenação de cada disciplina, pela coordenação do sistema de tutoria e atividades
pertinentes a utilização da ferramenta e modalidade
É necessário a apresentação dos currículos e outros documentos necessários
para comprovação da qualificação dos docentes, inclusive, conforme o documento
(2007), especificando a carga horária semanal dedicada às atividades do curso.
Além disso, a instituição deve indicar uma política de capacitação e
atualização permanente destes profissionais.
Os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância do MEC
(2007), apontam o item Polo de Apoio Presencial, que segundo a Portaria Normativa
n° 02/2007, “é a unidade operacional para desenvolvimento descentralizado de
41
atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados
a distância” (BRASIL, Art. 2, 2007).
Nessas unidades serão realizadas atividades previstas em Lei, tais como
avaliações dos estudantes, defesas de trabalhos de conclusão de curso, aulas
práticas em laboratório específico, quando for o caso, estágio obrigatório, quando
previsto em legislação pertinente, além de orientação aos estudantes pelos tutores,
videoconferência, atividades de estudo individual ou em grupo, com a utilização do
laboratório de informática e da biblioteca.
De acordo com esse documento, essa unidade de apoio presencial,
desempenha um papel de grande importância para o sistema de educação a
distância, funcionando como um ponto de referência fundamental ao estudante.
Esses polos devem possuir horários de atendimento pré-estabelecidos e
diversificados, principalmente para incluir estudantes trabalhadores, e devem se
possível, funcionar durante todos os dias úteis da semana, incluindo sábado nos três
turnos.
Esses polos de apoio devem contar com estruturas essenciais, cuja finalidade
é assegurar a qualidade dos conteúdos ofertados por meio da disponibilização aos
estudantes de material para pesquisa e recursos didáticos para aulas práticas e de
laboratório, em função da área de conhecimento abrangida pelos cursos, tonando-se
fundamental a disponibilidade de biblioteca, laboratório de informática, com acesso a
Internet de banda larga, sala para secretaria, laboratório de ensino, salas para
tutorias e salas para exames presenciais.
A legislação mais recente sobre EaD é a Portaria n° 10, de 02 de julho de
2009 que fixa critérios para dispensa de avaliação in loco. Esses critérios dizem
respeito à comprovação da avaliação satisfatória, expressa no conceito da avaliação
institucional externa – CI e no índice Geral de Cursos – IGC mais recentes, que
devem ser iguais ou superiores a 04 (quatro).
Esses mesmos índices também são utilizados para as instituições que
solicitam credenciamento de novos polos presenciais, sendo adotada a visita de
42
avaliação por amostragem, também após a análise documental e seguindo as
seguintes proporções:
� Até 05 (cinco) polos, a avaliação in loco será realizada em 1 (um) polo,
à escolha da Secretaria da Educação.
� De 05 (cinco) a 20 (vinte) polos a avaliação in loco será realizada em 2
(dois) polos, um deles à escolha da Secretaria da Educação e o
segundo definido por sorteio.
� Mais de 20 (vinte) polos, a avaliação in loco será realizada em 10%
(dez por cento) dos polos, um deles à escolha da Secretaria da
Educação e os demais definidos por sorteio.
Após a assinatura do Decreto n° 7.480 de 16 de maio de 2011, a SEED teve
sua extinção decretada e seus programas e ações foram vinculadas à SECADI
(Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), que
faz a articulação com os sistemas de ensino, implementa políticas educacionais nas
áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, educação ambiental,
educação em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena,
quilombola e educação para relações étnico-raciais.
Vários programas, antes coordenados pela SEED, agora coordenados pela
SECADI, têm como objetivos tanto a educação de qualidade quanto a ampliação do
acesso à educação e aos materiais didáticos.
Os atuais programas e ações desenvolvidos pelo SECADI são:
� O programa de ampliação da oferta do Ensino Superior gratuito e de
qualidade no Brasil, através da EaD.
� O programa de Formação Inicial para Professores do Ensino
Fundamental e Médio se insere no esforço pela melhoria da qualidade
do ensino na Educação Básica realizado pelo Governo Federal por
meio do Ministério da Educação (MEC), com a coordenação das
Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação a Distância
43
(SEED) e com o apoio e participação das Secretarias de Educação
Especial (SEESP) e Educação Superior (SESu).
� O programa PRÓ-LICENCIATURA, curso destinado a professores que
não possuem a habilitação mínima legalmente exigida, mas
encontram-se lecionando no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio
em 2005.
� Os projetos envolvendo a produção de conteúdos educacionais digitais
multimídia nas áreas de Matemática, Língua Portuguesa, Física,
Química e Biologia do Ensino Médio e incentivando o uso de novas
tecnologias nas escolas, com os principais objetivos:
� Apoiar a produção de conteúdos educacionais digitais multimídia
para o enriquecimento curricular e o aprimoramento da pratica
docente;
� Incentivar produções nas áreas das ciências e tecnologias,
voltadas ao Ensino Médio;
� Fomentar o mercado nacional na produção de conteúdos
educacionais multimídia;
� Contribuir para a melhoria da formação docente, tanto inicial
quanto continuada;
� Tornar disponíveis conteúdos, metodologias, materiais e praticas
pedagógicas inovadoras no ensino de Química, Física, Biologia,
Matemática e Língua Portuguesa com ênfase na criatividade, na
experimentação e na interdisciplinaridade;
� Apoiar professores do Ensino Médio, proporcionando novas
oportunidades para o desenvolvimento profissional,
estimulando-os a tornar suas aulas e praticas pedagógicas, mais
interessantes e eficazes;
� Subsidiar e estimular o desenvolvimento de projetos nas escolas
como estratégia pedagógica;
44
� Fornecer ao professor e demais profissionais dedicados a
educação um espaço de alta interatividade para que ele possa
compartilhar duvidas e experiências pedagógicas, interagir com
seus pares e com especialistas, estabelecer redes de
cooperação e ter acesso a informações atualizadas e de
qualidade;
� Constituir uma cultura de produção para diversas plataformas,
em consonância com a convergência das mídias, baseada na
complementaridade e integração entre elas.
� O portal da Biblioteca Virtual1 de Domínio Público que foi lançado em
2004, oferecendo acesso gratuito a obras literárias, artísticas e
científicas em forma de textos, sons, imagens e vídeos, todas com
suas divulgações autorizadas.
� Programa DVD Escola, oferecendo às escolas públicas de educação
básica caixas com mídias de DVD, contendo aproximadamente 150
horas de programação produzidas pela TV Escola.
� Programa E-Proinfo, um ambiente colaborativo de aprendizagem, que
permite a concepção, administração e desenvolvimento de diversos
tipos de ações, como cursos a distância, complemento aos cursos
presenciais e projetos de pesquisa.
� O programa E-Tec Brasil, lançado em 2007, o sistema visa a oferta de
educação profissional e tecnológica à distância e tem o propósito de
ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio,
públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União, estados,
Distrito Federal e municípios. Os cursos são ministrados por
instituições públicas.
1 A Biblioteca Virtual possuía um acervo de mais de 123 mil obras e registrava cerca de 18,4 milhões de visitas, considerada como a maior biblioteca virtual do Brasil (dados divulgados em junho de 2009).
45
� Programa Banda Larga das Escolas - (PBLE), tem como objetivo
conectar todas as escolas públicas urbanas à internet, por meio de
tecnologias que propiciem qualidade, velocidade e serviços para
incrementar o ensino público no País. O Programa foi lançado em 04
de abril de 2008 pelo Governo Federal, por meio do Decreto nº 6.424
que altera o Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço
Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público – PGMU
(Decreto nº 4.769).
� O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), programa
educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da
informática na rede pública de educação básica, o programa leva às
escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais.
� Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia
Educacional (Proinfo Integrado), programa de formação voltada para o
uso didático-pedagógico das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) no cotidiano escolar, articulado à distribuição dos
equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta de conteúdos e
recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do Professor, pela
TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco
Internacional de Objetos Educacionais.
� A TV Escola, canal de televisão do Ministério da Educação que
capacita, aperfeiçoa e atualiza educadores da rede pública desde
1996. Sua programação exibe, nas 24 horas diárias, séries e
documentários estrangeiros e produções próprias, seus principais
objetivos são o aperfeiçoamento e valorização dos professores da rede
pública, o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem e a
melhoria da qualidade do ensino.
� Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), buscando ampliar e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior, por
meio da educação a distância, e tem como prioridade oferecer
formação inicial a professores em efetivo exercício na educação básica
46
pública, mas que ainda não possuam a graduação, oferece também
programas de formação continuada à aqueles que já possuam
graduação.
� Banco Internacional de Objetos Educacionais, portal para assessorar o
professor, com disponibilidade de recursos educacionais gratuitos para
o professor em diversas mídias e idiomas (áudio, vídeo,
animação/simulação, imagem, hipertexto, softwares educacionais) que
atendem desde a educação básica até a superior, nas diversas áreas
do conhecimento.
� O Programa um Computador por Aluno – Prouca, programa pelo qual
estados, municípios e o Distrito Federal podem adquirir computadores
portáteis para uso das suas redes públicas de educação básica, e o
Programa Projetor Proinfo, com o objetivo de levar os conteúdos
digitalmente para a sala de aula, tonando as aulas mais atraentes e
interativas.
Mencionamos algumas políticas e programas que regulamentam a Educação
a Distância no Brasil. O intuito dessas políticas é justamente oferecer um ensino de
qualidade e consistente aos nossos alunos e como isso são necessário os meios de
comunicação entre as Instituições de Ensino e seus alunos, através das Plataforma
informatizadas e seus docentes.
1.2 - MODELOS DE COMUNICAÇÃO E A DOCÊNCIA EM EAD
Brito (2003) afirma que as NTIC (Novas Tecnologias da Informação e
Comunicação) provocaram uma revolução não somente no campo da educação,
mas também influenciaram todo o estilo de vida da sociedade do final do século XX.
A característica principal que impulsionou sua aplicação na EAD foi a possibilidade
de manter, de forma fácil e rápida, a interação professor-aluno. A mediação desta
interação pode ser realizada por diversos métodos e técnicas que se utilizam de
abordagens síncronas e assíncronas.
As abordagens síncronas são aquelas, nas quais, professor e aluno devem
estar utilizando o meio no mesmo instante. Já nas assíncronas, a interação pode se
47
dar independente da presença de ambos, podendo ser realizada em momentos
distintos, conforme menciona Brito (2003).
Brito (2003) cita sobre as abordagens das duas modalidades:
As abordagens síncronas têm como vantagem a possibilidade de interação em tempo real, não sendo necessário esperar para obter respostas ou realizar discussões. Entretanto, sua utilização é limitada, não somente porque encontram mais empecilhos tecnológicos para serem implementadas. Como sempre haverá problemas de compatibilidade de horários, além das restrições de tempo do próprio professor que não poderá estar o tempo inteiro disponível para este tipo de interação. Como síncronas, podem ser citadas as interações mediadas por chat (bate-papo), telefone e videoconferência (BRITO, 2003, p. 63).
Brito (2003) também define o no modelo assíncrono:
Já, no modelo assíncrono não há necessidade da presença dos atores do processo ensino-aprendizagem no mesmo momento, tornando-se mais flexível à interação entre eles. A possibilidade de o aluno enviar suas dúvidas a qualquer momento e o professor poder respondê-las sem a preocupação da iminência do final da aula, estabelece uma dinâmica importante para o desempenho dos alunos e os estimula a criarem questões bem elaboradas, colaborando para a sistematização de suas dúvidas e uma melhor organização de seus questionamentos acerca do tema em estudo. Como exemplos do modelo assíncrono, podem ser citados: o correio eletrônico (e-mail), os fóruns de discussão, o correio, a televisão, as páginas web, as listas de discussão, dentre outros (BRITO, 2003, p. 63).
Entretanto, segundo Romani e Rocha (2001), alguns pontos que podem
interferir na efetividade dos mecanismos baseados em abordagem assíncrona, como
o tempo de resposta, de forma que as questões e ou considerações efetuadas pelo
aluno sejam prontamente respondidas, sob pena de desmotivar o aluno, a
sobrecarga de questionamentos ao professor, se tiver uma sobrecarga de
questionamentos muito grande, poderá não ter tempo o suficiente para responder a
todos além de causar certo atraso nas respostas aos alunos.
Romani e Rocha (2001) ainda destacam que um grande desafio para a
Educação a Distância é a forma de sistematização das questões por parte dos
alunos, pois as questões evasivas serão menos compreendidas pelo professor e
assim interferindo no tempo de resposta, podendo ocasionar desmotivação por parte
dos alunos em fazer outros questionamentos e em contra partida o professor
também deverá se preparar para responder de forma calara e objetiva as dúvidas
dos alunos.
48
Brito (2003) afirma que a Internet tem se mostrado como um meio natural
para a difusão da EaD em todo o mundo. O motivo principal é a diversidade de
ferramentas de interação que possui. Ademais, seu baixo custo e a popularização
alcançada desde a década de noventa, fez com que aos poucos fosse se tornando
parte indispensável na vida das pessoas. É claro que há muito que evoluir não
somente no aspecto tecnológico, mas, sobretudo no que diz respeito à sua
democratização, permitindo o acesso de camadas da população de baixa renda.
Já, Bittencourt (1999) relata que, como vantagens da Internet, há a
possibilidade do rompimento de barreiras geográficas de espaço e tempo,
permitindo ainda o compartilhamento de informações em tempo real, o que apoia o
estabelecimento de cooperação e comunicação entre grupos de indivíduos. Outro
ponto positivo da Internet é a disponibilidade de mecanismos de mediação síncronos
ou assíncronos, que podem ser utilizados ao mesmo tempo, ou não. A combinação
destes mecanismos torna a Internet um meio flexível e dinâmico para o
estabelecimento da EaD.
Diante disso, quando falamos em EaD e suas tecnologias, não poderíamos
deixar de falar sobre algumas linguagens utilizadas para o desenvolvimento ou
layout dos softwares (programas) que possibilitam a execução desses processos de
ensino e controle de tantos alunos pelo mundo e especificamente pelo Brasil.
Uma das linguagens iniciais na criação dessas plataformas foi o HTML, que
surgiu na década de 90. O HTML ou a Hypertext Markup Language, é uma
linguagem criada para a manipulação e exibição de hipertextos disponíveis em todos
os servidores da Internet. Por meio dela, é possível realizar a interligação entre
documentos com o auxílio de “links”, conforme relatos de Bittencourt (1999). A HTML
se apresenta como um dos principais mecanismos de apoio a EAD na Internet, visto
que sua utilização permite a disponibilização do material didático necessário para o
desenvolvimento das aulas, criando apostilas on-line que podem ser utilizadas pelos
alunos. Entretanto, suas possibilidades vão muito além da simples apresentação de
documentos, que em conjunto com outras linguagens como Java, VBscript, PHP,
Java Script, dentre outras, permite o acesso a diversas outras ferramentas que
surgiram originalmente independentes e hoje se encontram integradas a uma página
HTML.
49
Dessa forma, o usuário tem uma maior diversidade de recursos, com
dispositivos de interface semelhantes, e o administrador de um curso de EAD pode
contar com inúmeras ferramentas administrativas para gerenciar o curso e permitir
maior interação entre professor e aluno. São mediante a integração da HMTL com
outras linguagens, com Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD) que
são construídos os ambientes virtuais proporcionando ao aluno a sensação de estar
em um Campus Virtual.
Os documentos HTML são apresentados e manipulados por aplicativos
desenvolvidos para possibilitar a navegação entre as páginas, denominados de
Browsers ou Navegadores. Diversos navegadores estão disponíveis na Internet,
possibilitando uma grande variedade de recursos, além de possibilitar a integração
com Plugins, que permitem adicionar novas funções ao navegador advindas de
outros produtos ou fabricantes, tais como o Macromedia Flash, que permite a
visualização de conteúdo animado no navegador, o próprio Java Sctipt, Java, e bem
no início, as ferramentas que desenvolviam os famosos Gif´s animados, sequências
de imagens que formavam uma animação específica.
Além das linguagens, que hoje já abrangem softwares altamente
tecnológicos, temos também o e-mail, fóruns, chats, listas de discussão, realidade
virtual, vídeo conferências, e o quadro branco que, de acordo com Brito (2003), é
uma ferramenta que possibilita transcender às limitações impostas pela interface de
texto para a discussão e difusão de ideias entre participantes de um curso on-line.
Brito (2003) também menciona que muitos assuntos e conceitos não podem
ser compreendidos rapidamente por meio de texto escrito, por voz, ou até mesmo
mediante gestos transmitidos por vídeo. Em situações presenciais, isto também
acontece, sendo necessária a utilização de outros recursos. Desenhando esquemas
e/ou gráficos em papel ou em um quadro, é possível elucidar estes casos,
proporcionando visualmente uma sequência lógica para o fluxo das informações que
se quer transmitir.
Nesse sentido, o autor afirma que o Quadro Branco busca reproduzir esta
situação com uma janela em branco, onde se pode escrever, desenhar, colar dados
e imagens, cujo conteúdo é propagado para os demais participantes dispersos
50
geograficamente. Justifica também que a utilização de um Quadro Branco eletrônico
possui características que precisam ser observadas, algumas precisam de suporte
tecnológico, enquanto outras podem ser resolvidas com o estabelecimento de
normas e regras de utilização:
� Quem pode escrever: deve-se decidir se todos os usuários poderão escrever no quadro. Isto pode gerar confusão, pois dificulta saber quem escreveu o quê, e a sequência com que as informações foram adicionadas, já que os usuários estão dispersos geograficamente. Uma solução simples, mas que diminui a interação é permitir que apenas o professor pudesse escrever no quadro;
� Quando escrever: o professor pode autorizar o aluno a usar o quadro quando este solicitar, garantindo assim maior clareza das informações. Como solução tecnológica, pode-se usar um mecanismo de controle da caneta, que o professor liberaria, quando necessário, para um dos participantes;
� Controle de cores: o estabelecimento de uma cor de caneta para cada participante possibilitaria a identificação do conteúdo com o seu autor. Entretanto, em um número não muito grande, pode gerar uma certa confusão visual com o excesso de informações;
� Controle do apagador: deve-se definir quem detém o controle do apagador, pois este pode interferir no desenvolvimento de ideias de outros participantes (BRITO 2003, P. 77).
Com o controle de cores, cada participante poderia apagar conteúdo escrito
com sua cor. Com a definição de normas, ou com a criação de suportes
tecnológicos, o quadro branco se constitui como uma ferramenta excelente para a
apresentação ou discussão de ideias em grupo. Claro, que seus resultados, vão
depender bastante da forma como será utilizado, mas isto é uma característica
comum a todas as tecnologias educacionais disponíveis.
Brito (2003) ainda comenta que existe uma gama variada de tecnologias
disponíveis nos diversos cursos e ambientes de EaD existentes em todo o mundo,
sendo impossível catalogar toda sua extensão. Entretanto, na sequencia deste
estudo serão apresentados alguns ambientes de EaD, que reúnem várias
tecnologias em um único web site, possuindo ainda características necessárias para
o gerenciamento do curso, como por exemplo, funções administrativas de um curso.
