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18 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSUAVM FACULDADE INTEGRADA FORMAS GEOMÉTRICAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA GRADUAÇÃO EM MODA Por: Simone de Melo Vasconcelos Moraes de Oliveira Orientadora Prof. Msc. Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Prof. Msc. Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro ... Aos alunos da minha turma FAETEC do Curso de Corte e Costura, pela troca

18

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FORMAS GEOMÉTRICAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA

GRADUAÇÃO EM MODA

Por: Simone de Melo Vasconcelos Moraes de Oliveira

Orientadora

Prof. Msc. Mônica Ferreira de Melo

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FORMAS GEOMÉTRICAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA

GRADUAÇÃO EM MODA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Docência do Ensino Superior.

Por: Simone de Melo Vasconcelos Moraes de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

Nesta etapa final do Curso de Docência do Ensino Superior,

da AVM Faculdades Integradas, há uma saudade de um

tempo indelével em nossas vidas. Conhecemos diversas

pessoas que cruzaram nossos caminhos e muitas delas não

passam sem deixar um pouco de si em minha história.

Primeiramente, agradeço a minha orientadora Professora

Msc. Mônica Ferreira de Melo, pelo exemplo de dedicação,

determinação e paciência, sempre disponível a nos escutar e

orientar.

Ao professor Pedro Sayad pelos ensinamentos e as

valiosas contribuições para esta monografia.

Aos professores do curso de graduação, pelos

ensinamentos e os bons momentos vividos.

Aos professores Alcione Vasconcelos Reis, Gerson Reis,

Thiago Vieira e Marcelo Saldanha pela determinação e

disponibilidade, as críticas e ensinamentos, os bons

momentos vividos, me apoiando nos momentos mais difíceis,

mostrando-me que por mais adversas que as situações

possam parecer, somos capazes de superá-las.

Aos amigos da turma de Docência.

Aos alunos da minha turma FAETEC do Curso de Corte e

Costura, pela troca de experiências e muitas alegrias.

Ao meu esposo Paulo Moraes de Oliveira e nossas filhas

Marlene e Helena, agradeço em especial.

Aos meus pais Gilberto e Marlene, e aos meus irmãos:

Alcione, Lúcia, Mônica, Ismael, Gilberto, Sheila, Andréa,

Rosane, Júlio, Wellington, Rafael, Lilian e Luiz pelo exemplo

de dedicação e amor.

Obrigada a Deus e ao Frei Luiz por mais esta conquista.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Paulo Moraes de Oliveira

e minhas filhas Marlene e Helena pela

compreensão e carinho.

Dedico.

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EPÍGRAFE

“A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver.”

Nietzsche

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RESUMO

O presente estudo destaca a utilização das formas geométricas, uma

abordagem sobre a construção do vestuário, através da observação das ações

no cotidiano. Deste modo, o recorte escolhido delimita-se ao estudo em Moda

no período 2010/2013 em sua graduação. Desmistificando as ações

inconscientes que antes julgava como preconceituosas, mas como a

interpretação de um código de comunicação visual que remete ás relações de

imagens e memórias. Como exemplo quando observamos uma pessoa que se

apresenta com semelhanças ao arquétipo Marilyn Monroe, estrela cintilante do

cinema americano, que usava vestidos “acinturados”, alongados, nos trazem as

memórias de sedução. Enquanto, quando observamos a indumentária utilizada

por médicos e advogados, aliamos a ideia de sabedoria. A pesquisa também

destaca os conhecimentos, de como corrigir e valorizar a aparência pessoal a

fim de melhorar a autoestima. Este trabalho pretende, também, ressaltar a

importância do vestuário, a partir do estudo da construção da indumentária,

utilizando-se das formas geométricas harmônicas na produção pretendida

aliando aos arquétipos do inconsciente coletivo, e seu uso nas tendências de

moda e estilo.

Palavras-chave: Moda, Formas Geométricas, Construção da personagem.

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METODOLOGIA

A construção da metodologia foi realizada com a utilização da pesquisa

bibliográfica. Cumpre destacar a relevância do estudo que se justifica através

da modelagem, e da construção da indumentária do personagem aliando as

formas geométricas a elementos da linguagem visual e estética.

Necessário se faz mencionar que as obras citadas nesta pesquisa têm

por finalidade enriquecer nossas ponderações, entre elas estão: JUNG (2012),

AGUIAR (2004), PEZZOLO (2003), DUBURG (2012),DUARTE (1998), ERNER

(2005), SMITH (2012), LAVER (1989), BIONDO (2007), REGO (2007), MORS

DE CASTRO (2010), DUGGAN (2002) DONDIS (1998).

Estudando os arquétipos de Jung e o inconsciente coletivo, pude por em

prática os ensinamentos do professor Pedro Saiad na composição do figurino e

na análise do personagem que nos transformamos a cada dia. Neste mister

buscamos alcançar o estilo que reflita a própria identidade.

