do dem - mun-montijo.pt · ii anno dommao, 5 de outubro de 1902 a.“ (tq. semanario noticioso,...
TRANSCRIPT
II a n n o DOMmaO, 5 DE OUTUBRO DE 1902 A .“ (tq.
SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA
Anno, i«™ . -----**•“>•1* “b»*»”para o Brazil, anno, 2S:>oo^reis (moeda fone). A v u l s o , no dia da publicação, 20 réis.
EDITOR— José Augusto Saloio
A s s i g u a t u r a1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. I MDICíiOJilMSmtíÔIIíMÉ
Silín51 Annuncios
aBu i í I i c a ç õ e si.a publicação. 40 réis a !:nha. nas seguintes,
a 16—LARGO DA MISE.UCORDIA-H A L I ) E « A Í , I . i : ( i V
*• ....... r *t * ~ ............................................... ............ o . 7Annuncios na 4.;1 pagina, contracto csp:cial. Os auto*
is não se restituem quer sejr.m ou não publicados.PR QPR IETtRiO— José Augusto Saloio
EXPEDIENTE
. l c c e H : in i - s c c o i u g r a t i dão q u a e s q u e r n o t i c i a s q u e s e j a m «le i u t e r e s s e p u b l ic o .
SOCIEDADE DO DEM
Dirigindo-me ha dias a Pedrouços, tive occasião de visitar a kermesse que esta prestimosa sociedade instituirá em beneficio dos pobres da localidade e que tão bons resultados deu, levando o consolo e o abrigo bemfazejo aos desprotegidos da sorte.Consola a alma vèr os
corações generosos dedicarem-se á santa cruzada do Bem, pensando na miséria e na desgraça dos seus irmãos que soíírem; é bella, é santa, é nobre, essa cruzada e todos devem dar-lhe o seu auxilio.
Seria para dezejar que em todas as localidades se instituísse tão prestimosa associação; bailes, bazares, quaesquer divertimentos emfim, onde mediante uma pequena retribuição, se pudessem passar horas agra- daveis,concorrendo ao mesmo tempo para enxugar as lagrimas dos que sof- irem. Os artistas de todos os generos podiam ahi concorrer com o seu esforço e 0 seu talento, praticando uma boa acção que os en- nobreceria a seus proprios olhos; grandes e pequenos, fidalgos e plebeus, unindo- se nessa propaganda de santo enthusiasmo, seriam dignos da gratidão e do reconhecimento dos pobres, que deste mundo só conhecem o lado negro, que nunca vêem senão o céo tenebroso, sem uma estrella bemfazeja que lhes iilu- mine a vida.
O povo, de natural bondade de coração, dotado aos sentimentos mais no- ■'es e altruístas, seria o primeiro a auxiliar essa idéa meritoria, concorrendc tambem com o seu obulo modesto para que tão caridosa obra pudesse levar
por deante os seus benefi- cos effeitos.
Ahi fica a idéa. Que os corações bondosos a adoptem, e dar-me-hei por bem pago de a ter apresentado em plena luz.
JOAQUIM DOS ANJOS.
AGRI CULTURA
A á d u b a ç ã o « la s v i n h a s
Na vinha como em todas as plantas cultivadas, a escolha e a qualidade do adubo a empregar no solo dependem essencialmente da própria composição da terra e da maior ou menor riqueza desta em elementos nutritivos que lhe são indispensáveis.
Antes de tudo convém conhecer as exi encias do solo.
Para se obter esse conhecimento torna-se neces- saria â analyse chimica da terra, que nos ponha ao facto das proporções em que nella se encontram o a^o- íe, acido phosphorico, po- lassa e cal.
Tambem deve ser conhecida a riqueza do adubo a empregarem relação aos elementos acima referidos, assim como é indispensável saber sob que fórma existem nelle essas matérias fertilisantes, se sob a fórma solúvel se insolúvel; porquanto, por exemplo: o azote póde ser util sob uma fórma a determinada terra, e inutil e até prejudicial sob outra.
(a) Adubos a\o lados,phos- phatados potassicos. — i.° O adubo de curral é o adubo por excellencia, pois que contém em si todas as matérias fertilisantes.
Convém naturalmente a todas as terras, mas infelizmente existe em pequena quantidade;
2.0 O estrume do gado lanigero, póde como o de estrebaria ser empregado em todos os terrenos e até é mais rico do que aquelle;
3.° O lixo das povoações ou varreduras das ruasque póde ser considerado como
adubo pobre, convém aos solos que carecem de matérias organicas para melhoria da sua composição chimica.
