PATERNIDADE EM PAIS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA1
Resumo
O presente estudo tem como objetivo principal refletir a cerca da paternidade em
pais da IASD. Além disso, o trabalho se propõe a conceituar a paternidade, elencar
fatores que determinam a ausência paterna, examinar os efeitos da ausência
paterna nos filhos, refletir sobre as vias que podem reforçar a presença do pai e
atenuar sua ausência na vida dos filhos; apresentar as dificuldades encontradas pelo
filho devido à ausência do pai e examinar, no campo de pesquisa o olhar de pais e
filhos sobre a temática. O interesse do grupo se deve ao fato de que, como futuros
pastores, ministraremos famílias nos seus mais diversos matizes de vínculo e
certamente encontraremos muitas defasagens no que diz respeito ao
relacionamento dos pais com seus filhos. Sem dúvidas o estudo é também benéfico
também para os mais diversos tipos de mentores. A investigação é qualitativa e se
utiliza da entrevista semiestruturada para coleta de dados. O resultado revela que
apesar dos pais estarem inseridos em um universo onde o tema, no seio da família,
ainda é tido como de pouca relevância, eles apresentaram uma inquietação quanto à
necessidade de se aperfeiçoarem como pais comprometidos; que na relação entre
pais e filhos existe risco da perda de referencial de autoridade e de segurança por
parte dos filhos; que sobre os pais recaem pesadas e novas responsabilidades,
sendo exigido deles, além de um conhecimento a cerca do desenvolvimento físico,
mental e moral, um compromisso de amor com seus filhos.
Palavras – chave: Paternidade. Relacionamento pai-filho. Pais dventistas.
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Abstract
This study, paternity in father church Seventh Day Adventist (SDA), has as main
objective to reflect about fatherhood fathers in the SDA. Additionally, the study aims
to reflect on the concept of fatherhood, listing factors that determine the paternal
absence, examine the effects of father absence on children, reflect on ways they can
strengthen the presence of the father and mitigate its absence in the lives of children
and present the difficulties encountered by the child due to his father's absence. The
research is qualitative and uses the semistructured interview for data collection. The
result shows that despite parents being inserted in a universe where the theme is still
understood to be of little relevance, they had a concern about the need to break with
that culture.
Keywords: fatherhood, fathers, adventists.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho sob o título “paternidade em pais da igreja adventista do sétimo
dia” tenta responder em seu principal questionamento quais são os percursos da
paternidade em pais da igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). A ampla produção
teórica sobre as relações dos filhos com seus pais é reflexo da disfunção paterna
nos últimos dias, em ethos familiares cada vez mais inseridos nos novos vínculos e
nas novas configurações estruturais da família. Nesse sentido entendemos ser de
extrema importância uma reflexão sobre a paternidade adventista, categoria pouco
explorada no universo atual da produção acadêmica. O trabalho está estruturado da
seguinte forma: Conceito de paternidade; Fatores determinantes da ausência
paterna; Efeitos da ausência paterna nos filhos; possíveis atenuantes na relação
entre pais e filhos; o olhar de pais e filhos no campo de pesquisa.
2. O CONCEITO DE PATERNIDADE
Na família o homem assume primeiro o papel de marido e logo depois de pai.
Segundo Silva e Paccinini (2007), o pai seria um homem que exerce uma relação de
afetividade, presença constante, envolvimento direto e responsabilidade na criação
do filho.
A ideia de paternidade remonta desde os tempos antigos com os escritos
bíblicos, onde os escritores atribuem ao Divino o fato de ter criado o homem a sua
“imagem e semelhança” capacitando-o desta forma a assumir o privilégio de ser pai.
