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Divulgação e utilização de técnicas ag roeco lóg icas e amb ien ta i s em propriedades rurais na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das VelhasSubcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá
Janeiro de 2011
1
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas
Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá
Projeto
Divulgação e utilização de técnicas agroecológicas e ambientais em propriedades rurais da
bacia hidrográfica do Ribeirão Jequitibá
Elaboração:
Paola Sposito Barreto
Rodrigo Silva Lemos
Rogério Sepúlveda
Colaboradores:
Érika Regina Carvalho
Estagiários:
Lorena Soares Cardoso Brito
Geoprocessamento:
Daniel Nascimento Rodrigues
Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas
janeiro de 2011
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ÍNDICE
Introdução.................................................................................................................................... 3
1. Justificativa.......................................................................................................................... 6
2. Objetivos.............................................................................................................................. 9
2.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 9
2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 9
3. Público Contemplado ........................................................................................................ 10
4. Estratégia de Atuação........................................................................................................ 10
4.1 Elaboração de material educativo ................................................................................. 11
4.2 Mobilização Social e Visitas às Propriedades................................................................ 11
4.3 Realização de Oficinas Temáticas................................................................................. 13
4.3.1 Tratamento de efluentes domésticos em áreas rurais......................................... 13
4.3.2 Incentivo à utilização de práticas ambientais e agroecológicas......................... 17
4.4 Instalação das Unidades Demonstrativas....................................................................... 17
4.4.1 Contrapartida dos proprietários ....................................................................... 19
4.5 Elaboração de material de divulgação das sete unidades demonstrativas ....................... 19
4.6 Apresentação do projeto a comunidade e visitas técnicas as UD.................................... 19
4.7 Monitoramento e avaliação........................................................................................... 20
6. Possíveis Parceiros............................................................................................................. 23
7. Atividades a serem desenvolvidas ..................................................................................... 23
7.1 Duração do Projeto....................................................................................................... 23
7.2 Cronograma das Atividades.......................................................................................... 23
8. Planilha de Custos ............................................................................................................. 25
8.1 Detalhamento dos custos .............................................................................................. 25
9. Resultados Esperados........................................................................................................ 28
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 29
ANEXO 1 – Lista de Presença das reuniões ................................................................................. 31
ANEXO 2 - Ficha de cadastro dos proprietários rurais ................................................................. 34
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Introdução
Este documento foi elaborado para apresentar o projeto „Divulgação e utilização de
técnicas agroecológicas e ambientais em propriedades rurais da bacia hidrográfica do
Ribeirão Jequitibá‟, estruturado a partir de oficinas com os participantes do Subcomitê da
bacia hidrográfica do Ribeirão Jequitibá e de representantes das comunidades dessa bacia.
Os Subcomitês de bacia hidrográfica (SCBH) foram criados através da Deliberação
Normativa (DN) 02/2004 do Comitê da bacia hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das
Velhas). A medida é uma reafirmação da descentralização da gestão, partindo-se do
pressuposto que os subcomitês permitiriam uma inserção local que qualificaria os debates e
análises das questões das sub-bacias do Rio das Velhas.
Os subcomitês seriam, segundo o artigo 1° da DN 02/2004 do CBH Rio das Velhas,
“grupos consultivos e propositivos”, com atuação nas sub-bacias hidrográficas do Rio das
Velhas. Sua constituição, tal qual nos Comitês de Bacia, exige a presença de representantes
da sociedade civil organizada, dos usuários de água e do poder público. “Os subcomitês
poderão ser consultados sobre conflitos referentes aos recursos hídricos e, também,
poderão levar ao conhecimento do CBH-Velhas e dos órgãos e entidades competentes os
problemas ambientais porventura constatados em sua sub-bacia” (SEPÚLVEDA, 2006. P.
6).
Desta forma, os Subcomitês de bacia hidrográfica foram criados para incentivar a
participação direta dos atores sociais nos processos de tomada de decisão. Sua atuação
significa um grande avanço na representatividade e na articulação de entidades locais nas
sub-bacias do Rio das Velhas. Segue abaixo mapa dos subcomitês legalmente constituídos
e em processo de formação até o ano de 2010.
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A escritura deste projeto se deu a partir da realização de oficina com os membros do
Subcomitê, que teve por finalidade compreender e definir as ações que seus membros
julgam pertinentes para solucionar ou minimizar problemas existentes em seu território de
planejamento.
Desta forma, a oficina foi desenvolvida em três encontros com o SCBH Ribeirão Jequitibá
(09/11/2010, 16/11/2010 e 30/11/2010) sendo que os dois primeiros foram destinados à
apresentação da proposta por parte do CBH Rio das Velhas onde foi feito o levantamento
inicial dos principais problemas existentes na bacia (o anexo 1 apresenta a lista de presença
das reuniões realizadas). A partir dos encontros foi possível elaborar um pré projeto que foi
apresentado ao Subcomitê em um terceiro momento no qual discussões, críticas e sugestões
permitiram o aprimoramento da proposta inicial.
Os encontro realizados com os participantes do SCBH Ribeirão Jequitibá, apontaram a
necessidade de implementação de ações voltadas a diminuir impactos provenientes de
práticas rurais. Seguindo esta direção foi sugerida a proposição de ações que fomentem e
divulguem a utilização de técnicas agroecológicas, a partir da estruturação de Unidades
Demonstrativas.
Atingir o objetivo de minimizar tais impactos visando à conservação dos cursos d‟água
passa obrigatoriamente por associar às ações propostas, estratégias de comunicação e
mobilização que repercutam positivamente naqueles atores locais responsáveis pela
pretendida conservação e beneficiários imediatos da presença de cursos d‟água com boa
qualidade.
Assim, o presente projeto será destinado à implementação de sete Unidades Demonstrativas
(UD), nas quais serão utilizadas técnicas agroecológicas e práticas mais adequadas para
destinação de efluentes domésticos. As intervenções serão associadas a atividades de
mobilização e educação ambiental, visando sensibilizar e envolver toda a população dessa
bacia para a importância da gestão das propriedades rurais e sua correlação com a qualidade
das águas.
