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Do sonho à realidade: a viagem atribulada de um estudante-estagiário Relatório de Estágio Profissional Relatório de Estágio Profissional, apresentado com vista à obtenção do 2.º Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, ao abrigo do Decreto-Lei 74/2006, de 24 de março, na redação dada pelo Decreto-Lei 65/2018, de 16 de agosto e do Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 de fevereiro. Orientadora: Professora Doutora Paula Batista José Nuno Gonçalves Xavier Porto, setembro 2019

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Do sonho à realidade: a viagem atribulada de um estudante-estagiário

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional, apresentado com vista à obtenção do 2.º Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, ao abrigo do Decreto-Lei 74/2006, de 24 de março, na redação dada pelo Decreto-Lei 65/2018, de 16 de agosto e do Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 de fevereiro.

Orientadora: Professora Doutora Paula Batista

José Nuno Gonçalves Xavier

Porto, setembro 2019

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II

Ficha de Catalogação

Xavier, J. N. G. (2019). Do sonho à realidade: a viagem atribulada de um

estudante-estagiário. Relatório de Estágio Profissional. Porto: J. Xavier.

Relatório de Estágio Profissional para a obtenção do grau de Mestre em Ensino

de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras-Chave: ESTÁGIO PROFISSIONAL; EDUCAÇÃO FÍSICA; PROFESSOR; EVOLUÇÃO, ENSINO-APRENDIZAGEM.

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III

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, por todo o apoio que me deram ao longo do percurso

académico, por estarem presentes nos bons e mau momentos e por terem

sempre algo a dizer-me, independentemente, da situação. É a eles que devo

todo o meu trajeto.

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V

AGRADECIMENTOS

À FADEUP, por ter sido a minha casa ao longo de todo o percurso académico,

por me ter dado a conhecer todos os meus amigos e por me ter preparado para

a vida profissional.

À Professora Paula Batista por todo o profissionalismo, disponibilidade e

preocupação.

Ao Professor Pedro Marques, por além de ter sido um tutor, ter sido também

um amigo, depositando sempre em mim grande confiança e ajudando em tudo

o que era necessário.

À minha turma do Colégio por me ter desafiado diariamente a transcender-me

e a aprender mais e mais.

À minha mãe e ao meu pai, por estarem sempre do meu lado

independentemente das minhas escolhas. Por saberem quando dar uma

palavra amiga ou uma chamada de atenção. O vosso apoio foi imprescindível.

À minha irmã, por ser uma força da natureza e uma autêntica guerreira.

Obrigado por me mostrares que os limites somos nós que os fazemos e que

temos de nos transcender diariamente.

Aos meus avós, por me mostrarem eu apesar de serem de uma época

diferente da minha, me passarem ensinamentos e valores que me

acompanham diariamente.

À Renata, por estar sempre do meu lado nos momentos de maior aperto e nas

conquistas, obrigado por me chamares à razão quando é preciso e por me

incentivares a ser cada dia melhor do que ontem.

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VI

Ao Andebol por me ter tornado um homem com valores e responsabilidade,

fazendo com que leve a vida diariamente com a mesma seriedade do que um

jogo.

A todos, muito Obrigado!

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VII

ÍNDICE GERAL

Dedicatória .................................................................................................... III

Agradecimentos .......................................................................................... IV

Índice de Figuras ........................................................................................ IX

Índice de Quadros....................................................................................... XI

Índice de Anexos ...................................................................................... XIII

Resumo ....................................................................................................... XV

Abstract .....................................................................................................XVII

Lista de Abreviaturas ...............................................................................XIX

1. Introdução ................................................................................................ 3

2. Enquadramento Pessoal ........................................................................ 7

2.1. Reflexão Autobiográfica .................................................................... 7

2.2. Expectativas Iniciais e apontamentos da realidade encontradas no

Estágio Profissional ............................................................................ 9

3. Enquadramento da Prática Profissional ........................................... 13

3.1. Enquadramento Legal ....................................................................... 13

3.2. A Escola enquanto instituição .......................................................... 13

3.3. A Escola cooperante ......................................................................... 14

3.4. Núcleo de Estágio ............................................................................. 16

3.5. Turma do 12º ano de escolaridade ................................................... 17

3.6. Turma do 6º ano de escolaridade .................................................... 18

4. Realização da Prática Profissional .................................................... 21

4.1. Organização e Gestão do Ensino Aprendizagem ........................... 23

4.1.1. Conceção do Ensino ................................................................... 23

4.1.2. Planeamento do Processo de Ensino Aprendizagem ................ 24

4.1.3. Planeamento Anual ..................................................................... 25

4.1.3.1. Unidade Didática .................................................................... 27

4.1.3.2. Plano de Aula ........................................................................ 29

4.1.4. Realização do Ensino .................................................................. 30

4.1.4.1. Clima ...................................................................................... 30

4.1.4.2. Gestão da aula ...................................................................... 31

4.1.4.3. Instrução ................................................................................. 32

4.1.4.4. Feedback Pedagógico ........................................................... 35

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VIII

4.1.4.5. Aprendizagem dos comportamentos táticos na modalidade

de voleibol numa turma do 12º ano de escolaridade………36

4.1.4.5.1. Resumo ................................................................................ 36

4.1.4.5.2. Introdução ............................................................................. 37

4.1.4.5.3. Objetivos ............................................................................... 38

4.1.4.5.4. Metodologia .......................................................................... 38

4.1.4.5.4.1. Participantes ................................................................... 38

4.1.4.5.4.2. Desenho do Estudo ........................................................ 38

4.1.4.5.4.3. Instrumentos de Observação ..........................................40

4.1.4.5.4.4. Procedimentos Estatísticos ............................................ 41

4.1.4.5.4.5. Resultados ...................................................................... 41

4.1.4.5.5. Conclusões ........................................................................... 48

4.1.4.5.6. Referências Bibliográficas.................................................... 47

4.1.4.6. Avaliação ...............................................................................49

4.1.4.6.1. Avaliação Diagnóstica ........................................................... 50

4.1.4.6.2. Avaliação Sumativa .............................................................. 51

5. Participação na escola e relação com a comunidade ................... 55

5.1. Desporto Escolar .............................................................................. 55

5.2. ExpoColGaia ....................................................................................56

6. Considerações Finais e Perspetivas Futuras ................................. 61

7. Referências Bibliográficas ................................................................. 65

8. Anexos .................................................................................................. 69

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IX

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1. Campo de Futebol em relva sintética .................................................. 16

Fig. 2. Piscina .................................................................................................. 16

Fig. 3. Pavilhão A e Pavilhão B ........................................................................16

Fig. 4. Unidade Didática Voleibol 12º ano ....................................................... 28

Fig. 5. Estrutura do Plano de Aula .................................................................. 29

Fig. 6. Unidade Didática Voleibol 12º ano ....................................................... 38

Fig. 7. Ficha de avaliação das observações .................................................... 41

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Distribuição das modalidades a abordar pelos períodos ........... 26

Quadro 2- Comparação da comunicação no momento da receção de bola ao

longo das três observações ............................................................................. 42

Quadro 3- Comparação da comunicação no momento da construção ofensiva

.......................................................................................................................... 42

Quadro 4- Comparação da comunicação no momento do posicionamento

defensivo ...........................................................................................................43

Quadro 5- Comparação da Diferenciação de Funções no momento de receção

da bola ...............................................................................................................44

Quadro 6- Comparação da Diferenciação de Funções no momento de ataque

........................................................................................................................... 45

Quadro 7- Comparação da Diferenciação de Funções no momento de

posicionamento defensivo face ao ataque adversário .................................... 46

Quadro 8- Comparação do retorno após receção de bola ............................ 47

Quadro 9- Comparação do retorno após ataque ............................................ 47

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ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 – Ficha de Avaliação ...................................................................... XCI

Anexo 2 – Cartaz do Torneio de Andebol ...................................................... CI

Anexo 3- Cartaz informativo das atividades da ExpoColGaia .......................CII

Anexo 4- Certidão de Participação no Corta-Mato ....................................... CIII

Anexo 5- Exemplo de Reflexão Semana.......................................................CIV

Anexo 6- Exemplo de Plano de Aula ........................................................... CVII

XIII

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XV

RESUMO

O Estágio Profissional surge como o culminar de todo um processo de

formação, sendo a última etapa de aquisição de conhecimentos no percurso

académico. O presente Relatório de Estágio retrata as dificuldades,

aprendizagens, erros e sucessos de um estudante-estagiário (o autor) no

decurso do seu estágio. O estágio decorreu no ano letivo de 2017/2018 numa

escola sediada em Vila Nova de Gaia, sob a supervisão de um Professor

Cooperante, docente da escola e por uma Professora Orientadora da Faculdade

de Desporto da Universidade do Porto. No decurso do estágio assumi a

responsabilidade de uma turma de 12º ano e outra de 6º ano, que em muito

contribuíram para a minha evolução enquanto pedagogo. Face aos níveis de

desempenho motor que os alunos apresentavam, foram inúmeras as

dificuldades que vivenciei na procura de encontrar novas formas de manter os

alunos empenhados e focados. O Estágio Profissional foi, sem dúvida, o

momento mais marcante da minha formação para futuro professor, neste foi

possível aprender que não são os erros cometidos que nos definem, mas sim a

forma como conseguimos ultrapassar os mesmos. Aprendi que não existe a

“fórmula secreta” para ensinarmos o que quer que seja e que, ao invés disso,

devemos ser nós a moldar-nos e adaptarmo-nos face ao que nos rodeia, isto

sem nunca perdermos a essência e os valores que nos definem. Neste espaço

formativo, foi ainda possível perceber que os alunos cultivam algo que nos liga

imperativamente a eles, fazendo que os seus sucessos se tornem os nossos

próprios sucessos, assim como as suas dificuldades. De destacar ainda a

realização de um estudo focado na aprendizagem dos comportamentos táticos

dos alunos em voleibol. Os resultados evidenciam que alunos demonstraram

uma evolução bastante satisfatória nos vários conteúdos táticos lecionados.

Quanto às expectativas futuras, espero um dia encontrar o meu lugar enquanto

professor e fomentar o estilo próprio que me define.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL; EDUCAÇÃO FÍSICA; PROFESSOR; ADAPTAÇÃO; EVOLUÇÃO; ENSINO-APRENDIZAGEM.

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XVII

ABSTRACT

The Scholl placement is the result of a complete training process, and it is

the last step towards knowledge acquisition in the academic journey. This Report

depicts the difficulties, learning’s, mistakes and accomplishments of a preservice

teacher (the author) during the course of their school placement. The practicum

training occurred in the academic year of 2017/2018, in a school in Vila Nova de

Gaia, under the supervision of a Cooperating Teacher (also a teacher of the

referred school), and a supervisor of the Faculty. During the school placement I

was in charge of a 12th and a 6th grade class, which contributed to my evolution

as teacher. Considering the motor performance levels presented by the students,

there were several difficulties I had to overcome in the search for new ways to

keep them focused and committed. This practicum training was, without doubt,

the most important element of my training to become a future teacher, it granted

me the chance to learn that the mistakes we make do not define us; it is the way

we overcome them that does. I also learned that there is no “secret formula” to

teach anything; instead, we are the ones to reshape and adapt according to our

surroundings, without losing the essence and values that define us. In this

educational space, it was also possible to understand that students cultivate

something that mandatorily connects them to us, turning their achievements and

difficulties into our own. It is also relevant to mention a study performed by

focusing on and learning through the students’ tactical behavior in volleyball. Data

showed that the students had a very suitable evolution in the diverse tactical

content that was taught. In regards to future expectations, I hope to find my place

as a teacher and to foster my own personal style.

KEYWORDS: SCHOOL PLACEMENT; PHYSICAL EDUCATION; TEACHER; ADAPTATION; EVOLUTION; TEACHING-LEARNING.

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LISTA DE ABREVIATURAS

CD – Condição Física

CP – Conceitos Psicossociais

DT – Diretor de Turma

EC – Escola Cooperante

EE – Estudante Estagiário

EF – Educação Física

EP – Estágio Profissional

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

FCF - Fisiologia e Condição Física

HM – Habilidades Motoras

MEC – Modelo Estrutura Conhecimento

MEEFEBS – Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário

MID – Modelo de Instrução Direta

NE – Núcleo de Estágio

PC – Professor Cooperante

RE – Relatório de Estágio

UD- Unidade Didática

UDs- Unidades Didáticas

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1

1. INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

O 2º ano do plano de estudos do Mestrado em Ensino de Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário (MEEFEBS) da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto (FADEUP) integra a unidade curricular o Estágio

Profissional (EP), que se assume como central ao processo formativo.

A FADEUP, segundo as normas orientadoras do estágio, tem como

principal objetivo formar o “professor profissional, promotor de um ensino de

qualidade”, “um professor reflexivo (PR) que analisa, reflete e sabe justificar o

que faz em consonância com os critérios do profissionalismo docente e o

conjunto das ações docentes (...)”1 (p.3)

O estágio profissional é caraterizado como sendo o culminar de todo um

processo de formação onde são desenvolvidas as competências que a profissão

exige, nomeadamente, a de professor de Educação Física (EF). Para Pacheco

(1995), a passagem a Estagiário engloba três fases, sendo estas a passagem

da instituição de formação para a escola, a de aluno para professor e da teoria

para a prática, sendo o contexto prático, em que este começa a atuar, se assume

como um fator marcante de socialização. De facto, o estágio foi algo que se

assemelhou, em muito, àquilo que irá ser a profissão, com todos os problemas

e responsabilidades que a mesma acarreta.

