do trabalho de campo à situação social
TRANSCRIPT
Tradição Britânica
Do Trabalho de Campo à Situação Social
Prof. Gabriel O. AlvarezRituais e Dramas Sociais
Primeiros olhares etnográficos
• 1870 – Notes and Queries• 1883- Lectures of Tylor em Oxford• 1886- Boas em Vancouver.• Principal fonte dos teóricos eram
missionários e autoridades coloniais.• Papel fundante das expedições ao estreito
de Torres. Haddon, Seligman e Rivers
Escola de Cambridge
• Haddon, ênfase no fieldwork. Estudo intensivo de áreas limitadas.
• Seligman, London School of Economic.• Rivers – Cambridge• Malinowski – Cambridge• Gerald C. Wheeler (London School of
Economic)• A. M. Hocart - Oxford
Radcliffe-Brown – Andaman 1906- 1908 (2 anos)Malinowski – Trobiands (4 anos) 1914Gummar Landtman- Nova Guinea, Kiwai, (2 anos)Rafael Karsten – Bolivia e Gran Chaco (1911-12)Barbara Freire Marreco – PuebloMarie Czaplicka (polonesa) – SiberiaJohn Layard – 2 anos Atchin
Albert Cort Haddon
• Professor de Zoologia no Royal College of Sciences.
• Primeira expedição ao Estreito de Torres 1888, muda de vocação, foca seu interesse nos nativos e não no plancton. Renunciou a sua cadeira de Zoologia.
Expedição ao Estreito de Torres, 1888.
Group in Costume Outside House with Tin
Roof, 1888.Alfred Cort
Haddon
http://click.si.edu/Image.aspx?image
=4804&story=463&back=Story
• Organiza II Expedição ao Estreito de Torres, convida Rivers, Seligman (patologista), Sidney Ray (fotografo e interprete).
• Haddon, Cs Naturais. • Filme, criado 2 anos antes.• Rivers, desenvolve o método genealógico
Expedição ao Estreito de Torres 1898
• Expedição criou espírito de grupo. Estiveram juntos em Melanésia e tiraram a antropologia britânica da sua fase de gabinete e a colocaram numa saudável base empírica (RCO).
W.H.R.Rivers (1864-1822)
• Doutor em medicina, membro da Sociedade Real, Fisiólogo, psiquiatra e antropólogo.
• Se graduo em medicina aos 22 anos (1886).
• 1898 Expedição ao Estreito de Torres• 1901-1902 vários meses entre os Toda da
Índia. The Toda (1906).• 1907-1908. Segunda expedição de
campo, Ilhas Salomão, Melanésia e
• 1904 – primeiro encontro com Radcliffe Brown, (A.R. Brown na época), estudante de graduação em psicologia e primeiro e único orientando de Haddon e do próprio Rivers.
• 1906-1908 Radcliffe-Brown fica nas ilhas Andaman.
• 1914-1918 Rivers embarca para Austrália em companhia de um grupo de pesquisadores, entre eles Malinowski,, jovem polonês expatriado, recém doutorado em antropologia na universidade de Londres, com tese
• 1912- Revisão do Notes and Queries.• Estudo intensivo vs survey, conhecer
linguagem, preguntas por casos concretos (lei quebrada)
• 1915 – Primeira Guerra mundial. Se alista como médico e psiquiatra.
Os anos dourados da Antropologia britânica
• Radcliffe-Brown Inspiração teórica• Malinowski arquétipo do trabalho de
campo.
Radcliffe-Brown (1881-1955)1922,
The Andaman Islanders.
1931,
Social Organization of
Australian Tribes.1940,
On
Joking Relationships: Africa:
Journal of the International African
Institute, Vol. 13, No. 3 (Jul., 1940),
pp. 195–210 doi:10.2307/11560931952,
Structure and Function in
Primitive Society: posthumously1957,
A Natural Science of Society:
based on a series of lectures at the
University of Chicago in 1937 and
posthumously published by his
students
Radcliffe-Brown (1881-1955)1881‐
nasceu
em
Birmingham.
1091‐1906 Estuda
em
Cambridge,
Ciência
Mental e Moral.
1905‐
Participa
da
Reunião
da
Brithsh
Association for the Advancement of
Science em
Africa do Sul
1906‐
08. ‐Parte
para
pesquisa
Andaman com financiamento.
