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Dormitório infantil: a influência das cores no desenvolvimento comportamental de
uma criança com autismo Julho/2016
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
Dormitório infantil: a influência das cores no desenvolvimento
comportamental de uma criança com autismo
Diana Natasha Dias Araújo Bastos – [email protected]
Master em Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG
Rio Branco, AC, 30 de julho de 2015
Resumo
De que maneira as cores podem influenciar no desenvolvimento comportamental e
psicológico de uma criança com autismo? As cores sugerem distintos significados,
dependendo de como serão utilizadas. O objetivo principal do presente estudo é refletir
sobre a influência que as cores causam no comportamento humano quando aplicadas
num espaço residencial, em específico, no dormitório de uma criança diagnosticada
com autismo. É de conhecimento que as cores causam impactos tanto no
desenvolvimento mental quanto no convívio social do ser humano, gerando efeitos
quanto a temperaturas, distâncias, formas, estímulos, atingem o psicológico, podendo
influenciar até na saúde, dependendo da carga de exposição aos olhos, dentre outros
fatores. O artigo tem como proposta apresentar uma pesquisa bibliográfica, buscando
informações em livros, artigos, revistas e conteúdos na internet, avaliando a melhor
aplicabilidade das cores num dormitório infantil, buscando solucionar os problemas
comportamentais das crianças em sua individualidade. Por fim, percebemos que a
influencia das cores em nosso organismo é um dos principais fatores para determinar a
maneira de como nos relacionamos com nosso ambiente e o que ele nos transmite, e o
efeito deste para com nossa evolução. Dar um devido valor e maior atenção às cores
escolhidas para os quartos das crianças pode ser um fator determinante para o futuro.
Palavra chave: Cor. Influência. Comportamento. Dormitório. Criança.
1. Introdução
Para nós a cor é um elemento estrutural: existem materiais como pedra, madeira e
materiais como o vermelho, o amarelo [...]
Não podemos imaginar uma arquitetura sem cores: o volume, o conteúdo, sempre
possuirá uma cor, não importa se amarela ou preta, azul ou branca [...]
Mesmo quando a cor assume o papel de indicador, ela não perde seu componente
estrutural [...] a cor estabelece a relação dos volumes na arquitetura, ditando ou
deformando as massas, ou mesmo alterando a relação entre o interior e o exterior.
(BUCCI, 1997)
As cores estão inseridas no dia-a-dia das pessoas. Seja na arquitetura, nos automóveis,
na natureza, no vestuário, no cabelo, na alimentação e até mesmo na escolha do esmalte
ou do batom. Estas estão impregnadas de informações e significados simbólicos, ligadas
direto ao emocional, sendo uma das experiências visuais mais marcantes.
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Segundo Farina (1982:101-106), “as cores atuam sobre a nossa emotividade produzindo
diferentes sensações. Embora não estejam bem definidos cientificamente, experimentos
psicológicos comprovam que existe uma reação física do indivíduo perante a cor. Da
mesma forma, Arnheim (2011:251) afirma que é consenso que as cores carregam forte
expressividade, sendo direto e espontâneo seu efeito nas pessoas” (ARNHEIM, Rudolf,
2011, apud, LUFT, Maria Gabriela Cheren, 2011).
Na arquitetura, o uso da cor e suas tonalidades interferem no meio. Dependendo da
carga visual ali empregada, podem causar efeitos positivos ou negativos. Numa
residência, as cores podem gerar incômodo e até mesmo conflitos ou, de contra partida,
harmonizar o ambiente e causar boas sensações. Num dormitório, espaço este que dever
ser relaxante, pois a atividade principal é dormir, deve-se ter muita cautela ao definir os
tons a serem utilizados, pois, a escolha equivocada pode agitar a mente e dificultar o
processo de relaxamento, ainda mais se o usuário apresentar hiperatividade, como uma
criança, por exemplo.
