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+4-5-5* Energia solar ajuda produtores na Bahia Aroldo Borba Na Fazenda Rio do Peixe, Município de Capim Grosso, esta balsa com placas solares substitui as antigas bombas movidas à diesel. Com isto, os horticultores da região conseguiram aumento significativo na produção (Págs. 6 e 7). Central Eólica de Praia Mansa terá 1,2 MW Início das operações está previsto para agosto. O objetivo é avaliar a confiabilidade dos equi- pamentos sob as condições atmos- féricas da região. Ali, o vento é considerado dos melhores do mundo para aproveitamento na geração de energia elétrica. Pág. 10 Winrock instala no Brasil programa de apoio às empresas A meta é estimular e propor- cionar investimentos em projetos de energia renovável, que con- tribuam para aumentar o desen- volvimento rural, reduzir a de- pendência de combustíveis fósseis importados e preservar o meio-ambiente. Pág. 4 Seminário avalia perspectivas do mercado fotovoltaico Especialistas dos ministérios das Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e de Planejamento e Orçamento, promoveram inter- câmbio de informações com re- presentantes das principais con- cessionárias e cooperativas rurais do País. Pág. 5 CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO II Nº 1 Junho - 1996 EMPRESA DO SISTEMA ELETROBRÁS CEPEL Informe Informe CRESESB/CEPEL

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Na Fazenda Rio do Peixe, Município de Capim Grosso, esta balsa com placas solares substitui as antigas bombasmovidas à diesel. Com isto, os horticultores da região conseguiram aumento significativo na produção (Págs. 6 e 7).

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Início das operações estáprevisto para agosto. O objetivo éavaliar a confiabilidade dos equi-pamentos sob as condições atmos-féricas da região. Ali, o vento éconsiderado dos melhores domundo para aproveitamento nageração de energia elétrica.

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este segundo número doInforme Cresesb procurou-seressaltar o largo leque de apli-

de monitoramento, pelo Cepel (agente deapoio técnico do Ministério).

Várias outras fontes de recursos sãoidentificadas, como o Programa de Apoioao Pequeno Produtor (Papp), em anda-mento em alguns estados do Nordeste, eque no Ceará recebe o nome de ProgramaSão José, com possibilidade de patrocinarprojetos comunitários sociais e produti-vos. O Banco do Nordeste do Brasil, atra-vés do Fundo Constitucional de Financia-mento do Nordeste - FNE, financia, comrecursos reembolsáveis, não somente aaquisição de equipamentos solares eeólicos para projetos agropecuários eagroindustriais de diferentes portes, comoa fabricação e montagem destes sistemasno Nordeste. O Banco também estimulaa P&D e a capacitação de pessoal.

A montagem de projetos, estudos deviabilidade e préviabilidade, são igual-mente patrocinados por instituiçõesnacionais como o Finep, ou internacionaiscomo a Winrock Internacional e o BancoMundial — que proverá recursos para amontagem de projetos que, por sua vez,poderão concorrer ao Prêmio do Pro-grama PVMTI (Pág. 5).

Mesmo para projetos de grande portecomo as fazendas eólicas do Ceará, ondea concessionária local concluiu ser viávela geração eólica, existem recursosdisponíveis no âmbito de cooperaçõesbilaterais, como a estabelecida recen-temente entre o Governo do Ceará e oGoverno Japonês, programas de joint-

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implementation, não considerados peloGoverno Brasileiro ou ainda actionimplementation joint, onde os créditosdevido a redução de CO

2 não seriam

transferidos para os países industria-lizados .

Entretanto, existe um ponto nãoequacionado, que é o modelo a seradotado para atender os consumidoresrurais e residenciais. Não tanto pelaescassez de recursos, já que o Programade Eletrificação Rural da Eletrobráspossibilita o uso de fontes não conven-cionais, mas, sobretudo, pela falta demodelo original que venha a permitir adisseminação do uso das fontes renová-veis por aqueles usuários em potencial.Algumas experiências tentativas como ofundo rotativo da Associação dos Peque-nos Produtores da Bahia, e a proposta deleasing da Cemig, estão entre as maisinovadoras, mas ainda são restritas ouincipientes para que se avalie suasrepetibilidades. Não sem razão surge aproposta de prêmios do Banco Mundial,acima mencionada e descrita em detalhesem artigo do Informe. Este é um prêmioque carecemos competir, senão paraganhar, ao menos para que possamosdispor de alguns modelos consistentes deutilização de uma energia limpa e econo-micamente eficiente para as áreas remotasdo Brasil.

Editorial

* Coordenador do Centro de Referênciapara Energia Solar e Eólica Sérgio

Salvo Brito

Osvaldo Soliano*

cabilidades das energias solar e eólica,que se estende do fornecimento de energiaelétrica a residências, centros comuni-tários, escolas, postos telefônicos, centrosde saúde e estações de bombeamento deágua, em vilas (como no interior doCeará), passando pelo suprimento deenergia para aplicações produtivas emcomunidades e propriedades rurais, comoa irrigação de pequenas áreas, eletri-ficação de cercas e criatório de peixes(como ocorre no interior da Bahia), para— finalmente — atingir a geração degrandes blocos de energia para injeção narede elétrica, como acontecerá dentro dealguns anos no Ceará, e acontece emmenor escala em Minas Gerais.

Como forma de viabilizar este lequede aplicações, também procura-se aquimostrar que, no País, existem recursos dis-poníveis de diferentes fontes. A principalelas é o Programa de DesenvolvimentoEnergético de Estados e Municípios —Prodeem, instituído pelo Ministério deMinas e Energia, que se propõe a cobrir amaior parte do espectro de aplicações,indo desde as consideradas comunitá-rias aos projetos integrados à rede.Somente neste primeiro semestre deverãoser implementados mais de 150 projetosbeneficiando aproximadamente 20 milpessoas. Estes primeiros projetos serãoainda objeto de um minucioso programa

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Xisto Vieira FilhoDiretor Geral - Cepel

Osvaldo Soliano PereiraCoordenador do Cresesb

Ricardo Marques DutraEngenheiro Assistente

José A. ArgoloJornalista Responsável reg. MTB. 13.585

Gabriel CollaresAssistente Editorial

Telma Marroig e Karina IsraelEditoração Eletrônica

Membros do Conselhodo CRESESB

Eugênio M. Schleder - DNDE/MMECasper E. Stemmer - MCT

Milton M. Carneiro - EletrobrásMaurício Moszkowicz - Cepel

Ailton R. Lobo - CemigPaulo M.A. Craveiro - Coelce

Silvana P. Gondim - BNBMargaret Muller - Finep

Everaldo A. Feitosa - UFPEAdnei M. de Andrade - USPAntonio Granadeiro - Abeer

Ismael Ferreira - Apaeb

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Brasil, desde janeiro último- e através do Ministério deMinas e Energia (MME) -

Esta planta, Solar Two, com campo de heliostatos e torre central está sendoinaugurada no dia 5 deste mês

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passou a participar do Programa deEnergia Solar e Sistemas EnergéticosQuímicos Solares da Agência Inter-nacional de Energia - SolarPaces, comointegrantre associado, numa de-monstração cabal do apoio à im-plementação de Projetos Termo-Solaresno País. O Cepel foi indicado peloMME para coordenar a atuaçãobrasileira.

