documento protegido pela lei de direito autoral · conforme melendo (1998, p, 19), “a relação...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
JOGO E APRENDIZAGEM
Por: Renata Oliveira Delfino
Orientador
Prof. Narcisa de Melo
Niterói
2013
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GADUAÇÃO LATO SENSU
JOGO E APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia.
Por: . Narcisa melo
AGRADECIMENTOS
.... A Deus por ter me dado força para
superar os obstáculos que estiveram
em meus caminhos, se o qual nada
teria feito.
DEDICATÓRIA
.....dedica-se aos meus pais ,aos meus
filhos e ao meu marido e familiares e
amigos de que de muitas formas me
incentivaram e ajudaram para que fosse
possível a realização e concretização
deste trabalho.
RESUMO
Este trabalho teve como finalidade de trazer à tona a discursão sobre como a
abordagem do ensino de um professor pode favorecer o processo de ensino
aprendizagem de um aluno através dos jogos e brincadeiras .A fim de analisar
a importância dos jogos e brincadeiras na sala de aula despertando interesses
em aprender de forma lúdica e prazerosa influenciando no seu
desenvolvimento cognitivo ,emocional e motor. Partindo do pressuposto de que
o conhecimento a cerca desta disfunção poderá levar o professor a modificar a
abordagem de ensino revendo seus posicionamentos teóricos e suas práticas.
Este trabalho busca ilustrar de que forma torna-se possível estabelecer ligação
entre teoria e prática.
Palavras chave : jogos , ensino-aprendizagem, professor e aluno.
METODOLOGIA
Para a pesquisa quantitativa em questão , utilizei a abordagem qualitativa
esse tipo trabalha o universo dos significados, dos motivos e das atitudes.
A abordagem qualitativa se aprofunda dos significados e precisa ser
interpretada pelo pesquisador que é influenciado pelo textos lidos, resultado de
experiências .Na pesquisa bibliográfica existe uma interlocução entre o
pesquisador e o texto.
Minha fonte foi obtida através de pesquisa bibliográfica com consultas,
livros, revistas, sites e entrevista com duas professoras da Educação Infantil
que teve duração de 1 hora , foi utilizado questionário que dizem respeito a
Importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil.
O nome dos principais autores e teóricos que foram utilizados para
realização deste trabalho foram Piaget, Vygotsky, Pozas ,Freire ,Santos e
Kishimoto. Os principais foram Pozas , kishimoto e Piaget.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 10
CAPÍTULO II
JOGOS E BRINCADEIRAS 17
CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS 34
ANEXOS 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é analisar a influência dos jogos na
aprendizagem dos alunos de 0 a 6 anos de idade. Assim sendo, este estudo foi
dividido em três capítulos. No primeiro capítulo pretendeu-se analisar o
comportamento humano e as características ambientais diante dos jogos e
brincadeiras. No segundo ,por sua vez, objetivou-se que os jogos e
brincadeiras desenvolve várias habilidades sejam motoras, cognitivas, social e
a criatividade., por fim ,no terceiro capítulo procurou-se compreender que sem
a determinação do tempo e o espaço as crianças não conseguiram
desenvolver suas habilidades.
Esse estudo pretende demonstrar como ocorre o desenvolvimento infantil e
sua influência a partir das descobertas de vários pesquisadores , entretanto
esses fatos foram sendo colocados em práticas a poucos anos porque muitos
educadores, assim como os pais ainda não tinham conhecimentos sobre a
importância deste.
Piaget foi um grande percussor nesta área e pode com suas pesquisas
abordar de forma clara como isso ocorre e assim ajudar a compreendê-lo.
Muito se tem discutido qual a importância dos jogos e brincadeiras no
desenvolvimento infantil, a partir de estudos de alguns autores como Pozas,
Vygotsky, Santos, Kishimoto demonstram a sua preocupação em compreender
este fenômeno.
Ressalto-se ainda a importância do jogo na aprendizagem mostrando a
dificuldade que há em incluir este como prática essencial do desenvolvimento
da criança.
A partir do século xx os enfoques era apenas para situar o sujeito e suas
características ambientais e inatas. Após muitas discursões, alguns teóricos
passaram a estudar o comportamento humano. Piaget foi um grandepercussor
10
Capítulo I
Desenvolvimento Infantil
Os estudos sobre o desenvolvimento infantil tiveram um avanço a partir de
abordagens interacionistas .Anteriormente a elas, na virada do século xx,
apenas os enfoques que situavam o sujeito dentro das características
ambientais ou em características inatas prevaleciam nas abordagens da
Psicologia. Muito se discutia sobre como abordar o comportamento humano,
com sua complexidade e suas características tão peculiares. Foi tão
efervescente aquele momento que vários teóricos propuseram estudar o
comportamento humano de maneira própria, ou seja, buscando romper com o
dualismo que propunha ambiente e corpo.
Piaget considera que o indivíduo se desenvolve a partir da sua ação sobre
o meio que está inserido Ele prioriza os fatores biológicos influenciando no
desenvolvimento mental. Para ele, não se pode fazer dissociação entre
crescimento mental do indivíduo, crescimento físico, maturação e sistema
nervoso.