(b) Adubos anotados.—i.° O azote nitrico (nitrato de soda) convém especialmente para os solos consistentes e argilosos;
2.0 O azote amonical (sulphato de amoniaco) para os solos medianamente compactos;
3.° Azote orgânico (sangue dessecado, raspa de chavelhos, trapos de lã, massas, etc.,) nos solos ligeiros saibrentos ou calca- reos. Deve evitar-se, o azo- te nitrico nos solos muito calcareos e o azote orgânico nas terras ricas e hLimos;
(c) Adubos phosphalados. -i.° Os superphosphatos
convéem a todos os solos excepto dos solos acidos e são particularmente apropriados aos calcareos;
2.0 Os phophatos precipitados são convenientes para todos os solos;
3.” Os phosphatos fosseis, devem ser applicados aos solos que careçam a um tempo de acido phosphorico e cal;
4.0 As escorias de des- phosphoração constituem um excellente adubo phos- phatado e muito activo agente calcareo; as mesmas escorias egualmente utilisam aos solos sem acido phosphorico e cal.
(d) Adubos potassicos— O sulphato de potassa é util a todos os terrenos. O chlororeto de potassium dá bons resultados em terras calcareas de sob solo permeável e em regiões que geralmente não estão soffrendo de grande aridez.
(e) Adubos calcareos (correcção)—1.° Margar e banhar as terras onde o elemento calcareo faz falta;
2° Empregar o gesso nas terras ricas em matérias organicas em via de decomposição.
Applica-se o estrume de curral ou estábulo, antes do inverno, o mais tarde depois das chuvas de fevereiro e março. Quantidade uma média de 10:000
kilogrammaspor hectare e por anno. Se se estruma de tres em tres annos: 3o:ooo kilogrammas. Para o estrume de gado lanigero, um terço ou metade do estrume de estábulo.
Lixo ou varreduras das cidades ou povoações: 15:ooo a 20:000 kilogrammas por hectare e por anno, applicado no inverno.
Escorias de desphospho- ração e phosphatos mine- raes. Nas terras pobres em acido phosphorico e em cal, 1:000 kilogrammas por hactere em cada anno. Espalha-se sobre a terra no inverno.
Chlorureto de potassium: .200 kilogrammas mas por hectare; applica-se no inverno.
Borra de lã e chavelho, unha e outras matérias córneas: 5oo kilogrammas por hectare; massas 800 a 1000 kilogrammas por hectare, no inverno.
Gesso: 1000 a i5oo kilogrammas por hectere; cal: 1000 kilogrammas,no inverno.
Supe rphosphato: 400 kilogrammas por hactere, no fim do inverno; e phosphatos precipitados, 200 kilogrammas na mesma época, por hectare.
Sangue dessecado; 400 kilogrammas a 5oo kilogrammas, no fim do inverno.
Os azotados: sulphato de ammoniaco, 3oo kilogrammas: nitrato de soda 400 kilogrammas; sulphato de potassa 200 kilogrammas; sulphato de ferro Soo a 5oo kilogrammas. Estes saes só devem ser empregados na primavera quando a vinha principia a emittir as suas radiculas.
Nas vinhas velhas espalha-se o estrume á mão sobre toda a terra, cobrindo-se depois; nas novas, cujas raizes ainda occupam uma supreficie muito limitada, lança ao pé de cada sêpa, numa cova aberta para essa, cobrindo-se depois com a terra extrahida da mesma cova.
De maneira alguma se deve misturar os elementos azotados, estrumes,
massas, sulphato de ammoniaco e nitrato de soda com o superphosphato pois actuariam desfavoravelmente.
V a u t a t i v a d e r o u b o
Na noite de 1 para 2 do corrente os gatunos tentaram por meio de arrombamento introduzirem-se na importante mercearia dos srs. João da Loja & Irmão, na rua do Tenente Vala- dim, fazendo numa das portas da trazei ra do estabelecimento 25 buracos em linha recta com uma pua.
Como o sr. Augusto Ramalhete tivesse de abrir o seu estabelecimento, que d al!i fica muito perto, e os presentisse, estes fugiram abandonando de todo a empreza. Os gatunos, para poderem trabalhar mais á vontade, tiraram cautelosamente e apagaram um candeeiro da illuminação publica que estava defronte e foram collocal-o debaixo de uma carroça qLie alli se achava.
Esta villa é de ha pouco tempo guardada de noite apenas por tres homens— o que não é nada—por conta do bolso de alguns habitantes que, julgando terem as suas casas guardadas dormem tranquillos e acordam de manhã roubados.