O SolarPaces é um programa queobjetiva reunir técnicos de centros depesquisa, dos governos e da indústriados países participantes, para colaborarno desenvolvimento da tecnologiatermo-solar. Este programa é coordena-do por um Comitê Executivo, com umrepresentante de cada país membro ( nocaso do Brasil, o Cepel), e forças-tarefasem sistemas de potência elétrica termo-

O Brasil preparou e, em breve,submeterá ao Global Environment Facil-ity (GEF) o projeto-piloto de uma torrecentral (como o apresentado na fotoacima), em fase de comissionamento naCalifórnia. O Projeto envolve uma sériede instituições do País, a saber: MME,MCT, Eletrobrás, Cepel, Chesf, Coelba,Codevasf e Petrobrás, e deverá serinstalado na região oeste da Bahia,fornecendo energia para um dos projetosde irrigação da Codevasf.

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����������������O 3º Encontro para o Desenvol-

vimento das Energias Solar, Eólica e deBiomassa no Brasil (3º Eseb) marcadopara o período de 25 a 28 de junho,acontecerá no Museu de Arte Moderna deSão Paulo, numa promoção do FórumPermanente das Energias Renováveis,com o apoio dos Ministérios da Ciência eTenologia, Minas e Energia, Governo doEstado de São Paulo, Prefeitura de SãoPaulo e a Associação Brasileira deRefrigeração, Ar Condicionado, Venti-lação e Aquecimento - Abrava. O Eventoserá patrocinado pela Abrava,Coopersucar, Cresesb, Finep e CNPq.

O Encontro será integrado por umasérie de eventos, incluindo um WorkshopInternacional de Alianças Estratégicas parao Desenvolvimento das Energias Solar,Eólica e de Biomassa. Neste, em doispainéis, será mostrado o panorama dasaplicações solar térmica e fotovoltaica,

eólica e de biomassa no Brasil, Europa eEstados Unidos, e as possibilidades dealianças estratégicas com entidadesbilaterais da Índia, Argentina, Egito,Estados Unidos, Holanda e Japão oumultilaterais como o Mercosul, UniãoEuropéia, BID e Banco Mundial. Tambémacontecerá uma sessão de posteres deartigos técnicos e uma Exposição Tecno-lógica e Comercial de Energias Renováveis.

O objetivo deste 3º Encontro é exibiro detalhamento do Plano de Ação traçadono evento anterior e constante da Decla-ração de Brasília, incorporando discus-sões sobre o papel das Pequenas CentraisHidrelétricas e identificando parceirospotenciais, com os quais seja possívelestabelecer alianças estratégicas quecontribuam para o desenvolvimento edisseminação da utilização das energiassolar, eólica e de biomassa no Brasil ounos países de origem destes parceiros.

O

solar - que procura melhorar a geraçãodistribuída através de discos solares e ageração de blocos maiores de energiamediante torres centrais ou cilindrosparabólicos -, em pesquisas e desenvol-vimento em processamento químico -que procura converter energia solar emenergia química, fácil de ser armaze-nada -, e no desenvolvimento de compo-nentes. Integram o Programa: Austrália,Alemanha, Israel, Espanha, Russia,Suíça, Estados Unidos e Brasil.

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Promoção do Governo do Estado daBahia, da Companhia de Energia Elétricada Bahia - Coelba, e da AssociaçãoBrasileira das Empresas de EnergiaRenovável e Eficiência Energética, comapoio do Ministério de Minas e Energia,Agência Internacional de Desenvolvimentodos Estados Unidos e Cresesb, o 2ºSeminário Internacional de Energia Solar,Eólica e Eficiência Energética aconteceráem Salvador, entre 5 e 9 de agosto.

O Seminário constará de quatro painéiscom os seguintes temas: Oportunidadesde Negócios Estratégicos para as EmpresasElétricas, Fontes de Financiamento,Energia para o Desenvolvimento Susten-tável e Oportunidades para Aplicação emPrefeituras e Associações Comunitárias daEnergia Solar e Eólica como Fator deDesenvolvimento Sustentável.

Entre os palestrantes estarão convidadosde empresas de energia de países comoEstados Unidos, Itália, Alemanha, Ingla-terra, além de concessionárias brasileiras,representantes do Banco Mundial, Inter-national Finance Corporation - IFC, KfWalemão, ONG’s nacionais e estrangeiras.

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���������������#�������Winrock International mon-tou recentemente um escritó-rio no Brasil e estabeleceu um

A Winrock poderá participar docusteio dos estudos de viabilidade e pré-viabilidade de projetos que enfrentamriscos significativos, seja porque atecnologia ou sua aplicação são novaspara os países em desenvolvimento, ouem razão de os custos de avaliaçãoda viabilidade dos projetos seremproporcionalmente grandes em relaçãoao custo total dos próprios empreen-

dimentos.Os estudos de viabilidade

constituem apreciações deta-lhadas das característicastécnicas, financeiras e ambien-tais dos projetos de energiarenovável, em termos de suacapacidade de motivar investi-mentos. Eles visam fornecer

elementos para a avaliação dos projetospelos agentes financeiros; relativamenteaos estudos de pré-viabilidade, exploramos atrativos técnicos, financeiros eambientais das oportunidades específicasdos diferentes projetos (quando estesainda se encontram no estágio inicial dedesenvolvimento).

A Winrock pode prover até 50 porcento dos recursos necessários para cobriros custos dos estudos de viabilidade. Se oprojeto Desenvolvimento Internacionaldos Estados Unidos - Usaid.

O Banco do Nordeste do Brasil - BNBfinancia projetos privados de energiarenovável, com recursos reembolsáveis(Fundo Constitucional de Financiamento doNordeste - FNE), contemplando a fabri-cação de equipamentos no âmbito deprojetos agropecuários e agroindustriaisonde essa energia se mostre economi-camente viável (comparativamente à fonteconvencional de energia elétrica).