� Os Ambientes de EAD, denominados por Fischer (2000) como Sistemas de
Gerenciamento para a EAD (SGEAD), são ferramentas que possibilitam a
criação, administração e manutenção de cursos à distância, ofertando
diversos recursos de interação que visam proporcionar o fácil estabelecimento
51
de comunicação, síncrona ou assíncrona, entre os envolvidos no processo de
ensino, bem como sua relação com o conteúdo didático disponível.
� O Aulanet é um ambiente desenvolvido pelo Laboratório de Engenharia de
Software (LES), do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), com apoio do CNPq. Desde o início de
seu projeto, em 1997, o Aulanet tem conquistado grande espaço, sendo
utilizado por diversas instituições brasileiras e internacionais, de acordo com o
site da própria Eduweb, o software AulaNet é a primeira plataforma de
Educação a Distância produzida no Brasil, hoje disponível em cinco idiomas.
É uma ferramenta de fácil utilização que proporciona a integração de todos os
formatos multimídia utilizados na web. Possui flexibilidade de adaptação
gráfica e funcional e é compatível com o padrão SCORM. Hoje, é utilizado em
mais de 60 Universidades Corporativas instaladas em grandes empresas e
um número ainda maior de organizações de médio e pequeno porte. Os
cursos criados no AulaNet são interativos e envolvem o participante durante
todo o processo de aprendizagem.
� O WebCT, desenvolvido pela University of British Columbia, no Canadá, é
uma ferramenta voltada à construção de ambientes educacionais para a web.
É uma das mais utilizadas em todo o mundo, sendo atualmente usada por
mais de 1500 instituições em 61 países (BOLETIM-EAD, 2001, Cunha;
Campos; Santos, 1999, Fischer, 2000). Todo o funcionamento do curso se dá
por meio de páginas WWW, construídas pelos próprios professores, que
podem ainda personalizar o ambiente incorporando novas ferramentas ou
alterando o layout do curso.
� Web Course in Box (WCB), é um ambiente comercial desenvolvido pela
Virginia Commonwealth University. A princípio é voltado para suporte a cursos
presenciais, sendo acessado na web por meio de navegadores com versões
iguais ou superiores a 4.x. Pode ser instalado sob as plataformas UNIX,
Windows NT ou Macintosh. Possui uma interface simples, mas que permite
algum nível de personalização dos componentes visuais. Os cursos
realizados no WCB podem ser acessados pelo endereço
http://www.wcbcourses.com/, que dispõe de uma lista de instituições e seus
52
cursos ministrados com utilização do WCB, alguns com conteúdo de acesso
restrito, e outros com algumas partes de acesso livre. Mais informações sobre
o ambiente WCB podem ser encontradas em http://www.wcbinfo.com/.
� O Lotus LearningSpace é um ambiente de EAD desenvolvido pela Lotus®
Education e pela IBM®, com base no software Domino. É um software
comercial que cria uma infraestrutura virtual necessária para a Educação a
Distância, permitindo que apostilas, anotações de aula, gráficos, tabelas e
vídeos sejam acessados de forma remota, via Internet ou na intranet de uma
instituição.
� TopClass, Software desenvolvido pela WBT Systems (Web- Based Training
Systems) que é utilizado por mais de 600 organizações e instituições em todo
o mundo. Dispõe de ferramentas de colaboração e administração que
permitem o gerenciamento do ambiente e a comunicação e interação entre os
participantes. O TopClass dispõe uma ferramenta de autoria, o TopClass
Publisher, que permite ao professor a rápida criação, estruturação e
publicação de cursos. É possível a adição de recursos multimídia como áudio,
vídeo, animações, dentre outros (MICROPOWER, 2002).
� Moodle. É um Sistema Open Source2 (Código aberto) de Gerenciamento de
Cursos - Course Management System (CMS), também conhecido como
Learning Management System (LMS) ou um Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA). Tornou-se muito popular entre os educadores de todo o
mundo como uma ferramenta para criar sites de web dinâmicos para seus
alunos. Para funcionar, ele precisa ser instalado em um servidor web, em um
de seus próprios computadores ou numa empresa de hospedagem. O foco do
projeto Moodle é disponibilizar aos educadores as melhores ferramentas para
gerenciar e promover a aprendizagem, mas há muitas maneiras de se utilizá-
lo, como algumas citadas abaixo:
2 A definição do Open Source foi criada pela Open Source Iniciative (OSI) a partir do texto original da
Debian Free Software Guidelines (DFSG) e determina que um programa de código aberto deve garantir sua Distribuição livre e sua licença não deve restringir de nenhuma maneira a venda ou distribuição do programa gratuitamente, como componente de outro programa ou não. Fonte: opensource.org.
53
� O Moodle possui características que lhe permitem usabilidade em grande
escala para centenas de milhares de estudantes, mas também pode ser
usado para uma escola primária ou um entusiasta da educação.
� Muitas instituições utilizam como plataforma para realização de cursos
totalmente on-line, enquanto outros simplesmente usam como contato em
seus cursos (conhecido como blended learning).
� Muitos dos usuários gostam de usar os módulos de atividade (como fóruns,
wikis e bancos de dados) para construir comunidades amplamente
colaborativas de aprendizagem em torno de seu tema (na tradição
construcionista social), enquanto outros preferem utilizar o Moodle como um
meio de fornecer conteúdo aos alunos (tais como pacotes padrão SCORM3) e
avaliar a aprendizagem utilizando tarefas ou testes.
Pereira (2010) discute sobre os componentes da EaD e a utilização de
ferramentas tecnológicas que servem de auxílio aos professores como a alunos no
processo de Ensino-aprendizagem a distância, promovendo, através do uso da
internet, novas possibilidades de ensino não presencial. Quatro elementos são
citados como necessários:
� O aluno, que podemos considerar como o personagem principal, atuante que
tem o papel de motivar e possibilitar a aprendizagem no ambiente virtual
diante dos professores,
� A comunicação, que poderá ser realizada através de material impresso,
audiovisual, telemática e a tutoria mediando o presencial e o virtual,
� A estrutura e organização e distribuição de materiais, processos de
comunicação e avaliação,
3 De acordo com González (2005), o Modelo SCORM oferece uma importante contribuição ao
desenvolvimento de aplicações para educação à distância. A autora afirma que o modelo inclui um conjunto de especificações que descrevem um formato comum para os recursos utilizados pelos ambientes de aprendizagem, as funções dos objetos de aprendizagem, conhecidos como Objetos de Conteúdos Compartilháveis (Shareble Content Objects – SCO), além das funções dos Sistemas de Gestão da Aprendizagem (Learning Management System – LMS).
54
� O professor, que é a pessoa que vai manter contato físico com os alunos a
fim de proporcionar auxílio ao docente e ao ensino.
A Educação a Distância é basicamente constituída por dois elementos
essenciais. O primeiro é o curso estruturado, cujo conteúdo pode ser disponibilizado
aos estudantes em diversas mídias e formatos, como arquivos de texto digitais,
sons, vídeos, fotos, revistas eletrônicas e sites de internet. Podem também ser
disponibilizados em mídias como Cd´s, DVD´s, Pendrive´s. O segundo é a
comunicação não pessoal, vinculada com a utilização de meios de comunicação
como, correio Eletrônico (e-mails), Televisão, Carta, Vídeos, Transmissões via
Satélite.
Com isso, uma determinada Instituição é responsável pela oferta e
manutenção desses elementos e pelo atendimento aos alunos, por meio do sistema
tutorial.
O sistema tutorial diz respeito ao conjunto de profissionais que desenvolvem
atividades voltadas diretamente para aprendizagem e necessidades dos alunos, no
qual faz parte o Tutor, responsável pelo acompanhamento pedagógico dos estudos,
o redator de material didático, o professor, responsável pela disciplina e o
coordenador que é responsável pela vida acadêmica dos alunos, conforme afirma
Sartori (2005).
Na Figura 1, podemos demonstrar em um diagrama, a forma de como é feita
a comunicação do aluno com o professor, como é a interface para a distribuição e
fornecimento dos materiais para a EaD.
55
Figura 1 - Processo interação aluno plataforma EaD
Fonte: Desenvolvida pelo autor
Demonstramos o processo que acontece entre o aluno e a ferramenta
utilizada para a modalidade a Distância, no caso mencionado estamos falando do
Sistema Moodle. O item “Interface” faz a comunicação entre o “Aluno”, o “Tutor de
Conteúdos” e o “Tutor Pedagógico”.
Os “tutores de Conteúdo e Pedagógicos”, caso tenham algum problema com
a ferramenta entram em contato com o “Suporte Técnico”, e a “Coordenação”
acompanha todos os processos.
Mas no caso da Instituição que esta pesquisa foi desenvolvida o processo de
interação do aluno com a plataforma de EaD pode ser interpretada pelo diagrama
demonstrado na Figura 2:
56
Figura 2 - Processo interação aluno plataforma EaD – Instituição pesquisada
Fonte: Desenvolvida pelo autor
O aluno utiliza a interface para contato com o próprio professor, consulta os
conteúdos e desenvolve as atividades propostas. No caso de qualquer problema
com a plataforma, o professor entra em contato com o suporte técnico, e todos
esses processos são acompanhados pela coordenação.
Na instituição pesquisada, a ferramenta utilizada para a EaD é o Moddle. A
seguir descrevemos como funcionam os processos entre aluno, plataforma e
professor.
Quando do início de cada semestre, os coordenadores de curso elaboram
suas grades de aula com as disciplinas e respectivos professores, essas grades são
enviadas ao Administrador Técnico Pedagógico da EaD que, por sua vez, monta a
estrutura na plataforma do Moodle. Após a estrutura estar devidamente pronta, com
os cursos e suas devidas disciplinas, os acessos são disponibilizados aos
professores responsáveis por ministrar cada disciplina.
Após os professores obterem acesso a plataforma, publicam suas aulas e
conteúdos.
A maioria das disciplinas possui 66 horas, que são obrigatoriamente divididas
em 20 aulas e poucas com 13 horas que, por sua vez, são divididas em 10 aulas,
sendo que sempre, por via de regra, é uma aula por semana. Após, o professor da
Modalidade conhecer suas atribuições de disciplinas, monta suas aulas na
57
plataforma, mas só poderá deixar disponível a aula pertinente à semana em vigor,
pois cada uma tem uma aula específica.
Na plataforma Moodle existem várias formas de disponibilizar atividades para
os alunos, uma delas é deixar a atividade com tempo limite para resposta com data
de início e fim da atividade, ou mesmo com número limitado de tentativas de
execução da atividade e caso o aluno exceda o número de tentativas, não consegue
mais entrar no exercício para respondê-lo, ficando sem nota.
Cada professor da modalidade programa a ferramenta para disponibilizar os
conteúdos de cada disciplina as às 00h01min (meia noite e um minuto) da segunda-
feira, deixando o material disponível, aberto para os alunos estudarem e fazerem os
exercícios propostos até o próximo domingo às 23h55min (vinte e três horas e
cinquenta e cinco minutos).
O aluno, por sua vez, deve entrar na plataforma nesse período para estudar
os conteúdos teóricos disponibilizados pelo professor e executar as atividades
propostas naquela semana. Caso o aluno não entre na plataforma, naquela semana,
fica com falta, podendo, inclusive, ser reprovado por número excessivo de faltas e
caso não faça ou não entregue as atividades propostas, fica sem nota daquela
atividade proposta.
Todas as atividades são entregues on-line, nada é apresentado impresso. A
nota final do aluno é o resultado da média de todas as atividades executadas mais a
prova presencial.
Toda disciplina oferecida em EaD necessita de uma prova presencial, essa
prova é feita em um dia pré-estabelecido pela coordenação do curso, nos Campi
onde o aluno está matriculado, e nem sempre a prova é aplicada pelo mesmo
professor que ministra as disciplinas on-line, geralmente é aplicada por outro
professor ou alguém da secretaria acadêmica ou mesmo coordenação do curso.
Todo processo de ensino em EaD da Instituição desta pesquisa é no formato
on-line, com a utilização de internet para os devidos acessos a plataforma, e o
método de comunicação do Sistema Moodle com os alunos e professores é no
58
formato síncrono, nem sempre o professor e aluno estão presentes simultaneamente
na plataforma para trocar conteúdos e tirar dúvidas.
Quando existem questionamentos ou dúvidas sobre determinado assunto de
qualquer disciplina, o aluno registra no fórum, ou envia uma mensagem diretamente
ao professor pela plataforma e aguarda o retorno, e todo contato do aluno é feito
diretamente com o professor, não existe a figura do tutor no modelo pesquisado. O
professor desenvolve o conteúdo, organiza, disponibiliza, administra e controla sua
duração no sistema, inclusive quando alguma atividade de determinada disciplina é
finalizada, tem acesso para liberá-la novamente aos alunos, claro que isso só é feito
quando autorizado pelo coordenador de curso.
Quando existem problemas técnicos com a plataforma, como falta de acesso
de determinados alunos ou turmas, disciplinas que não aparecem, atividades que os
alunos não conseguem postar, o professor entra em contato com a coordenação do
curso que, por sua vez, solicita ao Administrador Técnico Pedagógico da EaD para
solucionar.
O Administrador Técnico Pedagógico depende, inteiramente, dos
coordenadores para poder montar a estrutura correta e definitiva dos cursos em
cada início de semestre.
Uma das principais reclamações dos alunos é a falta de acesso, porque não
foram cadastrados devidamente ou porque a plataforma não foi publicada
devidamente com as disciplinas pertinentes aos cursos. Existem também os erros ao
enviar as atividades, pois no processo de envio algum erro ocorre, que pode ser na
máquina ou no servidor que hospeda o Moodle. Os erros de acesso, geralmente,
ocorrem porque as informações pertinentes ao curso, módulo e disciplina não foram
passadas corretamente ao Administrador Técnico Pedagógico.
No Ensino Presencial, o fato da presença do professor é algo que faz com
que o aluno preste um pouco mais de atenção, pelo menos sabe que tem alguém ali
na sala de aula analisando suas atitudes, se está prestando a atenção na aula, se
está fazendo os exercícios, se está conversando com os colegas ou mesmo se saiu
ou não da sala, claro que isso não garante se o aluno vai ou não fazer as atividades
propostas.
59
Na Modalidade em EaD, principalmente na modalidade assíncrona, o
professor não sabe se o aluno está visualizando os conteúdos, se estudou
determinado assunto, se assistiu determinado vídeo proposto ou se apenas está
entrando na sala para marcar sua presença. Os conteúdos e atividades são
postados e fica por conta do aluno estudar e executar os exercícios, enviando
posteriormente para que o professor possa verificar se estão da forma que foram
solicitadas. Algumas plataformas de ensino, como por exemplo, o Moodle, as
atividades podem ser enviadas pelo aluno sem mesmo que o professor tenha que
corrigi-las individualmente, pois o sistema corrige as atividades automaticamente,
sem a necessidade de intervenção do professor, essa facilidade é configurada pelo
próprio professor.antes de publicar as aulas para os alunos.
Quando o aluno termina a atividade, escolhe a opção “enviar” para finalizar
aquele conteúdo e enviar as atividades ao professor. Assim que faz esse
procedimento, o professor recebe um aviso do Sistema em seu e-mail, informando
que o aluno fez a atividade, cabendo ao professor ir até o módulo de recebimento
das atividades e verificar somente se o sistema atribuiu a devida nota ao aluno.
O Sistema, utilizado na Instituição pesquisada (Moodle), já faz
automaticamente a correção das atividades enviadas que, geralmente, são
questionários de múltipla escolha. Assim que o aluno envia a atividade, o próprio
sistema já atribui a nota pertinente à quantidade de acertos que o aluno teve,
facilitando o processo de avaliação por parte do Professor.
Os alunos que participam das disciplinas em EaD, recebem o mesmo
conteúdo do formato presencial. As atividades são até mais frequentes no modelo
EaD do que no modelo presencial. Isso se faz justamente para manter o aluno na
plataforma, estudando e executando as atividades, caso não se disponibilize
atividades os alunos se dispersam, apenas leem o material exposto.
Haguenauer (2005) afirma que para termos um ensino de qualidade, não
deve haver distinções da Modalidade presencial para a Distância. As modalidades
mais eficientes do ensino presencial também podem ser muito bem adequadas para
a Educação a Distância. A autora afirma, também, que pedagogia por projetos,
trabalho colaborativo, resolução de problemas, desenvolvimento de competências,
60
autonomia, pró-atividade, aprender a aprender, são métodos, técnicas, estratégias e
posturas que devem ser utilizados tanto no ensino presencial quanto na Educação a
Distância.
Para Haguenauer (2005), basicamente o que muda entre uma modalidade e
outra não é a metodologia de ensino, mas sim a forma de comunicação.
Fala-se muito sobre “o aluno como centro do processo de ensino-aprendizagem” e “um novo papel para o professor, que deixa de ser o transmissor de conhecimentos e passa a ser um facilitador do processo”, como características do EaD. No meu entender, elas são exclusivas do EaD, nem surgiram com o EaD e são, além disso, extremamente eficientes no ensino presencial. O que muda, basicamente, não é a metodologia de ensino, mas a forma de comunicação. As estratégias de ensino devem incorporar as novas formas de comunicação e, também, incorporar o potencial de informação da Internet. Por isso, o trabalho colaborativo e a pesquisa da Internet passam a ser as estratégias mais eficientes. A utilização da interatividade na aprendizagem passa a apresentar uma nova dimensão, potencializada pela Internet e suas ferramentas (HAGUENAUER, 2005, p.01).
A autora menciona, e afirma que o que muda basicamente não é a
metodologia de ensino, e sim as formas de comunicação, as tecnologias envolvidas
no processo de ensino e aprendizagem, inclusive mencionando a internet como um
dos itens estratégicos para essa comunicação.
Leite e Silva (2000) afirmam, também, que a forma de trabalhar em EaD é
bastante diferente da forma presencial, e que a diferença principal estará no
conhecimento de cada um na ferramenta utilizada.
(...) Os professores precisam saber como fazer EAD. Ensinar a distância é muito diferente de ensinar presencialmente, mesmo para professores com larga experiência em ensino. São necessárias diferentes habilidades de apresentação da informação e de planejamento, desenvolvimento e avaliação de estratégias de ensino nas quais professor e aluno estejam distantes fisicamente. Além do mais, é necessário dominar o meio ou o sistema de transmissão da informação adotado. Nas próximas décadas veremos uma nova geração de professores que terá realmente se graduado a distância e adquirido experiência real para realizar cursos via EAD (LEITE E SILVA, 2000, p. 01).
A Educação a Distância apoiada pelas novas tecnologias digitais foi
enormemente impulsionada assim que a banda larga começou a se firmar, pois a
internet passou a ser potencialmente um veículo para a comunicação à distância e
assíncrona.
