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DOENÇA DE CROHNDOENÇA DE CROHNTerapia biológica: quando indicar?Terapia biológica: quando indicar?
Fábio Vieira TeixeiraProfessor Assistente Doutor Convidado da Faculdade de Medicina da UNESP de BotucatuProfessor Assistente Doutor Convidado da Faculdade de Medicina da UNESP de Botucatu
TERAPIA BIOLÓGICA *TERAPIA BIOLÓGICA *
Esta nova abordagem é, genericamente, denominada de terapia biológica, uma vez
que age em mediadores e fenômenos naturais e fisiológicos.
Consenso Brasileiro – GEDIIB sobre tratamento da Doença Inflamatória Intestinal, Santos, 2009
www.gediib.org.br
TERAPIA BIOLÓGICA CLASSIFICAÇÃO *
1. Medicações naturais ou modificadas de origem biológica- Produtos sanguíneos- Vacinas com organismos mortos ou atenuados
2. Peptídeo ou proteina- Eritropoietina- Hormônio de crescimento- Citoquinas
3. Terapia baseada em genes e células
5. Terapia baseada em ácidos nucleicos
7. Terapia com base em anticorpos
Ahmadi A & Valentine JF. Biologic therapies in inflammatory bowel disease, 2010Ahmadi A & Valentine JF. Biologic therapies in inflammatory bowel disease, 2010
TERAPIA BIOLÓGICA SUFIXOS e PREFIXOS *1. MAB: da idéia da origem do produto e do modo de ação
- Anticorpos monoclonais
2.2. XIXI - prefixo: XI em frente ao MAB como infliximabe ou
rituximab – produtos quiméricos
3.3. ZUZU - produtos humanizados: natalizuzumab
4. Sem o ZZ mais com o UU - produto totalmente humano: adalimuumabe
Ahmadi A & Valentine JF. Biologic therapies in inflammatory bowel disease, 2010
DC leve a moderada
Pacientes ambulatoriais, capazes de tolerar alimentação via oral, sem manifestações de desidratação, toxicidade, desconforto abdominal, massa dolorosa, obstrução ou perda maior que 10 % do peso.
DC moderada a graveDC moderada a grave
Pacientes que falharam em responder ao tratamento ou aqueles com sintomas mais proeminentes de febre, perda de peso, dor abdominal, náuseas ou vômitos intermitentes (sem achados de obstrução intestinal), ou anemia significativa.
DC grave a fulminantefulminante
Pacientes com sintomas persistentes a despeito da introdução de corticóide e/ou terapia biológica (ex., infliximabe, adalimumabe etc), ou indivíduos que se apresentam com febre, vômitos persistentes, evidências de obstrução intestinal, sinais de irritação peritoneal, caquexia ou evidências de abscesso.
Consenso Brasileiro – GEDIIB sobre tratamento da Doença Inflamatória Intestinal, Santos - SP, 2009Consenso Brasileiro – GEDIIB sobre tratamento da Doença Inflamatória Intestinal, Santos - SP, 2009
TERAPIA BIOLÓGICATERAPIA BIOLÓGICA indicações indicações * *• DII moderada e grave refratária a outros tratamentos
• corticosteróides• Salicilatos (sulfassalazina e mesalazina)• Azatioprina
• Doenças extra intestinais• Mesmo com DII em remissão• Uveíte, episclerite, sacroilíte, pioderma gangrenoso, etc
• Doença perianal• Fístulas anais• Fissuras ?• Fístula reto-vaginal ?
Consenso Brasileiro – GEDIIB sobre tratamento da Doença Inflamatória Intestinal, Santos, 2009Consenso Brasileiro – GEDIIB sobre tratamento da Doença Inflamatória Intestinal, Santos, 2009
Aprovação das Drogas
• Infliximabe (IFX), aprovado FDA 1998 – EUA
• IFX – , 2000
• ADA – , 2007
DOENÇA DE CROHNDOENÇA DE CROHN
Dr. CrohnDr. Crohn
• Burrill Bernard CrohnCrohn• 1884• 1983• Mt. Sinai Hospital, NYC• 1932, presidente da A.G.A. – “ Terminal ileitis “ • Dr. Bargen, Mayo Clinic, Regional ileitis • Dr. A.A. Berg, cirurgião• 1º descrito: 1913, Sir T. Dalziel, Glasgow
December 11th 1931: “I have an important scientific contribution I would like to present before the
American Gastroenterological Association. I have discovered, I believe, a new intestinal disease, which we have named Terminal Ileitis.