Ora como Aldegallega é L im a das villas maiores do nosso paiz e a mais importante, é, por consequencia, bem digna de uns 18 guardas, pelo menos, que a vigiem; sendo 6 para serviço diurno e 12 para nocturno. Assim não receia- riamos tanto de um crime egual ao do Barreiro a que muito estamos sujeitos um dia.
i$es&r«lemPelas 8 horas e meia da
noite de 1 do corrente, na taberna de João Bento das Neves, tambem conhecido pelo nome de João Epipha- nio, deu-se uma renhida desordem entre dois individuos que alli jogavam as
O D O M I N G O
cartas. Achámos atrazador e repugnante o procedimento do dono do estabelecimento e mais indivíduos que alli estavam em consentirem aquelle barbaro espectáculo. Luctaram até se cancarem!
S u i c í d i o
O caixeiro Secundino Martins, de 21 annos de •edade, da mercearia do sr. Antonio Pereira Duarte, suicidou-se na madrugada de segunda-feira ultima.
Esteve no dia 1 do corrente nesta villa, o nosso amigo e assignante Adol- pho Ribeiro Cardona, digno 2.0 sargento da guarda fiscal, no Barreiro.
M o v o h o r á r i o d o s v a p o r e s lisIíOtBCSBSeS
Começa ámanhã, segun da feira, o novo horário dos vapores lisbonenses que é o seguinte:
De Aldegallega, ás 7 horas da manhã e 1 da tarde. De Lisboa, ás n da manhã e 3 da tarde.
R e a l c i r i o d o s p e s c a d o r e s
E’ este mez que o real cirio dos pescadores vae para o pittoresco logar da Atalaya. Este cirio costuma alli demorar-se tres dias.
Preparam-se grandiosos festejos para o regresso do cirio.
Acham-se presos na cadeia desta villa Henrique Dias dos Santos, casado, trabalhador e Estephania Tavares, casada, domestica, ambos moradores no logar da Atalaya, por terem furtado pelas 8 horas e meia da noite de 28 de setembro proximo passado, cerca de 40 kilos de uvas da quinta da sr.a D. Gertrudes Rufina dOliveira Simões, no referido logar
da Atalaya, freguezia do Divino Espirito Santo, d’es- te concelho.
A h e r d a d e d a R i l v a s
Tem sido enorme a affluencia de povo desta villa e de fóra á grande herdade da Rilvas, propriedade do opulento lavrador, ex."'° sr. José Maria dos Santos, que dista duas léguas desta villa, a fim de admirar o extraordinario movimento naquellas importantíssimas adegas.
A ERNESTO DA SILVA
Não poude ir para Cas- caes, conforme noticiámos no ultimo numero d 0 Domingo, o sr. José Cândido Rodrigues d’Annuncia- cão.
Choveu aqui todas as manhãs da semana passada, causando prejuizo aos vinhateiros que tinham uvas na eira.
Regressou ante-hontem de Algés, onde esteve a banhos, o nosso amigo Antonio Mendes Pinheiro Junior.
P ro v id e a B c â a s
O urinol do lado esquerdo do edificio do tribuna] encontra-se ha tempo obstruído exhalando um cheiro nauseabundo e decerto prejudicial á saude. A quem competir pedimos imme- diatas providencias.
AÍÍC5SOS
A noite passada, uns graciosos quaesquer, entretive- ram-se apagando os candeeiros da ilíuminação publica.
Ao sr. administrador do concelho, pedimos se digne providenciar, applican- do um severo correctivo aos auctores de tão estúpido divertimento.
Quando um rapaz dedica a sua juventude Ao bem dos seus irmãos com tanto ardor efé, Quando perde por elle a força e a saude,O que é esse rapaz? Respondam: O que é?
E um especulador, um vil ambicioso Que pretende fazer do povo o seu degi'au?Que, occultando o seu fim — cobarde, astucioso, P r a subir é capaz de tudo quanto é mau?
Não! E ' um luclador de raça forte e nobre,Que desce armado d liça— ousado campeão.Quer elle nivelar 0 que é humilde e pobre Ao rico e ao fe liz— ao outro seu irmão.
Vejam-río! Rosto aberto, altivo, intelligente! Olhar franco e leal, olhar que, não illude.Brilham nesse rapaz— um forte combatente —0 Talento, a Bondade, a eterna juventude!
JOAQUIM DOS ANJOS.
PENSAMENTOS
As mulheres pensam com 0 coração e enganam-se muito menos que os homens, que pensam com a cabeça. —Lescure.
— Não ha em França uma unica coisa grande, boa ou má, em polilica, em litteratura, em arte, que não tenha sido inspirada por uma mulher.— Alph. Karr.
— Todo o excesso de prazer é compensado por uma sonuna egual de trabalho e de aborrecimento. Não se gasta impunemente hum anno, uma parle dos rendimentos do anno seguinte.— Swift.