Os financiamentos referidos são delongo prazo e as condições variam conformea localização e porte do empreendimento.Para pequenos produtores rurais associados,situados na região semi-árida, o prazo é deaté 12 anos para pagar (com quatro anos decarência), juros máximos de 6% mais TJLP,e de até 40% de rebate sobre esses encargos.

Para o grande industrial, as condições -embora menos favoráveis - são de até oitoanos de prazo (com máximo de dois anosde carência), juros de 6% mais TJLP e 5%de rabate nos encargos.

O Proerne prevê ações nos seguintescampos: pesquisa e desenvolvimento,difusão, capacitação e financiamento. Emconsequência, desde 1995 o BNB incluiu aenergia renovável entre as prioridades doFundo de Desenvolvimento Científico eTecnológico - Fundeci, tendo apoiado trêsprojetos de pesquisa de energia eólica e solardas universidades federais de Pernambucoe Paraíba.

Além disso, o Banco reservou recursospara um projeto, no âmbito do ProgramaEldorado, de difusão de energia solarfotovoltaica junto a comunidades isoladasda Região, nos moldes do Prodeem (Pro-grama de Desenvolvimento Energético dosEstados e Municípios).

Dentre as propostas em exame no BNB,destaca-se a de produção centralizada deenergia de origem fotovoltaica paracomunidades isoladas no Nordeste, utilizan-do-se acumuladores (baterias) para a vendade energia às unidades familiares e outrosestabelecimentos, em moldes semelhantesà distribuição de botijões (GLP).

Este projeto destina-se a financiar umempreendedor em cada comunidade.

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Programa de Energia Renovável e Meio-Ambiente. O Fundo de Apoio de Pré-Investimento é um componente destePrograma da Winrock e vem a se constituirem apoio financeiro às empresas privadasque pretendam avaliar a oportunidade dedesenvolver projetos de energia renovávelnos paises em desenvol-vimento.

Com recursos prove-nientes do Centro para oMeio-Ambiente da Usaid(Agência Norte Americanapara o DesenvolvimentoInternacional) e o apoio doConselho de Exportaçãopara Energia Renovável dos EstadosUnidos, este programa objetiva estimularinvestimentos em projetos de energiarenovável - biomassa, hidráulica, solar,eólica e geotérmica - que contribuam paraaumentar o desenvolvimento rural,reduzir a dependência dos combustíveisfósseis importados e domésticos, incre-mentar a diversidade de fontes de energiae encorajar uma administração ecolo-gicamente mais adequada dos recursosnaturais. Este programa assiste aosempreendedores no estágio do projetoreferente ao pré-investimento.

'Este programaassiste aos

empreendedores noestágio do projetoreferente ao pré-

investimento'

No âmbito do Prodeem, a Cemigassinou convênio para o repasse deR$ 200 mil para instalação de 13 siste-mas em centros comunitários que serãoinstalados no Norte do Estado.

A escolha do norte de Minas para aimplantação do Programa levou emconta suas características de isola-mento, onde os custos de eletrificaçãopor rede convencional variam entreR$ 3 mil e R$ 4 mil por quilômetro. ACemig informa que o equipamento paragerar eletricidade por radiação solarapresenta o custo médio de R$ 1,1 mile pode ser implantado em apenas seishoras.

A Companhia Energética de MinasGerais (Cemig) planeja implantar, esteano, 700 sistemas — de um ou doispainéis — e chegar a 4 mil instalaçõesaté 1998.

Pequenas propriedades, escolas epostos de saúde são prioridades doprograma. Inicialmente, 400 escolasreceberão energia elétrica através depainéis fotovoltaicos, suficientes parasuprir até oito lâmpadas, televisor,videocassete e antena parabólica. ACemig responderá pelos projetos emontagem do sistema de energia parailuminação e vídeo.

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A Iniciativa de Transformação doMercado Fotovoltaico - PVMTI seconstituirá num fundo com recursos doGlobal Environment Facility - GEF, oqual, por sua vez, será administrado peloInternational Finance Corporation - IFC(a afiliada do setor privado do BancoMundial), tendo assim forte orientaçãovoltada para o setor privado que, emúltima instância, será o recipiente dosrecursos deste fundo.

O PVMTI deverá dispor de US$ 60milhões para prover subvenções de US$5 milhões a US$ 20 milhões para cadauma das três a seis companhias ouconsórcios que apresentem as propostasmais inovadoras, destinadas a aceleraro desenvolvimento da tecnologiafotovoltaica e expandir suas aplicaçõescomerciais no mundo em desenvolvi-mento. Três são as principais áreas emque o PVMTI pretende atingir: desen-volvimento do mercado, incremento àprodução e parceria entre países.

O objetivo final do GEF, com oPVMTI, é patrocinar intervenção

significativa nos mercados existentes,como estratégia inicial para o controle ea redução de gases estufa a longo prazo,com benefícios globais e atividadesconjuntas do Governo e setor privado.Esta iniciativa se contrapõe às anteriores,que patrocinavam assistência técnica eprojetos-pilotos.

Alguns obstáculos existem, como a di-ficuldade para incrementar o desenvolvi-mento de mercados distantes (nichos), oque é dispendioso e exige grandes inves-timentos iniciais; financiamentos queatinjam bases dispersas; competiçãocom outras formas subsidiadas deenergia e os custos da comercialização.

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'Dos governos nacionaisespera-se, que incentivem o

setor privado a assumir aliderança no fornecimento

descentralizado da eletrificaçãopública'

Com o objetivo de discutir o PVMTI,proposta de Programa do Global Environ-ment Facility - GEF, de disseminação daenergia solar fotovoltaica no mundo, osMinistérios de Planejamento e Orçamento- MPO; de Minas e Energia - MME, e daCiência e Tecnologia - MCT, organizaramseminário sobre Energia Solar Fotovol-taica, que aconteceu dia 10 de abril naConfederação Nacional da Indústria, emBrasília.

O seminário foi aberto pelo secretáriode Assuntos Internacionais do MPO, pelosecretário-executivo do MME e o Secre-tário de Desenvolvimento Científico doMCT. Além de uma exposição sobre oPVMTI, efetuada pelo representante doBanco Mundial, foi apresentado emvários painéis o panorama atual da energiasolar fotovoltaica no Brasil, sob o ângulodo Governo, representado pelo MME/

Com esta iniciativa pretende-seestimular e acelerar a redução dospreços mediante a expansão do mer-cado; aumentar a transferência tecno-lógica e capacitação de países emdesenvolvimento; prover serviços,treinamento e desenvolvimento insti-tucional; introduzir mecanismos definanciamento, parcerias estratégicase imprimir alavancagem financeirapara aumentar o GEF.