Um dos pontos principais da obra de Piaget esta na perspectiva construtiva
do ser humano. Através dos seus estudos fica claro que ele vem conceber uma
criança em constante processo de aprendizagem, construindo-se pelas
interações com os objetos. Essa foi uma das características da sua obra que
tornou uma das maiores contribuições Para a Psicologia do Desenvolvimento,
pois muitos Psicólogos, a partir da sua obra , puderam ter claro que a
constituição do ser humano é um processo que as ações são construídas
sucessivamente e precisam acontecer ao longo da vida da criança. Os estudos
de Psicologia passaram a levar em conta o modo como a criança aprende. As
pesquisas foram realizadas a partir do método clínico desenvolvido por Piaget
para estudar as características do pensamento infantil das crianças em
diferentes lugares do mundo. As pesquisas sobre o desenvolvimento infantil de
11
Piaget foram iniciadas por meios da observações de seus filhos. A construção
dos estágios do pensamento infantil foi produto desta tarefa longa e
meticulosamente produzida.
O desenvolvimento foi caracterizado por um processo sucessivo de
equilibrações . Esse desenvolvimento, apesar de contínuo, é caracterizado por
determinadas formas de pensar e agir em diferentes idades, formas que o autor
denominou estágios e refletem os diferentes modos da criança pensar ao longo
de sua vida. Segundo Piaget, o desenvolvimento passa por quatro diferentes
estágios: sensório- motor, pré- operatório, operatório- concreto e operatório
formal.
Sensório-motor (0-2 anos)
A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir
esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática.
As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o
meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê"
o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um
objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Pré-operatório ( 2-7 anos)
12
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se,
principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no
estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar,
abstratamente, no lugar do outro.
Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por
quês").
Já pode agir por simulação, "como se".
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma
delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue
igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona
Operatório-concreto(7-11 anos)
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem,
casualidade, já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados
da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende
do mundo concreto para chegar à abstração.
desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma
anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
13
Exemplos:
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a
criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma
vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
Operatório-formal( 12 anos em diante)
A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita
mais a representação imediata nem somente às relações previamente
existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente
buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da
realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível
mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio
lógico a todas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha
enche o papo", a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a
imagem de uma galinha comendo grãos.
Segundo a psicopedagogia a interação em qualquer ambiente nasce da
aceitação do outro onde o respeito e o acolhimento facilita a convivência entre
os seres humanos. Na escola, o ambiente das relações interpessoais, deve
estar focalizando a constituição do eu, a compreensão do indivíduo com suas
diferenças e qualidades, para ter condições de vida nos grupos.
Conforme Patto (1997, p. 319), “a educação para o mundo humano se dá num
processo de interação constante, em que nos vemos através dos outros, e em
que vemos os outros através de nós mesmos”.
14
Os grupos sociais representam o lócus onde os indivíduos estão inseridos, por
isto são elementos básicos na sociedade onde a troca de conhecimento pode,
por muitas vezes, ajudá-los a ter um bom desempenho nas relações
interpessoais, no ambiente onde se encontram inseridos.
Na prática profissional a troca de conhecimentos é indispensável para um
bom relacionamento, porque passamos mais tempo em nosso ambiente de
trabalho que em nosso lar, e ainda assim não nos damos conta da importância
de estarmos em um ambiente saudável e o quanto isto depende de cada um e
do coletivo.
Percebe-se que as diferenças individuais não são apenas corporais ou
intelectuais, as pessoas são individuais e únicas. É bem verdade que há
semelhança entre elas, mas há algo que as diferencia umas das outras. No
grupo, essas diferenças são importantes e devem ser respeitadas. É notória a
grande necessidade de que temos de nos expressar, e quando não somos bem
aceitos pelo outro, isso pode gerar conflitos.
Conforme Melendo (1998, p, 19), “a relação interpessoal significa saber
escutar. A escuta é um ato próprio e exclusivo do ser humano é, um ato
consciente, voluntário e livre. Saber escutar é ter uma atitude de respeito,
acolhida e aceitação do outro”.
Muitos estudos têm afirmado que a escola tem o papel de socializar o
conhecimento organizado, este que a sociedade julga necessário, mas também
pelo desenvolvimento de seus membros, objetivando sua interação como
cidadãos autônomos e conscientes em uma sociedade democrática.
Infelizmente, ainda existem professores conservadores com
comportamento autoritário, não dando importância à interação como uma das
formas de obter conhecimento, com isto o relacionamento interpessoal
15
professor / professora e aluno / aluna ficam restritos somente em “transmitir”
saberes.
Detectamos também que as relações interpessoais, não só entre professor /
professora e aluno / aluna, mas entre os próprios alunos não são boas. Em
nosso entendimento, o grande desafio é colocar-se no lugar do outro para
compreender o seu ponto de vista, com isto busca-se desenvolver a
solidariedade e aprender a conviver com as diferenças.
Em Vygotsky, ao contrário de Piaget, o desenvolvimento –principalmente o
psicológico/mental (que é promovido pela convivência social, pelo processo de
socialização, além das maturações orgânicas) – depende da aprendizagem na
medida em que se dá por processos de internalização de conceitos, que são
promovidos pela aprendizagem social, principalmente aquela planejada no
meio escolar,ou seja, para Vygotsky, não é suficiente ter todo o aparato
biológico da espécie para realizar uma tarefa se o indivíduo não participa de
ambientes práticas específicas que propiciem esta aprendizagem. Não
podemos pensar que a criança vai se desenvolver com o tempo, pois esta não
tem, por si só ,instrumentos para percorrer sozinha o caminho do
desenvolvimento, que dependerá das suas aprendizagens mediante as
experiências a que foi exposta.
