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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AUTONOMIA E APRENDIZAGEM
Diego Córdoba de Oliveira e Silva
ORIENTADOR:
Profª. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro 2016
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Tecnologia Educacional. Por: Diego Córdoba de Oliveira e Silva
A autonomia do sujeito quanto a sua aprendizagem, uma
abordagem teórica sobre o novo saber tecnológico e sua
relação com o ensino a distância.
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Aos amigos e parentes, que me deram forças. A
minha orientadora Dra Mary Sue Pereira. E a
minha querida Luana Rodovalho, parceira na vida
e nos estudos.
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DEDICATÓRIA
Dedica-se a minha mãe Nilzete de Oliveira e
Silva, que com sua formatura como Assistente
Social no ano de 2016, me serve de exemplo para
sempre prosseguir.
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RESUMO
Existe hoje não somente diversas teorias de aprendizagem, mas
também novas modalidades de ensino. A educação a distância surge em meio
a uma transformação da sociedade como a conhecemos. Entendendo que a
educação aos poucos vai aderindo as inovações tecnológicas, temos nessa
modalidade de ensino uma proposta diferenciada e atualizada para que o
estudante tenha suas capacidades de pesquisa potencializadas.
Entendendo que o mecanismo atual de ensino disposto em todo
território nacional, é limitador e não estimulante, permeando assim nossas
salas de aula com um ensino baseado em transmissão unilateral de
informação. Surge então, juntamente com o avanço das tecnologias e
ampliação da oferta da educação a distância, uma nova necessidade. A
necessidade de aprender a aprender.
A educação a distância se apresenta como uma modalidade de
ensino regimentada, organizada e com muitas ferramentas que visam agregar
ao estudante, maiores chances de adquirir um novo saber. Com características
inovadoras, dialógicas e interacionistas, esta modalidade de ensino traz uma
nova atuação de docentes e discentes no âmbito educacional. Moldando
assim, o novo papel do estudante na sua formação.
Aprender a aprender é um grande desafio que deve ser encarado de
braços dados com os atores da educação, permeando todas as modalidades
de ensino. Mas fica evidente neste estudo, que os fundamentos da educação a
distância impulsionam esta características no estudante. Formando assim, um
sujeito capaz de realizar suas pesquisas e gerenciar os seus estudos, a fim de
gerar um sólido novo saber.
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METODOLOGIA
Pesquisa bibliográfica desenvolvida e documentada através de
Revisão de livros, artigos acadêmicos e documentos digitais. Como base inicial
para pesquisa, cito:
O funcionamento da mente: uma jornada para o mais incrível dos
universos, por Augusto Cury, Editora Cultrix, São Paulo, 2016.
Cibercultura, por Pierri Lévy, tradução por Carlos Irineu da Costa, Editora 34
Ltda, São Paulo – SP, 1999.
O que é educação a distância, por José Moran, Publicado pela primeira vez
com o título: Novos caminhos do ensino a distância, no Informe CEAD - Centro
de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n.5, out-dezembro de
1994, páginas 1-3. Foi atualizado tanto o texto como a bibliografia em 2002.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Os processos de aprendizagem 10
CAPÍTULO II
Características do Ensino a distância 20
CAPÍTULO III
Parâmetros que potencializam a aprendizagem autônoma 29
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 42
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INTRODUÇÃO
Cada vez mais, podemos observar os constantes anúncios a
respeito de cursos no modelo de ensino a distância nos diversos níveis
educacionais. O que a cerca de duas décadas atrás era disponibilizado por
rádio, TV ou correspondência, hoje conta com o advento tecnológico mais
impactante em nossa sociedade, a saber, a internet.
A partir de 1969, quando a chamada Arpanet surgiu nos Estados
Unidos com a função de interligar laboratórios de pesquisa, se dá início à uma
nova forma de acesso as informações. Essas conexões e interações sofreram
mudanças e avanços, que nos permitiram o surgimento da internet como ela é
hoje. Desde a década de 90 o Brasil se integra a essa tecnologia, que por sua
vez aos poucos, porém de forma gradativa e consistente se integra ao
cotidiano do povo e nas mais diversas áreas da vida humana, incluindo à
educação. Essa interação das tecnologias com a educação permitiu uma
mudança no acesso ao ensino e também na forma de ensinar. O ensino a
distância, que por sua vez já existia antes do surgimento da internet, também
foi impactado.
Com a melhor articulação da oferta do ensino a distância, cada vez
mais temos interessados em ingressar nesta forma de estudos. As
universidades abrem cada vez mais as suas portas, para os alunos que visão
ingressar no ensino superior, mas não possuem tempo ou condições de
deslocamentos para as unidades de ensino. Sendo assim, temos um público
cada vez maior de estudantes no ensino a distância no Brasil. No entanto, as
diferenças desta forma de aprendizagem não estão apenas nas questões de
localidade ou disponibilidade síncrona dos professores, estão também no
próprio corpo discente.
Os estudantes da modalidade de ensino a distância, tendem a
assumir um conjunto de características diferentes dos alunos do ensino
presencial. Isso é facilmente observável, devido à própria diferença entre as
modalidades de ensino.
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Dessa forma temos uma mudança na relação de ensino
aprendizagem, na exposição e oferta de conteúdo e na consciência do aluno a
cerca de suas responsabilidades com o seu aprendizado.
Uma frase muito comum no ensino a distância é: “o aluno é o
responsável pelo seu aprendizado”. Mas por quê? Quais características
permitem que o aluno seja autônomo?
Ao refletir sobre estes questionamentos, podemos ter uma dimensão
do real desafio do aluno como o sujeito responsável pela sua própria
aprendizagem. Podemos ainda ter noção da visão do estudante do ensino a
distância e também das características e responsabilidades da educação com
este mesmo estudante.
Visando responder essas perguntas, este estudo elaborado de forma
teórica, descrevendo os processos da aprendizagem, evidenciando as
características do ensino a distância e observando os parâmetros que
potencializam a aprendizagem autônoma, pretende identificar as características
da aprendizagem a distância, para determinar a identidade da aprendizagem
autônoma, compreendendo os princípios básicos que fundamentam essa
autonomia.
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CAPÍTULO I
OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM
O corpo humano é uma das mais fabulosas máquinas dispostas no
planeta terra. De fato, não há mecanismo tão complexo quanto o nosso próprio
corpo. Em destaque temos a mente humana, que trabalha de forma ininterrupta
e é capaz de atingir resultados consideráveis, principalmente se entendermos
que todas as nossas decisões, pensamentos ou o que aprendemos, é de
responsabilidade da nossa mente. Se tratarmos do órgão responsável para a
existência da mente, temos ainda sobre sua responsabilidade todos os outros
órgãos do corpo, sinais, reações a estímulos físicos e conexões nervosas.
A grandeza da mente humana é realmente surpreendente. Mas de
fato, temos em nossos ambientes de aprendizagem, explorado esse potencial
de forma errada. Na verdade, colocamos a prova a nossa capacidade de
memorização através de uma enxurrada de informações desconexas. Assim,
formamos muitas salas de aula. Com o tradicional ensino, onde um fala e o
outro ouve.