ANECDOT AS
Um intrujão estava contando, ã meza de um hotel, que linha vindo do Pará a Lisboa em seis dias.
—E ' impossível, observaram-lhe.— Pois sim, volveu elle, é maravilhoso. Mas tambem
essa travessia prodigiosa fo i s-á feita por os passageiros de 1 camara. Os de 2. tempo.
e j,.a gastaram muito maisI l I I f I I I I l l I I I K I i l I Z l l I
Um policia prendeu um homem por falso mendigo. Conduzido perante a aiictoridade, negou o que lhe imputavam.
—-Não foste surprehendido no acto de esienderes a mão?— perguntou a auctoridadè.
— Sim, senhor, mas não era para pedir esmola.— Então para quê?— Era para vêr se chovia.
Sexta feira de Paixão Lili lembrou-se de assaltar o aparador, e devorou um covilhete de marmelada.
A mamã reprehende-a, exclamando:— A menina procedeu muito m al!.. . E em um dia
como este!. . . 0 bom Deus vae castigal-a!— Engana-se, mamã. 0 bom Deus não me viu, por
que está morto.
A n n i v e r s a r i o s
Completou hontem mais um anniversario natalicio 0 nosso amigo, sr. José Assis de Vasconcellos.
As nossas cinceras felicitações.
— Tambem completa ámanhã o seu 4.0 anniversario natalicio a menina Sara, gentil filhinha do nosso amigo Manuel Cy- priano Pio.
A seus paes enviamos os nossos sinceros parabéns.
N e c r o l o g i a
Falleceu hontem, devendo o seu funeral realisar-se hoje, pelas 8 horas da noite, sahindo o préstito fúnebre da casa da sua residen- cia, na rua da Ponte, o sr. Euzebio d’01iveira.
A’ familia do finado enviamos a expressão sincera do nosso pesar.
LITTERATURA
91o d e p é r o l a s
(Conclusão)
O estojo era fechado e por isso não pudemos dizer o caminho por onde esse rapaz nos levou tão cuidadosamente e sem perca de tempo.
Apenas sabemosque passados alguns instantes, 0 estojo era aberto, apressadamente, e, de subito, achámo-nos num camarim luxuoso e perfumado, onde as mãos de uma rapariga loura nos acariciavam docemente.
Essa rapariga chama-se Hortênsia e era a amante do rapaz que nos havia comprado. . .
— Visionário, continuaram as pérolas, Hortênsia, essa linda creatura dolhos côr de turqueza, é esta mesma creança em cujo pescoço nos enroscamos, é este pobre cadaver que tens defronte de ti!
Desde esse dia nunca
3i FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
UMA HISTORIADO
O U T R O M UNDORomance de aventuras
xiv I2 sg » o is sa c s
—Não,náo! gritou-lhe de repente o velho. Espirito náo vae vestido, Espirito todõ nu. Espirito tatuado.
O Mário com prèhenJeu e despiu- se atraz da rocfia. Ficou só com um lenço, para não ;ser indecente aos olhus da Joanna.
— Adeus, disse elle aos dois. Vou consolar-me trabalhando em seu favor com todas as minhas forças.
—Mario, exclamou a Joanna, é o melhor dos homens. E ’ muito bondoso. Perdoa-nos?
— Perdoar-lhes o quê? Juro ,que não lhes quero mal. E a prova é que estou alegre, que tenho uma idéa heróica. Vista o meu fato.
— Assim não terei frio, não é verdade?
— E eu ficarei muito contente, acc-resçentou elle retirando-se, com grandes lagrimas nos olhos.
XV
ISodas de sassgeie b8’b«sm isianaslo
O João e a Joanna ficaram muito
admirados de se encontrarem sósi- nhos. juntos, livres para falarem com o coração aberto.- Esta liberdade incommodou-os e ao principio não puderam pronunciar uma unica palavra. 0 João sobretudo, mais desagei- tado em am or do que em qualquer outra coisa, ficava silencioso e quasi frio, não sabendo como encetar a conversa e desejando comtudo d'zer á Joanna toda a ventura que sentia A Joanna pensava com razão que fòra muito clara nas suas demonstrações de amor e, julgando, que a sua escolha valia bem um agradecimento; esperava por.ell.e. Estavam ambos seriamente comp-omsttidos.
Com a ; rte maravilhosa que as mulheres teera para cortar as situações difficeis, a Joanna encontrou meio de começar a conversação,
—Tenho medo, gritou de repente.
—Medo de que? perguntou o Hercules.
— De tudo o que nos rodeia. Olha, lá em c'ma, como aquillo está a me- cher. Não vês?
E mostrou-lhe as aufractuosidades do cora' onde a luz do archote fazia -surgir sinistras apparições.