… connection with Benign Granulomata of the Intestinal Tract…resembles intestinal Tuberculosis but no Tubercle bacilli found…”.
Dr. Burril Crohn
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA DE CROHN
PROBABILIDADE CUMULATIVA
MESESPACIENTES ANALISADOS SOB RISCO
INFLAMATÓRIO
PENETRANTE
ESTENOSANTE
(20 ANOS)
TRATAMENTO IDEAL !!!TRATAMENTO IDEAL !!!GRANDE EFICÁCIA ... QUE DURE AO LONGO DOS ANOS ...
MANUTENÇÃO DA REMISSÃOINDUÇÃO DA REMISSÃO
TEMPO
%PACIENTES
EM
REMISSÃO
DOENÇA DE CROHN EM ATIVIDADEQUALIDADE DE VIDA
Pacientes em remissão clínica = 131
remissão
CORTICÓIDE E CICATRIZAÇÃO DA MUCOSACDAI ≠ Cicatrização
Sem remissãoAvaliação endoscópica
Piorado
EFEITOS COLATERAISEFEITOS COLATERAIS
CORTICÓIDESCORTICÓIDES
Osso normal osteoporose
Estrias violáceas > 2 cmBuffalo bump
Face de lua-cheia
Efeitos colateraisEfeitos colaterais
CICATRIZAÇÃO ENDOSCÓPICA
AZATIOPRINA E CICATRIZAÇÃO DA MUCOSAAZATIOPRINA E CICATRIZAÇÃO DA MUCOSA
Sem cicatrizaçãoparcialQuase completaCompleta
Cólon(n=20)Íleo(n=13)
MUCOSAL HEALING...MUCOSAL HEALING...
CICATRIZAÇÃO DA MUCOSA
DOENÇA ATIVA
MUCOSA CICATRIZADA
TRATAMENTO DA DOENÇA DE CROHNTRATAMENTO DA DOENÇA DE CROHNAÇÃO ESPECÍFICA DE CADA DROGAAÇÃO ESPECÍFICA DE CADA DROGA
1º estudo randomizado que comparou aestratégia tradicional step-up com top-down
* D´ Haens G. Lancet 2008;371:660-67
Imussupressão combinada (AZA + IFX) ou terapia convencional em paciente com DC recetemente diagnosticada: estudo randomizado.
Step-Up / Top-Down Step-Up / Top-Down Desenho do EstudoDesenho do Estudo
Manejo convencional step-up (n=66)
Imunossupressão combinada inicial top-down (n=67)
DC recentemente diagnosticada (N=133)
+ AZA/MTX
+ IFX
Esteroides
+ (episódico) IFX
IFX + AZA
D’Haens G, et al. D’Haens G, et al. Lancet.Lancet. 2008;371:660-667. 2008;371:660-667.
Esteroides IFX (0/2/6) + AZA
Esteroides
Esteroides
ESCORE DE D´HAENS *ESCORE DE D´HAENS *
0. sem lesão2. lesões aftóides3. lesões aftóides grandes4. Ulceração, estenose
* D´ Haens G. Lancet 2008;371:660-67
Escore de 0 até 15 pontos: avaliação depelo menos 5 seguimentos do intestino
ULCERAÇÃO = doença ativa
Pacientes em Remissão
P=0,0001 P=0,006 P=0,028 P=0,797 P=0,431
Grupo da Imunossupressão Combinada Inicial Immunosuppression GroupGrupo de Manejo Convencional
Prop
orçã
o de
Pac
ient
esem
Rem
issã
o (%
)
Semanas
D’Haens G, et al. Lancet. 2008;371:660-667.