Espera-se, enfim, que a com-petição pelas subvenções da ITMFVleve os candidatos à formação deamplos consórcios que aliem or-ganizações e competências localizadasno País, fabricantes, integradores desistemas, intermediários financeiros einvestidores. Que surja uma va-riedade de joint-ventures envolvendoempresas ONGs, cooperativas, bancosagrícolas e empresas de leasing,podendo ainda alavancar estruturas decrédito governamentais ou cessão depequenos territórios de franquia.

Dnaee, MME/DNDE, MCT/Sedec eEletrobrás; dos Agentes Financeiros,representados pelo Banco do Nordeste doBrasil e Finep; de as concessionárias deenergias elétrica, representadas pelaCoelce, Celpe, Coelba e Cemig, e do setorprivado como a Heliodinâmica, Inepar,Associação Brasileira de Empresas deEnergia Renovável e Eficiência Energética(Abeer), Sebrae e Confederações deCooperativas Rurais: Conbrac e Infracoop.

O Representante do Banco Mundialmanteve, também, contatos com setoresdo Governo e da Iniciativa Privada, nosdias 9 e 11 de abril.

O Cresesb distribuiu, na ocasião, aversão em português do PVMTI, quepoderá ser solicitada diretamente portelefone (021 598 2320), fax (021 2606211) ou e-mail: [email protected].

São os seguintes eventos programadospara os próximos meses no exterior:

6th International Energy Conferenceand ExpositionBeijing/China - Jun 3-7World Renewable Energy Congress IVColorado/USA - Jun 15-21Linz Trade Fair for Solar TechonologyLinz/Áustria - Jun 20-2226th Annual Conference and Exhibitionon Wind PowerColorado/USA - Jun 23-27Un Colloque International “EnergySolaire et Environnement”Agadir/Marrocos - Jul 4-5Third Annual Renewable Energy Asia Pa-cific-96Jakarta/Indonésia - Set 17-199th PVSEC ConferenceMiyazaki/Japão - Nov 11-15

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convênio firmado entre aCompanhia de Eletricidade daBahia, o Centro de Pesquisa

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de Energia Elétrica e o National Renew-able Energy Laboratory (NREL) rendeubons frutos aos trabalhadores do campona região sizaleira da Bahia. Através deparcerias com associações rurais, desdemaio de 1995 dois sistemas de captaçãode energia solar foram implantados nascidades de Capim Grosso (a 268 quilô-metros de Salvador) e Valente (238quilômetros), mostrando alternativas degeração de empregos e produção dealimentos na região.

Na Fazenda Madeira, laboratório deprojetos experimentais da Associação dePequenos Agricultores do Município deValente, 21 placas de células fotovol-taicas substituem o trabalho da antigabomba de água de poço artesiano movidaa diesel. A extração é destinada aoconsumo e aos tanques de piscicultura.São criadas carpas e tilápias - únicospeixes adequados às condições da águado sertão baiano. São dois tanques já emfuncionamento, que fornecerão anual-mente dez quilos de peixes para cada umadas oitenta famílias cadastradas noprograma “Convivendo com a Seca”.

As placas solares também eletrificamcercas para a criação de caprinos efornecem eletricidade suficiente para afamília de Zenaide Angelina de Oliveira,33 anos, moradora da fazenda, usufruirde um rádio, TV preto e branco e trêslâmpadas, três horas por dia. “Onde eumorava só tinha candeeiro, aqui tem maisfacilidade”, disse ela. As vantagens dosistema alternativo ficam evidentes nacontabilidade dos custos: para estender amalha elétrica até o campo, a Coelba teriaque gastar US$10 mil por quilômetro;cabe ao usuário o pagamento do seuconsumo. Cada unidade do sistema (umaplaca solar) sai em média por mil reais,com vida útil estimada entre quinze evinte anos. O gasto diário é fornecido pelosol.

Desde 1993 a Apaeb adota estesistema em comunidades rurais distantes,através de financiamento para que asfamílias possam comprar as placas. Issopermite que os pequenos agricultores

Tanques dePisciculturapermitem acriação de

carpas etilápias

Com ainstalaçãode cercas

eletrificadas,foi estimulada

a criação decaprinos

criem caprinos - mais resistentes à secado que o gado bovino - eletrificandocercas feitas com dois fios de arame lisopresos por estacas a cada 100 metros.Cada placa tem capacidade para eletrificar40 km. O cercamento convencional teriaque ser feito com três extensões de aramefarpado e muita madeira.

A criação, por sua vez, garante osustento das famílias e a venda de carnena cidade. “O princípio básico da nossaAssociação é mostrar ao poder público

alternativas para a convivência com aseca, gerando recursos e conforto,evitando o êxodo para as grandescidades", explica Misael Lopes daCunha, presidente da entidade. (—Agora, o Banco do Nordeste do Brasiltambém financiará sistemas de placassolares. É um estímulo para atividadesque propiciam renda às famílias, mos-trando que, mesmo com a seca, melho-rando as condições de vida, é melhorestar aqui do que tentar a sorte em outrascapitais) - complementou.

'São dois tanques já em funcionamento, quefornecerão anualmente dez quilos de peixes para

cada uma das oitenta famílias cadastradas noprograma “Convivendo com a Seca'.

Márcio Nogueira Lima

Márcio Nogueira Lima

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Em Capim Grosso, a Associação dosHorticultores da Fazenda Rio do Peixeganhou prêmios por sua produção. Ospequenos agricultores tornaram-se notíciaem todo o estado em 1995, quandoexibiram uma abóbora gigantesca culti-vada em pleno semi-árido. Em apenas umhectare, cinco famílias trabalham a terragraças a um sistema de irrigação atravésda energia solar. Eles plantam batata-doce, abóbora, quiabo, repolho, tomate,milho, feijão-de-corda e maxixe. “Minhavida mudou com a implantação da bombano açude. Dependia de trabalhar pordiárias na roça de alguém. Às vezes nãoencontrava nada... Recebia apenas a cestabásica para sobreviver”, disse AfonsoFélix da Silva, 42 anos, integrante daAssociação.