Durante o ano de estágio fui responsável por uma turma do 12º ano de

escolaridade ao longo de todo o ano letivo e tive ainda a oportunidade de lecionar

duas UDs a uma turma de 6º ano.

De forma a descrever as vivências deste ano de estágio, que decorreu no

ano letivo 2017/2018, o Relatório de Estágio foi estruturado da seguinte forma:

1) Enquadramento Pessoal - percurso pessoal e profissional, assim como

as expectativas em relação ao EP.

2) Enquadramento da Prática Profissional – enquadramento institucional,

caraterização da escola, do núcleo de estágio e das turmas.

1 Normas orientadoras do estágio profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de

mestre em ensino de educação física nos ensinos básico e secundário da FADEUP, ano letivo 2017/18, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

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3) Realização da Prática Profissional – elementos relativos à conceção

do ensino, planeamento, realização e avaliação, assim como as

atividades escolares desenvolvidas e ainda o estudo de investigação.

4) Considerações Finais e Perspetivas Futuras – reflexão relativa ao EP

e partilha da experiência e expectativas em relação ao futuro.

Cunha (2002) defende que a identidade do professor de Educação Física

é contruída desde cedo. Este constrói a sua performance partindo de várias

referências, tais como a sua trajetória escolar e académica e a convivência com

o ambiente de trabalho. Efetivamente, a minha identidade enquanto Professor

de Educação Física foi moldada desde cedo, pois os conhecimentos e

experiências que fui acumulado agregaram-se àquela que era a minha nova

realidade que estava a enfrentar.

Concluindo, a minha atividade enquanto professor estagiário foi

diversificada, interagindo em diversas frentes e acumulando papéis distintos ao

longo do ano, para isto, a ajuda dos professores cooperantes foi fundamental,

sendo estes o nosso ponto de referência dada toda a experiência acumulada.

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2. ENQUADRAMENTO PESSOAL

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2.1. Reflexão Autobiográfica

A minha ligação ao desporto teve inicio no Ensino Primário, no clube de

natação do colégio que frequentava. Esta é uma modalidade que considero que

deveria ser obrigatória para todas as crianças, desenvolvendo-lhes apetências

indispensáveis no seu futuro. Navarro e Tagarro (1980) defendem isso mesmo,

afirmando que a natação contribui para ativar o processo evolutivo

psicomorfológico da criança, auxiliando-a no desenvolvimento da sua

psicomotricidade e autoestima, fortalecendo a personalidade. Rose (2002)

acrescenta ainda que a natação propicia um desenvolvimento positivo das

funções orgânicas das crianças e jovens. Posteriormente, comecei a praticar

Basquetebol, em simultâneo com a Natação, onde, por carência de tempo, me

vi obrigado a abandonar esta última. A minha passagem pelo Basquetebol não

foi muito longa (cerca de 2 anos), no entanto foi possível adquirir as minhas

primeiras experiências daquilo que é ser parte integrante de um grupo de

trabalho (equipa) e adquirir as competências inerentes a essa vivência, tais como

a cooperação, a superação, a competitividade, entre outros elementos.

Aos 12 anos de idade foi a vez de experimentar o Andebol, modalidade essa

que me apaixonou e que ainda hoje pratico ao serviço do Futebol Clube de Gaia.

A minha experiência nesta modalidade tem sido motivante e rica em novas

realidades e contextos. A sua prática, permitiu-me aceder a experiências muito

distintas. Mencione-se a título de exemplo, a passagem pela seleção regional, a

obtenção do título de campeão nacional, a participação na 1ª divisão nacional de

seniores e ainda a obtenção de alguns títulos de cariz individual ao longo do meu

percurso. Há 4 anos atrás, no decurso do estágio no âmbito da metodologia em

Andebol, iniciei o meu percurso como treinador, que se mantém até à data. De

facto, esta foi uma das experiências que me fez refletir e mais influenciou a minha

escolha pela via de Ensino no prosseguimento do meu percurso académico, não

só pelo gosto em ensinar e promover a evolução dos mais jovens, mas também

pelos constantes desafios que a atividade me proporciona diariamente.

A minha experiência como aluno na Educação Física (EF) não foi das mais

positivas, pois no colégio que frequentei até concluir o ensino secundário a EF

era desvalorizada e deixada em segundo plano por parte da direção face às

outras disciplinas. No entanto, tive alguns professores, que perante essas

adversidades, tentaram motivar ao máximo os alunos, demonstrando grande

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competência, paixão e originalidade nas funções que desempenhavam.

O culminar de toda uma experiência desportiva enquanto jogador e

treinador e as vivências negativas da EF fizeram-me acreditar que é possível

fazer mais e melhor, indo além da realidade que presenciei enquanto aluno.

O primeiro ano do mestrado foi fulcral para a aquisição de conhecimentos e

competências que me permitiram dar resposta às exigências quando se trata de

ser professor, uma vez que abordou todas as temáticas e forneceu as

ferramentas necessárias ao sucesso no processo de lecionação.

Neste momento, um ano após a realização do estágio, posso afirmar apesar

de não ter sido nada fácil, que todas as tarefas desempenhadas foram

importantes e fundamentais para o meu desenvolvimento académico e

profissional. Contudo, face às atividade “extra-estágio” em que participava,

muitas vezes tornou-se complicado cumprir todas as tarefas e prazos. Foi uma

inserção numa realidade totalmente nova e apesar de ter tido a ajuda do

professor cooperante, não se revelou fácil.

A turma que me foi atribuída (um 12º ano) foi espetacular, tendo facilitado, e

muito, a minha tarefa enquanto professor estagiário. Nesta turma consegui

desenvolver e exercer todas as tarefas que programei e apesar do nível de

desempenho notoriamente elevado em que os alunos se encontravam, foi

possível observar uma evolução significativa nos seus desempenhos. Por

exemplo, na abordagem ao andebol, embora os alunos dominassem na integra

os diversos conteúdos da modalidade, obtiveram uma evolução bastante

satisfatória a nível dos comportamentos táticos. O mesmo aconteceu também no

basquetebol e no voleibol.

A introdução da turma de 6º ano, mostrou-me que não é possível atuarmos

do mesmo modo em turmas de níveis diferentes, obrigando-me a repensar e

reorganizar as tarefas a desempenhar de uma forma totalmente diferente

daquela que tinha experienciado até então com o 12º ano.

Efetivamente, o trabalho exercido no ano de estágio foi uma continuação do

tipo de tarefas que fomos desempenhando no 1º ano do mestrado, facilitando-

nos o processo e introduzindo-nos num ambiente, que, apesar de novo, não era

de todo estranho. Sem dúvida alguma, a autonomia e os erros que me foram

permitidos cometer, tiveram um impacto significativamente positivo na minha

vida.

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2.2. Expectativas iniciais e apontamentos da realidade

encontrados no Estágio Profissional

Durante o Estágio Profissional (EP), decorrido num colégio particular em Vila

Nova de Gaia, em que assumi o compromisso de um ano letivo, pude aplicar os

conhecimentos que adquiri ao longo do meu percurso académico e na minha

experiência como treinador de andebol.

Apesar das idades entre os alunos da turma que me foi proposta e dos

atletas de quem era treinador serem distintas, foi possível transferir algumas

técnicas do treino para a vertente escolar. Efetivamente, as diferenças

socioecónomicas entre os alunos foi algo a que já estava acostumado, facilitando

a ação sobre esses pontos, permitindo-me trabalhar e atuar de forma a que

essas mesmas diferenças não fossem um fator limitativo do sucesso no processo

de lecionação.

No início do ano letivo, após o primeiro contacto com o colégio, foi possível

perceber que existiam ótimas condições ao nível de logística desportiva, que me

permitiam abordar todas as modalidades que tinha planeado. Para além das

instalações, foi ainda possível perceber que havia um espírito trabalhador e

empreendedor para com a disciplina por parte do grupo de docentes. A

importância que o colégio atribuía ao grupo disciplinar da EF fez com que me

sentisse motivado a estar presente também nas atividades e eventos

organizados pelo mesmo.

O papel do professor cooperante foi determinante ao longo de todo o EP,

atribuindo-me a autonomia necessária para que pudesse errar e corrigir as

lacunas que ia cometendo. O seu dinamismo e experiência fez com que pudesse

aprender e colocar em prática várias dicas conducentes ao sucesso durante as

aulas.

Devido ao nível em que os alunos se encontravam e ao reduzido número de

horas semanais com que estava com eles, penso que seria difícil ter conseguido

alcançar um melhor resultado, no entanto, dei o meu melhor para que o gosto

pelo desporto crescesse e fosse implementado como uma rotina nos alunos.

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3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

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3.1. Enquadramento Legal

As Normas Orientadoras do Estágio Profissional e o respetivo

Regulamento do ano letivo 2017/2018, são os dois documentos que contêm as

orientações legais do Estágio Profissional da FADEUP. De acordo com o artigo

1º do Regulamento de Estágio profissional, o EP corresponde a uma parte

integrante do MEEFEBS da FADEUP, e integra a prática de ensino

supervisionada, em contexto real de ensino, e o relatório de estágio.

Os temas da coordenação, orientação e organização do EP estão

contidos no artigo 4º do Regulamento, sendo a organização uma

responsabilidade do Professor Regente, da Comissão Científica e da Comissão

de Acompanhamento de Curso de Mestrado em Ensino. O EP e o RE são

orientados por um docente da FADEUP, denominando-se como orientador de

estágio, em colaboração com o Professor Cooperante.

O processo avaliativo do EP está inserido no artigo 10º do Regulamento.

Esta avaliação defende que o domínio das competências pedagógicas, didáticas

e científicas são fulcrais, associadas ao desempenho crítico e reflexivo. O

trabalho em equipa, a responsabilidade, a assiduidade e pontualidade, o

empenho e a apresentação apresentam-se como fatores igualmente

determinantes para o sucesso.

Resumindo, estas são algumas das orientações legais do bom

funcionamento do EP, sendo sobretudo focada a realização do RE e da prática

de ensino supervisionada através da ajuda do professor cooperante e do

professor orientador.

3.2. A Escola enquanto Instituição

Atualmente, a instituição escolar assume-se como sendo uma organização

de cariz próprio e único, com normas, valores, comportamentos, experiências,

conteúdos e perceções singulares. Sendo a escola vista como um sistema, a

mesma deve manter processos de mudança propícios à adaptação ao meio que

a rodeia.

Ao contrário do que acontece atualmente, no passado, os professores

primários e os párocos eram os principais agentes culturais das aldeias,

enquanto que os professores do ensino secundário estavam incluídos na elite

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social das cidades (Nóvoa, 1991). Muita coisa mudou desde então, Nóvoa

(1995), refere que a modernização do sistema educativo deve passar pela sua

descentralização e por um investimento das escolas como locais de

aprendizagem e formação, que têm de adquirir mobilidade e flexibilidade,

incompatível com a inércia burocrática e administrativa que as tem caracterizado

até agora. Batista e Queirós (2015) referem ainda que a implementação do

currículo atual induz o utilitarismo e reduz a escolaridade, centrando-se nos

resultados de exames e provas, contribui apenas para a reprodução de

conhecimentos e para a desumanização do ensino. Por sua vez, Torres (2008)

afirma que face à descentralização das identidades em particular e com a visão

disfuncional que existe do ensino, o combate à crise escolar tem vindo a

fracassar, dado a falta de conhecimento da identidade escolar e dos respetivos

fatores que influenciam a cultura organizacional da mesma. De facto, é

necessário que as escolas continuem o seu processo de mudança, na medida

em que as prioridades devem ser os alunos e as características especiais e

originais de cada um. A escola deixou de ser um mero transmissor de

informação, uma vez que a importância dada aos valores tem vindo a crescer,

mas não o suficiente, existindo ainda muito para melhorar. Ao longo da minha

ação como professor tentei procurar isso mesmo, valorizando nos alunos as suas

atitudes, valores e empenho na sua evolução.

Efetivamente, a escola pode, e deve ser caraterizada, não só pela instituição

em si, mas também pela intervenção dos pais e encarregados de educação e

pelos apoios recebidos de identidades externas.

3.3. A escola cooperante

A história da Escola Cooperante (EC) inicia-se em 1933, na “Quinta do

Trancoso”, onde foi fundado o Colégio Externato de Gaia por mão de D. António

de Meireles, Bispo do Porto de então. A mesma Quinta foi doada por

D. Maria Margarida Guimarães e Silva à Diocese do Porto.

A EC , situa-se na freguesia de Mafamude (Vila Nova de Gaia). Esta foi alvo

de grandes remodelações e atualizações ao longo das décadas de 60 e 70,

assumindo, até aos dias de hoje, o patamar de maior colégio nacional.