Anthony Wilking
Student in
Ethnology.1908‐14‐
Fellowship da
Trinity
College.1909‐1910 –
Professor (reader) de
Etnologia
na
London School of
EconomicsSociologia
Comparativa
em
Cambridge.
1910‐1913‐
Anthony Wilkin
Student
–
Viaja a Australia
1913‐
Universidade de
Birmingham –
Antropologia
para missionários,
administradores,
comerciantes.1914 –
Reunião em Austrália,
doença. Leciona em escola
primaria de Sydney1916 –
19, Ilhas Tonga,
Diretor de Educação.1919‐
Africa
do Sul –
Etnologo
do Transvaal
Museum,
Pretoria.1921 – Cadeira de
antropologia na Universidade
da Cidade do Cabo.
1926 –
1931. Sydney . Cadeira
de Antropologia (Fundação
Rockefeller)1931‐
37 Chicago
1935‐36. Prof. Visitante em
Yenchin, na China.1937‐
46 Professorship
em
Oxford –
Fellow
of
All
Souls
College.1942‐44. Brasil, São Paulo.1946‐
50. Cria o Departamento
de Sociologia da Universidade
Farouk
I, Alexandria.
1950.‐
Simon Visiting
Professor,
Universidade de Manchester1951‐
1954‐Research
fellow
em
Africa
do Sul
1954‐
Retorna a Inglaterra.
1955‐
Preside Association
of
Social Anthropologist
Polêmica com W.H.R. Rivers
entre 1910‐1914
1930 Polêmica com
Malinowski
e com
Antropólogos americanos
(Linton)
Paradigmas anterioresEvolucionismoDifusionismo
Tylor
–
Evolução da religião
Frazer
–
Magia simpatica
Associasionismosimilaridadecontiguidade
Publica “método”
em 1923,
depois da morte de Rivers
• Radcliffe-Brown– Rivers– Kropotkin– Haverlock Ellis (sexologista)– Marx– Ciências Naturais– Escola francesa
• Leitor do L´Année Sociologique• Carta a Mauss em 1812• Leu a Divisão social do trabalho de Durkheim.
Apelido: “Anarchy-Brown”
Religião e Sociedade. Radcliffe-Brown
• Prática de atos religiosos benefícios específicos
• Religião como parte do maquinismo social• Função disposição ordenada das
relações sociais, ordem social• Função social da religião independe de
ser Verdadeira ou Falsa
• Religião = Noções e crenças + prescrições
• Ritos = prescrições (positivas ou/e negativas)
• Crenças (fé) / Ritos• Para RB crenças são produto dos ritos,
seu conteúdo• Ações são a expressão simbólica dos
sentimentos• Ritos são mais estáveis e duradouros
• Religão antiga: instituições e práticas (Robertson Smith)
• Relação Ritos/Mitos• Religião antiga práticas precedem
crenças assim como instituições políticas são mais antigas que teorias políticas
• Andaman (RB) teoria geral da função social dos ritos e cerimônias.
• Vida social depende da presença de sentimentos que controlam a conduta do indivíduo na sua relação com os outros.
• Ritos como expressão simbólica moderada de certos sentimentos.
• Função dos ritos, refrear, manter e transmitir entre gerações sentimentos, dos quais a sociedade depende.
• Chineses cerimonial. Não tem palavra para religião. Li como ritual.
• Rituais como eficazes• Função social dos ritos efeitos na
produção e manutenção de uma sociedade humana organizada.
• Confúcio: música e ritos meios mais eficientes que leis e castigos para manter a ordem social.
• Cerimônias unem multidões
• Ritos servem para regular e refinar os sentimentos humanos (Hsün Tzu)
• Ritos religiosos tem importantes funções sociais independente das crenças
• Ritos expressam afetos e sentimentos, os mantém vivos e atuantes.
• Patriotismo – guerra - rituais pátrios
• Fustel de Coulanges – La cité Antique (1864)
• Religião e constituição da sociedade• Obrigações da gens agnata com os
mortos• Gens inclui vivos, mortos e os que estão
por nascer, • ritual mantem a unidade da linhagem
• Durkheim As formas elementares da vida religiosa
• Ritual religioso é expressão da unidade da sociedade,
• Função do ritual – recriar a sociedade ou ordem social por sentimento
• Rituais realizados em locais específicos – “centros do totem”
• Grupos totemicos integrados na sociedade pelo parentesco (estrutura social)
• Relações entre totems modeladas pelas relações de parentesco
• Leis do grupo são ensinadas na cerimônia de iniciação
• Leis, moralidade e religião três modalidades de controle.