Afonsinho, como é conhecido nacidade, foi quem solicitou (após tomarconhecimento do projeto piloto daCoelba-Cepel) que a experiência acon-tecesse nas terras da Associação. Oequipamento fica no precário açude daFazenda Rio do Peixe, já quase seco. Paraadequar o material à oscilação do nívelda água, os técnicos da Coelba adaptaramas placas de energia numa balsa de tonéisflutuantes. “Há três anos não chove nosertão. Nossa maior dificuldade é a seca.

Tendo como puxar a água, a terra rende”,explicou Antônio Gonçalves de Matos,38 anos, que mora com a mulher e os trêsfilhos na localidade.

Os horticultores garantem que oprojeto é bastante visitado por técnicos efazendeiros de outras regiões e mostram-se orgulhosos da roça que plantaram. “Jáveio gente de Jacobina, Maranhão e Feirade Santana conhecer a nosso sistema deirrigação movido a energia solar”, disseAfonso. “Agora esperamos placas solarespara colocar em casa também, para quepossamos ter rádio, televisão e lâmpada”,concluiu.

Segundo o gerente da Divisão deDesenvolvimento de Sistema Elétrico daCoelba, engenheiro José Antônio deSouza Brito, o projeto integra umprograma maior, que está sendo impla-ntado pela Secretaria dos RecursosHídricos da Bahia, com previsão deatingir dez municípios no interior doestado. (— Vejo como uma alternativapara áreas isoladas à energia conven-cional,e já existem outras iniciativas, comopor exemplo o programa ComunidadeSolidária, que atenderá 20 outras locali-dades) - observou.

Afonsinho:

'Minha vida mudoucom a implantação da

bomba no açude.Dependia de trabalharpor diárias na roça dealguém. Às vezes não

encontrava nada...Recebia apenas

a cesta básica parasobreviver'

Através deste sistema debombeamento, extensas áreas dosemi-árido são irrigadas

Bia Lago

Fotos: Márcio N. Lima

A água jorracom intensidadegraças ao novo

método

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sol continua a iluminar durantea noite as 42 casas da comuni-dade de Irapuá, em Pentecoste

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Embora na escola exista um aparelhode TV e os moradores da comunidadeassistam aos jogos de futebol, as aulasforam suspensas por falta de professores,disse Maria Elzi de Freitas Fontes, queleciona na primeira série.

O sistema de bombeamento foto-voltaico e a iluminação com energia so-lar beneficiam aproximadamente 4 milpessoas em 15 localidades do Ceará,distantes até três quilômetros da rede deenergia convencional. Este projeto foiexecutado pela Companhia Energética doCeará (Coelce) de 1990 a1994, em convênio com oCentro de Pesquisas de Ener-gia Elétrica (Cepel), o Natio-nal Renewable Energy Labo-ratory (NREL) e a Agênciade Cooperação Técnica daAlemanha (GTZ). Em 14 co-munidades, onde vivem 3.691 pessoas,foram utilizados sistemas para bombea-mento de água e iluminação. Jericoacoara,no litoral norte do Ceará, onde moram1.250 pessoas, recebeu o maior sistemade bombeamento fotovoltaico do País,que fornece 70 mil litros de água por dia.

Face à possibilidade de eletrificaçãoda vila, é intenção da Coelce manter o sis-tema de bombeamento de água com pai-néis fotovoltaicos em Irapuá. “Triste denós se não fosse esse poço”, disse EuniceBrasil ao apregoar a qualidade da águapara lavar roupa e os pratos. “Graças aDeus, nossa energia nunca deu o prego.

Só troquei duas lâmpadas em três anos”,enfatizou.

A energia solar melhorou a vida socialem Irapuá. “Antes dava sete da noite, aescuridão era grande, e a gente já estavatrancado em casa. Agora, tem movimento,os amigos vêm nos visitar, disse Mariada Penha de Souza, quatro filhos.

A agente de saúde Cirene Cavalcanteda Costa, 32 anos, cinco filhos, observou,por sua vez, que depois da energia solardiminuíram os casos de diarréia e doençasde pele nas crianças: (— Antigamente, eu

saia com um tubo de pomada,e voltava sem nada. A água fi-cava distante e levava tempopara ir buscar. Com água maisfácil, as pessoas podem cuidarmelhor da higiene) - explicou.A missão da agente de saúdeé visitar as residências para

orientar gestantes, nutrizes e crianças noscuidados com a saúde, higiene e tratamen-to da água.

Segundo Socorro Luz, 42 anos, “anti-gamente as crianças adoeciam com vermi-noses e diarréia, porque até o banho eradifícil. As mães precisavam buscar águalonge e, por isso, economizavam. Agoraisso não acontece”. Ela acrescentou que“com a TV as pessoas evoluíram, adquiri-ram mais conhecimentos”. Socorro Luzdiscorda quando dizem que a TV desedu-ca. “Acho que isso depende das pessoas.Agora, acontece uma coisa do outro ladodo mundo e logo ficamos sabendo”.

(Ceará), a 197 quilômetros de Fortaleza.A energia solar é captada em painéisfotovoltáicos que fornecem 40 Watts acada casa, suficientes para acender duaslâmpadas fluorescentes de 20 Watts. Ospainéis atendem também a uma escola,iluminação pública com sete postes, emantêm cheias cinco caixas d’água com6 mil litros cada, através de um sistemade bombeamento com vazão de 5,9 met-ros cúbicos/hora.

Se o morador acender somente umadas lâmpadas, poderá ligar simultanea-mente um aparelho de TV preto e brancode 12 polegadas, ou um sistema de som.Maria Feliz Menezes, moradora numa dasnove casas geminadas que oferecem aúnica característica de rua a Irapuá, foientrevistada enquanto assistia ao jornal naTV numa das seis estações que tem parasintonizar

Das nove casas geminadas, somenteuma não dispõe de TV. Antes da utili-zação de painéis de energia solar, MariaFeliz disse que, ao contrário, em apenasuma delas existia aparelho de televisão— a bateria não durava uma semana, eera recarregada a dois quilômetros dedistância, em Canafístula mediantepagamento. Antes, a água vinha do RioCanindó, a mais de um quilômetro,carregada nos ombros. Ela é a moradoramais próxima do novo chafariz; alémda água com fartura até para o banho dascrianças, foi construída uma lavandeirae criada uma horta comunitária.

O marido de D. Maria, José Pascoal,é o responsável pela horta — uma áreaverde com 50 metros quadrados com pésde cebola, acerola, limão, coco, ba-nana,goiaba, laranja e tangerina. Um oásis naépoca da seca, a horta ajuda inclusive aabastecer a merenda escolar da Escola dePrimeiro Grau Nossa Senhora da Con-ceição (que dispõe de dois painéisfotovoltaicos) onde os adultos tiveramaula de alfabetização à noite.