Neste modelo, o sujeito – no caso, a criança – é reconhecida como ser
pensante, capaz de vincular sua ação à representação de mundo que constitui
sua cultura, sendo a escola um espaço e um tempo onde este processo é
vivenciado, onde o processo de ensino-aprendizagem envolve diretamente a
interação entre sujeitos. Essa interação e sua relação com a imbricação entre
os processos de ensino e aprendizagem podem ser melhor compreendidos
quando nos remetemos ao conceito de ZDP. Para Vygotsky (1996), Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP), é a distância entre o nível de
desenvolvimento real, ou seja, determinado pela capacidade de resolver
problemas independentemente, e o nível de desenvolvimento proximal,
demarcado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda de um
parceiro mais experiente. São as aprendizagens que ocorrem na ZDP que
16
fazem com que a criança se desenvolva ainda mais, ou seja, desenvolvimento
com aprendizagem na ZDP leva a mais desenvolvimento, por isso dizemos que
,para Vygotsky, tais processos são indissociáveis.
É justamente nesta zona de desenvolvimento proximal que a
aprendizagem vai ocorrer. A função de um educador escolar, por exemplo,
seria, então, a de favorecer esta aprendizagem, servindo de mediador entre
acriança e o mundo. Como foi destacado anteriormente, é no âmago das
interações no interior do coletivo, das relações com o outro, que a criança terá
condições de construir suas próprias estruturas psicológicas .
Veja que esta diferença de concepções entre Piaget e Vygotsky se dá, em
grande parte, pelo fato de que , para Piaget, desenvolvimento ´maturação’, e
para Vygotsky, o termo também compreende o desenvolvimento psicológico. É
assim que as crianças, possuindo habilidades parciais, as desenvolvem com a
ajuda de parceiros mais habilitados (mediadores) até que tais habilidades
passem de parciais a totais. Temos que trabalhar, portanto, com a estimativa
das potencialidades da criança, potencialidades estas que, para tornarem-se
desenvolvimento efetivo, exigem que o processo de aprendizagem, os
mediadores e as ferramentas estejam distribuídas em um ambiente adequado
(Vasconcellos e Valsiner, 1995).Temos portanto uma interação entre
desenvolvimento e aprendizagem ,que se dá da seguinte maneira: em um
contexto cultural, com aparato biológico básico interagir, o indivíduo se
desenvolve movido por mecanismos de aprendizagem provocados por
mediadores. Para Vygotsky, o processo de aprendizagem deve ser olhado por
uma ótica prospectiva, ou seja, não deve focalizar o que a criança aprendeu,
mas sim oque ela está aprendendo.
17
CAPÍTULO II
JOGOS E BRINCADEIRAS
O jogo é , sem dúvida , a atividade mais importante na Educação. Essa
palavra sempre causou muita discussão quanto à sua definição e à ação
prática e até hoje suscita livros e escritos, buscando-se uma definição que
abranja toda a diversidade contida no ato de jogar.
Na Educação, estas discussões sempre estiveram ligadas às atividades
lúdicas fundamentais na formação dos jovens e crianças e verdadeiras
facilitadoras dos relacionamentos e das vivências dentro da sala de aula. As
atividades lúdicas promovem a imaginação e , principalmente, as
transformações do sujeito em relação ao seu objeto de aprendizagem. O
caráter de integração e interação contida nas atividades lúdicas fez com que a
Educação infantil e o Ensino fundamental utilizassem constantemente estas
atividades para integrar o conhecimento com uma ação prática dos nossos
alunos.
Parece ser um consenso entre o s autores da Educação que o jogo é
fundamental no ato de aprender e ensinar de forma vivencial .Referindo-se às
crianças, os autores são unânimes quando dizem que o jogo é a base
epistemológica da Educação .Por esse motivo , o jogo tem um papel
fundamental na Educação Infantil, pois é a base do desenvolvimento do ser
humano .O jogo possui aspectos fundamentais para a aprendizagem racional e
emocional.
Existem muitas teorias sobre o jogo, mas as pesquisas científicas sobre o
jogo só começaram no século XIX, a partir das pesquisas evolucionistas e
desenvolvimentistas, que passaram a estudar o jogo infantil. O psicólogo norte-
americano Stanleyhall defendia então a ideia de que o infantil recapitula toda a
18
história do pensamento humano. Mais adiante o jogo foi enfatizado como um
modo de preservação dos costumes infantis.
Ao acompanhar a evolução das pesquisas sobre o jogo, o brincar e o
brinquedo no universo infantil, encontramos os fascinantes pensamentos de
Piaget e Vygotsky .Na releitura desse autores, encontramos vários fatores que
aproximam um do outro, e isso desmitifica a ideia de temos de seguir uma linha
na Educação.
Piaget ilustra muito bem o seu caráter abrangente e imaginativo: ”quando
brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com
realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto,
mas da função que a criança lhe atribuiu (PIAGET,1971,P.97).
Piaget aborda e valoriza, em suas fases de desenvolvimento da inteligência na
criança, os tipos de jogos mais adequados para cada uma dessas fases. E isto
é verdadeiro: o jogo é diferente para cada idade, cultura e meio, para as
verdades de cada comunidade.
Vygotsky, apesar de ter dedicado ao estudo específicos do
desenvolvimento infantil, tem muitas contribuições que podem ser usadas na
educação dessas crianças .Ele afirma, por exemplo, que os fatores biológicos
são predominantes sobre os sociais no início do desenvolvimento humano .E,
pouco a pouco, a integração social torna-se fundamental para o
desenvolvimento do pensamento.
Para Vygotsky, a criança é introduzida no mundo adulto pelo jogo e sua
imaginação (estimulada por meio de jogos)pode contribuir para expansão de
suas habilidades conceituais.
Quando propomos um jogo, além dos objetivos cognitivos a serem
alcançados, esperamos que nossas crianças sejam capaz de :respeitar limites,
socializar, criar e explorar a criatividade, interagir e aprender a pesquisar.