A instituição em causa está inserida no ensino católico, onde a disciplina de

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Educação Moral e Religiosa Moral é de carater obrigatória e os novos modelos

curriculares e culturais associados aos valores católicos foram impulsionadores

da construção da EC. A relação próxima entre docentes e encarregados de

educação é valorizada, sendo o bem-estar e o sucesso dos alunos um fator

primordial. De facto, a EC é bastante abrangente, indo desde o pré-escolar até

ao ensino secundário. Para além das características didáticas e escolares, a EC

possui ainda uma conceituada formação e equipa sénior de Andebol feminino.

Relativamente à EF, a EC sempre se mostrou bastante ativa na promoção e

valorização da mesma, acompanhando de perto a progressão e evolução dos

alunos de forma igual às outras disciplinas. Foi a partir desta importância perante

a EF que surge a necessidade de realizar um trabalho competente ao longo do

ano letivo.

Tal como foi referido no ponto 3.2, a escola defende que o ensino não deve

ser uniformizado nem monopolizado para um grupo de alunos com

características iguais. Efetivamente a diferença é um fator positivo e o ensino

deve ser concebido com base nessas diferenças.

Segundo o Projeto Educativo (2015), existem cinco valores que possuem um

grau de importância elevado para que seja possível frequentar a instituição,

sendo estes:

• Responsabilidade: atos individuais; cada um é dono das suas próprias

ações;

• Igualdade: Todos têm os mesmos direitos e deveres, inexistindo qualquer

diferença dentro da instituição;

• Fraternidade: Convivência saudável com todos os elementos da

instituição, valorizando-se a entreajuda e respeito entre todas as

comunidades, estatutos sociais, raças, etc.;

• Alegria: Existência de satisfação por pertencer à instituição;

• Lealdade: Seriedade no cumprimento dos compromissos.

O corpo docente do grupo de Educação Física era composto por 7

professores que mantinham um contacto diário muito próximo, existindo uma

grande dinâmica e empenho para que as aulas e os eventos realizados

decorressem com o maior sucesso possível. Para além do corpo docente, os

auxiliares presentes nos diferentes pavilhões mantinham um relacionamento

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bastante cooperante com os professores, nunca faltando qualquer tipo de

material durante as aulas.

Por fim, importa referir que a EC apresenta excelentes condições para a

prática desportiva, tanto em termos de recursos humanos como em termos de

logística (Figuras 1, 2 e 3):

Fig. 3- Pavilhão A e Pavilhão B, ambos com

40x20

3.4. Núcleo de Estágio

O Núcleo de Estágio integrou 3 professores estagiários. A orientação foi

assegurada pelo professor cooperante, que acompanhou incansavelmente todo

o nosso percurso, assim como pela orientadora da faculdade. De facto,

inicialmente o grupo mostrou-se coeso e dinâmico. Com o passar do tempo, o

trabalho realizado começou a ser cada vez mais autónomo e independente.

Aquele que deveria ser um grupo em que a ajuda, o companheirismo e a união

deveriam ter sido os pontos fortes, transformou-se num processo individualizado,

impossibilitando o aproveitamento dos benefícios do trabalho coletivo. A falta de

comunicação foi, na minha opinião, o fator que mais condicionou esta

“separação”. Como em todos os momentos da nossa vida, podemos e devemos

Fig. 1- Campo de futebol em relva sintética Fig. 2- Piscina com 16m de comprimento,

90 cm de profundidade e 4 pistas

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retirar ensinamentos e ilações das experiências menos positivas. Esta

experiência tornou claro que a comunicação e união entre os docentes da área,

se tivesse existido, provavelmente teria sido condutora de sucesso. A partilha

de ideias e conhecimentos são um fator muito positivo ao processo de

lecionação. Efetivamente, não existem duas turmas iguais e a partilha de

experiências relativamente a diferentes turmas facilita o processo de conceção

do processo de planeamento e as ações a adotar em turmas com caraterísticas

idênticas.

O trabalho do professor cooperante foi sem dúvida imprescindível ao

sucesso. A existência de momentos direcionados ao debate, reflexão, partilha

de conhecimentos e experiências revelou-se uma mais valia. Os comentários e

intervenções durante ou no final das aulas lecionadas, mostraram-se também

um condutor de sucesso, uma vez que provinham de alguém experiente nas

funções que estávamos a realizar pela primeira vez. De acordo com Batista e

Queirós (2005), o estabelecimento de uma relação de proximidade com o

professor cooperante é promotor de novos conhecimentos e de desenvolvimento

de novas competências.

3.5. Turma do 12º Ano de escolaridade

O primeiro contacto com a turma é um momento marcante, pelo que

necessita de ser preparado a partir do conhecimento prévio acerca das

caraterísticas da turma. Este ponto de partida assume-se como um fator

determinante não só para o sucesso inicial, mas para todo o processo. Quanto

melhor se conhecer a realidade da turma e dos alunos, mais facilmente se

assegura o funcionamento da aula, bem como o planeamento e clima propício à

aprendizagem.

Efetivamente, dependendo das diferentes culturais, condições sociais,

gostos, experiências e motivações dos alunos, o professor deve moldar-se e não

assumir um comportamento pré-definido perante o ato de ensinar.

De acordo com este conceito, analisei criteriosamente as fichas preenchidas

pelos alunos com as suas informações pessoais. A turma de 12º ano do curso

de Animação e Gestão Desportiva da Escola Cooperante mostrou-se bastante

ligada à prática de exercício físico. Nesta, apenas 4 dos 22 alunos existentes

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não praticavam, atualmente, qualquer modalidade, sendo, no entanto, ex-

praticantes. Entre os 22 alunos da turma, 7 eram do sexo feminino (32%) e 15

do sexo masculino (68%). A turma em questão era isenta de alunos repetentes.

Relativamente às perspetivas futuras,12 alunos (54%) tinham como inspiração

entrar para a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

A turma residente demonstrou ser homogénea no que respeita ao nível

motor, encontrando-se a mesma homogeneidade inerente ao nível avançado e

de especialização. Os resultados obtidos nas provas de pré-requisitos para a

entrada na Faculdade de Desporto, nas quais apenas um aluno não conseguiu

avaliação positiva, vieram comprovar o nível em que os alunos da turma

residente se encontravam. Para além disso, os alunos demonstraram níveis

bastante satisfatórios no que diz respeito às atitudes e valores, assim como no

seu comportamento que se mostrou exemplar. Já em termos da cultura

desportiva das modalidades abordadas, os conhecimentos eram precários,

dificultando a abordagem às diferentes modalidades no inicio de cada UD, uma

vez que os alunos desconheciam determinadas regras e o porquê das mesmas

existirem.

3.6. Turma do 6º Ano de escolaridade

A turma do 6º ano foi-me atribuída no 2º período, onde as modalidades

abordadas foram a ginástica e o basquetebol. Esta representou um verdadeiro

choque, uma vez que a realidade era muito distinta da do 12º ano. O contacto e

acompanhamento de uma turma num nível motor elevado, fez com que a

abordagem a esta turma fosse dificultada nas primeiras aulas. Se na turma de

12º ano, a maioria dos alunos mantinha contacto diário com uma modalidade

desportiva, na turma de 6º ano os números eram bem mais reduzidos - apenas

10 dos 23 alunos tinham contacto com uma modalidade desportiva fora do

horário escolar.

Dos 23 alunos existentes na turma, 12 eram raparigas e 11 rapazes,

verificando-se assim, o oposto em relação à turma de 12º ano, aqui, a maioria

dos alunos eram do sexo feminino, em que apenas uma aluna praticava uma

modalidade desportiva fora do horário escolar.

O acompanhamento desta turma também foi bastante desafiante, obrigando-

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me, aula após aula, a readaptar a minha abordagem para com os alunos, não

apenas pelo baixo nível motor dos alunos, mas também devido à existência de

5 alunos com comportamentos inadequados e incompatíveis com o bom

desenvolvimento de uma aula, onde os encarregados de educação não

conseguirem promover nenhuma mudança nos mesmos.

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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

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4.1. Organização e Gestão do Ensino Aprendizagem

4.1.1. Conceção do Ensino

Ser um professor bem-sucedido está diretamente relacionada com a mestria

e conhecimento envolventes na capacidade de compreender algo e adaptar-nos

às situações que nos abrangem. Baumgartner (2004) divide o papel do professor

em três modelos: o de transmissor, o de tutor e o de coach. Graça (1999)

defende que as conceções do professor acerca das matérias de ensino em

conjunto com as aprendizagens, conhecimentos, conceções e crenças

relacionadas com o ensino e aprendizagem, molda a forma como o professor irá

atuar na prática. Graça (2015) acrescenta ainda que a inclusão da EF no

currículo escolar sobrepõe a sua legitimidade e valor, induzindo ao individuo a

capacidade de adquirir capacidades e conhecimento úteis para a compreensão

e ação no mundo. A meu ver, esta visão é a mais coerente com a realidade que

está presente. Para além disso, perante a sociedade atual, torna-se fundamental

que o professor perceba a verdadeira importância da disciplina, sendo esta a

introdução de hábitos de vida saudáveis nos alunos, uma vez que é a única

capaz de relacionar o exercício físico com o estilo de vida de cada aluno. Para

que isso aconteça, Crum (1993) dividiu a Educação Física em 3 papéis, sendo

estes: aquisição de condição física; estruturação do comportamento motor;

formação pessoal, cultural e social. Para Burgeson et al. (2001) e Sallis et al.

(2012), a prioridade da aptidão física referenciada à saúde deve ser uma

prioridade, onde a quantidade de exercício moderado a vigoroso deve ser

realçado e fatores como exercício, dieta, fatores de risco e prevenção do

sedentarismo devem ser constantemente abordados. Claro está que, o tempo

semanal dedicado às aulas de EF não são suficientes para alterar fatores a nível

físico e de saúde, no entanto permite alterar mentalidades e introduzir novos

hábitos de vida aos alunos.

Face a este quadro, perante o desafio que se avizinhava, procurei preparar-

me para o estágio através da leitura de alguns documentos cedidos pelo

professor cooperante, nomeadamente, o Regulamento Interno e o Projeto

Educativo da escola cooperante. Bento (2003), defende os mesmos princípios,

afirmando que a conceção é vista como o ponto de partida para aquele que será

o processo de planeamento.

Face à desvalorização constante da disciplina que observamos na

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atualidade, nomeadamente com a saída da mesma da média de entrada para a

faculdade, a atividade do professor enquanto formador tem vindo a tornar-se

cada vez mais difícil, na medida em que os pais desvalorizam a atividade física

em deterioramento dos estilos de vida sedentários dos alunos. Assim, a procura

de novos métodos de ensino através da pesquisa e da análise da mesma noutras

culturas, assim como de atividades impulsionadoras de interesse nos alunos

torna-se fulcral para uma reavaliação por parte dos encarregados de educação

daquilo que é a Educação Física. Segundo Ranson, (2000), os professores de

EF devem ser os primeiros a defender a disciplina e a sua respetiva importância,

uma vez que o modo como apresentam o currículo aos alunos será um fator que

influência a sua perceção da área.

Por fim, a análise e reflexão são fundamentais para o sucesso na adaptação

à realidade abrangente, servindo de ponto de partida para a resolução dos

problemas que surgem ao longo do trajeto, permitindo ainda que fundamente as

decisões tomadas e justifique o porquê de o fazer.

4.1.2. Planeamento do processo de Ensino Aprendizagem

Para Menegolla et al (2001), o planeamento define-se como sendo um

instrumento direcional de todo o processo educacional, estabelecendo e

delimitando as grandes necessidades educativas, e ainda indicando as

prioridades básicas. Para além disso, ordena e determina os recursos e meios

essenciais com vista a alcançar determinadas metas e objetivos da educação.

Bento (2003) afirma ainda que relativamente ao planeamento está ainda

inerente a apresentação dos objetivos e a forma como se atingirão os mesmos.

De facto, aquando da elaboração do planeamento, a existência de objetivos é

essencial para a coerência e funcionalidade do mesmo.

Vickers (1990), face à necessidade de perceber a importância do

conhecimento da matéria na otimização do processo de ensino-aprendizagem,

desenvolveu o Modelo de Estrutura de Conhecimento (MEC), que defende que

o processo instrucional é orientado pelos conteúdos de ensino.

Efetivamente, o planeamento do processo de Ensino Aprendizagem deve ser

elaborado tendo em conta uma visão global de todas as tarefas e ações, nunca

individualizando o processo de ensino com práticas isoladas. Todo este

processo conjunto e interligado, é constituído por três níveis de planeamento,

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nomeadamente o planeamento anual, o planeamento da unidade didática e o

planeamento da aula. A interligação surge como uma caraterística essencial no

processo, uma vez que nenhum dos planeamentos funcionará eficientemente se

for concretizado de uma forma independente em relação aos outros tipos de

planeamento. Para além da relação entre os diferentes tipos de planeamento,

todo este processo deve ter em conta os objetivos previamente traçados pelo

professor e adequar os conteúdos em função disso, assim como as

caraterísticas da turma, as matérias a abordar e as estratégias a seguir.