Na sociedade hebraica a estrutura familiar girava em torno do patriarca e ao
contrário do pensamento feminista, o pai frequentemente promovia segurança e
confiança aos outros membros da família. Desta forma, o realce não estava, sobre o
poder e os privilégios associados à posição do pai, mas sim, sobre as
responsabilidades referentes a sua liderança.” (KÖSTENBERGER; JONES, 2011)
Essa ideia é reafirmada por White na seguinte afirmação:
Todos os membros da família se centralizam no pai. Ele é o legislador, ilustrando na própria varonilidade as importantes virtudes: energia, integridade, honestidade, paciência, coragem, diligência e prestatividade. [...] O pai representa o legislador divino em sua família. É colaborador de Deus, promovendo os graciosos desígnios de Deus e estabelecendo em seus filhos elevados princípios, os quais capacitam-nos a formar caráter puro e virtuoso, porque tem ocupado previamente a alma com aquilo que capacitará seus filhos a render obediência não somente a seus pais terrestres, mas também ao Pai celestial. O pai não deve trair seu sagrado depósito. Não deve ele em ponto algum ceder sua autoridade paterna. (WHITE2, 2007, p.212)
Para Beach ([19--]) os filhos enxergam na figura da mãe o consolo, o cuidado
e o carinho, enquanto que o pai é o sinônimo de força, coragem e justiça. O ser
masculino, na família, tende a receber títulos que evocam a razão, enquanto que o
ser feminino apropria-se de características afetivas. Nesse conjunto de
características contrastantes se dá a formação de um novo ser que será parte
integrante dessa família e um elemento formador de outras famílias.
Mezzena (1997) salienta ainda, que a figura paterna inspira no menino um
modelo de personalidade, enquanto que para a menina representa um exemplo de
virilidade que influenciará sua afinidade com o homem no plano social e até mesmo
sexual. Esse autor diz também que a presença de um pai num lar tem um significado
maior que uma proteção ou liderança, é uma referência, um padrão que deve ser
seguido, um interesse pelo desenvolvimento cognitivo e da personalidade do filho,
um comprometimento em passar para filho a visão de que existe o outro e esse
2 Cristã americana, profetisa e escritora cujo ministério foi fundamental para fundação do movimento sabatista, que mais tarde veio a formar a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
outro é ele mesmo com quem o filho terá de aprender a conviver e a respeitar.
Comprovando esse pensamento tanto Beach ([19--]), quanto White (1997) declaram
que sobre os pais recaem pesadas responsabilidades de ensino, sendo exigido
deles, além de um conhecimento a cerca das leis do desenvolvimento físico, mental
e do ensino moral, uma grande renúncia que em outras palavras pode-se traduzir
como amor.
O ensino da obediência demanda um caráter verdadeiro da parte dos pais. O pai que desejar ensinar o filho a ser constante, deve ser constante em suas exigências. E juntamente com a justiça precisa haver misericórdia. As crianças são apenas seres humanos. Os pais e as mães precisam distinguir entre desobediência deliberada e a fraqueza que precisa ser vencida por uma combinação de firmeza e carinho. E o que é ainda mais importante, os pais que desejam agir em lugar de Deus no lar, com uma autoridade que é extraordinária, precisam cuidar para nunca serem caprichosos, para sempre terem razões para suas exigências e para que o amor, o bom senso e a razão estejam por detrás de toda ordem dada (RICE, 1986, p. 96)
3. FATORES DETERMINANTES DA AUSÊNCIA PATERNA
A pós-modernidade é caracterizada por transformações aceleradas,
principalmente nos seguimentos da economia, tecnologia e ciência. A família como
estrutura fundamental da sociedade, não ficou imune a essa série de variações
sociais, e sem dúvidas, passou a sofrer com as mudanças negativas que interferem
na relação de seus participantes. Nesse contexto, uma das figuras discutidas é a
pessoa do pai, que é visto como provedor de recursos para o lar e, ao mesmo
tempo, coparticipante da educação dos filhos.
Para Gomes e Resende (2004) na contemporaneidade o homem encontra
dificuldade para harmonizar sua individualidade com sua função de ser pai. Isso por
conta da cultura, que sendo patriarcal, sempre lhe destacou como sendo o chefe da
família. No entanto, apesar de não acompanhar a transformação de valores,
percebe-se que esta situação esta mudando de forma lenta e progressiva.