“[...] o objetivo máximo da educação não é entulhar o cérebro
com milhões de informações, as quais não são organizadas,
assimiladas nem trabalhadas, tornando o aluno apenas um
receptor passivo. O objetivo máximo de todas as escolas do
mundo, quer no Ocidente quer no Oriente, é, ou deveria ser,
formar engenheiros de ideias, cidadãos que saibam transformar
informações em conhecimento, conhecimento em experiência e
experiência em sabedoria.” (O funcionamento da mente, por
AUGUSTO CURY, 2015, p.29)
1.1. Aprendizagem na Educação a distância
De acordo com AUUSTO CURY (2015) temos na mente humana
infinitas possibilidades de experimentar uma aprendizagem mais participativa e
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funcional. A leitura da memória humana, além de complexa, não deve ser
tratada como um único recurso que fundamenta a aprendizagem. Temos então
que ir mais fundo na investigação das variáveis envolvidas na construção do
conhecimento, e em especial do estudante da Educação a Distância.
Conhecer as potencialidades da educação não presencial, conhecer
as diversas possibilidades da mente humana, conhecer o exercício da docência
e conhecer em especial o estudante. Analisar as características de um público
alvo, é necessário para que se obtenha sucesso na oferta de um produto. No
caso da educação, não exatamente a informação, mas a capacidade de gerar
por si só um novo saber, é que é o produto a ser trabalhado.
“A educação mundial por desconhecer os mecanismos
de formação do EU e as formas do pensamento, vicia a mente das
crianças no mais pobre e restritivo deles, o pensamento dialético.
Ainda que ele seja importante para desenvolver o raciocínio
lógico, realizar provas e se comunicar, não dá conta das questões
psíquicas.” (O funcionamento da mente, por AUGUSTO CURY,
2015, p.193)
Aproveitar então a formação do próprio sujeito, seus conhecimentos
inatos, respeitar as suas individualidades e potenciar suas capacidades é um
processo a ser elaborado e devidamente utilizado em sala de aula. Mas com o
ensino que temos hoje em sala de aula por todo o território brasileiro,
formamos sujeitos capazes de ouvir. Ouvir muito é verdade, mas dificilmente
solidifica-se um conhecimento de forma prática. Afinal, apenas memorizamos
informações. Com a inserção da educação a distância como uma nova
modalidade de ensino e aprendizagem, apresenta-se uma nova necessidade.
Isso por quê não temos um professor verbalizando os seus conhecimentos em
sala de aula e implantando de forma mecânica na mente do estudante.
“Se a âncora da memória restringir muito o território da
leitura diante dos estímulos estressantes, a inteligência trava, ou
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seja, o EU fica paralisado em sua capacidade de pensar.” (O
funcionamento da mente, por AUGUSTO CURY, 2015, p.144)
O estudante que inicia na Educação a Distância precisa passar por uma
desconstrução de paradigma, para que haja aproveitamento do ensino. Isso
por termos algumas distâncias que não permitem um comportamento passivo e
ouvinte como no ensino presencial.
Adaptar-se a uma nova cultura não é fácil. Aprender um novo idioma não
é simples. O desconhecido assusta. Com toda certeza, essas frases não só
tem a ver com a mente humana, mas também com os alunos que pouco a
pouco estão migrando para o ensino a distância. De fato, é uma adaptação que
pra muitos, chega a ser dolorosa. Muitos alunos sentem a simples ausência do
professor a frente da sala ou ainda de ser um ouvinte e aprender assim o que
precisa. Mas vamos aos fatos, essa é realmente a única forma de aprender?
A questão é que aprendemos por necessidades. Quando se tem um
objetivo a nortear um estudo, alia-se, em resumo, um conteúdo teórico (o
simples conhecimento da existência de um determinado assunto), à um
conteúdo prático (até mesmo o exercer), e assim internalizamos e
acomodamos um novo saber. Essa se aplica desde aprender a cozinhar, a uma
nova profissão. Com a educação a distância, isso fica mais prático ainda, posto
que o mesmo tem esse processo, incluindo a prática, como base do seu
formato de ensino. Seja qual modelo de curso for opcionado, sempre une a
necessidade, a teoria e a prática.
“Assim, é necessário motivar os alunos para que se
tornem estudantes com elevada auto-estima, que lhes permita ser
autônomos, capazes de se dedicarem a uma tarefa pela
satisfação experimentada em lidar com a própria tarefa,
independente de recompensas externas. O ideal é experimentar a
satisfação do saber como a melhor recompensa.” (Entendendo um
pouco mais de aprendizagem: Motivação, Atenção e Memória,
por: Elisabeth Aizman Zynger, Leia Aizman, rista Edler Caralho,
Vera d’Orey, p. 89)
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1.2. Teorias de ensino aprendizagem na educação a distância
Existem inúmeras teorias de aprendizagens disponíveis para nortear estudos a
respeito de educação. A educação por si só, contém em sua essência a
mutável capacidade de adaptação ao tempo e ao meio em que vivemos. Com
isso, nascem as teorias de aprendizagem.
Listadas abaixo, pontuo 4 (quatro) teorias clássicas e suas possibilidades junto
ao ensino a distância. Suas bases formativas, possibilidades e
compatibilidades.
1.2.1. Humanismo
Esta teoria tem por base a individualidade do sujeito, seja ele, professor ou
aluno. Em uma busca do saber interior do aluno, o professor com suas
individualidades busca estimular e trazer a tona o sujeito oculto com todos os
seus saberes, gerando também uma relação onde o aluno possui liberdade
para pesquisar. Enquanto o educador desenvolve sua metodologia para facilitar
o ganho do conhecimento.
A linha humanista de ensino, apesar de ter suas interações, em muitos
momentos baseia-se em uma linha unidirecional de exposição de conteúdo. O
que pode ser muito positivo em salas de aulas presenciais, dentre todas as
teorias abordadas neste texto, apresenta-se como a de menor efetividade no
EaD. Ainda mais por quê o toque humano, não é a base desta modalidade de
estudos.
No processo ensino-aprendizagem o conceito da “distância” –
ou do seu inverso “proximidade” – pode ser mais útil, se
concebido em termos de suas variáveis psicológicas e
pedagógicas do que sob os fatores geográficos e tecnológicos
que dominam a maior parte das discussões (PETERS apud
KEEGAN, 1993).
Vale lembrar que existem diversos projetos e recursos que trabalham a
“humanização” da EaD.
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1.2.2. Construtivismo
Nesta teoria de ensino a construção do saber parte da interação do sujeito com
o mundo em que vive, sempre considerando os seus conhecimentos prévios.
Tratando assim o conhecimento como um processo que está sendo construído
ao longo de sua história de vida. Considerando sempre os processos de
assimilação e acomodação de conteúdo, gerando assim um novo saber.
O grande legado desta teoria é o termo: “Aprender a aprender”.
Focar o ensino em estímulos, onde a meta básica é tornar o aluno em um ser
capaz de aprender por si e sua busca de conhecimento, absorvendo assim o
mundo e o seu conteúdo, traz a linha construtivista, como uma boa opção de
teoria para o ensino a distância.
[...] Ao contrário do que pressupunha o modelo tradicional, a
teoria construtivista defende que o aluno não aprende por
memorização, nem por associação entre estímulo e resposta,
ou pela transmissão do conhecimento pelo professor e
assimilação pelo aluno. A partir dessa nova concepção, deve-
se considerar que nem sempre o que o professor ensina,
corresponde ao que o aluno aprende. (FUNDAMENTOS
TEÓRICO-PEDAGÓGICOS PARA EAD, p.5, Regina Lúcia
Sartorio Marinato de Resende)
Sendo assim o professor assume o papel de estimulador por busca de
conhecimento. Sempre considerando os valores já encontrados no aprendente.