Nos estudos das teorias de Todeschini, Elam e Pezzolo identifiquei com

maior nitidez as formas geométricas que povoam o inconsciente coletivo. Das

ricas fontes de Duburg e Rosa retirei os subsídios que me deram a segurança

para a construção da indumentária apropriada.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - A GEOMETRIA DO TIPO FÍSICO 12

CAPÍTULO II - MODELAGEM PLANA E MOULAGE 19

CAPÍTULO III – A COMPOSIÇÃO DO PERSONAGEM 28

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 44

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INTRODUÇÃO

Desde a adolescência até os dias atuais se vivencia através das

experiências, impressões diretas ou indiretas o que existe nas mais diversas

formas de manifestações interpessoais.

Neste estudo pretendo destacar as etapas que levaram à escolha da

temática da pesquisa e o recorte mais adequado para o assunto escolhido.

Na vivência da experiência, sente-se o “preconceito” sociocultural, que

se faz presente pelas diferenças de oportunidades, cultura, etc.

Quando se ingressa na faculdade de Moda, busca-se um novo rumo.

Aprimoramos e aguçamos o olhar sobre a escolha mais adequada da

vestimenta, como uma alfabetização da história da imagem pessoal.

Durante a formação em Desing de Moda, tivemos o privilégio de assistir

as aulas do professor Pedro Saiad, renomado figurinista, cenógrafo, diretor de

arte de teatro, televisão, publicidade e cinema. A partir dele fui desmistificando

as ações inconscientes que antes julgava como “preconceituosas”, mas

posteriormente se valendo da interpretação de um código de comunicação

visual, dos arquétipos, que transportam as relações de imagens e memórias.

Como exemplo, o professor citou que ao vermos uma mulher que se apresenta

com semelhanças ao estilo Marilyn Monroe, que foi uma das mais famosas

estrelas do cinema de todos os tempos, um símbolo de sensualidade e

um ícone de popularidade no século XX, com vestidos “acinturados”, alongados

nos trazem as memórias de sedução.

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Da mesma maneira, vestuários utilizados por advogados, médicos,

professores, etc. onde se destacam as formas geométricas como triângulos e

retângulos, emitem a mensagem daqueles que detém a sabedoria.

Deste modo, aplicando os conhecimentos estudados: as formas, e

cores, texturas, etc., mais adequadas no vestuário observa-se uma mudança

significativa pessoal e no outro.

E mais ainda, compreende-se que podemos decodificar o que o outro

está sentindo ou expressando através de ações do cotidiano, de como

usa/escolhe seus acessórios, suas cores, suas formas geométricas, listras, etc.

Como cada um manifesta-se na indumentária, diz muito sobre si ou a

mensagem que deseja transmitir.

É salutar destacar o aperfeiçoamento dos conhecimentos, para

corrigindo e valorizando a vestimenta poder melhorar a autoestima da pessoa,

dentre outros benefícios.

Este trabalho visa ressaltar a importância do vestuário, a partir do estudo

da construção da indumentária, utilizando-se das formas geométricas

harmônicas na produção pretendida e fluindo reflexões sobre a composição da

personagem.

Tais pesquisas levam a questão central deste estudo: Como utilizar as

formas geométricas no estudo do vestuário, na produção de moda e na

construção da personagem?

Nosso objetivo é, também, trazer uma abordagem nova sobre a

construção do vestuário através da observação das formas geométricas e a

comunicação visual e os arquétipos presentes na escolha da vestimenta.

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Para podermos responder a estas questões e demonstrar a importância

do estudo de modelagem harmoniosa e adequada nas produções pretendidas,

tornou-se indispensável à revisão bibliográfica para o aprofundamento da

pesquisa delimitando-se o estudo na graduação em Moda em estudo na

FAETEC/RJ no período de 2010 e 2013.

Desta forma é forçoso destacar a relevância acadêmica que se justifica

pelo estudo da modelagem, e da construção da indumentária da personagem

através de formas geométricas.

Do ponto de vista profissional, destacamos a importância das formas

geométricas do vestuário e a comunicação visual.

Por fim, no âmbito social, a pesquisa objetiva valorizar a identidade e a

autoestima contribuindo na composição do vestuário.

Assim sendo, o presente estudo está estruturado em três capítulos, a

saber: o primeiro intitulado “A geometria do tipo físico” traz reflexões sobre

como o conhecimento de cores, formas e texturas, aliadas a geometria do

corpo podem contribuir para disfarçar e valorizar e como utilizar truques

simples na escolha do vestuário; o segundo capítulo, “Modelagem plana e

Moulagem” apresentam a arte e a técnica do design de moda e como explorar

a criatividade da criação em Moulagem, modelando sobre o corpo vivo ou o

manequim, numa visão tridimensional, favorecendo a visualização do caimento

e volume do tecido, facilitando os ajustes. Diferente da modelagem plana que

se constrói o molde a partir das medidas no plano bidimensional, baseia-se no

estudo da geometria aliado às medidas da silhueta do corpo; O terceiro, “A

composição do personagem” demonstra que podemos utilizar a vestimenta

como um objeto para simbolizar a impressão de nós mesmos, utilizando os

arquétipos presentes no inconsciente coletivo.

