“8 DE MARÇO: UMA QUESTÃO DE GÉNERO NA MULHER BIBLIOTECÁRIA PORTUGUESA”
Rosa Maria Oliveira
Biblioteca Municipal de Lousada
[email protected] de Março de 2012 1
A situação laboral das mulheres nas bibliotecas portuguesas é um tema que me é muito caro pois há xx anos que trabalho em bibliotecas e experienciado e vivido as dúvidas, as incertezas, as esperanças e as alegrias do que é trabalhar de e para a comunidade, do que é ser mulher num contexto de trabalho em que quem dita as regras são os homens (ou mulheres que lhes aprenderam os gestos e as maneiras…).
Por esta ser uma profissão maioritariamente feminina, é impossível deixar de notar no dia-a-dia o esforço que todas fazem para conjugar as exigências desta que é uma profissão cada vez mais técnica e exigente com as suas vidas pessoais, algo que de resto deverá ser extensível a muitas outras profissões que sejam exercidas na maioria por mulheres.
Procurei perceber um pouco melhor os contornos desta realidade, na perspetiva de que, conhecendo as causas é possível ajudar a melhorar os efeitos, deste que não deixa de ser um desequilíbrio de representação de homens e mulheres nas várias estruturas das quais se compõem a biblioteconomia. Este desequilíbrio, se optarmos por assumir que de facto existe, manifesta-se das mais diversas formas. Considerando que homens e mulheres têm um contributo válido a dar quer para a estrutura técnica quer para a estrutura decisional, podemos e devemos fazer muito mais para que as Ciências da Informação sejam um espaço de encontro de competências e que tenham uma valorização social equiparada a outras ciências afins que porventura têm sabido gerir melhor a diferença e conquistar um lugar nos mecanismos de recompensa social.
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Antiguidade …………. Sec XVII e XIX ………………………………………..Sec XXI…..
Introdução
Contexto da
Inserção laboral da mulher bibliotecária
Progressiva inserção da biblioteconomia no contexto ciência
moderna
Aprofundamento da cientificidade das práticas
Vive-se atualmente num mundo técnico-científico (união da ciência com a tecnologia) em que a subjetividade se conjuga
com padrões específicos de especialização
Ciências da Informação
Registo de conhecimentos técnicos compilados
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Introdução | Origem e desenvolvimento do tema
“The world is made up of great divides - divides of nations, wealth, race, religion, education, class, gender, and sexuality - all constructs created by human
agency.”( Epstein, 2007, p.19)
Limites da desigualdade na profissão de bibliotecária
4
Feminização
Desvalorização profissional
Dicotomização
Limites à progressão na
carreira e acesso a cargos
dirigentes
Avanços e Recuos
Aquilo que se espera ser o papel dos agentes produtivos tem as suas fronteiras delimitadas pela “ética”, sendo esta ética em grande parte a ética produtiva com reflexos na esfera laboral
Desvalorização em função da
idade
123
Analisar, refletir e conhecer o
enquadramento laboral das mulheres
bibliotecárias em Portugal no contexto das novas exigências da profissão e face à evolução da auto-
imagem percebida dos seus profissionais.
Objectivo Geral
Refletir sobre os pressupostos e condicionantes desta profissão, nomeadamente no que diz respeito à sua feminização
Introdução | Objetivos científicos
Traçar um retrato da profissão na atualidade tendo em conta a sua evolução histórica
Obter um retrato do auto-conceito dos e das profissionais desta área
Identificar as perspetivas e opiniões dos profissionais face ao seu enquadramento de carreira
Perspecivar o enquadramento futuro da profissão, num contexto em que o mercado de trabalho se revela cada vez mais competitivo em todas as áreas e exige dos seus profissionais um conjunto alargado de saberes e competências
45
5
A organização de livros e registos escritos permitia
manter a estrutura social e de poder e influência
de classe. Primeiro sem um método científico
definido e, progressivamente, criando-se regras e
sistematizando os acervos.
Considerações Históricas
1. Registos eclesiásticos, paroquiais ou de filósofos e intelectuais
Manifestação ancestral do valor dos registos e acervos históricos para a humanidade
A laboriosa estruturação ancestral de fontes
bibliográficas que deu mais tarde origem à própria
Biblioteca foi o primeiro contributo para a
democratização do saber!