A ausência paterna não tem sido um termo fácil de definir, mas para
Sganzerla e Levandowski (2010) esse termo assume duas vertentes: Uma está
vinculada a presença física do pai e a outra se evidência no fato do pai estar
presente fisicamente, porém, não apresenta interação ou afetividade filho. White
(2010) critica veementemente essa indiferença paterna disparando que muitos pais
alegam ter tanto a fazer que não tem tempo para se aperfeiçoar na função de pai e
muito menos para educar os filhos na vida prática” (WHITE, 2010)
Sganzerla e Levandowski (2010) elencam alguns importantes fatores que
caracterizam as diversas formas de ausências paternas: o divórcio; a ausência
derivada da atividade laboral; o falecimento do pai; ausência afetiva dos pais mesmo
estando presente fisicamente. De acordo com White (2010) se o pai está realizando
atividades que interferem na sua inteira participação no convívio familiar, ele deveria
buscar outros meios de sustento priorizando separar algum tempo para os filhos.
Um lar sem um pai não está completo. A ele compete velar, pela sua maneira de ser no lar, mesmo nos casos em que é obrigado a ausentar-se, para que o ideal da família se mantenha. [...] a presença dele (pai) no circulo da família será nula se se enfronhar na leitura de um jornal ou de um livro, ou ainda se passar as horas de folga nas rodas dos seus amigos ou no bar, ou muito simplesmente a dormir. (BEACH, [19--])
Esse pensamento se harmoniza com Sganzerla e Levandowski (2010)
quando coloca não só a presença física do pai como sendo importante, mas a
presença afetiva do mesmo.
Cia e Barham (2005) através de um estudo realizado com pais e filhos na
idades de 11 e 12 anos (N=58), objetivando comparar a qualidade do
relacionamento pais-filhos bem como o autoconceito de filhos cujos pais
trabalhavam no turno diurno com aqueles cujos pais trabalhavam no turno noturno,
constatou que o turno de trabalho do pai influencia significativamente na qualidade
da relação pai-filho. Em média os pais que trabalhavam em turno diurno passavam
mais tempo (2h30min, por dia) com os filhos do que os pais que trabalhavam em
turno noturno (1h35min). Demostrando dessa forma, uma interferência direta no
processo de relação com a prole.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
número de famílias chefiadas por mulheres está aumentando, o que em 2000
representava 22,2%, em 2010 passou para 37,3%. O IBGE apresenta, ainda, um
crescimento significativo de divórcios, desde 1984, quando iniciou a série histórica
das Estatísticas do Registro civil, esse problema partiu de um percentual de 0.5%
(para cada mil pessoas de 20 anos ou mais), para 1,8%. Esses altos índices
evidenciam um aumento no número de filhos que crescem com uma presença
defasada dos pais, ou ainda, sem a presença total dos mesmos.
4. EFEITOS DA AUSÊNCIA PATERNA NOS FILHOS
Os efeitos dos pais sobre os filhos podem variar desde sentimentos
agressivos a comportamentos apáticos e distantes da sociedade. A falta de afeto, a
ausência de carinho por parte dos pais, pode deixar as crianças frias, inseguras e
incapazes de amar (BELTRAN, 2005).
Segundo Shinn (1978), em seus estudos sobre o desenvolvimento cognitivo
das crianças, as famílias que são constituídas sem a figura paterna ou, ainda que
esta figura se apresente de forma deficitária, se deparam com filhos que
demonstram um baixo desempenho cognitivo e fatores como dificuldade financeira e
ansiedade poderiam contribuir ainda mais para esse efeito.
Já nos trabalhos de Muza (1998) crianças que crescem na ausência dos pais
apresentam problemas no reconhecimento dos limites, na identificação sexual e nos
relacionamentos interpessoais. Isso demonstra os problemas em internalizar uma
figura paterna simbólica, capaz de representar um padrão de moral a ser seguido.
Além disso, Eizirik e Bergmann (2004) revelam que tal falta pode se manifestar de
diversas formas, dentre elas, uma maior propensão para o envolvimento com a
marginalidade infantil e delinquência.
Paschall et al (2003) nos estudos realizados a respeito dos efeitos da
paternidade, ausência paterna, e associação com pares delinquentes entre
adolescentes afro - americanos com comportamento delinquente, os autores não
identificaram uma relação entre a ausência do pai e a delinquência dos filhos, porém
ficou evidente que em famílias onde o pai esta ausente, o fator socioeconômico
influencia no comportamento delinquente dos jovens.