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CAPÍTULO I

A GEOMETRIA DO TIPO FÍSICO

“É pela análise do tipo físico que usamos a ferramenta da moda para

valorizar o que é bonito e esconder o que não queremos que

sobressaia. Uma roupa desproporcional em relação ao corpo destrói

qualquer look por mais harmonioso que seja.” (AGUIAR, 2004, p.177)

O tempo é o mentor que promove mudanças no corpo humano. Desde o

nascimento, as formas vão se modificando, acentuando-se com o passar dos

anos, seja pela imposição genética ou mesmo produzida em conformidade com

os cuidados individuais, estilo de vida etc.

O presente capítulo visa demonstrar como as formas geométricas

podem contribuir para uma construção de uma imagem estética utilizando

técnicas e estratégias compositivas.

Um modo fácil de visualizarmos as formas geométricas do corpo é

através de um espelho e uma simples fita métrica. As formas são mais fáceis

para compor a imagem como, por exemplo: TRIÂNGULO, RETÂNGULO,

OVAL. A mestra PEZZOLO (2003, p.18) faz uma análise do tipo físico de

pessoas que não possuem medidas padrão e encontram dificuldades de usar a

moda a seu favor (FIGURA 1): quadris volumosos e tronco miúdo, muito busto

e quadris normais; tronco curto e pernas normais; pernas curtas e tronco

normal; barriga proeminente; falta de bumbum; pernas finas; pernas grossas;

pouco busto.

“Seja qual for seu tipo físico há como operar milagres em sua silhueta

apostando no jogo das proporções” (PEZZOLO, 2003 p.19)

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FIGURA I - Qual é o seu tipo físico? (PEZZOLO, 2003, p.14).

Através do estudo e do olhar buscamos o conhecimento de como

elementos visuais, possibilitam estratégias e técnicas para a composição

estética mais adequada na busca da harmonia e equilíbrio na escolha da

indumentária a seu favor.

Escolher com sabedoria, formas, texturas, cores, padronagens e

modelagem, é o primeiro passo.

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1.1 - ANÁLISES DA APARÊNCIA E ESTILO

Diferenciando Moda e Estilo, Pezzolo (2003) diz:

“A moda, simplesmente, é uma determinação de

tendências de mercado. O estilo, porém, é elaborado; é

fruto da formação pessoal e se traduz num completo

conhecimento de si mesmo.” (p. 14)

Na revista Manequim (2013, 27/01, redemodaspot.com), encontramos

sugestão simples para avaliar o formato de uma silhueta: medindo a largura

dos ombros, cintura e quadris, apenas de uma lateral a outra. Se ombros,

quadris e cintura tiverem o mesmo tamanho, classifica-se como RETÂNGULO,

mas se a cintura é fina, TRIÂNGULO DUPLO ou AMPULHETA. Quadris mais

largos que os ombros e cintura, PERA, mas se os ombros forem maiores,

TRIÂNGULO INVERTIDO. O corpo OVAL tem a cintura um pouco maior que as

outras medidas (FIGURA 2).

FIGURA 2 - As formas geométricas (TODESCHINI, 2009, http//www.mulher

singular.com.br, acessado no 20/01/2013).

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1.2 – A LINGUAGEM DO CORPO

O corpo fala muito de cada um. Observe-se como senta, anda e a

postura da cabeça e ombros revela seu modo de ser. Faça uma avaliação de

sua silhueta, os pontos positivos e o que não lhe agrada, o que pode ser

corrigido. Avalie o que lhe incomoda, o que lhe valoriza.

Desta forma encontra-se o primeiro passo, em seguida o que a moda lhe

oferece para somar ao seu estilo, idade e forma física.

Com auxílio de técnica de uso de cores e formas, é possível disfarçar

imperfeições e ressaltar pontos positivos. Por exemplo, utilizando as cores:

claras e brilhantes aumentam, enquanto que escuras e foscas diminuem; cores

vibrantes evidenciam e as sóbrias suavizam e acalmam.

Contudo, atenção às padronagens. Aquelas com motivo geométrico,

florais e listras muito grandes são perigosas.

Assim sendo, optar pela modelagem mais adequada: linhas verticais

finas alongam e afinam o corpo avantajado e linhas horizontais, influem na

proporção. PEZZOLO (2003, p. 26 a 30) apresenta uma tabela simples

(FIGURA 3), com sugestões e orientações, com truques que se adaptam a

cada tipo físico .

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Figura3 - Suges

Lací Todeschini

traduzindo de maneira s

dicas de sugestões sim

FIGURA

http//www.mu

Sugestões e orientações (PEZZOLO, 2003, p.

chini (2009) nos mostra a estética para cada

neira simples e objetiva, as formas geométrica

s simples.

IGURA 4 - Forma OVAL (TODESCHINI, 2009,

mulhersingular.com.br, acessado no 20/01/

03, p.28 e 29)

cada tipo de corpo,

étricas de cada um e

2009,

/01/2013).

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OVAL- Chame atenção para o rosto, ombros e busto. Sobreposições de

cores e peças, ajudam na composição, com tecidos de bom caimento e ajuste

o que puder, logo abaixo do seio.

FIGURA 5 - Forma RETANGULAR (TODESCHINI, 2009, http//www.mulher

singular.com.br).

RETANGULAR - Escolha peças simples, sempre com a cintura marcada.