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1. Justificativa
A água ocupa um lugar específico entre os recursos naturais. É a substância mais
abundante no planeta, embora disponível em diferentes quantidades, lugares e
com qualidades distintas. Possui papel fundamental no ambiente e na vida
humana, e nada a substitui, pois sem ela a vida não pode existir. (DONADIO,
2005)
Alterações na quantidade, distribuição e qualidade dos recursos hídricos podem ameaçar a
sobrevivência humana e das demais espécies do planeta. O desenvolvimento econômico e
social dos países está fundamentado na disponibilidade de água de boa qualidade e na
capacidade de sua conservação e proteção. (TUNDISI, 1999)
No Brasil, embora a água seja considerada recurso abundante, a preocupação com sua
preservação é assunto recente. Foi instituída, em 1997, a Política Nacional de Recursos
Hídricos através da Lei 9.433/97, segundo a qual a gestão dos recursos hídricos deve ser
descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das
comunidades.
Desde então, monitoramentos relacionados à qualidade das águas vêm sendo realizados
frequentemente utilizando o IQA (Índice de Qualidade da Água). No Estado de Minas
Gerais, os cursos d‟água são monitorados desde 1997, por iniciativa da Fundação Estadual
de Meio Ambiente, atualmente realizados pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas.
Este trabalho de monitoramento confirma as indicações sobre a criticidade da situação da
qualidade das águas, acusando problemas diversos. O Rio das Velhas, em específico, foi
apontado pelo IBGE em 2008 como um dos afluentes com IQA mais baixo do Brasil,
juntamente com os rios Iguaçu e Tietê, que atravessam as regiões metropolitanas de
Curitiba e São Paulo, respectivamente.
A bacia hidrográfica do Rio das Velhas é o maior afluente, em extensão, da bacia do Rio
São Francisco. Sua extensão total é de 801 km e sua área é de 28.090 km². Na bacia estão
inseridos totalmente ou parcialmente os territórios de 51 municípios, cujo somatório total
da população é de aproximadamente 4,8 milhões de habitantes. (fonte:
www.cbhvelhas.com.br)
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A bacia do Ribeirão Jequitibá vem passando por um grave processo de degradação
ambiental que pode comprometer a sua condição de manancial. Dentre os vários fatores que
podem ser citados como contribuintes ressaltam-se, na área de atuação deste projeto, a
utilização de terras para práticas agrícolas e os hábitos dos produtores rurais na gestão de
suas propriedades. A ocupação e uso do solo pelas atividades agropecuárias alteram
sensivelmente os processos biológicos, físicos e químicos dos sistemas naturais. De fato,
existe um consenso geral que a atividade agropecuária rege uma importante função na
contaminação dos mananciais já que esta é uma atividade com alto potencial de
degradação. Neste contexto iniciam-se questionamentos sobre métodos e técnicas
atualmente utilizados em processos agrícolas.
A agricultura [...] tem recebido, nos últimos anos, uma destacada atenção a
respeito do tema sustentabilidade. De fato, a agricultura moderna ou
industrializada no presente século se caracterizou pela incorporação crescente de
métodos e técnicas agroquímicas que tem sido consideradas como fonte
importante de degradações naturais e de contaminação ambiental (CORPORAL,
F. BEBER, J. 2000)
Corporal et al. reitera que o aumento na produção e na produtividade agrícola gerou
sacrifícios sociais e ambientais não indiferentes. Afirma, ainda, que a intensificação no uso
de insumos químicos na agricultura acelerou a degradação de solos, a contaminação do
meio ambiente e a agressão aos recursos naturais, o que acarreta reflexo direto na qualidade
das águas da bacia.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também discorre sobre a
importância da utilização consciente dos recursos naturais.
[...] as ações voltadas para o racional uso e manejo dos recursos naturais,
principalmente o solo, a água e a biodiversidade visam promover uma agricultura
sustentável, aumentar a oferta de alimentos e melhorar os níveis de emprego e
renda no meio rural. (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2010)
A literatura que trata dessas questões é ampla e fornece uma clara visão de que novos
rumos devem ser tomados. Neste sentido algumas direções foram apontadas por Merten et
al., que ressaltam medidas necessárias para reduzir a poluição conseqüente de atividades
agrícolas: redução de deflúvio superficial, redução do uso de agroquímicos, manejo
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adequado dos efluentes produzidos pelos sistemas de criação de animais em confinamento
e o manejo adequado de dejetos de animais.
Um instrumento que pode auxiliar nesta mudança, é a agroecologia, inserida como uma
vertente agronômica que engloba técnicas ecológicas de cultivo, preocupando-se com a
questão da sustentabilidade ambiental, ou seja, a agroecologia busca sistematizar todos os
esforços num modelo tecnológico socialmente justo, economicamente viável e
ecologicamente sustentável.
Uma definição para o termo foi estruturada por Costabeber e Caporal:
Podemos definir a agroecologia como a ciência ou disciplina científica que
apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias para estudar,
analisar, dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas, com o propósito de permitir
a implantação e o desenvolvimento de estilos da agricultura com maiores níveis
de sustentabilidade no curto, médio e longo prazo (COSTABEBER, J.
CAPORAL, F. 2000 )
Costabeber afirma que a transição à agroecologia pode ser entendida como a passagem do
modelo produtivista convencional a formas de produção mais evoluídas do ponto de vista
da conservação dos recursos naturais. O autor acrescenta que a característica fundamental
deste processo de transição seria a ecologização da agricultura, assumindo as
considerações de caráter ambiental e biofísico um papel ativo na determinação das
práticas agrárias.
Outro problema relativo às comunidades rurais da bacia, apontado pelo SCBH Ribeirão da
Mata, é a ausência de sistema para destinação de efluentes domésticos. A maior parte das
propriedades rurais da região não utiliza sistema para tratamento do esgoto doméstico,
prevalecendo à utilização de “fossas negras” ou a descarga direta de efluentes nos cursos
d‟água.
