1
1 INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a principal causa de incapacidade
crônica por doença neurológica em algumas partes do mundo (LAVADOS, HENNIS,
FERNANDES, MEDINA, LEGETIC, HOPPE, SACKS, JADYE & SALINAS, 2007). Tal
incapacidade pode ser demonstrada haja vista que cerca de 50 a 70% dos indivíduos
pós-AVE adquirem independência funcional, 30 a 50% permanecem incapacitados,
dentre os quais alguns necessitam de cuidados institucionais (WRITING GROUP
MEMBERS AHA, 2008).
Estas variações acerca do grau de comprometimento dependem, de certa
maneira, da topografia lesional. Cerca de 61 a 81% dos AVE apresentam acometimento
da circulação anterior, que envolve as artérias cerebral anterior (ACA) e média (ACM),
sendo que a maioria destes eventos ocorre na ACM (BLACK-SCHAFFER, KIRSTEINS
& HARVEY, 1999; WINSTEIN, MERIANS & SULLIVAN, 1999; MINELLI, FEN &
MINELLI, 2007). Considerando-se as áreas de irrigação destas artérias e as funções
desempenhadas por estas regiões encefálicas, áreas neurais relacionadas à
aprendizagem motora poderão ser afetadas após AVE, à direita ou à esquerda.
A aprendizagem motora pode ser compreendida como uma série de
mudanças, relativamente permanentes, em processos internos que determinam a
capacidade de um indivíduo para produzir uma ação motora (SCHMIDT & WRISBERG,
2001). Este fenômeno vem sendo estudado desde a década de 1880 em sujeitos
saudáveis, investigando-se o processo em si e os fatores que a influenciam (CLARK &
OLIVEIRA, 2006). Poucos estudos foram desenvolvidos a fim de esclarecer esse
fenômeno e os fatores que nele interferem (HANLON, 1996; WINSTEIN et al, 1999;
BOYD & WINSTEIN, 2004; WARD, 2005) em sujeitos com lesões neurológicas
especialmente, quando se considera a aprendizagem de habilidades motoras em
paciente pós-lesão encefálica.
As habilidades motoras podem ser classificadas segundo diversos critérios,
dentre eles, a demanda relativa dos elementos motores ou cognitivos que a compõe. As
2
habilidades com predomínio cognitivo apresentam demanda de processamento relativo
ao planejamento da ação. O planejamento refere-se a uma ação futura, na qual há
intenção de atingir uma meta, por meio da seleção de estratégias adequadas para
alcançá-la (KREITLER & KREITLER, 1987; UNTERRAINER & OWEN, 2006).
O planejamento da ação é descrito por alguns autores como sendo de função
predominantemente do hemisfério esquerdo (por exemplo, HAALAND, HARRINGTON &
KNIGHT, 2000; HAALAND, ELSINGER, MAYER, DURGERIAN & RAO, 2004). Mais
especificamente, há evidências de que o hemisfério esquerdo apresente predominância
na função relativa à seleção e armazenamento do programa motor, incluindo o
processamento do controle temporal e sequencial dos movimentos. Para SAINBURG
(2002), os mecanismos de controle do movimento predominantes neste hemisfério
envolvem o controle em circuito aberto, sendo especializado no controle dinâmico do
movimento do lado direito em destros. Em contrapartida, segundo o mesmo autor, o
hemisfério direito utiliza, principalmente, um controle em circuito fechado para a
execução dos movimentos, o que o torna especializado no controle estático, de posição
final do movimento do lado esquerdo do corpo. Outras funções atribuídas ao hemisfério
direito, na literatura, são: capacidade de processamento perceptivo e organização de
parâmetros espaciais (por exemplo, HARRIGTON & HAALAND, 1991; ELLIOT, ROY,
GOODMAN, CARSON, CHUA & MARAJ, 1993; DAVIDSON, CAVE & SELLNER, 2000).
Em consequência do exposto, surge a seguinte questão: Será que, em
pacientes pós-lesão encefálica, a aprendizagem de habilidades motoras é afetada pelo
lado da lesão?
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Acidente Vascular Encefálico
2.1.1 Definição
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é classificado com uma das doenças
cerebrovasculares (DCV) e é causado pela interrupção do fluxo sanguíneo para o
encéfalo, seja pelo rompimento de um vaso sanguíneo ou pelo bloqueio por um coágulo.
Tal interrupção causa danos ao tecido encefálico que variam conforme a área e
extensão acometidas (WHO, 2008).
2.1.2 Dados epidemiológicos
O AVE é a principal causa de incapacidade crônica por doença neurológica
em algumas partes do mundo, com mais de 50% dos sobreviventes permanecendo com
graves sequelas físicas e mentais, acarretando enorme impacto econômico e social
(WRITING GROUP MEMBERS AHA, 2008). É responsável por quase seis milhões de
mortes ao ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO, 2008).
A cada ano cerca de 780 mil pessoas sofrem um AVE e, em média, 60 mil são
considerados eventos primários e 180 mil são recorrentes (WRITING GROUP
MEMBERS AHA, 2008). O AVE é considerado a terceira causa de morte em adultos e,
mesmo havendo divergências nos dados epidemiológicos mundiais, é também, uma das
maiores causas de sequelas permanentes que geram a incapacidade funcional
(SUDLOW & WARLOW, 1996; WHO, 2008).