De acordo com Luft (2011:288), “o uso das cores pode contribuir de forma
benéfica na vida das crianças, uma vez que as cores sugerem diferentes
significados, de acordo com a maneira como forem utilizadas [...] Devido à
influência da cor no meio onde vivemos, torna-se importante estudar formas
de proporcionar às pessoas a utilização de cores, buscando composições
harmoniosas, equilibradas visualmente, que colaborem juntamente com
outros elementos do projeto do ambiente”. (LUFT, 2011:288)
Segundo Gurgel (2010:147), “o dormitório de uma criança entre 0 a 3 anos, o espaço é
reservado basicamente para dormir, precisa de uma atmosfera silenciosa e acolhedora,
com superfícies fáceis de limpar. Os tons de cores mais apropriados são os tons pastel,
por serem mais relaxantes”.
De acordo com estudos, as cores nos quartos dos bebes influenciam diretamente seus
comportamentos como seu apetite, o choro, o sono e até mesmo seu ritmo cardíaco.
Este trabalho baseia-se na pesquisa de um melhor conforto e estímulo visual através das
cores para as crianças com autismo em seus dormitórios. Acreditando que, com
utilização correta, pode-se contribuir de forma significativa na saúde, bem estar e no
desenvolvimento da vida da criança. A principal fonte de estudo, consiste no trabalho de
pesquisa de LUFT, Maria Gabriela Cherem (Um estudo de cores em Josef Albers para
um ambiente infantil, 2011), GURGEL, Mirian (Projetando espaços: guia de arquitetura
de interiores para áreas residenciais, 2010) e URBANO, Érica da Costa (Cores e o
comportamento visual humano, 2007).
2. Cor
“Cor é vida, e o que a cor manifesta pela luz é a expressão visível do divino.”
(Autor desconhecido)
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Definição de cor no dicionário: (ô) s.f. Impressão produzida no olho pela luz, segundo a
sua própria natureza ou a maneira pela qual se difunde nos objetos: as cores do arco-íris.
Aparência dos corpos segundo o modo como refletem ou absorvem a luz.
S.f.pl. Coloração das faces: os ares do campo deram-lhe novas cores.
Marca distintiva da nacionalidade, que consiste no colorido das bandeiras, pavilhões,
galhardetes, insígnias etc. (http://www.dicio.com.br/cor/ acessado em 27/07/2015).
Nos estudos sobre as cores, aprendemos que há divisões como cores primárias,
secundárias e terciárias, complementares e análogas, cores quentes e frias.
As cores primárias, aquelas que não podem ser decompostas, ou seja, não provém da
combinação de nenhuma outra cor, são divididas em três: amarelo, azul/cian e
vermelho/margenta (figura 1). Da mistura destas entre si, nascem as cores secundárias:
laranja, roxo e verde (figura 2). As cores terciárias são todas as outras cores e resultam
da combinação das primárias com as secundárias (figura 3).
Figura 1: esquema de cores primárias
Fonte: Nóbrega, 2015
Figura 2: Esquema de formação de cores secundárias
Fonte: Nóbrega, 2015
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Figura 3: Esquema de formação de cores terciárias
Fonte: Rhein, 2013
Cores complementares são aquelas que mais oferecem contraste entre si. De acordo com
a definição de Michel Eugene Chevreul, no século XIX, a cor complementar de uma
matriz é aquela que mais absorve seu espectro. A cor complementar de uma cor
primária é o resultado da junção das outras duas cores primárias, exemplo: a cor
complementar do amarelo é a soma do azul com vermelho que resulta no roxo, ou seja,
a cor complementar do amarelo é o roxo. As cores complementares no círculo
cromático estão localizadas diametralmente opostas (figura 4). Já as cores análogas, são
cores semelhantes, onde há nelas uma mesma cor base diferenciando apenas a
tonalidade, estão dispostas lado-a-lado no círculo (figura 4).