61
Recentemente, em 2011, o Portal G1, na coluna “Tecnologia e Games”,
divulgou um crescimento de 51,5% em conexões de banda larga em apenas um
ano, comparando Março de 2011 e de 2010. O estudo realizado pela Associação
Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
(BRASSCOM), afirma que um em cada quatro brasileiros tem computador, e que o
país tem 38,4 milhões de conexões de banda larga.
Paralelo ao crescimento da banda larga no Brasil, temos também a criação de
sites cada vez mais dinâmicos, a disponibilização de sistemas que armazenam
conteúdo educacional, que cada dia fica mais em evidência. Basta utilizar qualquer
ferramenta de busca para termos uma ideia de quanto encontramos de
conhecimento disponíveis na Internet para cursos em EaD.
Um exemplo claro e objetivo foi uma busca feita no site do Google, em 27-08-
2012 sobre as palavras-chave “Cursos on Line Gratuitos”, a resposta a essa
pesquisa demorou apenas 0,15 segundos e apresentaram, aproximadamente, de
acordo com o site, 7.510.000 resultados. Claro que nem todos se referem ao
assunto pesquisado, mas sim, a maioria.
Outra busca feita foi com as palavras-chave “cursos em EaD reconhecidos
pelo MEC”, o site retornou 903.000 resultados em apenas 0,27 segundos,
lembrando que na página principal da consulta o site do MEC é listado pelo menos 4
vezes. A tecnologia está cada vez mais perto das pessoas que possuem
necessidades em aprender e não possuem tempo para se locomover a um outro
lugar de onde estão.
O termo Educação a Distância pode deixar de existir em breve, pois não se
fala ao telefone “a distância”, simplesmente fala-se ao telefone, não se envia um e-
mail “a distância”, simplesmente envia-se um e-mail ou um arquivo anexado e, da
mesma forma, não se ensina ou aprende “a distância”, simplesmente ensina-se ou
aprende-se, com o uso das tecnologias disponíveis, de forma presencial ou não de
forma que os participantes possam estar presentes no mesmo lugar ou não,
conforme Haguenauer (2005).
É necessário repensar a educação e substituir as metodologias e estratégias
arcaicas. Segundo Haguenauer (2008), a criatividade, a inteligência de nossas
62
crianças e jovens é empobrecida pelos métodos de ensino ultrapassados e, ao
mesmo tempo, acredita-se que a eficiência da aprendizagem nas universidades e na
capacitação de profissionais é muito baixa se utilizarmos os métodos tradicionais.
Para a autora é necessário modernizar a educação para acompanhar as enormes
transformações na área da neurologia, da cognição e da tecnologia da informação
ocorridas no mundo.
Maia e Meirelles (2010) afirmam que a tendência atual é aliar tecnologia à
educação e, em virtude desta nova realidade, torna-se cada vez mais necessária a
implementação de uma nova cultura docente e discente nas instituições
educacionais de nosso país.
Para os autores Maia e Meirelles (2010), a Educação a distância se tornou
uma oportunidade ímpar para que a instituição e os professores repensem suas
práticas educativas. Destaca que a autonomia dos alunos é o foco nessa
modalidade de educação, na qual eles são estimulados e instigados a buscar, como
sujeitos, o processo de construção do conhecimento e, neste contexto, o ambiente
de aprendizagem e a proposta pedagógica devem promover autonomia e reflexão
crítica. Maia e Meirelles (2010) destacam que é necessário dar importância
adequada aos aspectos da comunicação entre alunos, professores e tecnologias, no
mesmo contexto do ensino presencial.
Para os autores, a Educação a Distância é uma solução bastante viável e
atraente para o país, visto que no Brasil coexistem pobreza e riqueza, atraso e
desenvolvimento, alto nível de sofisticação tecnológica e ausência de atendimento
às necessidades básicas em todos os setores, e o panorama educacional não é dos
melhores, e, se pensarmos nas dimensões do país, na quantidade de pessoas para
serem educadas, na infraestrutura física disponível, seria inviável, conforme Maia e
Meirelles (2010).
Em EaD, o professor deve repensar seus métodos de ensino, principalmente
aqueles que vêm de longas histórias de educação presencial e se encontram em
ambientes digitais, onde a integração com o alunos é apenas pelo computador. Na
instituição pesquisada, por várias vezes, ouvimos os alunos falarem que o professor
63
da EaD é um “Avatar4”. Comentam que o professor não existe, que é apenas uma
imagem ou uma foto qualquer ali no portal, questionam se a imagem que o sistema
apresenta, é realmente o professor deles.
A atuação docente na modalidade presencial, nem sempre será a mesma na
modalidade a Distância, como lembra Litto, ao afirmar que:
O professor deve ser um arquiteto de atividades, estimulando os alunos a descobrirem o conhecimento, a trabalharem sozinhos, a resolverem problemas. Deve ser um facilitador para o aluno. Nesse sentido, o papel do professor é mais importante do que foi no passado, quando ele tinha como papel a pura e simples entrega de informação para o aluno. Ele era um repetidor e não criador de novo conhecimento, escrevendo na lousa e passando a lição de casa. Ao invés de perder tempo jogando informação para o aluno, "como dono da verdade", agora o professor tem a tarefa de organizar atividades que façam com que os alunos de fato aprendam. Dentro de uma filosofia construtivista, que faz com que os alunos realizem projetos de biologia, química, história, português, e vão construindo tijolo por tijolo o edifício de seu conhecimento individual. As gincanas, caças ao tesouro e atividades que envolvam a solução de problemas são tarefas que podem garantir ao aluno entender princípios profundos de todas as disciplinas. Se o professor joga as informações para eles da forma tradicional, eles não compreendem em profundidade e perdem o interesse em aprender. Memorizam a informação para satisfazer o professor na prova, satisfazer os pais ou para passar no vestibular. Isso não tem nada a ver com Educação (LITTO, 2010, p. 03).
Litto (2010) afirma ainda que a Modalidade a Distância funcione corretamente,
o aluno precisa assumir um novo papel, primeiramente saber fazer as perguntas
corretas, pois no ambiente on-line, onde a comunicação não é síncrona, o professor
nem sempre está naquele momento para responder, a resposta pode vir a demorar
um pouco, o aluno deve ter capacidade de resolver problemas, interpretar textos.
Segundo Litto (2010), o professor na modalidade deve incentivar o espírito
crítico no aluno, de forma que o estudante busque as informações que precisa tomar
decisões e escolher, por exemplo, entre diversas fontes de pesquisa, aquela que é
mais significativa para o desenvolvimento do seu trabalho.
4 Avatar significa manifestação corporal de um ser “super poderoso”, na religião hindu. Avatar é um ser supremo, imortal. Avatar é qualquer espírito que ocupa um corpo terrestre, o que representa uma manifestação divina na terra, para o povo hindu é a encarnação da divindade, que desce do reino divino, e usa a matéria de outro corpo. Esta palavra também tem sido muito usada pela mídia e em informática, porque são criadas figuras semelhantes ao usuário, por exemplo, nas redes de relacionamento, permitindo a personalização dentro do computador, ganhando assim um corpo virtual. Esta criação fica parecida com um Avatar por ser uma transcendência da imagem da pessoa. O nome foi usado a partir dos anos 80 em um jogo de computador. Fonte: (http://www.significados.com.br/avatar/) 09/07/2012
64
O professor da Modalidade deve se preparar metodologicamente para
assumir em uma modalidade a distância, pois os alunos de alguma forma estão
acostumados com o mundo interativo, diz Litto (2010) “O aluno se gosta do
programa, aperta o controle remoto e muda de canal, quando ele vai para a escola e
não gosta do professor ou da matéria, ele também quer apertar o controle”.
Leite e Silva (200, p. 03) lembram-se da importância para os professores que
tem atuado na educação superior presencial e migram para Educação a Distância a
exigência que estes fossem preparados para a nova modalidade ou metodologia ao
afirmarem que:
Os professores precisam saber como fazer EaD. Ensinar a distância é muito diferente de ensinar presencialmente, mesmo para professores com larga experiência em ensino. São necessárias diferentes habilidades de apresentação da informação e de planejamento, desenvolvimento e avaliação de estratégias de ensino nas quais professor e aluno estejam distantes fisicamente. Além do mais, é necessário dominar o meio ou o sistema de transmissão da informação adotado. Nas próximas décadas veremos uma nova geração de professores que terá realmente se graduado a distância e adquirido experiência real para realizar cursos via EAD (LEITE E SILVA, 2000, p.01).
E as autoras destacam que:
Há nítida tendência de que o acesso à Internet, programas de EaD, tecnologia portátil e redes sem fio estejam emergindo, crescendo em popularidade e tornando possível o oferecimento de novas oportunidades para todo tipo de estudante. Talvez alguma dessas realidades ainda esteja distante de nós, principalmente no que diz respeito à capacitação de professores, porém é importante manter em perspectiva o caminho para o qual têm seguido as tendências educativas no que diz respeito ao uso da tecnologia (LEITE E SILVA, 2000, p.03).
Para as autoras, essa nova realidade colocou a necessidade de uma revisão
do processo educativo e que sejam descobertos novos espaços para aprendizagem
via rede de computadores. Qualquer que seja o curso na Modalidade a Distância
voltado para o professor, nos lembra de que ele deve possuir como uns dos seus
objetivos a autoformação, pois a autonomia do indivíduo é um compromisso de todo
processo educativo. Afirma também que, para contribuir para essa finalidade, os
materiais pedagógicos produzidos devem estar acessíveis, ser de fácil consulta,
introduzir o professor progressivamente ao conhecimento, à compreensão, à análise
e à aplicação do conteúdo a ser trabalhado.
65
As autoras destacam algumas considerações relacionadas à construção de
novos espaços para aprendizagem via EaD, e aspectos voltados aos professores
que se propõe a ensinar em sistema de Educação a Distância, aspectos
fundamentais como:
� Contexto de ensino – que é alterado devido à separação física entre os participantes do processo e midiatizado pelo uso da tecnologia; o ambiente de aprendizagem assume nova configuração. O professor, para atuar efetivamente, precisa reconhecer essa mudança no ambiente e sua influência no contexto. Mais especificamente, o professor precisa trabalhar com as potencialidades do meio e adaptá-lo às limitações impostas à sua abordagem instrucional;
� Alunos – em programas de EAD eles vivenciam a aprendizagem de maneira diferente do ensino presencial, portanto têm uma perspectiva diferente daqueles que não estão separados do lócus de instrução. O professor precisa estar atento e sensível aos obstáculos psicológicos, sociais e técnicos a serem enfrentados pelo aluno de cursos via EAD.
� Métodos – uma vez que as pesquisas nessa área continuam afirmando que "o que constitui instrução efetiva varia com o contexto" (Brophy & Good, em Wolcott, 1995); daí profissionais de EAD deverem ser cuidadosos em simplesmente não reaplicarem métodos tradicionais de ensino presencial, pois precisam reconhecer que eles não podem ser simplesmente utilizados em situações de EAD. Há necessidade de serem exploradas estratégias alternativas de ensino, contextualizadas no ambiente de EAD. Os métodos de ensino de EAD devem, em geral, buscar reduzir a distância interpessoal, promover a interação, aumentar o feedback e garantir a aprendizagem e a transferência da mensagem (LEITE E SILVA, 2000, p. 04).
Para Leite e Silva (2000), a oferta de cursos, via rede de computadores,
cresce a cada dia e consequentemente aumenta a experiência nessa modalidade d,
consagrando-a como mais um espaço genuíno de aprendizagem e também de
capacitação de professores, que ajudam na construção do conhecimentos de
nossos alunos.
Construir um conhecimento significa compreender todas as dimensões da
realidade, captando e expressando essa totalidade de forma cada vez mais ampla e
integral. Acredita-se, hoje, que o processo de construção do conhecimento é mais
bem desenvolvido quando conectamos, juntamos, relacionamos, acessamos o
objetivo de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-os da forma
mais rica possível (LEITE E SILVA, 2000, p. 37).
Com a construção do conhecimento, como citado pelas autoras Leite e Silva
(2000), com a utilização das novas tecnologias, novos conhecimentos são
necessários para os professores que aderem a Modalidade em EaD: o
66
conhecimento da plataforma, o conhecimento das tecnologias, das formas de
disponibilização do material didático, seja texto, imagens, arquivos de som ou vídeos
e mesmo o conhecimentos dos novos alunos dessa modalidade que, por sua vez,
também acabam por mudar suas rotinas, que antes eram motivadas na
presencialidade e agora partem para um ambiente virtual.
Oliveira e Oliveira (2010) afirmam que não há um modelo único de Educação
a Distância, programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas
combinações de linguagens e recursos educacionais e tecnológicos. O ponto focal
da educação superior - seja ela presencial ou à distância, nas inúmeras
combinações possíveis entre presença, presença virtual e distância - é o
desenvolvimento humano, em uma perspectiva de compromisso com a construção
de uma sociedade socialmente justa.
Os autores Oliveira e Oliveira (2010) discutem que o projeto político-
pedagógico deve apresentar claramente sua opção epistemológica de educação, do
currículo, do ensino, de aprendizagem, de perfil do estudante que deseja formar, e
assim deverão desenvolver os processos de produção do material didático, de
tutoria, de comunicação e de avaliação, delineando princípios e diretrizes que darão
base no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
1.3 - A EAD EM SÃO PAULO
Em pesquisa realizada no site do Ministério da Educação no sitio da SIEAD
(Sistema de Consulta de Instituições Credenciadas para Educação a Distância) e
Polos de Apoio Presencial, em 25/08/2011, existiam um total de 161 polos ativos na
Cidade de São Paulo, mais especificamente na região da grande São Paulo.
Os 161 polos da Cidade de São Paulo são distribuídos em 37 Instituições de
Ensino Superior, como podemos visualizar na Tabela 2 e no Gráfico 01, a seguir.
Sendo a distribuição feita nas regiões Central, Leste, Oeste, Norte, Sul, dentre
outras áreas são consideradas mais distantes do centro de São Paulo como, por
exemplo, Franco da Rocha, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Embu e Itanhaém.
67
Tabela 2 - Distribuição dos Polos de Educação a Distância-Região Sudeste - São Paulo - Grande São Paulo5
Fonte: MEC/SIEAD
Com a demonstração abaixo podemos visualizar que o número de polos na
Região Central é mais acentuado com 27% da quantidade total, seguido da Região
Leste com 23%, Região Oeste com 16%, Região Sul com 14%, Norte com 11% e
outros, que compreendem as áreas mais distantes do centro de São Paulo.
5 Pesquisa Realizada em 25/08/2011 às 23h52 em (http://siead.mec.gov.br/novosiead/web/site/#tab=0), tabela e tabulação elaboradas pelo autor.
68
Gráfico 1 - Distribuição dos Polos de Educação a Distância-Região Sudeste- São Paulo- Grande São Paulo6
Fonte: MEC/SIEAD
De acordo com a SIEAD e Polos de Apoio Presencial, em São Paulo existem
161 polos de Instituições de educação superior credenciadas para ministrar cursos
na Modalidade de Educação a Distância. Com isso, a procura por profissionais para
ministrar as disciplinas oferecidas cresce gradativamente, e a necessidade dos
professores que atualmente ministram seus cursos na modalidade presencial terão
de migrar para a modalidade a Distância.
E ainda de acordo com as informações da SIEAD do Ministério da Educação,
existem 37 instituições de Ensino Superior que disponibilizam Polos de Educação a
Distância em São Paulo e Grande São Paulo, dessas 37 instituições existem 161
polos de Educação a Distância, distribuídos na Cidade de São Paulo, regiões Leste,
Oeste, Sul e Norte e na grande São Paulo, como Franco da Rocha, São Bernardo
do Campo, Itanhaém, Embu e Guarulhos. Podemos afirmar que, com isso, a oferta
por cursos nessa modalidade tende a crescer e cada vez mais professores devem
aderir, por conta própria ou mesmo por necessidades do mercado acadêmico, a
essa modalidade.
6 Pesquisa Realizada em 25/08/2011 às 23h52 em (http://siead.mec.gov.br/novosiead/web/site/#tab=0), gráfico elaborado pelo autor.
69
De acordo com a busca realizada no Site do Ministério da Educação
MEC/SIEAD, podemos destacar alguns nomes de instituições com o maior número
de polos localizados na região, como: Universidade Cidade de São Paulo - UNICID,
com 40 polos, Universidade Paulista com 20 polos, Faculdade de Tecnologia
Internacional com 10 polos e Universidade Luterana do Brasil com 10 polos.
Tabela 3 - IES com o maior número de Polos Localizados em São Paulo
Fonte: Fonte: MEC/SIEAD
Existem 16 instituições com apenas 01 polo situado na região. Podemos
destacar, entre elas, a Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais,
Faculdade de Tecnologia IBTA, Centro Universitário SENAC e Universidade Católica
de Brasília.
Tabela 4 - Com apenas 01(um) polo e sua respectiva região
Fonte: MEC/SIEAD
De acordo com o portal Universo EaD (http://www.ead.sp.senac.br), do
SENAC em parceria com a ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância),
70
a Educação a Distância mantém um crescimento de 40% ao ano, análise esta
realizada pela e-Learning Brasil, que aponta que investimentos deverão se manter e,
que até o ano passado, o setor atingiu um volume de R$ 3 Bilhões ao ano.
Com este forte crescimento, a necessidade é cada vez maior por profissionais
que integrem essa modalidade e, por sua vez, profissionais que estarão na
modalidade presencial tenderão a migrar para ao EaD, assim seguindo novas
experiências e desafios de aprendizado e formas de ensino.
Sendo assim, a presente pesquisa se remete à análise do perfil do professor
inserido na modalidade da Educação a Distância, que veio do ensino presencial.
Analisar e investigar as principais diferenças na atuação do professor entre as
duas modalidades, a adequação dos profissionais na mudança de uma modalidade
para outra, avaliando as dificuldades encontradas por esses profissionais ao
mudarem de uma forma de trabalho já reconhecida e muito utilizada por eles para
uma modalidade nova com tecnologias diferentes do que estavam acostumados a
trabalhar. Trazer um resgate bibliográfico de quem discute a modalidade e as
principais políticas públicas de Educação a Distância, o que dizem e quais as
principais ações do governo para isso.
71
CAPÍTULO 2 - A MUNDANÇA DO ENSINO PRESENCIAL PARA A
EDUCACÃO A DISTÂNCIA NA PERSPECTIVA DOS PROFESSORES
A problemática proposta para esta pesquisa foi a de mapearmos o perfil do
grupo de docentes envolvidos com a implantação dos cursos a Distância,
reconhecer como se deu, para cada docente, o processo de mudança, buscando
conhecer, na perspectiva destes docentes, o que experimentaram na passagem de
uma modalidade para outra.
Houve ainda, a intenção de levantar as dificuldades que cada professor
vivenciou neste processo e compreender as soluções que este grupo de docentes
encontrou para essa nova etapa profissional, ou seja, a atuação docente na
Educação a Distância.