No Brasil, embora a mortalidade de AVE esteja diminuindo ao longo dos
anos, o AVE ainda é a causa de morte mais frequente, com altos índices de morbidade
e mortalidade (ANDRÉ, CURIONI, CUNHA & VERAS, 2006). Dados do Ministério da
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Saúde revelam que, em 2005, ocorreram 90.006 mortes relacionadas ao AVE,
constituindo 10% do total de óbitos do país (DATASUS, 2005). Dados oficiais de
mortalidade no Brasil revelam que a DCV é responsável por mais óbitos que a doença
coronária nos últimos 40 anos (PEREIRA, LEMOS, BENEVENUTO & FONSECA, 1993;
CABRAL, LONGO, MORO, AMARAL & KISS, 1997; RADANOVIC, 2000).
De forma geral, as DCV representam, portanto, um grande ônus em termos
sócio-econômicos devido à alta incidência e prevalência de quadros sequelares. Em
termos numéricos, elas representam para o Sistema de Saúde (no Brasil) 8,2% das
internações e 19% para os custos hospitalares do Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (RADANOVIC, 2000; DATASUS, 2005).
Em relação à incapacidade gerada após um AVE, cerca de 50 a 70% dos
indivíduos adquirem independência funcional, 15 a 30% permanecem incapacitados e
20% necessitam de cuidados institucionais (WOLFE, 2000; WRITING GROUP
MEMBERS AHA, 2008). Quanto aos impedimentos sociais, nota-se alguma melhora
funcional entre um e três anos após o evento, porém 50% dos pacientes ainda mantêm
significativa incapacidade após o terceiro ano do icto (RAYMOND, CHENG, WONG,
TANG, WONG, WOO, & KWOK, 2008).
2.1.3 Topografia lesional
Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais vão interromper
a circulação de determinadas áreas encefálicas, o que causará necrose e amolecimento
do tecido nervoso, gerando alterações motoras, perceptuais, sensoriais e/ou psíquicas
que podem ser características para a área e a artéria lesadas. Diante disso, o quadro
clínico neurológico apresentado por cada paciente varia de acordo com a diversidade
etiológica, número, extensão e localização das lesões cerebrais dentro do processo de
irrigação encefálica (BAXTER, 1987; WHISNANT, BASFORD, BERNSTEIN, COOPER,
DYKEN, EASTON, LITTLE, MARLER, MILLIKAN, PETITO, PRICE, KAICHLE,
5
ROBERTSON, THIELE, WALKER & ZIMMERMAN, 1990; DURWARD, BAER & WADE,
2000).
A irrigação encefálica é realizada por meio dos sistemas carotídeo e
vértebro–basilar, sendo que esses dois sistemas vasculares comunicam-se através do
Polígono de Willis na base do encéfalo (DUUS, 1986; DE JONG, 1979). Essa irrigação
chega ao encéfalo por meio das duas artérias carótidas internas e das artérias
vertebrais. As carótidas internas são ramos de bifurcação da artéria carótida comum,
sendo a direita oriunda do tronco braquiocefálico e a esquerda da aorta (CAMBIER,
1988; DURWARD et al, 2000; MACHADO, 2000). O ramo da artéria carótida interna,
após um trajeto ao longo do pescoço, divide-se em dois ramos terminais: as artérias
cerebrais média (ACM) e anterior (ACA).
As ACA e ACM dão ramos corticais, que vascularizam o córtex e a substância
branca subjacente, bem como ramos centrais, que são responsáveis pela
vascularização do diencéfalo, núcleos da base e a cápsula interna. As partes por elas
irrigadas são relativamente bem demarcadas e distintas, pois quando uma delas for
ocluída ocorrerá uma lesão encefálica relativamente estereotipada (DE JONG, 1979;
JESSEL, 1991; YOUNG & YOUNG, 1997; LENT, 2001).
Das síndromes clínicas decorrentes do infarto cerebral, o território da ACM é
o mais frequente, motivo pelo qual a lesão com esta origem vascular será utilizada como
um dos critérios de inclusão topográfico neste estudo. A incidência de AVE na circulação
anterior (ACM e ACA) é duas vezes maior que na circulação posterior ou em pequenos
vasos (SIENG, STEIN, NING & BLACK-SCHAFFER, 2007). A ACM é responsável pela
irrigação das porções laterais dos lobos frontal, parietal e a porção superior do lobo
temporal (incluindo o pólo do temporal e a ínsula), além da coroa radiada com extensão
de forma profunda até o putâmen, núcleo caudado, núcleo lenticular, comissura anterior,
braço posterior da cápsula interna e a maior parte da face convexa dorsolateral do
hemisfério. Essas estruturas anatômicas estão relacionadas aos trajetos das vias
aferentes e eferentes do Sistema Nervoso Central (SNC), o que justifica a frequente
ocorrência das síndromes sensitivo-motoras decorrentes do AVE e a gama de sequelas
6
estabelecidas com esse tipo de lesão, garantindo uma sintomatologia muito variada, nos
casos em que não são fatais (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; BLACK-SCHAFFER,
1999; MACHADO, 2000).
2.1.4 Quadro Clínico
Como sinais e sintomas clínicos após o infarto da ACM, característica
predominante da população estudada, observa-se a hemiplegia (ausência de movimento
voluntário) ou hemiparesia (diminuição no movimento voluntário) contralateral à lesão
encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou
hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT, 2001;
(KANDEL, SCHWARTZ & JESSELL, 2003; LAVADOS et al, 2007; SIENG et al, 2007).
Em relação à função motora, a hemiplegia ou hemiparesia destaca-se como sinal clínico
mais óbvio da doença, sendo esta nomenclatura, por muitas vezes, empregada
genericamente a uma extensa variedade de problemas que determinam um AVE
(BOHANNON, 1986; D’ALTON & NORRIS, 1987; CLARKE, MARSHALL, BLACK,
COLANTONIO, 2002).