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Figura 4: Esquematização de cores complementares e análogas no círculo cromático
Fonte: Internet, 2015
A designação de cor quente e fria é de caráter psicológico. Gurgel (2010:252) em seu
livro cita que cada cor tem uma temperatura própria e consequentemente afeta nossos
sentidos de maneira diversa e particular. O amarelo, o vermelho e o laranja, por
exemplo, são consideradas cores quentes pois nos remetem ao sol, ao fogo à larva do
vulcão, transmitindo sensação de calor. No círculo cromático todas as cores derivadas
do amarelo e do vermelho são consideradas cores quentes (figura 5). Já o azul, o violeta
e o verde, são consideras cores frias, pois nos transmitem sensação de frio,
tranquilidade, nos remetem a água, ao gelo, etc. No círculo cromático as cores que tem
como base o azul, são consideras cores frias (figura 5).
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Figura 5: Esquematização de cores quentes e frias no círculo cromático
Fonte: Internet, 2015
Segundo Gurgel (2010:253), as cores próximas à linha limite, entre cores frias e quentes
têm sua teperatura determinada proporcionalmente à quantidade de cor fria ou quente
presente em sua composição. O violeta-avermelhado, com pouco azul e muito vermelho
em sua compoição, é uma cor quente, enquanto o violeta-azulado [...] é considerado frio
(figura 6).
Figura 6: Esquema da linha limite entre cores frias e quentes
Fonte: Gurgel, 2010
A cor é um dos elementos mais fascinantes e indispensáveis para a representação da
natureza, dos objetos e imagens criadas pelo homem. O aspecto mais intrigante com
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relação às cores é a sua existência em confronto com a sua inexistência. (FERREIRA,
DIAS e PEREIRA, 2006)
“A ideia da cor como sensação resume o conhecimento que vem desde os atomistas
gregos, que perceberam que o núcleo das linguagens plástica e psicológica e dos
fenômenos cromáticos, advém do conflito ou da harmonia entre luz e trevas (Figura 7)”.
(URBANO, 2007:2).
Figura 7- Chácara Lar Paraíso, Bujari-AC
Fonte: Autora, 2014
“Na Figura 7, percebe-se que há vários elementos na penumbra, cujas cores não são
identificadas, sendo possível codificar apenas algumas formas. Observa-se que a
claridade, a obscuridade e a cor constituem os meios que possibilitam à vista diferenciar
os objetos e suas diversas partes construindo o mundo visível. Assim, a ação das cores,
umas sobre as outras, ao revelar a essência do colorido, motiva a relatividade da
aparência da cor, como é possível verificar na Figura 8”, segundo URBANO (2007:3).
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Figura 8 - Águas de Lindóia
Fonte: URBANO, 2007
“A Figura 7 apresenta uma beleza no contraste entre o claro e o escuro, mas a
diversidade das cores da figura 8 encanta” (URBANO, 2007:3).
De acordo com pesquisas realizadas, Goethe Considerava a cor como um efeito que,
embora dependente da luz, não era a própria luz. Para ele luz, sombra e cor deveriam
coexistir para o surgimento da visão, como afirmava:
“a claridade, a obscuridade e a cor constituem, juntas, os meios que possibilitam à vista
diferenciar os objetos e suas diversas partes. De forma que, baseados nesses três fatores,
construímos o mundo visível, tornando possível ao mesmo tempo a pintura, capaz de
representar a visão de um mundo muito mais perfeito do que possa ser o mundo real.”
(GOETHE, apud, http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Cor/luz_e_cor_.pdf)
Vivemos rodeados, totalmente imersos, num mundo de cores, e nossa reação a elas é
profunda e intuitiva, embora não percebamos. As cores estimulam nossos sentidos e
podem encorajar o relaxamento, o trabalho [...] Pode nos fazer sentir mais calor ou frio,
alegria ou tristeza, ou ainda estimular nosso apetite (GURGEL, Mirian, 2010:249-50).