Das nove casas geminadas, somente uma não possui TV.

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A Horta, uma áreaverde com 50 m2,

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O Projeto São José, no Ceará, é umprograma de apoio ao pequeno produtorrural que contribui na geração deempregos e renda para a populaçãocarente do interior. Esta iniciativapermite que as diversas Secretarias deEstado do Ceará apóiem oposicionamento dos Conse-lhos Municipais, com aparticipação majoritária dosbeneficiários, e elaborem eanalisem os subprojetossolicitados pelas comuni-dades rurais. Caso sejamaprovados, o Governo repassa os recur-sos correspondentes por intermédio deentidades representativas dos benefi-ciários, para que possam ser executados.A comunidade, por sua vez, oferececomo contrapartida o trabalho e/oumateriais existentes localmente.

Entre os modelos de subprojetosdisponíveis na Secretaria de RecursosHídricos do Estado, destaca-se osistema de abastecimento comunitárioque inclui a perfuração e instalação de

poços tubulares com chafa-riz e/ou lavanderia, com ousem dessalinizador, comenergia solar ou elétrica.

Outros modelos de pro-jetos disponíveis em diver-sas secretarias, que apre-sentam grande potenciali-dade de utilização das ener-

gias solar e eólica incluem: irrigaçãocomunitária, piscicultura, caprinoculturaeletrificação de creches, postos de saúdee escolas mantidas por associaçõeslocais, fábricas comunitárias de gelo, en-tre outros.

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No distrito vizinho de Cacimbas (atrês quilômetros de Irapuá), 23 casas euma escola têm painéis de energia solar,também usados nos poços comunitárioscom caixas d’água de 6 mil litros - quegarantem o abastecimento e permitemirrigar as hortas. Roberta Moreira daCosta, 12 anos, disse que para estudar denoite a nova iluminação “é melhor e nãoestraga a vista, como as lamparinas”.

Matriculada na oitava série da EscolaMunicipal, ela tem aulas pela TV acom-panhada por uma orientadora pedagógica(escola tem professores até a quarta série;a partir daí, as aulas são dadas pela TV,que funciona mediante a utilização deenergia solar). O pai de Roberta, AntonioValdir Moreira da Costa, 42 anos, agri-cultor, ressaltou: “em Cacimbas, quandotinha um catavento a água era pouca masagora vem carro de longe buscar comtambores de 200 litros”.

Segundo Valdir Costa, o segredo dosistema é que as pessoas precisameconomizar na TV durante o dia, para quepossam ter luz à noite, principalmente emdias nublados. “Tem que poupar” re-comenda. Quando o sistema apresentadefeito — o que já ocorreu uma vez —ele telefona para Coelce que “depressamanda uma equipe endireitar”.

Vizinho de Valdir, o agricultorRaimundo Menezes Carloto, 30 anos, doisfilhos, disse que foi bom se ver livre “dalamparina velha que, quando não tinhagás, ficava no escuro”, acrescentando:“Essa energia limpa foi a melhor coisaque já apareceu para nós nesses matos.Em mais de dois anos, nunca deu pro-blema”. Na sua casa, a energia solar éusada “somente para clarear”.

Cacimbas e Irapuá são duas das 15comunidades beneficiadas pelo sistema,que tira da escuridão 420 residênciasmediante a utilização de energia solar, einclui 14 escolas, dois postos de saúde e56 postes de iluminação pública. A partede iluminação do sistema resultou de umadoação de US$ 593 mil do Departamentode Energia dos Estados Unidos, comexecução e acompanhamento da Coelce.

Quanto aos equipamentos de bom-beamento de água a energia solar foto-voltaica, foram doados pela Agência

Alemã de Cooperação Técnica (GTZ). ACoelce orçou os custos de um sistema debombeamento fotovoltaico de 700W nosmoldes dos que estão instalados no Cearápara bombear água a uma altura de 35metros, em condições de fornecer 11,9metros cúbicos/dia, e chegou à seguinteconclusão:

Item US$Módulos fotovoltaicos 5,600.00Inversor CC/CA de 1,5 kW 2,000.00Moto-bomba submersa 1,800.00de 0,55 kWSuportes e materiais diversos 900.00Poços profundos de 50m 3,500.00Reservatório e canalização 1,500.00Instalação 3,000.00Total 18.300,00

O custo do metro cúbico de água nosistema de bombeamento fotovoltaicoimplantado no Ceará é de US$ 0,72, in-ferior ao que é feito por moto-bomba die-sel (US$ 0,99), e mais barato que o docarro-pipa, (US$ 2,29), segundo estudocomparativo feito pela Coelce. A implan-tação do sistema em 15 comunidades foiacompanhada de reuniões e distribuição

de cartilhas contendo orientações sobreutilização da água na higiene, saúde damulher e criação de hortas.

Na conclusão do relatório de avaliaçãodo suprimento de água para pequenas co-munidades via energia solar fotovoltaica(concluído este ano), constata-se que atecnologia adotada “apresenta viabilidadetécnica e econômica de implantação paracomunidades não eletrificadas de até 110residências agrupadas”. O estudo acres-centa que o sistema “oferece disponibili-dade operacional elevada e exigência demanutenção quase desprezível, além denão provocar danos ao meio ambiente”.

Segundo o relatório “a indústriabrasileira detém conhecimentos técnicosnecessários para a fabricação de todos oscomponentes destinados a um sistema debombeamento fotovoltaico; todavia, o in-teresse pela sua produção depende daexistência de mercado”. Após testar atecnologia durante três anos, a Coelceconcluiu que “estes sistemas são maisconfiáveis do que bombas manuais, cata-ventos e moto-bombas diesel”.

Outros modelos deprojetos incluem:

irrigaçãocomunitária,piscicultura e

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Flamínio Araripe

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Estudos feitos pela equipe da Cen-trais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás)e da Chesf, indicam que o maior po-tencial eólico do Brasil está no litoralentre Natal (RN) e Luiz Correia (PI).Esses dados foram confirmados naspesquisas anemométricas do Ceará quedefiniram velocidade média de oitometros por segundo dos ventos, quetêm baixa turbulência e alta persis-tência de direção no quadrante NE-S.