Nos estudos realizados por Pfiffner et al (2001) sobre as características
antissociais e a ausência paterna, ficou explicito que as famílias nucleares
apresentavam poucas características antissociais, no entanto as famílias onde não
se encontrava a figura paterna, as características antissociais eram mais evidentes.
Os autores do estudo concluíram que o comportamento antissocial é mais comum
em famílias onde o pai não é participativo ou está ausente.
Para Ferrari (1999) os pais substitutos também oferecem riscos para a
criança, pois os mesmos podem se afastar e gerar no menino ou menina a ideia de
abandono. Isso se torna potencialmente grave quando a mãe tem relacionamentos
rápidos e instáveis. Paralelo a isso existe o dualismo de sentimentos da criança para
com o pai substituto. Nesse contexto ainda, na iminência de um termino de
relacionamento da mãe, a criança se vê como culpada por isso, o que faz aumentar
o sentimento de orfandade.
Qualquer tentativa de busca do filho pelo pai, pode parecer uma traição a sua
mãe e que nos momentos mais decisivos de sua vida (casamento, formatura ou
nascimento de um filho, por exemplo) o filho senti uma forte vontade de encontrar o
pai ausente como se isso fosse uma necessidade de fechar sua história, ou seja, por
mais que as crianças não digam nada, o vazio está presente e trabalha. O mesmo
autor comenta que este vazio se dá pela consciência da criança de entender que
não foram amadas pelos seus pais que estão ausentes. Além disso, se veem
envoltos num sentimento de culpa por ser uma criança má, por haver provocado a
separação, por ter nascido, essa concepção de ser má vem pelo fato de terem sido
deixados por seus genitores. Nesse conflito de sentimentos os tímidos e temerosos
do exterior se fecham em si mesmos, e os extrovertidos e temerosos do interior de
sua história se vingam no mundo com condutas antissociais (FERRARI, 1999)
Day (2003) salienta ainda que todas as ações que são lançadas sobre os
filhos é um reflexo daquilo que os genitores experimentaram quando criança, ou
seja, estão apenas reproduzindo atos que na maioria das vezes reprovaram quando
foram os agentes mais frágeis na relação pai-filho.
Em relação aos pais que estão presentes, mas que não estabelecem uma
relação afetiva com sua prole, Estrada (2003) revela que quando o filho demonstra
certa insegurança nas competições com outros homens, é pelo fato do
distanciamento do pai. O autor comenta ainda que, toda criança sente necessidade
de ser aceita pelas pessoas de seu próprio sexo, porém, uma vez que o pai rejeita
essa criança, ela se volta para os outros do mesmo sexo permitindo, numa idade
mais avançada, que esses usem seu corpo, a fim de o aceitarem no grupo.
Diversas pesquisas têm demonstrado as dificuldades apresentadas pelos
filhos que crescem na ausência de seus pais. Essas mesmas dificuldades são
encontradas também em crianças, cujos pais não compartilham de nenhuma relação
afetiva, são autoritários ou ainda agressivos, demostrando assim que não basta a
presença física, mas um envolvimento de afeto e atenção.
Para Estrada (2003) os pais que não mantém um relacionamento afetivo com
o filho, preocupando-se apenas com as necessidades materiais, desenvolvem nas
crianças dificuldades quanto à confiança em si mesmo e nos outros. Esse mesmo
pensamento é compartilhado por Day (2003), admitindo que essas crianças buscam
em seus pais um símbolo de segurança. Fiorangela (1982) ainda reforça esse
pensamento, argumentando que quando não há um dialogo entre o pai e o filho do
sexo masculino sobre normas comportamentais, a criança apresenta dificuldades
quanto a entender como se comportar nos grupos do mesmo sexo na sociedade.
Se os filhos tivessem mais familiaridade com os pais, se neles confiassem, e
lhes desabafassem as alegrias e tristezas, se poupariam muita mágoa futura
(WHITE, 2004).