A cor pode transformar animar e modificar totalmente um ambiente. Todos nós somos
influenciados pela cor, e é possível levá-la a todas as áreas da nossa vida (LACY,
1999:13).
De acordo com Gurgel (2003:246), as funções das cores nos ambientes são: influenciar
nosso estado de espírito, criar diferentes atmosferas, alterar visualmente as proporções
de um ambiente, aquecer ou esfriar um ambiente, valorizar e criar centros de interesse.
Gurgel (2007, p. 57) nos lembra também que o sucesso de um projeto de interiores não
está apenas nas cores escolhidas, pois também são importantes: a quantidade de cada
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cor, as texturas das superfícies onde foram aplicadas, a iluminação natural e artificial
existente, bem como a função e objetivos do ambiente. Quando todos esses fatores estão
em concordância, podemos dizer que o esquema de cores foi bem escolhido.
3. Percepção das cores
A cor que percebemos é definida por fatores naturais ou físicos e está relacionada à
fonte de luz sobre o objeto e a reação do mesmo. Quando essa fonte, que possuí todas as
cores, atinge determinado objeto, ele reflete de volta as cores, porém aquela que não é
refletida de volta é a que nós conseguiremos visualizar, sendo possível dizer que aquela
é a cor do objeto. (https://www.significadosbr.com.br/cores)
Para enxergarmos as cores nos objetos, natureza, dentre outras coisas, dependemos da
luz e das propriedades do nosso sistema nervoso. A detecção de luz se dá pela atividade
de células especializadas que transformam a energia da luz em resposta neural. Essas
células são os fotorreceptores da retina – os cones e bastonetes (figura 9) – e sua
capacidade de detectar luz varia ao longo do espectro eletromagnético, do vermelho ao
violeta. A visão diurna, com a qual enxergamos as cores, é mediada pelos cones,
enquanto a noturna é mediada pelos bastonetes (VENTURA, 2007:83).
Figura 9: Cones e bastones
Fonte: Internet, 2015
Os bastonetes permitem a visão para intensidades luminosas muito pequenas (noite,
crepúsculo). Recebem apenas impressão de luminosidade e nenhuma impressão
cromática, não percebem diferenças finas de forma e cor. Já os cones, permitem a
impressão colorida em claridades média e grande (visão diurna).
Existem três tipos de cones, os azuis, os vermelhos e os verdes. Essas são as três cores
que nossos olhos captam, a partir dessas são formadas todas as outras cores que vemos,
por isso, são consideradas as cores primárias da visão e também da síntese aditiva de
cor.
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Figura 10: Visão humana
Fonte: Internet, 2015
A aparência da cor surge porque o cérebro recebe e decodifica as informações dos
comprimentos de onda percebidas pelo olho através de uma energia luminosa.
(URBANO, 2007:5)
Segundo Fazenda (2001):
Impressão da cor não é somente um mecanismo da visão, mas também a
sensação ou o sentimento que ativa nossos pensamentos e mecanismos
cognitivos. E isso tudo paradoxalmente ocorrendo ao mesmo tempo e em
múltiplas direções que se metamorfoseiam. Sabemos que a cor afeta a
ativação no córtex, funções do sistema nervoso autônomo e atividade
hormonal, e que a cor define associações emocionais e estéticas.
(FAZENDA, Carla Maria Arantes, 2001, apud, URBANO, 2007:7)
3.1 Como as crianças enxergam as cores?
Segundo Kutz, “a percepção das crianças pequenas é mais cor dominante do que forma
dominante”.
As crianças enxergam desde ao nascer, a não ser que tenham algum problema na visão.
Conforme a criança vai se desenvolvendo seu órgão visual vai evoluindo e se
aprimorando conforme a utilização dos olhos para observar e absorver toda e qualquer
informação ao seu redor, fazendo com que estimule o desenvolvimento do cérebro para
diversas atividades.