Assim, as alterações nos movimentos voluntários são tipicamente
encontradas após um evento vascular e, mesmo ocorrendo padrões de recuperação,
nota-se com muita frequência, anormalidade na produção de movimento durante tarefas
funcionais. Inclusive, cerca de 60% dos pacientes continua a apresentar disfunções
motoras residuais após um ano do evento vascular (CAURAUGH, LIGHT, KIM,
THIGPEN & BEHRMAN, 2000).
Além dos danos motores e sensitivos (tanto os discriminativos, quanto os
proprioceptivos), poderão ocorrer outros prejuízos também incapacitantes, tais como as
alterações no âmbito cognitivo que incluem alterações no processo mental, danos
perceptivos, alterações de comportamento, bem como o comprometimento intelectual
(BOHANNON, 1986; O`SULLIVAN & SCHMITZ, 1993; RYERSON & LEVIT, 1994). As
7
lesões na circulação anterior (ACM e ACA) são descritas como as mais incapacitantes
funcionalmente, tanto pelo comprometimento motor quanto cognitivo, perdendo apenas
para as lesões em múltiplos territórios (SIEN et al, 2007).
As alterações das funções cognitivas têm sido reportadas como diretamente
relacionadas à incapacidade funcional e ao nível de comprometimento do AVE. Desta
forma, o comprometimento nas funções executivas acarreta dificuldade no desempenho
de tarefas básicas, bem como nas atividades de vida diária (AVD´s) (MOK, WONG,
LAM, FAN, TANG, KWOK, HUI & WONG, 2004; CALASANS & ALOUCHE, 2004).
De acordo com a porção da ACM afetada (divisão superior, inferior ou ramos
superficiais ou profundos) poderá haver mais sinais e sintomas associados ou o
predomínio de um ou outro dos sinais anteriormente descritos (MELARAGNO-FILHO,
1975; DE JONG, 1979; BAXTER, 1987). Assim, pode ocorrer hemianopsia, se as
radiações ópticas e/ou as projeções geniculares forem atingidas; afasia global, se o
hemisfério dominante for atingido; bem como as apraxias e a negligência unilateral, se o
hemisfério não-dominante for atingido (BAXTER, 1987). No entanto, é desconhecido se
as alterações no hemisfério dominante ou no não dominante são mais incapacitantes
em relação à aprendizagem motora. Sabe-se que, os pacientes com alterações nestes
dois hemisférios apresentam-se com características clínicas distintas que envolvem o
sistema sensório-motor e perceptual em níveis diferentes de acometimento.
2.2 Especialização hemisférica
Ao longo da história das neurociências, muitos dos conhecimentos acerca
dos fundamentos biológicos do comportamento humano têm surgido estreitamente
ligados aos conceitos de lateralização hemisférica ou dominância cerebral, isto é, as
diferenças de função entre os dois hemisférios do cérebro (KOLB & WHISHAW, 2002).
Ainda que os hemisférios direito e esquerdo pareçam ser uma imagem em
espelho um do outro, existe uma importante distinção funcional entre eles: a dominância
8
cerebral. O termo dominância cerebral refere-se ao fato de que um dos hemisférios
cerebrais é o dominante em certas funções (KANDEL et al, 2003). LENT (2001) afirma
que o termo mais correto não é dominância hemisférica, mas sim especialização
hemisférica, pois descaracteriza hierarquia de dominante e dominado.
A diferença relativa às especializações hemisféricas é predominantemente
percebida na linguagem e nas habilidades manuais, fato este que justifica a natureza da
tarefa a ser investigada neste estudo. Embora exista uma variabilidade de indivíduo para
indivíduo, a linguagem (POSNER & RAICHLE, 1998; FINGER & ROE, 1999; BRUST,
2000) e o raciocínio matemático são essencialmente representados no hemisfério
esquerdo, enquanto as habilidades não verbais - habilidades manuais, percepções
visuais, sonoras e do meio ambiente (KIMURA & FOLB, 1968; KANDEL et al, 2003) -
tendem a ser representadas no hemisfério direito. A área de Broca e a área de Wernicke
são as áreas responsáveis pelas funções especializadas do Córtex Cerebral. Em cada
dezenove de vinte pessoas, a área de Wernicke fica localizada na parte posterior da
circunvolução temporal superior do hemisfério cerebral esquerdo e, pela assimetria, a
área correspondente do hemisfério oposto tem outras funções. Desta forma, justifica-se
a denominação de que o lado no qual se encontra a área de Wernicke possua funções
especializadas sobre o outro lado (GUYTON, 1988; KANDEL et al, 2003).
A preferência manual, isto é, o fato de utilizar uma das mãos mais do que a
outra na maioria das tarefas, associada à maior habilidade e força da mão dominante
em relação à sua oposta passou a ser considerada como a manifestação mais simples e
mais evidente da especialização hemisférica. Assim, o hemisfério esquerdo, que dirige a
motricidade fina da mão direita, constitui para a maior parte da população, o hemisfério
dominante para esta atividade (CALDAS, 2000; LENT, 2001). A dominância manual e
sua relação com especialização hemisférica foi primeiramente descrita por Paul Broca
no século 19, em pacientes pós-AVE em região frontal à esquerda (COREY, HURLEY &
FOUNDAS, 2001)
A partir deste conceito, ocorreu o desenvolvimento de questionários e outros
instrumentos para caracterizar a dominância motora manual, como é o caso do
9
Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo (OLDFIELD, 1971), cuja função é
avaliar, na prática diária, este aspecto da lateralização funcional. Este questionário leva
em conta a forma como são realizadas 20 tarefas motoras comuns no dia-a-dia da
pessoa. No presente estudo, será utilizada a versão modificada do Inventário de
Dominância Lateral de Edimburgo, que contém 10 itens e é proposta, inclusive, na
versão original de 1971.