Mas elle não pensava n’isso." Sentia a joanna perto de si. Contava todas as pulsações do coração da sua bem amada; ardia aquelle contacto; afogava-se de amor nu m extase ardente e mudo.
— Por que não me respondes? disse a Jor.nna-,
— Mas eu respondo, e u . . .E apertou a nos braços. Esta res
posta muda era tão energica, tão amorosa, tão cheia de desejos, que a Joanna quasi que teve medo. Resistiu ao amplexo c recuou, dizendo;
— João, o que faz?— Oh! exclamou elle, por piedade,
menina Joanna, não se escandalise Desde o instante em que declarou que me amava, desde esse momento de embriaguez, ainda não pude agradecer-lhe. E agora que estamos sós agora que posso emfim dizer-lhe tu do, agora que o meu coração se atre ve a abrir-se com sigo ...
— Oh! oh! meu caro João, interrompeu a joven, como se fez taga relia!
— E ’ que eu amo-a ta n to !— E eu, grande creança, tornou el
la, não te amo tambem?E pegou-lhe n o queixo, sorrindo— Oh! obrigado! obrigado! meni
n a . ..— O que! menina! eu trato-te po1
tu, não vês?iContinual
j^ais nos ap rtámos d j Hortênsia.
Os dois namorados eram doidos u m pelo outro.
Muitas e muitas vezes sentimos o rumor dos seus beijos e ouvimos as suas palavras.
Oh! nem tu imaginas o que elles diziam!
Mas um dia.. . o namorado de Hortênsia desap- pareceu e nunca mais voltou.
Então a pobre loura foi etnpallidecendo a pouco e pouco, cada vez mais até que morreu.. .
Morreu!Em breve os estudantes
hãode vir profanar, com a ponta dos bisturis, o seu corpinho de sylphide, e, quem sabe ? hão de arrancar-nos do seu collo de neve!
E é por isso que nós estamos tristes e lacrimosas como as aguas de Ceylão essas aguas onde as areias são mais douradas, onde os coraes são mais vermelhos . ..
E. de Castro s
contempladas no testamento da virtuosa bem- feitora, a honrarem este acto religioso com a sua presença no dia acima indicado.
SALCHICHARIA MERCANTILDE
A N N O N C i O S
ANNUNCIO
UUIMRO/l m\ ALlifiuALLlliuAI) IS
i!
No dia 9 do corrente pelas 7 horas da manhã, na egreja da Santa ('asa da Misericórdia, d’esta villa, ha de ce!ebrar-se uma missa por alma de D. Maria Rita de Cassia Paes, viuva do sr. Feliciano José Paes, cuja missa manda dizer a mesa da Irmandade da mesma Santa Casa como reconhecimento e em virtude da dita sr.a ter legado á Misericórdia um conto de réis em inscripções.
A familia da finada agradece essa boa deliberação da mesa, e da sua pane pede a todas as pessoas de sua amisade e principalmente áquellas que foram
(S.a 8Bj53r2r.£;;H*So)
No dia 26 do corrente mez, pelas 11 horas da manhã, á porta do tribunal judicial de esta villa, nos autos de inventario por obito de Luiz de Almeida, viuvo, morador que foi no sitio da Conceição dos Mattos, no qual é cabeça de casal sua filha Adriana Rosa, se ha de arrematar em hasta publica, a quem maior lanço offerecer sobre o valor abaixo dezignado, uma fazenda no sitio da Alagôa das Cheiras, freguezia de Alcochete, composta de terra de semeadura, vinha, arvores de fructo e olival, foreira ao Duque do Cada- val, em 43800 réis annuaes, com laudemio de vintena, avaliado o dominio util em 763800 réis.
Pelo presente, são citados os credores incertos para assistirem ádita arrematação, e ahi usarem dos seus direitos, sob pena de revelia.
Aldegallega do Ribatejo, 2 de outubro de 1902.
o ESCRIVÁO
António Augusto da SilvaCoelho.
Verifiquei ;i exactidão.
O JUiZ DE DIREITO
Fernandes Figueira.
MKRGEÂRIA ALDEGALLENSKDE
José Antonio Nunes
J O A Q U I M P E R R O J E S U S R E L O G I OCarne de porco, azeite de Casteilo Branco emais
qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, manteigas puras de leite da Ilha da Madeira e da Praia d’Ancora e queijos de differentes qualidades.
Todos estes generos são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.
C ir a m le s d e s c o n t o s p a r a o s r e v e a t d e d o r e s !
5 4 a 56, Largo da Praça Serpa Pinto, 54 a 56
N'este estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estnna veis fregiie\es e ao respeitável publico em geral.
Visite pois o publico esta casa.