2. Renascimento
Surge a figura do bibliotecário e aumenta a importância social dos livros
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A profissão de bibliotecário/a principiou por ser marcadamente masculina até que um bibliotecário de prestígio internacional, Melvin Dewey (considerado o pai da profissão), começa a defender a incorporação das mulheres na profissão
Nos anos 50 e 60, as bibliotecas passaram a ter um papel importante no contexto do novo modelo de desenvolvimento na medida em que funcionavam como suporte à aprendizagem de uma grande quantidade de jovens em idade escolar (baby boomers)
Considerações Históricas
3. Surgimento das bibliotecas
(séc. XIX – meados séc.
XX)
Nos EUA o número de bibliotecas cresceu rapidamente e a 2ª Guerra Mundial acelerou o processo
A crescente procura de informação arquivística favoreceu que cada vez mais profissionais procurassem esta atividade profissional, alargando a presença feminina neste domínio
No final do século XX a presença física na biblioteca deixou de ser necessário para garantir o acesso á informação e o papel do bibliotecário alterou-se profundamente
4. Séc. XX e XXI …
A instituição Biblioteca no século XXI foi profunda e subitamente alterada pela disseminação de tecnologias que generalizaram o acesso remoto à informação
7
Enfoques de análise
8
Hu
nti
ng
ton
(19
96)
A Desigualdade
de género MEA
DO
WS
(1998
) Demarcação profissional e divisão social
do trabalho LA
RS
ON
(1
977) Territórios
profissionais e matrizes de
competências
WH
ITE
(2006
)
Hierarquização de funções e
estruturas de liderança
ON
U Inserção profissional
feminina
HIL
DER
BR
AN
D (
20
00
) Ideologia de género em
contexto profissional
No estudo da situação laboral das mulheres bibliotecárias há a considerar diversos enfoques:
OC
HÔ
A &
G
AS
PA
R
(2006
)
Percursos de entrada na profissão
(em Portugal) +Para além dos aspetos que sobressaem da revisão da literatura, foram conduzidas análises empíricas diretamente junto dos profissionais e futuros profissionais da área
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Estado da Questão | Desigualdade de género
Equidade ao nível das
representações
Equidade ao nível
das práticas
Equidade ao nível
das políticas
Mainstreaming de Género
O surgimento do mainstreaming de género está associado à
inscrição do tema da desigualdade de género na agenda política
internacional
Demarcação Profissional
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Educação pré primária
Enfermagem e profissões afins
Secretárias e dactilógrafas
Profissionais de cuidados pessoais
Professores de educação primária
Vendedores e demonstradores
Professores Educação Especial
Auxiliares actividades domésticas e Limpezas
Educação Primária e Pré Primária
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
H M
Fonte: OCDE, Emploment Outlook 2004, com base no European Labour Survey (adaptado)
Concentração do emprego em 20 países da OCDE, por tipo de profissão e sexo – profissões dominantemente exercidas por mulheres (% de homens e mulheres)
Demarcação Profissional
11
Fonte: OCDE, 2000
PT
ES
44.4
39.2
55.6
60.8
M H
Percentagem de mulheres e homens empregada/os como
arquivistas, bibliotecária/os e profissionais ligados à informação
(Archivists, librarians and related information professionals)
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Características Específicas da
Profissão
Crescente procura de conhecimento e
acesso à informação
Rarefacção Salarial
Escassez de mão-de-obra
masculina
A partir da década de 1960…
Afluência de mulheres à profissão
de bibliotecária
Feminizaçãoda
Profissão
Padrão de masculinização
dos cargos Directivos
13
Baixos saláriosBaixo reconhecimento social da profissãoCrescente complexidade
FormaçãoPresença na hierarquia
Realização profissional
Amostras
Questionário a profissionais
Amostra: 176 profissionais
de biblioteconomia
14
Entrevistas a mulheres bibliotecárias
Amostra: 31 mulheres bibliotecárias
Questionário Estudantes
Amostra: 49 estudantes de
Ciências da Informação
Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia
16
43.2%
17.6%
36.9%
2.3%Altura em que foi tomada a decisão de seguir
a profissão
Antes ou durante a frequência universitáriaDepois de ter tido alguma experiência profissional específica na BD bibliotecaDepois de ter tido outra experiência profissionalNR
15-2021-30
31-4040
NR
7.4%
71.0%
19.3%
1.1%1.1%
Idade em que foi tomada a decisão de seguir a profissão
NR
Dp.do curso de téc.de BAD
Opção de carreira
Curso com saída profissional
Vocação/Interesse
6.3%
9.7%
11.4%
21.0%
51.7%
Motivações subjacentes à escolha da profissão
Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia
17
Até à reforma65.9%
Durante alguns anos5.1%
Até obter êx-
ito noutra área
23.3%
De-sen-
volver a ac-tivi-dade
o mais pos-sível2.3%
NR3.4%
Quando decidiu ser bibliotecária pensava vir a trabalhar numa biblioteca até quando
Outros
NR
Mestrado bib
Doutoramento bib
Cur.especialização bib
4.0%
0.6%
6.3%
4.0%
85.2%
Quais são os seus diplomas profissionais?