As cores são percebidas desde ao nascer, mas até os dois meses não conseguem
distinguir tons como o vermelho e o laranja, assim, preferindo cores contrastantes ou o
branco e o preto. A partir dos quatro meses é que começarão a diferenciar melhor os
tons, passando a ter preferências com as cores primárias.
Segundo a Farroni e Menon, a sensibilidade visual é baixa em primatas recém-nascidos,
e desenvolve-se gradualmente até níveis adultos durante os primeiros anos após o
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nascimento. Inúmeros estudos de desenvolvimento visual descreveram esse processo.
Em termos gerais, a sensibilidade ao contraste e a acuidade, medidas em termos
psicofísicos, amadurecem por volta dos 5 ou 6 anos de idade em humanos [...]
4. O efeito psicológico das cores
Neste estudo, a autora utilizará a conceituação das cores primárias e secundárias para
não prolongar muito no assunto. Sendo as cores primárias o vermelho, o azul e o
amarelo e as cores secundárias o laranja, o verde e o roxo, além do branco, do preto e do
cinza.
4.1 Psicologia das cores
As cores têm diferentes significados e influenciam diferentemente as pessoas, de acordo
com as diversas culturas. O que para uns é tristeza para outros pode significar
prosperidade e elevação do espírito. Para os japoneses, por exemplo, o laranja
representa alegria e amor, já para os budistas, é símbolo de humildade [...] O luto é
simbolizado pelo preto para os ocidentes e pelo branco para os orientais (GURGEL,
2010:257).
Afirma ainda que:
As cores atuam em nossa mente e em nosso físico, estimulando-nos de diferentes
maneiras. Portanto, a escolha de uma delas deve ser cautelosa a fim de atingir
plenamente os objetivos desejados. (GURGEL, 2010:258)
Azul
Não existe cor mais natural, suave ou refrescante do que a cor do mar, da água, do céu e
do gelo. É a cor da tranquilidade, da harmonia, da paz e da devoção. Indicado para
pessoas de temperamento explosivo ajuda a baixar a pressão sanguínea e a reduzir o
stress e a tensão é bem utilizado para criação e a manutenção de um clima ou ambiente
calmo e organizado. Deve-se ter cuidado, no entanto, com pessoas que tem tendência a
sofrer de depressão. Em tons pastel, os azuis aumentam a sensação espacial de um
ambiente e ajudam a acalmar. Ideais para ambientes voltados para o relaxamento e
espaços pequenos, como banheiros;
Amarelo
Sol e luz. É a cor da infância, alegre, espontânea e divertida. Revitaliza o
espírito e ilumina a alma. Simboliza a riqueza. Estimula a criatividade, o
intelecto e o poder. É muito versátil, ajudando a estimular a digestão e a
comunicação. Essa cor não é muito recomendada para os quartos, pois, ao
estimular a mente, faz com que seja mais difícil dormir (GURGEL,
2010:262);
Vermelho
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Mais quente e dramática das cores, o vermelho estimula os sentidos e seduz a mente. É
romance, paixão, drama, emoção, vitalidade, energia, calor e agressividade. Deve-se
tomar cuidado ao utilizá-la, quando em acesso pode perturbar o sistema nervoso,
(dependendo das variações de tonalidade) tornando as pessoas instáveis; e em casos
extremos, violentas. Usado em demasia, pode deixar o espaço pesado e opressivo, além
de diminuí-lo visualmente;
Verde
Natureza e floresta. Associada ao equilíbrio e à harmonia é uma cor que
sugere honestidade, estabilidade e confiabilidade. Cor da caridade, da
compaixão, do compartilhamento e da esperança. Quanto à temperatura, pode
ser considerada neutra por não ser nem quente nem fria. Estimula o silêncio.
É relaxante, mas, em contraste com sua cor complementar, o vermelho, o
resultado pode ser bem estimulante. O verde é ideal para ambientes onde se
tomam grandes decisões por acentuar o equilíbrio e não favorecer discussões.