Neste sentido, pretende-se apresentar soluções alternativas para o tratamento de efluentes
em áreas rurais que sejam adequadas a área de atuação e com custos acessíveis. Não se
pretende, porém, resolver o problema do saneamento rural nos municípios, mas sim
incentivar discussões sobre o tema, apresentando possibilidades de soluções adequadas e
acessíveis as populações locais. Além disso, é prevista a proposição de parcerias para
implementação dos sistemas que serão apresentados.
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Este projeto é apresentado, portanto, com o intuito de fomentar e divulgar a utilização de
técnicas agroecológicas visando à diminuição dos impactos ambientais gerados pelas
práticas exercidas nas propriedades rurais pertencentes à bacia do Ribeirão Jequitibá.
2. Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Fomentar a utilização e divulgação de técnicas agroecológicas e ambientais, a partir da
estruturação de sete unidades demonstrativas visando diminuir impactos ambientais
gerados por práticas exercidas nas propriedades rurais na Bacia Hidrográfica do Ribeirão
Jequitibá.
2.2 Objetivos Específicos
- Mobilizar e conscientizar comunidades da bacia hidrográfica do Ribeirão Jequitibá para a
importância da conservação ou proteção dos cursos d‟água;
- Difundir conhecimentos e técnicas que possam auxiliar na redução de impactos negativos
em cursos d‟água, provenientes de métodos utilizados em áreas rurais;
- Elaborar material educativo e informativo, sobre a utilização de técnicas agroecológicas e
ambientais e seus benefícios para a quantidade e qualidade das águas;
- Realizar encontro de professores e educadores da bacia do Ribeirão Jequitibá sobre o tema
“Agroecologia e qualidade das águas”;
- Estruturar e difundir as ações do subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá e
do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, envolvendo entidades locais atuantes
nos debates e ações ambientais.
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3. Público Contemplado
O público beneficiado diretamente pelo projeto serão produtores rurais e entidades
presentes nos municípios da bacia hidrográfica do Ribeirão Jequitibá. Indiretamente o
projeto atingirá todos os habitantes desta bacia, que totaliza, aproximadamente 230.000
habitantes.
4. Estratégia de Atuação
Como estratégia de atuação é proposta a implementação de Unidades Demonstrativas
Agroecológicas e Ambientais, em micro bacias hidrográficas do Ribeirão Jequitibá. Serão
realizadas intervenções físicas em algumas propriedades rurais, que juntas possibilitarão a
utilização das micro-bacias como modelo de referência da utilização das técnicas que serão
apresentadas.
Neste sentido, serão realizadas, incialmente, ações de mobilização para adesão dos
proprietários rurais ao projeto. Em seguida serão feitas as definições de quais serão os
locais que sofrerão as intervenções necessárias a fim de permitir a demonstração dos
conceitos, métodos e práticas propostos.
Posteriormente serão realizadas oficinas direcionadas à implementação das UD, nas quais
serão abordados temas referentes às ações que estão sendo propostas e que serão
implementadas. A partir de então, serão realizadas intervenções físicas a fim de se alcançar
um modelo rural de produção adequado à realidade local e autosustentável, do ponto de
vista ambiental.
O projeto irá estruturar e possibilitar a visita técnica de representantes comunitários,
professores, representantes municipais estaduais e de instituições de pesquisa às instalações
das unidades demonstrativas, com vistas a difundir e propiciar a fundamentação técnica
para a implementação das tecnologias agroecológicas em outros pontos da bacia
hidrográfica do Ribeirão Jequitibá.
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Para um melhor entendimento da metodologia aqui utilizada, apresenta-se a divisão do
trabalho em etapas.
4.1 Elaboração de material educativo
É proposta a elaboração de materiais didáticos relacionados à realidade ambiental local e ao
projeto que está sendo proposto, uma vez que foi observada uma grande carência destes
materiais, sobretudo contextualizados para a realidade rural.
Desta forma, pretendem-se disponibilizar, a partir da elaboração de cartilhas, banners,
folders e placas, informações fundamentais sobre processos ecológicos que auxiliem em
manter a coesão e estrutura dos ecossistemas locais, além de apresentar tecnologias e
processos compatíveis às particularidades dos produtores familiares rurais.
Serão produzidas, também, cartilhas contendo informações sobre o projeto que está sendo
proposto como forma de divulgação e fortalecimento das ações do SCBH Ribeirão
Jequitibá e do CBH Rio das Velhas.
4.2 Mobilização Social e Visitas às Propriedades
Originalmente, o verbo mobilizar significa “dar movimento a”; “por em
movimento ou circulação”. TORO & VERNECK (1996) ampliam este conceito
quando dizem que “mobilizar é convocar vontades para um propósito
determinado, para uma mudança na realidade”. Se a mudança se faz necessária, é
porque existem problemas que estão impedindo um bom funcionamento da
sociedade. Mobilizar, portanto, é convocar estas vontades de pessoas que vivem
no meio social para que as coisas funcionem bem e para todos; é mostrar o
problema, compartilhá-lo, distribuí-lo, para que assim as pessoas se sintam co-
responsáveis por ele e passem a agir na tentativa de solucioná-lo. (HENRIQUES;
BRAGA; MAFRA, 2002 )
A mobilização das comunidades será efetivada a partir da realização de eventos, voltados
ao esclarecimento do que está sendo proposto. Tais eventos terão como fundamentação
teórica a aproximação das realidades e contextos locais, associados a momentos lúdicos,
teatrais e de interação da equipe técnica com as comunidades. Para tanto é prevista a
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realização de eventos com intervenções artísticas, culturais, participativas e
sensibilizadoras. Sugere-se a utilização das metodologias baseadas nos princípios
apresentados por Paulo Freire e Augusto Boal1.