Esta pesquisa diz respeito ao estudo de abordagem qualitativa e quantitativa,
no qual se considera que tudo pode ser qualificável, o que significa traduzir em
números, opiniões e informações para classificá-los e analisá-los, por meio de
técnicas estatísticas (SILVA, 2011, p. 02).
Uma vez definido o tema da pesquisa, deve-se escolher entre realizar uma pesquisa qualitativa ou uma quantitativa. Uma não substitui a outra: elas se complementam. As pesquisas qualitativas têm caráter exploratório: estimulam os entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir aspectos subjetivos, atingem motivações não explícitas, ou mesmo não conscientes, de forma espontânea. As pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos padronizados (questionários). São utilizados quando se sabe exatamente o que deve ser perguntado para atingir os objetivos da pesquisa. Permitem que se realizem projeções para a população representada. Elas testam, de forma precisa, as hipóteses levantadas para a pesquisa e fornecem índices que podem ser comparados com outros (SILVA, 2011, p. 01).
Para Günther (2006), ambas as abordagens, pesquisa qualitativa e pesquisa
quantitativa, possuem vantagens e desvantagens, pontos positivos e pontos
negativos, considerando que o método escolhido deve se adequar à pergunta de
uma determinada pesquisa.
As vantagens e desvantagens a qual se refere são ligadas à qualidade dos
dados obtidos, às possibilidades de sua obtenção e à maneira de sua utilização e
análise.
72
Apesar das variações dentro das áreas de conhecimento que utilizam estes métodos de pesquisa, podemos afirmar que cada um tem seu ponto forte. O da observação é o realismo da situação estudada. O do experimento é permitir uma randomização de características das pessoas estudadas e inferências causais. (GÜNTHER, 2006, p. 201).
Com relação à pesquisa qualitativa, o autor, em seus estudos, chega a cinco
grupos de atributos:
a) características gerais;
b) coleta de dados;
c) objeto de estudos;
d) interpretação dos resultados;
e) generalização.
Quanto às características gerais, Günther (2006) aponta a compreensão
como princípio do conhecimento, preferindo estudar relações complexas ao invés de
explicá-las por meio de isolamento de variáveis. Uma segunda característica
apontada pelo autor é a construção da realidade, onde a pesquisa é percebida como
um ato subjetivo de construção. Uma terceira característica seria a descoberta e a
construção de teorias como objeto de estudo desta abordagem, e um quarto aspecto
geral da pesquisa qualitativa é a ciência baseada em textos, onde a coleta de dados
produz textos que nas diferentes técnicas analíticas são interpretados
hermeneuticamente.
Em relação à coleta de dados, Günther (2006) aponta o estudo de caso como
o ponto de partida ou elemento essencial, mas neste trabalho não o usamos, mas
questionários com questões alternativas e dissertativas. O autor ressalta o princípio
da abertura, indo além da formulação de perguntas abertas. Em seus estudos, relata
que estruturações teóricas e hipóteses, sem procedimentos metodológicos devem
impedir a visão de aspectos essenciais do objeto de pesquisa, e diz que, apesar da
abertura exigida, os métodos são sujeitos a um controle contínuo. Os passos da
pesquisa precisam ser explicitados, ser documentados e seguir regras fundamentais.
O princípio da abertura se traduz no fato da pesquisa qualitativa ser caracterizada
73
por um espectro de métodos e técnicas, adaptados ao caso específico, ao invés de
um método padronizado único, onde deve se adequar ao objeto pesquisado.
Menciona que o objeto de estudo é essencial para a pesquisa qualitativa, pois
sempre é visto na perspectiva das ações humanas, no que diz respeito ao processo
de desenvolvimento do indivíduo e no contexto dentro do qual o indivíduo se formou.
A interpretação dos resultados, apontada por ele, diz respeito aos
acontecimentos e conhecimentos cotidianos. Os acontecimentos, no âmbito do
processo de pesquisa, não são desvinculados da vida fora do mesmo, levando ainda
a contextualizar como fio condutor de qualquer análise em contraste com uma
abstração nos resultados, para que sejam facilmente generalizáveis, implicando
ainda num processo de reflexão contínua sobre o seu comportamento, enquanto
pesquisador, e numa interação dinâmica entre este e seu objeto de estudo.
É mencionado, como generalização de resultados da pesquisa qualitativa
passando por quatro dimensões, sendo a introdução do conceito da generalização
argumentativa, de forma que os achados na pesquisa qualitativa se apoiem em
estudo de caso, dependendo de uma argumentação explicita apontando quais delas
seriam factíveis para circunstância específicas. O processo indutivo, partindo de
elementos individuais para se chegar a hipóteses e generalizações, mas seguindo
suas regras, que não são uniformes, mas específicas a cada circunstância. A
quantificação, de forma que a função importante da abordagem qualitativa é a de
permiti-la com propósito.
As características da pesquisa quantitativas são apontadas por Terense e
Filho (2006) permitindo a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes em
um universo, por meio de uma amostra, sendo apresentadas como:
� Obedece a um plano pré-estabelecido, com o intuito de enumerar ou medir eventos; � Utiliza a teoria para desenvolver as hipóteses e as variáveis da pesquisa; � Examina as relações entre as variáveis por métodos experimentais ou semi-experimentais, controlados com rigor; � Emprega, geralmente, para a análise dos dados, instrumental estatístico; � Confirma as hipóteses da pesquisa ou descobertas por dedução, ou seja, realiza predições específicas de princípios, observações ou experiências;
74
� Utilizam dados que representam uma população específica (amostra), a partir da qual os resultados são generalizados, e � Usa, como instrumento para coleta de dados, questionários estruturados, elaborados com questões fechadas, testes e checklists, aplicados a partir de entrevistas individuais, apoiadas por um questionário convencional (impresso) ou eletrônico (TERENSE E FILHO, 2006, P. 03).
Como todos os professores participantes desta pesquisa são da modalidade
em EaD, aplicar um questionário pessoalmente seria inviável, visto que a maioria
não está fisicamente na Instituição e os professores que, além de ministrarem
disciplinas em EaD também ministram disciplinas presencialmente, geralmente estão
alocados entre as 4 unidades da Instituição, que são relativamente distantes umas
das outras. Com isso, a Instituição autorizou e disponibilizou os e-mails dos
professores que ministram aulas na modalidade.
Para a coleta dos dados, optou-se pela aplicação de questionário com
questões abertas e fechadas, uma vez reconhecida a inviabilidade de fazer as
entrevistas, dado o número de professores envolvidos em atuação na EaD.
Obtivemos acesso a uma base de 99 nomes e e-mails de professores ativos
na plataforma, professores estes que, no ano de 2011, estavam efetivamente em
atividade, ministrando alguma disciplina nessa modalidade na Instituição
pesquisada.
De posse dos nomes e e-mails destes, foi desenvolvido o questionário para
uso exclusivamente on-line. Este procedimento de coleta de dados pode ser
classificado, segundo Mattar (2008), como questionário autopreenchido, em que o
pesquisado lê o instrumento e o responde diretamente sem a intervenção do
entrevistador.
Foi enviado um e-mail a todos os professores cadastrados, explicando sobre
a intenção do trabalho, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e
esclarecendo que todas as informações coletadas ficariam em absoluto sigilo.
Conforme Malhorta (2006), as pesquisas trabalhadas, com o auxílio da
internet, estão ficando cada vez mais populares entre os pesquisadores,
principalmente devido a algumas vantagens. Dentre elas, podemos destacar os
menores custos, a rapidez em que enviamos e a capacidade de atingir populações
específicas, assim como, do ponto de vista do respondente, é possível responder de
75
maneira que for mais conveniente no tempo e local de cada um, não havendo
necessidade de locais e horários específicos.
Foi realizado um pré-teste para validação do instrumento de coleta de dados,
pois conforme afirmam Marconi e Lakatos (1991):
Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida. A análise dos dados, após a tabulação, evidenciará possíveis falhas existentes: inconsistência ou complexidade das questões. Ambiguidade ou linguagem inacessível; perguntas supérfluas ou que causam embaraço ao informante; se as questões obedecem a determinada ordem ou se são muito numerosas etc. Verificadas as falhas, deve-se reformular o questionário, conservando, modificando, ampliando ou eliminando itens; explicitando melhor alguns ou modificando a redação de outros. Perguntas abertas podem ser transformadas em fechadas se não houver variabilidade de respostas. O pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, tendo em vista o seu aprimoramento e o aumento de sua validez. Deve ser aplicado em populações com características semelhantes, mas nunca naquela que será alvo de estudo (MARCONI E LAKATOS, 1991, p. 203).
Para os autores, o pré-teste permite uma obtenção de uma estimativa sobre
os futuros resultados, e serve também para verificar a fidedignidade nas respostas,
independente de quem aplica o questionário.
Da amostra total com 99 nomes, foram selecionados onze professores como
base teste para verificação de possíveis erros ou mesmo questões que não se
adequassem ao objetivo desejado. Estes onze professores não foram incluídos na
versão final do questionário, justamente porque como já tiveram acesso ao conteúdo
do questionário, uma possível segunda resposta já não atingiria o objetivo desejado.
Alguns professores observaram que o questionário estava muito extenso, com
questões repetitivas. A extensão do questionário foi revista, fazendo adequações
tanto no número de questões, quanto no layout apresentado ao respondente. Após
às correções, o questionário foi encaminhado aos 88 professores. Importante
registrar aqui, o que Marconi e Lakatos afirmam quanto à estimativa dos retornos
positivos para investigações desta natureza.
Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. Junto com o questionário deve se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o
76
interesse do recebedor, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável. Em média, os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução (MARCONI E LAKATOS, 1991, P. 201).
Nesta investigação, ultrapassando as estimativas de Marconi e Lakatos, que
afirmam que a estimativa de devolução dos questionários é em torno de 25%,
alcançamos um total de 55,05% de questionários respondidos pelos professores da
amostra prevista para esta pesquisa.
Conforme mencionado por Marconi e Lakatos (1991), a coleta de dados via
questionários também aponta algumas vantagens, como a economia de tempo, o
número de pessoas abordadas que, simultaneamente, é muito maior, a abrangência
de áreas maiores geograficamente, a economia de tempo e de pessoal, as respostas
recebidas mais rápidas e precisas, mais liberdade e segurança nas respostas pelo
motivo do anonimato, o risco de distorção das respostas sendo reduzido, além de
um maior tempo para os entrevistados responderem na hora que tiverem
disponibilidade.
A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro de 2011 a janeiro
de 2012. O longo período deveu-se às atividades acadêmicas desenvolvidas pelos
professores, tais como o período de aplicação das avaliações, a época das bancas
das apresentações dos Trabalhos de Conclusão de Curso. Entendeu-se no período
da coleta dos dados que, permitir aos professores responderem o questionário após
a conclusão dos trabalhos acadêmicos, ampliaria o número de respondentes.
2.1 - AS RESPOSTAS DOS PROFESSORES
Analisando as questões e as respostas dos entrevistados, identificamos a
necessidade e possibilidade de agrupar as respostas em três categorias distintas:
• CATEGORIA 01 – PERFIL DOS PROFESSORES DA EAD
Nesta categoria buscou-se identificar o perfil dos professores que atuam na
EaD desta instituição e também levantar o que eles definem como perfil pertinente
para o professor desta Modalidade.
77
• CATEGORIA 02 – MUDANÇA DO ENSINO PRESENCIAL PARA A EAD
Nesta categoria, agrupamos o que efetivamente os professores apontam
como mudança da modalidade, do ensino presencial para a EaD.
• CATEGORIA 03 – ASPECTOS DA ATUAÇÃO DOCENTE EM EAD
São discutidos os aspectos da atuação docente em EaD apontada pelos
próprios professores que estão inseridos na modalidade.
Os dados coletados serão analisados, a partir das três categorias definidas
para compreender o processo vivenciado pelos professores na mudança quando
passaram a atuar na EaD.
2.2 - CATEGORIA 01 – PERFIL DOS PROFESSORES DA EAD
Da amostra dos 49 professores que responderam ao questionário, o universo
feminino prevaleceu, conforme o Gráfico 02, sendo 26 (53%) respostas de
professoras e 23 (47%) de professores.
Masculino
Feminino
2326
Gráfico 2 - Universo de Pesquisados por sexo
Na próxima questão buscamos saber qual a faixa etária de cada professor,
dividindo em 05 faixas distintas de idade, entre 20 e 30 anos, entre 31 e 40 anos,
entre 41 a 50 anos, entre 51 e 60 anos e a última considerada acima de 61 anos,
demonstrado no Gráfico 03.
78
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Entre 20 e
30 anos
Entre 31 e
40 anos
Entre 41 e
50 anos
Entre 51 e
60 anos
Acima de
61 anos
4
1819
7
1
Entre 20 e 30 anos
Entre 31 e 40 anos
Entre 41 e 50 anos
Entre 51 e 60 anos
Acima de 61 anos
Gráfico 3 - Universo de Pesquisados por Idade
Na primeira faixa que vai de 20 a 30 anos, temos 04 professores, equivalente
a 8% da amostra total, na fixa entre 31 e 40 anos, temos 18 professores, que
equivale a 37% do total. Os professores que estão na faixa entre 41 e 50 anos,
temos 19, equivalente a 39% da amostra total, na faixa entre 51 e 60 anos são 07
professores, que equivale a 14% do total, e apenas 01 professor com idade acima
de 61 anos.
Uma das questões feitas neste trabalho foi buscar descobrir a área de
formação dos entrevistados, de forma a identificar as áreas e competências de
formação de cada professor, conforme demonstrado no Gráfico 04.
10
30
1 8
Exatas
Humanas
Biológicas
Sociais
Gráfico 4 - Universo de Pesquisados por área de formação
79
O professor teve 4 opções de resposta, Exatas, Humanas, Biológicas e
Sociais, e obtivemos os seguintes resultados:
Do total, cerca de 61%, que equivale a 30 professores assinalaram a área de
humanas, 10 professores que equivalente a 20% são da área de de exatas, 8 (16%)
com formação em Ciências Sociais e apenas 01 professor assinalou que sua
formação é na área de Biológicas, equivalente a 2% da amostra total.
Após identificarmos a área de formação de cada professor, questionamos
sobre a trajetória de especialização após sua formação, para identificar se os
professores haviam feito alguma especialização, como Pós-Graduação, Mestrado e
Doutorado.
0
5
10
15
20
25
Graduação
Especialização
Mestrado
Doutorado
120
23
5
Gráfico 5 - Universo de Pesquisados por formação
O Universo de professores com Mestrado prevaleceu, mas não em
quantidade muito expressiva, pois os professores que possuem especialização são
20, cerca de (41%), contra 23 (47%) de professores com Mestrado. Os professores
com Doutorado são 05, correspondente a 10%, e apenas 01, 2% da amostra total de
professores com formação superior somente.
Também buscando saber dos professores, quanto tempo trabalham no
Ensino Superior, independente que seja na Instituição pesquisada ou não, item
bastante relevante para o trabalho, visto que quanto mais experiência ele tem em
80
sala de aula no Ensino Superior, pode possuir mais facilidade com a didática, com
os conteúdos, facilidade de lidar com os alunos e uso das ferramentas de apoio
didático ele terá. Definimos 05 faixas de tempo para a questão, de 01 a 03 anos, de
04 a 07 anos, 08 a 11 anos, de 12 a 15 anos e mais de 16 anos. Conforme mostrado
no Gráfico 06.
0
5
10
15
20
11
18 18
1 1
De 01 a 03 Anos
De 04 a 07 Anos
De 08 a 11 Anos
De 12 a 15 Anos
Mais de 16 Anos
Gráfico 6 - Universo de pesquisados por tempo no Ensino Superior
Houve um empate em quantidade de professores nas duas faixas, de 12 a 15
anos e com mais de 16 anos, tivemos apenas 01 professor em cada faixa de tempo,
e também empate nas faixas de tempo entre 04 e 07 anos e 08 e 11, obtivemos
resultados idênticos, 18 professores, cerca de 37% para cada faixa de tempo, no
total, somando as duas faixas de tempo, de 04 a 07 anos e 08 a 11 anos temos 36
professores, cerca de 74% do total da amostra de professores.
Na instituição existem 11 professores relativamente novos no Ensino
Superior, cerca de 22%, que estão na faixa de 01 a 03 anos de carreira.
No Gráfico 07, demonstramos os resultados da questão sobre quanto tempo
o professor está na Instituição pesquisada trabalhando no Ensino Superior, a maioria
dos pesquisados está na instituição no período de 01 a 03 anos, 23 professores,
47% da amostra, resultado seguido bem de perto dos professores que estão na
instituição no período entre 04 a 07 anos, 19 (39%) professores, 06 (12%) dos
81
professores estão na Instituição no período de 08 a 11 anos e apenas 01 professor
(2%) está na instituição no período de 12 a 15 anos.
23
19
6
1 0
De 01 a 03 Anos
De 04 a 07 Anos
De 08 a 11 Anos
De 12 a 15 Anos
Mais de 16 Anos
Gráfico 7 - Universo de pesquisados por tempo no Ensino Superior presencial na Instituição pesquisada
Depois de obter os resultados do tempo em que os professores trabalham na
Instituição no Ensino Superior, demonstrado no Gráfico 07, buscamos saber a
quanto tempo eles trabalham na modalidade de Educação a Distância, definindo em
cinco escalas de tempo para as respostas, de 01 a 03 anos, de 04 a 07 anos, de 08
a 11 anos, de 12 a 15 anos e mais de 16 anos, obtendo os seguintes resultados,
demonstrados no Gráfico 08.
De 01 a 03
AnosDe 04 a 07
AnosDe 08 a 11
AnosDe 12 a 15
AnosMais de 16
Anos
34
15
00
0
De 01 a 03 Anos
De 04 a 07 Anos
De 08 a 11 Anos
De 12 a 15 Anos
Mais de 16 Anos
Gráfico 8 - Universo de pesquisados por tempo no Ensino Superior a Distância na Instituição pesquisada
82
34 professores responderam estar na primeira faixa, de 01 a 03 anos, cerca
de 69% do total da amostra, seguido de 15 (31%) professores que estão na
Instituição trabalhando com a EaD no período de 04 a 07 anos, nos períodos entre
08 a 11 anos, 12 a 15 anos e mais de 16 anos, não tivemos nenhum professor
nessas faixas.
Uma das questões apresentadas aos professores foi para sabermos qual
modalidade de ensino eles preferem, presencial ou à distância, demonstramos os
resultados abaixo no Gráfico 09, os professores tinham três alternativas, poderia
responder se preferia a modalidade presencial, a modalidade à distância ou se era
indiferente as duas modalidades.
36
5
8
Ensino Presencial
Ensino a Distância
Indiferente
Gráfico 9 - Modalidade de Ensino Preferida
A maioria dos professores, cerca de 73%, equivalente a 36 profissionais,
respondeu que prefere trabalhar com a modalidade de Ensino Presencial, 05 (10%)
definiu que prefere trabalhar na modalidade a Distância e 8 (16%) professores
responderam que é indiferente trabalhar com uma ou outra modalidade.