Pistache, verde-maçã e lima são cores que lembram frescura, pureza, limpeza
e brisa. É como trazer o exterior para dentro de casa (GURGEL, 2010:263-
64);
O verde combina com todas as outras cores e ajuda a reduzir a tensão e o
stress. É uma cor que está relacionada com a auto-estima. Mas, ele pode
afetar emocionalmente algumas pessoas com problemas não resolvidos.
Proporciona a sensação de uma profunda sensação de liberdade e fluidez
(PALARIA, 2006:22);
Laranja
A energia física e dinâmica do vermelho associada à intelectualidade do
amarelo proporciona diferentes e interessantes matizes, que aconchegam,
estimulam o otimismo e elevam o espírito. O laranja é considerado a cor que
mais estimula a sociabilização. Cor da criatividade, do divertimento, da
alegria e do humor. Ajuda a “digerir” a vida com alegria e aceitar
contratempos (GURGEL, Mirian, 2010: 261-62).
Os tons de laranja criam atmosfera propícia ao movimento e à ação, e suprema a
energia necessária para alcançar, criar, expressar e explorar. São antidepressivos.
Devem ser usados com cautela por pessoas que facilmente se estressam ou se agitam;
Roxo
Simbolicamente representam sensibilidade, intuição, espiritualidade bom gosto e
sofisticação. Associado ao sonho, aurora, justiça, dignidade, egoísmo, misticismo,
tranquilidade. Ajudam a desenvolver a percepção. Segundo Palaria (2006:22) “esta cor
não deve ser utilizada como cor principal, pois cria uma falta de base e, com o tempo, a
pessoa se desinteressaria pelo mundo ao seu redor, desligamento psíquico. Tons escuros
e fortes podem criar um refúgio, um espaço para introspecção”.
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Branco
A cor branca é a junção de todas as cores. Considerada uma cor primordial,
deve ser utilizada como acessório, traz consigo claridade, alegria, porém em
grande quantidade torna-se frio e monótono. Considerada uma cor neutra, é a
cor do inverno nos países frios, e da lua cheia. Simboliza inocência, fé e
pureza, e está associado à alegria e à claridade. Cor da higiene e da saúde, é a
cor ideal para cozinhas, despensas, banheiros e consultórios médicos ou
dentários. Ambientes totalmente brancos podem se tornar impessoais,
monótonos e hostis. (GURGEL, 2010:265);
Preto
Não é considerado cor, mas atua na mente e no físico. É sombrio, masculino
e impessoal. Embora associado à escuridão e à morte, as culturas ocidentais o
colocaram no centro da moda, como cor sofisticada e excêntrica. Fizeram
ainda da composição preto e branco um “must”. Para o feng shui, o preto é
poder e dinheiro. Diminui o tamanho dos objetos e aproxima as superfícies.
Absorve a luz e pode deprimir se usado em excesso. (GURGEL, 2010:264)
Segundo Palaria (2006) ‘”É uma cor considerada abstrata, reluz a sensação do vazio, da
renuncia, sua condição de total ausência de cores a relaciona simbolicamente com a
ideia do nada. Logo, é indicada para pessoas sofisticadas, autoritária e desconhecida”.
Cinza
Mistura de branco e preto, a cor cinza está associada à sabedoria e à idade, e
também ao estresse e à fadiga. Grandes áreas de cinza podem ficar sem vida e
tristes. Componha-as com cores vivas e obtenha resultados muito
interessantes e dinâmicos. Diferentes e contrastantes tons de cinza num
mesmo ambiente dão movimento. (GURGEL, 2010:265)
De acordo com Palaria (2006), “o cinza é uma cor neutra, sem estímulos psicológicos.
Trata, isenta de qualquer capacidade de influenciar o ser humano. Transmite, assim,
neutralidade, sensação de equilíbrio e estabilidade”.