Recorda-se que o envolvimento dos atores locais é incentivado pelo Programa Nacional de
Educação Ambiental - ProNEA, que afirma:
a descentralização espacial e institucional faz parte de suas diretrizes, por meio da
qual privilegia o envolvimento democrático dos atores e segmentos institucionais
na construção e implementação das políticas e programas de educação ambiental
nos diferentes níveis e instâncias de representatividade social no país. (ProNEA,
2005)
A proposta de mobilização prevê, durante o primeiro evento realizado em cada município,
uma reunião com os produtores, na qual serão discutidos o propósito do projeto e as
estratégias que serão propostas para sua execução. Neste momento será realizado o
cadastramento daqueles interessados em participar do projeto. (O anexo 2 apresenta a ficha
que será utilizada para realização do cadastramento desses proprietários). Este processo se
dará mediante preenchimento de fichas cadastrais, que serão devidamente analisadas,
possibilitando a pré seleção das propriedades. Serão cadastrados também proprietários que
tenham interesse em participar das oficinas que serão realizadas durante o projeto.
Serão realizadas, também, visitas às propriedades cadastradas, visando conhecer as áreas
onde se localizam (avaliação sobre a possibilidade de realizar as intervenções necessárias),
além disso serão analisadas as técnicas agroecológicas e ambientais já utilizadas nas
áreas.A seleção das propriedades será feita considerando-se aquelas que possuam maior
propensão em aderir aos conceitos que estão sendo propostos, para tanto deverão possuir
áreas físicas compatíveis com as ações indicadas.
Durante os dois anos de duração do projeto, serão realizados dois eventos em cada uma das
microbacias envolvidas, um no primeiro ano e o segundo previsto para o final do segundo
1 Augusto Boal, apresenta a metodologia Teatro do Oprimido de 1980, que, através de representação cênica,
promove reconhecimento da opressão em diferentes situações. A proposta se completa pela idéia de
autonomia e valorização do lugar e dos saberes locais propostas por Paulo Freire (1997) em A Pedagogia da
autonomia: saberes necessários à pratica educativa.
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ano. Durante o evento de fechamento é prevista a realização de encontro com professores e
educadores sobre o tema “Agroecologia e qualidade das águas”.
4.3 Realização de Oficinas Temáticas
É proposta a realização de duas oficinas temáticas, que deverão acontecer em todas as sete
localidades de atuação. Os temas abordados nestas oficinas serão diretamente relacionados
às intervenções e técnicas que serão propostas.
Neste sentido as oficinas serão entendidas como ferramentas que auxiliarão no processo de
educação ambiental, proposto pelo projeto, além de auxiliar na apresentação de técnicas
que podem ser implementadas nas propriedades rurais, visando à diminuição dos impactos
ambientais.
São propostas, inicialmente, duas oficinas, a primeira relativa ao tratamento de efluentes
domésticos em área rural e a segunda ao incentivo a utilização de práticas agroecológicas e
ambientais visando à proteção ou recuperação ambiental. As oficinas serão mais bem
detalhadas nos itens que seguem.
A seleção destes temas foi realizada pelos próprios integrantes do Subcomitê, que
observaram, durante a realização das primeiras reuniões para escritura deste projeto, na
bacia hidrográfica do Ribeirão Jequitibá, a ausência de ações relativas ao tratamento de
efluentes em áreas rurais, além da ausência de uma preocupação local com a conservação
ou proteção de matas ciliares, cursos d‟água e nascentes.
4.3.1 Tratamento de efluentes domésticos em áreas rurais
Neste momento serão discutidas, principalmente, técnicas alternativas de tratamento de
efluentes em áreas rurais, adequadas à região de atuação, buscando evitar a descarga direta
de efluentes domésticos nos cursos d‟água.
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Para tanto, será proposta a utilização de um modelo de tratamento de esgoto sanitário que
seja eficiente e acessível às populações locais. Este sistema, denominado “fossa séptica
econômica”2, foi proposto e vem sendo utilizado pela Prefeitura de Pindamonhagaba/SP, já
existindo histórico de sua utilização em outras cidades, inclusive em Minas Gerais nas
cidades de Caratinga e Sabará.
A apresentação desse sistema para a comunidade se dará mediante a realização da oficina
que prevê a implantação de fossas nas localidades de atuação. Será realizada apresentação
de experiências e estudos sobre aplicação desse sistema. Será valorizada a melhoria gerada
para a saúde da comunidade e do meio ambiente, a partir do correto direcionamento dos
efluentes. Posteriormente serão implantadas fossas, em algumas das propriedades rurais.
Espera-se, com essa ação, incentivar sua implantação por outros proprietários, a partir da
percepção dos benefícios gerados.com a adoção desse sistema.
O sistema proposto consiste em um conjunto de 03 tambores colocados em sequência e
interligados por tubos de 100 mm, destinados ao tratamento do esgoto doméstico por meio
dos processos de sedimentação e decomposição anaeróbica. Todo o processo de biodigestão
é realizado por agentes biológicos, capazes de eliminar mais de 80% dos resíduos orgânicos
presentes nos efluentes domésticos, que muitas vezes são lançados nos cursos d‟água.
Análises feitas após a instalação dessas fossas apontam redução de 80% da Demanda
Biológica de Oxigênio (DBO), índice que demonstra a diminuição da contaminação por
bactérias.
Os materiais necessários para a montagem dessa fossa, com capacidade para atender uma
família com até seis pessoas, estão descritos na tabela seguinte.
Materiais necessários para implantação da fossa séptica econômica
Discriminação Unid. Quantid.
Tambores de plástico de 200 litros Unid. 3
Tubos de PVC 100 mm m 6
Joelho de PVC de 100 mm Unid. 1
2 A fossa séptica econômica é uma tecnologia social recente e que ainda não possui publicações científicas
descrevendo seu funcionamento. No entanto o processo é tecnicamente fundamento no modelo já conhecido
de biodigestão. A inovação dessa tecnologia, que gera a acessibilidade pelo baixo custo, é a utilização de
materiais de baixo custo e grande durabilidade.