Nesta categoria Perfil dos professores da EaD, podemos identificar que a
maioria dos professores que participou da pesquisa e está na modalidade em EaD é
do sexo feminino. Identificamos também que os professores na faixa etária entre 20
e 30 anos são minoria, e que a faixa de idade entre 41 e 50 anos prevaleceu.
83
Os professores com formação na área de humanas prevaleceram em relação
ao restante, possivelmente por conta da instituição ter a maioria dos seus cursos, na
área de humanas, prevalecendo também os professores com especialização até
Mestrado, até mesmo pelo fato da instituição ter a necessidade de contratar
somente profissionais, com formação partindo da titulação de Mestre.
O que pode chamar atenção nessa categoria, também, é que os professores
que definem a EaD como modalidade preferencial são a maioria na faixa de idade
entre 41 e 50 anos, são três professores, um com idade entre 51 e 60 anos e
apenas um com idade entre 31 e 40 anos, mostrando que os mais velhos em termos
de idade, no caso desta amostra preferem a EaD, mesmo sabendo-se que a
modalidade na instituição é totalmente dependente de tecnologia.
Do total dos professores que mencionam indiferença entre as duas
modalidades, podemos destacar que a maioria que diz isso não possui título de
Mestre e nem de Doutorado, são apenas especialistas. Dos oito professores que
respondem indiferente, cinco são especialistas, e os outros três com título de
Mestre.
Pode-se demonstrar, nesta categoria, que os professores mais velhos
preferem a modalidade presencial, visto que dos sete professores entre 51 a 60
anos encontrados nesta pesquisa, quatro definiram que preferem o ensino
presencial, e o único professor que tem acima de 61 anos também escolhe o ensino
presencial como de sua preferência.
Com relação às outras faixas etárias os resultados ficaram bastante
parecidos, ficando da seguinte forma:
Dezesseis professores na faixa etária entre 31 e 40 anos preferem o ensino
presencial e treze na faixa estaria entre 41 e 50 anos.
A maioria dos professores está efetivamente trabalhando no Ensino Superior
independente de ser na instituição pesquisada a mais de 04 anos e na própria
instituição na faixa de 01 a 04 anos e a maioria absoluta também trabalha na
instituição na modalidade em EaD na mesma faixa de tempo, de 01 a 03 anos.
84
Uma das questões deste trabalho é com relação à mudança do professor do
ensino presencial para a EaD, e a maioria dos pesquisados, 36 dos 49 prefere o
ensino presencial ao EaD, o que equivale a 73% da amostra total.
Desses professores que preferem a modalidade presencial, a predominância
é do sexo feminino, são dezenove professoras contra dezessete, as mulheres
gostam mais do ensino presencial e as faixas etárias entre os que preferem a
presencial é bastante diversificada, temos professores desde a faixa entre 20 e 30
anos até o único professor que tem acima de 61 anos.
A predominância de quem prefere a modalidade em EaD também são dos
professores que possuem Mestrado, são 18. Apenas quatro professores com título
de Doutor e trezes profissionais com especialização.
2.3 - CATEGORIA 02 – A MUDANÇA DA MODALIDADE PRESENCIAL
PARA A EAD
Como todos os professores entrevistados neste trabalho estão efetivamente
atuando na docência da Educação a Distância, buscamos conhecer as motivações
desses profissionais para trabalharem na referida modalidade.
Podemos verificar que uma grande parte determina a sua motivação para a
EaD como desafio, conforme visualiza-se no Gráfico 10
85
Flexibilidade
de Horários
Remuneração Desafio Não há
motivação
Exigência de
Mercado
10
5
19
5
10
Gráfico 10 - Motivação para trabalhar na EaD
Dos 49 professores que responderam o questionário, 19 deles definem a EAD
como um desafio, cerca de 39%, 10 (20%) apontam a flexibilidade de horários como
fator motivacional, outros 10 (20%) respondem que é por conta da exigência do
mercado, 05 (10%) afirmam que a motivação vem pela remuneração e os outros 05
(10%) respondem que não existe motivação para trabalhar na Educação a Distância.
Dos dezenove professores que afirmaram que a motivação para trabalhar na
modalidade é o desafio, a maioria (14), também respondeu que prefere a
modalidade presencial a EaD, então justificam como desafio, pois não gostam ou
não aprovam a modalidade em EaD. E o perfil que determina “desafio” como a
motivação principal para trabalhar na EaD também é do sexo feminino, sendo doze
mulheres e sete homens.
O “desafio” é a resposta também para a maioria dos professores com título de
Mestre, são dez que respondem que estão na EaD pelo desafio em trabalhar nessa
modalidade, seguido de seis que possuem especialização e apenas três com título
de Doutor respondem essa opção. Pode ser que para os que já possuem o título de
Doutor, não seja efetivamente um desafio trabalhar na EaD.
86
A maioria dos professores que responderam que a principal motivação para
trabalhar na EaD é a exigência de mercado possuem Mestrado, sendo seis do total
de dez e os demais são especialistas. Nenhum com Doutorado respondeu a opção
“exigência de mercado”.
Os professores que responderam “Flexibilidade de horários” na maioria são
do sexo masculino.
Entende-se como “flexibilidade de horários” justamente por poderem executar
outras tarefas em horários específicos, já que na Modalidade em EaD não existe um
período específico para se responder às questões ou mesmo atender aos alunos,
situação essa feita de forma assíncrona.Por esse motivo, a grande maioria que
respondeu essa opção é especialista, de certa forma, faz outras atividades além das
aulas ministrados em EaD na Instituição pesquisada. São seis professores com
especialização, um somente com graduação e apenas três com título de Mestre.
Cinco professores respondem que “não há motivação”, e o perfil principal
destes que respondem essa opção é principalmente com título de Mestre e Doutor,
são quatro profissionais de cada titulação e apenas um deles que respondeu possui
somente especialização.
Diferente da opção anterior, o perfil dos professores que respondem a opção
“Remuneração”, a maioria são especialistas, três dos cinco responderam essa
opção, que sua principal motivação para trabalhar na EaD é a remuneração, e
apenas dois Mestres responderam essa opção.
Por conta de todas as respostas adquiridas nessa questão, buscou-se saber
se os professores entrevistados sentiram diferenças na transição de uma
modalidade para outra, esta foi uma das perguntas que fizemos a eles, como
demonstrado os resultados no Gráfico 11.
87
42
7
Sim
Não
Gráfico 11 - Diferenças na transição do presencial para a EaD
Dos 49, 42 responderam que sentiram mudanças na transição de uma
modalidade para outra e apenas 07, ou seja, 14% responderam que não sentiram
mudanças de uma modalidade para outra.
Os professores que responderam que não sentiram mudanças na transição
de uma modalidade para outra, a maioria também diz que prefere a modalidade
presencial, são cinco contra dois que respondem apenas que são indiferentes às
modalidades.
Esses que respondem “não”, também são a maioria de especialistas.
A área de formação desses professores que responde “não”, a maioria é da
área de Humanas, dois de Exatas e apenas um de Sociais. Pela formação dos
professores de Exatas ser mais técnica, esperávamos que esses profissionais não
tivessem dificuldades na mudança de uma modalidade para outra, expectativa não
confirmada pela pesquisa.
Para os professores que assinalaram que sentiram mudanças na transição,
houve outro questionamento para descobrirmos se tiveram dificuldades nessa
transição, do Presencial para a EaD, como podemos visualizar no Gráfico 12.
88
0
5
10
15
20
25
30
Sim Não
26
16
Sim
Não
Gráfico 12 - Teve dificuldades na mudança do ensino presencial para a EaD
Vinte e seis, cerca de (53%) dos professores, responderam que tiveram
dificuldades na transição de uma modalidade para a outra, e 16 (33%) responderam
que não tiveram dificuldades na transição, como o montante da amostra de
pesquisados são 49, sete não responderam esta questão.
Dezesseis professores (oito homens e oito mulheres) responderam que não
tiveram dificuldades com a mudança do presencial para EaD e mesmo não tendo
dificuldades, a maioria afirma que ainda prefere o ensino presencial a EaD, são
exatamente dez que afirmam isso, e outros oito que também respondem que não
tiveram dificuldades, também responderam que encaram como um desafio trabalhar
na EaD.
A maioria desses professores, (10) estão trabalhando na instituição na
modalidade à distância no período de 01 a 03 anos, e apenas seis estão na faixa de
04 a 07 anos.
Também responderam positivamente que sentiram mudanças quando da
transição, afirmaram que sentiram as mudanças de uma modalidade para outra, mas
não tiveram dificuldades.
89
Os professores responderam se tiveram dificuldades ou não e depois
justificaram suas respostas. Um dos principais motivos apontados por seis deles é o
conhecimento prévio da plataforma ou modalidade. Cinco afirmaram que já
conheciam a modalidade ou plataforma de outra instituição, três afirmaram que
possuem facilidade com tecnologias e informática, quatro afirmaram que tiverem um
bom suporte e treinamento na utilização da ferramenta, um deles menciona que
achou mais fácil trabalhar na EaD do que no presencial e outro que afirma que os
conceitos são os mesmos e teve facilidade em transmitir os conteúdos pela
modalidade.
Outro professor afirma que é uma necessidade de mercado e que a daptação
se faz necessário para se manter na Instituição, principalmente nas instituições
privadas.
E para os professores que responderam que “sim”, que teve dificuldades na
mudança na transição de uma modalidade para outra, solicitamos que justificassem
suas respostas, apontando quais as dificuldades encontradas nessa transição.
Dos 26 que responderam positivamente às dificuldades encontradas, 10
relatam que a plataforma é o principal motivo dessas dificuldades na transição.
De acordo com as respostas que definimos como problemas de Plataforma,
temos algumas observações que podem ser citadas, de acordo com as respostas
dos entrevistados, como por exemplo:
Alguns afirmam que tiveram dificuldades por desconhecer a plataforma, falta
de conhecimento do Software utilizado, relatando que a ferramenta não é de fácil
adaptação, devido à falta de preparo, dificuldades para entender a ferramenta e
organizar o material de modo adequado para o aprendizado do aluno.
Cinco dos professores questionados, relatam que a falta de contato pessoal é
uma dificuldade inerente ao curso em EaD, pois na EaD existe a necessidade de ter
que responder alguns questionamentos individualmente e no caso do curso na
Modalidade Presencial, a mesma resposta pode servir para todos os alunos que ali
estão presencialmente.
90
A maioria dos professores afirmam que nada substitui o ensino presencial, por
existir o “face-to-face” que, portanto, de acordo com o professor, é essencial para um
bom aprendizado.
As intervenções feitas em sala de aula, com os comentários, correções aos
exercícios propostos, não foram feitas com a mesma eficácia na modalidade a
Distância. Um dos professores apontou que há uma dificuldade de adaptação para o
contato com os alunos na forma virtual, pois julga difícil saber se o aluno entendeu o
assunto ou não, no ambiente virtual não conseguimos enxergar as reações dos
alunos.
“A comunicação visual para as explicações foi a maior dificuldade”, afirma um
deles, acreditando que o fato de ser comentada, a comunicação visual esteja
atrelada à interface do software, da forma em que as informações são expostas aos
alunos, que no caso da Instituição pesquisada é o Moodle.
Leite e Silva (2000) afirmam que os professores precisam saber fazer EaD.
As autoras registram que ensinar a distância é muito diferente de ensinar
presencialmente, mesmo para professores com larga experiência em ensino,
complementam dizendo que são necessárias diferentes habilidades de
apresentação da informação e de planejamento, desenvolvimento e avaliação de
estratégias de ensino nas quais professor e aluno estejam distantes fisicamente,
indo de encontro aos aspectos comentados pelos professores, que dizem que as
principais dificuldades foram por conta do avanço da tecnologia, submeterem-se a
novos aprendizados, treinamentos e orientações rápidas (em apenas 4 horas), a
carga horária insuficiente para tanto conteúdo, montagem de aulas para
disponibilizar aos alunos, dificuldades de explicar o conteúdo no formato on-line e
até mesmo identificar os alunos com dúvidas sobre os conteúdos.
As autoras Leite e Silva (2000) ainda relatam que é necessário dominar o
meio ou sistema de transmissão da informação adotado.
A quantidade de alunos em cada sala de EaD também é apontada pelos
professores como uma das dificuldades encontradas, turmas numerosas dificultam
identificar se as informações (atividades) postadas foram feitas por eles ou por outra
pessoa, dificuldades em feedbacks precisos, afirmando que na maioria das vezes os
91
trabalhos propostos para serem desenvolvidos individualmente acabam sendo feitos
em grupo, um aluno ajuda ao outro a desenvolver a atividade, que por sua vez
recebem as mesmas respostas e trabalhos iguais.
Um professor observa que há dificuldade de motivar os alunos a participar
das aulas, controlar e avaliar a assiduidade, visto que a única forma de controle da
plataforma é a presença, quando o aluno entra no sistema e a entrega das
atividades. Mas mesmo o aluno entrando no sistema não garante nada, se ele está
estudando ou não.
Litto (2010), afirma que o aluno precisa assumir um novo papel, inicialmente
saber fazer as perguntas corretas, pois no ambiente on-line, onde a comunicação
não é síncrona, o professor nem sempre está naquele momento para responder, a
resposta pode vir a demorar um pouco, o aluno deve ter capacidade de resolver
problemas e interpretar textos.
Dois docentes, afirmam que não gostam ou não concordam com a
modalidade, observando que a EaD deveria ser disponibilizada somente para cursos
de Pós-Graduação.
Diante dessas respostas acima, os professores respondiam se gostavam ou
não da Modalidade de Educação a Distância.
0 10 20 30 40 50
Sim
Não
41
8
Sim
Não
Gráfico 13 - Gosta ou não da Modalidade à Distância
92
Do total dos 41 professores, 84% da amostra responderam que gostam da
modalidade de Educação a Distância e apenas oito professores declaram que não
gostam. Dos 41 que afirmaram gostarem da modalidade, 12 dizem que gostam por
causa da flexibilidade proporcionada, seja de horários para o próprio professor ou
como um dos professores destaca que pode trabalhar em casa e organizar seu
tempo para outras atividades, flexibilidade de proporcionar oportunidades para quem
(aluno) não dispõe de tempo ou mesmo para os alunos que moram em locais com
difícil acesso ao Ensino Superior. A flexibilidade de horários é mencionada por doze
professores, facilidade de ministrar suas aulas em qualquer lugar que tenha acesso
à internet, mencionam que com isso surgem novas disponibilidades para outras
oportunidades. Mesmo assim, tem professores que mencionam que trabalham e
gostam da EaD, mas não deixariam de trabalhar também no ensino presencial.
Quatro dos professores destacam o dinamismo, mas observam que
dependem muito da interação dos alunos para que funcione corretamente e as aulas
possam ser abordadas de forma eficiente, e que a Modalidade ou Plataforma
deveriam ser mais bem projetadas para atender aos alunos e professores.
A informação que o desafio é um dos principais motivos da EaD, é bastante
visível nas justificativas dos mesmos. Seis deles responderam ser desafiador o fato
de gostarem da modalidade, dizem que por terem quebrado alguns paradigmas,
pela modalidade ter obrigatoriamente imposto certas diferenças na forma de ensinar,
exige dos professores inovação na forma de postar ou demonstrar novos
conhecimentos. A utilização de recursos alternativos para postar suas aulas é
considerada um desafio na modalidade. Pesquisar charges, desenhos, imagens e
esquemas que ilustrem a aula que está sendo ministrada, também é apontada pelos
professores como necessidade para se dar bem na EaD.
Um dos entrevistados que leciona na EaD, entre 01 e 03 anos, relata gostar
da modalidade, julga como um desafio ter iniciado na EaD e que ainda continua
sendo desafiador para ele. Pensando em contribuir com o aperfeiçoamento da
modalidade, um dos entrevistados afirma que pretende transformar o meio em objeto
de pesquisa para seu doutorado, pois a modalidade é algo desafiador e enfatiza que
o fato de ter flexibilidades de horários o agrada muito.
93
Uma justificativa importante que devemos destacar é de que um professor
que justifica gostar da modalidade por não possuir o contato presencial com os
alunos, e diz que é muito mais desgastante trabalhar com as aulas presencialmente
do que a Distância.
“Não existindo o contato direto com os alunos cotidianamente; a flexibilidade de horário. Estes são os mais importantes. Trabalhei como professor presencial durante 25 +ou- e há quatro exerço atividades de EAD que considero muito mais gratificante e menos desgastante.”
Facilidade, praticar novas estratégias de ensino, trabalhar em modelos de
ensino que estão em franca expansão, aliar tecnologia da Informação à Educação,
praticar a empatia enquanto ministram as aulas, se colocar no lugar do aluno,
proporciona a inclusão digital e dá oportunidades para novas formas de
aprendizagem, formas diferentes de construir conhecimento em sociedades
globalizadas. Essas são justificativas apontadas por alguns entrevistados pelo fato
de gostarem da modalidade a Distância.
E ainda temos quem diga que a EaD está apenas começando, que ainda não
houve um amadurecimento da ideia, tanto por parte dos professores, quanto dos
alunos, que precisam ter mais disciplina para estudar em EaD e os professores
precisam inovar suas técnicas de uso da tecnologia, e ainda que a modalidade é
bastante interessante e importante, mas não só, não somente a EaD e sim como um
complemento do Ensino Presencial.
Preferir o ensino presencial é a opinião de quatro professores, que observam
ainda que a dinâmica no ensino presencial é mais acentuada, o contato direto com
os alunos é considerado mais assertivo e observam certa rejeição por parte dos
alunos que estão fazendo as disciplinas em EaD.
Dos oito que responderam que não gostam da EaD, um deles menciona não
gostar, por considerar como um ensino frio, preferindo a relação presencial em sala
de aula, diz também que o retorno é imediato na modalidade presencial que
enquanto na EaD o retorno, por parte dos alunos, costuma demorar e, até mesmo
para os professores entenderem as dúvidas dos alunos, demora um pouco mais.
Outro professor relata que os alunos devem ser auto motivados para estudar
na EaD, e afirma que auto motivação para estudo não é uma das características dos
94
alunos de graduação, outros dois ainda complementam dizendo que no ensino
presencial existe mais dinâmica com os alunos do que na modalidade em EaD,
preferem o calor humano do ensino presencial e obervam certa rejeição por parte
dos alunos na EaD.
Um professor menciona que não gosta da EaD propriamente dito para o
público de graduação, acredita que a maioria dos alunos não tem disciplina para
acompanhar cursos na modalidade a distância.
Dos oito que mencionam não gostar da Modalidade, sete deles também
respondeu que prefere a Modalidade Presencial, assim aferindo suas respostas, e
um deles é indiferente às duas modalidades.
Após o questionamento se o professor gosta ou não da Modalidade de
Educação a Distância, perguntamos se indicariam os cursos na Modalidade para
outras pessoas. Quase a mesma proporção que respondeu que gosta da
modalidade, afirmaram que indicaria para outras pessoas, conforme o demonstrado
no Gráfico 14.