• Lei, sanções legais• Moralidade, sanções opiniçao pública• Religião, sanções religiosas
• Ação sagrada expressão da vida e das aspirações sociais
Síntese• Para compreender uma religião, estudar seus
efeitos. Religião deve ser estudada em atuação.• Conduta dirigida pelos sentimentos. Necessário
descobrir quais sentimentos são produtos de determinados cultos religiosos
• Na religião observar os atos especificamente religiosos, as cerimônias e ritos, individuais e coletivos.
• Ênfase na crença ou doutrina nas religiões modernas e produto de estrutura complexa
• Em algumas sociedades, relação direta entre religião e estrutura social (culto aos antepassados, totemismo australiano). Nas complexas, estrutura religiosas separadas produto da formação de diferentes igrejas.
• Todas as religiões exprimem o sentido de dependência num duplo aspecto, pela manutenção constante deste sentido de dependência as religiões cumprem sua função social
EVANS – PRITCHARD (1902-1973)
• 1929 – The morfology and function of magic. A comparative study of Trobriand and Zande ritual and spells. American Antropologist 31:619-641
• 1937 – Witchcraft, oraclesand magic among the Azande
• 1940 – The Nuer: a description of the modes of livelihood and political institutions of a Nilotic people
• 1940 – The political system of the Anuak of the Anglo- EgyptianSudan.
• 1948 – The divine kingship of the Shilluk of the Nilotic Sudan. The Frazer Lecture
• 1949 – The Sanusi of Cyrenaica• 1951 – Kinship and marriage
among the Nuer• 1951 –Social Antropology• 1956 – Nuer religion• 1962 – Essays in social
antropology• 1965 – Theories of primitive
religion.
Max Gluckman (1911-1975)
• 1955 – Custom and conflict in Africa
• 1962 – Essays on the ritual os social relations.(ed)
• 1963 - Order and rebellion in tribal Africa; collected essays
• 1964 – Closed systems and open minds: the limits of naivety in social antropology
• 1965 – The ideas in Barotse jurisprudence
• 1972 – The allocation of responsability
• 1974 – African Traditional law in historical pesrpective(R-B lecture)
Victor Turner (1920-1983)
• 1952 – The Lozi peoples of North- Western Rhosesia
• 1957 – Schism and Continuity in na African Society; a study os Ndembu village life
• 1961- Ndembu Divination: its symbolism & techniques
• 1962 – Chihamba, the white spirit: a ritual drama of Ndembu
• 1967- The Forest of symbols; aspects os Ndembu ritual
• 1968 – The drums affliction: a study of religious processes among the Ndembu of Zambia
• 1969- The ritual process: structure and anti-structure
• 1974- Dramas, fields and metaphors; symbolic action in human society
• 1975- Revelation and divination in Ndembu ritual
Escola de Manchester
• Problemas sociais na África Central Britânica– Problema das
migrações– Processos de
articulação social– Interação
interpessoal– Rituais e análise
simbólica– Estudo detalhado de
casos– Permanência da
tradição num contexto de rápida urbanização
Colonialismo, racismo, urbanização e
migração de trabalhadores
Rhodes – Livingstone Institute
Gluckman dirige o instituto 1941-1947
Estudos de casos, colonialismo, etc.
Combina estrutural- funcionalismo com marxismo
• Gluckman cria o Departamento de Antropologia da Universidade de Manchester em 1947. Formavam parte desse departamento John Barnes, Elizabet Bott, and J. Clyde Mitchell.
• Influência de Marx, incorporam o conflicto como elemento de análise.