RECORRÊNCIA CLÍNICA DA DOENÇA CDAI /IADC
Sem recaídas
•IADC >200 e ou
•Necessidade de ressecção do intestino e ou
•Necessidade de tratamento adicional de acordo com o regime designado
D’Haens G, et al. D’Haens G, et al. Lancet.Lancet. 2008;371:660-667. 2008;371:660-667.CDAI, Índice de Atividade da Doença de Crohn.
Intervenção Inicial Intervenção Inicial MODIFICAR A HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ?MODIFICAR A HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ?
73
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Porc
enta
gem
de
paci
ente
s
Top-down (n=26)Step-up (n=23)
Desaparecimento completo da úlcera em 2 anos
75% com imunomoduladores
25% receberam infliximabe
D’Haens G, et al. D’Haens G, et al. LancetLancet. 2008;371:660-667.. 2008;371:660-667.
p=0,0028
Semana 0*Semana 2Semana 6
Semana 14
Semana 22
Semana 30
Visitas
Semana 46
Semana 38
Semana 54
•••
• Infusões
Objetivo Primário (Remissão Livre de corticóides na Semana 26)
Objetivo Secundário (Semana 50)
• • •
Prin
cipa
lPr
inci
pal
Exte
nsão
Exte
nsão
Semana 26*
Semana 50
Randomização dos Pacientes
AZA 2,5mg/kg + Infusões de Placebo
Infliximabe 5mg/kg+ Cápsulas de Placebo
Infliximabe 5mg/kg+ AZA 2,5mg/kg
• • •
• • •
* Endoscopia realizada nas semanas 0 e 26.
•••
• • •
• • •
Semana 10
Semana 18
Semana 42
•••
Desenho do Estudo Desenho do Estudo SONIC
* Colombel JF, et al. NEJM. 2010;362: 1383-95
Desfechos do Estudo SONIC *• Primário: remissão livre de corticóides na semana 26
– IADC <150 e não ter recebido nenhuma dose de corticóides sistêmicos orais (prednisona ou equivalente) por ≥3 semanas e não ter recebido budesonida em uma dose >6mg/dia por ≥3 semanas
• Secundário– Cicatrização da mucosa na semana 26– Remissão e resposta– QV2
– Uso agregado de corticóide– Remissão livre de esteroides na semana 502
* Colombel JF, et al. NEJM. 2010;362: 1383-95
SONIC
Características Iniciais AZA + Placebo
(n=170)Infliximabe +
Placebo (n=169)Infliximabe
+ AZA (n=169)
Sexo masculino, n (%) 90 (52,9%) 84 (49,7%) 88 (52,1%)
Raça branca, n (%) 147 (91,3%) 146 (93%) 142 (94%)
Idade, anos, mediana (IQR) 35 (26, 43) 35 (26, 46) 34 (26, 45)
Peso, kg, mediana (IQR) 69,6 (58,5, 81,6) 68,9 (60, 80,5) 72 (61, 85)
Duração da DC, anos, mediana (IQR) 2,4 (1, 8) 2,2 (1, 9) 2,2 (1, 9)
IADC, mediano (IQR) 275 (247, 322) 272 (239, 320) 278 (248, 327)
PCR, mg/dL, mediano (IQR) 1,0 (0,4, 3,1) 1,1 (0,4, 3,1) 1,0 (0,3, 2,3)
IBDQ, mediano (IQR) 123 (98, 146) 125,5 (106, 146) 127 (103, 144)
Os Pacientes do SONIC Têm Doença Inicial e Alta Carga Inflamatória
Colombel JF, et al. Gut. 2008;57(suppl 2):A1.
SONIC
PCR, proteína C-reativa; IBDQ, Questionário da Doença Inflamatória Intestinal; IQR, amplitude interquartil.