O potêncial eólico bruto de 40%da extensão de 573 Km da costa doCeará, estimado preliminarmente pelaCoelce, pode gerar cerca de 9,8 bilhõesde kWh/ano - ou seja 2,13 vezes aeletricidade que foi consumida noestado em 1995. Com base nestepotencial, o próprio Governo doEstado resolveu procurar a comuni-dade financeira internacional. Para issoa Coelce elaborou, em 1993, umestudo de pré-viabilidade de duascentrais eólicas de 30MW cada. Esteestudo teve o apoio da Sea-West Com-pany (EUA) e da Tomen Corporation,multinacional japonesa igualmente

Equipamentos como esteserão utilizados em larga escala

base em monitoramento das caracterís-ticas do vento no Ceará, que vem sendorealizado pela Coelce desde 1990. Alémdisso, de acordo com os técnicos,Mucuripe oferece excelente visibilidadeda Central Eólica, com via de acessoadequada para as atividades de manu-tenção.

A Coelce operou — em convênio coma Agência de Cooperação Técnica doGoverno Alemão (GTZ) — três estaçõesamenométricas (que medem o compor-tamento do vento), entre agosto de 1990e dezembro de 1992, na costa cearense.

A segunda rede de estações anemo-métricas foi instalada pela Coelce (emparceria com o Grupo J. Macedo) emtorres de 20 e 30 metros de altura comdata loggers, e começou a operar emjaneiro de 1993. O mapeamento tem porobjetivo identificar áreas favoráveis àimplantação de centrais eólicas para aprodução de eletricidade em larga escala.

participa com 53,8% do custo total doprojeto de US$ 1,7 milhão. O Governodo Ceará-Coelce e a Companhia Hidro-elétrica do Vale do São Francisco (Chesf)dividem 46,2% dos custos.

Uma das finalidades do Parque deDemonstração é avaliar a confiabilidadee desempenho operacional de equipa-mentos e componentes sob as condiçõesagressivas da atmosfera no litoral cearen-se. O vento estudado no Ceará temcaracterísticas de velocidade, direção ebaixa turbulência que o credenciam comoum dos melhores do mundo para aprovei-tamento na geração de energia elétrica.Todavia, o alto índice de salinidade doar do litoral — 6,2 gramas de deposiçãode sal por dia em cada metro quadrado— um forte agente de corrosão metálica,é inferior somente ao verificado naregião próxima ao Mar Morto, na Ásia.

O local do Mucuripe foi escolhidopara implantação da Central Eólica com

Praia Mansa, Porto do Mucuripe,Fortaleza (CE). Ali, onde os ventoslitorâneos sopram à velocidade média desete metros por segundo, será instalada amaior Central Eólica do Brasil, comcapacidade de 1,2 MW, composta porquatro aerogeradores de 300 kW. Cadaunidade terá rotor de 33 metros dediâmetro, que se movimenta num eixofixado a 40m de altura do solo paraproduzir 4.240 MhW ano, injetado narede da Companhia Energética do Ceará(Coelce).

O Parque Eólico de Demonstração doMucuripe foi fabricado pela TackeWindtechnik, da Alemanha, e está emfase de instalação - com início deoperação prevista para agosto. O Parquevisa demonstrar a viabilidade técnica eeconômica da geração de eletricidade emescala comercial, através de energiaeólica, no litoral do Ceará. O Governoalemão, através do Programa Eldorado,

Aroldo Borba

interessada no Projeto.O estudo para a construção, no Ceará,

de dois parques eólicos de 30 MW cada,foi analisado em dezembro de 1995 eaprovado por comissão de técnicos doOverseas Economic Corporation Found(Ocef). O contrato de financiamento do

Projeto, no valor de US$ 60 milhõescom o Ocef, foi assinado, dia 12 demarço, no Japão, pelo governador TassoJereissati — por ocasião da viagem doPresidente Fernando Henrique Cardosoàquele país.

O primeiro parque eólico de usocomercial do Ceará será instalado emParacuru, distante 70 Km de Fortaleza,e deverá estar operando até junho de1999, com 30MW. Já o segundoparque eólico ficará em Camocim, a390 Km da Capital, com início deoperação previsto para julho de 2001,também com 30MW. Para os doisempreendimentos, o Governo do Cearáentrará com a contrapartida de US$ 40milhões. Nas duas centrais eólicas, aenergia gerada pelos ventos seráinjetada na rede elétrica da Coelce.Atualmente, está sendo elaborado oedital de concorrência para contrataçãoda empresa que irá assessorar a Coelcena estruturação do projeto executivo,no acompanhamento e fiscalização dasobras civis e elétricas.

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�����*����������� ����mações, centro comunitário, e outras.

♦ Desenvolvimento Econômico: Apro-veitamento das fontes de energiarenováveis descentralizadas para osuprimento de pequenos produtores,núcleos de colonização e populaçõesisoladas, favorecendo a elevação darenda, geração de novos empregos eagregação de valores ao produto rural.

♦ Complementação da Oferta deEnergia: Produção complementar deenergia via fontes renováveis descen-tralizadas, destinada a todos os consu-midores.

♦ Base Tecnológica e Industrial: Pro-mover o desenvolvimento de tecno-logias e da produção de sistemas não

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Ano Nº. de Pop. Origem de Recursos (R$ milhões)Projetos Benef. Fiscais Financ. Estados Total

MME Extern e Munic.1996 300 120.000 5 - - 51997 1.000 400.000 5 5 5 151998 3.000 1.200.000 10 10 20 401999 5.000 2.000.000 10 10 30 50

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�' �������O primeiro projeto do Prodeem foi

implantado no Mato Grosso do Sul. Emmarço último, foi publicado o edital daconcorrência internacional para a aqui-sição dos equipamentos destinados àprimeira fase do projeto, sendo que aconcorrência está em curso no presentemomento.

Esta, compreende equipamentospara 17 estados, e foi subdivida emsete grupos:

• Sistemas Fotovoltaicos para ilu-minação pública (137 sistemas);

• Sistemas Fotovoltaicos para bom-beamento de água (54 sistemas);

• Sistema Eólico para bombeamentode água;

• Inversores de DC/AC (177 unidades);• Luminárias DC com lâmpadas

fluorescentes (2000 unidades);• Sistema Eólico de energia elétrica• Sistemas Fotovoltaicos para geração

de energia elétrica (160 sistemas).Nove empresas de diversos países

apresentaram propostas: Anit (Itália),Bergey Winpower (EUA), BP Solar(Inglaterra), Coele, Fujimaq, Photocomm(EUA), Rebrata, Siemens e Solarex(EUA). A análise técnica das propostasjá foi concluída.