Os resultados obtidos em estudos realizados, em diversos países, apontam
para a probabilidade de os indivíduos destros representarem mais de 90% da
população, qualquer que seja o seu meio cultural (embora apenas 70% seja puramente
destra, ou seja, efetue todos os atos exclusivamente com a mão direita).
Estudos têm demonstrado que as pessoas que possuem dominância na mão
esquerda dispõem de mais representação e comunicação inter-hemisférica, podendo
este fato ser atribuído à quantidade e volume de fibras nervosas do corpo caloso,
responsável pela conexão dos dois hemisférios, cujo tamanho, hipoteticamente, pode
ser maior (WITELSON & GOLDSMITH, 1991; KANDEL et al, 2003). KIMURA &
ARCHIBALD (1974) assinalam que a inter-hemisfericidade é o caminho responsável
pela coordenação de atividades dos hemisférios.
Muitos estudos têm sido conduzidos com o intuito de investigar a
especialização hemisférica a fim de caracterizar funções predominantes para o
hemisfério direito e esquerdo. Porém, a contribuição das funções lateralizadas
(especialmente as funções motoras lateralizadas) refletindo em especialização
hemisférica ainda permanece controversa (WANG & SAINBURG, 2007; SCHAEFER,
HAALAND & SAINBURG, 2009).
HAALAND (2006) descreve como o conceito envolvido nos estudos em
sujeitos com lesão encefálica pode favorecer a compreensão do nível de ativação e
função cortical das áreas encefálicas. Se há lesão na área A ou as áreas A e B
produzem déficits na tarefa 1, portanto a área A ou áreas A e B devem estar ativas
quando indivíduos saudáveis desempenham a tarefa 1. Desta forma, as funções de
10
cada hemisfério apresentam-se de maneira distinta devido às assimetrias funcionais e
especialização dos hemisférios, sendo que tanto estudos em indivíduos saudáveis
quanto em pacientes com acometimento neurológico permitem maior aprofundamento
destes conhecimentos (HAALAND et al, 2004; HAALAND, 2006).
As assimetrias funcionais cerebrais foram primeiramente descritas por
Liepmann relatando que pacientes com lesão à esquerda (LE) apresentavam déficits
tanto no hemicorpo ipsilateral quanto no contralateral à lesão, enquanto que pacientes
com lesão à direita (LD) somente apresentavam déficits no hemicorpo contralateral
(HAALAND & DELANEY, 1981). Liepmann concluiu que o hemisfério esquerdo
desempenhava um papel mais importante no controle das habilidades motoras do que o
hemisfério direito, porém esta afirmação foi considerada simplista e gerou toda a
investigação até os dias de hoje no que concerne às assimetrias hemisféricas cerebrais.
Assim, salienta-se que as competências do hemisfério direito são
predominantes às do esquerdo no que se refere às tarefas espaciais e as não-verbais,
tais como: percepção e processamento e organização espacial (VALLAR, LOBEL,
GALATI, BERTHOZ, PIZZAMIGLIO & LÊ BIHAN, 1999; DAVIDSON et al, 2000; VOOS,
PIEMONTE & VALLE, 2007); manipulação e processamento espacial dos aspectos
motores, bem como habilidades perceptivas visuo-espaciais (GAZZANIGA, LÊ DOUX &
WILSON, 1977; LAZAR, FESTA, GELLER, ROMANO & MARSHALL, 2007);
competência nos processamentos visuo-motores; orientação espacial (profundidade e
distância); organização do esquema corporal; habilidades musicais (BOGEN &
GORDON, 1971; LAZAR et al, 2007) e processamento de movimentos rítmicos;
processamento simultâneo e holístico das informações, bem como processamento de
tarefas com múltiplas etapas (RUMIATI, 2005; LAZAR et al, 2007); reconhecimento de
faces, e expressões faciais (GAZZANIGA, LÊ DOUX & WILSON, 1977; LEVINE,
BANICH & KOCH WESER, 1988); reconhecimento de figuras geométricas por meio do
tato (estereognosia) e da visão (LEVINE, BANICH & KOCH WESER, 1988);
processamento perceptual em habilidades grosseiras; mediação de atividades com
maior demanda atencional e memória de trabalho (HEILMAN & ABELL, 1980; MILLIS,
11
STRAUBE, IRAMANEERAT, SMITH & LYDEN, 2007); integração de informações
sensório-motoras para a manutenção postural (VOOS et al, 2007).
Além disso, o hemisfério direito controla estritamente os movimentos no
hemicorpo contralateral, enquanto o hemisfério esquerdo participa no controle e no
planejamento dos movimentos dos dois hemicorpos (HAALAND & HARRINGTON, 1994;
SABATÉ, GONZÁLES & RODRÍGUES, 2004), que parece estar associado aos
componentes cognitivos da tarefa (HAALAND & HARRINGTON, 1996).