1.2.3. Behaviorismo
Através de estímulos e respostas, a linha behaviorista, também
conhecida como comportamentalista, existe baseada em uma determinada
guia de reforços pelos quais o aluno ganha conhecimento. Cabendo ao
professor assegurar este ganho.
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Comparando com a Ead, temos os feedbacks ou devolutivas. Estes
métodos que são os utilizados por tutores e outros atores da educação a
distância, em muito se parecem com os estímulos citados nesta teoria.
Temos o e-learning como um exemplo prático de aproximação com a
prática comportamentalista, outra proximidade notada, é a forma avaliativa.
Neste, os métodos avaliativos são realizados ao longo do curso,
visando objetivos finais e intermediários.
1.2.4. Cognitivismo
O cognitivismo segue uma linha interacionista e de autonomia
intelectual. Esta, trabalha o desenvolver do conhecimento do sujeito, levando
em conta a sua situação social. A abordagem cognitivista tem como o realizar
da inteligência, o momento em que o aluno elabora e participa da construção
dos novos saberes.
Alguns autores nos levam à observar a linha evolutiva das relações de
teorias de ensino e aprendizagem. Deve ser levado em conta, que as mesmas
nasceram em um cunho presencial, mas esta com sua característica de estudo
autônomo e o foco sujeito como um todo, aproxima-se a realidade do EaD.
“As crianças não aprendem a pensar, as crianças pensam.
Quando pensam[...] desenvolvem mecanismos mais avançados
de pensamentos.” ( Furth e Wachs, 1979, pp.321-2)
Cabe ao professor propiciar possibilidades, estabelecer uma relação
bidirecional, em um modo cooperativo de estudos, investigando a busca por
conhecimento sem apresentar soluções diretamente. Gerando assim ao aluno,
a possibilidade de assumir um papel investigativo.
Para finalizar, deixo uma reflexão citada por Oreste Preti em conclusão do seu
textual:
“Não existe, portanto, uma abordagem “melhor” do que as
outras. São os “contextos” educacionais, políticos, econômicos
e culturais (sempre históricos), as condições objetivas e
subjetivas vivenciadas pelas equipes e instituições educativas
que produzem ou levam à escolha de determinada
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abordagem.” (BASES EPISTEMOLÓGICAS E TEORIAS EM
CONSTRUÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, p. 18, Oreste
Preti)
1.3. Docência a Distância
Com o surgimento da modalidade a distância de ensino, temos uma nova
categoria de docentes. Esses docentes não podem ser classificados com uma
subcategoria, na verdade, estes docentes de fato, são fruto da evolução da
educação. A educação, ao longo do tempo passou por diversas
transformações. Incluindo o surgimento da educação a distância. O surgimento
desta modalidade de ensino é anterior ao advento da internet ou mesmo do
computador, tornando assim o E-Learning uma versão contemporânea da
educação a distância.
Sendo assim temos na educação a distância, uma forma educacional
complexa, com suas regras, conceitos, história e valores próprios que buscam
sempre oportunizar ao estudante uma forma concreta de fundamentar seus
conhecimentos estimulando o seu novo saber. Sendo a EaD (Educação a
Distância), uma realidade do cenário atual no ensino brasileiro, podemos mais
uma vez concluir que o docente do ensino a distância não pertence a uma
subcategoria dentre os docentes do ensino tradicional.
Uma vez, entendido a importância do docente em EaD, na atual base de
ensino nacional, e ainda a importância deste profissional que surge em um
momentos de crescentes inovações, temos que refletir sobre o papel deste
profissional. Afinal, quais são as suas atribuições relevantes?
Antes de qualquer informação, é necessário saber que o docente por sí só
trabalha com a mediação do conhecimento, buscando ser um facilitador do
conhecimento. Em épocas de sites de buscas, e-mails, videologs e bancos de
artigos e afins, o conhecimento está cada vez mais na palma da mão dos
interessados. Se pensarmos pela óptica de quem estuda via internet, ficam
ainda mais evidente as facilidades de acesso as informações. É ai que entra a
figura do docente. Este profissional do ensino, que chamaremos de tutor, será
o responsável por nortear essa busca por conhecimento, mediando as relações
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homem x máquina e homem x informações. O tutor se torna então, nesse
momento um grande agente motor em meio a um momento onde há uma
metamorfose na forma de aprender.
“Este tipo de mediação abre espaço para que a produção do
conhecimento seja construída em coautoria; para que o processo
de mediação possa ser assumido por um aluno que tenha
condições para fazê-lo em uma situação específica. [...] Tais
lideranças, advindas em circunstâncias pontuais, uma vez
assumidas pelo mediador pedagógico como possibilidade
colaborativa para a formação crítico-reflexiva de educadores,
voltada ao desenvolvimento do pensamento autônomo,
constituinte da sua autoformação colegiada, pode se efetivar na
mediação partilhada: um processo em que o aluno assume a
mediação frente a temas de domínio e é acompanhado pelo
professor, que está na mediação de todo o processo.” (BRUNO e
PESCE, 2012, p. 696).
As benesses da ação mediata são de grande valia no processo de ensino
aprendizagem proposto na educação a distância. Com tudo isso, temos então a
exposta grandeza das ações do tutor nesta modalidade de ensino. No entanto,
a educação a distância possui um caráter descrito sobre o conceito da
polidocência.
Sem adentrar muito em explicações sobre esse conceito, polidocência
se caracteriza pela divisão multifacetada das atribuições dos docentes, na
promoção da aula na EaD. Com isso temos atividades distintas dos “atores” da
educação online. Surgem assim, além de alguns outros, o tutor a distância e o
tutor presencial.
Como o próprio nome diz, o tutor presencial exercerá as suas atividades
de tutoria de forma presente. Ou seja, de forma síncrona e no mesmo ambiente
que o estudante. Entendendo que este tutor tem algumas atribuições distintas
do tutor a distância, cito algumas das funções básicas definidas para os tutores
dos cursos do LANTE na UFF:
“· Apoiar o Coordenador de Disciplina (CD) e o Tutor a Distância
(TD) no desenvolvimento das atividades presenciais discentes;
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· Participar de fóruns quando solicitado;
· Fomentar a formação de grupos de estudos dando suporte
logístico/administrativo nos encontros presenciais desses grupos;
· Elaborar relatórios mensais de acompanhamento dos alunos e
encaminhar às coordenações de tutoria e de Polo;
· Acompanhar as atividades presenciais discentes, conforme o
cronograma do curso; [...]” (Trecho do GUIA DO TUTOR dos
Cursos de Pós-Graduação do Laboratório de Novas Tecnologias
de Ensino do Instituto de Matemática da Universidade Federal
Fluminense, Jul. 2013, p. 3)
Enquanto que o tutor a distância fica com sua função de atendimento direto ao
estudante. Com possibilidade assíncrona de devolutiva e indiferente a
regionalidade onde se encontram os seus estudantes. O papel de apoio direto
a promoção do saber, é diretamente ligada ao acompanhamento direto das
tarefas, fóruns, materiais e todo conteúdo promovido para o estudante e pelo
estudante na plataforma de ensino.