Segundo Barbosa (2005) e Proença e Neves (2001) o divórcio e a ausência
dos pais, atrelado a outros fatores são importantes fatores determinantes para as
dificuldades de aprendizado por parte das crianças. Essas dificuldades se acentuam
ainda mais quando a criança apresenta transtornos psíquicos.
Day (2003) salienta que a ausência do pai pode trazer diversos problemas
para a criança uma vez que a mesma não aprende o significado do amor nos livros,
mas no relacionamento entre seu pai e sua mãe. Logo, a relação conjugal dos pais
influência diretamente no processo de desenvolvimento afetivo da criança reduzindo
assim, dificuldades por parte da mesma com o futuro casamento. Montogmery
(1998) reforça essa tendência afirmando que crianças que crescem na ausência dos
pais têm duas vezes mais probabilidade de não alcançar o êxito nas atividades
escolares e até 11 vezes mais chance de apresentar um comportamento agressivo
na escola, do que crianças que convivem com seus pais. Essas crianças,
especialmente garotos, apresentam grandes dificuldades nas provas finais e uma
media mais inferior de leitura.
Tais pensamentos são claramente evidentes numa pesquisa realizada nos
Estados Unidos por Marshall e cols. (2001) com famílias de baixa renda, onde as
crianças tinham risco de maltrato (N=261). A pesquisa tinha como objetivo avaliar se
a ausência ou presença paterna estavam relacionadas com problemas de
comportamento e sintomas depressivos quando filho tinha quatro anos e seis anos.
O resultado da pesquisa demonstrou que as crianças com quatro anos que não
conviviam com os pais, apresentaram maior índice de problemas de comportamento,
e quando essas crianças atingiram a idade de seis anos apresentaram maiores
índices de externalização de comportamentos agressivos e maior incidência de
depressão.
Outra pesquisa realizada por Dubowitz e cols. (2001) com 855 crianças de
etnias afro-americanas e brancas, juntamente com seus pais e mães, habitantes em
regiões pobres, onde o abuso, o maltrato e a negligência era evidente teve o objetivo
de verificar se a percepção da criança, quanto ao suporte que o pai lhe oferecia,
estava associada ao seu melhor funcionamento cognitivo e se a presença do pai
estava associada com problemas de comportamento e depressão na criança. O
resultado apresentado foi que quanto maior era o suporte dado pelo pai ao filho,
melhor era o desenvolvimento cognitivo e menor a probabilidade de problemas de
comportamento.
Todas essas abordagens evidenciam que a presença paterna, no
desenvolvimento do menor, é vista como fundamental para que o mesmo enfrente,
em boas condições, os problemas da vida em sociedade.
5. POSSÍVEIS ATENUANTES NA RELAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS
A sociedade vem evoluindo com relação ao conceito de boa paternidade.
Enquanto que, no século passado o bom pai era aquele que provia materialmente a
sua família, no século presente é aquele que se preocupa mais com as relações
afetivas em casa do que com os bens materiais.
Segundo Benczik (2011) o bom pai é aquele que apesar de suas dificuldades
proporciona um desenvolvimento saudável para a criança, orientando-a a viver no
mundo real. O autor argumenta ainda que esse pai vai representar pela primeira vez
a imagem de um ser terceiro para a criança, passando assim a ideia para o filho que
ele é um ser integrado e autônomo. O convívio constante entre pai e filho mostra-se
importante no que tange a preparação do menor para a vida em sociedade. Esse
convívio nos casos de filhos homens se mostra relevante a partir do momento que o
menino vê no pai um ideal de comportamento. Também no convívio com filhas a
relação assume o mesmo patamar de importância, uma vez que a menina enxerga
no pai o ideal de um futuro marido.