4.1.2.1. Planeamento Anual (PA)

Para a elaboração de um PA, existe um conjunto de fatores que deve ser

tido em conta, nomeadamente a turma envolvente, a carga horária semanal, e

toda a logística envolvente onde decorrerão as práticas desportivas.

A estrutura do PA tem como base o modelo de estrutura do conhecimento

de Vickers, encontrando-se dividido em três fases fundamentais: análise,

decisão e aplicação.

A fase da análise inclui os módulos 1- Estrutura do conhecimento; 2- Análise

das condições de aprendizagem; 3- Análise dos alunos.

O módulo 1 está relacionado com a organização dos conteúdos de ensino

tendo em conta as categorias transdisciplinares (cultura desportiva, fisiologia de

treino, habilidades motoras e conceitos psicossociais) e ainda com a pesquisa

do conhecimento das matérias a abordar. Segue-se o módulo 2 que se remete

à logica espaço-temporal e material, em que este é o principal foco para o

processo de ensino e aprendizagem. A caraterização dos elementos da turma é

contemplada no 3º módulo.

A fase da decisão é constituída pelos módulos 4- Determinação da extensão

e sequência dos conteúdos; 5- Definição dos objetivos; 6- Configuração da

avaliação; 7- Desenho das atividades de aprendizagem/progressões de ensino.

No módulo 4, a calendarização da matéria de ensino a abordar é feita não

apenas pelas progressões entre matérias ou pela especificidade da mesma, mas

também pelo espaço disponível para a lecionação. Os objetivos das categorias

transdisciplinares são descritos no 5º módulo, de acordo com a especificidade

do nível de ensino relativo à turma. A configuração do modelo avaliativo é

descrita no módulo 6, que na EC estava sistematizada na seguinte forma: 75% -

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Nível de Conhecimento; 15% - Interesse; 5% - Material escolar; 5% - Relação

com os colegas, professores e material escolar.

No módulo 7 é descrita a forma como é realizada a criação de tarefas de

aprendizagem para cada um dos conteúdos e progressões de ensino, e se

articulam as respetivas manifestações de complexidade e dificuldade. A

aplicação é a última das 3 fases e é constituída por apenas um módulo. O módulo

8 corresponde à aplicação nos vários níveis de planeamento. dos conteúdos e

conhecimentos previamente definidos em função da prática.

Do ponto de vista do plano anual, a distribuição das matérias pode ser

observada no quadro 1.

Quadro 1 – Distribuição das modalidades a abordar pelos períodos.

Andebol Basquetebol Voleibol Badmington Futebol Atletismo Natação Ginástica

Período 11 aulas 11 aulas

15 aulas 14 aulas

Período

12

aulas 8 aulas

3 aulas 11 aulas 12 aulas

Período

10

aulas 2 aulas 5 aulas 7 aulas

Ao longo do presente ano letivo, foram abordar quatro modalidades coletivas

(Andebol, Basquetebol, Voleibol e Futebol) e quatro modalidades individuais

(Natação, Ginástica, Atletismo e Badmington), sendo que a Natação e a

Ginástica estiveram presentes ao longo de todo o ano letivo. A escolha das

modalidades a abordar foi autónoma e apoiada nas necessidades dos alunos da

turma, especialmente na realização dos pré-requisitos para a entrada na

Faculdade de Desporto.

A escolha do Andebol como primeira modalidade a abordar foi feita com base

na minha experiência desportiva, pois sendo eu jogador de Andebol, pensei que

poderia, logo desde início, mostrar à turma coerência e objetividade na

lecionação. Apesar de existir corta-mato no 1º Período, a turma de Animação e

Gestão Desportiva estava apenas inserida no mesmo em questões logísticas,

optando assim por abordar o basquetebol como segunda modalidade.

Simultaneamente à lecionação dos desportos coletivos às quais estava

destinada uma aula de duas horas por semana, ocorreu também a lecionação

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da Natação e da Ginástica, que teve uma hora semanal para cada uma destinada

ao desenvolvimento e aperfeiçoamento das componentes técnicas das mesmas,

procurando colmatar as principais dificuldades de cada aluno através de

exercícios adaptados às respetivas necessidades, visando prepará-los para a

realização dos pré-requisitos.

No 2º Período decidi dar início à lecionação do Voleibol e do Badmington.

As escolhas destas duas modalidades foram baseadas na proximidade existente

na forma de jogo de ambas (pontuar no campo adversário após envio da

bola/volante por cima da rede) e nas condições climatéricas específicas da

época do ano, em que os desportos de interior são os mais aconselhados. A

Natação e a Ginástica continuaram a estar presentes e no final do período foi

introduzido o Atletismo, cujo foco principal foi, novamente, a preparação dos

alunos para os pré-requisitos.

Por fim, o 3º Período, por ser a fase mais desmotivante para os alunos e

onde o cansaço inerente ao ano letivo já se fazia notar, escolhi abordar o Futebol

uma vez que se tratava de uma modalidade que agradava à maioria. Houve

ainda duas aulas de atletismos que antecederam as provas físicas de ingresso

na Faculdade.

4.1.2.2. Unidade Didática

Segundo Bento (2003, p. 76), a UD adquire um grau de importância

considerável, na medida em que “em torno da unidade temática decorre a maior

parte da atividade de planeamento e de docência do professor”.

A UD corresponde ao módulo 4 do MEC e representa uma parte fulcral do

mesmo. Neste módulo são definidas a sequência e a extensão da abordagem

dos conteúdos onde deverão constar as funções didáticas de cada conteúdo,

nomeadamente, introdução, exercitação, consolidação e avaliação. Para além

disso, a UD cumpriu com o pressuposto de Vickers, onde as quatro categorias

transdisciplinares (HM, CD, FCF, CP) estiveram inequivocamente presentes.

Este tipo de planeamento permite a existência de uma progressão lógica aula

após aula, com objetivos específicos a atingir. Bento (2003), refere isso mesmo

quando afirma que a atribuição a cada aula dos respetivos objetivos, assim como

de um perfil específico, permite convergir numa direção unívoca, colmatando

assim a existência de aulas isoladas. Efetivamente, cabe ao professor e à sua

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capacidade de se ajustar ao panorama envolvente, planear e definir os objetivos

em função da turma. Segundo Bento (2003), é na unidade temática que se

concentra o cerne do trabalho criativo do professor e reside a importância da

atividade de planeamento e de docência do mesmo. Apesar da importância que

se atribui à fase de planeamento, não se pode jamais esquecer a essência de

todo o processo que é a aula em si, e que esta linha de atuação apenas serve

para a tornar mais rica e eficiente.

A figura 4 remete para um exemplo de UD, neste caso para a modalidade

de Voleibol. A construção das UDs foi sempre algo bastante difícil e complexo,

uma vez que era incoerente construir um planeamento da abordagem à

modalidade e este não sofrer alterações face à evolução dos alunos.

Efetivamente, este foi um ponto que sempre dei grande importância, na maioria

das modalidades, esbocei uma UD antes da AD para que os conteúdos

estivessem organizados em função do tempo e do espaço e alterei-a após a AD,

de acordo com o nível em que os alunos se encontravam e, como foi referido

anteriormente, existiram ainda mudanças ao longo da UD, de acordo com as

necessidades e sucessos por parte dos alunos, por exemplo, no voleibol, não

pude avançar para o remate sem que os alunos percebessem as suas zonas de

responsabilidade.

Fig. 4 – Unidade Didática Voleibol 12ºano

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4.1.2.3. Plano de Aula

O plano de aula assume uma das partes do planeamento, desempenhado

um papel essencial para o bom funcionamento da aula. De facto, a corelação

entre o planeamento da aula e o PA e UD’s exerce um papel fundamental no

aproveitamento das capacidades dos alunos e no desenvolvimento das mesmas.

Bento (2003) evidencia isso mesmo, ao afirmar que se não se tiver em atenção

o planeamento e análise do ensino, ficarão por explorar potencialidades

educativas e formativas da disciplina, como consequência, não será possível

uma preparação tão bem fundamentada das aulas devido à ausência de um

planeamento anual e de um plano no que se refere à unidade temática.

Apesar do plano de aula ser uma ferramenta útil no decorrer da aula, o

professor deve ser capaz de perceber quando aquilo que planeou não está a ser

eficiente na prática e proceder às devidas retificações. Assim, apesar do plano

reter um grau de importância elevado, o professor não deve permanecer

completamente dependente do mesmo.

A estrutura do plano de aula foi decidida em concordância com o PC e os

estudantes estagiários, onde cada um o adaptou às respetivas necessidades

(figura 5).

Fig. 5- Estrutura do Plano de Aula

Numa fase inicial do EP, foi possível perceber que o nível da turma residente

era bastante desenvolvido, quer a nível individual, quer a nível de dinâmicas

coletivas, sendo assim imperativo que a aula fosse planeada com o máximo de

pormenor e cuidado possível. Para que isso acontecesse foi desenvolvido uma

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estrutura de plano de aula, que permitia que fossem previamente estipulados os

conteúdos a desenvolver e os respetivos objetivos comportamentais, seguindo-

se as diferentes situações de aprendizagem, com esquematização a progressão

dos exercícios e, consequentemente, a organização dos alunos e o

funcionamento das tarefas. Por fim, as componentes críticas funcionavam como

um auxiliar daquilo que era mais preponderante a ser realizado corretamente e

de que forma seria feito (p.e.: Na modalidade de ginástica, aquando da

exercitação do rolamento à retaguarda, as componentes criticas foram “queixo

ao peito”, “palmas das mãos nos ombros”).

4.1.3. Realização do Ensino

4.1.3.1. Clima

Siedentop e Tannehill (2000) elucidam que um dos principais causadores de

ineficiência dos professores são os comportamentos pouco corretos dos alunos

nas aulas, algo que ao longo de todo o ano não aconteceu. A turma sempre se

manifestou bem-comportada e preparada para a realização de todo o tipo de

tarefas.

Era uma turma sem qualquer aluno repetente. Apesar de alguns alunos

terem algumas queixas de outros professoras, sempre consegui criar um clima

em que os alunos se sentissem bem e prestáveis para com as atividades, aliando

os meus objetivos enquanto professor com as motivações dos alunos.

Pessoalmente, esta foi uma das minhas maiores vitórias, pois percebi que

consegui despertar interesse e motivação dos alunos para as aulas.

Efetivamente, quando soube que ia lecionar um 12º ano, de pronto pensei que

iria ser muito complicado conseguir que a turma fosse propícia em aceitar as

tarefas propostas, mas estava redondamente enganado. O facto da maioria dos

alunos ter objetivos de vida futuros bem delineados, fez com que me

procurassem para os ajudar a obter sucesso, permitindo que as aulas

decorressem com uma naturalidade e sucesso.

“Aquele que pensei que fosse ser o meu maior desafio, tornou-se no meu

melhor aliado. A turma, para além de se encontrar num nível de aptidão

elevado, é também bastante ouvinte e prestável na realização de todas as

tarefas.”

(Excerto da Reflexão de 20 a 24 de Novembro de 2018)

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Atualmente, olhando para trás, vejo a minha atuação com pontos positivos

e negativos. Positivamente, porque consegui que o clima da turma fosse sempre

propício à aprendizagem, reforçando o valor não só dos conhecimentos da

disciplina, mas também de valores humanos. Por outro lado, com uma turma tão

prestável, poderia ter ido muito mais além no que toca aos modelos de ensino,

onde predominantemente foi utilizado o MID.

4.1.3.2. Gestão da aula

O papel de um professor não pode residir apenas em lecionar a aula.

Inerentes ao bom funcionamento da mesma está o empenho motor dos alunos,

as normas de segurança e a gestão dos materiais e dos espaços.

Efetivamente, no planeamento de uma aula, todos estes fatores têm de estar

presentes, para que o mesmo seja realizado de acordo com as condições reais

de aprendizagem

Relativamente ao empenho motor dos alunos, à exceção da ginástica

onde a prática era individualizada, em todas as outras modalidades os mesmos

apresentaram tempos de paragem bastante reduzidos, induzindo para uma aula

dinâmica e com grandes índices de atividade e trabalho.

As normas de segurança foram sempre seguidas à risca, nomeadamente

na ginástica onde os alunos tinham ajuda na realização dos exercícios e no

voleibol onde os postes eram previamente revestidos com um tecido acolchoado

para proteger os alunos de eventuais quedas. Nas aulas de natação os alunos

foram proibidos de mergulhar para a piscina, evitando possíveis acidentes.

De forma a aproveitar o espaço disponível ao máximo e potenciar, por

consequência, o empenho motor dos alunos, optei por, sempre que possível,

realizar as tarefas em grupos com o menor número de elementos possíveis, isto

face ao nível em que os alunos se encontravam. Por exemplo, na abordagem à

modalidade de andebol, apenas estava disponível meio campo do pavilhão, de

forma a aproveitar ao máximo o tempo de aula, todas as aulas, os alunos

transportavam a baliza do lado oposto para o meio campo onde se encontravam

para que fosse possível, no mínimo, duplicar o empenho motor dos mesmos.

No que concerne à gestão dos materiais e dos espaços, tudo correu na

perfeição. A EC sempre deu condições ideais para a lecionação de qualquer

modalidade, pois havia material e espaço suficientes para todos os alunos.