• Max Gluckman• F. G. Bailey - student of Gluckman• John Barnes - worked at Rhodes-Livingstone Institute
with Gluckman, student of Gluckman[2]
• Fredrik Barth - worked at Rhodes-Livingstone Institute with Gluckman, student of Gluckman (see [2])
• Elizabeth Bott• Abner Cohen - student of Gluckman• Elizabeth Colson - through Rhodes-Livingstone
Institute talk of Elizabeth Colson and interview by Alan Macfarlane: and after-dinner talk on the history of anthropology
• Ian Cunnison• A. L. Epstein — worked at Rhodes-Livingstone Institute[3]
• Ronald Frankenberg - student of Gluckman• J. F. Holleman — worked at Rhodes-Livingstone Institute
ith Gl k ( [2])
• J. Clyde Mitchell - early researcher at Rhodes- Livingstone Institute
• Victor Turner - worked at Rhodes-Livingstone Institute, student of Gluckman
• J. Van Velsen — worked at Rhodes-Livingstone Institute with Gluckman
• M. Warwick — worked at Rhodes-Livingstone Institute with Gluckman
• R. Werbner — student of Gluckman• J. Watson — worked at Rhodes-Livingstone Institute
with Gluckman
A análise situacional e o método de estudo de caso detalhado.
J. Van Velsen [1967].In. Feldman-Bianco (org).
Antropologia das Sociedades Contemporâneas – Método, 1987.
Prof. Gabriel O. AlvarezRituais e Dramas Sociais
Tradição em estudos antropológicos
• Pre-estruturalistas Tylor, Frazer• Estruturalistas Radcliffe-Brown,
Malinowski, Evans Pritchard, Fortes, Firth• Pós-estruturalistas Escola de
Manchester
• Método de estudo de caso detalhado ou situação social (Gluckman denominou extended-case method)
• Informações detalhadas colhidas no campo
• Incorporar o conflito como normal, inerente à ordem social.
• Pre-estruturalistas costumes em sim, a través de relatos de missionários e administradores
• Estruturalistas orientações técnicas, pesquisa de campo. Rivers, Hadon, Seligman. – Malinowski trabalho de campo como
método; – Radcliffe-Brown como o teórico.– Ênfase na morfologia social
Estruturalistas• Regularidades da estrutura• Relações estruturais entre grupos, sistemas
interligados (más como?)• Trabalho de campo sociedades grupos,
segmentos de sociedades, tribo inteira?• Tempo, ponto de referência no passado, na
tradição mais pura “presente etnográfico”• Analise estruturais como relações entre
posições sociais ou de status, não relações reais entre Jack e Jill.
• As ações dos indivíduos deixam lugar as abstrações dos antropólogos.– Existem escolhas de padrões alternativos– Um indivíduo pode ter vários relacionamentos
genealógicos– Indivíduo faz escolha de acordo com
interesses– Indivíduo pode optar entre normas
contraditórias entre sim
• Turner Ndembu• Princípios irreconciliáveis
– Descendência matrilateral– Casamento virilocal
casamentos instáveis e fissão entre aldeiascontrabalançado com ritual das associações de culto, relacionados com a chefia.
Falas são diferentes dos fatos
• Considerar aposição do informante, seu ponto de vista na estrutura social.
• Cuidado. Suposto de que ser membro de uma comunidade equivale a entendê-la sociologicamente.
• 40% dos casos não pode ser explicado como exceções
Variação, mudança e conflito entre normas
• O estruturalismo fazia ênfase na uniformidade• Normas e regras são traduzidas na prática• As regras e normas podem ser contraditórias, e
podem ser manipuladas por indivíduos em situações específicas, para fins específicos.
• Suposto da homogeneidade e estabilidade.• Crítica à antropologia que procura o bom
selvagem pré-contacto, Rousseauniano
• Esse enfoque estruturalista não resolve o problema do conflito de normas por influencia de outras culturas (colonialismo); nova religião, novos produtos, produção orientada ao comercio.
• Novos campos, pesquisas urbanas, sindicatos,
• Quebra do objeto como isolado, fica evidente em “sociedades complexas”.
• Normas conflitantes
Situação social• Ênfase maior em atores que em informantes.• Registro de situações reais
– Do caderno de campo para a análise• Analise situacional
– Permite comparar dados com conclusões, vs descrição estrutural em que dado aparece como exemplo.
– Análise de eventos inter-relacionados– Interpretação de um sistema social em termos de
normas conflitantes– Agrega a estética da estrutura (pag. 361)
• Ações normais• Ações excepcionais
Analise situacional e pesquisa de campo
– Firth, Estrutura social, organização social (enfatiza escolhas da sociedade e não escolhas do indivíduo)
– Análise de processos– Normas e crenças vs comportamento real– Diversos casos entrelaçados – Registro da ações dos indivíduos como
indivíduos e como personalidades e não somente como status
– As, Bs, Cs, perdem anonimato e ganham identidade com Jack, Jill, etc.