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Tês de PVC de 100 mm Unid. 3
Tubo de silicone de 280 ml Unid. 1
Flange de PVC de 40 mm Unid. 1
Tubo de PVC de 40 mm m 3
Joelhos de PVC de 40 mm Unid. 2
Brita nº 3 m³ 0,5 A lista de materiais foi retirada do manual para instalação da fossa séptica econômica, escrito
pela Prefeitura Municipal de Sabará/MG
A figura seguinte apresenta o sistema que está sendo proposto.
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4.3.2 Incentivo à utilização de práticas ambientais e agroecológicas
Esta oficina pretende fomentar a adoção, pelos produtores e trabalhadores rurais, de
porcessos sustentáveis de manejo e gestão das propriedades rurais. Na oficina serão
apresentadas formas de uso da terra em que se combinem espécies arbóreas lenhosas
(frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, interagindo
econômica e ecologicamente com as áreas de intervenção.
Será incentivada a utilização desse sistema para recuperação de áreas degradadas, quando
necessário, e incentivado o cercamento de nascentes e cursos d‟água, visando a
conservação ambiental dos cursos d‟água das microbacias.
A oficina de manejo agroecológico será realizada em dois momentos. O primeiro consistirá
na apresentação teórica do conceito de agroecologia e de sistema agroflorestal, sendo
apresentadas suas principais características e a viabilidade de sua utilização em
comunidades rurais.
O segundo momento da oficina consistirá na realização de visitas de campo as propriedades
nas quais serão implementadas intervenções utilizando-se de técnicas agroecológicas e/ou
ambientais. A visita será conduzida por palestrante e consistirá na apresentação prática de
métodos que podem ser implementados para diminuir impactos negativos provenientes de
práticas rurais.
As áreas que sofrerão intervenções se tornarão referência para as comunidades onde
estiverem inseridas, podendo desempenhar papel de fortalecimento da divulgação e
replicação das propostas do projeto. Nesse caso a contrapartida dos produtores
contemplados com ações do projeto consistirá em garantir a manutenção das ações
implantadas e também o compromisso que as áreas sejam abertas, seguindo agendamento
prévio, para visitação e desenvolvimento de atividades associadas à educação ambiental e a
divulgação do projeto.
4.4 Instalação das Unidades Demonstrativas
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A partir da realização das oficinas, os participantes serão convidados a aderirem ao
processo de implementação das ações nas UD. O processo permitirá a aproximação direta
entre a teoria apresentada nas oficinas e as ações físicas necessárias para sua consolidação.
Dessa forma os participantes serão convidados a participar das atividades de implantação
das fossas, sendo prevista a implantação de 70 fossas sépticas econômicas, sete em cada
UD e de recuperação ou proteção de nascentes, cursos d‟água e matas ciliares, na qual
serão protegidos ou recuperados 70 hectares.
Para a concretização das ações de recuperação ou proteção deverão ser realizadas análises
físico-químicas e biológicas do solo e água visando diagnosticar o grau de impacto. Esta
análise permitirá selecionar a técnica de plantio, a adubação e as espécies adaptadas às
situações diagnosticadas. Para análise do solo serão selecionados 105 pontos de coleta em
todas as microbacias de atuação. Já para a análise da água será selecionado um ponto em
cada uma das microbacias, sendo que em cada um destes pontos serão colhidas, durante o
tempo de execução do projeto, duas amostras. O primeiro monitoramento será realizado no
início do projeto e o segundo ao final do projeto.
Em seguida, passa-se à execução das ações de recuperação ou proteção, onde serão
realizadas intervenções físicas, químicas e biológicas.
As intervenções físicas visam à contenção de processos erosivos (taludamento, barragens,
enrocamentos etc) e as químicas visam o aumento da fertilidade do solo (capina,
coroamento, fertilização e coveamento), redução da toxicidade de metais (ex: Arsenio),
correção de pH, correção da drenagem e aeração do solo (aumento da capacidade de troca
catiônica - CTC e alteração da porosidade com matéria orgânica especial).
Após a restauração físico-química o solo se encontra preparado para receber o plantio. As
intervenções biológicas que deverão ser realizadas relacionam-se com a proteção do solo,
revestimento com vegetação herbácea, arbustiva e arbórea assim com restauração da
ciclagem de nutrientes pela microbiota.
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Além disso, serão executadas ações de proteção do solo através de formação de rede
biológica com inoculantes micorrízicos, inoculação de microorganismos decompositores da
matéria orgânica e promotores do crescimento vegetal.
4.4.1 Contrapartida dos proprietários
Para implantação das fossas, o projeto propõe o custeio de todo o material necessário à sua
construção, sendo requerida uma contrapartida dos produtores rurais, relativa à
disponibilização de mão de obra para implantação das fossas e o compromisso que as áreas
sejam abertas, seguindo agendamento prévio, para visitação e desenvolvimento de
atividades associadas à educação ambiental e a divulgação do projeto. Outra contrapartida
será aquela de participarem das oficinas que estão sendo propostas.
Com relação às ações de reflorestamento e cercamento a contrapartida dos produtores
contemplados com as ações do projeto consistirá em garantir a manutenção das ações
implantadas e também o compromisso que as áreas sejam abertas, seguindo agendamento
prévio, para visitação e desenvolvimento de atividades associadas à educação ambiental e a
divulgação do projeto.
4.5 Elaboração de material de divulgação das sete unidades demonstrativas
A quinta etapa refere-se à elaboração de material de divulgação das sete Unidades
Demonstrativas. Serão disponibilizadas, a partir da elaboração de folders e cartilhas,
informações relativas à localização das UD e à forma de agendamento das visitas técnicas.
Além disso, serão disponibilizados novos dias e horários para a realização das mesmas
oficinas oferecidas inicialmente (etapa 3). Esta proposta baseia-se na possibilidade de novas
adesões às ações que estão sendo sugeridas.