40
9
Sim
Não
Gráfico 14 - Indicaria cursos na Modalidade a Distância
40 (82%) professores respondem que “Sim”, indicariam a modalidade
Educação a Distância para outras pessoas e 18%, 09 professores respondem que
“não”, não indicariam para outras pessoas.
95
Dos noves que responderam que não indicariam a Modalidade em EaD para
outras pessoas, todos são unânimes em suas restas quando questionados qual
modalidade preferem, todos responderam “Ensino Presencial”, e desses nove,oito
deles está na Instituição trabalhando com a Modalidade a Distância apenas de 01 a
03 anos, relativamente novos e apenas um está na faixa de 04 a 07 anos.
Em seguida, questionamos se, na opinião deles, há um perfil adequado para
o professor que atua na Modalidade de Educação a Distância, e a maioria responde
que sim, conforme demonstrado no Gráfico 15.
0
10
20
30
40
50
Sim
Não
43
6
Sim
Não
Gráfico 15 - Perfil adequado para a Modalidade de EaD
Do universo de 49 professores entrevistados, 43 (88%) responderam que sim,
existe um perfil adequado, e apenas 06 (12%) dos respondem que não, não existe
um perfil adequado que atua na modalidade de Educação a Distância.
Para os que confirmaram que há um perfil adequado para o professor da
Modalidade a Distância, solicitamos que descrevessem o perfil do professor que eles
julgam adequado para a Modalidade como descrevemos:
Uma observação que prevaleceu entre os entrevistados, 28 dos 49
professores definem que o perfil ideal para o professor de EaD é um profissional que
deve ter bons conhecimentos de Informática e depois da plataforma. Mas pelas
observações feitas, a plataforma nem é tão importante, se o professor conhece
96
Tecnologia da Informação, a plataforma se torna um detalhe, pois com a facilidade
em mexer com o computador e as tecnologias, aprender a plataforma se torna um
detalhe, opinião de alguns professores e afirmam o que Leite e Silva (2000) já
haviam dito, que as tecnologias estão emergindo, crescendo em popularidade e
tornando possível o oferecimento de novas oportunidades para todo o tipo de
estudante. As autoras ainda afirma que possivelmente algumas dessas tecnologias
estejam distantes de nós, principalmente no que diz respeito à capacitação de
professores, mencionando que é importante manter em perspectiva o caminho para
o qual tem seguido as tendências educativas no que diz respeito ao uso da
tecnologia.
Já outro professor afirma que o profissional ideal para a EaD é aquele que
deve ter conhecimentos de Tecnologia ou pelo menos ter um ótimo conhecimento da
Plataforma a ser utilizada. Recursos audiovisuais também são observados por ele
como itens essenciais, de forma que o professor possa desenvolver ou escolher
seus materiais para divulgação junto aos seus alunos.
Outras informações descritas nas observações é o tempo disponível que é
curto, para dar atenção aos alunos, organização, dinamismo para expor seus
conhecimentos de forma clara e objetiva aos alunos, ser atencioso, paciente, ter
criatividade, jogo de cintura, ser disciplinado e assertivo com os conteúdos
disponibilizados na plataforma.
Uma das observações que chamou a atenção, foi de um professor que, além
de afirmar que o perfil ideal do professor de EaD deve ter conhecimentos de
Tecnologia e conhecimentos da plataforma, relata: “...e principalmente ser bem
remunerado para tal, achar que o ead tem menos trabalho e por isso ganhar menos,
isso é uma verdadeira lenda para não falar que é uma economia porca. Pois o
professor não tem tempo para atender a todos os alunos como é necessário e os
alunos não conseguem aprender então é um fingimento completo... o professor finge
que ensina e o aluno finge que aprende”.
Outro afirma que o perfil ideal para o professor da Modalidade em EaD é
aquele que seja mais atencioso do que na Modalidade Presencial e que seja pontual
em suas respostas.
97
O conhecimento e familiaridade com informática lidera o que os professores
determinam como perfil para o professor da Modalidade em EaD, um deles afirma
que só conseguiu que os alunos entendessem o que ele queria passar, quando
gravou um vídeo e postou na Internet para que os alunos vissem, diz também que o
professor precisa ter um bom texto, saber escrever bem para os alunos virtuais e
tempo e muita paciência.
E para os seis que responderam que não há um perfil adequado para o
professor da Modalidade a Distância, questionamos porque das suas respostas
foram bem objetivas de forma a demonstrarem que, na opinião deles, qualquer um
pode se adequar a Modalidade a Distância. Basta ter um pouco de força de vontade,
ter domínio do conteúdo, independente de que modalidade esteja trabalhando,
gostar de ministrar aulas, tem quem afirme que quem gosta do presencial vai para a
EaD facilmente, basta obter um pouco de treinamento e conhecimentos básicos da
plataforma, somente na forma de transmitir os conteúdos que é diferente, comentário
de um dos professores.
A grande maioria que respondeu o questionário aponta que, trabalhar na
Modalidade em EaD, é um desafio que sentiram mudanças na transição de uma
modalidade para outra, dificuldades na migração e apontam, como dificuldade
principal, a plataforma utilizada. Desconhecimento da tecnologia e a falta de contato
pessoal com os alunos também são apontados como principais dificuldades.
Dos seis professores que responderam que não existe um perfil adequado
para a EaD, todos são formados em Humanas e 4 deles tem somente
especialização, os outros dois um possui Mestrado e outro Doutorado.
Mesmo assim, a maioria gosta da modalidade e aponta os motivos como
flexibilidade de horários para trabalhar, dinamismo no envio de materiais para os
alunos e a rapidez no contato com os estudantes como fatores. Afirmam que
indicariam a modalidade para outras pessoas dizendo que gostam da modalidade,
além de comentar também que o profissional que trabalha na EaD deve possuir um
perfil adequado e atrelam esse perfil ao conhecimento em Tecnologia da Informação
e o fato da remuneração não ser tão atraente assim.
98
2.4 - CATEGORIA 03 - ASPECTOS DA ATUAÇÃO DOCENTE EM EAD
Nesta categoria, apontar-se-á os aspectos da atuação na docência em EaD,
discutidas pelos próprios professores.
No questionário respondido, a questão 21 se referia às diferenças nos
“procedimentos metodológicos” com relação às duas modalidades de ensino. Para
assegurar melhor compreensão dos resultados substituímos “procedimentos
metodológicos” por “atuação docente”.
Inicialmente, questionamos os professores em relação ao reconhecimento,
por parte deles, das diferenças de atuação docente em relação às duas
modalidades. Perguntamos se reconhecem alguma diferença na atuação docente
entre o Presencial e a EaD, como demonstrado no Gráfico 16.
0
10
20
30
40
Sim
Não
40
9Sim
Não
Gráfico 16 - Reconhece diferenças na atuação docente
Quarenta professores, cerca de 82%, reconheceram que existem diferenças
na atuação docente entre as duas modalidades, como representado no Gráfico 16.
E apenas nove, que representam 18% da amostra, afirmaram que não
reconhecem diferenças na atuação docente entre as duas modalidades.
Para os 82% que afirmaram que reconhecem diferenças na atuação docente,
questionamos quais são essas diferenças reconhecidas por eles, e obtivemos a
seguintes resultados:
99
O primeiro a responder, afirma que o profissional que está na modalidade a
distância deve ter obrigatoriamente conhecimentos de TI, para que possa ter uma
dinâmica mais acentuada nas atividades propostas. A falta de contato presencial é
reconhecida como diferenças na atuação do professor na Modalidade em EaD, pois
exige mais clareza no momento em que as questões são respondidas on-line, o
professor deve se preparar para a modalidade, conforme menciona Litto (2010), que
afirma que o professor da Modalidade a distância deve se preparar
metodologicamente para assumir tal responsabilidade, pois os alunos de alguma
forma já estão acostumados com o mundo interativo.
Um deles afirma que na modalidade presencial existe a possibilidade de
exposição dos conteúdos teóricos e logo após propor exercícios práticos de fixação,
de forma a acompanhar o desenvolvimento dos alunos e questiona como fazer para
aplicar exercícios práticos na EaD após a teoria. Neste caso específico, cita como
poderia mostrar uma codificação de programas na modalidade em EaD e deixa sua
sugestão, dizendo que as disciplinas mais técnicas não deveriam ser oferecidas em
EaD. Na modalidade em EaD, as formas de demonstrar os conteúdos são restritas à
ferramenta utilizada, enquanto que, presencialmente, consegue trabalhar várias
dinâmicas. Na modalidade em EaD, a falta de conhecimento em saber quem são os
alunos que estão na sala dificulta manter um diálogo entre professor e aluno,
comenta. E indo de encontro aos professores, as autoras Leite e Silva (2000)
afirmam que com a realidade da EaD, há necessidades de se impor a revisão do
processo educativo e que sejam descobertos novos espaços para aprendizagem via
rede de computadores, complementam dizendo que qualquer que seja o curso na
modalidade a Distância voltado para o professor, lembra que ele deve possuir como
uns dos seus objetivos, a autoformação, pois autonomia do indivíduo é um
compromisso de todo processo educativo.
Comenta outro professor, que ainda está se adaptando à modalidade e por
conta disso experimenta técnicas e “métodos”, mas afirma que a linguagem utilizada
na plataforma deve ser bem clara com os alunos, de forma que eles entendam o que
o professor quer transmitir e menciona os fóruns como uma boa opção para contato
com os alunos e melhorar a comunicação, mas ainda deve ser aperfeiçoado.
Afirmando, ainda, que trabalhar com textos pequenos como questionários se
mostrou bastante eficaz na utilização da modalidade, pois os alunos recebem o
100
Feedback continuamente e de forma mais rápida, fornecendo um contato mais
permanente entre professores e alunos.
O uso da tecnologia é citado como diferenças na atuação docente por alguns
entrevistados. O ensino-aprendizagem se dá através da tecnologia, por meio do qual
os alunos se comunicam virtualmente. Tecnologia pura, o dinamismo e interação
com os alunos na modalidade são indispensáveis. Outro afirma que a informatização
acaba limitando a comunicação, pois o professor deve ser mais criativo para saber
se expressar através das mídias eletrônicas e além do professor dominar a
tecnologia deve gostar de atender muitos alunos de uma única vez, como são as
salas de EaD.
De acordo com alguns professores, a EaD se torna algo muito distante,
perdendo a dinâmica e a proximidade que o ensino presencial proporciona,
possibilitando que as dúvidas sejam esclarecidas mais rapidamente. A comunicação
visual utilizada na EaD devem ser mais expressivas, portanto, os professores dessa
modalidade devem ter um conhecimento diferenciado de TI.
Um dos professores menciona que a EaD é um ambiente frio ao lidar com os
alunos, enquanto o Ensino Presencial proporciona proximidade e praticidade ao lidar
com os alunos. Os eventuais questionamentos e problemas levantados em sala de
aula são resolvidos ali mesmo, antes de a aula acabar, sendo que na EaD, os
questionamentos quase sempre são resolvidos dias depois, opinião de dois
participantes.
Outro professor responde que a Educação a Distância necessita maior
efetividade, criatividade, maior envolvimento e comprometimento dos alunos e, em
contra partida, cita que o ensino presencial necessita maior exigência quanto aos
conteúdos, conceitos, postura, domínio e atualização dos temas abordados,
inclusive a didática de cada professor, deve ser sempre renovada.
Especificamente, no curso de Logística, um professor menciona que a
atuação do professor na modalidade deve começar pelo uso e acesso às redes de
computadores, diz que muitos alunos do curso não tem possibilidade de acesso ao
computador e, por sua vez, a Internet tem que se deslocar da Instituição para
101
responder os exercícios e acessar a plataforma. E enfatiza que o planejamento e
estratégia das aulas devem ser diferentes do presencial.
Um dos professores difere as duas modalidades na forma de avaliação, mas
não detalha sua resposta e outro diz que o todo na EaD deve ser mais detalhado e o
professor deve usar ferramentas que auxiliem de forma a chamar atenção dos
alunos, como imagens, fontes em caixa alta e exercícios mais detalhados.
E para os que afirmaram não existir diferenças na atuação docente, também
questionamos o porquê de suas respostas. Apenas nove responderam que não
reconhece diferenças entre o Ensino Presencial e a EaD.
Estes também afirmaram que preferem a Modalidade Presencial. Dos nove,
oito professores estão trabalhando na modalidade a Distância na Instituição
pesquisada apenas no período de 01 a 03 anos.
Cinco determinam que, o que lhes motivaram a trabalhar na EaD, foi o desafio
da modalidade.
Justificando sua resposta, um dos professores, diz que não teve orientação
dos procedimentos sobre a utilização da Modalidade a Distância, outro afirma que o
mais importante é conhecer os assuntos que serão abordados na Disciplina que se
dispôs a lecionar.
Um afirma que a única diferença na atuação do professor na modalidade em
EaD é a ausência do professor fisicamente, o restante é tudo igual.
E outro que comenta, sobre a virtualização do Ensino, fala que a modalidade
é EaD, mas utilizam procedimentos das aulas presenciais, só o contato com o aluno
que é de forma eletrônica.
Dois professores afirmam que não enxergam diferenças entre uma
modalidade e outra, outros três afirmam que o que muda é somente a utilização da
Tecnologia para mediar os conhecimentos, indo de encontro à autora Haguenauer
(2005), onde afirma que para termos um ensino de qualidade, não deve haver
distinções das modalidades, dizendo que as mais eficientes do ensino presencial
também podem ser muito bem adequadas para a Educação a Distância, justificando
102
ainda que o que muda é apenas a forma de comunicação, antes presencial e na
EaD on-line.
Questionamos quais seriam as principais características metodológicas na
atuação docente no ensino Presencial e depois sobre a Educação a Distância. Para
o Ensino presencial, oito professores definiram que a principal característica é o
dinamismo e depois assertividade, ritmo nos conteúdos, teorização e aplicação,
aplicação de estudos de caso e evitar as mesmas atividades em sala de aula.
Organização e domínio dos conteúdos, impor respeito, exercitar os conteúdos
teóricos em sala de aula, propor assuntos pontuais, didática, empatia, presença em
sala de aula são itens mencionados pelos professores, as informações desses
professores que vão de encontro à autora Haguenauer (2008) que afirma ser
necessário repensar a educação e substituir as metodologias e estratégias arcaicas,
a autora afirma que é necessário modernizar a educação para acompanhar as
enormes transformações na área da neurologia, da cognição e da tecnologia da
informação ocorridas no mundo.
Dois citam a forma de avaliação em sala de aula, saber se o aluno está
aprendendo ou se pelo menos está prestando atenção nos conteúdos expostos.
Outros citam perceber as dificuldades dos alunos, afirmando que no formato
presencial é mais fácil o acompanhamento dos planos de ensino, ter domínio da
disciplina ministrada, flexibilidade para se adequar aos questionamentos dos alunos,
saber contextualizar os assuntos abordados, ter domínio na transmissão dos
conteúdos, orientar os alunos, fornecer feedback, ter mais tempo para discutir os
temas abordados, e saber identificar as dificuldades dos alunos são características
inerentes ao ensino presencial.
Um deles afirma que a simples presença em sala de aula já é um grande
diferencial e outro reforça dizendo que o presencial afirma a autoridade em sala de
aula, sendo que na EaD não é possível, visto que os alunos não conhecem o
professor pessoalmente, apenas por um currículo exposto na plataforma.
Um professor menciona que no Ensino Presencial, além do professor ser o
educador, exerce outros papeis, principalmente relacionados à disciplina e à
103
formação pessoal do aluno, que cada vez mais é deixada de ser feita em casa para
ser feita na escola.
Após responderem sobre as principais características metodológicas do
ensino Presencial, também fizeram suas observações sobre a Educação a Distância,
onde é mencionada a obrigação dos conhecimentos técnicos, a qualidade do
material apresentado aos alunos que deve ser mais objetivo, atualização constante
nos métodos de trabalho, responder às questões dos alunos rapidamente, motivar
os alunos a participarem das aulas, tentar saber identificar o silencio por parte dos
alunos, a falta de questionamentos aos assuntos expostos, manter contato sempre
constante com os alunos, disciplina e comprometimento no envio dos materiais aos
alunos e o professor se tornar um facilitador na aprendizagem para o aluno são
observações feitas pelos entrevistados.
Um cita que os problemas mencionados na Modalidade presencial deixam de
existir na EaD, como a responsabilidade do professor em se preocupar com a
formação pessoal do aluno, aspecto que hoje em dia não é feita em casa, e tanto no
ensino presencial como na Educação a Distância, o profissional deve ter boa
comunicação, domínio dos conteúdos, trabalhar as relações interpessoais e as
habilidades para trabalhar em grupo.
Já outro menciona que a resposta a esta pergunta é praticamente ao contrário
da resposta à questão anterior, existem mais alunos em uma sala virtual do que em
sala presencial e quando há questionamentos em uma sala virtual, a resposta vai
para todos, assim quase sempre ocasionando mais dúvidas para os outros alunos,
pois a formulação da pergunta e entendimento da resposta vai da interpretação de
cada um.
Como todos os professores participantes desta pesquisa estão inseridos
efetivamente na modalidade de Educação a Distância, em uma das questões,
buscamos saber como se prepararam para iniciar na modalidade, se já conheciam,
se participaram de algum treinamento, se aprenderam sozinhos, se ainda possuem
dificuldades ou se têm outras justificativas. Obtivemos os seguintes resultados
demonstrados no Gráfico 17.
104
0
5
10
15
20
25
30 27
8 9
32
Participou de um
treinamento
Já conhecia a
modalidade de outra
Instituição
Aprendeu Sozinho(a)
Ainda tem dificuldades
Outros
Gráfico 17 - Como se preparou para a Modalidade de Educação a Distância
Dos 49 professores que responderam o questionário, 27 (55%), responderam
que se prepararam participando de um treinamento, visto que a instituição
disponibiliza on-line para os professores ingressantes. 08 (16%) afirmam que já
conheciam a modalidade de Educação a Distância através de outra instituição. 09
(18%) dizem ter aprendido sozinhos, 03 (6%) afirmam que ainda possuem
dificuldades e 2 (5%) atribuem como “outros” a sua preparação para a EaD.
Para os três, 6% que afirmaram ainda ter dificuldades com a modalidade, um
deles menciona dificuldades com a tecnologia, um afirma que a ferramenta utilizada
não é boa e outro que a tecnologia é a principal dificuldade e ainda não gosta da
ferramenta.
E com relação aos professores que atribuíram “outros”, um afirma que não
tem experiência com a Educação a Distância e outro diz que é pelo convívio com os
alunos na plataforma.
Mesmo a maioria dos professores ter afirmado que se preparou para a
Modalidade a Distância através de treinamento, 27 julgaram complicada a mudança
de uma modalidade para outra, demonstrado no Gráfico 19.