Para Vygotsky:
...o brincar e o brinquedo criam na criança uma nova forma de desejos
ensinam-na a desejar, relacionando seus desejos a um fictício, ao seu papel no
jogo e suas regras Dessa maneira, as maiorias aquisições de uma criança são
19
conseguidas nos brinquedos, aquisições que no futuro, tornar-se-ão seu nível
básico de ação e moralidade.
De acordo com as pesquisas de Pozas, a preocupação com a criança na
faixa etária entre 0 e 6 anos é recente .Até muito pouco ( e ainda hoje), a
criança era ( é ) vista como um ser em falta .A desvalorização de tudo que
vinha ou ia para ela fez com que os pesquisadores e educadores
concentrassem seus estudos em crianças de idade mais avançada, capazes
de compreensões e respostas mais adequadas às expectativas autocêntricas.
Hoje em dia , as pesquisas que tratam as crianças como cidadãs de pouca
idade e buscam práticas educativas que respeitem suas especificidades
começam a aparecer e a se multiplicar .A desconstrução de uma ideia de mini
adulto é um caminho longo , mas o movimento já começou . Esta obra pautou-
se em uma concepção de criança contextualizada histórica, social e
culturalmente, que tem seu crescimento marcado pela não linearidade,
apostando sempre na construção de uma educação infantil mais criativa.
Conforme com as práticas educacionais, observam-se duas maneiras de se
promover tais as atividades lúdicas: a brincadeira dirigida pela professora, com
o intuito de desenvolver determinadas habilidades, e a brincadeira livre, que
possibilita a criança exercer seu desejo e sua decisão.
Partindo do mesmo pressuposto teórico que conclama a importância do
espaço de brincar, diversas instituições, especialmente, de educação infantil,
têm trazido a brincadeira para o seu interior, mas dando a ela um caráter
pedagógico, isto é, o brincar a serviço do desenvolvimento motor, da
linguagem, da matemática etc.
Na escola de hoje, algumas práticas ancestrais são repetidas por absoluta
falta de questionamento. Uma herança da educação bancária, como diria Paulo
Freire, imobilizou os sonhos e cristalizou os medos. Não se ousa ousar !Com
isso, a Educação Infantil, impregnada de práticas compensatórias, repete,
parcialmente, as receitas de preparação para o futuro
20
Mais uma vez , ouvindo o poeta, que se façam os caminhos novos, passos de
dança e escadas que levem a novas construções, as quais possibilitem às
crianças cidadãs exercitarem sua liberdade criadora.
Para os que veem a liberdade da criança nas brincadeiras como algo
desordenado e fora de controle, Leite lembra que:
A brincadeira ajuda a organizar as ações e a realinhar o real.
Defendendo o direito a brincadeiras sem amarras, sem pedagogia que não
quer dizer sem regras. Pontua-se que, se de um lado os jogos já congregam
sua regras preestabelecidas, inversamente, nas brincadeiras, as regras são
construídas à medida que se desenrolam, de forma flexível e passageira, por
aqueles que brincam .Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos
compreender sua natureza, e nessa busca encontramos o BRINCAR como
necessidade básica que surge nela muito cedo.
Muitos estudiosos defendem a ideia de que a criança brinca porque gosta
de brincar, e quando isso não acontece, alguma coisa não está bem com ela.
Enquanto uns dizem que a criança brinca por prazer, outros dizem que ela
brinca para dominar angústias ou dar vazão à agressividade.
Na busca de resposta a esta questão encontra-se muitas formas de enfocar o
brincar , todas elas com uma base teórica consistente.
Assim, o brincar é enfocado tanto como fenômeno filosófico como sociológico,
psicológico, criativo, psicoterapêutico, pedagógico, e também por outros
ângulos de abrangência mais restrita e particularizada.
A partir de tudo que foi dito sobre o brincar nos mais diferentes enfoques,
pode-se perceber que ele está presente em todas as dimensões da existência
do ser humano e muito especialmente, na vida das crianças .Pode-se afirmar
que realmente BRINCAR É VIVER, e as crianças brincam porque esta é uma
necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde e a educação.
Kishimoto (2003,p.45) acentua que os jogos culturais infantis, quando utilizados
nas instituições de ensino para auxiliar o processo de ensino aprendizagem da
criança, deixa de ser apenas uma brincadeira prazerosa e inocente, pois a
intenção pedagógica é promover o desenvolvimento da criança.
21
A mesma autora alega, em seus estudos referentes às brincadeiras infantis,
que com as mudanças e as melhorias socioeconômicas da população as
cidades estão modificando sua paisagem em consequência das grandes
indústrias e da urbanização. Desse modo, vão reduzindo as áreas públicas de
práticas de lazer livre, como ruas e praças. Promovendo, assim, o
esquecimento das brincadeiras populares que fazem parte da cultura infantil.
Segundo Kishimoto (2003,p.34), a aprendizagem envolve a afetividade e a
cognição, pois o educador deve estabelecer relações de afeto, confiança, de
forma que a criança adquira a autonomia e possa interagir. Portanto, ela se
realiza, com sua curiosidade, constrói, inventa e amplia o seu conhecimento. O
mediador ao acompanhar a criança na construção do conhecimento deve
valorizar a espontaneidade, ouvir suas dúvidas, relatos pessoais, desafiando-a
como sujeito capaz de se adaptar à infância. A mesma autora ressalta que o
jogo não deve ser utilizado apenas como brincadeira ou forma de extravasar
energia, pois ele propicia à criança o desenvolvimento dos aspectos físico,
cognitivo e social, uma vez que:
As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem;
sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivos quanto
emocionais. Estando mais motivadas durante o jogo, ficam também mais ativas
mentalmente. (KISHIMOTO,2003, p.96).A criança motivada interessa-se pelo
jogo e supera as dificuldades.