Como competências do hemisfério esquerdo podem ser destacados o
predomínio em relação ao direito nos processamentos temporais, verbais, de
categorização e simbolização entre outros, tais como: processamento da fala (BANICH,
1997; GAZZANIGA, 2000; MILLIS et al, 2007); no pensamento intelectual, racional,
verbal e analítico; no processamento de construções gramaticais mais complicadas;
melhor habilidade para reconhecimento da fala humana; prontidão de ação no
comportamento humano (BANICH, 1997); superioridade em caracterizar o parâmetro
temporal no comando motor, precisão e velocidade (HARRIGTON & HAALAND, 1992;
HAALAND & HARRINGTON, 1996); participação no controle sequencial e no
armazenamento do programa motor e controle das praxias (especialmente nos lobos
frontal e parietal) (PLOURDE & SPERRY, 1984; HARRIGTON & HAALAND, 1991;
ELLIOT, ROY, GOODMAN, CARSON & CHUA, 1993; HAALAND & HARRINGTON,
1996; HAALAND, HARRINGTON & KNIGHT, 2000; HAALAND et al, 2004; RUMIATI,
2005; HAALAND, 2006); participação na programação de movimentos sequenciais dos
dois lados do corpo (GOODALE, 1988; ELLIOT et al, 1993; HAALAND &
HARRINGTON, 1994; HAALAND et al, 2004); processamento da organização e timing
do movimento sequencial, bem como tomada de decisões (VELAY & DUBROCARD
1999; VOOS et al, 2007); papel importante no controle de movimentos balísticos,
também denominados de controle em circuito aberto (HAALAND & HARRINGTON,
1994). Assim, o hemisfério esquerdo participa na harmonia da motricidade processando
o timing da ação do movimento desejado, assim como organizando a seleção do
programa sequencial do movimento. Auxilia, também, na transição de um movimento
12
para outro, garantindo melhor desempenho a partir da contribuição da informação
declarativa no processo motor que estiver desempenhando.
Em síntese, o hemisfério direito participa especialmente na função de
atividades nervosas de alto nível relacionadas ao reconhecimento visuoespacial,
imagem corporal e capacidade de planejamento espacial (PINTO, SARAIVA &
SANVITO, 1990; BARTHELEMY & BOULINGUEZ, 2002). Por esta razão, a negligência
é muito mais comum em lesões no hemisfério direito (não dominante) ao invés de
lesões no hemisfério esquerdo (ALBERT, 1973; EGELKO, SIMON & RILEY, 1989;
STONE, HALLIGAN & GREENWOOD, 1993; SILVA & MARTINS, 2000). Em
contrapartida, o hemisfério direito é responsável pelo espaço contralateral, considerando
que o esquerdo toma conta do hemiespaço contralateral e ipsilateral (BARTOLOMEO &
CHOKRON, 1999).
As funções hemisféricas especializadas descritas acima podem ser
analisadas como sistêmicas, pois englobam muitos domínios diferenciados, tais como
sensorial, motor, perceptual, postural, musical e cognitivo. Porém, no domínio motor
(considerando uma didática divisão entre domínios) há alguns modelos teóricos que
visam explicar as principais diferenças entre as funções motoras especializadas entre os
hemisférios (WANG & SAINBURG, 2007; SCHAEFER, HAALAND & SAINBURG, 2009).
Estes modelos teóricos serão expostos a seguir.
2.2.1 Modelos teóricos para especialização hemisférica no domínio motor
Os modelos teóricos atuais que explicam a especialização hemisférica no
domínio motor referem-se aos estudos analisando o membro superior, especialmente
em habilidades relativas ao alcance e arremesso em sujeitos destros. SARLEGNA,
PRZYBYLA e SAINBURG (2009) descrevem dois componentes de controle necessários
para a ocorrência de um movimento de alcance: a precisão da posição final do membro
superior e a otimização dos parâmetros da trajetória, tais como a cinemática do
13
movimento.
SAINBURG (2002; 2005) propôs a hipótese da dominância dinâmica no que
concerne à especialização hemisférica e a estes dois componentes de controle relativos
ao alcance. Neste modelo, o controle da trajetória de movimento de um membro é feito
de forma especializada pelo hemisfério esquerdo, ao passo que, o controle de posturas
estáticas e posição final são feitos pelo hemisfério direito. Desta forma, o hemisfério
esquerdo é responsável pela coordenação das interações dinâmicas intersegmentares
de um membro que se move durante a execução de uma ação (SAINBURG, 2002;
BAGESTEIRO & SAINBURG, 2003; BAGESTEIRO, SARLEGNA & SAINBURG, 2006;
WANG & SAINBURG, 2007; SHABBOTT & SAINBURG, 2008; SCHAEFER &
SAINBURG, 2009).
Enquanto que o hemisfério esquerdo possui especialização para controle da
coordenação, o hemisfério direito possui especialização para controle espacial
(especialmente para posição final). Esta especialização do hemisfério direito é
denominada de vantagem do membro superior não-dominante (esquerdo, pois estes
estudos são feitos com sujeitos destros). Esta vantagem ocorre para o alcance e
manutenção das configurações do membro superior durante habilidades de arremesso e
alcance que investigam efeito de carga compensatória e do sistema proprioceptivo
(SAINBURG & KALAKANIS, 2000; BAGESTEIRO & SAINBURG, 2002; BAGESTEIRO &
SAINBURG, 2005; SAINBURG, 2005; WANG & SAINBURG, 2007).
Estudos, tanto em animais quanto em humanos, reforçam este modelo teórico
e permitem dissociar o controle postural do controle dinâmico em função da contribuição
e especialização hemisférica (FRIEL, DREW & MARTIN, 2007; SAINBURG, GHEZ &
KALAKANIS, 1999; SCHEIDT & GHEZ, 2007).