105
32
17
Tranquila
Complicada
Gráfico 18 - Como foi a mudança do Presencial para a EaD
A maioria dos professores afirmam que a mudança foi tranquila, cerca de 32
(65%). Justificaram suas respostas como já conheciam, pela facilidade com a
internet e a ajuda que tiveram dos colegas da Instituição. Seis mencionam que têm
facilidade em lidar com tecnologia e a plataforma. Quatro deles mencionam que tem
bastante facilidade. Cinco afirmaram que a transição foi tranquila porque, em algum
momento, tiveram treinamento na plataforma, seja da coordenação ou dos colegas
da instituição. Três professores justificam em suas respostas como um desafio a
mudança para a EaD, um menciona que foi tranquilo porque tem interesse em
aprender a modalidade e outro não gosta, mas teve que se adequar.
E 17 professores que julgaram complicada a mudança de uma modalidade
para outra, dois afirmam que tiveram que aprender sozinhos para trabalhar na
modalidade, oito afirmam que a falta de conhecimento de Tecnologia e ou da
plataforma foi um dos motivos principais que julgaram complicado, outro
entrevistado menciona que a falta de contato com os alunos é bastante complicado,
outro menciona as diferenças nas modalidades. Um dos professores menciona “A
ferramenta tem muitos recursos e não temos treinamentos para conhecer tudo.
Existem recursos que seriam muito úteis, desde que usados, mas não temos esses
conhecimentos. E também para ajudar os alunos não conhecem e tem dificuldades
para entrar.”, bom entendemos como treinamentos tanto para os professores como
para os alunos ajudariam bastante na transição de uma modalidade para outra.
106
Como a maioria dos professores veio da modalidade de Ensino Presencial
para a Educação a Distância, buscamos descobrir quais as principais dificuldades
que tiveram nessa transição, e obtivemos um empate entre as três primeiras opções,
de acordo com o demonstrado no Gráfico 19.
14
14
14
7
Não teve dificuldades
A Plataforma
Quantidade de Alunos
Metodologia
Gráfico 19 - Principais dificuldades na Mudança de Presencial para EaD
14 (29%) professores definiram não ter dificuldades, 14 (29%) atribuíram as
principais dificuldades à Plataforma, outros 14 (29%) afirmam que a quantidade de
alunos é a principal dificuldade entre o presencial e a EaD e apenas 7 (14%)
definem a metodologia como principal dificuldade.
Após responderem quais suas principais dificuldades com a Mudança de uma
Modalidade para outra, solicitamos que justificassem suas respostas e os
professores que atribuíram que não tiveram dificuldades justificam que já conheciam
a modalidade, que difícil mesmo convencer o aluno que é possível aprender via
EaD, que não tiveram dificuldades porque já usam a modalidade para outras
atividades, portanto já possuíam conhecimento. Outro professor menciona que é um
método bem tranquilo de se trabalhar. E uma observação de um dos entrevistados
que diz não ter tido problemas com a modalidade, mas sim com o pagamento, que
não foi proporcional ao número de alunos em sala virtual.
Dos professores, 13 destacam a plataforma como justificativa para suas
principais dificuldades de mudança de uma modalidade para outra.
107
Um deles destaca que nunca havia trabalhado com a plataforma, portanto
teve dificuldades em aprender o processo de como responder aos alunos, quantas
vezes deveria entrar na ferramenta para dar retorno aos seus alunos, como efetivar
as correções das atividades e ainda menciona que sua primeira turma em EaD era
bastante numerosa.
A quantidade de alunos nas salas também é um item bastante comentado
entre eles, afirmando que prejudica a qualidade no ensino, a atenção, correção de
muitas atividades e os alunos que deixam as atividades para a última hora
acumulando os trabalhos, com tudo isso não é possível oferecer um aprendizado da
forma correta.
As observações feitas pelos professores que definiram metodologia como a
principal dificuldade na transição de uma modalidade para outra citam as diferenças,
falam sobre a quantidade de alunos. A interpretação, por parte destes, não é a
mesma que a presencial, planejamento do conteúdo para as aulas em EaD e para
finalizar a falta de tempo para planejar e entender a modalidade.
Percebemos, nesta última categoria, que os professores necessitam
especialmente de treinamento para atuar na modalidade em EaD. Também apontam
a mudança de uma modalidade para a outra como sendo tranquila e que as
principais dificuldades são a Plataforma e a quantidade de alunos que é muito
grande, dificultando a assistência e atenção aos alunos.
108
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O maior desafio da presente pesquisa foi responder a um questionamento
pessoal sobre a mudança dos professores que atuavam na modalidade de Ensino
Presencial e mudaram para a Modalidade a Distância. Nesse sentido, partimos da
hipótese de que existe uma grande dificuldade pessoal e metodológica na mudança
desses professores para a EaD.
Buscamos identificar o perfil do professor que atua na modalidade à distância,
compreender as principais diferenças existentes na atuação do docente entre as
duas modalidades e analisamos o processo de adaptação, as dificuldades e os
sentimentos dos professores.
De acordo com as respostas dos professores que participaram deste trabalho,
e tratando de um público que trabalha na Modalidade em EaD pela internet, eles
apontam como perfil principal que o professor dessa modalidade tenha domínio de
tecnologia da informação (informática), conhecimentos técnicos em geral e
conhecimentos técnicos da plataforma.
O estudo foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas, artigos científicos,
revistas especializadas, dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, buscados
nos principais portais de períodos do Brasil, como o Portal de Teses da CAPES e a
Biblioteca digital da Universidade de São Paulo. Com esse material, registramos
aspectos da EaD mencionando autores que dedicam suas pesquisas ao assunto,
mostrando um histórico da EaD desde 1891 até 1996, este último em que é
regulamentada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Fizemos um breve
descritivo das atuais políticas públicas de Educação para EaD, e em seguida, um
recorte da EaD especificamente em São Paulo, pesquisando as informações no site
do Ministério da Educação. Falamos sobre os modelos e formas de comunicação
para a EaD, mencionando que a Instituição pesquisada trabalha com o modelo
síncrono de comunicação. Apresentamos um breve relato sobre os aspectos da
docência na modalidade de ensino a Distância e partimos para a análise do que
dizem os professores pesquisados sobre a modalidade em questão.
109
O que podemos verificar é que existem alguns estudos sobre a EaD no Brasil,
alguns já tratando da mudança do ensino presencial para a EaD, outros sobre as
tecnologias que envolvem a modalidade, tecnologias essas que hoje em dia quando
se fala em EaD efetivamente estamos falando de Internet.
No levantamento histórico feito sobre a EaD, percebemos que a modalidade
já vinha se conceituando mesmo sem a utilização da Tecnologia da Informação
(Internet) e, ao longo do tempo e o surgimento da internet, essa modalidade vem se
massificando constantemente.
O Governo, através do MEC e de seus programas de incentivo a educação,
estimula o desenvolvimento e a veiculação de programas de Educação a Distância,
isso em todos os níveis e modalidades de educação, até mesmo na educação
continuada, desde a educação Básica, Educação de Jovens e Adultos, os cursos
sequenciais, de graduação, especialização, Mestrado e de Doutorado.
Analisando suas respostas, subdividimos em três categorias distintas. Na
Categoria 01, identificamos as respostas dos professores como sendo pertinentes ao
perfil dos professores da Modalidade a Distância, a Categoria 02, relata sobre a
mudança de uma modalidade para outra e a Categoria 03 falamos sobre os
aspectos metodológicos da docência na EaD.
O público da base pesquisada (49) é praticamente metade homens e metade
mulheres, a faixa etária principal da base pesquisada está entre 31 a 50 anos, a
minoria é de professores jovens e acima de 51 anos, demonstrando um público mais
experiente em termos de idade.
A maioria (30) também é da área de humanas possuindo título de Mestre e
Especialista, e uma minoria (05) com Doutorado, cerca de cinco professores,
exercendo as funções na Modalidade a Distância.
A maioria, (36), que participaram desta pesquisa está efetivamente
trabalhando no Ensino Superior no período entre 04 a 11 anos, independente da
Instituição, informação essa que aponta que a maioria tem experiência na área
acadêmica, mas trabalhando efetivamente na Instituição pesquisada possuem pouco
tempo de casa. A maioria (23) está na Instituição no período entre 01 a 03 anos,
110
demonstrando que tem pouco tempo de trabalho na própria instituição, possuem
experiência acadêmica, mas pouco tempo na Instituição.
Como a Educação a Distância na Instituição é praticamente nova, essa
informação é constatada com o número de professores que trabalham na
Modalidade efetivamente na Instituição. A maioria, cerca de (34) professores está
trabalhando com EaD na Instituição no período de 01 a 03 anos, e o restante (15) no
período de 04 a 07 anos.
Constatamos que a maioria (36) dos professores da instituição que trabalham
na modalidade a Distância prefere o ensino presencial a EaD, mas mesmo assim
ainda trabalham com a modalidade, e a maioria (41) que gosta da EaD está na faixa
etária entre 41 e 50 anos, e a maioria (22) dessa faixa é do sexo feminino.
Outro dado interessante que pode ser identificado no grupo de professores
que gostam da modalidade em EaD (22) é a titulação, pois são aqueles que
possuem Mestrado, e a maioria (13) é da área de humanas, (04) da área de Sociais,
04 de Exatas e apenas (01) Biológicas. Diante disso, acredita-se que possuem mais
experiência na área acadêmica, principalmente bons conhecimentos de informática.
Um aspecto importante deste trabalho foi compreender as principais
diferenças existentes na atuação docente entre as duas modalidades e constatamos
que a maioria dos professores (40) que responderam o questionário reconhecem,
prontamente, diferenças entre as duas modalidades.
O que os professores (18) afirmam como principais diferenças é a forma de
expor os assuntos para os alunos, pois como estão em um formato digital devem
preparar os assuntos, que antes eram ministrados presencialmente, para serem
ministrados no formato digital.
Outra diferença apontada por alguns professores (06) é a forma com que eles
podem expor os conteúdos práticos em sala de aula, abordam a prática e
acompanham a execução junto aos alunos, enquanto na EaD não existe essa
possibilidade, principalmente quando falam sobre disciplinas mais técnicas.
Quando os professores trabalham na modalidade presencial, de uma forma
ou de outra, conhecem seus alunos pelo comportamento e atitudes em sala de aula,
111
mas quando estão inseridos no formato a distância isso fica muito difícil, sendo
apontado também como uma das principais diferenças por 05 professores..
E, principalmente, o uso da tecnologia é apontado como diferenças
metodológicas entre as duas modalidades, alguns professores (10) não têm
aderência ao uso da informática, nas aulas presenciais expõem seus conteúdos no
quadro negro, enquanto que na EaD são obrigados a usar métodos e tecnologias
muitas vezes desconhecidas por eles.
Mesmo a minoria dos professores (21) que respondeu que não reconhece
diferenças na atuação docente entre uma modalidade e outra não deixa de dizer que
preferem a Modalidade Presencial, não reconhecem diferenças, mas, mesmo assim,
o presencial ainda é dito como melhor na opinião deles.
Para a maioria dos professores (32) que participou deste trabalho, o processo
de adaptação na mudança de uma modalidade para outra foi tranquila, e atribuíram
essa tranquilidade ao conhecimento da tecnologia, que mencionam Informática em
geral e não especificamente a plataforma onde trabalham.
Mas, quase um terço da amostra total dos professores (17) definiu que a
mudança foi complicada, justamente por falta de conhecimento de tecnologia da
informação (informática) e não obtiveram suporte para aprender a trabalhar com a
plataforma.
Desses 17 professores, 09 deles apontam a plataforma como a principal
dificuldade, 05 apontam a metodologia usada na ferramenta (Moodle) e 03
professores mencionam a quantidade de alunos como principal item.
A plataforma e a quantidade de alunos por sala são os principais motivos das
dificuldades do processo de adaptação da modalidade, (12) professores apontam
esses motivos, porque a maioria (22) que respondeu não conhece como trabalhar
com a ferramenta informatizada, não sabe como postar os exercícios, como
responder de forma adequada aos alunos e como proceder para acompanhar o
andamento de cada aluno, sem contar que não conseguem dar um “feedback”, pois
na maioria dos cursos existe uma quantidade de alunos considerada pelos
professores como grande; cerca de 70 a 100 alunos por sala virtual, com relatos de
112
professores aos quais conversamos pessoalmente dizendo que já tiveram até 300
alunos em uma única sala virtual, visto que quando é aberto uma sala para
determinada disciplina, ela é aberta para os quatro Campi da Instituição.
Treinamento intensivo para uso da plataforma, de forma integral, onde o
professor aprenda a utilizar a ferramenta desde o processo de se autenticar no
sistema até a finalização que é postar as notas dos alunos na plataforma, é uma
necessidade inerente à maioria dos professores (22).
Com esta pesquisa, confirmamos a hipótese de que existe uma dificuldade
pessoal e metodológica na mudança dos professores que participaram desta
pesquisa da modalidade presencial para a modalidade a Distância, visto os motivos
principais serem a plataforma em que são impostos a trabalhar, a quantidade de
alunos por turma e a metodologia utilizada, pois estão acostumados a trabalhar com
a modalidade presencial se veem na posição de alterar o formato de disposição dos
conteúdos, para os alunos, no formato digital.
A principal dificuldade pessoal desses professores (12) é o conhecimento de
tecnologia, pois a maioria não domina informática e precisaram adotar uma
modalidade que, até então, para eles era totalmente desconhecida.
Alguns professores (16) ainda destacam que não tiveram dificuldades e para
alguns tanto faz uma modalidade como a outra para trabalhar, as duas são usadas
de forma bem tranquila por eles.
A realização deste trabalho serviu para que pudéssemos conhecer as
opiniões dos professores da instituição pesquisada que atuam na modalidade EaD.
O número dos respondentes não foi a totalidade dos professores convidados para
participarem da pesquisa, mas tivemos um retorno significativo, com quarenta e
nove retornos positivos de um universo de 88. Este total representa mais de 50% do
total, o que assegura a representatividade e fidedignidade dos dados coletados. O
grupo participante expôs claramente suas ideias, sugestões, pensamentos e mesmo
críticas à modalidade.
O estudo tendo sido feito através de questionários no formato on-line,
disponibilizados em um site, onde os professores deveriam entrar, responder, e
113
enviar pelo mesmo local, ajudou bastante no recebimento de uma amostra
considerável, pois os professores que participaram, se sentiam mais confortáveis em
responder, pois não havia necessidade de se identificar.Acredito que esse seja um
dos motivos de ter recebido essa amostra considerável de respostas.
E lembrando que, como todos os professores eram definitivamente da
modalidade a Distância, o formato do questionário ter sido desenvolvido todo on-line
deixou-os mais à vontade, não tivemos que tirá-los de seu ambiente de trabalho
(Internet) para fazê-los responder ao questionário. Houve ainda aqueles professores
que possuíam um pouco mais de dificuldades. Acredito que aqueles que
responderam que não gostam da Modalidade, que em algum momento me
procuravam na instituição para tirar dúvidas de como preencher, e deixando até
sinais que iriam responder, que ainda não tinham respondido, mas que
responderiam.
Alguns professores que me procuraram, até sugeriram que este estudo
depois de pronto, fosse apresentado à instituição, de forma a chegar ao
conhecimento da direção o que os professores pensam da modalidade e as
sugestões apontadas por eles para melhoria, como, por exemplo, a diminuição do
número de alunos por sala virtual.
Os respondentes, pelo menos a maioria, mencionam que todos os
professores que forem trabalhar na modalidade a Distância devem possuir
conhecimento de informática ou, pelo menos, ter um domínio da ferramenta, a qual
irão utilizar para ensinar seus alunos, e isso é visto nas respostas dos professores
que mencionam que sua principal dificuldade é a tecnologia.
Percebemos que a EaD é uma modalidade que tem muito ainda a crescer e
se desenvolver entre as instituições de ensino tanto públicas quanto privadas, e que
além de ser uma modalidade que ajudará na solução do distanciamento do aluno
com a instituição de ensino, também não podemos deixar de mencionar que é uma
solução para novas oportunidade de negócio.
Desde o início deste trabalho, visualizávamos a ideia de que a EaD fosse uma
modalidade não muito aceita entre os professores, e mesmo a maioria afirmarem
que preferem a modalidade presencial e quando questionada, responde que gosta
114
da forma de ensinar a distância, acreditando que possa virar uma tendência para
alguns cursos de nível superior, ou mesmo cursos de Especialização e Pós-
Graduação.
A forma que idealizamos este trabalho foi extremamente gratificante, visto o
significativo conhecimento adquirido, desde o estudo das políticas que norteiam a
Educação à Distância e mesmo para a educação presencial.
No Brasil, a EaD é datada desde 1891, quando o Jornal do Brasil publicou,
em sua seção de classificados, um anúncio oferecendo profissionalização por
correspondência, o curso de datilografia, desta data em diante até a criação da LDB
em 1996, se desenvolvendo de forma bem expressiva e, a partir de 1996, de forma
mais estruturada e regulamentada pelo Ministério da Educação, impondo regras e
limites para as instituições oferecerem essa modalidade.
A Lei aponta que a Educação, em sua forma geral, deve abranger sempre os
processos formativos do indivíduo. Neste estudo, a intenção era buscar o que
pensavam os professores que trabalham na modalidade à distância, e a trajetória da
mudança da modalidade presencial para a EaD. Em momento algum falamos do
aluno, de como é a atuação desse aluno na modalidade a Distância, acreditamos
que isso possa se tornar outro estudo que julgamos bastante interessante e
importante para a área acadêmica, conhecer como os alunos recebem essa
modalidade, o que pensam sobre os professores que estão inseridos nessa
modalidade, as formas de apresentação dos conteúdos e disciplinas, as formas de
avaliação e mesmo para saber se gostam dessa forma de ensino.
Fica o registro do interesse, no momento adequado, em pesquisar a
percepção do aluno com relação ao EaD e o lado da Instituição com relação à essa
modalidade de ensino.
Com este trabalho conseguimos ter uma visão um pouco mais clara de como
é o processo de Educação na Modalidade a Distância e entender um pouco o que os
professores pensam dessa forma de ensinar.
Entender que existem professores que não aceitam essa modalidade de
forma alguma, até porque não possuem aderência à Tecnologia da Informação, não
115
possuem conhecimentos técnicos da ferramenta ou mesmo os próprios
conhecimentos de informática.
Entender como é o processo de mudança de uma modalidade para outra, que
no caso de alguns professores, e se essa mudança não fosse de forma taxativa, não
teriam mudado para a Modalidade a Distância, teriam continuariam no formato
Presencial.
Existem alguns teóricos, mencionados neste trabalho, que defendem a EaD,
por ser uma modalidade que veio crescendo constantemente, ou mesmo pela forma
com que ela é exposta nos dias de hoje, utilizando as ferramentas de tecnologia da
informação, podendo ser disseminada de forma muito rápido e abrangendo locais
que antes eram remotos. Nos dias de hoje, não se fala em EaD sem pensar em
Tecnologia da Informação, Computador, Redes, Internet. A forma de disponibilizar o
material para estudo é muito mais rápido na era digital do que anteriormente, hoje o
material é desenvolvido e disponibilizado praticamente no mesmo momento.