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4.1.3.3. Instrução

A Instrução é o principal meio de transmissão de informação aos alunos. Em

concordância, Rosado e Mesquita (2011) definem a instrução como sendo uma

das competências principais dos professores, onde a sua importância é notória

para a aprendizagem. A instrução sempre foi, para mim, um dos maiores receios,

não só por ter alguma dificuldade em falar em público, mas também por medo

de não ser respeitado aquando do confronto com uma turma. Os meus receios

prontamente se dissiparam e rapidamente percebi que a calma e a clareza no

discurso da instrução (frases curtas, concisas e objetivas) se refletiam no

sucesso da lecionação. Para coadjuvar o meu discurso e para manter a turma

concentrada, utilizei várias vezes o questionamento, conseguindo, assim,

perceber se o meu diálogo estava a ser claro e conciso o suficiente para que os

alunos assimilassem a informação, bem como perceber o grau de importância

que os alunos atribuíam à instrução.

“Os alunos prontamente se acalmaram e prestaram atenção às indicações

e explicações dadas, o questionamento ao longo do discurso permitiu que o

grau de atenção se elevasse e o desempenho dos alunos após o diálogo

aumentasse.”

(Excerto da Reflexão de 18 a 22 de Setembro de 2017)

Efetivamente, a instrução perante o grupo de alunos, nem sempre se

mostrava completamente eficaz nos exercícios com um grau de complexidade

superior àquele que era habitual, desta forma, optava por dividir a turma em

grupos anteriormente ao discurso, delineando os objetivos do exercício e

explicando aquilo que era suposto acontecer em grupos mais reduzidos. Para

além disso, a utilização de palavras-chave mostrou-se bastante útil face a alguns

problemas a nível da instrução. Apesar do nível avançado em que a turma se

encontrava, as palavras-chave ajudaram-me a reforçar aquilo que havia sido

previamente dito na apresentação das tarefas. De facto, o seu uso permitiu que

a instrução não fosse tão longa e que cumprisse o desígnio de reforçar os

objetivos pretendidos ao longo da realização dos exercícios. Para Landin (1994),

as palavras-chave são constituídas por uma ou duas palavras específicas com

o intuito de reforçar os aspetos críticos das tarefas apresentadas na instrução

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antecedente.

Para delinear concretamente as componentes críticas das tarefas de

aprendizagem em função dos objetivos pretendidos para cada exercício, recorria

às palavras-chave, que eram incorporadas no plano de aula, facilitando assim a

tarefa. Não obstante, importa também não existir uma utilização excessiva, uma

vez que pode ter efeitos contrários aos esperados. Wiesse, Bjornstal e Weiss

(1992) confirmam isso mesmo, evidenciando que um número exagerado de

palavras-chave pode afetar a performance do aluno.

“Apesar da turma não ter um número de alunos muito elevado, quando

estamos na sala onde é abordada a modalidade de ginástica, torna-se bastante

complexo e ineficaz a explicação demasiada longa e detalhada daquilo que é

proposto. Assim, a divisão em pequenos grupos de trabalho e a introdução de

discursos instrucionais curtos e diretos alicerçados a palavras-chave aquando

da execução das tarefas mostrou-se indutor de sucesso. De facto, as palavras-

chave, para além de simplificarem o processo instrucional, provocam também

nos alunos uma assimilação mais coerente daqueles que são os patamares de

sucesso do conteúdo abordado.

(Excerto da Reflexão de 18 a 22 de Setembro de 2017)

Alicerçado ao que foi referido anteriormente, surge ainda a importância da

demonstração na abordagem de algumas das modalidades. De facto, esta é um

recurso que considero importante, mas não fundamental. Na turma com que tive

contacto ao longo do ano letivo a demonstração foi poucas vezes utilizada, não

só porque procurava explicações curtas e concisas, mas também porque os

alunos captavam rapidamente os objetivos e teor do exercício.

De todas as modalidades abordadas, aquela que mais exigiu demonstrações

foi a ginástica, não só pela natureza específica da matéria, mas também porque

a maioria dos alunos tinha alguma dificuldade na realização das atividades

propostas. Uma vez que considero que a demonstração deve ter um modelo que

cumpra à risca as componentes criticas estipuladas, procurava que a esta fosse

realizada por alguém que fosse irrepreensível nos movimentos, como era o caso

de uma das alunas que praticava ginástica e estava a lutar pela presença nos

jogos olímpicos.

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“Efetivamente, a demonstração ao longo das aulas de Ginástica tem sido

complicada, nomeadamente porque não consigo executar corretamente os

movimentos. Assim, peço ajuda a uma aluna que pratica ginástica para que

possa demonstrar como realizar acertadamente os diferentes conteúdos e

cabendo-me apenas a função de efetuar feedback’s e corrigir os alunos”

(Excerto da Reflexão de 13 a 17 de Novembro de 2017)

Perante este cenário, o modelo de instrução direta foi aquele que, numa fase

inicial, melhor se adequou às minhas dificuldades. Segundo Rosenshine (1979),

este modelo defende que o ensino é centrado no professor, e que este interfere

positivamente nos progressos dos alunos. Para Rosenshine e Stevens (1986), o

modelo é revisto nos seguintes pressupostos:

• Definição dos objetivos e conteúdos;

• Foco nas matérias estruturadas e sequenciadas pelo professor;

• Explicações concisas;

• Criação de expectativas de cariz positivo nos alunos;

• Tarefas coordenadas pelo professor;

• Indução de questões de carater cognitivo para obtenção de respostas

corretas;

• Feedbacks orientados no imediato da ação.

De facto, apesar da figura de no MID a figura principal ser o professor, os

alunos adquirem, para mim, uma importância bastante elevada, sendo que o

meu principal objetivo era conseguir manter o empenho e a motivação

simultaneamente.

Em suma, a instrução adquiriu uma importância substancial no bom

funcionamento das aulas. As diferentes formas como a mesma era realizada

mostrou-se também influenciador de sucesso, sendo que a forma mais rentável

era através de explicações curtas, concisas e a um número de alunos o menos

possível. De entre as estratégias instrucionais utilizadas, o ponto subsequente

coloca em relevo a que se destacou: o feedback.

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4.1.3.4. Feedback Pedagógico

Para Fishman e Tobey (1978), o feedback pedagógico corresponde a um

comportamento de reação do professor a uma determinada resposta motora do

aluno.

Ao longo dos meus últimos 15 anos, enquanto praticante e nos últimos 4

enquanto treinador, sempre senti que o feedback era algo que estava

diretamente ligado à forma de exercer as minhas atividades enquanto pedagogo.

Segundo Sarmento et al. (1993), o Feedback, quanto à sua natureza, pode

ser prescritivo, descritivo, de questionamento, de reforço positivo e de reforço

negativo. Do ponto de vista pessoal, independentemente da importância dos

outros, o feedback positivo é aquele que considero que aporta mais vantagens

para o bom funcionamento da aula. No entanto, o seu uso excessivo, tal como

acontece com as palavras-chave, pode ater efeitos negativos, uma vez que o

aluno desvaloriza os mesmos face à sobrecarga de utilização. Rosado e

Mesquita (2009) defendem o feedback como algo que deve ser utilizado

frequentemente, de forma a que cada aluno receba a informação necessária

relativa às suas ações motoras. Cabe a nós, professores, perceber quando e que

tipo de feedback utilizar face à realidade que enfrentamos. Werner e Rink (1987)

expressam que os professores mais experientes diferenciam-se pelas

estratégias de comunicação, em que, de facto, o fornecimento de feedbacks

apropriados e claros são muito mais eficazes no processo de ensino-

aprendizagem.

Neste âmbito, um dos pontos negativos, ao longo do ano de estágio,

decorreu da falta de domínio dos conteúdos perante algumas modalidades,

nomeadamente o basquetebol e o futebol, que, coincidentemente, foram aquelas

em que os alunos revelaram níveis de desempenho mais avançados. Face a

isso, tornou-se muito complicado fornecer feedbacks pertinentes, sito é, com

informação útil para os alunos.

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“Perante uma turma em que a maioria dos alunos pratica futebol e atinge

um nível de jogo especializado, tornou-se um desafio (do qual sinto que saí

derrotado) conseguir enunciar feedbacks úteis para os alunos. De forma a

tentar colmatar a situação, utilizei maioritariamente feedback’s de carater

positivo.”

(Excerto da Reflexão de 14 a 18 de Maio de 2018)

Concluindo, o tipo de feedbacks com maior taxa de utilização foram os

positivos e específicos, de forma a motivar e corrigir os alunos na execução das

tarefas.

4.1.3.5. Aprendizagem dos comportamentos táticos na

modalidade de voleibol numa turma do 12º ano de escolaridade

4.1.3.5.1 Resumo

O presento estudo foi realizado tendo em conta a experiência primária no local

de estágio, no qual percebi que os alunos não eram capazes de transferir os

conteúdos táticos que lhes transmitia para a situação de jogo. Efetivamente, o

facto de os alunos da turma apresentarem níveis de desempenho motor

elevados, permitia que a realização de jogo fosse possível e viável no decorrer

das aulas, no entanto, era necessário que os alunos consolidassem os

conteúdos previamente abordados. Deste modo, os objetivos deste estudo foram

analisar as alterações do comportamento tático dos alunos na modalidade de

voleibol em três conteúdos (comunicação, diferenciação de funções e retorno) e

de que forma a minha abordagem enquanto professor foi promotora de

aprendizagem. efeito nisso mesmo. Participaram no estudo vinte e dois alunos,

7 são do sexo feminino e 15 do sexo masculino, de uma turma do 12º ano de

escolaridade. As aulas de avaliação foram gravadas em vídeo e os avaliados em

três momentos (inicial, intermédia e final), em três conteúdos essências para a

prática do jogo, sendo estes a comunicação, a diferenciação de funções e o

retorno. Os dados revelaram que os alunos tiveram uma evolução positiva em

todos os conteúdos face à avaliação inicial. Pessoalmente, a realização do

estudo permitiu-me perceber mais

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detalhadamente se os alunos cumpriam ou não com o que era esperado e ainda

compreender se o modo e o método (MID) que utilizei contribuiu para o sucesso

nas tarefas.

Palavras-chave: Voleibol; Comunicação; Diferenciação de funções; Retorno;

Modelo de instrução direta.

4.1.3.5.2. Introdução

O Voleibol é uma das modalidades inseridas no Programa Nacional de

Educação Física, e foi lecionada ao longo do 2º Período. O facto da turma se

encontrar num nível avançado permitiu-me lecionar alguns conteúdos que, por

norma, não são focados na sua íntegra na lecionação da modalidade, mas que

assumem um papel fundamental para a situação de jogo. Garganta (2006) afirma

que as habilidades motoras específicas são as ferramentas utilizadas pelos

jogadores para exprimirem a sua inteligência e expressar as decisões táticos

durante o jogo.

Uma vez que, na minha opinião, o Voleibol se trata de uma modalidade

não invasiva, permitiu-me que as observações fossem realizadas com muito

mais rigor, podendo focar-me num único aluno isolando completamente as fases

ofensivas e defensivas. Oliveira (2014) realça a importância das habilidades

serem aprendidas em ambientes em que os mecanismos cognitivos, percetivos,

decisionais e motores sejam constantemente solicitados e sempre ajustados o

nível de proficiência dos estudantes. Ferreira (2005) acrescenta, referindo que

antes do ensino o professor deve analisar as habilidades referentes a cada

modalidade, induzindo-se uma aprendizagem adequada.

Face a este quadro, com o presente estudo além de visar melhorias nos

alunos também procurei perceber a eficiência da minha forma de lecionar e

refletir acerca das principais dificuldades que surgiam. Uma das razões que me

levou à elaboração do presente projeto foi exatamente a dificuldade inicial que

senti em conseguir que os alunos traduzissem em contexto de jogo os conteúdos

abordados ao longo das aulas. Bento (2003) refere que aquele que se preocupa

com a análise e avaliação do seu ensino, tem de ter uma conceção clara da

disciplina em questão, uma vez que, sem esta clareza não é possível decidir

ponderada e refletidamente.

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4.1.3.5.3. Objetivos

Analisar as alterações do comportamento tático dos alunos na modalidade

de voleibol em três conteúdos (comunicação, diferenciação de funções e retorno)

e de que forma a minha abordagem enquanto professor foi promotora de

aprendizagem.

4.1.3.5.4. Metodologia

4.1.3.5.4.1 Participantes

Inicialmente os participantes no estudo foram todos os alunos de uma

turma do 12º ano, num total de 22 alunos, 7 são do sexo feminino e 15 do sexo

masculino. Contudo, ao longo das três observações uma aluna não foi avaliada

devido a lesão, pelo que o número de participantes efetivamente foram 21. Os

alunos tinham idades compreendidas entre os 17 e os 18 anos e apenas um

tinha praticava a modalidade fora do contexto escolar

4.1.3.5.4.2. Desenho do Estudo

A UD da modalidade de Voleibol, tal como se verifica na figura 6 teve por

base a abordagem dos conteúdos inerentes à modalidade com uma interligação

ao estudo efetuado.