Outro modelo teórico sobre a especialização hemisférica é relativo ao
mecanismo de controle neural, que pode ser feito via circuito aberto ou fechado. Estes
dois sistemas de controle são fundamentais para explicar as diferentes formas utilizadas
pelo SNC e periférico para iniciar e controlar uma ação (KAWATO, 1999; HAALAND,
ELSINGER, MAYER, DURGERIAN & RAO, 2004).
14
Neste modelo, o hemisfério direito é especializado no mecanismo de controle
por circuito fechado. No controle por circuito fechado, a informação sensorial (feedback)
é utilizada para orientar a ação, na medida em que mantém os centros de controle
atualizados sobre a correção necessária e/ou realizada durante a execução do
movimento. Ou seja, existe a comparação da resposta gerada com a informação
recebida e, portanto, a resposta é produzida ou modificada de acordo com tal análise
comparativa (KAWATO, 1999; MAGILL, 2000; SAINBURG, 2005). Neste mecanismo de
controle são geradas informações de erro originadas das comparações entre o realizado
e o previsto e as correções dos erros são feitas online, ou seja, ao longo da execução
do movimento por intermédio do comando do hemisfério direito (HAALAND et al, 2004).
O outro mecanismo de controle é via circuito aberto, no qual o feedback não é
utilizado no controle do movimento durante sua ocorrência. Assim, para que o
movimento ocorra, é necessário, a priori, que os centros de comandos tenham as
informações necessárias para que os efetores realizem o movimento planejado
(KAWATO, 1999; MAGILL, 2000). No modelo de especialização hemisférica, o
hemisfério esquerdo é o responsável pelo controle via circuito aberto e, sua função é
selecionar o programa de ação adequado, que contenha os parâmetros necessários
para a ação, especialmente os parâmetros temporais (HAALAND et al, 2004;
SAINBURG, 2005; SAINBURG & DUFF, 2006).
Neste contexto, alguns estudos têm sido desenvolvidos com o intuito de
investigar o desempenho motor, funcional e a capacidade de aprendizagem em
pacientes com lesões encefálicas à direita e à esquerda. Nestes estudos, a natureza
das habilidades motoras envolvidas tem sido apontada como aspecto crítico a ser
considerada.
2.3 Habilidades Motoras
As habilidades podem ser definidas como tarefas com finalidade específica a
15
ser atingida, que exigem movimentação voluntária (GALLAHUE, 2002; GENTILE, 2003).
Quanto ao nível de proficiência, a execução é tida como habilidosa quando contempla a
obtenção de resultados finais com a máxima certeza e o menor gasto de tempo e
energia (GUTHRIE, 1952).
Para possibilitar que conhecimentos científicos produzidos possam ser
generalizados têm sido propostas classificações de habilidades motoras agrupando-se
habilidades com características similares. As classificações podem ser unidimensional,
bidimensional e, ainda, multidimensional, em função do número de características
consideradas (GALLAHUE, 2002; GENTILE, 2003; SCHMIDT & LEE, 2005).
A classificação unidimensional é a mais utilizada na área da Aprendizagem
Motora e foi adotada operacionalmente na classificação da tarefa selecionada para o
presente estudo. No sistema unidimensional, as características utilizadas para classificar
as habilidades são: forma de organização do movimento; importância relativa dos
elementos motores e cognitivos, nível de previsibilidade ambiental e aspectos
musculares. Em relação à organização do movimento, diferencia-se entre as habilidades
discretas (com início e término bem definidos), habilidades seriadas (com a ordenação
de habilidades discretas em uma sequência relevante) e habilidades contínuas, as quais
são caracterizadas por serem cíclicas e repetitivas (sem um início e término
determinados). Quanto à importância relativa dos elementos cognitivos e motores, as
habilidades podem ser vistas como predominantemente cognitivas, quando (para a
obtenção do sucesso) os componentes perceptivos de tomada de decisão são
maximizados em relação aos componentes de controle motor. Já as habilidades podem
ser consideradas predominantemente motoras quando (para a obtenção do sucesso) os
componentes de controle motor relacionados à qualidade do movimento são
maximizados em relação aos componentes de tomada de decisão. Esta classificação
está ilustrada com alguns exemplos no quadro abaixo (FIGURA 1) (FLEISHMAN &
QUINTANCE, 1984; MAGILL, 2000; SCHMIDT & WRISBERG, 2001).
16
Habilidades motoras Habilidades cognitivas
Tomada de decisão minimizada
Controle motor maximizado
Alguma tomada de decisão
Algum controle motor
Tomada de decisão maximizada
Controle motor minimizado Salto em altura Jogar de quarto-zagueiro
no futebol americano
Jogar xadrez
Levantamento de peso Dirigir um carro de corrida Cozinhar uma refeição
Trocar um pneu Caminhar em um terminal
movimentado de um
aeroporto
Treinar uma equipe
esportiva
FIGURA 1: Classificação e exemplificação das habilidades motoras quanto
aos elementos motores e cognitivos (SCHMIDT & WRISBERG, 2001).
Quanto ao nível de previsibilidade ambiental, as habilidades podem ser
classificadas em abertas - quando o meio ambiente é considerado variável e
imprevisível - e fechadas - quando, ao contrário, o meio ambiente é estável e previsível
(MAGILL, 2000; SCHMIDT & WRISBERG, 2001). E, por fim, a classificação mediante o
conceito de grupos musculares divide as habilidades em grossas e finas de acordo com
o tamanho e a precisão dos músculos envolvidos (MAGILL, 2000).