FIGURA 6 - Forma TRIÂNGULO com base (TODESCHINI, 2009,

http//www.mulhersingular.com.br, acessado no 20/01/2013 ).

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TRIANGULO - Minimize os quadris com tons mais escuros e com foco

em cima(estampas e acessórios). Detalhes que puxem a atenção para cima.

FIGURA 7 - Forma TRIÂNGULO INVERTIDO (TODESCHINI, 2009,

http//www.mulhersingular.com.br , acessado no 20/01/2013).

TRIANGULO INVERTIDO - Parte superior ajustada e parte inferior

(calças, saias e bermudas) mais soltas e alargando para baixo.

Após o estudo do tipo físico e da geometria do corpo, torna-se

necessário conhecermos breves informações sobre a confecção da peça de

roupa.

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CAPÍTULO II

MOULAGE E MODELAGEM PLANA

“Vestir uma mulher não é cobri-la com ornamentos, mas

sim sublimar o significado de seu corpo e realçá-lo,

envolver a natureza em um contorno capaz de acentuar

sua graça.” (Paul Poiret, estilista francês

(AGUIAR,2003,,p.82)

O objetivo deste capítulo é levar breves informações sobre as técnicas

de modelagem do tecido na confecção da vestimenta.

2.1 – Moulage

Moulage, palavra francesa que significa forma. Uma técnica de

modelagem tridimensional onde a construção da roupa é feita diretamente

sobre um busto de costura ou um modelo vivo. Isto facilita a visualização do

caimento e do volume, favorecendo a percepção do movimento e da

criatividade. A técnica de modelagem tridimensional proporciona melhores

condições para os ajustes, melhor acabamento e caimento. A moulage permite

uma amplitude de criatividade do profissional e uma visualização rápida e

eficaz na confecção, pois mostra a peça em três dimensões: frente, costas e

lateral.

Uma maneira fácil é usar papel fino próprio para costura, por ser mais

resistente, colocando-o sobre o manequim e fazendo as dobras, pences,

pregas, etc., alfinetando e marcando. Pode-se usar, também, tecidos de

algodão cru em suas diferentes gramaturas. Após este procedimento de

marcação coloque o molde sobre a mesa, desta forma a modelagem se

aproxima da perfeição do caimento do tecido, necessitando de pequenos ou

nenhum ajustes. Em seguida, transpor o molde para o tecido desejado,

respeitando o sentido do fio e o caimento do tecido. O manequim é para o

profissional de moda o equivalente à prancheta para o arquiteto.

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Através da dobradura do papel, os contornos do corpo, construindo

alças, mangas, saias, etc. Marcando pences, pregas e outras, o profissional

dialoga com o tecido.

“Moulage é um rio de tecido, com estreitamentos e

ampliações, diques e cachoeiras, deltas e afluentes

estagnados (...). O tecido modelado é energia pura.”

Dirk Lauwaert (DUBURG E TOL, 2012, p.9)

FOTOS 1 e 2 – Moulage - Fonte: Acervo pessoal

FOTO 1 FOTO 2

As informações são transportadas para o molde plano para

posteriormente colocá-lo sobre o tecido.

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Esta técnica exige experiência, prática e conhecimento do material.

Duburg (2012) afirma:

“Esse conhecimento é tradicionalmente passado de

mestre para aprendiz no atelier, e, hoje, algumas

escolas de moda ensinam moulage como parte

prática do curso. Um conhecimento teórico básico de

apoio à prática, porém não é um luxo

desnecessário.” (p. 09)

A maior vantagem deste procedimento é tornar o resultado

imediatamente visível ao contrário do molde desenhado no papel onde só

podemos visualizar depois de ser executado no tecido (toile). O material usado

na moulage é chamado toile, em francês, tecido.

2.2 – MODELAGEM PLANA A modelagem plana possui instrumentos específicos para medir e

marcar com precisão, como a fita métrica, a régua de costura, esquadros, giz

de alfaiate, lápis giz etc. Instrumentos de corte, vários tipos de tesouras de

costura, alfinetes, acessórios de passar etc. Os moldes possuem uma série de

instruções, linhas, pontos e outros símbolos impressos que auxiliam na

montagem da peça.

A modelagem é uma etapa significativa do momento de confecção da

roupa, é a técnica utilizada através da leitura e interpretação de um modelo

específico. Deste modo o estudo da silhueta, tecidos a fim de criar um estudo

da anatomia do corpo, utilizando os princípios da geometria. (ROSA,2008:p.20)

A seguir apresentaremos atividades desenvolvidas no Curso de Corte e

Costura FAETEC/2010

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FOTO 3 – Sala de máquinas do Curso Corte e costura -: FAETEC/2010

FOTO 4 - Uso do instrumento adequado para a modelagem plana

FOTO 5 - Testando a modelagem em escala reduzida, ¼ do tamanho real

Font

e: A

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Ace

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FOTO 6 - Molde sobre o tecido

Acervo

FOTO 7 - Peças confeccionadas pelas alunas do curso, em escala reduzida.