ALDEGALLEGAM A B I O O # T I C I A S
A . GUERRA AN(JLO-BOERImpressões do Transvaal
Interessantíssima narração das luetas entre inglezes e boers, «illustrada» com numerosos zinco-gravuras de «homens celebres» do Transvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruenta-- da
G U E R R A A N G LO -B O E R or um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço
do Transvaal.Fasciculos semanaes de 16 paginas....................3o réisTomo de 5 fasciculos.................................... 1S0 »A GUERRA ANGLO BÓER c á obra cie mais palp tan te retualidade.
N’ella são descri)-tas, «por uma testemunha presencial», as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que tem espanta Jo o mundo inteiro.
A GUERRA ANGLO-1 OER faz passar ante os olhos do leitor todas as «grandes bat; lhas, combates» e «es;aramu:as» d'esta prolongada e acérrima lueta- entre inglezes, traasvaalianos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroismo e tenacidade, em que são egu.almente a.imiráveis a coragem e dedicação p triotica de vencidos e vencedores.
Os incidentes variadíssimos cfesta contenda e ;tre a poderosa Inglater a e as duas pequenas republica ; sul-africanas, decorrem atrávez de verda
deiras peripecias, por tal maneira dramáticas e pittorescas, que dão á GUERRA ANGLO-BOER. conjunctamente com o irresistível attractivo d’uma narrativa histórica dos nossos d as, o encanto da leitura romantisada.
A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASapresentando ao publico esta obra em «esmerada edição,» e por um preço diminuto, julga prestar um serviço aos numerosos leitores que ao mesmo tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito conhecimento dos succefssos que mai; interessam o mundo culto na actualidr.de.
Pedidos d Emprega do D IA R IO D E NO TIC IAS Rua do Diario de Noticias, 110 — LISBOA
Agente em Aldegallega — A. Mendes Pinheiro Junior■
... J M P A i H A FABRIL SINGERPor Soo réis semanaes se adquirem as cele-
br es machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JOÃO DA CRUZ, cobrador
da casa a»C’©C'K cvi c concessionário em Portugal para a venda das ditas maehinas.
Envia catalogos a quem os desejar, 70, rua do Rato, 70 — Alcochete.
JOAO ANTONIO RIBEIRO 76
A OS A L F A Y A T E SVende-se uma machina
de alfayale já usada p o r um preço muito em conta.
Quem pretender dirija-se á administração deste j o r nal.
BIBLIOTHECA ILLUS- TRADA DA aCHACOTA.—Assigna-se na travessa das Mercês, 59, Lisboa.
Cada vol. 60 réis.
l a - L A E G O E Q a E J A - 1 9 - A
A l d e g a l l e g a «lo B S ifra íeJo
JOSÉ DA ROCHA BARBOSACobis o ffíe ina dc € 'o r re e iro e ScSielra
1 8 , KUA 1)0 FORNO, 18
A 1 , Í 5 Si €r A 5j S„ l i «à A
Este importante estabelecim ento^ um dos mais bem sortidos de Aldegallega e o que vende mais barato. E ' o unico que pode com petir com as principaes cazas da capital, pois que para isso tem uma existencia de fazendas de fino gosto compra as aos fab icantes, motivo porque pode vender mais barato e ao alcance de todos." SECÇÃO DE FANQUEIRO: pannos patentes, crus. branqueados, cotins. riscados, chitas, phantasias, chailes, etc. RETROZEIRO: sedas para enfeites, rendas, passemanterias. etc. MERCADOR: grande variedade d ; casimiras, flanellas, cheviotes e picotilhos para fatos por preços excessivamente baratos. CHAPELARIA: chapéos em todos os :ode’os. SAPATARIA: grande quantidade de calçado paia homens. criança:. e s-.nhoras. Ultima- novidades recentemente recebidas. 0 proprietário cTeste estabelecimento tambem é agente da incomparavel machina da Companhia Fabril «Singer», da qual faz ver,da a prestações ou a prom pto pagamento com grandes descontos. LOTERIAS: encont>-a-se, dós princip. es cambistas, nesta »a«a grande sortimento de bilhetes, décimos veesim os e cautellas de todos os preços, para todas as loterias.
-------m m m r_ - - . - A ■è/Q*.
( ira n d e s p a lp ite s ! S e m p re « « m e ro s c e r to s ©variados.. IJxperlnaesííean íjmc náo se a r re p e n d e rã o .