4.6 Apresentação do projeto a comunidade e visitas técnicas as UD
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Todos os resultados, encaminhamentos e continuidades possíveis do projeto deverão ser
apresentados às comunidades participantes como forma de fortalecimento de seu
envolvimento e ampliação das suas ações. Serão realizadas também visitas, por parte da
comunidade, aos locais que sofreram intervenções, a fim de fortalecer a percepção dos
habitantes em relação aos resultados obtidos.
Tais visitas envolverão lideranças comunitárias, produtores e trabalhadores rurais,
educadores e alunos da rede pública e privada de ensino, habitantes das comunidades
inseridas na bacia do Ribeirão Jequitibá. Dessa forma o projeto propõe que as unidades
sejam regionalizadas a partir de microbacias hidrográficas do Ribeirão Jequitibá e que
possuam comunidades passíveis de serem contempladas pelo projeto.
Além disso, serão produzidos materiais de divulgação do projeto e será realizada a
divulgação do projeto no site do CBH Rio das Velhas e em outras mídias.
4.7 Monitoramento e avaliação
A partir do segundo ano de atuação, é proposto o monitoramento das áreas recuperadas a
cada dois meses. Os responsáveis pelo monitoramento das ações de cercamento e re-plantio
serão os próprios moradores que realizarão as ações que se fizerem necessárias para
manutenção das intervenções iniciais. Após a execução do projeto (dois anos iniciais) este
monitoramento será realizado a cada seis meses em todas as áreas que sofreram
intervenções.
Já os monitoramentos relacionados à quantidade e qualidade das águas serão realizados por
técnicos do projeto, sendo que é proposto um monitoramento a cada seis meses, em pontos
estratégicos a serem escolhidos pelos técnicos.
Além disso, as localidades contempladas pelo projeto serão visitadas, após a conclusão das
ações, pela equipe de mobilização, para verificar se os princípios apresentados pelo projeto
serão efetivamente implementados e difundidos nas comunidades.
5. Área de Atuação
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A área de atuação deste projeto é delimitada pelo território da bacia hidrográfica do
Ribeirão Jequitibá, que abrange totalmente ou parcialmente os territórios dos municípios de
Capim Branco, Funilândia, Jequitibá, Prudente de Morais e Sete Lagoas, localizados na
região central de Minas Gerais, no médio Rio das Velhas.
Em termos geológicos, a região está localizada nas formações do Grupo Bambuí, com
predomínio da ocorrência de rochas calcárias, responsáveis por condicionar a formação de
um relevo cárstico. Desse modo, há especificidades características na dinâmica das águas,
já que a alta porosidade dessas rochas proporciona um escoamento mais dinâmico,
tornando a disseminação de poluentes mais intensa e abrangente em nível subsuperficial.
Em relação ao potencial econômico correlato, há grande potencial minerário para extração
de cal dessas rochas, além da grande atratividade turística que as feições cársticas do relevo
apresentam, havendo muitas cavernas, dolinas, sumidouros, e um vasto patrimônio
arqueológico e paleontológico.
A qualidade ambiental dessa bacia está atualmente bastante comprometida, principalmente
por estar situada em uma região com processo intenso de urbanização. Sete Lagoas e
Prudente de Morais, que abrangem a maior parte da bacia, têm população urbana de mais
de 90%. Sete Lagoas, a maior das cinco cidades componentes da bacia, com uma população
de mais de 200 mil habitantes (IBGE, 2010), contribui significantemente para a poluição de
suas águas. Segundo o SAAE da cidade, 90% do esgoto são lançados in natura nos cursos
d‟água, sendo os córregos Matadouro e Diogo os mais degradados de toda a bacia.
Nos outros municípios da bacia há também uma ausência de tratamento dos resíduos,
contribuindo para que o Ribeirão Jequitibá seja um dos afluentes que mais leva poluição ao
Rio das Velhas. Além disso, há ainda a questão da destinação do lixo, sendo que Sete
Lagoas, Funilândia e Jequitibá têm aterros controlados e Capim Branco e Prudente de
Morais ainda usam lixões para destinação final de seus resíduos sólidos.
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23
Neste contexto foram selecionadas comunidades para realização das ações: Matos,
Paiol, Silva Xavier, Estiva, Núcleo João Pinheiro, Saco Da Vida e Cambaúbas,
totalizando sete comunidades em que serão implementadas uma Unidade
Demonstrativa em cada uma delas.
6. Possíveis Parceiros
Sistemas Autônomos de Água e Esgoto municipais, Copasa, EMATER, EMBRAPA,
Prefeituras Municipais, Associações de Moradores e Produtores rurais, Secretarias
Estaduais.
7. Atividades a serem desenvolvidas
De acordo com os objetivos propostos, seguem as atividades que deverão ser
efetivadas para execução do projeto.