Font

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FOTO 8 - Mo

A modelagem pl

tecido ao meio, soment

2.3 – A modelagem na

Na antiguidade,circunferência, aproveifiguras 8 e 9 os desenh

Molde de base de blusa, do manequim 36 a

em plana parte do principio da simetria do co

mente sendo necessário fazer a metade da pe

m na antiguidade

idade, partia-se do ponto zero e consroveitando a flexibilidade do tecido cortado

esenhos dos povos da antiguidade e seus mold

FIGURA 8 = (KÖLER, 2001, p.80)

m 36 ao 50

do corpo, dobra-se o

da peça desejada.

construíam toda a ortado em viés. Nas s moldes

Font

e: A

cerv

o pe

ssoa

l

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FIGURA

FIGURA

com ca

Os maiores bene

série.

O conhecimento

confecção da peça de

caimento.

GURA 9 = (KÖLER, 2001, p.138)

URA 10 - Molde de capa espanhola do Séc XV

om caimento em viés. (KÖLER, 2001, p.325)

benefícios da modelagem plana diz respeito a

mento de modelagem plana e moulage con

ça de roupa com o melhor aproveitamento d

éc XVI,

325)

peito a produção em

e contribuem para a

ento do tecido e seu

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No capítulo seguinte, refletiremos sobre como utilizamos ou podemos

usar os conhecimentos do inconsciente coletivo na composição da

personagem, ou seja, as mensagens que emitimos ao escolher a vestimenta

mais adequada para cada ocasião.

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CAPÍTULO III

A COMPOSIÇÃO DO PERSONAGEM

“Nossa imagem externa é nosso mensageiro, uma declaração pública. Alguns disfarces estão fortemente ligados aos nossos medos mais íntimos, e neste caso a roupa funciona como um escudo para nos ocultar e proteger.” (AGUIAR, 2004, p.24)

O presente capítulo visa demonstrar a composição dos arquétipos dos

personagens na escolha da roupa, de conformidade com as mensagens do

inconsciente coletivo. Segundo Jung (2012, p.12), “uma camada mais ou

menos superficial do inconsciente é indubitavelmente pessoal Nós a

denominamos inconsciente pessoal. porém repousa sobre uma camada mais

profunda que já não tem sua origem em experiências e aquisições pessoais,

sendo inata. Esta camada mais profunda é o que chamamos de inconsciente

coletivo. Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de

conteúdos capazes de serem conscientizados. Os conteúdos do inconsciente

coletivo são chamados arquétipos”.

Relendo Pezzolo (2003,p.13), dela captamos que “a partir da segunda

metade do século passado, mais seguramente após a segunda guerra, a

economia, a política, os movimentos artísticos e as mudanças de

comportamento passaram a influenciar mais a criatividade. A moda, até então

ditada por grandes estilistas e marcada por estrelas de Hollywood passaram a

brotar de raízes vindas da juventude e da rua.

O jovem entrou no mercado não só como consumidor, mas também

como criador de novas ideias. Jeans, camiseta, minissaia, influências do rock,

movimento hippie, punk, as discotecas... As ideias se diversificaram a tal ponto

que foi necessário criar uma “moda básica”.

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O termo “básica” é derivado do inglês “basic” e se refere às peças

fundamentais para compor um guarda-roupa. São itens clássicos e sempre

atuais. Um exemplo patente é a calça “jeans” um marco do século XX.

Pezzolo (2003, p.42) conta a origem desse fenômeno, “em 1847, o

jovem Levi Strauss saiu da Baviera (atual Alemanha) rumo aos Estados Unidos

disposto a fazer fortuna. Montou, inicialmente, uma alfaiataria em Nova Iorque,

mas durante a colonização do Oeste americano empolgou-se com a corrida do

ouro e decidiu ir para lá onde vendia aos mineradores uma lona própria para

cobrir carruagens e barracas. Observando o trabalho dos caçadores de ouro

que se ajoelhavam nos solos rústicos das minas notou que necessitavam de

calças mais resistentes e teve a ideia de confeccionar calças de trabalho

utilizando a lona que vendia. Nasciam as Levi’s pants que rapidamente

passaram a ser usadas por cowboys que lidavam com o gado. Por volta de

1860 as calças azul índigo passaram a substituir as de lona. O tecido substituto

não era novo. Em 1567, já era fabricado em Gênova, daí seu nome Jean, que

vem da palavra italiana Genovese. Em 1877, as calças ganharam rebites nos

bolsos e etiquetas de couro com logotipo da marca. Surgiu assim a calça jeans

501, da Levi Strauss Co. como em seu protótipo continuou com 5 bolsos e

“Five pockets jeans”, como é conhecida até hoje. A difusão do jeans na Europa

deu-se depois da segunda guerra, quando foram usados por milhões de

americanos. Mais tarde o filme “Juventude Transviada” mostrou James Dean

vestindo surrados e desbotados jeans. - foi a consagração.

As fantasias acrescentadas aos jeans são incontáveis: mudanças na

modelagem, bordados, recortes, aplicações, rasgos, taxas, zíperes, variedade

de bolsos, tingimentos, de acabamentos, mistura de outros materiais, mas a

clássica calça 5 bolsos permanece imbatível”.