Deve-se ressaltar que o termo predominantemente é utilizado com o intuito
de evidenciar uma demanda que se sobressalta em relação à outra. Pois, não existem
habilidades puramente motoras ou cognitivas, já que se trata de um contínuo, com a
maioria das habilidades localizadas entre estas extremidades (SCHMIDT & WRISBERG,
2001).
Em função da execução de habilidades motoras envolver processos internos
com diferentes mecanismos de controle e, de sua relevância para o presente estudo,
esses processos serão mais detalhados a seguir.
17
2.3.1 Processos internos que precedem a execução de uma habilidade
motora
Vários são os modelos conceituais propostos com o intuito de respaldar a
compreensão dos processos subjacentes à execução de habilidades motoras. As
diferenças entre estes modelos conceituais concentram-se nos níveis de análise que
vão desde a compreensão anatômica e neurofisiológica das áreas de ativação durante
os processos que precedem a ação até as etapas efetoras necessárias para a execução
de uma habilidade motora.
O modelo de processamento de informação, ilustrado na FIGURA 2, aponta
três estágios de processamento: a identificação do estímulo, a seleção da resposta e a
programação da resposta (SCHMIDT & WRISBERG, 2001). O estímulo é encontrado no
meio ambiente ou pode ser manipulado por um agente externo, podendo ser uma luz,
um semáforo que acende, um som, entre outros. A informação ambiental disponível é
percebida pelo sujeito por meio de um processo de busca ativa que depende dos
sistemas sensoriais e do sistema de memória (MULDER, 1991). Esta etapa de
identificação do estímulo é, também, mencionada na literatura como percepção.
A partir da identificação do ambiente e do objeto, tem-se uma representação
da informação ambiental que permite que o executante passe para a próxima etapa,
qual seja, a seleção da resposta. Neste estágio, o executante deve decidir qual a
resposta mais adequada a ser dada e, portanto, deve haver interação entre o estímulo
sensorial identificado e as várias possibilidades de formas de respostas. Este estágio de
seleção da resposta é denominado de mecanismo decisório (SCHMIDT & WRISBERG,
2001).
Assim que a decisão acerca do movimento a ser realizado foi tomada, o
executante passa para o estágio de programação da resposta (ação), estágio no qual o
sistema músculo-esquelético recebe informações a fim de produzir o movimento
desejado.
Cabe ressaltar que o tempo decorrido entre a apresentação do estímulo e o
18
início da resposta motora é o tempo de reação, utilizado comumente como medida para
avaliar o desempenho, representando uma medida potencial da duração acumulada dos
três estágios de processamento (STERNBERG, 2001). VERWEY e ELKELBOOM
(2003) descrevem que o tempo para programar uma resposta é proporcional à
complexidade da tarefa sendo que o tempo de reação é dependente do número de
elementos em sequência para compor a ação (STERNBERG, MONSELL, KNOLL &
WRIGHT, 1978; IVRY, 1986).
Assim, tempo de reação é utilizado extensivamente nos estudos do
comportamento motor como uma medida da velocidade do processamento de
informação, pois permite presumir sobre eventos mentais, tais como processamento do
estímulo, tomada de decisão e programação do movimento (SCHMIDT & LEE, 2005).
Segundo MAGILL (2000), o tempo de reação reflete a preparação específica realizada
pelo sistema de controle imediatamente antes de iniciar uma ação. O intervalo de tempo
para esta preparação aumenta à medida que o número de opções de escolha para
resposta aumenta, já que o sistema tem que selecionar uma das opções disponíveis e
excluir as demais. Já o tempo de resposta pode ser definido como o tempo transcorrido
entre o estímulo e a finalização da ação, refletindo o tempo gasto para a execução total
da tarefa. O tempo de resposta é composto pelo tempo de reação associado ao tempo
de movimento (SCHMIDT & LEE, 2005). Devido a sua importância, estas medidas
fazem parte das variáveis dependentes do protocolo experimental do presente estudo.
19
FIGURA 2: Quadro ilustrativo da teoria de processamento de informações
adaptado de SCHMIDT e WRISBERG, (2001).
Com a intenção de explicar a realização de habilidades motoras sob a ótica
do comportamento e sob a ótica da neurofisiologia, destaca-se o modelo REQUIN
(1992). REQUIN (1992) sugere um modelo no qual a atividade motora possui três níveis
de representação e identifica as áreas cerebrais e suas características em cada nível.
No que concerne ao nível neurológico, REQUIN (1992) afirma que os processos de
representação envolvidos no controle de ações requerem ativação de redes neurais
distribuídas em grande parte do córtex cerebral que se apresentam interconectadas de
modo flexível, conforme a demanda.
Os três níveis envolvidos no modelo de REQUIN (1992) são: meta da ação
(nível 1), programa de ação ou programa motor (nível 2) e as unidades motoras básicas
(nível 3). Segundo a correlação neurofisiológica, a meta da ação corresponde à ativação
do córtex de associação frontal e parietal; o programa de ação ou motor corresponde à
ativação das áreas medial e lateral do córtex pré-motor e as unidades básicas são
representadas no córtex motor primário e vias córtico-espinais.
TANI (1995; 2005) descreve que o modelo explicativo para habilidades
motoras deve abranger a intenção, a meta da ação e o programa de ação. Portanto, ao
Estímulo
Identificação do estímulo (Percepção)
Seleção da resposta (Decisão)
Programação da resposta (Ação)
Resposta
Estímulo
Identificação do estímulo (Percepção)
Seleção da resposta (Decisão)
Programação da resposta (Ação)
Resposta
20
planejar a execução de uma habilidade motora, o sujeito deve selecionar ou formar um
programa de ação. A seleção ou a elaboração deste programa está intimamente
relacionada à natureza da tarefa e à capacidade do sujeito de solucioná-la. Deste modo,
tanto o modelo de REQUIN (1992), como o de TANI (1995; 2005) destacam a meta da
ação e o programa da ação como processos distintos entre si. A seguir, na FIGURA 3,
apresenta-se um quadro ilustrativo de uma possível associação entre os modelos de
REQUIN (1992) e TANI (1995; 2005).