- Elaboração e produção de cartilhas, folders, banners, placas e folhetos;
- Apresentação do projeto às comunidades;
- Mobilização da comunidade para adesão ao projeto;
- Realização de visitas técnicas às propriedades;
- Realização de oficinas junto às comunidades;
- Compra de materiais;
- Transporte e alocação de materiais;
- Instalação das fossas;
- Intervenções físicas, químicas e biológicas;
- Preparo do solo: taludamento, capina, coroamento e fertilização;
- Cercamento;
- Plantio;
- Realização de visitas às áreas recuperadas com comunidades da área de atuação;
- Eventos de apresentação dos resultados à comunidade;
- Avaliação e monitoramento das ações implementadas;
7.1 Duração do Projeto
24 meses
7.2 Cronograma das Atividades
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Cronograma semestral das atividades
Atividades 1 2 3 4
Etapa 1 - Elaboração de Material para Mobilização
Elaboração e produção de cartilhas, folders e banners x
Etapa 2 - Estabelecimento de parceria com a comunidade e Seleção das UD´s
Apresentação do projeto às Comunidades x
Mobilização da comunidade para participação no projeto e nas oficinas x
Realização de visitas às propriedades x
Etapa 3 - Realização de oficinas
Realização oficinas em todas as comunidades x x x
Etapa 4 - Implementação das Unidades Demonstrativas
Compra de materiais x
Transporte e alocação de materiais x
Instalação das fossas x x x
Intervenções Fisicas x x
Intervenções Químicas x x
Intervenções Biológicas x x
Preparo do solo: taludamento, capina, coroamento e fertilização x
Cercamento x x
Plantio x x x
Monitoramento das intervenções x x x x
Etapa 5 - Elaboração de material de divulgação das UD´s
Elaboração e produção de material de divulgação das UD´s x
Etapa 6 - Visitas técnicas às UD´s
Realização de visitas às UD´s x x x
Etapa 7 - Envolvimento da comunidade para reprodução do modelo e avaliação do projeto
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Eventos de apresentação dos resultados à comunidade; x
Publicação das ações no site do CBV Rio das Velhas x
Avaliação e monitoramento dos resultados esperados x
8. Planilha de Custos
DESCRIÇÃO TOTAL
Material de Divulgação/ Mobilização R$ 39.710,00
Construção de fossas sépticas R$ 22.601,20
Recuperação Ambiental R$ 144.668,50
Contratação de Pessoal R$ 246.688,00
Contratação de Serviços R$ 87.000,00
Análises e Monitoramentos R$ 22.400,00
TOTAL R$ 563.067,70
8.1 Detalhamento dos custos
Material de divulgação/ Mobilização Custo Unitário Unidade Quantidade TOTAL
Folder de ampla divulgação R$ 0,35 UN 20000 R$ 7.000,00
Cartilhas educativas R$ 1,60 UN 10000 R$ 16.000,00
Faixas de divulgação de eventos 4 x 1 m R$ 70,00 UN 14 R$ 980,00
Banner 1,20 X 0,90 m R$ 70,00 UN 9 R$ 630,00
Placas 1,50 x 1,00 m em lona, estrutura em metalon R$ 300,00 UN 7 R$ 2.100,00
Placas 3,00 x 2,00 m em lona, estrutura em metalon R$ 1.000,00 UN 7 R$ 7.000,00
Serviços de divulgação WEB* R$ 6.000,00 UN 1,00 R$ 6.000,00
TOTAL R$ 39.710,00
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Construção de 70 fossas sépticas Custo Unitário Unidade Quantidade TOTAL
Bombona polietileno de alta densidade 230 LT, boca rosqueável R$ 53,00 UN 210 R$ 11.130,00
Tubo PVC 100 MM R$ 10,00 MT 420 R$ 4.200,00
TE PVC 100 MM R$ 9,50 UN 210 R$ 1.995,00
Furadeira R$ 247,40 UN 3 R$ 742,20
SERRA COPO 100mm 3.15/16" R$ 50,00 UN 5 R$ 250,00
BROCA 1" R$ 13,60 UN 30 R$ 408,00
Tubo PVC 40 MM R$ 3,19 MT 210 R$ 669,90
SILICONE 280 mg R$ 16,00 UN 14 R$ 224,00
Pistola para tubo de silicone R$ 43,20 UN 3 R$ 129,60
Flange de PVC de 40 mm R$ 2,75 Unid. 210 R$ 577,50
Joelhos de PVC de 40 mm R$ 2,50 Unid. 420 R$ 1.050,00
Brita n 3 R$ 35,00 m³ 35 R$ 1.225,00
TOTAL R$ 22.601,20
Recuperação Ambiental ( 35 há) - Materiais Custo Unitário Unidade Quantidade TOTAL
Mourão R$ 8,50 UN 5250 R$ 44.625,00
Arame R$ 175,00 rolo (500m) 105 R$ 18.375,00
Grampos R$ 7,00 kg 7 R$ 49,00
Balancinhos R$ 2,20 UN 962,5 R$ 2.117,50
Boca de lobo R$ 20,00 UN 4 R$ 80,00
Pa R$ 33,50 UN 4 R$ 134,00
Enchada R$ 32,00 UN 4 R$ 128,00
Alavanca R$ 40,00 UN 4 R$ 160,00
Fertilizantes R$ 3.500,00 Verba 1 R$ 3.500,00
Mudas R$ 3,00 UN 24500 R$ 73.500,00
Outros R$ 2.000,00
TOTAL R$ 144.668,50
Contratação de Pessoal Custo Unitário Unidade Quantidade TOTAL
Gestor Projeto R$ 5.368,00 MESES 24 R$ 128.832,00
Analista Ambiental - Oficinas R$ 2.825,00 MESES 24 R$ 67.800,00
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Estagiário R$ 833,00 MESES 24 R$ 19.992,00
Técnicos cercamento/ instalação das fossas R$ 1.448,00 MESES 18 R$ 26.064,00
Técnicos para plantio R$ 40,00 dias 100 R$ 4.000,00
TOTAL R$ 246.688,00
Contratação Serviços Custo Unitário Unidade Quantidade TOTAL
Eventos de sensibilização - inclui equipe de mobilização R$ 3.000,00 evento 14 R$ 42.000,00
Diagramação Material R$ 10.000,00 UN 1 R$ 10.000,00
Transporte de pessoal/ Participantes das oficinas R$ 30.000,00 UN 1 R$ 30.000,00
Transporte material e mudas R$ 5.000,00 UN 1 R$ 5.000,00
TOTAL R$ 87.000,00
Análises e Monitoramentos Custo Unitário Unidade Quantidade TOTAL
Análise de qualidade da água R$ 250,00 UN 56 R$ 14.000,00
Análise contaminação de solo R$ 80,00 UN 105 R$ 8.400,00
TOTAL R$ 22.400,00
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9. Resultados Esperados
Conscientização do produtor rural com relação às práticas por ele utilizadas;
Comunidade mobilizada para manutenção e multiplicação de ações de
conservação ambiental;
Comunidade sensibilizada quanto às práticas corretas de uso e manejo do solo e
água e direcionamento de efluentes;
Diagnóstico da realidade local, direcionado para proposição de ações de
conservação ambiental de acordo com a realidade local;
Projeto escrito para atuação da segunda etapa desta proposta;
Valoração da temática da conservação dos cursos d‟água da bacia como elemento
de qualidade de vida com benefício para todos.