“· Conhecer o Projeto Pedagógico do Curso, sua organização,
estrutura e funcionamento, o material didático das disciplinas em
que atuar e o sistema de tutoria do LANTE;
· Conhecer a estrutura e o funcionamento do LANTE, do CEAD e
da UAB;
· Prestar serviços de tutoria aos alunos no Ambiente Virtual de
Aprendizagem sob responsabilidade do CD em que estiver
atuando;
· Propor, em consonância com o CD em que estiver atuando, as
atividades de avaliação da aprendizagem, bem como os critérios
de correção;
· Corrigir as avaliações dentro do prazo estipulado pela
Coordenação geral de Tutoria (CGT) e discutir os resultados com
a Coordenação da Disciplina; [...]” (Trecho do GUIA DO TUTOR
dos Cursos de Pós-Graduação do Laboratório de Novas
Tecnologias de Ensino do Instituto de Matemática da Universidade
Federal Fluminense, Jul. 2013, p. 2)
19
Analisando as informações acima, podemos concluir que há uma subdivisão
das atribuições cotidianas do professor do ensino presencial, e ainda, a
inserção de atribuições exclusivas referentes ao ensino a distância. Atribuição
essas que se seguidas como uma cartilha pode ser a chave para o sucesso
das atividades do curso em questão. Mas acima de tudo, a chave para a
obtenção do novo saber do estudante, promovendo-a de forma a respeitar as
suas singularidades, potencializando o sujeito como o senhor do seu próprio
conhecimento.
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CAPÍTULO II
CARACTERÍSTICAS DO ENSINO A DISTÂNCIA
Os processos de ensino e aprendizagem são constantemente
impactados pelas evoluções tecnológicas. Hoje com a presença das TICs no
ensino, temos cada vez mais recursos para promover novos saberes. Aliando
tecnologia e aprendizagem, surge a educação a distância, que por sua vez
antecede o advento da internet, que por muitos é associado como ponto de
partida.
Segundo MORAN J. (2002) a educação a distância em sua mais clara
definição, apresenta-se como um processo de ensino aprendizagem,
assíncrono e independente de sala de aula, sendo este processo apoiado com
recursos tecnológicos. Por esta ótica é possível perceber que a educação a
distância não está vinculada exclusivamente com a internet e que possui
características mais significativas a serem explicitadas.
2.1. Definição de educação a distância
Muito se discuti sobre o que é de fato educação a distância. Igualmente
e de forma errônea, há muitas associações da educação a distância com o
advento da internet. É importante compreender que esta, na verdade, é uma
modalidade de ensino. Ou seja, uma forma de ensinar.
Paramentada historicamente pelas tecnologias, esta modalidade exibe
um poder de alcance importante para satisfazer necessidades sociais e ampliar
os horizontes de possibilidades, para aqueles que se encontram residentes
distantes dos grandes centros urbanos. Não só isso, também aumenta a oferta
de vagas, amplia o alcance das IES (instituição de ensino superior), e
democratiza o ensino por si só.
Educação a distância pode ser praticada online, ou seja, via internet.
Mas também via rádio, correspondência, TV ou qualquer meio de comunicação
disponível que permita conectar os educadores aos estudantes. Como
exemplo, cito o telecurso da Fundação Roberto Marinho, que desde 1978 é
oferecido a nossa população, como um meio de levar educação à um grande
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número de brasileiros via televisão. Somente em 1994 a internet passa a fazer
parte das vias de comunicação disponíveis para a educação a distância.
Temos ainda em 2005 a criação da UAB (universidade Aberta do Brasil),
pelo MEC (Ministério da Educação) objetivando a expansão da oferta de
educação de nível superior de qualidade, acessível a uma maior parcela da
população. Cito:
“O programa busca ampliar e interiorizar a oferta de cursos e
programas de educação superior, por meio da educação a
distância. [...] Outro objetivo do programa é reduzir as
desigualdades na oferta de ensino superior e desenvolver um
amplo sistema nacional de educação superior a distância.” (Texto:
Universidade Aberta do Brasil, categoria: Apresentação, Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/uab>)
Sendo assim, integrasse à esta modalidade de ensino o cunho social de
alcançar os interessados em prosseguir em sua formação, nas terras mais
distantes no território nacional. Colaborando para o processo de
democratização do ensino superior no Brasil.
Tendo a sua regulamentação estabelecida, pela Lei de Diretrizes e
Bases na Educação Nacional n°9.394, de 20 de dezembro de 1996, o sistema
de ensino brasileiro, ganha mais uma ferramenta à sua proposta de educação.
Tendo suas regras e características estipuladas e respeitadas. A exemplo,
temos a característica do ensino não presencial, que é citada ao MEC explicitar
por lei a necessidade presenças contabilizadas, permitindo a exceção dos
praticantes da educação a distância, no § 3º do artigo 47: “É obrigatória a
freqüência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a
distância.” .
Dado a todas essas características, não podemos definir esta
modalidade de ensino que permite tantas possibilidades à educação de nosso
país, como “ensino via internet”. Vai muito além. A educação a distância, é um
meio de ensinar e aprender que não depende de localização geográfica e
sincronia na atuação dos seus participantes, mediado por tecnologias. Cito:
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“Educação a distância é a modalidade educacional na qual alunos
e professores estão separados, física ou temporalmente e, por
isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma
legislação específica e pode ser implantada na educação básica
(educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de
nível médio) e na educação superior.” (Texto: O que é educação a
distância, por: MEC, disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12823>)
2.2. História da evolução da educação a distância
Uma vez entendendo o que de fato é a educação a distância, torna-se
interessante entender de onde vem essa formação de processos que mesmo
em distância de seus participantes, possibilita o processo de aprendizagem.
Segundo a fé cristã, no século I as epístolas de São Paulo, eram
transladadas e disseminadas em território asiático, a fim de permear o seu
aprendizado. Mutável como os surgimentos tecnológicos a educação a
distância, ganha notória intensificação após a invenção da imprensa no século
XV, quando Guttemberb inventa o mecanismo da imprensa. No século XIX com
toda mudança na tecnologia, na vida profissional e social, surgem as primeiras
escolas por correspondência. Estas surgiram na França, Inglaterra e
Alemanha.
No século XX, surge o conceito de e-learning. Essa aprendizagem
eletrônica, teve seu início com os disquetes, após substituídos por cd e dvds.
As mídias eletrônicas foram parte de uma grande revolução na forma de
apresentar dados, no entanto, a grande evolução foi dada quando as
informações passaram a ser distribuídas na grande rede de computadores.
Uma vez que as informações estavam disponíveis na internet, foi uma questão
de tempo até a educação a distância, se tornar a EAD como a conhecemos
hoje.
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2.3. Base da legislação regulamentadora
A primeira coisa a se observar é que as normas e diretrizes
estabelecidas por decreto tem o mesmo objetivo que qualquer item regido e
regulamentado por lei. Essa regulamentação é o primeiro dos argumentos à
constatar que a educação a distância, não é uma educação de segunda
categoria.
Vencido este estigma, pode-se então, voltar os olhos ao que diz essas
normas e assim entende-las. Em uma tentativa de qualificar o processor de
ensino a distância, os legisladores fizeram ordenanças a nível nacional na lei
sancionada pelo Presidente da República em 20 de dezembro de 1996, por
meio da Lei Federal nº. 9.394. Mas vale lembrar que alguns estados (Acre,
Ceará, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), gozam de legislação
específica, não somente as normas estabelecidas pelo MEC.
Neste estudo abordarei as principais partes das leis comuns aos
estados brasileiros, designadas tão somente pelo MEC. Esses norteadores
tendem a caracterizar e regulamentar essa categoria.
No que se trata a caracterizar, temos no artigo primeiro a seguinte a
regulamentação:
“Art. 1º (...) caracteriza-se a educação a distância como
modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos.”