Fig. 6 – Unidade Didática Voleibol 12ºano

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Dado que os alunos completavam com rigor e sucesso os conteúdos

técnicos básicos da modalidade, nomeadamente, passe, receção, remate e

manchete, tanto a nível técnico como a nível tático, optei por manter o foco em

três conteúdos praticamente inexistentes no fio de jogo que desenvolviam, sendo

estes:

• Comunicação: fundamental para o sucesso no momento de jogo,

permitindo que os jogadores da mesma equipa comuniquem e realizem

com sucesso as ações pretendidas, ao invés disso os alunos

evidenciaram pouco diálogo e ligação na AD;

• Diferenciação de Funções: importante para que cada aluno perceba a sua

função em campo e de que forma se tem de ajustar face às ações da

equipa adversária e da própria equipa, no entanto, apesar dos conteúdos

básicos serem efetuados com grande qualidade e sucesso, os alunos

mostravam-se incapazes de perceber a sua função no terreno de jogo.

• Retorno: o reposicionamento em campo após qualquer ação ofensiva ou

defensiva torna-se fulcral para uma dinâmica de jogo coerente e

promotora de sucesso, todavia os alunos não o faziam. Afonso, Araújo,

Coutinho e Mesquita (2015), afirmam isso mesmo quando referem que o

retorno induz um maior dinamismo ao jogo, induzindo intencionalidade e

permitindo uma maior continuidade das ações.

Os dados foram recolhidos em três momentos. O primeiro momento foi na

2ª aula, o segundo momento foi na 6ª aula e funcionou como avaliação de

controlo para aferir a evolução dos alunos e o 3º momento de avaliação realizou-

se na 12ª aula, onde cada sessão tinha a duração de 70 minutos. Os exercícios

realizados tinham como base adaptações do jogo, onde as regras iam de

encontro aos conteúdos pretendidos, beneficiando as ações positivas dos

praticantes. O modelo de ensino presente foi o Modelo de Instrução Direta,

permanecendo as explicações diretas assim como demonstração do pretendido,

acompanhado de intervenção direta por parte do professor em todo o processo.

O presente estudo implicou o registo em vídeo dos momentos avaliativos

de forma a que fosse possível observar todos os alunos com o rigor desejado. A

recolha de imagens foi aprovada pela EC assim como pelos alunos e

Encarregados de Educação, onde as mesmas se destinaram apenas para fins

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académicos e o anonimato dos intervenientes foi assegurada. Para além disso,

os alunos foram ainda incluídos no processo de aprendizagem, pelo que na 12ª

aula forma sujeitos a uma autoavaliação dos conteúdos abordados que

posteriormente foi comparada com a avaliação por mim efetuada.

Comparativamente com um jogo formal, as principais alterações que se

verificaram relativamente com o contexto de aula, é que o mesmo se processou

em formato 4x4 em vez de 6x6 e, eventualmente se assim se justificasse,

poderiam existir regras de acordo a privilegiar quem agisse em conformidade

com o que era pedido, como por exemplo a realização de três toques

obrigatórios. Mesquita, Marques e Maia (2001), provaram isso mesmo,

afirmando que as jogadoras inseridas em treino de habilidades técnicas em

tarefas modeladas relativamente às necessidades do jogo, retiraram muito mais

proveito e progressão do que aquelas que exerciam tarefas analíticas. Mesquita

(2006), reforça novamente esta ideia, ao referir que os praticantes de voleibol

adquirem níveis de evolução superiores quando praticam tarefas de interferência

contextual moderada, ou seja, jogos modificados (jogos reduzidos e/ou com

regras especiais).

4.1.3.5.4.3. Instrumentos de Observação

Para objetivar a observação do desempenho dos alunos, as avaliações

foram registadas em vídeo. A avaliação dos comportamentos definidos (figura

7) foi efetuada recorrendo a uma escala de Likert de cinco valores (Nunca,

Poucas vezes, Às vezes, Muitas vezes e Sempre) com base no número de

vezes que executava o conteúdo de acordo com os seguintes critérios:

Comunicação

• Comunicação verbal no momento de receção de bola

• Comunicação na construção ofensiva

• Comunicação no posicionamento defensivo

Diferenciação de Funções

• Momento de receção da bola

• Momento de ataque à rede

• Momentos de posicionamento defensivo face ao ataque adversário

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Retorno

• Reposicionamento após receção de bola

• Reposicionamento após ataque

Fig 7. Ficha de avaliação das observações

4.1.3.5.5. Procedimentos Estatísticos

As análises estatísticas foram efetuadas no Excel, utilizando parâmetros

estatísticos básicos, especificamente frequências absolutas e relativas.

4.1.3.5.6. Resultados

Comunicação

Na comunicação foram analisadas três fases:

• Comunicação verbal no momento de receção de bola

• Comunicação na construção ofensiva

• Comunicação no posicionamento defensivo

No que concerne à comunicação na receção, ao longo das observações foram

encontradas diferenças, pois, inicialmente, eram escassos os alunos que

realizavam o conteúdo (quadro 1).

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Quadro 1- Comparação da comunicação no momento da receção de bola ao longo das três

observações

De acordo com os dados do quadro 1, inicialmente a comunicação no

momento de receção da bola era quase nula, 10 alunos (48%) não a efetuavam

e 8 alunos (38%) efetuavam poucas vezes. Estes valores foram aqueles que

mereceram um nível de atenção maior e, de facto, houve uma aparente melhoria

para o momento da 2ª observação, em que o número de alunos que não

realizava comunicação decresceu para 7 (33%) e 5 alunos (23%) passaram a

realizar a mesma algumas vezes. Por fim, na 3ª e última observação, os

resultados mostraram-se bastante mais satisfatórios com a diminuição drásticas

do número de alunos que não comunicavam e que realizavam a mesma com

pouca frequência para 1 (5%) e 3 (14%), respetivamente. Existiu ainda um caso

de excelência que conseguiu realizar comunicação em todos os momentos.

Relativamente à comunicação na construção ofensiva os dados podem

ser observados no quadro 2.

Quadro 2- Comparação da comunicação no momento da construção ofensiva

Os dados do quadro 2, indicam que na 1ª observação foram observados

um número de alunos superior, 12 alunos (57%), que não realizavam

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comunicação na construção ofensiva face àqueles que não o faziam no momento

de receção. Efetivamente, os alunos demonstram, normalmente, um interesse e

entusiasmo superior nas fases ofensivas a face a fases defensivas, tal não se

verificou nesta turma. Durante a 2ª observação foi visível uma diminuição

quantitativa do número de alunos que não realizavam comunicação para apenas

5 (24%), no entanto 10 alunos (48%) continuavam a comunicar poucas vezes.

Na ultima observação apenas 2 alunos (10%) continuaram sem realizar

comunicação e 5 (24%) realizaram poucas vezes, existindo ainda 1 aluno (5%)

que a realizou sempre.

No quadro 3 podemos observar os valores da comunicação no momento do

posicionamento defensivo, anteriormente ao envio da bola por parte da equipa

adversária.

Quadro 3- Comparação da comunicação no momento do posicionamento defensivo

De facto, o número de alunos que não evidenciava qualquer tipo de

comunicação era elevado na 1ª observação, 10 alunos (48%), e com o número

de alunos que realizava poucas vezes e algumas vezes a comunicação foi igual,

5 alunos (24%). Na 2ª observação observou-se um aumento relevante do

número de alunos que comunicou muitas vezes, 6 alunos (29%). Na 3ª

observação o número de alunos que não comunicou ou que o fez poucas vezes

foi quase nulo, enaltecendo-se ainda 1 aluno (5%) que comunicou em todas as

ocasiões.

O meio que se mostrou mais viável e eficaz para que os alunos mudassem

a sua atitude e postura na aula e começassem a comunicar com os colegas foi

o reforço positivo quando tal acontecia e a atribuição de pontos extra no

momento de jogo para as equipas que realizavam a tarefa com sucesso. Este,

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foi umas das principais alterações efetuadas a partir do momento da 2ª

observação que se mostrou facilitadora de sucesso.

Diferenciação de Funções

Na diferenciação de funções, as fases analisadas foram:

• Momento de receção da bola

• Momento de ataque à rede

• Momentos de posicionamento defensivo face ao ataque adversário

Os dados presentes no quadro número 4 coloca em relevo que no momento da

1ª observação, grande parte dos alunos, 15 (62%), não se mostrou capaz de

perceber e diferenciar a sua função após a receção da bola. Na 2ª observação

existe um decréscimo do número de alunos para 10 (48%), permanecendo ainda

a percentagem de alunos elevada. Enaltece-se que 3 alunos conseguiram

diferenciar a sua função dos restantes na perfeição. Relativamente à 3ª

observação, 6 alunos (29%), continuaram sem realizar qualquer diferenciação

da sua função no campo para os restantes no momento da receção, quebrando

a dinâmica do jogo e onde mais de metade da turma,

14 alunos (67%) passou a desempenhar o conteúdo em causa com uma

pertinência bastante superior àquela que se verificou na 1ª observação.

Quadro 4- Comparação da Diferenciação de Funções no momento de receção da bola

No quadro 5, onde estão inseridos os dados relativos à diferenciação de

funções no momento de ataque a rede, podemos constatar que um grande

número de alunos o conseguiu desempenhar na primeira observação, sendo que

apenas 6 (29%) não realizou o conteúdo uma única vez. Uma vez que, apesar

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de apenas 2 alunos realizarem o conteúdo na maioria das vezes com sucesso,

quase todos demonstraram que o mesmo estava presente no seu estilo de jogo,

pelo que os resultados da 2ª observação não se modificaram muito, tornando-se

importante realçar que dois alunos (10%) realizavam o conteúdo em todas as

ocasiões propícias ao mesmo. Na 3ª observação os resultados foram bastante

positivos, havendo apenas 1 aluno (5%) que não conseguiu consolidar o

conteúdo, 5 alunos (24%) realizaram-no muitas vezes e 4 alunos (19%)

consolidaram o conteúdo na sua totalidade.

Quadro 5- Comparação da Diferenciação de Funções no momento de ataque

O quadro 6 refere-se à diferenciação de funções no momento do

posicionamento defensivo face ao ataque adversário, em que o principal objetivo

é aferir se os alunos se sabem ajustar e perceber a sua função tendo em

consideração as ações da equipa contrária. Na 1ª observação constatámos que

a maioria dos alunos não demonstrou qualquer desempenho do conteúdo

proposto - 10 alunos (48%) nunca o realizaram e 8 alunos (38%) realizaram-no

poucas vezes. Durante a 2ª observação houve um aumento do número de alunos

que realizava o conteúdo algumas vezes, muitas vezes e sempre. Na última

observação o número de alunos que não realizava o conteúdo ou que o realizava

poucas vezes é quase nulo, onde 10 alunos (48%) passaram a desempenhar o

mesmo com uma maior frequência, evidenciando-se ainda que 3 alunos (14%)

desempenharam sempre o conteúdo proposto.

A assimilação deste conteúdo foi bem mais complicada que a

comunicação, uma vez que os alunos não se mostravam capazes de perceber a

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sua função e a variação da mesma no terreno de jogo em função da atividade

da equipa adversária. O método que obteve maior taxa de sucesso foi o

feedback positivo e a valorização das ações efetuadas com sucesso em

deterioramento da punição nos momentos em que os conteúdos não eram

executados ou eram débeis.

Quadro 6- Comparação da Diferenciação de Funções no momento de posicionamento

defensivo face ao ataque adversário.

Retorno

As fases observadas no conteúdo em causa foram:

• Reposicionamento após receção de bola

• Reposicionamento após ataque

O retorno mostrou-se um conteúdo desconhecido pelos alunos. Apesar de

em contexto de jogo, alguns intervenientes o realizarem, ainda que de forma

débil, a maioria dos alunos não sabia o propósito nem o contexto da realização

do mesmo.

Na 1ª observação do quadro 7, relativo ao retorno após receção de bola após

ataque adversário, podemos observar que apenas 1 aluno (5%) o realizou muitas

vezes, sendo que os restantes se dividiam entre os parâmetros “às vezes”,

“poucas vezes” e “nunca”, este último com um número de alunos superior aos

restantes, 10 alunos (48%). Na 2ª observação, constatamos um decréscimo do

numero de alunos que nunca realizava o conteúdo para 5 (24%), sendo que 3

alunos (14%) já retornavam à posição base muitas vezes e

1 aluno (5%) fazia-o sempre. Na última observação as melhorias foram bastante

notórias com 6 alunos (29%) a realizarem o conteúdo em todas as situações.

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47

Quadro 7- Comparação do retorno após receção de bola

O quadro 8 reporta o retorno após ataque, conteúdo que evidenciou um

elevado grau de insucesso no momento da 1ª observação, pois 13 alunos (62%)

não o realizaram. No momento da 2ª observação, foi possível aferir que os

alunos realizaram o conteúdo em causa com mais frequência, em que 2 (10%)

o consolidaram na totalidade. Na última observação, 9 alunos (43%)

desempenharam o conteúdo muitas vezes e 4 (19%) demonstraram terem-no

consolidado com sucesso.