10. Monitoramento
É proposto o monitoramento das áreas recuperadas a cada dois meses. Os responsáveis
pelo monitoramento das ações de cercamento e re-plantio serão os próprios moradores
que realizarão as ações que se fizerem necessárias para manutenção das intervenções
iniciais. Após a execução do projeto este monitoramento será realizado a cada seis meses
em todas as áreas que sofreram intervenções.
Já os monitoramentos relacionados à quantidade e qualidade das águas serão realizados
por técnicos do projeto, sendo que é proposta a escolha de dois pontos em cada
comunidade, nos quais serão realizadas duas coletas, no tempo de duração deste projeto.
A primeira deverá ocorrer no início das ações e a segunda ao final.
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ANEXO 1 – Lista de Presença das reuniões
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31
32
ANEXO 2 - Ficha de cadastro dos proprietários rurais
DIVULGAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS
AGROECÓLOGICAS E AMBIENTAIS EM PROPRIEDADES RURAIS NA BACIA DO RIBEIRÃO JEQUITIBÁ
FORMULÁRIO DE
CADASTRO E
ADESÃO
REGISTRO DE DADOS PARA ADESÃO AO PROJETO DE …
1. IDENTIFICAÇÃO DO (A) REQUERENTE:
NOME: PROPRIETÁRIO: POSSEIRO:
APELIDO:
CPF (Nº): RG (Nº):
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:
MUNICÍPIO: CEP:
E-MAIL (se for o caso): TELEFONE:
2. IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE OU POSSE DENOMINAÇÃO DA PROPRIEDADE:
ÁREA TOTAL DA PROPRIEDADE (ha) NÚMERO DE MÓDULOS FISCAIS DA PROPRIEDADE
COMARCA
ROTEIRO DE ACESSO À SEDE DA PROPRIEDADE OU POSSE EM ANEXO
LOCALIZAÇÃO DA PROPRIEDADE
MUNICÍPIO BACIA HIDROGRÁFICA SUB-BACIA
3. PONTOS GEORREFERENCIADOS (Projeção UTM, DATUM 23K)
3.1. A sede da propriedade
Latitude: Longitude:
Um ponto de localização da sede da propriedade
4. CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE
4.1. Quantas pessoas residem na propriedade
Crianças:
Adultos:
4.2 A Propriedade/Posse possui algum tipo de fossa? Qual:
4.3. Outras informações técnicas (opcional)
5. OBSERVAÇÕES
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6. IDENTIFICAÇÃO DO TÉCNICO
Assinatura:
Nome:
Formação Profissional:
7. Assinatura do Requerente (proprietário ou posseiro):
_______________________________________________
Data: __ / __ /____
AO ADERIR AO PROJETO DE FOMENTO À DIVULGAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS AGROECÓLOGICAS E AMBIENTAIS A PARTIR DA ESTRUTURAÇÃO DE MICRO-BACIAS DEMONSTRATIVAS EM PROPRIEDADES RURAIS NA BACIA DO RIBEIRÃO JEQUITIBÁ O REQUERENTE SE COMPROMETE A PARTICIPAR DAS OFICINAS INSTRUTIVAS, APOIAR AS AÇÕES DOS TÉCNICOS CONTRATADOS EM CAMPO E AJUDAR EM VISITAS ORIENTADAS, QUANDO POSSÍVEL.
34
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei 9.433 de 2007 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do
art. 21 da Constituição Federal e altera o art. 1º da Lei n. 8.001 de 1.990 que modificou a
Lei n. 7.990 de 1.989. Disponível em www.ana.gov.br. Acessado em 12/11/2010.
BRASIL. Lei 4.771 de 1965 – Institui o Novo Código Florestal. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm. Acessado em 12/11/2010.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Educação Ambiental.
3ª edição. Brasília: MMA, 2005. 102 p. Disponível em
www.mma.gov.br/port/SDI/ea/pronea.htm. Acessado em 25/11/2010.
BRASIL. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do
Estado do Rio de Janeiro. Restauração da Mata Ciliar. Rio de Janeiro: Semads, 2002.
BRASIL, Resolução 303 de 2002 – Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de
Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do
entorno. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=298.
Acessado em 15/11/2010.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia e desenvolvimento rural
sustentável: perspectivas para uma nova Extensão Rural. In: Agroecologia e
Desenvolvimento Rural Sustentável, v.1, n.1, p.16-37, jan./mar. 2000.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia e desenvolvimento rural
sustentável: perspectivas para uma nova Extensão Rural. In: ETGES, V. E. (org.).
Desenvolvimento rural: potencialidades em questão. Santa Cruz do Sul: EDUSC, 2001.
p.19-52.
35
CAPORAL, F. R. e COSTABEBER, J. A Agroecologia: alguns conceitos e
princípios. Brasília: MDA/SAF/DATER-IICA. 2004.
DONADIO, N; GALBIATTI, J; PAULA, R. Qualidade da água de nascentes com
diferentes usos do solo na bacia hidrográfica do córrego rico. São Paulo, 2005.
Disponível em http://www.scielo.br/pdf/eagri/v25n1/24877.pdf. Acessado em
13/11/2010.
MERTEN, H. MINELLA, P. Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais: um
desafio atual para a sobrevivência futura. Revista: Agroecologia e Desenvolvimento
Rural Sustentável. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez 2002. Disponível em
http://www.emater.tche.br/docs/agroeco/revista/ano3_n4/artigo2.pdf. Acessado em
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TUNDISI, J.G. Limnologia do século XXI: perspectivas e desafios. São Carlos:
Suprema Gráfica e Editora, IIE, 1999. 24 p.
Endereços Eletrônicos
www.cbhvelhas.org.br, acessado às 10:15 do dia 05/11/2010
www.ibge.org.br, acessado às 15:00 do dia 09/11/2010.