A garota deve aprender as diferenças que há entre os traços masculinos e os femininos, e o pai deve ajuda-la a desenvolver a sua feminilidade. À medida que a menina cresce, precisa do seu pai para valorizá-la. Ela necessita se vestir para agradá-lo e agir como uma mocinha. Uma razão por que poucas mulheres experimentam verdadeira comunicação, comodidade e compreensão em seus relacionamentos com homens, se deve ao fato dos pais nunca ter dado oportunidade às filhas de desenvolverem esse sentimento nos primeiros anos da vida (VAN PELT, 2006, p. 139)
No olhar de White (2004) os pais devem combinar a afetividade com a
autoridade, de forma que encontrem tempo para destinar aos filhos horas de lazer,
cultivando dessa forma a amizade com eles. A autora argumenta ainda que muitos
pais, quando voltam do trabalho, não deveriam deixar que as preocupações com os
negócios assumissem lugar de destaque no lar, mas que aproveitassem as
oportunidades para atrair a atenção dos filhos para si. Esse pensamento se
harmoniza com a ideia de que Kemp (1995) de que é importante que haja encontro
preestabelecidos com os filhos, mas é preciso lembrar que a comunicação também
deve ocorrer de forma espontânea e natural, evitando ao máximo as formalidades.
(KEMP, 1995)
Na argumentação de Feijó (2011) uma boa forma de reforçar a presença
paterna é proporcionar atividades simples a criança como assistir a programas
infantis em conjunto, participar de suas brincadeiras e fazer as refeições juntos, uma
vez que esta ultima é um momento importante para ensinar regras aos filhos.
Kettler (1969) argumenta que é possível encontrar na Bíblia elementos
essenciais para atenuar os problemas envolvendo a paternidade. Dentre esses
elementos encontra-se a ideia de que todo pai deve ser amigo, cortes e amável com
seu filho (Ef 6:4 e Mt 7:12), deve orar e estudar diariamente a Bíblia com os filhos
(Sm 2:26 e Dt 11:19).
O sacerdócio dos pais envolve o ato de apresentar Deus aos filhos,
especialmente através do exemplo, do ensino e da realização do culto doméstico em
suas várias formas. Como ministro do lar os pais também são chamados e
responsabilizados a apresentar seus filhos a Deus (CHRISTENSON, 1996).
6. Metodologia
Para dar conta do objetivo principal deste trabalho, qual seja de refletir a
cerca da paternidade em pais da IASD, foram selecionados 12 pais com seus
respectivos filhos com idade entre 7 e 12 anos. Foi utilizada a entrevista investigativa
apontando uma reflexão contextualizada e para moldurar um processo de
reconstrução da realidade a ser pesquisada o processo foi realizado em três etapas,
seguindo orientações de teóricos acerca da investigação científica em ciências
sociais. Dessa forma, esta pesquisa segue as seguintes etapas: a) fase aberta ou
exploratória; b) trabalho de campo (coleta de dados); e c) análise dos dados
(codificação e processamento dos dados).
Foram feitas perguntas através de uma entrevista gravada e semi-estruturada
com um roteiro previamente estabelecido, proporcionando aos entrevistados, a
informação necessária e a oportunidade de expressar-se livremente sem se prender
a indagação formulada. A entrevista foi seguida de um trabalho de transcrição das
falas e posterior análise do conteúdo, tendo como objetivo respaldar essa etapa da
pesquisa no que houve de regular no dito dos entrevistados.
7. O OLHAR DE PAIS E FILHOS NO CAMPO DE PESQUISA
Ao longo da história a figura do pai foi ganhando novos conceitos, passando
de provedor de recursos materiais para provedor de afeto e atenção. White (2004)
titula o pai como o “sacerdote da família” que deve apresentar valores religiosos a
criança. Beach ([19--]) atribui a ele a responsabilidade de prover os filhos com os
recursos intelectuais e morais, não sendo ausente quanto á demonstração de amor.
Sendo assim, encontra-se como resposta ao que é paternidade, a afirmativa de que
é aquele responsável pelo ensino dos valores que regem a sociedade, bem como
provedor de uma relação afetiva substancial. Essa afirmativa fica clara na fala dos
pais:
É fundamental no desenvolvimento da criança. A criança precisa de uma voz firme e de um exemplo pra se espelhar. E se for menina e fundamental que ela tenha um referencial para a escolha de um homem pra casar
Bidú
Essa afirmativa de Bidú é abonada na fala de seu filho quando ele diz:
“meu pai é um protetor que cuida de mim”.
Tem o seu fundamento na origem patriarcal, é aquele que age como sacerdote do lar, e aquele que faz de tudo para que a família cresça e seja feliz.