Percebe-se então a tentativa de explicitar, que esta proposta de ensino
em seus moldes, conta como prática formal de ensino. Insere-se o conceito de
ensino assíncrono e distante (relação professor e aluno). Ainda explicitado
neste artigo, há a utilização de recursos tecnológicos e de comunicação.
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Quando nos referimos aos recursos de comunicação, nos referimos a
diversas possibilidades como rádio, televisão, telefone, correspondências e
outros meios possíveis. Agregando os valores tecnológicos temos também os
sites, fóruns, e-mails, arquivos para download e upload. E não distanciando de
qualquer possível inovação que venha favorecer o acesso a essa forma de
compartilhamento de conhecimento.
Uma vez devidamente caracterizada a EaD, podemos abertamente
compreender sua validade. Por sua vez, ao compreender sua validade e
estando de acordo é imprescindível que haja oferta e estudos voltados e
regulamentados para esta modalidade.
No artigo 80 desta referida lei, temos os seguintes incisos que atestam
a participação da força pública na formatação e regulamentação da existência
dos cursos de qualquer espécie vinculados ao ensino a distância.
“§1º − A educação a distância, organizada com abertura e
regime especiais, será oferecida por instituições
especificamente credenciadas pela União.
§2º − A União regulamentará os requisitos para a realização de
exames e registros de diplomas relativos a cursos de educação
a distância.
§3º − As normas para produção, controle e avaliação de
programas de educação a distância e a autorização para a sua
implantação, caberão aos órgãos normativos dos respectivos
sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração
entre os diferentes sistemas. (...)”
Nota-se que a União centraliza em seu poder a regulamentação básica
de abertura de cursos, registros de diplomas, realização de exames. Já a
autorização e supervisão de programas de educação a distância, caberão aos
respectivos órgãos normativos de acordo sistema de ensino. Em resumo, tem-
se disponível o mesmo nível de cobrança aos EaD que se tem com qualquer
curso, faculdade ou outra forma de ensino devidamente regularizada em solo
nacional, mais uma vez afastando a ideia de bagunça, desordem e até mesmo
descaso das autoridades. Com tudo isso, pode ser oferecido cursos com
25
qualidades desde que normas básicas, como mão de obra qualificada, sejam
atendidas.
No artigo quinto fica registrado a respeito da validade dos diplomas.
Uma vez inspecionadas e autorizadas ao funcionamento, as instituições de
ensino poderão emitir diplomas, que terão por sua vez, validade em território
nacional.
“Art. 5º Os diplomas e certificados de cursos e programas a
distância, expedidos por instituições credenciadas e registrados
na forma da lei, terão validade nacional. (...)”
Vale observar também que muitos desses diplomas indeferem em seus
formatos, de diplomas oferecidos em cursos presenciais.
O cuidado com a educação a distância é muito grande. Para fins
universitários e acima, monta-se também um grupo de regras a fim de passar o
aluno a todas as provas necessárias a assim garantir uma aprendizagem
verdadeira e aceitável aos moldes da exigência no cenário universitário
nacional.
No decreto de lei Nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007, altera os
dispositivos dos Decretos nos 5.622, de 19 de dezembro de 2005 e 5.773, de 9
de maio de 2006, que regulamentam a avaliação de instituições de educação
superior a nível de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino,
norteando por exemplo a existência, oferta e execução das atividades
presenciais obrigatórias para os alunos enquadrados nesta categoria como se
lê no artigo 10 do alterado decreto 5.622 em seus incisos.
“§ 2o As atividades presenciais obrigatórias, compreendendo
avaliação, estágios, defesa de trabalhos ou prática em
laboratório, conforme o art. 1o, § 1o, serão realizados na sede
da instituição ou nos pólos de apoio presencial, devidamente
credenciados.
§ 3o A instituição poderá requerer a ampliação da abrangência
de atuação, por meio do aumento do número de pólos de apoio
presencial, na forma de aditamento ao ato de credenciamento.”
26
Ao definir essas normas de condutas, percebe-se que a educação a
distância se projeta com todos os recursos para que a educação do aprendente
seja equiparada e/ou superior do que a de qualquer um que siga as linhas de
educação formal (presencial).
A questão desta regulamentação é permitir uma linha de educação,
consistente, regulamentada e aparada por todos os órgãos competentes
vinculados as redes de ensino.
Para iniciar minha conclusão, trago o artigo 7 que elucida bem o pensamento
de “na educação a distância não há bagunça”. Ao contrário, devidamente
regulamentada e alicerçada nos mesmos moldes de todas as formais formas
de ensino disponíveis.
“Art. 7º Compete ao Ministério da Educação, mediante
articulação entre seus órgãos, organizar, em regime de
colaboração, nos termos dos arts. 8º, 9º, 10º e 11º da Lei no
9.394, de 1996, a cooperação e integração entre os sistemas
de ensino, objetivando a padronização de normas e
procedimentos para, em atendimento ao disposto no art. 80
daquela Lei:
I - credenciamento e renovação de credenciamento de
instituições para oferta de educação a distância; e
II - autorização, renovação de autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimento dos cursos ou
programas a distância.
Parágrafo único. Os atos do Poder Público, citados nos
incisos I e II, deverão ser pautados pelos Referenciais de
Qualidade para a Educação a Distância, definidos pelo
Ministério da Educação, em colaboração com os sistemas de
ensino.”
Não há dúvida que ao citar o Ministério da Educação, estamos garantindo e
legitimando toda a existência do ensino a distância.
27
É inegável o crescimento atual à procura pelos cursos em EaD. Esse
crescimento se reflete em números bem vistos, porém por muitos considerados
a quem do que se gostaria ao se comparar com todo potencial dessa
modalidade. Mas ainda temos diversos impasses a serem superados, tais
como: problemas de infraestrutura, ausência de sinal de telefonia móvel em
diversas regiões, a deficitária distribuição de renda que torna irrisório a
quantidade de municípios informatizados no Brasil.
O fato verdadeiramente positivo a observar é que essa lei nos leva a frente,
trazendo credibilidade à educação a distância.
2.4 Características da Educação a Distância
Ainda sobe o olhar de MORAN J. (2002), temos pontualidades da
modalidade de educação a distância a serem observadas. Em paralelo com
uma crescente evolução das TICs, chegamos a um momento de redefinição
dos termos e meios que caracterizam a EAD.
Uma das características mais marcantes desta modalidade de ensino é
a questão da localização geográfica. Conhecidamente, o ensino presencial,
precisa de um espaço físico onde os estudantes irão interagir com o corpo
docente a fim de fomentar um novo saber. Na educação a distância, essa
barreira é rompida. Seja via correspondência ou utilizando os atuais meios de
comunicação como a internet, um estudante do interior de Goiás pode ter
acesso as Universidades do Rio de Janeiro e de outros centros brasileiros de
ensino. Cito:
“A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais,
mas acontece fundamentalmente com professores e alunos
separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo
estar juntos através de tecnologias de comunicação.” (texto: O que
é educação a distância, por MORAN j., 2002, PG. 1)
Algumas pessoas fazem confusão com o termo assíncrono, quando
referido a forma de interação entre corpo docente e discente na educação a
distância. É muito comum encontrar pessoas que entendem que não há
28
contato em tempo real nesta modalidade de ensino. No entanto, mesmo que
rompida a barreira geográfica, é sim possível a interação síncrona mediada por
vias tecnológicas. Com os avanços destas mesmas tecnologias, hoje dispomos
de chats, fóruns, vídeo conferências e diversas ferramentas que permitem essa
sincronia na troca de informações.