A criança motivada interessa-se pelo jogo e supera as dificuldades
relacionadas à cognição e à emoção. O jogo, por ser livre de pressão,
proporciona a aprendizagem, estimula a moral, o interesse, fazendo com que a
criança descubra e reflita sua ação. Assim, com a experiência da criança, ela
se descobre, assimila e integra com o mundo que a rodeia.
De acordo com Referencial Curricular Nacional Brincar é uma das
atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia.
O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos,
22
sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que
ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças poderão
desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a
imitação, a memória, a imaginação .Amadurecem também algumas
capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e
experimentação de regras e papéis sociais.
A diferenciação de papéis se faz presente sobretudo no faz-de-conta, quando
as crianças brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o
paciente, heróis e vilões etc., imitando e recriando personagens observados ou
imaginados nas suas vivências.
A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança
aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imagem de uma
pessoa, de uma personagem, de um objeto e de situações que não estão
imediatamente presentes e perceptíveis para elas no momento e que evocam
emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras circunstâncias.
Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não
só de imitar a vida como também de transformá-la. Os heróis, por exemplo,
lutam contra seus inimigos, mas também podem ter filhos, cozinhar e ir ao
circo.
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar,
representar e comunicar de uma forma específica que uma coisa pode ser
outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser
um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-conta” que é outro. Brincar é,
assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências
prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou
provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem,
utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios,
ampliando-os e transformando-os por meio da criação de uma situação
imaginária nova. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna
das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação
23
da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam- se autoras de seus
papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e
conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e
solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade
imediata.
Para que o faz-de-conta torne-se, de fato, uma prática cotidiana entre as
crianças é preciso que se organize na sala um espaço para essa atividade,
separado por uma cortina, biombo ou outro recurso qualquer, no qual as
crianças poderão se esconder, fantasiar-se, brincar sozinhas ou em grupos, de
casinha, construir uma nave espacial ou um trem etc.
Teixeira e outros (2003, p.34) esclarecem que:
As brincadeiras são fundamentais na vida da criança, porque são nessas
atividades que ela constrói seus valores, socializa-se (...), cria seu mundo,
desperta vontade, adquire consciência e sai em busca do outro pela
necessidade que tem de companheiros. Portanto, não permitir as brincadeiras
será uma violência para o desenvolvimento harmônico das crianças Dessa
maneira, o brincar é a principal atividade da criança.
As brincadeiras e jogos são terapêuticos por serem um espaço simbólico
em que o sujeito irá integrar o mundo interno e externo. Através da brincadeira,
a criança constrói uma ponte por onde passa os significados simbólicos dos
objetos para a investigação ativa de suas verdadeiras funções e
particularidades.
O lúdico é um espaço mental, uma realidade intermediária entre o mundo
interno e o mundo externo que, segundo WINNICOTT (1975), se origina na
relação mamãe-bebê. Para o bebê, ele e sua mãe formam uma unidade, uma
simbiose. Toda a satisfação provinda dessa relação, o bebê acredita que foi ele
que criou. Nos momentos de separação entre a mãe e o bebê, na falta dessa
24
mãe, vai se construindo a individualização, através da experiência da desilusão
e a esperança de que a mãe voltará.
O lúdico se origina da ausência da mãe, pois na mente sua existência
está registrada. Essa experiência é chamada de Fenômeno Transicional, que
ensina a enfrentar o medo do novo, carregando a confiança apesar da
ambiguidade e das dificuldades. Dessa forma, o lúdico supõe vínculo,
interação, diálogo e confiança.
É no brincar que a criança se insere no mundo interno e externo podendo
integrar o princípio do prazer com o da realidade, moderando suas exigências
internas com o que é factível. Isto é, através dos jogos é possível aprender a
satisfazer as exigências internas e externas beneficiando a si próprio e aos
outros.
Nos jogos e brincadeiras, a criança é convidada a criar um mundo
simbólico, uma nova oportunidade de ser, conservando suas características
próprias e desafiando suas dificuldades. Além de desenvolver aspectos
intelectuais, trabalham a perseverança, a persistência; sendo que alguns jogos
exigem atenção redobrada e não são resolvidos com facilidade. Esse aspecto é
fundamental para a intervenção psicopedagógica, pois através de uma
abordagem lúdica, pode-se trabalhar a busca do êxito em múltiplas tentativas-
erro, a persistência e a segurança de que o mundo não irá acabar .Propondo
brincadeiras simbólicas, teatro, psicodrama, pode-se compreender como uma
criança vê e constrói o mundo, quais as suas preocupações e aflições, que
problemas a inquietam, seus sonhos e ideais. Pela brincadeira, ela expressa o
que teria dificuldade de colocar em palavras.
Os jogos possuem um caráter distinto do psicodrama, pois exigem regras
e os seus instrumentos devem ser utilizados do modo para o qual foram
criados, respeitando a proposta e o desafio do jogo. Não se pode esquecer que
nos jogos de regras há também o propósito de ganhar ou perder o jogo.
O jogo de construção
25
O jogo de construção, enfatizado por Freire (2002), difere da caracterização
de Souza (2006) e é mais uma forma de desenvolvimento da criança, uma
mudança no ato de brincar:
O jogo como o desenvolvimento infantil, evolui de um simples jogo de
exercício, passando pelo jogo simbólico e o de construção, até chegar ao jogo
social. No primeiro deles, a atividade lúdica refere-se ao movimento corporal
sem verbalização; o segundo é o faz-de-conta, a fantasia; o jogo de construção
é uma espécie de transição para o social. Por fim o jogo social é aquele
marcado pela atividade coletiva de intensificar trocas e a consideração pelas
regras (FREIRE, 2002, p.69).