Cascão
Para o filho de Cascão o pai “é um amigo que ensina as coisas da vida e
ensina a andar nos caminhos de Deus”.
Eu comparo a paternidade como um discipulado, trabalha todos os aspectos da educação, pautado nas escrituras, enquanto você educa a criança você passa valores cristãos.
Paçoca
Em maior ou menor compreensão a respeito do assunto, todos os pais
apresentaram um conceito semelhante ao dos teóricos, apesar da lenta e
progressiva mudança de definição do termo. Os filhos também demonstraram uma
ideia, ainda que infantil, daquilo que para eles é um pai. Para Cia e Barham (2005) o
envolvimento entre o pai e o filho pode afetar o desenvolvimento infantil e
principalmente o conceito de pai e o autoconceito do filho. Sendo assim, a ausência
da figura paterna, seja ela parcial ou definitiva, na relação familiar promove o
surgimento de desequilíbrios entre os atores envolvidos. Na fala do filho de Paçoca
encontramos a seguinte afirmação a respeito do que é um pai: “não sei ao certo”.
O trabalho, o corre-corre do dia-dia e a organização do tempo.
Floquinho
Quando questionado sobre o porquê de seu pai não estar frequentemente
junto com ele o filho de Floquinho disse: “ele tem trabalhos, atividades, vai comprar
comida, e eu vou pra escola, então a gente se vê de vez em quando”.
Sobrecarga. É muito secular o mundo que vivemos, muita correria, busca por manter a casa. Passamos mais tempo no trabalho e deixamos o mais precioso que é família
Chico Bento
O sentido do dito de Chico Bento ecoa na fala do filho: “ele esta ocupado,
trabalha e estuda”.
A gente vive num mundo que ele é consumista e a logica do capitalismo é que você precisa ter pra ser, contrariando o plano divino que tem que ser e não ter. Existe um sistema e para você ter alguma coisa neste mundo você precisa se esforça muito e isso toma muito tempo. Então diante disto tudo a relação entre pai e filho fica penalizada pelo aspecto tempo.
Sansão
A fala do filho de Sansão se harmoniza com a afirmativa do pai: “ele tem
muitas coisas pra fazer, muitos trabalhos”.
Apesar do reconhecimento de que a ausência paterna influência
significativamente no crescimento cognitivo da criança, os entrevistados parecem
permanecer na tendência de priorizar a atividade laboral, uma vez que os mesmos
entendem que são provedores dos recursos materiais da casa. Nessa perspectiva,
White (2004) contra argumenta afirmando que se os negócios estão privando o pai
de seu envolvimento na família, ele deveria procurar atividades que lhe ofertasse
uma maior participação nos cuidados da criança, tendo em vista a elevada
importância da presença paterna no desenvolvimento infantil.
Segundo Eizirik; Bergmann (2004) a ausência dos pais tem potencial para
gerar problemas no desenvolvimento psicológico da criança, bem como para
suscitar distúrbios do comportamento e influenciar no desenvolvimento cognitivo.
Os filhos se sentem rejeitados, estão na família mais não se sentem parte da mesma. Não vão saber se relacionar com os seus semelhantes. É difícil, mais não é impossível. Eu já ouvi uma frase assim: “Criar é fácil, educar que é difícil”. O tempo que eu tenho disponível eu estou com eles, quando é para orientar eu estou presente. Quando eu vejo que estou faltando eu concerto meu erro e tento melhorar.
Cebolinha
O filho de Cebolinha parece antagonizar em relação ao final do argumento do
pai referente a sua ausência: “Eu me sinto muito triste, mas não fico com raiva”.
A educação de maneira geral fica prejudicada, o jovem não tem mais limites, buscam as drogas e o sexo mais cedo, isso acredito que é devido à ausência dos pais. Tenho aprendido e vejo que é uma responsabilidade muito grande.
Teobardo
A filha de Teobardo quando interrogada em relação ao assunto, se expressa
da seguinte forma: “Triste, acho chato”.
Filhos são menos amorosos, saem de casa mais cedo, revolta com o pai, reações psicológicas. Tenho sido um pai presente, tenho tido uma experiência maravilhosa, mesmo que ela tenha mais confiança na mãe.