Outros exemplos de peças básicas clássicas e atemporais que povoam

os guarda-roupas de todos os tempos: o vestido preto e a camiseta T-sirt. O

vestido preto, criado por Coco Chanel em 1926, teve seu auge após 1930.

Segundo Pezzolo (2033, p.35), “a década de 30 foi o melhor período para vestir

preto. Durante a grande depressão que culminou com a segunda guerra

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mundial esbanjar estava fora de moda. É dessa época o comentário publicado

na Vogue: ‘agora é de mau gosto parecer rico, existe uma moda de visual

pobre, damas incrivelmente ricas estão usando simples vestidos pretos.’ Sem

dúvida o pretinho se revelou perfeito para as mulheres de todas as classes

sociais. O pretinho se revelou como um verdadeiro coringa nos anos 60 e início

dos 70. Givenchy, criador do figurino de Audrey Hepburn, para o filme

“Bonequinha de Luxo” e mais alguns não escolheu outro modelo para marcar a

imagem da atriz senão um pretinho com decote e cavas bem pronunciadas.

Acessórios: luvas pretas sete oitavos, um vistoso colar de pérolas graúdas e

uma longa piteira nas mãos. Perfeito!

Outro básico que detém atenção é a nossa famosa camisa T-sirt.

Segundo Pezzolo (2003, p.40), “com nome e formato de uma simples letra a

peça também conhecida como camiseta pode ser definida como a roupa

universal dó século XX e continua mantendo imbatível o seu posto no século

XXI. Dizem que sua fabricação começou por volta de 1943 para vestir

marinheiros americanos – quando foi desenhada,codificada e programada para

a guerra. Mas isso foi o início da fabricação em massa, porque a T-sirt de

malha de algodão com ou sem mangas, já tinha história. Ela aparece numa

escultura de Miguel Ângelo, “O Escravo Moribundo” (Museu do Louvre), e em

obras impressionistas como “O Barco”, de Manet (1874), e “O Almoço dos

Remadores”, de Renoir (1881). Vestiu também personagens famosas de

histórias em quadrinhos Pafúncio (1913), Popeye (1929), Pinduca (anos 40) e

outros. Mas, acaba a guerra, a camiseta passou a fazer parte da nossa vida

civil. Seu preço baixo e a associação à imagem dos vencedores contribuiram

para seu sucesso. Entretanto, sua explosão na moda deu-se somente em

1957, graças à máquina do cinema. Marlon Brando a exibiu como um rebelde

sensual em “Um Bonde Chamado Desejo”. Mais tarde James Dean usou a

peça com jeans, transformando-a definitivamente num símbolo da juventude”.

Lembrando as aulas do figurinista Pedro Sayad, a criação dos

figurinos e o uso de formas geométricas em sua composição para a construção

do personagem é inspirado nos conceitos da obra de “Fashion Mirror of

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History” de Michael Batterberry e Ariane Ruskin Batteberry, que conheceu na

França.

De acordo com Sayad, o método de criação baseia-se nas relações da

importância da imagem visual e mensagens que o figurino pode proporcionar.

O conhecimento que a pessoa faz de si mesmo e a mensagem que deseja

emitir para outro. Para Jung (2000):

“Arquétipo é uma espécie de imagem apriorística incrustada

profundamente no inconsciente coletivo da humanidade,

refletindo-se (projetando-se) em diversos aspectos da vida

humana, como sonhos e até mesmo narrativa”s. Ele explica que

"no concernente aos conteúdos do inconsciente coletivo,

estamos tratando de tipos arcaicos - ou melhor -primordiais, isto

é, de imagens universais que existiram desde os tempos mais

remotos.” (p. 16)

As imagens das personagens possuem intrinsecamente uma série de

informações subjetivas e complexas. Personagens escolhidos possuem

características próprias que rapidamente associamos.

Os personagens básicos originais são: O REI, A RAINHA, O HERÓI, O

MÁRTIR, A VÍTIMA e O DIABO.

3.1 – O HERÓI

O arquétipo do HERÓI é aquele que se aproxima dos deuses.

Sua forma remete a movimento e força, a imagem gráfica é a Estrela de Davi.

Observa-se, também, na geometria da pirâmide, todas as energias do universo

que são atraídas e emanadas pelos vértices do triângulo. O corpo ideal,

simbolizado por triângulos. A imagem do aventureiro forte e viril.

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As figuras 11 e 12 repr

290)

FIGURA 11

3.2 – O REI.

O HERÒI, aquele

ao retornar se torna R

sabedoria. Não possui

possui a necessidade

retângulos (capas, tún

remetem a ideia do

advogados, presidentes

muita flexibilidade de m

As figuras 13 e 14 repre

representam O HERÓI (FEYERABEND, GH

FIGU

aquele que sai na busca do conhecimento, da

rna REI. Com a mudança passa a ser aque

ssui mais a agilidade do HERÓI, vai residir

dade de se expor em combate. Sua imagem

s, túnicas), que juntamente com as form

a do saber. Observa-se nas vestimentas

dentes, etc., a ‘imagem-mensagem’ daquele

de movimentos, mas detém o conhecimento.

representam O REI (FEYERABEND, GHOSH

D, GHOSH, 2009, p.