Independentemente das formas ou modelos de EaD, o uso da tecnologia da
informação é mais frequente e possivelmente não volte ao formato de
correspondência .
E por fim, este estudo possibilitou obtermos o conhecimento de como a EaD
está posicionada no Brasil, o recorte de como está em São Paulo, como os polos de
Educação a Distância estão distribuídos individualmente, conhecer as opiniões de
um grupo de professores que atuam efetivamente na modalidade. Nesse sentido, é
importante saber que nem todos estão satisfeitos com essa forma de ensino,
inclusive mencionando que não se motivam, porque os próprios alunos também não
estão motivados a estudar nessa forma.
Para finalizar, vale mencionar que a investigação referenda a crença de que a
EaD é uma realidade educacional que deve ser cuidada, pois o que se vislumbra é
um acentuado crescimento para os próximos anos, exigindo professores preparados
e que se sintam confortáveis e competentes.
116
REFERÊNCIAS
AAKER, D. A., KUMAR, V., DAY, G. S. Pesquisa de marketing. 2ª ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
ALVES, Lucineia. Educação a Distância: conceitos e história no Brasil e no mundo
– ABED – Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2011
AZEVEDO, Wilson. Panorama Atual da Educação a Distância no Brasil.
CONECT@ - Número 2 – Setembro 2000. Disponível em:
< http://www.revistaconecta.com/conectados/wilson_seminario.htm> Acesso em: 20
jul. 2012
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distancia. São Paulo: Autores Associados,
1990.
BITTENCOURT, Dênia Falcão. A construção de um modelo de curso “lato
sensu” via internet – a experiência com o curso de especialização para gestores
de instituições de ensino técnico UFSC / SENAI. 1999. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/disserta99/denia/>. Acesso em: 15 nov.2011.
BRASIL. Lei n°. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 23 ago. 2012.
______. Decreto 1917/96, de 27 de maio de 1996. Aprova a estrutura Regimental
e o quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas do
Ministério da Educação e do Desporto e dá outras Providências. Disponível em:
< http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/112261/decreto-1917-96>. Acesso em 23
ago. 2012.
117
______. Portaria N° 2.253, de 18 de Outubro de 2001. Autoriza a inclusão de
disciplinas não presenciais em cursos superiores reconhecidos. Disponível em:
< http://meclegis.mec.gov.br/documento/view/id/167>. Acesso em: 23 ago. 2012.
______. Portaria N° 4.049, de 10 de Dezembro de 2004. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/nova/acs_portaria4059.pdf>. Acesso em
23 ago. 2012.
______. Decreto N° 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da
Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/decreto/D5622.htm>.
Acesso em 23 ago. 2012.
______. Lei N° 11.273, de 06 de fevereiro de 2006. Autoriza a concessão de
bolsas de estudo e de pesquisa a participante de programas de formação
inicial e continuada de professores para educação básica. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11273.htm>. Acesso
em: 23 ago. 2012.
______. Lei N° 11.502, de 11 de julho de 2007. Modifica as competências e a
estrutura organizacional da fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - CAPES, de que trata a Lei no 8.405, de 9 de janeiro
de 1992; e altera as Leis nos 8.405, de 9 de janeiro de 1992, e 11.273, de 6 de
fevereiro de 2006, que autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa
a participantes de programas de formação inicial e continuada de professores
para a educação básica. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11502.htm>. Acesso
em: 20 ago. 2012.
118
______. Portaria Normativa N° 10, de 02 de julho de 2009. Fixa critérios para
dispensa de avaliação in loco e dá outras providências. Disponível em: <
http://meclegis.mec.gov.br/documento/view/id/64>. Acesso em: 23 ago. 2012.
______. Decreto n° 7.480, de 16 de maio de 2011. Aprova a Estrutura
Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores - DAS e das Funções Gratificadas do
Ministério da Educação e dispõe sobre remanejamento de cargos em
comissão. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7480.htm>. Acesso em 23 ago. 2012.
______. Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância.
Ministério da Educação – Secretaria de Educação a Distância. 2007. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf. Acesso em: 15 jul
2012.
______. Portaria Normativa N°. 2, de 10 de Janeiro de 2007. Dispõe sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a Distância. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/portaria2.pdf>. Acesso em 23 ago. 2012.
______. Portaria Normativa N° 40, de 12 de Dezembro de 2007. Institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação superior no sistema federal de educação, e o Cadastro e-MEC de Instituições e Cursos Superiores e consolida disposições sobre indicadores de qualidade, banco de avaliadores (Basis) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e outras disposições. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/ead/port_40.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2012.
BRITO, Mario Sérgio da Silva Brito. Tecnologias para EaD Via Internet. Educação e
Tecnologia: Trilhando Caminhos (2003).Disponível em:
< http://www.lynn.pro.br/pdf/educatec/brito.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2012
119
CABANAS, Maria Inmaculada Chao, VILARINHO, Lúcia Regina Goulart. Educação
a Distância: Tutor, professor ou Tutor-Professor. E-TIC – 5° Encontro de Educação
e Tecnologia de Informação e Comunicação – Universidade Estácio de Sá.
CAMPOS, Regina Celia Pereira. Subjetividade e Trabalho Docente em Cursos de
Educação a Distância. [Tese de Doutorado]. Universidade Federal de Minas
Gerais. 2002.
CARDOSO, Ana Lúcia. Formação Docente e Ensino Superior a Distância:
Transição paradigmática e os Impactos e Contribuições das Tecnologias de
Informação e Comunicação. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Metodista de
São Paulo. 2010.
CARVALHO, Célia Pezzoto de, BARBIERI, Marisa Ramos. Formação de professores
em tempos de informática. Comunicação $ Educação, n9, p. 18-22, maio/Ago.,
1997
CARVALHO, Ana Beatriz e SILVA, Eliane Moura. Políticas Públicas em Educação
a Distância e a Formação de Professores no Estado da Paraíba. In: IV Seminário
Regional de Política e Administração da Educação no Nordeste, 2006, Natal. IV
SEMINÁRIO REGIONAL DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO
NORDESTE, 2006.
CASSOL, Marlei Pereira; LIMAS, Jeane Cristina de Oliveira; SOUZA, Carlos Alberto
de; SPANHOL, Fernando José. Tutoria na Educação a Distância. Universidade do
Vale do Itajaí – SP – 2004. Disponível em:
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/088-TC-C2.htm). Acesso em: 07 set.
2012.
CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Declaração do Brasil para a Cúpula
Mundial da Educação. Fórum Mundial de Educação. Dacar, Senegal. Abr. 2000.
Disponível em:
120
http://portal.inep.gov.br/c/journal/view_article_content?groupId=10157&articleId=213
82&version=1.0>. Acesso em: 28 Abr. 2012.
CHAVES, E. Conceitos Básicos: Educação a Distância. EdutecNet: Rede de
Tecnologia na Educação, 1999. Disponível em:
(http://www.edutec.net/Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm. Acesso em: 14
ago. 2012.
Ensaios Pedagógicos: Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das
Faculdades OPET – ISSN 2175 1773 – Sandra de Fátima Kruger Gusso – O Tutor-
Professor e a Avaliação da aprendizagem na Educação a Distância. Disponível em:
http://www.opet.com.br/conteudo/busca.asp?q=revista. Acesso em: 13-Mai-2012.
FALLER, Lisiane Pelline. Estudo de Parâmetros para a Avaliação de Cursos de
Ensino a Distância (EAD). [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal de
Santa Maria. 2009
FISCHER, Graciana Simoni. Um ambiente virtual multimídia de ensino na WEB,
com transmissão ao vivo e interatividade. 2000. Dissertação 88 EDUCAÇÃO E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS (Mestrado em Informática) - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
FISCINA, F.L.F(2003). A Internet na Educação a Distância como ferramenta
integral para o crescimento e aprendizagem profissional: o caso SEC-IAT/BA.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Engenharia de produção,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
GATTI, Bernardete. Brasil: Tecnologias na Educação de Professores a Distância.
Critérios de Qualidade, disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/4sf.pdf. Acesso em: 13-Mai-2012.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 1991.
121
GONÇALVES, Adilson Luiz. Entre o Presencial e o Virtual: Percepções de
Professores do Ensino Superior sobre a Utilização de Ferramentas de Comunicação
a Distância e suas Implicações no Trabalho Docente. [Dissertação de Mestrado].
Universidade Católica de Santos. 2008.
GONZÁLEZ, Luisa Aleyda Garcia. Um Modelo Conceitual para aprendizagem
colaborativa baseada na execução de projetos pela Web. [Tese Doutorado] –
Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade de São Paulo
– SP – 2005.
GUNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a
Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa Vol. 22, n. 2 – Universidade de Brasília,
Maio/2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2.pdf. Acesso
em: 05/ jun. 2012
HAGUENAUER, Cristina. LATEC, Metodologias e Estratégias da Educação a
Distância, Rio de Janeiro – RJ, 2005. Disponível em:
http://www.latec.ufrj.br/portfolio/at/4%20EAD%20metodologias.pdf. Acesso em: 15
jun. 2012
KEEGAN, D. Foundations of distance education. Londres, Routledge, 1991.
KEEGAN, D. Routledge. Studies in distance education. Londres: Routledge,1991.
LEITE, Ligia Silva, SILVA, Christina Marília Teixeira da. A Educação a Distância
capacitando professores: Em busca de novos espaços para aprendizagem.
Conet@, número 02, Set/2000. Disponível em:
http://www.revistaconecta.com/conectados/ligia_capacitando.htm.
Acesso em: 08 jun 2012.
LESSA, Shara Christina Ferreira REVISTA BRASILEIRA DE APRENDIZAGEM
ABERTA E A DISTÂNCIA ABED. Disponível em:
122
http://www.abed.org.br/revistacientifica/_brazilian/edicoes/2010/2010_Edicao.htm.
Acesso em: 20 mai. 2012
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 5. ed.
São Paulo: Loyola, 2007. 212 p.
LILIANA VASCONCELLOS, LUIS FERNANDO ASCENÇÃO GUEDES – X SEMEAD,
Seminários em Administração. FEA-USP. Disponível em:
http://www.ead.fea.usp.br/Semead/10semead/sistema/resultado/an_indiceautor.asp?
letra=l . Acesso em: 20 jul. 2012
LITTO, Frederic, M. Governo Dificulta desenvolvimento da EAD. Universa. 2007.
Disponível em:
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2007/11/23/423192/governo-
dificulta-desenvolvimento-da-ead-diz-litto.html. Acesso em 01/09/2012
LITTO, Frederic, M. O Aluno está acostumado com o mundo interativo, por isso a
escola deve mudar. Educar para Crescer, 2010. Disponível em:
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/entrevista-frederic-litto-
527506.shtml Acesso em:15 jun. 2012
LUZZI, D. A. (Dezembro de 2007). O Papel da educação a distância na mudança
de paradigma educativo. O Papel da educação a distância na mudança de
paradigma educativo: da visão dicotômica ao continuum educativo. São Paulo, SP,
Brasil: FE-USP. CONEXAOPROFESSOR (2012).
MAIA, Marta de Campos, MEIRELLES, Fernando de Souza. Análise das
Metodologias de Educação a Distância utilizadas nas Universidades
Brasileiras. FGV-SP, 2012. Disponível em:
http://www.eaesp.fgvsp.br/subportais/interna/paper_marta05.pdf Acesso em:
20 jul. 2012.
MALHORTA, N. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4ª Ed. Porto
Alegre: Bookman, 2006.
123
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6ª
Ed. São Paulo: Atlas, 2005.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento. São Paulo, 6ª
Ed.: Atlas, 2008.
MICROPOWER. Empresa especializada em tecnologia em educação e
negócios. Disponível em: <http://www.micropower.com.br/>. Acesso em: 18 nov.
2011.
MORAES, Airton Pedroso de. Ensino a Distância via Internet: Uma opção para
melhoria de qualidade do Ensino Superior. [Dissertação de Mestrado]. Universidade
Federal de Santa Maria. 2006
MORAN, José Manuel. O que é educação a Distância. Escola de Comunicação e
Artes – USP – São Paulo – SP – 2002. Disponível em:
http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm. Acesso em: 11 jun. 2012
NETO, Chade Rezek. Educação a Distância: Criação de um Sistema de Avaliação
Exclusivo de EAD para o avanço Tecnológico e Educacional do País. [Tese de
Doutorado]. Universidade Metodista de Piracicaba. 2008.
NOVAIS, Maycon Anderson Pires de. Estudo da Prática Docente no Ensino On-
Line da UNIFEST Virtual. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal de São
Paulo – UNIFESP. 2009
OLIVEIRA, Bruno Antonio de, OLIVEIRA, Yuri Cravo Fernandes Rodrigues de,
Metodologias Utilizadas na Educação a Distância no Brasil – Portal do Professor
Livre na Rede – UFMG – 2010.Disponível em:
http://www.textolivre.pro.br/blog/UEADSL/2010_2/artigosPDF/ Acesso em:
18 jul. 2012
124
ROMANI, Luciana Alvin Santos; ROCHA, Heloisa Vieira. A complexa tarefa de
educar a distância: uma reflexão sobre o processo educacional baseado na
web. Revista Brasileira de Informática na Educação, n.8, p.71-81, 2001.
Florianópolis: Comissão especial de informática da Sociedade Brasileira de
Computação.
ROSIN, Claudia Aparecida Bueno. A Educação a Distância no Brasil: Limites e
Possibilidades na Implantação da EaD no Ensino Superior. Dissertação de
Mestrado. Universidade Metodista de São Paulo. 2010.
SANTOS, Adriana Carvalho dos. Um estudo sobre quem é o professor que se
disponibiliza participar de Atividades de EaD. [Dissertação (Mestrado)]. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. 2008.
SANTOS, Catarina de Almeida. As Políticas de Formação de professores na
Modalidade a Distância no Brasil: Uma Orientação Mundializada. [Dissertação de
Mestrado]. Universidade Federal de Goiás, 2002.
SANTOS, João Francisco Severo. Avaliação no ensino a Distância. Revista
Iberoamericana de Educacion. Instituto Superior e Centro Educacional Luterano
bom Jesus, e Universidade do Estado de Santa Catarina. (2006)
SANTOS, Vivaldo Paulo dos. O QUEFAZER NA SALA DE AULA: didática,
metodologia ou nada disso? Dialogia – 2003. Disponível em:
http://www.unibarretos.edu.br/v3/faculdade/imagens/nucleo-
apoiodocente/pesquisa%20sala%20de%20aula6.pdf Acesso em: 20 jul. 2012
SARTORI (2005): A Comunicação na Educação a Distância: O Desenho
Pedagógico e os Modos de Interação.Disponível em:
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R1492-1.pdf. Acesso em
20 ago. 2012.
125
SEVERO SANTOS, João Francisco. Avaliação no Educação a Distância. Revista
Ibero Americana de Educación. Disponível em: http://www.rieoei.org/1372.htm.
Acesso em: 22 mai. 2012.
SILVA, Leda Bezerra da. O Perfil do corpo docente dos cursos de Ciências
Contábeis das Universidades Federais Brasileiras e as perspectivas para
adoção da educação a Distância. [Dissertação (Mestrado)], Universidade de São
Paulo – USP – 2002.
SILVA, Katia Viviane da. PIBIC JR/FUNDECT/CNPq. Diferenças entre pesquisa
qualitativa e quantitativa. 2011 – Mato Grosso do Sul – MS – Disponível em:
http://programapibicjr2010.blogspot.com.br/2011/04/diferenca-entre-pesquisa-
qualitativa-e.html. Acesso em: 15 jul. 2012.
SOUSA, Claudenice de Freitas. A Prática docente em ambientes virtuais de
aprendizagem: Saberes necessários ao professor tutor na Educação a Distância.
[Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal do Ceará - 2009
TAVARAES, Kátia Cristina do Amaral. Reflexões sobre o seu papel e sua formação.
Projeto LingNet. Disponível em: < http://www.lingnet.pro.br/papers/eadprof.htm>
Acesso em: 20 jul. 2012.
TERENSE, Ana Claudia Fernandes. FILHO, Edmundo Escrivão. XXVI ENEGEP –
Fortaleza, CE. 2006. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2006_tr540368_8017.pdf. Acesso em: 20
jul. 2012.
VALENTE, José Armando. Formação de Educadores para o uso da informática
na escola. Campinas, SP: Unicamp/Nied, 2003.
VICTORINO, Ana Lúcia Quental, HAGUENAUER, Cristina Jasbincheck - Avaliação
em EAD apoiada por Ambientes Colaborativos de Aprendizagem no programa
de capacitação para a Qualidade da COPPE/UFRJ – 2004.
126
127
Sites Pesquisados:
http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm - 08/11/2011
http://www.edutec.net/Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm#Ensino a
Distância – 08/11/2011
http://www.virtual.epm.br/home/resenha.htm - 08/11/2011
http://www.drummond.com.br – 08/11/2011
http://www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm - 08/11/2011
http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/TREAD.pdf
http://cpost.com.br/cee-rj/index.php?option=com_content&view=article&id=60:ead-
jovens-e-adultos&catid=41:ead&Itemid=59
http://educacao.uol.com.br/biografias/johannes-gutenberg.jhtm - 13-11-2011
http://www.telebrasil.org.br/ead.pdf - 13-11-2011 - Histórico EaD no Brasil
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/escribas.htm - 13-11-2011
http://softwarelivrenaeducacao.wordpress.com/2009/10/20/leitura-online-educacao-
e-tecnologia-trilhando-caminhos/ - 15-11-2011
http://ensinoaDistância.wikidot.com/html - 18-11-2011
http://www.eduweb.com.br – 18-11-2011
http://www.eduweb.com.br/produtos-e-servicos/tecnologia/aulanet - 18-11-2011
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=865&catid=193%3Aseed-educacao-a-
Distância&id=12778%3Alegislacao-de-educacao-a
Distância&option=com_content&view=article – 19-11-2011
http://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/EAD.htm#1. Uma Família de Conceitos
Afins – 17-11-2011
http://www.rieoei.org/deloslectores_bbdd.php?id_tema=10 – 19-11-2011
(http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R1492-1.pdf)
128
(http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=2663,
20-03-2012).
http://www.telebrasil.org.br/artigos/artigos.asp#1213 - 29/03/2011
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=879&id=13105&option=com_content&view
=article – 04-07-2011
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/159-TC-D3.htm
http://www.significados.com.br/avatar/ - 09/07/2012
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/05/brasil-teve-crescimento-de-515-em-
conexoes-de-banda-larga-em-um-ano.html - 04-09-2012
129
APÊNDICES
APÊNDICE 01
QUESTIONÁRIO APLICADO:
Link do Questionário on-line:
HTTP://www.josenorberto.com.br/questmestrado.html
130
131
132
133
134
135
136
137
138
APÊNDICE 02
RESPOSTAS DO QUESTIONARIO:
Por se tratar de uma tabela bastante extensa, com vastas informações, a tabulação
pertinente às respostas dos professores pode ser consultada no link a seguir:
“WWW.josenorberto.com.br/respostas_pesquisa_EaD.xls”