Ao trabalhar com o próprio corpo, a criança tem certa dificuldade em
interpretar o simbolismo com o ato corporal. Mas, com a evolução do brincar,
suas descrições verbais passam aos objetos utilizados, procurando reproduzir
com materiais o que caracteriza o jogo de construção.
O jogo de construção deixa de lado um pouco o simbolismo, para
desenvolver a socialização da criança com o mundo social. Para que a criança
encontre amplo espaço de expressão dentro do jogo de construção, precisa
dispor de material variado e de contato com a natureza. O professor irá
trabalhar com os lados cognitivo, físico e afetivo da criança trazendo a
criatividade para dentro da sala de aula.
A improvisação de material é estimular a criatividade da criança para que ela
também possa fazer o mesmo, criar um brinquedo do seu próprio gosto. Isto irá
despertar o interesse da criança em aprender e a criar algo diferente. Materiais
diversificados trazem o lúdico como uma forma de aprendizado e
desenvolvimento: "O jogo contém um elemento de motivação que poucas
26
atividades teriam para a primeira infância: o prazer da atividade lúdica"
(FREIRE, 2002, p.75).
Tipos de brinquedos e brincadeiras Os brinquedos são objetos manipuláveis,
recursos voltados ao ensino que desenvolvem e educam de forma prazerosa;
permitindo a ação intencional, a manipulação de objetos, o desempenho da
ação sensório-motora e troca na interação, em um contexto diferenciado. A
função do brinquedo no processo pedagógico hoje é permitir o
desenvolvimento da criança na apreensão do mundo e em seus
conhecimentos. Para tanto, esse brinquedo pode ser escolhido voluntariamente
e vai atingir sua função lúdica quando propiciar prazer, diversão ou até mesmo
desprazer.
Os brinquedos educativos materializados destinados a ensinar estimulam o
raciocínio, atenção, concentração, compreensão, coordenação motora,
percepção visual, dentre outras. São brincadeiras com cores, formas,
tamanhos, brincadeiras de encaixe, que trabalham noções de seqüência;
quebra-cabeças que exigem a concentração, memória e raciocínio para juntar
uma peça na outra; tabuleiros que exigem a compreensão do número e das
operações matemáticas (FREIRE, 2002).
A psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em
conta as realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto.
Procurando estudar a construção do conhecimento em toda a sua
complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos,
afetivos e sociais que lhe estão incluídos. O uso do brinquedo / jogo educativo
com fins pedagógicos para situações de ensino-aprendizagem (a qual envolve
o ser humano em processos interativos, com suas cognições, afetividade,
corpo e interações sociais) é de grande relevância para desenvolvê-lo,
utilizando o jogo como ensino-aprendizagem na construção de conhecimento,
27
introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e
ação ativa e motivadora (KISHIMOTO, 2001).
A escola exige que as crianças leiam, escrevam, calculem; enfim, que
compartilhe símbolos, linguagens comuns a uma sociedade. Para que isso
aconteça, a atitude socializada deve ser praticada em carteiras estáticas e
uniformes, que isolem as crianças uma das outras, com tarefas individuais em
contraposição às possibilidades coletivas e trabalhos em equipes, que
valorizem e trabalhem as diferenças e diversidades dos alunos. Exige-se uma
atitude socializada, através de práticas individualizantes (FREIRE, 2002,
p.183). Este é um ponto paradoxal muito presente ainda na escola: como é
possível desenvolver e estimular o aspecto social e o convívio se as
perspectivas valorizam e instigam ao isolamento, competição e individualismo
desde a educação infantil.
sociedade. Somente as separam da realidade, dificultando seu crescimento
intelectual e social. Por essa razão, muitas crescem sem saber conviver e
trabalhar em grupo.
Através da atividade lúdica para o desempenho desta criança pode ajudá-la
a aprender a conviver com os colegas e aumentar seus conhecimentos.
Portanto, é importante demonstrar as relações entre os conteúdos da disciplina
Educação Física e as demais disciplinas, não na sua importância como meio
auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos comuns do conhecimento e
na dependência que o corpo e mente, ação e compreensão, possuem entre si.
Com relação aos pontos comuns:
Isolar a criança das outras não as ajuda a ter uma socialização agradável em
meio à
28
sociedade. Somente as separam da realidade, dificultando seu crescimento
intelectual e social. Por essa razão, muitas crescem sem saber conviver e
trabalhar em grupo.
Através da atividade lúdica para o desempenho desta criança pode ajudá-la
a aprender a conviver com os colegas e aumentar seus conhecimentos.
Portanto, é importante demonstrar as relações entre os conteúdos da disciplina
Educação Física e as demais disciplinas, não na sua importância como meio
auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos comuns do conhecimento e
na dependência que o corpo e mente, ação e compreensão, possuem entre si.
Com relação aos pontos comuns:
Dificilmente um professor de matemática deixaria de ressaltar o valor das
atividades físicas para dar destaque ao papel de sua disciplina na formação
das crianças, apresentando o quanto pode ser importante à motricidade para o
desenvolvimento da inteligência (FREIRE, 2002, p.182).