Sim60.7%
Não39.3%
É membro de alguma associação profissional?
Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia
18
Orçamento reduzido | Falta de pessoal
10%
Burocracia12%
Mau ambiente | Excesso de trabalho
8%
Outras23%
Não24%
NR23%
Existe alguma coisa que desgoste no seu actual trabalho?
Muito insatisfeito6.5%
Bastante insatisfeito9.5%
Moderadamente
satisfeito23.7%
Satisfeito45.6%
Extremamente satisfeito17.8%
Como descreveria a sua satisfação com o seu actual trabalho?
Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia
19
Perfil 158%
Perfil 242%
Pessoas mais novas que fizeram a sua opção de carreira com base na saída profissional. Estão atualmente inseridas na carreira técnica e afirmam não estar totalmente felizes na sua profissão.
Pessoas que fizeram uma opção pela
profissão por vocação e depois de
terem tido experiência
profissional. Traectória pessoal mais consolidada,
participam em pelo menos uma associação
profissional e declaram-se felizes
na profissão que escolheram.
Resultados | Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia
20
Baixa auto-estima da classe
profissional
Motivação e Receptividade para
Formação
Descontentamento com os níveis
salariais
Satisfação pessoal com a profissão
escolhida
Perfil Proactivo/Assertivo
Dominante
EIXO POSITIVO
EIXO NEGATIVO
Sentimento de Imobilismo nos
conteúdos funcionais da profissão
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Perfil Asserti
vo«Eu acho que deveria …»;«Para mim…»;«Não vejo as coisas nesses termos, penso que…»«Temos que ser ambiciosas e lutar por aquilo que desejamos…»
AutonomiaAssertividade
Dinamismo
Perfil Resignaç
ão«A sociedade é assim…»«Espero que as mentalidades mudem…»«O machismo social dominante na sociedade…»
Mainstreaming social
Conformismo
Perfil Pessimist
a«… as pessoas esgotam-se nos trabalhos de rotina e não são estimuladas para fazer trabalho de investigação …»«Triunfar?! Penso que os técnicos nunca triunfam, porque os políticos não deixam…»
DescrençaIndiferença
Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
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Assertividade Resignação Pessimismo
Aspeos de realização profissional
Ambições profissionais
Planeamento da carreira
Reação à discriminação
Motivos da desigualdade de oportunidades entre mulheres e homens
Dificuldades na vida profissional das mulheres
Forma de lidar com pressões políticas
Forma de lidar com conflitos com colegas de trabalho
Capacidades e atitudes femininas e êxito profissional das mulheres
Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
23
O QUE DIZ A LITERATURA… O QUE DIZEM AS MULHERES…Discriminação
Contradição entre a auto
perceção da discriminação e a
discriminação efetiva
Mulheres dizem-se sobrecarregadas no
seu quotidiano mas afirmam nunca ter
sentido discriminação de género
exercida sobre siEscolha da profissão
A profissão de bibliotecária como um serviço social
“Contribuir para o bem da comunidade”; “Poder, de alguma forma, agir para que a minha comunidade tivesse acesso à informação a aos bens culturais”“Realizar uma atividade do meu agrado”“Por uma questão de Realização Profissional”.
Valorização Profissional
Auto culpabilização pelo facto de a profissão não ser devidamente valorizada.