GRANDE DESCOBERTA DO SECULO XX0 freguez que n'e;ta caza Hzér'
uma senha e assim que possua e valioso brinde.
iespeza superior a Soo réis terá direito a8
Vinde pois visitar o Centro Commercial
*&ao
r<J
§ s
botn
dtn
>
SB
*©
&
mO>
%*h
ABCDO POVOPara aprender a ler
por
TRINDADE COELHOcom desenhos de
Raphael Bordallo Pinheiro8 0 paginas luxuosamente illustradas
RUA DIREITA, 2 —PRAÇA SERPA PINTO, 52 A ld e g a lle g a do. St-ífcatejò
A VU LSO 50 R S.P ELO CORREIO 60
Descontos para revenda: até 5oo exemplares, 2o°[t> de desconto; de 5oo até iooo exemplares. 25?[0; de 1000 a 5ooo exemplares, 3o°|0.
A 1 v e n d a ens io d a s a s l i v r a r i a s cl« p a iz . i lh a s e u l t r a m a r , e esa c a s a e d i to r a
ALIVRRIA AILLAUDRua do Ouro. 242. i .° — LISBOA
| Acceitam-se, correspondentes em toda a parte.
AO COMMERCIO DO POVOAO já bem conhecidas do publico as verdadeiras vnitagens que este estabelecimento offerece aos Còrnpradores de todos os seus artigos, pois que tem sortimento, e fn ' compras em condicçoes de poder competir com as primeiras casas de Lisboa no que diz respeito a preços, porque vende muitos artigos
A i a d a a n a i s b a r a í« > *e como tal esta casa para maior garantia estabeleceu o systema de GANHAR POUCO PARA VENDKR MUI 1 O e vendendo a todos pelos mesmos preços.
Tem esta casa além de varios artigos de vestuário mais as seguintes secções:De Fanqueiro, sortimento completo;De Retroseiro, bom sortido, e sempre artigos de primeira moda;De Mercador, um bello e variado sortimento de casimirqs, flanellas, cheviotes.
picolilhos, e/c., etc.Fia lambem lindos pannos para capas de senhora, e de excedentes qualidades
por preços baratíssimos.A o s S J rS . A l i s y a t f ® * .— Este estabelecimento tem bom sortimento dc- fórros necessários para a sua
confecção taes com o:setins pretos e de cor, panninhos lisos de cor e pretos, fórros para mangas, botóes. etc.A s S e i s h o r a s M o d i s t a s . — Lembram os proj rie ta ro s d’este estabelecimento uma visita, para
assim se certificarem de quanto os preços sáo limitados.Grande collecção de meias pretas para senhora, piugas para homem, e piuguinhas para creança que garanti
mos ser preto firme.U m a v i s U a p o i s a o C O M M E R C I O EM> P O V O
RUA DIREITA, 88 e 90 —RUA DO CONDE, 2, A L D E G A L L E G A JOAO BENTO ‘ & NXJJNTSS DE CARVALHO
O D O M I N G O
D E P O S I T OD E
VINHOS, VINAGRES E AGUARDENTES
E FABRICA DE LICORES
G R A N D E D E P O S I T O D l A C R E D I T A D A F A B I t l C A D EJ A N S E N l C :
D K
>t-1DtnO>r*r*tnO>
CERVEJAS, GAZOZAS, PIROLITOSVENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA
— L U C A S & li.' — -
LA RG O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
3i
V inhosVinho tinto de pasto de i .a. li iro
» » )) » )) 2.a, ))» branco >> » i .a, »» verde, tin to .. . . » »» abalado, branco » n» de Collares, tinto » garrafa » Carcavellos br.c-’ » .»» de Palm ella.. . . •> »» do Porto, superior »» da Madeira.......... »
V inagresVinagre t nto de i .n. litro............
» » )) 2.a, » .......... . .» branco » i .a, » ........ ....
El co resJ.icor cie ginja de i.«, l i t ro .. ..
» oniz » »» » carie 11 a........................» » ros:-).... ...................» » hortelã pimenta . . . .
G ranito .......................................Com a garrafa mais 60 réis.
607°
10015o 160 240 240 400 5o;»
60 5 o 80 60
200180tSo180[80280
6rs. 1
Agnar«lcndesAlcool 40o.......................... litroAguardente Ç c prova 3o°. »
» ginja............... »» de bagaço 20o » i .ai) » »> 20o » 2.a» » » 1 8 o »» » figo 20° »» » Evora i8J »
CaaeiíaPara li............Cabo Verde. Còenrc........
»ramca. . litro
t G enebra............................ »
3 2 0 rs. 32 1 » 24.O » 1 6 0 »15 o D 1 4 0 »1 2 0 » 140 »
700 rs. 6on »
1¥200 » [S 00 » 36o »
<Ow
—4<OUh
Q —j
<
CERVEJAS, GAZOZAS E PIROLITOSPosto e;n casa do consumidor
(Cerveja de M rço, du /ia........o P ixener, » ........
u » da p pa. meio barnl .I Gazoz;.s, duzia ...........................í Pirolitos, caixa, 24 garrafas.. .