29
CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO
As noções de espaço e tempo são de suma importância, pois é a partir
delas que as relações sociais se estabelecem; por outro lado, são tão complexas que
a criança irá levar anos para aperfeiçoá-las(Santos,1996,p.45)
Há quem acredite que até os seis meses o bebê é apenas corpo e reflexo e
que nada pode ser feito para ele a não ser cuidar e alimentar. A criança ao
nascer é um ser social, e com tal, além do cuidado e alimentação , necessita
de amor, carinho e proteção para que os vínculos afetivos se estabeleçam, pois
tudo o que vem das pessoas que cuidam dela e do ambiente faz parte do seu
desenvolvimento.
A partir dos dois anos, com a manifestações simbólicas , a criança substitui
ações e objetos por símbolos. Isso leva às noções do espaço representativo
por meio de palavras e desenhos, embora ainda de forma rudimentar. Quanto
ao espaço a criança pode dar uma orientação melhor sobre um determinado
lugar, indicando onde mora, onde o pai trabalha, onde estão os brinquedos...
De acordo com as pesquisas feita por ela definiu-se que o tempo e o
espaço são determinantes para o desenvolvimento das crianças e que cada
faixa etária corresponde de maneira diferentes. Ao analisar obras da psicologia
observa-se em há descrição do desenvolvimento da criança a partir de fases
evolutivas ou estágios, tendo como referência principal na sua determinação a
30
idade cronológica. Entretanto, são parâmetros gerais que procuram descrever
o que a maioria das crianças é capaz de fazer num determinado espaço de
tempo, mas não deve ser considerado como regra geral.
Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos compreender sua
natureza, e nessa busca encontramos o BRINCAR como necessidade básica
que surge nela muito cedo.
Muitos estudiosos defendem a ideia de que a criança brinca porque gosta
de brincar, e quando isso não acontece, alguma coisa não está bem com ela.
Enquanto uns dizem que a criança brinca por prazer, outros dizem que ela
brinca para dominar angústias ou dar vazão à agressividade.
Na busca de resposta a esta questão encontramos muitas formas de
enfocar o brincar todas elas com uma base teórica consistente .Assim, o
brincar é enfocado tanto como fenômeno filosófico como sociológico,
psicológico, criativo, psicoterapêutico, pedagógico, e também por outros
ângulos de abrangência mais restrita e particularizada.
A partir de tudo que foi dito sobre o brincar nos mais diferentes enfoques,
pode-se perceber que ele está presente em todas as dimensões da existência
do ser humano e muito especialmente, na vida das crianças.
O jogo não deve ser utilizado apenas como brincadeira ou forma de
extravasar energia, pois ele propicia à criança o desenvolvimento dos aspectos
físico, cognitivo e social, uma vez que: Nesse espaço, pode-se deixar à
disposição das crianças panos coloridos, grandes e pequenos, grossos e finos,
opacos e transparentes; cordas; caixas de papelão para que as crianças
modifiquem e atualizem suas brincadeiras em função das necessidades de
cada enredo .Também pode ser afixado um espelho de corpo inteiro, de
maneira a que as crianças possam reconhecer-se, imitar-se, olhar-se, admirar-
se. Pode-se, ainda, agregar um pequeno baú de objetos e brinquedos úteis
para o faz-de-conta, que pode ser complementado por um gabideiro contendo
roupas velhas de adultos ou fantasias. Fundamentais, também, são os
materiais e acessórios para a casinha, tais como uma pequena cama, um
fogão confeccionado com uma velha caixa de papelão, louças, utensílios
31
variados etc. É importante ,porém, que esses materiais estejam organizados
segundo uma lógica; por exemplo, que as maquiagens estejam perto do
espelho e não dentro do fogão, de maneira a facilitar as ações simbólicas das
crianças.
Segundo kishimoto (2003,p.32), as atividades dirigidas constituem-se em ações
orientadas em busca de propósitos pedagógicos .
Em seus estudos expressam a necessidade de inserir na rotina da
Educação Infantil períodos de tempos onde a brincadeira possa desenvolver,
mostrando a situação de prazer proporcionada à criança ao brincar por ser uma
forma de expressão livre.” A professora Kishimoto também ressalta que as
pessoas não percebem a importância do brincar significativo. “O ato de brincar
implica em regras externas, em ver o outro e a cultura em que ele vivem em
casa, no mundo, com amigos .Hoje não há mais espaço nem tempo para essa
socialização. Acriança fica enfurnada na sala de aula ou fica em casa, sozinha,
vendo televisão. O adulto não ensina mais as brincadeiras do tempo da
infância dele. Há uma nova forma de vida na qual todos correm e a criança
perde a possibilidade de brincar e s expressar-se com a brincadeira.”
Segundo o PCN: O espaço e o tempo são fundamentais para o
desenvolvimento infantil, que o espaço seja concebido e criado pelo professor
a partir das condições existentes na escola, para favorecer a produção artística
dos alunos. Tal concepção diz respeito:
-à organização dos materiais a serem utilizados dentro do espaço de trabalho.
-à clareza visual e funcional do ambiente, incluindo a participação dos alunos
nessa proposta.
-à característica mutável e flexível do espaço, quer permita novos
remanejamentos na disposição de materiais, objetos e trabalhos, de acordo
com o andamento das atividades.
-um espaço assim concebido convida e proporciona a criação dos alunos .Um
espaço desorganizado, impessoal, repleto de clichês, como imagens
supostamente infantis, desmente o propósito enunciado pela área.
32
O modo como o espaço é organizado na instituição da infância é muito
revelador da pedagogia que é oferecida as crianças. O espaço é sempre
retrato da relação pedagógica.