“O trabalho que realizei é visível mas não reconhecido pela direção superior da instituição”“… no atual local de trabalho não antevejo perspetivas de evolução”.
Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
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O QUE DIZ A LITERATURA… O QUE DIZEM AS MULHERES…Planeamento da trajetória profissional
… devido a fatores de dificuldade de acesso ao mercado de trabalho … à vontade de desempenhar funções que lhes dessem realização pessoal mais do que realização material
Mulheres afirmam que a entrada na profissão se deveu ao gosto em desenvolver um trabalho comunitário.
Suporte familiar e atividade profissional
Compatibilização das atividades de suporte familiar e doméstico tendem a ser conjugadas com ocupações profissionais em regime de part- time ou de baixa posição hierárquica.
Todas as mulheres referiram sentir-se sobrecarregadas pela combinação das exigências laborais e familiares. Este aspeto não é porém associado a qualquer fator de discriminação em particular (sendo mesmo encarado quase como uma inevitabilidade).
Acesso à estrutura decisional
Exclusão da esfera decisionalAuto anulação
Maioria das mulheres remeter-se a uma posição de auto anulação por estar consciente de que uma vez chamada a dar um contributo permanente e ativo em termos decisionais, a sobrecarga familiar a impediria de estar disponível a todo o tempo para responder a esse tipo de exigência.
Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
25
+
-
Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Atitudes1= menos imp. ….. 5= mais
imp.
Organização 4,36Respeito pelos direitos individuais 4,33Responsabilidade individual no trabalho 4,26Importância da qualidade 4,26Sentir-se apoiado 4,19Responsabilidade individual no trabalho 4,33
Filosofia de trabalho clara 4,22Organização 4,22As tarefas estão bem definidas 4,22Companheirismo 4,22
Agressividade 2,26
Previsível 2,98
Trabalhar muitas horas 3,00
Que corre riscos 3,29Enfrentamento directo dos conflitos 3,34
Agressividade 2,56
Trabalhar muitas horas 2,67Tranquilo 3,00Previsível 3,11O trabalho encaixa na minha vida pessoal 3,22
DIFERENÇAS ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVAS NAS RESPOSTAS FEMININAS E MASCULINAS:
Boas relações com os superioresO trabalho encaixa na minha vida pessoal TranquiloTrabalho com prestígio
26
+
-
Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Valores1= menos imp. ….. 5= mais
imp.
Responsabilidade 4,63
Honestidade 4,47
Educação 4,40
Educação 4,33
Alegria 4,22
Responsabilidade 4,22
Capacidade de amar 3,33
Obediência 3,39
Capacidade de perdoar 3,45
Lógica 3,77
Obediência 3,55
Capacidade de perdoar 3,66
DIFERENÇAS ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVAS NAS RESPOSTAS FEMININAS E MASCULINAS:
LiberdadeAlegria
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Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Valores Subjectivos
Valores Pragmáticos
alegria 0,860liberdade 0,798limpeza 0,798capacidade de amar 0,767imaginação 0,765auto-controlo 0,712independência 0,706educação 0,666capacidade de perdoar 0,662valor 0,658ambição 0,518obediência 0,472honestidade 0,449
lógica 0,616ser empenhado 0,797capacidade / competência 0,746responsabilidade 0,710intelectualidade 0,518
Percentagem de variância explicada 24,7% 19,0%
todos os homens se posicionaram no grupo, associado principalmente aos valores pragmáticos
um terço das mulheres posicionou –se no grupo em que há menor consenso e que apresenta uma maior diferença relativa entre valores subjetivos e
pragmáticos
Valores: predomina o efeito cultural
Distinguem-se dois
tipos de valores:
subjetivos e
pragmáticos
Em ambos os
grupos de
estudantes
encontrados são
mais valorizados
os valores
pragmáticos
28
Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Atitudes: espaço de representações com significados distintos
Distinguem-se três tipos de atitudes:
Colaboração, Responsabilização e Partilha
Ambiente de Trabalho e Reconhecimento
Ambição, Reflexão e Espírito Analítico
Existe heterogeneidade mas as mulheres valorizam mais cada um das tipologias de atitudes encontradas
Colaboração, Responsabilizaçã
o e Partilha
Ambiente de Trabalho e
Reconhecimento