“A Internet está caminhando para ser audiovisual, para
transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias
streaming, que permitem ver o professor numa tela,
acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou
comentários). Cada vez será mais fácil fazer integrações mais
profundas entre TV e WEB (a parte da Internet que nos permite
navegar, fazer pesquisas...). [...]” (texto: O que é educação a
distância, por MORAN j., 2002, PG. 3)
Sendo assim, temos então o estudo assíncrono e síncrono, como meios
de elaboração de um novo saber na educação a distância.
Outra questão relevante da educação a distância, é formação da equipe
multidisciplinar, redefinindo o papel do professor e inserindo novos “atores” da
educação. Com isso, surge a figura do tutor a distância, tutor presencial e
outros especialistas, como coordenadores de polo, designer instrucional,
professor conteudista e outros.
Em educação a distância, há um liberdade na composição do seu
modelo de gestão e implementação. Sendo assim, também haverá uma
variedade na forma de utilização dos recursos humanos para a composição
deste quadro.
O tutor é o profissional de educação desta modalidade, que serve como
base para a mediação entre o estudante, o conteúdo proposto e o professor
conteudista. Com isso, o tutor é uma peça chave para a existência desta
modalidade de ensino. Cito:
“O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que
participa ativamente da prática pedagógica. Suas atividades
desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir
para o desenvolvimento dos processos de ensino e de
aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto
29
pedagógico.” (Texto: Referências de qualidade para educação
superior a distância, por: MEC, pg. 21, Brasília, Ago/2007)
30
CAPÍTULO III
PARAMETROS QUE POTENCIALIZAM A
APRENDIZAGEM AUTÔNOMA
Entender um aluno de ensino a distância, significa entender um novo
processo de cultura de aprendizagem e todas as propostas de ensino que
orbitam em torno deste tema. A compreensão do aprendente online e todos
seus paradigmas, passa pelo importante entendimento de como funciona o
ensino não presencial e/ou assíncrono e suas singularidades.
A Tecnologia contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento
da Educação a Distância, pois as barreiras até então
apontadas que dificultavam os processos de aprendizagem
foram vencidos. As características essenciais da Educação a
Distância é a flexibilidade do espaço e do tempo, abertura dos
sistemas e a maior autonomia do aluno. (Texto: O aluno como
sujeito da sua própria aprendizagem, Autor: Antônio Carlos
Ribeiro da Silva, Abril/2004.)
3.1. O estudante da educação a distância
O ensino a distância tem como características básicas a disponibilidade
do conteúdo, o incentivo a aprendizagem autônoma, a participação dos alunos
em debates disponíveis em fóruns e outras ferramentas, a riqueza de material
disponível, modelos de design pedagógicos distintos de curso para curso, os
atores do ensino e os diversos métodos avaliativos. Cito isso, para
entendermos que existem várias novas possibilidades que o aluno terá de se
adaptar.
O já engessado ensino tradicional presencial, sempre muito
questionado, beira formatos medievais de exposição de conteúdo. No entanto,
está fórmula já está arraigada em nossa sociedade. E é alimentada por
diversos profissionais que em muitos momentos, se sentem satisfeitos com
essa relação de poder existente em sala de aula.
31
A sala de aula presencial existe em uma cultura onde o detentor do
saber ilumina seus alunos com o seu precioso conhecimento. Essa única
verdade a ser assimilada, também é devidamente cobrada em métodos
avaliativos. Mas a grande verdade é que o próprio aluno também está
adaptado a essa situação. Em uma relação de dependência é constituído o
processo de ensino e aprendizagem que conhecemos hoje.
Sendo assim o aluno que pretende se inserir nesta nova forma de
aprender, precisa de uma mudança de paradigmas e deve ser uma pessoa
organizada para controlar sua rotina flexível de estudos; deve ser autônomo
para aproveitar de todos os recursos de materiais disponível para o seu ganho
de conhecimento; deve ter uma capacidade mínima como um pesquisador,
para aumentar ainda mais o seus recursos mentais já que se dispõem de tanto
material; deve ser participativo, posto que a troca de conteúdo entre os alunos
e ainda os tutores é o alicerce para a composição de um ambiente virtual de
aprendizagem.
“A Aprendizagem Autônoma está fundamentada nos princípios
da Epistemologia Genética, teoria que explica a construção do
conhecimento nos seres humanos.” (Texto: O aluno como
sujeito da sua própria aprendizagem, Autor: Antônio Carlos
Ribeiro da Silva, Abril/2004.)
Com isso, como citado no início deste texto, temos então uma nova
cultura. Onde o aluno é o grande responsável pelo seu ganho de
conhecimento. É um ser ativo no processo de ensino e aprendizagem, não
mais um ouvinte passivo e acumulador de conteúdo.
3.2. O impacto das inovações na sociedade digital
Há ainda o entendimento a ser discutido, a respeito do impacto
provocado por essas transformações que vem ocorrendo de forma exponencial
na nossa sociedade, graças as evoluções tecnológicas. O pós-doutor em
sociologia Hugo Assmann já na introdução de seu trabalho sobre “A
metamorfose do aprender na sociedade da informação”, fala que “A espécie
32
humana alcançou hoje uma fase evolutiva inédita na qual os aspectos cognitivo
e relacional da convivialidade humana se metamorfoseiam com rapidez nunca
antes experimentada. Isso se deve em parte à função mediadora, quase
onipresente, dessas novas tecnologias.”. Sendo assim, mais do que inclusão
digital, deve-se ter em mente que um sujeito que não se caracteriza como um
alfabetizado digital, não acompanhará esta sociedade.
Brynjolfsson E. e McAfee A., em uma dialógica paralela, afirmam que de
fato as tecnologias estão em um ponto de evolução que a sociedade não está
necessariamente pronta para acompanhar.
“E não são apenas os trabalhadores. O progresso tecnológico –
em especial, as melhorias em hardware, software e redes – tem
sido tão rápido e tão surpreendente que muitas organizações,
instituições e visões atuais não estão acompanhando. [...]” (Texto:
Novas tecnologias versus empregabilidade, p. 17, Por Erik
Brynjolfsson e Andrew McAfee, Editora: M.Books do Brasil, 2014)
Em acordo com a óptica dos autores, fazendo entendimento destas
discussões, qual seria a ponto “sine qua non” para uma mudança efetiva deste
problema sociológico? Como tornar a população em mediadores da
informação? Certamente o caminho passará pela educação.
Todas as grandes transformações do mundo tiveram os seus impactos
na educação, ou sofreram de alguma forma os impactos causados por uma
mudança na educação.
Desde a reforma Luterana na Alemanha no século XVI até o advento do
e-learning, a informação propagada a pretexto de iluminar o ser em questão
continuam sendo o ponto de mudança sociocultural, que possibilita a evolução
cognitiva de um povo e sua cultura.