O conteúdo em causa, apesar de ser desconhecido para os alunos, era

algo que os mesmos já desempenhavam (apesar de forma incorreta) com

alguma naturalidade. A explicação sistemática, a correção e os feedbacks

positivos, assim como a atribuição de mérito no momento de correto

desempenho do retorno, foram aliciadores de sucesso na melhoria da

performance dos alunos.

Quadro 8- Comparação do retorno após ataque.

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48

4.1.3.5.7. Conclusões

O presente estudo tinha como principais objetivos analisar as alterações

do comportamento tático dos alunos na modalidade de voleibol em três

conteúdos (comunicação, diferenciação de funções e retorno) e de que forma a

minha abordagem enquanto professor teve efeito nisso mesmo.

Relativamente aos resultados obtidos, tona-se importante salientar que os

alunos tiveram uma evolução notória em todos os conteúdos, sendo a

diferenciação de funções aquele em que os resultados foram menos

satisfatórios.

De facto, a avaliação de controlo (2ª observação) foi fulcral para o sucesso

do projeto, uma vez que me permitiu aferir se o método de ensino e as

estratégias sutilizadas estavam a ter o impacto desejado nos alunos. De facto,

os resultados foram notoriamente melhores na transição da 2ª para a 3ª

observação, exatamente por perceber quais os aspetos a mudar e quais aqueles

que deveria dar mais foco.

Apesar de o grupo de participantes ser reduzido para tirar ilações face ao

método de ensino e ao estudo do comportamento tático dos alunos, foi

importante perceber que os resultados coincidiram com os objetivos esperados.

.

4.1.3.5.4.8. Referências Bibliográficas

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4.1.3.6. Avaliação

A avaliação, segundo Tyler (1948), pai da avaliação educacional, não

passa de uma comparação constante entre o resultado e desempenho dos

alunos com os objetivos previamente criados. Assim, a mesma surge como uma

forma de o professor conseguir perceber se os alunos estão, ou não, a conseguir

aprender os conteúdos programados. Desta forma, o ajuste dos objetivos ao

nível onde se encontram os alunos torna-se fundamental, não só para o bom

funcionamento das aulas, mas também para que o processo avaliativo faça

sentido.

Efetivamente, a avaliação não pode ser vista como um conjunto de

resultados obtidos, o processo deve ser o centro das preocupações do professor

em qualquer momento de lecionação. No decorrer do ano letivo, percebi que

quanto maior fosse o meu foco no decorrer das aulas para que os alunos se

mostrassem interessados e com evoluções aula após aula, melhores iam ser os

resultados obtidos.

Gonçalves et al. (2010) divide a avaliação em três tipos: criterial (avaliação

com base em critérios previamente definidos); normativa (avaliação com base

na execução técnica do aluno); mista (características dos dois tipos anteriores).

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De forma a contemplar o esforço e dedicação dos alunos, mas também as suas

aptidões técnicas à prática desportiva, optei por realizar uma avaliação mista,

embora o tipo criterial tenha assumido preponderância superior. Para isso, foi

efetuada inicialmente uma AD e posteriormente uma AS.

Este tipo de avaliação advém da divisão feita por Rink (1985), que referia

que a mesma era dividia em três domínios, sendo estes o domínio motor, socio

afetivo e cognitivo.

4.1.4.5. Avaliação Diagnóstica

A Avaliação Diagnóstica (AD) foi o momento avaliativo inicial de todas as

Ud’s. A sua principal função compreendia-se com a recolha de informação

relativamente ao desempenho dos alunos, sendo assim possível ajustar a turma

a um determinado nível e correlacionar o restante planeamento com isso mesmo.

A UD foi sempre elaborada após a AD, uma vez que não faria sentido planear a

abordagem de uma determinada modalidade sem saber o nível em que a turma

e os alunos se enquadravam.

“Num momento inicial da aula foi realizada a Avaliação Diagnóstica. Toda a

observação e registo dos comportamentos correram em conformidade com

aquilo que havia planeado, sendo agora possível afirmar que a turma se

encontra num nível bastante evoluído relativamente à modalidade a abordar

(Andebol). No que toca à AD de Ginástica, uma vez que a atenção prestada

tem de ser maior devido à complexidade dos movimentos, optei por dividir a

turma em dois, onde metade era avaliada e a outra metade, com a ajuda do

Prof. Cooperante jogava Futebol. Foi possível aferir que a grande maioria dos

alunos tinham aptidão para a realização das atividades propostas, sendo

necessário a partir de agora incidir sobre as componentes técnicas dos

diferentes movimentos. O planeamento da Unidade didática será o próximo

passo a desempenhar e consequentemente o planeamento das aulas.”

(Excerto da Reflexão de 11 a 15 de Setembro de 2018)

Com o objetivo de simplificar a avaliação e conseguir recolher a

informação necessária para a caraterização da turma e planeamento da UD,

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procurei observar apenas objetivos muito específicos e de fácil identificação.

Relembrando a primeira AD que executei (Andebol), elaborei uma tabela onde

tinha que avaliar demasiados conteúdos, prejudicando a minha tarefa enquanto

avaliador. Para além disso, o facto de ainda não conseguir associar as caras aos

nomes dificultou ainda mais a tarefa. Daí em diante, esbocei previamente os

objetivos da modalidade a abordar e condicionei a aula para que os alunos

fossem de encontro aos mesmos, permitindo-me avaliar eficientemente o nível

dos alunos e moldar a UD e as seguintes aulas em função das necessidades e

dificuldades dos mesmos, alicerçando aos objetivos finais que havia previamente

programado.

4.1.5.2. Avaliação Sumativa

A Avaliação Sumativa foi efetuada no final de cada UD ao longo do ano

letivo. Esta, define-se como a avaliação do professor relativamente à execução,

aptidão e conhecimento do aluno face à modalidade abordada, estando ainda

dependente da evolução desde a AD. Para Arends (1995), a AS consistia em

sumariar o desempenho de um aluno para um determinado conjunto de

objetivos.

Ao longo das avaliações nos jogos desportivos coletivos, procurei que as

mesmas fossem realizadas através da situação de jogo, uma vez que permitia

observar diversas habilidades motoras simultaneamente. Já nas modalidades de

Natação e Ginástica, a avaliação das habilidades era isolada, uma vez que se

tratam de desportos com componentes críticas relativas à técnica muito

minuciosas.

A observação e reflexão aula após aula, permitiu-me que nos momentos

avaliativos soubesse quais eram as principais dificuldades de cada aluno, assim

como a evolução dos mesmos face ao que tinham menos aptidão.

Para além da avaliação em contexto de aula, todos os alunos tinham ainda

de realizar uma ficha de avaliação no final do período, sendo que era uma política

da EC os alunos de Princípios e Práticas do Deporto serem avaliados através de

um teste escrito para além da avaliação prática. De facto, a responsabilidade da

planificação das aulas era muito superior, sendo que a matéria que ia estar

presente no teste, tinha de ser obrigatoriamente abordada na aula. Sabendo da

importância dos alunos serem avaliados apenas àquilo que tiveram contacto

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durante as aulas, a realização da ficha de avaliação teve sempre por base a UD,

os planos de aula e as reflexões realizadas semanalmente.

Por fim, de forma a existir uma avaliação justa, ao longo das aulas ia

tomando anotações e avaliando alguns alunos face ao seu desempenho e bem-

estar na aula, facilitando a tarefa final de avaliação. Apesar da AS ter uma

percentagem significativa na classificação final dos alunos, a mesma deve ser

de caráter maioritariamente contínuo, valorizando o empenho e dedicação

transversais a todas as aulas, assim como a evolução dos alunos.

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53

5. PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

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55

5. Participação na escola e relação com a comunidade

Esta área da realização da prática profissional engloba todas a interações

com a comunidade escolar, assim como todo o tipo de participação em

atividades internas. A participação em atividades letivas e não letivas permitiu

que fortalecesse a relação com a comunidade escolar, estando sempre ligado a

atividades de contexto diferenciado, como por exemplo: visitas de estudo,

convívios, reuniões, festas, entre outras atividades. Para além destes eventos

me ligarem ao contexto e à realidade escolar, era possível ter contacto com outro

tipo de pessoas, nomeadamente professores, com uma experiência muito mais

alargada.

As reuniões foram, sem dúvida, a atividade que mais valor trouxe às

minhas aptidões enquanto formador e pedagogo. Nessas, era possível discutir

qualquer problema que tivesse, partilhar experiências com outros professores,

discutir assuntos de importância elevada no contexto escolar, presenciar e

influenciar na gestão das atividades letivas e eventos a realizar. Para além disso,

uma vez que os professores presentes tinham funções e cargos diferentes, foi

possível perceber como se organiza e estrutura um gabinete de Educação

Física. A dinâmica e ajuda entre professores foi algo que me chamou a atenção,

já que todas as tarefas se mostravam muito mais simples de executar quando

realizadas em conjunto. Talvez esta realidade me tenha “saltado à vista” porque

foi algo que praticamente não existiu entre os elementos do núcleo de estágio

ao longo do ano letivo. De facto, no dia a dia do estágio, a ajuda mais presente

que tinha era o acompanhamento do PC, que em muito contribui para o sucesso

das aulas.

5.1. Desporto Escolar

O Desporto Escolar carateriza-se como um conjunto de atividades

desportivas, de livre vontade de participação, integradas no plano de atividades

da escola e interligadas com o sistema educativo. O leque de modalidades

disponíveis é vasto, dando a todos os alunos a possibilidade de se interessarem

por pelo menos uma modalidade.

O evento transversal a toda a comunidade escolar foi o Corta-Mato onde

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todos os alunos participaram e onde estive mais presente. Na realização do

mesmo a nível da EC, as funções que foram atribuídas aos EE foram diversas,

tais como: criação do pódio competitivo, criação e vedação do recinto

competitivo, criação de todos os elementos ilustrativos do evento, conseguir que

existisse um insuflável na meta da corrida, contabilizar a lealdade legalidade dos

alunos na prova, organização dos alunos por escalões e resolução de qualquer

problema extra. Para além disso, foi criado um mecanismo para cada aluno

saber a sua classificação, onde os mesmos colocavam um autocolante no cartão

da escola e na meta passavam-no por um código de barras que preenchia a

classificação final automaticamente. Para que isto acontecesse, foi-nos ainda

pedido que recolhêssemos o nome de todos os alunos e as respetivas

autorizações para participar na prova e a posterior entrega dos autocolantes.

Após o Corta-Mato a nível interno, alguns dos alunos conseguiram o tempo

necessário para a competição regional do mesmo.

Para além disso, o PC foi o responsável pelo desporto escolar no ano

letivo em questão, no qual as multiactividades formam a modalidade escolhida

para esse ano. No âmbito do mesmo, foram efetuadas atividades fora do

contexto habitual dos alunos, nomeadamente paddle e surf. Em ambas as

atividades estive presente na organização de toda a logística e no

acompanhamento da turma.

5.2. EXPOCOLGAIA

A ExpoColGaia foi um evento abrangente a todos os cursos e alunos do

Colégio que teve como tema principal a preservação do meio ambiente. O

mesmo consistia que cada curso montasse um expositor, banca ou atuação que

o simbolizasse, permitindo às pessoas que visitavam o Colégio a conhecer

melhor o mesmo.

Para além de ajudar na construção da área do curso de Animação e

Gestão Desportiva, organizei ainda a atuação que os alunos de 12º ano

desempenharam no decorrer do evento. A atuação consistiu numa dança

envolvente a toda a turma, onde os alunos tiveram um papel bastante ativo na

criação da mesma, organizando-se as ideias e tentando culmina-las num só

projeto. Uma vez que não era possível perder tempo útil de aula no ensaio da

dança, desloquei-me voluntariamente à EC fora do horário escolar de forma a

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ajudar os alunos em tudo o que precisassem.

Para além do expositor e da atuação, fui ainda um dos responsáveis pela

organização do torneio de Andebol que fazia parte do evento. Juntamente com

outra professora, organizamos as equipas e o método competitivo para o torneio.

Às tarefas anteriores, acrescenta-se ainda que realizei funções de árbitro no

decorrer do torneio que decorreu com grande sucesso.

Por fim, toda a organização e o respetivo sucesso do evento em causa,

fez-me perceber da importância das atividades realizadas fora do planeamento,

uma vez que foi demonstrada tal união e competição saudável entre os alunos,

que trouxe um transfer muito positivo para as aulas posteriores.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPETIVAS FUTURAS

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6. Considerações Finais e Perspetivas Futuras

Terminou assim uma aventura que ficará para sempre na minha memória.

Muitos foram os momentos de muita luta e sacrifício, mas termino com a

sensação de dever cumprido. O facto de ter conseguido dar resposta aos

problemas que surgiram (não todos) enche-me de orgulho, assim como ter

conseguido contribuir para que os alunos tivessem sucesso na entrada do ensino

superior dos seus respetivos cursos.

Com o EP aprendi que não precisamos de seguir todos os autores nem

todos os modelos existentes na íntegra, de facto, a nossa forma de ensinar

somos nós que a moldamos e adaptamos face à realidade com que nos

deparamos. Para além disso, retenho que a ansiedade e o nervosismo não são

compatíveis com o sucesso, devendo manter a calma e a cabeça limpa para

enfrentar qualquer obstáculo com a certeza que o ultrapassarei. Acrescentando

a todas as aprendizagens que acumulei em tempo lectivo, foi também possível

adquirir valores de companheirismos, ajuda para com o próximo, lealdade e

responsabilidade.