Ambição, Reflexão e
Espírito Analítico
Colaboração, Responsabilização e Partilha
Ambiente de Trabalho e Reconhecimento
Ambição, Reflexão e Espírito Analítico
3.918
3.608
3.481
3.980
3.695
3.737
Feminino Masculino
Hip 1. Condicionantes de género vs Percurso profissional
Hip 2. Repercussões do padrão de feminização no desempenho profissional
a.barreiras institucionais foram largamente ultrapassadas, o mesmo não se aplica às barreiras invisíveis
b.percurso profissional foi realizado à custa de fatores de ordem pessoal: a atual inserção laboral despende em grande parte da atitude adotada face aos condicionalismos do percurso profissional
c.trajetórias pessoais e profissionais específicas, bem como a valorização individual da profissão, contribuem para a inserção laboral
d.desigualdade de género encarada de uma forma pragmática e assertiva ou como um mal da sociedade que se espera que sejam as outras gerações a mudar
29
Conclusões| Hipóteses
a.afluência de mulheres à profissão de bibliotecária potenciou a sua feminização e persistência do sexo masculino nos cargos de direção
b.O imobilismo e a inércia organizacionais contribuíram para perpetuar algumas das desigualdades que marcaram o início da feminização de certas profissões, nomeadamente na biblioteconomia
c.os fatores atitudinais que englobam aspetos de colaboração, responsabilização e partilha e que valorizam uma boa atitude perante o ambiente de trabalho e o reconhecimento, estão mais fortemente correlacionados com os valores subjetivos
d.atitudes de carácter racional que englobam aspetos de ambição, reflexão e espírito analítico estão mais fortemente relacionadas com aqueles que se designou de valores pragmáticos
Hip 3. perfil de inserção laboral marcado por um fraco auto-conceito profissional.
Hip 4. Estratégias dos futuros profissionais condicionadas pelas limitações da atividade
a.a reduzida valorização profissional desta atividade surge para os seus profissionais ligada à sua invisibilidade social, bem como à forma como os agentes entendem que esta tem um papel secundário na economia
b.as mulheres construíam o seu novo enquadramento profissional e apreenderam novos papéis sociais, delimitados por aspetos normativos de grande relevância
c. há um sentimento generalizado por parte de atuais e futuros profissionais de que a profissão não é suficientemente valorizada
30
Conclusões| Hipóteses
a.à medida que vão progredindo na sua formação os estudantes vão-se tornando mais reativos aos possíveis constrangimentos que perspetivam encontrar ao longo da sua profissão
b.a atividade profissional que interessa a uma maior percentagem de alunos do primeiro ano é aquela que agradaria a uma menor percentagem de estudantes do terceiro - trabalhar num arquivo administrativo (sector público)
c.À medida que progridem no curso, os estudantes vão-se identificando mais com ele e revelam-se menos disponíveis para eventuais desistências, apesar do sentimento de que a profissão não é suficientemente valorizada
Novos quadros mentais
A participação das mulheres na vida
pública, através do mundo do trabalho, fez
emergir questões sociais que permaneceram ao
longo dos séculos relativamente afastadas da consciência coletiva
Necessidade de novas abordagens
Complexidade técnica
As práticas no âmbito da profissão de bibliotecária/o evoluíram no sentido não só de se tornarem mais
complexas mas também de se ajustarem à
evolução do mercado de oferta de informação e
conhecimento
Desafios
Seguir Melhorando… Novos desafios, novos protagonistas
31
32
Seguir Melhorando…
Superação do constrangimento de género
Enfoque nos protagonistas e não apenas nos processos
Aprofundamento das condições objetivas para o exercício da profissão
Valorização da profissão
de bibliotecária
33
Muito Obrigado
VIVA A MULHER
“Todos sabemos que as atividades que temos vindo a desempenhar não são negligenciáveis, nem sequer contrárias àquelas que deveremos desenvolver. Temos que lhes acrescentar valor… enquanto profissionais de Informação-Documentação, devemos acompanhar a evolução em diferentes áreas, … integrando-as nos serviços que prestamos, o que exige de nós grande flexibilidade e permanente atenção à mudança”.
( Ochôa & Gaspar, 2006, p .291 e 13)