Em conformidade aos argumentos dos autores Henrique Garcia S.,
Liliane Leroux, Leonardo Lima S., Felype Lopes B. e Rodrigo Mesquita da S.,
temos um local em comum em todo o redor do globo terrestre, destinado a
repasse de informação e construção de novos saberes. Isso claro, levando em
conta que sempre será respeitada as necessidades sociológicas de acordo
com a regionalidade em questão. Cito:
33
“O tradicional espaço de aprendizagem denominado escola tem,
desde o seu surgimento, um conjunto de características e
modulações que fazem com que possamos identificá-lo até
mesmo de olhos fechados. Não se trata somente das carteiras
enfileiradas, do quadro (seja branco ou negro) ou da mesa do
professor mais alta e maior que as demais mesas do ambiente;
esse conjunto compõe uma maneira de aprender e (re)produzir
hábitos, rituais e conteúdos que persistem, há décadas, no mundo
inteiro.” (Inovação tecnológica na área de Educação em contexto
de disseminação tecnológica – a experiência da Pós-Graduação
em Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias Urbanas –
FEBF/Uerj, P.17, Por: Henrique Garcia S., Liliane Leroux,
Leonardo Lima S., Felype Lopes B. e Rodrigo Mesquita da S.,
07/2013)
Uma nova reflexão vem à tona, se a transformação social tem maior
efetividade quando atuante através da educação e temos um local destinado
ao ensino, por que não associar isso a preparação de uma sociedade (desde
sua base formadora), quanto aos meios tecnológicos e suas evoluções?
No entanto, algumas barreiras se apresentam como a resistência de
professores as inserções tecnológicas, o distanciamento de uso tecnológico
das gerações existente dentro de uma escola, a disponibilidade de recursos
efetivos quanto ao seu próprio uso.
“No entanto, sabemos que há também, hoje, em todas as escolas,
a forma herética , para usar a expressão de Blikstein e Zuffo
(2009), de uso das tecnologias: a dos alunos com seus celulares,
trocando mensagens, gravando as aulas, colocando no Youtube,
etc.” (Inovação tecnológica na área de Educação em contexto de
disseminação tecnológica – a experiência da Pós-Graduação em
Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias Urbanas –
FEBF/Uerj, P.18, Por: Henrique Garcia S., Liliane Leroux,
Leonardo Lima S., Felype Lopes B. e Rodrigo Mesquita da S.,
07/2013)
34
Analisando a pesquisa apresentada neste texto, concordamos que surge
então um sujeito a ser preparado para todo esse novo processo. A indução da
formação tecnológica aos professores seria o primeiro passo para a mudança
da cultura escolar. Sequencialmente, mudando também através do seu
alcance, a sociedade que desde o início está em pauta. Sendo assim,
precisamos trabalhar uma reformulação da formação de professores e ainda
segundo Brynjolfsson E. e McAfee A., “[...] a educação e as habilidades
exigidas para tirarmos o máximo da tecnologia.” (p. 75).
Neste pensamento teríamos o professor preparado e engajado na
produção de materiais, para a disseminação do uso tecnológico e da nova
forma de aprender. Está poderia ser uma forma de atingir desde a formação de
base ao ensino universitário. Lembrando rapidamente, que temos hoje nas
universidades a educação a distância como uma sonora e crescente realidade.
É permissivo o pensamento de que cada vez mais cedo o cidadão tem de ser
preparado para a utilização destes recursos e métodos. Tendo isso em vista,
agregasse ainda mais importância ao papel do professor na formação social e
da sua própria formação.
“Por esses motivos, inseparáveis da inovação tecnológica
introduzida pela pesquisa Modelos de Educação e de
Comunicação para as Salas de Aula do Futuro em espaços
educacionais, está a formação de professores – dos profissionais
que estão se formando nos cursos de licenciatura –, para que
possam ser habilitados para a criação de conteúdos e programas
(software) e também para customizarem o aparato que utilizam –
o hardware. O professor passa a ser, na concepção da pesquisa,
construtor e produtor de software e hardware. Ele deve ser
formado para que seja capaz de atualizar a plataforma que utiliza
em suas aulas de acordo com suas próprias demandas.”
(Inovação tecnológica na área de Educação em contexto de
disseminação tecnológica – a experiência da Pós-Graduação em
Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias Urbanas –
FEBF/Uerj, P.19, Por: Henrique Garcia S., Liliane Leroux,
35
Leonardo Lima S., Felype Lopes B. e Rodrigo Mesquita da S.,
07/2013)
3.3. Avaliação na educação a distância
Em um movimento continuo, caminhamos aos poucos para uma só educação.
As ideias que giram em torno das formas construtivistas de ensino, objetivando
sempre o ganho de conhecimento do estudante, transpassam as questões de
ensino presencial x ensino a distância.
Um conceito que vem surgindo com muita força no cenário brasileiro é o de
ensino hibrido. Algumas recomendações sugerem, por exemplo, que aulas de
cursos presenciais podem conter até 20 % (vinte por cento), de aulas a
distância. Com isso, temos a inserção da realidade do ensino a distância
mesclando-se de forma agregadora e complementar ao ensino presencial.
“O blended learning, ou ensino híbrido na tradução para o
português, é um deles. A ideia por trás do termo é combinar o
aprendizado online com o offline, criando modelos que
mesclem momentos em que o aluno estuda sozinho, em um
ambiente virtual, com outros em que a aprendizagem é
presencial, na qual há interação entre pares e entre estudante
e professor. [...]” (Trecho, Disponível em: <
http://www.desafiosdaeducacao.com.br/cinco-dicas-para-
abracar-conceito-de-ensino-hibrido-na-sala-de-aula >)
Mas tudo isso precisa ser muito bem pensado, planejado, e gerido. Se não for
bem traçado, essa linha de contribuição pode ser tornar desagregadora.
De acordo com o Ministério de Educação e Cultura do Governo Federal, temos
em disponibilidade as referências de qualidade para nortear o planejamento,
gestão e implementação em cursos a distância. Objetivando manter um alto
nível de qualidade nesta modalidade de ensino, o MEC, traz pontuações
norteadoras a serem copiadas por gestores de ensino presencial. Muitos
pedagogos e filósofos educacionais acreditam que no Brasil e em boa parte do
mundo, quando se trata de avaliar o aluno, estamos apenas medindo-o em sala
36
de aula. Uma única prova ou teste para dizer se ele é "capaz de" ou não. Como
fica todo desempenho ao longo do curso? Como ficam todas as contribuições
feitas pelo estudante ao longo do semestre? Essa prova tem mesmo a
capacidade de invalidar todo o esforço do estudante?
Foi pensando nisso, que essas normas foram elaboradas, visando avaliar o
aluno de forma continua e formativa. Com um caráter agregador e não punitivo,
buscando gerar conhecimento e não meramente cobra-lo.
“ [...] o modelo de avaliação da aprendizagem deve ajudar o
estudante a desenvolver graus mais complexos de
competências cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-
lhe alcançar os objetivos propostos. Para tanto, esta avaliação
deve comportar um processo contínuo, para verificar
constantemente o progresso dos estudantes e estimulá-los a
serem ativos na construção do conhecimento. [...]” (Referencias
de qualidade para educação superior a distância., p. 16)
As intenções de avaliações com o caráter formativo, ficam bem evidentes no
texto supracitado. A ideia de avaliar o aluno progressivamente de forma à
subsidiar o progresso do conhecimento do mesmo, identificando e retirando
suas dúvidas, são de fato a opção que temos a nos nortear em qualquer forma
de ensino. Vale a informação, que esta é uma referência proposta dentro dos
princípios de qualidade do ensino a distância. No entanto, como dar-se-á?
“As avaliações da aprendizagem do estudante devem ser
compostas de avaliações a distância e avaliações presenciais,
sendo estas últimas cercadas das precauções de segurança e
controle de freqüência, zelando pela confiabilidade e
credibilidade dos resultados. Neste ponto, é importante
destacar o disposto no Decreto 5.622, de 19/12/2005, que
estabelece obrigatoriedade e prevalência das avaliações
presenciais sobre outras formas de avaliação.” (Referencias de
qualidade para educação superior a distância., p. 17)
37
O interessante deste parágrafo sobre o processo avaliativo, é a questão da
confiabilidade da verificação do autor dos documentos avaliados. O objetivo é
atestar que o autor da prova, teste ou qualquer forma avaliativa proposta assim
como monografias e afins, que seja o verdadeiro. A ideia então é garantir que
“ele é ele mesmo”.