FIGURA 12

to, da conquista, mas

aquele que detém a

esidir no castelo, não

agem é acrescida de

formas triangulares

entas de médicos,

quele não precisa ter

ento.

HOSH, 2009, p. 229).

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FIGURA 13

3.3 – A RAINHA.

No caso da RAIN

sabedoria, com triângul

formas circulares que e

curvas levam a percepç

As figuras 15 e 1

FIGURA 15

FIGURA 14

a RAINHA, observam-se formas geométricas

iângulos e retângulos, mas com limitações sim

que emanam a ideia de dominação, dor e gr

rcepção de proteção e alegria, entre a dor e o

5 e 16 correspondem à RAINHA (FEYERABE

2009, p.62 e 63 )

FIGURA 16

RA 14

tricas que remetem a

es simbolizados pelas

r e graça. As formas

or e o prazer.

RABEND, GHOSH,

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3.4 - A VÍTIMA..

Ao longo da História, observam-se as transformações da indumentária

feminina, as mudanças e conquistas em sua condição e posição na sociedade

.

O círculo exprime a ideia de proteção. Um arquétipo para simbolizar a

VÍTIMA é a mãe, vitima de uma circunstância de proteção do filho.

As figuras 17 e 18 representam A VÍTIMA (FEYERABEND, GHOSH,

2009, p. 74)

FIGURA 17 FIGURA 18

3.5 – O DIABO

O DIABO, objeto de sedução, sabedoria e poder. A imagem acentua os

elementos de sedução, com cinturas ajustadas bem ajustados ao corpo.,

roupas alongadas, uso de triângulos voltados para baixo, ou seja, recebe a

energia das trevas.

As figuras 19 e 20 simbolizam a figura do DIABO (FEYERABEND,

GHOSH, 2009, p. 21)

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FIGURA 19 FIGURA 20

3.6 – O MÁRTIR

No entanto, a figura do MÁRTIR remete a ideia daquele que sabe e faz.

Utiliza-se da sabedoria dos retângulos, a sensualidade da curva e a força do

triângulo. É uma vítima que não aceita determinada imposição e luta contra

isso como um HERÓI. A sabedoria não vem do REI, mas foi adquirida por

esforço próprio. Um exemplo é Joana Darc, da França.

As figuras 21 e 22 caracterizam o MÁRTIR (FEYERABEND, GHOSH,

2009, p. 77)

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FIGURA 21 FIGURA 22

Cada figura vê-se simbolizada pelo olhar e a percepção dos seus

movimentos e atitudes, merecendo as definições que se seguem:

HEROI – O ser humano que se aproxima dos Deuses;

REI – o ser humano que estagna o herói;

DIABO – é o responsável pelas dificuldades dos dois primeiros;

VÍTIMA – é sempre o personagem feminino;

MÁRTIR - é a vítima que não aceita a sua condição e luta

desesperadamente contra.

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A observação das formas geométricas nos remete aos arquétipos

existentes no inconsciente coletivo, favorecendo a construção do personagem

seja real ou imaginário, realidade ou ficção.

Nas avaliações de Jung (2012, p.14), “O significado da palavra arquétipo

fica, sem dúvida, mais claro quando se relaciona com o mito, o ensinamento

exotérico e o conto de fada. O assunto se complica, porém, se tentarmos

fundamentar psicologicamente. Até hoje, os estudiosos da mitologia

contentavam-se em recorrer às ideias solares, lunares, meteorológicas,

vegetais, etc. O fato de que os mitos são, antes de tudo, manifestações da

essência da alma, foi negado de modo absoluto até nossos dias. O homem

primitivo não se interessa pelas explicações objetivas do obvio. Mas, por outro

lado, tem uma necessidade imperativa, ou melhor a sua alma inconsciente é

impelida irresistivelmente a assimilar toda a experiência externa sensorial

acontecimentos anímicos. Para o primitivo não basta ver o sol nascer e

declinar. Esta observação exterior deve corresponder para ele a um

acontecimento anímico, o sol deve representar em sua trajetória o destino de

um Deus ou herói que no fundo habita unicamente na alma do homem”.

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CONCLUSÃO

. .

O estudo das formas geométricas aplicados na formação acadêmica do

ensino superior, como Moda, Design, Comunicação e Marketing, entre outros,

permite na prática, a concepção de novas ideias.

A moda, bem como os costumes, reflete as transformações da

sociedade ao longo da história.

Tanto homens como mulheres buscam nas tendências da moda, o seu

estilo próprio, a mensagem do seu EU interior. A imagem que fazemos de nós

mesmos ou da maneira que camuflamos nosso medo mais oculto, reflete o

conhecimento que detemos sobre como a vestimenta pode influir na

comunicação visual.

O presente estudo traz reflexões de arquétipos de personagens onde

observamos em suas características singulares as relações com as formas

geométricas presentes na indumentária.

O conhecimento do tipo físico e dos truques para acentuar ou disfarçar

partes do corpo, aliado aos arquétipos do inconsciente coletivo, favorece na

melhor escolha da roupa que devemos usar para cada ocasião.