Remissão Clínica sem Corticoesteroides na Remissão Clínica sem Corticoesteroides na Semana 26Semana 26
Desfecho PrimárioDesfecho Primário
31
44
57
0
20
40
60
80
100
Prop
orçã
o de
Pac
ient
es (%
)
AZA + Placebo IFX + Placebo IFX + AZA
p<0,001
p=0,009 p=0,022
52/170 75/169 96/169
SONIC
* Colombel JF, et al. NEJM. 2010;362: 1383-95
17
30
44
0
20
40
60
80
100
Prop
orçã
o de
Pac
ient
es (%
)
AZA + Placebo IFX + Placebo IFX + AZA
p<0,001
p=0,023 p=0,055
18/109 28/93 47/107
Completa Cicatrização da Mucosa na Semana 26Semana 26
SONIC
* Colombel JF, et al. NEJM. 2010;362: 1383-95
28
56,9
68,8
0
20
40
60
80
100
AZA + Placebo IFX + Placebo IFX + AZA
Prop
orçã
o de
Pac
ient
es (%
) p<0,001
p<0,001 p=0,169
21/75 37/65 44/64
Remissão Livre de corticóides em Pacientes com Alto PCR e Lesões na Mucosa no Início
Semana 26
SONIC
Colombel JF, et al. J Crohn’s Colitis. 2009;3:S45-S46.
Todos os pacientes randomizados (N=508)*
24,134,9
46,2
0
20
40
60
80
100
Porc
enta
gem
de
Paci
ente
s
AZA + Placebo IFX + Placebo IFX + AZA
p<0,001
p=0,028 p=0,035
41/170 59/169 78/169
* Pacientes que não entraram na extensão do estudo foram tratados como não-respondedores.
Remissão Livre de Corticoesteroides na Semana 50Remissão Livre de Corticoesteroides na Semana 50(Desfecho Pré-especificado)(Desfecho Pré-especificado)
Sandborn WJ, et al. Gastroenterology. 2009;136(suppl 1):A-116.
SONIC
Remissão Livre de Corticoesteroides na Semana 50
Pacientes com PCR ≥0,8mg/dL e lesões na endoscopia inicial *
22,7
41,550
0
20
40
60
80
100
AZA + Placebo IFX + Placebo IFX + AZA
Porc
enta
gem
de
Paci
ente
s
p=0,002
p=0,016 p=0,354
17/75 27/65 32/64
* Pacientes que não entraram na extensão do estudo foram tratados como não-respondedores.
SONIC
Sandborn WJ, et al. Gastroenterology. 2009;136(suppl 1):A-116.
28
56,968,8
0
20
40
60
80
100
AZA + Placebo (n=75)
IFX + Placebo (n=65)
IFX + AZA (n=64)
Porc
enta
gem
de
Paci
ente
s
Week 26 Week 50
Remissão Livre de corticóides em Pacientes Remissão Livre de corticóides em Pacientes com Alta PCR e Lesões na Mucosa no Iníciocom Alta PCR e Lesões na Mucosa no Início
n=204
SONIC
* Colombel JF, et al. NEJM. 2010;362: 1383-95
Resumo dos Eventos Adversos Até a Semana 50(Todos os Pacientes Randomizados)
AZA + Placebo
(n=161)
IFX + Placebo
(n=163)
IFX + AZA(n=179)
Pacientes com ≥1 EA, n (%) 144 (89,4%) 145 (89,0%) 161 (89,9%)
Pacientes com ≥1 EAG, n (%) 43 (26,7%) 39 (23,9%) 27 (15,1%)
Infecções Graves, n (%) 9 (5,6%) 8 (4,9%) 7 (3,9%)
Colombel JF, et al. J Crohn’s Colitis. 2009;3:S45-S46.
SONIC
EA, evento adverso; EAG, evento adverso grave.
Conclusões• Os resultados na semana 50 foram similares aos observados
na semana 26 – A monoterapia com infliximabe foi superior à monoterapia com AZA – A terapia combinada de infliximabe/ AZA, quando iniciada em
conjunto, em pacientes virgens de tratamento, foi superior à monoterapia com AZA ou com infliximabe
• Os pacientes com evidência clara de inflamação ativa tiveram, particularmente, um benefício maior com o regime baseado no infliximabe
• O perfil de segurança foi similar entre os pacientes tratados com AZA, infliximabe e o regime combinado de AZA/ infliximabe
SONIC