Como afirma Ana Lúcia Goulart:
“Um espaço e o modo como é organizado resulta sempre das ideias, das
opções, dos saberes das pessoas que nele habitam. Portanto, o espaço de um
serviço voltado para as crianças traduz a cultura da infância, a imagem da
crianças, dos adultos que a organizaram; é uma poderosa mensagem do
projeto educativo concebido para aquele grupo de crianças”
Um espaço cercado por mesas e cadeiras enfileiradas revela que o movimento
das crianças não é considerado e que as propostas estão na mão do adulto
que é o único que precisa ser visto e ouvido.
A própria decoração do ambiente é reveladora. Muitas vezes, o adulto no
desejo de deixar o espaço bonito, o decora com cartazes e enfeites que não
tem significado para aquele grupo de crianças e que é um referencial apenas
para ele. Muitas revistas “pedagógicas” em especial aquelas destinadas a
educação infantil infelizmente apresentam alguns desses modelos.
Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos compreender sua
natureza, e nessa busca encontramos o BRINCAR como necessidade básica
que surge nela muito cedo.
Muitos estudiosos defendem a ideia de que a criança brinca porque gosta de
brincar, e quando isso não acontece, alguma coisa não está bem com ela.
Enquanto uns dizem que a criança brinca por prazer, outros dizem que ela
brinca para dominar angústias ou dar vazão à agressividade.
Na busca de resposta a esta questão encontramos muitas formas de enfocar o
brincar todas elas com uma base teórica consistente.
33
Assim, o brincar é enfocado tanto como fenômeno filosófico como sociológico,
psicológico, criativo, psicoterapêutico, pedagógico, e também por outros
ângulos de abrangência mais restrita e particularizada
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos avanços científicos, das pesquisas educacionais e das
políticas públicas pode-se constatar que o brincar é de suma importância para
o processo do desenvolvimento da criança que contribui para a formação e o
processo de aprendizagem.
A brincadeira e o jogo para as crianças não são apenas um passa –
tempo ou uma simples diversão, mas um momento onde se aprende o que
ninguém pode lhe ensinar. A escola é o centro do conhecimento, é o local
adequado para essa aprendizagem, por isso a necessidade das instituições de
Educação Infantil inserir jogos e brincadeiras nas atividades pedagógicas.
Com os dados obtidos pela entrevista realizada com os professores,
entende-se que os jogos fizeram e fazem parte do cotidiano das crianças.
.
35
ANEXO
ENTREVISTA
Entrevista com professores da rede particular.
Nome:Aline morais
Profissão:Pedagoga
1-Para você, qual a importância dos jogos e brincadeiras na educação
infantil?
N a minha opinião, os jogos e as brincadeiras são uma forma de
introduzir os conteúdos pedagógicos de forma lúdica e prazerosa.
2)No seu planejamento semanal, quantas brincadeiras e jogos são
inserido de acordo com o conteúdo?
No mínimo cinco brincadeiras e três jogos.
3)Qual a maior dificuldade de ensinar brincando?
A maior dificuldade é impor regras.
4)Você acha que a falta de recursos , tempo e a utilização de livros e
projetos dificulta a inserção das brincadeiras?
Sim, pois o conteúdo fica muito limitado.
36
5)Sabemos que os pais se preocupam mais com a higiene e
alimentação dos filhos do que com a própria aprendizagem. Isso atrapalha?
Sim, muitos pais ignoram principalmente a Educação Infantil, acham
que as creches só alimentam e higienizam as crianças. Não sabem que a
Educação Infantil é a base de toda a vida escolar.
6)Os professores tem consciência da importância do brincar e dos jogos
.Por que relutam em praticar?
Porque não querem ter trabalho, pois precisam sentar para elaborar
jogos e brincadeiras de acordo com o conteúdo proposto.
37
Entrevista com professores de rede particular.
Nome:Juliana Ramos
Profissão:Professora da Educação Infantil
1-Para você, qual a importância dos jogos e brincadeiras na educação
infantil?
Reforça aprendizagem
2)No seu planejamento semanal,quantas brincadeiras e jogos são
inserido de acordo com o conteúdo?
No mínimo cinco brincadeiras e três jogos.
3)Qual a maior dificuldade de ensinar brincando
É impor regras.
4)Você acha que a falta de recursos , tempo e a utilização de livros e
projetos dificulta a inserção das brincadeiras?
Sim , acaba tomando tempo e a gente tem que se prender ao livro.
5)Sabemos que os pais se preocupam mais com a higiene e
alimentação dos filhos do que com a própria aprendizagem.Isso atrapalha?
38
Sim, porque de acordo coma idade os pais não acham que a escola é só
para brincar.
6)Os professores tem consciência da importância do brincar e dos jogos
.Por que relutam em praticar?
Sim, eu acredito que é por causa do tempo.
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL .Ministério da Educação e do Desporto .Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil .Brasília:
MEC/SEEF,1998.
DANTAS ,Heloisa .Brincar e trabalhar .In :KISHIMOTO , Tzuko M.(Org.).O
brincar e suas teorias .São Paulo:Pioneira,1998.
KISHIMOTO, T. M.( org.). O Brincar e suas teorias .São Paulo:Pioneira,1998.
KISHIMOTO, T. M. A organização do tempo e do espaço .Disponível em
www.pt.scrib.com/doc/61444352/40.Acesso em :15 de dezembro de 2012.
KISHIMOTO,T.M jogos e brincadeiras .Disponível
em:www.formaremrede.org.br/biblioteca/0010.pdf.Acesso em 10 de dezembro
de 2012.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. Ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 1982.
POZAS, Denise .Criança que brinca mais aprende mais: a importância da
atividade lúdica para o desenvolvimento cognitivo infantil .Rio de Janeiro:
Editora Senac Rio,2011.