O estudo aguça o olhar e permite novas reflexões sobre o assunto

abordado. Não impõe verdades absolutas mas fomenta novas pesquisas com o

fito de se aprofundar no tema.

A beleza estética não se restringe ao físico ideal, mas na escolha mais

adequada de valorizar os pontos que consideramos positivos e disfarçar o que

não nos agrada.

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A pesquisa destacou, primeiramente, o conhecimento do tipo físico e

como as formas geométricas do corpo humano podem contribuir para a melhor

composição do vestuário, realçando a beleza de cada um.

Em seguida exploramos um pouco do conhecimento sobre a confecção

da peça de roupa, com breves considerações sobre os tipos de modelagens.

Por fim, alfabetizamos e aguçamos nosso olhar, através do

conhecimento dos arquétipos que estão presentes no inconsciente coletivo.

Apresentamos reflexões sobre como podemos utilizar, na construção do

personagem, suas formas geométricas, cores e texturas, a fim de contribuir

para a graduação de moda entre outros fins.

Cabe destacar que o estudo favoreceu melhor aprofundamento sobre o

tema, oportunizando novo saber e reflexões.

Na comunicação visual permite interpretações e o conhecimento dos

códigos favorece uma nova leitura de nós mesmos e do nosso interior, nas

relações do cotidiano. Todo esse conjunto de informações contribuirá

efetivamente para a formação de novos contingentes de graduados em Moda.

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INDICE DE ANEXOS

ANEXO 01 ÍNDICE DE FIGURAS 40 ANEXO 02 ÍNDICE DE FOTOS 41

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 Qual é seu tipo físico? 13

Figura 2 As formas Geométricas 14

Figura 3 Sugestões e orientações 16

Figura 4 Foma OVAL 16

Figura 5 Forma RETANGULAR 17

Figura 6 Forma TRIÂNGULO 17

Figura 7 Forma TRIÂNGULO INVERTIDO 18

Figura 8 Os povos da Antiguidade (moldes) 24

Figura 9 Molde da antiguidade 25

Figura 10 Molde de capa espanhola do Séc XVI 25

Figura 11 e 12 O HERÒI 31

Figura 13 e 14 O REI 32

Figura 15 e 16 A RAINHA 32

Figura 17 e 18 A VÍTIMA 33

Figura 19 e 20 O DIABO 34

Figura 21 e 22 O MÁRTIR 35

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ÍNDICE DE FOTOS

FOTOS 1 e 2 Moulage 20

FOTO 3 Sala de máquinas 22

FOTO 4 Uso do instrumento adequado à modelagem plana 22

FOTO 5 Testando modelagem em escala reduzida 22

FORO 6 Molde sobre tecido 23

FOTO 7 Peça confeccionada pela aluna em escala reduzida 23

FOTO 8 Molde de base de blusa do manequim 36 ao 50 24

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BIBLIOGRAFIA

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DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Ed. Martins

Fontes, 1998.

DUARTE, Sonia. Modelagem Industrial brasileira. Rio de Janeiro, Letras &

Expressões, 1998.

DUBURG, Annette. Moulage: arte e técnica no design de moda. Porto Alegre

Bookman, 2012.

FEYERABEND, F.V.; GHOSH, F. Ilustração de moda,GG moda,Barcelona,

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JUNG, Carl. Os arquétipos do inconsciente coletivo. Rio de Janeiro, Vozes,

2000.

KÖHLER, Carl. História do vestuário. 2ª Ed., São Paulo Martins Fontes,

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LAVER, James. A roupa e a moda, uma história concisa. São Paulo,

Companhia das Letras, 1989.

MUNARI, BRUNO. Design e Comunicação Visual. São Paulo: Ed. Martins

Fontes,1989.

PEZZOLO, Dinah Bueno. Moda fácil: guia de estilo para todas as ocasiões.

São Paulo, Codex, 2003.

ROSA, Stefania. Alfaiataria – modelagem plana masculina. Brasília, Editora

Senac/DF, 2008.

SMITH, Alison. Costura passo a passo. São Paulo, PubliFolha, 2012.

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WEBGRAFIA

TODESCHINI, Lací in MULHERSINGULAR. Estética - a roupa certa para cada tipo de corpo. 15 de novembro de 2009. Sitiando em http://www.mulhersingular.com.br/2009/11/estetica-a-roupa-certa-para-cada-tipo-de-corpo/. Último acesso em 20/01/2013. Manequim (2001, www.redemodaspot.com), Último acesso 27/01/2013,

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPITULO I - GEOMETRIA DO TIPO FÍSICO 12

1.1 – Análise da aparência e estilo 14

1.2 – A linguagem do corpo 15

CAPÍTULO II - MOULAGE E MODELAGEM PLANA 19

2.1 – Moulage 19

2.2 – Modelagem Plana 21

2.3 – Modelagem na antiguidade 24

CAPITULO III - A COMPOSIÇÃO DO PERSONAGEM 27

3.1 – O Herói 30

3.2 – O Rei 31

3.3 – A Rainha 32

3.4 – A Vítima 33

3.5 – O Diabo 33

3.6 – O Mártir 34

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39

BIOGRAFIA CONSULTADA 42

WEBGRAFIA 43

ÍNDICE 44