4.2 Criança com autismo
Em pesquisas realizadas no site autismobrasil, apontam que: durante os primeiros
meses de vida, os bebês se acomodam em um ciclo normal de sono e vigília. Eles
gradualmente reduzem o número de cochilos diurnos e começar a dormir por longos
períodos de tempo durante a noite. Mas algumas crianças continuam a ter dificuldade
em adormecer ou dormir durante a noite, e o problema pode persistir por muito tempo
depois que as crianças iniciam a escola.
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Distúrbios do sono podem ser ainda mais comuns em crianças com autismo. Os
pesquisadores estimam que entre 40% e 80% das crianças com autismo têm dificuldade
para dormir. Os maiores problemas de sono entre as crianças incluem:
Dificuldade em adormecer
Rotinas de sono inconsistentes
Agitação ou má qualidade do sono
Acordar cedo
A falta de uma boa noite de sono pode afetar não apenas a criança, mas todos em sua
família. Se você estiver com os olhos turvos por ter acordado noite após noite com o seu
filho, há uma série de intervenções no estilo de vida e no sono que podem
ajudar. (http://autismobrasil.org/autismo/o-que-fazer/artigos/ajudando-seu-filho-a-
obter.html, acesso em 30 de jul. 2015)
Os pesquisadores não sabem ao certo por que as crianças autistas têm problemas com
sono, mas eles têm diversas teorias. A primeira tem a ver com os sinais sociais. As
pessoas sabem quando é hora de ir dormir à noite graças aos ciclos normais de claro e
escuro e os ritmos circadianos do corpo. Mas eles também usam sinais sociais. Por
exemplo, as crianças podem ver seus irmãos se preparando para dormir. Crianças com
autismo, que muitas vezes têm dificuldade em se comunicar, podem interpretar mal ou
não conseguem entender esses sinais. (http://autismobrasil.org/autismo/o-que-
fazer/artigos/ajudando-seu-filho-a-obter.html, acesso em 30 de jul. 2015)
Outra teoria tem a ver com o hormônio melatonina, que normalmente ajuda a regular os
ciclos de sono-vigília. Para produzir a melatonina, o organismo precisa de
umaminoácido chamado triptofano, que pesquisadores encontraram em níveis alterados
em crianças com autismo. Normalmente, os níveis de melatonina aumentam em
resposta à escuridão (à noite) e decaem durante o dia. Estudos têm mostrado que
algumas crianças com autismo não liberam melatonina nos momentos corretos do dia.
Em vez disso, eles têm altos níveis de melatonina durante o dia e níveis inferiores
durante a noite. (http://autismobrasil.org/autismo/o-que-fazer/artigos/ajudando-seu-
filho-a-obter.html, acesso em 30 de jul. 2015)
Outra razão pela qual as crianças com autismo podem ter dificuldade em adormecer ou
acordar no meio da noite pode ser por um aumento da sensibilidade aos estímulos
externos, tais como toque ou som. Enquanto a maioria das crianças continua a dormir
profundamente, enquanto sua mãe abre a porta do quarto ou sente dobras nos lençóis,
uma criança com autismo pode acordar abruptamente devido a estímulos mínimos.
Ansiedade é outra condição possível que poderia afetar negativamente o sono. Crianças
com autismo tendem a apresentar níveis mais elevados de ansiedade do que outras
crianças. (http://autismobrasil.org/autismo/o-que-fazer/artigos/ajudando-seu-filho-a-
obter.html, acesso em 30 de jul. 2015)
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4.3 Cromoterapia
Cromoterapia é o conhecimento da ação e função terapêutica da cor, aplicadas aos
processos regenerativos da matéria física. No ser humano, em particular, por tratar-se de
ser inteligente, pensante, com o uso pleno do livre arbítrio, deixa de ser uma questão de
simples reposição de Campo, para tornar-se um reajuste de toda formação energética, de
que se compõe o TODO físico/espiritual. (NUNES, 1995)
Atualmente, verifica-se na aplicação de cor aos ambientes, as cores e tons mais
adequados para estudos, trabalhos, hospitais, crianças, etc. A cromoterapia propõe,
através de suas cores energéticas, reestabilizar o equilíbrio e propiciar a cura.