De facto, muitas coisas podiam e deviam ter corrido melhor, no entanto

são os erros e a forma como reagimos perante eles que nos moldam para o

nosso futuro, tanto a nível pessoal como profissional. Efetivamente, um dos

maiores desafios que tive foi conseguir conciliar a vida de professor com a

vertente profissional e o dia-a-dia enquanto atleta de alta competição, não

porque o tempo que passei na escola cooperante era coincidente com o restante,

mas sim porque não tive qualquer oportunidade de aprofundar conhecimentos e

aprimorar o material académico no tempo que não estava na escola.

Concluindo, saiu de um ano difícil, que me causou inúmeros desafios e

problemas, mas saio de cabeça erguida para enfrentar o que o futuro me

reservar.

61

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sarmento, P., Veiga, A., Rosado, A., Rodrigues, J. & Ferreira, V. (1993).

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Torres, L. L. (2008). A escola como entreposto cultural: o cultural e simbólico

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8. ANEXOS

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XCI

Andebol

Anexo 1 – Ficha de Avaliação

A) Responda com V (Verdadeiro) ou F (Falso) às seguintes questões:

(cada questão tem a cotação de 0,3 valores)

1) Quando a bola é defendida pelo Guarda redes e sai pela linha final, deve ser

marcado “canto”.

2) Um jogador só pode dar 3 passos com a bola na mão.

3) O lançamento de linha lateral é marcado com o pé a calcar a linha.

4) O Guarda redes pode sair da área de baliza com a bola na mão.

5) A equipa que se encontra a atacar, após ultrapassar a linha de meio campo,

não pode voltar a recuar a mesma enquanto possuir posse de bola.

6) O objetivo do jogo de Andebol é introduzir a bola na baliza da equipa

adversária e impedir que esta marque golo, respeitando as regras do jogo.

7) Um jogo de andebol nunca pode acabar empatado.

8) O Guarda redes só pode defender a bola com os membros inferiores se não

for propositado.

Dezembro 2017

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XCII

9) É permitido contactar a bola com as coxas e os joelhos.

10) O contacto corporal é permitido para obstruir o caminho do adversário.

B) Responda às seguintes questões escolhendo apenas uma das alíneas.

(cada questão tem a cotação de 0,3 valores)

1) Um campo de andebol tem as seguintes medidas:

A. 40 metros de comprimento e 20 metros de largura.

B. 38 metros de comprimento e 19 metros de largura.

C. 42 metros de comprimento e 21 metros de largura.

D. 36 metros de comprimento e 18 metros de largura.

2) Um jogador é desqualificado após receber o seguinte número de exclusões de 2 minutos:

A. 2. B. 3. C. 4. D. nenhuma das anteriores.

3) Uma exclusão de 2 minutos deve ser sancionada:

A. por uma substituição irregular. B. por conduta antidesportiva. C. por faltas repetidas das que devem ser sancionadas progressivamente. D. todas corretas.

4) Nos princípios de jogo do ataque, a que se refere a profundidade?

A. Utilização do espaço em comprimento com o propósito de aumentar a agressividade ofensiva e elevar as possibilidades de recuperação defensiva.

B. Utilização em largura do maior espaço possível. C. Procura contante de criar vantagem numérica numa determinada zona

de jogo. D. Ocupação racional do espaço de jogo quer numa situação de jogo

organizado, quer em situação de contra-ataque.

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5) Os quatro princípios defensivos são:

A. Ajuda mútua; profundidade; antecipação; superioridade numérica. B. Amplitude; continuidade; Pontos de apoio; equilíbrio. C. Ajuda mútua; continuidade; superioridade numérica; equilíbrio. D. Profundidade; continuidade; equilíbrio; antecipação.

6) No passe de ombro:

A. Os pés devem estar juntos e o braço e antebraço fazem um ângulo de 110º (braço estendido).

B. Os pés devem estar à largura dos ombros e o braço e antebraço fazem um ângulo de 110º (braço estendido).

C. Os pés devem estar juntos e o braço e antebraço fazem um ângulo de 90º.

D. Os pés devem estar à largura dos ombros e o braço e antebraço fazem um ângulo de 90º.

7) Um dos principais erros de execução da Receção é:

A. Receber a bola com os dedos rígidos, ou virados para a bola. B. Orientar os apoios na direção do companheiro portador de bola. C. Estender os membros superiores com os cotovelos descontraídos na

altura da receção da bola. D. Fletir os membros superiores imediatamente após o contacto com a

bola.

8) Indique a alínea que contém a afirmação correta:

A. O Drible deve ser efetuado à frente dos pés. B. Durante o drible devemos estar constantemente com o olhar direcionado

para a bola. C. Durante o drible devemos realizar um movimento coordenado de

flexão/extensão do pulso e do braço para controlar e impulsionar a bola. D. Durante o drible a bola deve chegar até à linha do peito.

9) Na realização do “passe e vai” na ação ofensiva:

A. O jogador atacante deve procurar constantemente linhas de passe. B. Utilizar o campo na sua amplitude e profundidade. C. Ter como principal objetivo a aproximação à baliza e posterior

finalização em condição favorável. D. Todas corretas.

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10) No sistema defensivo individual HxH:

A. O defensor deve apenas seguir o seu adversário quando este tem bola. B. O defensor deve seguir sempre o seu adversário com ou sem bola. C. Quando o adversário tem a bola em seu poder, a defesa deve procurar

impedir a sua progressão no terreno de jogo. D. B+C.

C) Responda às seguintes questões.

(cada questão tem a cotação de 2 valores)

1. Descreva o gesto técnico do Remate em Suspensão e apresente os

principais erros de execução do mesmo.

2. Apresente um exercicio para exercitar o “passe e vai” e descreva-o

sucintamente, apresentando os comportamentos que devem ser

esperados. (Deve usar texto e esquemas para explicar o exercício).

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Basquetebol A) Responda com V (Verdadeiro) ou F (Falso) às seguintes questões:

(cada questão tem a cotação de 0,3 valores.)

1) O jogador só pode dar 2 passos com a bola na mão.

2) Não posso saltar e voltar a ter contacto com o chão com a bola na mão.

3) É permitido driblar do campo ofensivo para o campo defensivo.

4) No basquetebol apenas existem lançamentos de 2 e 3 pontos.

5) A linha de lançamento de 3 pontos situa-se a 6,25m do cesto.

6) O objetivo do jogo de basquetebol é apenas introduzir a bola no cesto da

equipa adversária.

7) Um jogo de basquetebol pode acabar empatado.

8) As equipas têm 28 segundos de posse de bola até efetuarem um

lançamento.

9) Um jogador pode permanecer na área restritiva adversário durante 5

segundos.

10) Num jogo de basquetebol, cada equipa é composta por 12 elementos.

B) Responda às seguintes questões escolhendo apenas uma das alíneas.

(cada questão tem a cotação de 0,25 valores)

1) O limite de faltas por jogador são:

A. 3.

B. 4.

C. 5.

D. nenhuma das opções.

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2) Na posição base fundamental:

A. Os joelhos devem estar estendidos. B. O peso do corpo deve estar sobre a parte posterior do pé. C. A cabeça levantada e os braços semi-fletidos. D. Todas corretas.

3) Na receção da bola:

A. Devemos ir ao encontro da bola no momento que antecede a receção. B. Esticar os braços na direção da bola; C. Olhar sempre para a bola até ao momento que a temos em total controlo D. Todas corretas.

4) Qual dos seguintes não é um tipo de passe do basquetebol?

A. Passe picado B. Passe de peito C. Passe de ombro D. Passe bombeado

5) A paragem a um tempo refere-se a:

A. Receção da bola com os pés no ar e estes entram em contacto com o solo em simultâneo.

B. Receção da bola com os pés no chão e estes entram em contacto com o solo em simultâneo.

C. Receção da bola com os pés no ar e estes entram em contacto com o solo um de cada vez.

D. Receção da bola com os pés no chão e estes entram em contacto com o solo um de cada vez.

6) Na rotação deve-se:

A. Manter as pernas semi-fletidas. B. Rodar sobre a parte posterior da planta do pé. C. Manter o pé móvel supenso no ar. D. Manter as pernas estendidas.

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7) O drible de progressão é usado para:

A. Proteger a bola. B. Afastar a bola do alvo (cesto). C. Progredir em direção ao alvo (cesto). D. Fintar o adversário

8) O lançamento na passada é utilizado:

A. Em zonas longe do cesto. B. Após drible ou corte em direção ao cesto. C. Após receção da bola em que o jogador se encontra parado D. Nenhuma das anteriores.

9) A posição base defensiva tem como um dos aspetos importantes:

A. Fletir ligeiramente os membros inferiores com um pé colocado à frente do outro

B. Manter o corpo alinhado e estendido perpendicularmente ao chão C. Adotar uma posição estática D. Colocar os membros superiores atrás do corpo

10) A posição base ofensiva tem como um dos aspetos importantes:

A. Manter os membros inferiores estendidos. B. Distribuir o peso de igual modo pelos dois apoios. C. Fazer a pega de bola com uma mão. D. Manter o olhar apenas dirigido para a bola

C) Responda às seguintes questões.

(cada questão tem a cotação de 0,25 valores)

1. Descreva o gesto técnico do drible de proteção e em que circunstâncias

o mesmo deve ser utilizado.

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XCIX

_

2. Apresente um exercicio para exercitar o “passe e corta” e descreva-o

sucintamente, apresentando os comportamentos que devem ser

esperados. (Deve usar texto e esquemas para explicar o exercício).

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C

Fim

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CI

Anexo 2- Cartaz do Torneio de Andebol

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CII

Anexo 3- Cartaz informativo das atividades da ExpoColGaia

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CIII

Anexo 4- Certificado de Participação no Corta-Mato

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CIV

Anexo 5- Exemplo de Reflexão Semana

Reflexão 11ª Semana (15 e 16 de Novembro de 2017)

José Nuno Gonçalves Xavier

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CV

Reflexão 11ª Semana

A presente semana foi um diferente das habituais. Essa mesma diferença

foi ditada pela realização do evento “Corta Mato ColGaia 2017”, onde nós,

estagiários, tivemos grande intervenção na organização, preparação e execução

do mesmo. De facto, no decorrer da semana anterior e desta, foram-nos

encarregues diversas funções e obrigações e exigiram de nós grande

responsabilidade e dedicação, tais como, o aluguer de um pórtico insuflável para

a linha de chegada; construção de um pórtico personalizado com balões para a

linha de chegada das provas efetuadas pelos mais novos (pré-escolar e 1º ciclo);

elaboração de uma lona com a identificação da prova e do Colégio, elaboração

dos diplomas; entrega das etiquetas identificativas de todos os alunos do

Colégio; decoração de dois pódios. Para além de tudo isto, estivemos sempre

presentes no decorrer do evento onde nos tivemos de mostrar multifacetados

face a todas as tarefas e funções que tivemos de exercer. A realização do Corta

Mato permitiu perceber a complexidade da organização de eventos deste calibre.

Este ano foram introduzidas algumas inovações face aos anos transatos,

nomeadamente a existência de um código de barras por aluno que lhes permitia

saber a classificação e o tempo assim que acabassem a prova, para além disso,

as classificações eram afixadas imediatamente após o término da prova. O

evento foi efetuado na quarta feira, dia 15 de Novembro, onde a turma na qual

sou professor esteve presente em todo o processo de organização, não existindo

aulas nesse dia.

Na quinta-feira foi a vez de iniciar uma nova Unidade Didática, desta vez

no Basquetebol. No presente planeamento de aulas, tentei introduzir um pouco

mais de complexidade nas aulas, de forma a conseguir que os alunos se sintam

mais envolvido e motivados na execução das tarefas propostas. Valentini (2002)

dizia que o contexto é fator que influência o comportamento e o sucesso escolar

dos alunos, já que ambientes de ensino que enfatizam o interesse dos alunos e

que promovem uma aprendizagem significativa e contextualizada, intensifica o

sucesso escolar e a motivação dos estudantes. Neste dia, foi lecionada aula

relativa à avaliação diagnóstica onde foi possível apurar que os alunos se

encontravam num nível superior àquilo que esperava. Assim, a unidade didática

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CVI

foi reformulada, onde foi acrescida a forma de jogo 5x5 para introduzir uma maior

complexidade e novos desafios aos alunos. A aula em questão decorreu com

grande normalidade, onde consegui avaliar todos os alunos. Por se tratar de uma

aula de avaliação diagnóstica, não foram efetuados grandes feedbacks da minha

parte, pedindo apenas aos alunos que

Referências Bibliográficas

-Valentini, N. C. (2002). A influência de uma intervenção motora no

desempenho motor e na perceção de competência de crianças com

atrasos motores [Versão eletrónica]. Revista Paulista de Educação Física,

16(1), 61-75.

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CVII

Anexo 6- Exemplo de Plano de Aula