600 rs. S40 n 900 a 420 a 36 1 »
f ;Capilé. l i t ro SfcO re i* com g a rra fa 3-1© ré is
E M A IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S OU A L ID A D E S
PARA REVENDERVEM DAS A. D IN H E IR O
PEDIDOS A LUCÂS & C.A — A L D E G A L L E G A
RELOJOARIA GARANTIDADE 64
AVELINO M A R Q U E S CONTRAMESTRE
Relogios de ouro. de prata, de aço. de nicke), de plaquet. de pbanta- sia, americanos, suisso; de parede, marítimos, despertadores americanos, des pertadores de phantasia, despertadores com musica, suissos de algibeiia com corda para oito dias.
Recommenda-se o relogio de AVELINO MARQUES CONTRAMES I RE. um bom escape d'ancora muito forte por 5Soop réis.
Oxidam-se caixas. d’aço com a maxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.O proprietário d'esta relojoaria compra ouro e prata peio preço mais elevado.
R E L O J O A R I A E O U R I V E S A R I ADE
JOSÉ DA SILVA THíMOTEO & FILHO
O proprietário d’este antigo, acreditado e importante estabelecimento, participa aos seus numerosos fr eguezes e ao publico em geral que acaba de fornecer novamente o seu estabelecimento de todos os objectos concernentes a relojoaria e ourivesaria. O proprietário deste estabelecimento, para augmento de propaganda vae fazer venda ambulante dos objectos do seu estabelecimento, para assim provar ao publico que em Aldegallega é elle o unico que mais barato e melhor serve os freguezes.
Nas officinas d’este importante estabelecimento tambem se fazem soldaduras a ouro e a prata, galvaniza-se a ouro, prata ou outro qualquer metal, oxi- dam-sè caixas daço, pulem-se caixas de relogios de sala, bandolins, violas, gu tarras, etc.
O proprietário d’este estabelecimento dá uma libra a qualquer pessoa que lhe leve algum dos trabalhos aqui ditos, que elle, por não saber, tenha de 0 mandar executa fóra.
São garantidos pela longa pratica de trinta annos do seu proprietário, todos os trabalhos, assim como todos os negoci >s d’esta casa.
Em caso 5 de grande necessidade tambem se ac- ceita qualquer trabalho para de prompto ser executado na presença do freguez.
1 — K U A. DO P O Ç O - 1 ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
K c S o g l o s «le a l g i b e i r a e «le s a l a . M a g n i f i c o * r e g u -l a d o r e *
Neste estabelecimento se compra ouro eprata
PRAÇA SERPA PINTO(Proximo á Egreja Matriz)
A L D E G A L L E G A DO R IB A T E JO
AS TRES BIBLIOTHECASE m p r e z a «le p u b l i c a ç õ e s i l l u s t r a d a s
Rua da Barroca , 72 — L ISB O A
GIL VICENTE
A U T O R A A I ,M A . P R A N T O D E M A R I A P A U - 19A . C A R T A A l í . «FOÃO I I I S O B R E O T E R R A M O T O » E 1 5 1 3 .
Um elegante volume de 100 paginas com os fac- simile da edição de 1586 do Auto da Alma, e o da edição de 1665 do Pranto de Maria Parda, e com 0 retrato da actriz A D ELI,NA RUAS, vestida e caracteri- sada de Maria Parda. IPIREÇO: 3 0 0 RS.
GIL VICENTE
Visitação—Todo-o-Mundo e Ninguém (da farça «Auto da Lusitania»)— O Preguiçoso (da farça
«Juiz Beira»)—A Velha enamorada (da tragicome-dia « Triumpho do inverno»}—Scenas do Auto
da Feira—Prece da Gananêa (do «Auto da Cananêa»jUm bello volume de perto de 5o paginas, em excellente papel.
P r c ç © : ® 0 0 r é i s
PAUL MAHALIN
0 FILHO 0 0 MOSQUETEIRO .O mais notável romance historico, dos que teem sido
publicados.Illustrações de Alfredo de Moraes
Doi-, volumes de cerca de 400 p-ginas cada um artística e profusam ente illust-ados. Publicação em fascículos semanaes d e 24 paginas, com 5 gravura;. sendo uma em separado.
•fi-O r é i s - —C a d a f a s c í c u l o — 4 0 r é i se li mos men ;;;es de 120 paginas e 25 gravuras, ssndo 5 em separado.
r é i s — C a d a T o m o — 3 0 0 r é i s
algente em Aldegallega— Alberto Brito Valentim.