No tratamento cromoterápico, podemos utilizar várias técnicas como fonte de equilíbrio
ou harmonia, como a luz do espectro solar, lâmpadas coloridas, alimentação natural,
mentalização das cores e ainda o contato com a natureza. O cromoterapeuta deve,
portanto, analisar detalhes, buscando associar os sintomas às causas emocionais. Neste
caso, os resultados de cura se dão quando conseguimos ao mesmo tempo: restabelecer o
equilíbrio bioenergético do organismo e eliminar a forma pensamento neg ativa
causadora da doença.
Muitas das doenças que afetam o homem têm sua origem na aura, o que significa que as
doenças se estabelecem primeiramente nos campos emocional e psíquico (mental), que
mais tarde podem somatizar, causando a doença no corpo físico. Quando há o excesso
ou ausência de uma determinada cor, ocorre o que os cromoterapeutas chamam de
desequilíbrio energético, levando o organismo a responder negativamente, gerando
distúrbios físicos, mentais e emocionais. Por este motivo, a cromoterapia não trata
apenas os sintomas, ela busca atingir a causa do desequilíbrio energético.
4.4 Dormitório infantil
De acordo com Gurgel (2010:146), o quarto das crianças, com o passar dos anos,
mudará de função e de necessidade. Do 0 aos 3, dos 4 aos 6, dos 7 aos 10 e dos 11 em
diante, as necessidades alteram-se, tornando-se mais complexas, já que as etapas da vida
vão mudando.
Afirma ainda que:
Primeiramente, só repousar e dormir, em silêncio, é suficiente; posteriormente, a
necessidade de espaço começa a tornar-se fundamental [...] Para as crianças o quarto
representa bem mais do que um espaço para dormir. É refúgio, brincadeira, e onde se
recebem os amigos. Assistir tevê, jogar videogame, estudar e, no final de tudo isso,
dormir são algumas das atividades que poderão acontecer ali. (GURGEL, 2010:146-47)
5 Conclusão
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uma criança com autismo Julho/2016
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Esta pesquisa revelou que as cores influenciam todas as áreas da vida do homem, seja
no plano físico, mental e espiritual. O mau uso das cores nos ambientes, neste caso, num
dormitório infantil, podem causar danos irreparáveis aos usuários, porém, a utilização
consciente das cores pode ajudar, por exemplo, uma criança autista a aguçar sua
criatividade e sua capacidade de interagir com a sociedade, contribuindo para seu bem
estar e evolução quanto pessoa. Cabe aos profissionais competentes utilizarem desta
ferramenta para projetarem espaços harmoniosos com composições equilibradas onde
induza a mente a relaxar quando estiver agitada, ou alegrar-se quando estiver triste.
Assim, antes de projetarmos, devemos buscar conhecer para quem será o projeto, pois
as cores refletem o temperamento de quem ocupa o espaço. As limitações para esta
pesquisa se deu pelo fato de a autora não conhecer nenhuma criança com autismo e
poder ter este contato mais significativo e melhores resultados na pesquisa, e pela
dificuldade de material encontrado que aborde o tema sugerido. O questionamento
levantado é de caráter significativo, pois pode contribuir para as famílias tomarem
conhecimento que, o tratamento para o autismo não se dá apenas com remédio e em
hospitais, mais que começa em casa. Assim, essa pesquisa atinge o objetivo de obter
informações significativas sobre cores e suas influências quando aplicadas a locais
específicos, principalmente quando se trata de crianças diagnosticadas com autismo e
quais cores podem ser usadas para estímulo e tratamento e quais cores não podem ser
usada de maneira alguma, como a cor cinza.
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