Tendo em vista que estas avaliações, devem considerar todo o esforço
acadêmico do estudante, permite então uma analise mais profunda de seu
desempenho. Permite também, uma orientação do aprendizado antes que
surjam erros demais ao ponto de que uma inevitável reprovação, seja o destino
deste estudante. Participação em fóruns, realização de tarefas, textos
apresentados são algumas das diversas formas de interação que podem e
devem ser avaliadas no processo de ensino e aprendizagem no ensino a
distância.
Um outro ponto interessante é que no ensino a distância, temos também a
avaliação institucional. Esta visa o crescimento da capacidade de ensinar da
instituição. Objetivando uma devolutiva sobre a estrutura do curso, processos
de ensino, sistema de tutoria, parte administrativas do curso e todas as partes
necessárias para que haja ensino a distância, gera-se um canal onde o aluno
deve ser ouvido. Essas informações devem ser analisadas e trabalhadas, para
que haja sempre um progresso na qualidade do curso oferecido pela
instituição.
“Esta avaliação deve configurar-se em um processo
permanente e conseqüente, de forma a subsidiar o
aperfeiçoamento dos sistemas de gestão e pedagógico,
produzindo efetivamente correções na direção da melhoria de
qualidade do processo pedagógico coerentemente com o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES).” (Referencias de qualidade para educação superior
a distância, p. 17)
Não obstante da tentativa de objetivar a qualidade, temos as referências que
norteiam a respeito do material didático. É muito comum ouvir falar que
38
material didático, avaliações e tutoria, formam a tríade mais importante a se
observar na composição de um curso a distância.
Neste caso, temos um grande benefício a ser considerado. O material didático
dispõe de diversas possibilidades, a fim de gerar conhecimento, pesquisa e
ampliar a capacidade de pesquisa do estudante.
As diversas formas de mídias disponíveis hoje permitem que o aluno continue
pesquisando e agregando conteúdo ao seu próprio eu e de seus colegas
estudantes, quando há interações com os mesmos. Materiais impressos não
são mais os únicos a serem considerados. Além dos PPS, já usados com
frequência em sala de aula, temos vídeos, áudios, músicas, poadcasts, que se
apresentam como possibilidade, neste mundo diverso de novas mídias.
“O Material Didático, tanto do ponto de vista da abordagem do
conteúdo,quanto da forma, deve estar concebido de acordo
com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos
explicitados no projeto pedagógico, de modo a facilitar a
construção do conhecimento e mediar a interlocução entre
estudante e professor [..]“ (Referencias de qualidade para
educação superior a distância , p13)
E ainda:
“Além disso, é recomendável que as instituições elaborem seus
materiais para uso a distância, buscando integrar as diferentes
mídias, explorando a convergência e integração entre materiais
impressos, radiofônicos, televisivos, de informática, de
videoconferências e teleconferências, dentre outros, sempre na
perspectiva da construção do conhecimento e favorecendo a
interação entre os múltiplos atores.” (Referencias de qualidade
para educação superior a distância , p13)
Com isso, o MEC o nosso órgão regulamentador, define bem o que pretende
com o termo qualidade. Norteando e acima de tudo elevando os padrões de
ensino. Acredita-se que a tendência é que cada vez mais o ensino a distância
interaja e influencie outras formas de ensino.
Aos poucos observamos, que o próprio ensino a distância, torna-se referência.
39
Quanto a matéria de FEAD, temos visivelmente a aplicação destes dois
conceitos abordados. As tarefas propostas semanalmente, sempre apoiadas no
material didático disponibilizado via plataforma. Valendo lembrar que o material
conta com os impressos, disponíveis para download e vídeos com seus links.
Todos eles sendo citados em debates nos fóruns semanais. A existência das
devolutivas, email de suporte que funciona, materiais de instrução disponíveis
na plataforma e enviados via email. Fora a avaliação continua, acompanhada
de perto pela tutora. Todas estas, formalizam o cumprimento das referências
dispostas. Em minha opinião, com excelência.
40
CONCLUSÃO
O estudante passa atualmente por uma metamorfose. Metamorfose
essa que acompanha as mudanças que estão sendo impostas a nossa
sociedade, que aos poucos se torna em definitivo, a sociedade da informação.
Seja no acesso as informações ou na forma do acesso as instituições de
ensino, está tudo diferente. Com isso o ensino tradicional, não se apresenta
como eficaz.
Uma constante renovação de recursos técnicos se apresenta no
cotidiano de toda a população hoje. Com o surgimento das novas tecnologias e
com a educação abraçando esses novos recursos, o estudante é convocado à
aprender a aprender. De fato, se tratando de Educação a distância, a
autonomia de estudo e aprendizagem é algo essencial para o pretendente à
ingressar nesta modalidade de ensino, assim como organização pessoal,
concentração e objetivos bem estipulados.
A educação a distância, também passou por importantes evoluções.
Originalmente sendo trabalhada por correspondência, pouco a pouco se
permeou com as novas mídias de comunicação. Esse fenômeno por sua vez,
permitiu que a educação a distância se tornasse um braço forte para a
integralidade da disponibilização do ensino para todos em nosso país. Tendo
como maior limitação, as dificuldades técnicas que o Brasil ainda apresenta na
disponibilização do acesso a internet.
A mudança do paradigma educacional é iminente. Aos poucos, não
mais veremos espaço para o aluno ouvinte e passivo, memorizando as
informações despejadas pelo iluminado detentor do saber. Com a
disponibilização das informações na rede mundial de computadores,
dispositivos móveis e a velocidade que acontecem as transformações
tecnológicas, o estudante abraça novas características, neste novo
ecossistema em que vive. Surge então, um sujeito investigativo, capaz de filtra
informação, motivado a aprender e senhor da sua própria aprendizagem.
41
Concluo neste estudo que a educação a distância não só favorece
ao estudante ser um sujeito autônomo, como também exige tal comportamento,
para que o conhecimento seja solidificado e ainda para que este mesmo
estudante esteja adaptado a um mundo em que a informação está na palma de
sua mão.
42
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43
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Trecho do GUIA DO TUTOR dos Cursos de Pós-Graduação do Laboratório de Novas
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Fluminense, Jul. 2013, Baseado em: ESQUINCALHA. A. Guia do Tutor dos Cursos de
Pós-Graduação. Mar. 2010. Localizado em
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM 10
1.1. Aprendizagem na educação a distância 10
1.2. Teorias de ensino aprendizagem na educação a distância 13
1.2.1. Humanismo 13 1.2.2. Construtivismo 14 1.2.3. Behavorismo 14 1.2.4. Cognitivismo 15 1.3. Docência a Distância 16
CAPÍTULO II
CARACTERÍSTICAS DO ENSINO A DISTÂNCIA 20
2.1. Definição de educação a distância 20
2.2. História da evolução da educação a distância 22
2.3. Base da legislação regulamentadora 23
2.4. Características da educação a distância 27
CAPÍTULO III
PARÂMETROS QUE POTENCIALIZAM A APRENDIZAGEM 30
3.1. O estudante da educação a distância 30
3.2. O impacto das inovações na sociedade digital 31
3.2. Avaliação na educação a distância 35
CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 42