Está em operação há algum tempo aplanta de produção de pás para turbinaseólicas de grande porte, que supre asmaiores empresas alemãs de aeroge-radores, a exemplo da Enercon e Tacke.A Tecsis, fábrica de pás fica localizadaem Sorocaba (São Paulo).

Desde janeiro último vem sendoimplementada, também naquela cidade,a instalação de duas empresas de energiaeólica, com capital privado alemão parainvestimentos produtivos, com geração deempregos, especialização da mão-de-obranuma tecnologia considerada de ponta,incorporação de receitas de exportação eatendimento ao mercado interno (degrande potencial).

A Windsis Projetos e ParticipaçõesLtda visa participar de projetos de geraçãode energia, principalmente através da

energia eólica. O capital social da Windsis,totalmente integralizado com os investi-mentos alemães, é de US$ 4 milhões, járegistrados no Banco Central.

Por sua vez, a Wobben WindpowerIndústria e Comércio Ltda é uma empresaque tem como objetivo projetar e produzirturbinas eólicas e seus componentes, demodo a atender o mercado nacional e deexportação. A tecnologia dos aerogera-dores a serem produzidos no Brasil, é amesma dos equipamentos Enercon(Alemanha).

O Capital da Wobben Windpower éde aproximadamente US$ 8 milhões,segundo Pedro Vial, seu diretor-superin-tendente. Quanto às instalações fabris emSorocaba estão sendo montadas, numaantiga fábrica recém-adquirida e cuja áreatotal é de 62 000 m2

.

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O Programa de DesenvolvimentoEnergético de Estados e Municípios -Prodeem, foi concebido, em 1994, peloMinistério das Minas e Energia, tendosido oficializado através do DecretoPresidencial de 27/12/94. Seus Objetivos,fixados por aquele diploma, podem serresumidos através dos seguintes sub-programas:♦ Desenvolvimento Social: Instalação

de microsistemas de produção e uso deenergia em comunidades carentes enão servidas pela rede elétrica, apoian-do, de forma sistemática e permanente,o atendimento de demandas sociaisbásicas: água potável, produção dealimentos, educação, saúde, saneamen-to, telefonia de emergência, infor-

convencionais de energia, e a corres-pondente capacitação de recursoshumanos para sua instalação, operaçãoe manutenção.

As tecnologias envolvidas pelo Pro-grama envolvem a utilização de painéisfotovoltaicos, aerogeradores e cataventos,pequenas centrais hidrelétricas, com-bustíveis derivados da biomassa (álcool,óleos vegetais, resíduos florestais eagrícolas), biogestores e outros.

O Sub-Programa de DesenvolvimentoSocial propõe uma ação de parceriasimultânea, integrada, comunidade. Sãoprojetos que, em média, requereminvestimentos de R$ 30 mil a R$ 50 mil,beneficiando de 300 a 500 pessoas cada.

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;������� ����%����������%������O Cresesb criou uma lista de usuários

(list-server) que, usando recursos daInternet, facilita a comunicação e disse-mina informações entre interessados naárea de energia solar e eólica. Pontosimportantes para difusão incluem:experiências nacionais e internacionais,novos projetos em implementação ouconcepção, oportunidades, recursos decomunicação via Internet e sítios paravisita através do WWW, problemas ebarreiras ao uso disseminado das ener-gias solar e eólica, eventos e publicaçãode novas referências, entre outros.

Espera-se que Cresesb, nome da lista,venha a ser um fórum de debates paraestimular o uso das energias solar e eólica.

Estabelecida em março deste ano, alista é integrada por mais de 90 usuários,inclusive internacionais, e agora come-çará a retransmitir informações veicu-ladas em outras listas e de interesse paraa área das energias renováveis.

Relação de sites daWWW de interesse:

http://www.dme.nt.gov.au/Solarhttp://www.ji.orghttp://www.nrel.orghttp://www.ise.fhg.dehttp://www.cepel.br/crese/cresesb.htmhttp://www.webpage.com/wpthttp://www.igc.apc.org/aewa/

aweapol.htmhttp://www.eia.doe.gov/oif/aeo96/

ele_envi.htmhttp://www.ipalco.comhttp://www.pic.net/~stevie2/pages/

cemail.htm

Para se increver na lista mande um e-mail para o endereço:

[email protected] a seguinte mensagem:subscribe cresesb

6���������������������A Carl Duisberg Gesellschaft e.V.

(CDG) recrutou candidatos para o treina-mento profissional de AerogeradoresConectados à Rede Elétrica, que estásendo patrocinado pelo Ministério paraDesenvolvimento e Cooperação Econô-mica do Governo Alemão.

O Programa terá duração de um ano,acontecerá na própria Alemanha e oscandidatos se inscreveram nos consuladosdaquele país até o final de maio. O

Cresesb dispõe de um folheto sobre ocurso, cujo número de catálogo é 3.10. Otreinamento está voltado para jovensengenheiros ligados a concessionárias deenergia elétrica, empresas de consultoriae engenharia, setores governamentais ecompanhias privadas etc.

Todos os custos relativos ao treina-mento e estadia na Alemanha são cobertospela entidade patrocinadora, exceto apassagem internacional.

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���9-��Foi inaugurado em março último, em

Olinda, o Centro de Testes de TurbinasEólicas, vinculado ao Grupo de EnergiaEólica do Departamento de EngenhariaMecânica da Universidade Federal dePernambuco.

O Centro de Testes dispõe de umaturbina eólica de 13 metros de diâmetromontada numa torre de 18 metros dealtura, com capacidade de gerar 80 milkWh anuais, suficientes para alimentar osdez mais importantes monumentoshistóricos de Olinda, já que a turbinainjeta energia elétrica na rede.

O Centro objetiva desenvolver tecno-logia de turbinas eólicas adaptadas àscondições locais, demonstrar a inserção deeletricidade gerada a partir de turbinaseólicas e projetar a fabricação de compo-nentes e sistemas por indústrias do Brasil.

Atualmente as principais pesquisas emandamento são: desenvolvimento deperfis aerodinâmicos especiais, análiseaeroelástica de turbinas eólicas, desenvol-vimento de sistemas híbridos eólico/so-lar/diesel para aplicações rurais, desen-volvimento de sistemas de bombeamentoe dessalinização usando a energia eólica.

Quanto aos recursos para montagemdo Centro de Testes, são originários devárias secretarias do Estado de Pernam-buco (Ciência e Tecnologia, Energia,Projetos Especiais), da Celpe, do Minis-tério da Ciência e Tecnologia, Banco doNordeste e da Universidade Federal dePernambuco.

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