Genesinho
A filha de Genesinho confirma a fala do pai. “Ele brinca comigo sempre que
pode”
Os pais demonstraram consciência em relação aos efeitos da sua ausência
para o desenvolvimento do filho. Para Fonseca (2012) existe, por parte do pai, uma
necessidade real de compensar a criança afetivamente, aproveitando esse momento
para dar atenção e amor, entretanto, isso deve ser feito de forma natural, não como
um fardo, pois a criança tende a perceber, quando seus pais só estão falando com
elas por obrigação. A psicóloga ressalta ainda que os pais não devem se culpar por
estarem trabalhando para dar conforto a seus filhos, mas devem sempre estar
atentos para o diálogo e qualquer manifestação de afeto.
Tirar um tempo para o filho, se interessar por assuntos da idade dele, mostrar preocupação por ele, carinho e amor para que ele se sinta importante, para que ele pense: “meu pai se interessa por mim”. E apresentar Jesus para os filhos, não só falar, mais apresentar na minha vida, Jesus, pra ele.
Cebolinha
Quando interrogado sobre o que ele espera de seu para que ela fique bem, o
filho de Cebolinha argumentou dizendo: “que ele nunca mude, sempre continue
brincando, conversando e dando apoio”.
Aproveitar as oportunidades, e ter um tempo de qualidade, maximizar o tempo não em quantidade mais em qualidade.
Jeremias
Dentro do mesmo contexto, o filho de Jeremias apenas argumentou que
espera “que ele cuide de mim”.
Ser mais paciente, observar mais o comportamento delas, deixar mais as minhas coisas de lado e me preocupar mais com as delas, se envolver mais na vida delas, fazer o culto familiar e orar a Deus porque só ele na causa.
Bidú
O filho de Bidú reforçando a argumentação do pai, relata que o mesmo para
fazê-la feliz deve dar “carinho”
Durante as entrevistas, em alguns momentos, muitos pais se demonstraram
preocupados em amenizar os possíveis efeitos de sua ausência.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desta breve pesquisa, chegamos às seguintes deduções: A ideia de
paternidade remonta desde os tempos antigos nos escritos bíblicos, como uma
missão divina; um dos principais fatores que determina a ausência paterna é o fato
do mesmo ser visto como provedor de recursos para o lar e, ao mesmo tempo,
coparticipante da educação dos filhos; os efeitos da ausência dos pais sobre os
filhos podem variar desde sentimentos agressivos a comportamentos apáticos e
dificuldades de convivência na sociedade; são inúmeras as dificuldades
apresentadas pelos filhos que crescem na ausência de seus pais, tais como frieza,
insegurança, incapacidade de amar, dificuldades na identificação sexual e nos
relacionamentos interpessoais. Essas mesmas dificuldades são encontradas
também em crianças, cujos pais não compartilham de nenhuma relação afetiva, são
autoritários ou ainda agressivos, demostrando assim que não basta a presença
física, mas um envolvimento de afeto e atenção; apesar de uma boa compreensão a
respeito da temática, os pais ainda não conseguem vencer os fatores que
influenciam em sua relação com os filhos, como é o caso da sua ausência no
processo de desenvolvimento do mesmo; sobre os pais recaem pesadas
responsabilidades de ensino, sendo exigido deles, além de um conhecimento a
cerca das leis do desenvolvimento físico, mental e moral, uma grande renúncia que
em outras palavras pode-se traduzir como amor; os pais informantes apresentaram
argumentos que demonstram a preocupação em romper com essa cultura de que o
pai é menos responsável que a mãe pela educação dos filhos, contudo tentaram
amenizar os efeitos de sua ausência; os filhos entrevistados confirmaram as
argumentações teóricas quanto aos prejuízos ocasionados pela ausência física e
afetiva dos pais.
Finalizamos admitindo não ter encerrado tudo que se podia explorar em um
tema tão complexo, todavia acreditamos que se mostra necessário a realização de
novos estudos nessa perspectiva, um deles poderia ser a paternidade em pastores
adventistas.
REFERÊNCIAS
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