– Perspectiva histórica (história de casos, 8 anos).– Permite a análise de diversos pontos de vista.– Turner, Dramas sociais.
• “Uma das suposições na qual a análise situacional está baseada é a de que as normas da sociedade não constituem um todo coerente e consistente. São, ao contrario, freqüentemente vagas e discrepantes. É exatamente este fato que permite sua manipulação por parte dos membros da sociedade no sentido de favorecer seus próprios objetivos sem necessariamente prejudicar sua estrutura aparentemente duradoura de relações sociais. Por isso a análise situacional privilegia o estudo das normas em conflito” (Van Velsen pag. 369).
• “Para o sociólogo não existe “certos” ou “errados”; apenas xistem pontos de vista diferentes representando diferentes grupos de interesses, status, personalidade e assim por diante. Como corolário, deve-se documentar o máximo que for possível sobre o contexto geral – os casos devem ser apresentados situacionalmente – e os casos devem ser especificados”
• “Finalmente, durante o trabalho de campo, devem-se procurar casos inter-relacionados dentro de uma pequena área que envolva somente um número limitado de dramatis personae. Tais casos devem ser, mais tarde, apresentados na análise em seu contexto social, como parte de um processo social e não como casos ilustrativos que são razoavelmente convenientes para uma generalização específica”
Drama/ritualOrdem social Ordem social
Situação social
Max Gluckman
Análise de uma situação social na Zululândia Moderna.
Max Gluckman [1958]In. Feldman-Bianco (org).
Antropologia das Sociedades Contemporâneas – Método, 1987.
Prof. Gabriel O. AlvarezRituais e Dramas Sociais
• África do Sul. 2 milhões de brancos, 6,5 milhões de africanos.
• O sistema social do país consiste de relações interdependentes em cada grupo e entre vários grupos enquanto grupos raciais.
• Trabalho de campo 1936-1938• 2/5 dos africanos moram em reservas.• Apenas alguns europeus (administradores,
técnicos do governo, missionários, comerciantes e recrutadores)
• Africanos realizam migração laboral (fazenda, industria, criados)
• Situação social como uma série de eventos.
• A partir das situações sociais e de suas inter-relações numa sociedade particular, podem-se abstrair a estrutura social, as relações sociais, etc.
• Validar e verificar as generalizações.
• 1938- morando no sítio de Matolana– Plano, inauguração da ponte e encontro distrital
na magistratura Nongoma– Richard (filho) e Matolana, vestimentas– Episódio do policial– Carona ao velho líder de seita cristã separatista– Separação no hotel em Nongoma e encontro
com veterinário do governo.– Reclamações de Matolana para o veterinário– Distribuição no carro, brancos na frente,
africanos detrás.
• Inauguração da ponte– Construída pelo Departamento de Assuntos
Nativos– Magistrado colocou guerreiro Zulu na
bifurcação;– Carro do regente da Casa Real Zulu,
saudações, uniformes– Ponte e cenário
• Zulus em ambas margens (A e B no mapa)• Europeus na barraca (C no mapa)
• Brancos presentes: equipe administrativa; magistrado, assistente, mensageiro; cirurgião, missionários, funcionários do Hospital; comerciantes e recrutadores; policiais e técnicos; leiloeiro nas vendas de gado. Comissário Chefe dos nativos, representante de Departamento de Estradas da Província.
• Zulus presentes: Chefes locais, líderes e seus representantes; os que construíram a ponte; policiais do governo; funcionários nativos da magistratura; zulus residentes nas proximidades
• 24 Europeus e 400 zulus
• Arco na extremidade sul da ponte, com guerreiro Zulu.• Construtores, com lanças e escudos. Altos dignitários
Zulus com roupas de montaria européias; resto dos zulus combinavam roupas européias e tradicionais
• Tropa de guerreiros zulus marcha pela ponte e saúda o comissário chefe dos nativos.
• Inauguração. Hino inglês conduzido por missionário, zulus em pé e tiraram o chapéu.
• Magistrado, discurso em inglês traduzido pelo funcionário zulu; fala do comissário-chefe dos Nativos (primeiro em inglês depois em zulu); representante do Departamento de Estradas; Adams, velho zulu; último discurso do Regente Mshiyeni (Mkhize em inglês), agradece ponte para hospital e demanda ponte na estrada principal. Anuncia doação de uma cabeça de gado e cerimônia tradicional disposta por comissãrio- chefe.
• Comissário-chefe atravessou a ponte ao som de cantos zulus, seguido de outros carros com europeus e do regente.
• Europeus na barraca, chá com bolo• Outra margem zulus matam três animais
para festa. Regente organiza e toma cerveja com súbditos (D no mapa). Envio de cerveja ao comissário-chefe.
• Comissário chefe e europeus foram embora.
• Zulus dividiram-se em três grupos. Regente e idunas; mais longe os plebeus. Cerveja e conversa à espera da carne. Rio acima (A no mapa), homens cortando os animais. A maior distância missionário sueco com cristãos zulus cantando hinos religiosos.
• Ida para a reunião em Nongoma.• Hotel, almoço separado.• Reunião na magistratura, 200 a 300 zulus
presentes.
• Três tribos– Usuthu , linhagem real, séqüito e clientes do
rei zulu (hoje o regente)– Amateni, tribo real governada pelo pai
classificatório do rei– Mandlakazi governados por um príncipe de
um ramo colateral da família real (separados em guerras civis depois de 1880).
• Guerras entre facções Mandlakazi• Permaneceu chefe Amateni (sem
plebeus).• Chegada de Mshiney levantaram-se para
saudá-lo• Pronunciamento do chefe Mandlakazi
Análise da situação social
• Vários eventos, ocorridos em diferentes partes, envolvendo diferentes grupos, interligados pela presencia do antropólogo como observador. Através destas situações e de seu contraste com outras situações não descritas, delineia a estrutura social da Zululândia moderna. Análise envolve contexto e outras situações no sistema social da Zululândia.
• Uma situação social é o comportamento, em algumas ocasiões, de individuo como membros de uma comunidade, analisado e comparado com seu comportamento em outras ocasiões. Desta forma, a análise revela o sistema de relações subjacentes entre a estrutura social da comunidade, as partes da estrutura social, o meio ambiente e a vida fisiológica dos membros da comunidade.
• Nota de rodapé 21. Cita Fortes, Evans- Pritchard e Malinowski como referência sobre o significado sociológico de situações sociais.
• Zulus e Europeus cooperaram na inauguração da ponte. Mostra que formam uma única comunidade com modos específicos de relacionamento. Ponto de partida deve ser uma única comunidade branco-africana e não o contato cultural.
• Ponte: Engenheiros europeus, trabalhadores zulus, usada por magistrado europeu governando os zulus e por mulheres zulus rumo ao hospital. Inaugurada por funcionários europeus e pelo regente zulu, numa cerimônia híbrida (européia com componentes zulus).
• Motivos e interesses diferentes que causaram a presença dos diversos atores– Magistrado local– Comissário chefe dos nativos– Europeus– Veterinário do governo e antropólogo– Esposas dos europeus (poucas esposas dos
Zulus cristãos).
• Zulus– Regente– Escrivão zulu e polícia guvernamental– Chefe e idunas locais– Trabalhadores zulus– Público em geral
• Para zulus era um evento local, europeios mobilidade maior.
• Magistrado local – prestígio e cerimônia– Cerimônia com padrões europeus e
elementos zulus.– Representante do governo com formação
européia e contato com cultura zulu– Fez como representante do governo.– Teve o poder para organizá-la dentro dos
limites de certas tradições sociais e pôde fazer inovações de acordo a condições locais.
– Ações não planejadas.
• Os presentes na cerimônia divididos em dois grupos raciais. Relação marcada por separação e reserva. Não se confrontam em situação de igualdade. Separação é também forma indireta de associação.
• Na zululândia um africano nunca poderá transformar-se em um branco. Para os brancos esta separação é um valor dominante.
• Zulus separados em dois grupos, Unidos na celebração de um assunto de interesse comum.
• Relações freqüentemente marcadas por hostilidade e conflito.
• Grupos com status diferentes (brancos e zulus)– Posição dominante dos europeus– Inter-relação
• Separação• Conflito• Cooperação
• Governo detém a autoridade suprema da força, da penalidade, do aprisionamento.
• Governo funções judiciais, administrativas e ambientais.
• Zulus que ocupam posições governamentais– Dever em relação ao governo, manter a
ordem.
Comissário chefe/regente
• Zulus interligados com brancos no aspecto econômico, como trabalhadores não qualificados.
• Zulus dependem do dinheiro• Integração econômico num sistema
industrial e agrícola.– Fluxo dos trabalhadores (1/3 ausente). – Organizados pelos empregadores– Agrupamentos por parentesco e identidade
tribal• Zulus / Bantus
– Autoridade no trabalho separada de autoridade tradicional (no trabalho autoridades brancas)
• Chefe zulu não tem palavra em assuntos que envolvam zulus e brancos.
• Governo, manter e controlar o fluxo de mão de obra ( e evitar que se fixem nas cidades).
• Desenvolvimento da reserva como secundário• Contradição com êxito de leilões de gado.• Contradições da estrutura.• Sindicatos (pouca colaboração entre Africanos e
brancos)• A oposição africana à dominação européia,
liderada por capitalistas e trabalhadores qualificados, está começando a se expressar na Indústria
• Lealdade tribal vs lealdade sindical
• Oposição zulu ao domínio europeu se expressa também em organizações religiosas.
• Estratificação da organização do trabalho (capitalistas, trabalhadores qualificados/ camponeses, trabalhadores não qualificados; corte racial).
• Línguas diferentes• Modos de vida e costumes diferentes, valores e
organização social.• Situações de cooperação (cerimônia).• Base material de diferenciação e cooperação
• Ambientes sociais especiais: missão, hospital, centros de treinamento.
• Separação sexual• Relações pessoais no trabalho (castigos e
exploração, memória seletiva). • Divisão entre pagãos e cristãos entre os
Zulus, cisão não é absoluta, laços de parentesco, cor, aliança política e cultura.
• Divisões sociais entre os zulus• Trabalho asalariado/subsistência• Trabalho para o governo• Cristãos (escolas e hospitais)• Zulus associados a brancos• Divisões em tribos• Regente• Tribos hostis entre sim, mesma nação
frente a outros. Relação com Bantu em oposição ais brancos.
• Apoio ao governo na Guerra
• Sítios habitados por um grupo de agnatas com suas esposas e filhos.
• Grande parte da vida dispendida nos agrupamentos com parentes e vizinhos. Tensões, acusações de bruxaria
• Laços de parentesco• Novos costumes cristãos estão
enfraquecendo o parentesco. • Contraste entre inauguração
(cooperação), com fazendas e cidades (conflito)
• Relações entre europeus funcionários da reserva e zulus (ligados pela rotina da administração)– A favor dos zulus frente a outros brancos,
contudo unem-se contra o grupo africano quando agem como membros do grupo branco em oposição aos africanos
• Missionários “protegem” os zulus dos brancos e ao mesmo tempo os tornam mais dispostos a aceitarem valores europeus.
• Funcionamento da estrutura social em termos de relações entre grupos, indicando algumas complexidades que permeiam essas relações.
• Pessoas podem pertencer a inúmeros grupos, em oposição ou unidos em diferentes situações.
• Comportamento dos indivíduos• Grupos principais, divididos em grupos
subsidiários, formalizados e não formalizados, sendo que de acordo com interesses, valores e motivos determinam seu comportamento em situações diferentes, o individuo modifica sua participação nesses grupos.
• Através da comparação de inúmeras situações seremos capazes de delinear o equilibro da estrutura social de Zululândia em um certo período de tempo. A hegemonia do grupo branco é o fator social principal na manutenção deste equilibro.
• As mudanças de participação nos grupos em situações diferentes revela o funcionamento da estrutura, pois a a participação do indivíduo e determinada pelos motivos e valores. Os mesmos podem ser contraditórios.
• As contradições transformam-se em conflitos na medida em que a freqüência e importância relativa das diferentes situações aumentam no funcionamento das organizações.
• Relações que envolvem africanos e brancos estão tornando-se dominantes
• Um número cada vez menor de zulus está se comportando como membro do grupo africano em oposição ao grupo branco. Esta situação afeta as relações entre africanos.
• Influências de valores e grupos diferentes produzem conflitos na personalidade do indivíduo zulu e ba estrutura social de Zululândia. Estes conflitos fazem parte da estrutura social.
• Estes conflitos imanentes no interior da estrutura de Zululândia irão a desencadear seu futuro desenvolvimento.