Legenda: CX: córtex; 1 ario: primário
FIGURA 3: Quadro ilustrativo das etapas referentes ao modelo teórico
REQUIN (1992) e TANI (1995; 2005), bem como esquematização de uma possível
associação entre os modelos em questão.
O modelo apresentado possibilita analisar e relacionar os eventos ao nível de
análise do comportamento, associados ao nível neural. Esta associação torna-se,
especialmente importante, quando a população estudada apresenta alguma lesão
neurológica, já que se torna possível fazer predições sobre os possíveis prejuízos
Intenção
Meta da ação
Programa da ação
Computação do
Movimento
Padrões do
Movimento
Resultado da ação
Frontal
CX associação frontal e parietal
CX pré-motor
CX motor 1ªrio
Sistema muscular
Intenção
Meta da ação
Programa da ação
Computação do
Movimento
Padrões do
Movimento
Resultado da ação
Frontal
CX associação frontal e parietal
CX pré-motor
CX motor 1ªrio
Sistema muscular
21
apresentados nestas etapas do controle de uma ação. Neste estudo, pretende-se unir
tais conceitos e situações descritas, pois a população alvo apresenta lesão cerebral
vascular e a tarefa selecionada pode ser classificada como predominantemente
cognitiva, possuindo alta demanda de planejamento.
Vale ressaltar que, neste modelo, o planejamento é compreendido como
antever um determinado estado futuro. E é definido operacionalmente como a
disposição temporal da sequência de operações necessárias para se realizar com
eficiência uma ação motora. Segundo JEANNEROD (1997), a função principal do
planejamento é organizar os movimentos que serão executados, relacionando-os com
dicas internas e externas, na sequência apropriada em função de uma meta específica.
Operacionalmente, neste estudo, planejamento será considerado como a capacidade de
antever um estado futuro e, em função do mesmo, organizar a disposição temporal e
sequencial das operações necessárias para executar uma ação com eficiência.
Assim, em função da natureza da tarefa de predomínio de planejamento
(ROSENBAUM, VAUGHAN, BARNES & JORGENSEN, 1992) sugere-se que haja
necessidade de maior ativação do hemisfério esquerdo e, por conseguinte, maiores
prejuízos no desempenho devem ser esperados em sujeitos pós-AVE com LE.
A seguir, apresentam-se os estudos nos quais a natureza das habilidades
motoras envolvidas e o substrato para sua realização têm sido apontados como
aspectos críticos para o desempenho motor de pacientes com lesões encefálicas à
direita e à esquerda.
2.3.2 Estudos sobre desempenho motor de pacientes pós-AVE em função do lado
da lesão
HAALAND e DELANEY (1981) desenvolveram um estudo cujo objetivo foi
verificar o desempenho em tarefas com diferentes demandas em pacientes pós-lesão
encefálica (de origem vascular ou tumoral) à direita e à esquerda. Foram avaliados 26
22
pacientes pós-AVE com LE, 17 com LD, além de 14 pacientes com tumor cerebral
unilateral à esquerda e 15 pacientes com tumor à direita. Todos os sujeitos foram
comparados com um grupo controle (GC) compreendido por 40 sujeitos. As tarefas
avaliadas foram: preensão manual (com dinamômetro), movimentos rápidos de toques
de dedos, inserção de objeto, teste coordenação de labirinto, estabilidade de inserção
vertical e estabilidade estática. Foi observado que o desempenho das tarefas com a
mão ipsilateral à lesão foi comprometido nos dois grupos experimentais (GE -
compostos por pacientes com AVE e tumores), independentemente do lado da lesão,
exceto para a tarefa de força manual e para movimentos rápidos dos dedos. Os autores
salientaram ainda nos resultados, que os pacientes com LE tenderam a apresentar pior
desempenho de maneira geral na maioria das tarefas, mas sem nenhuma prevalência
nas tarefas complexas. Assim, os autores contestam a hipótese de KIMURA (1977)
acerca do maior prejuízo no desempenho em tarefas complexas por parte dos pacientes
com LE. A tarefa de inserção, por exemplo, envolvia mais de 4 diferentes movimentos
(alcance, preensão, manipulação e inserção) e não houve maior dificuldade dos
pacientes com LE em relação às outras tarefas.
A premissa que embasa o estudo de diferentes complexidades da tarefa
reside no fato de que tarefas com maior complexidade necessitam de maior colaboração
inter-hemisférica e, possivelmente, podem estar mais comprometidas em pacientes com
LE, já que este hemisfério controla os movimentos de ambos os hemicorpos
(HAALAND, HARRIGTON & YEO, 1987).
Considerando esta possível diferenciação, HAALAND et al (1987) avaliaram
19 pacientes pós-AVE (10 com LE e 9 com LD) e 20 sujeitos do GC em uma tarefa de
movimento rápido de dedo (Fitts Tapping Aparatus), com modificação da complexidade
em relação ao tamanho do alvo (largo e estreito). Foram realizados 5 Bs de tentativas,
com duração de 15 segundos cada, para cada tamanho de alvo, sendo alternadas
aleatoriamente as tentativas nos alvos estreito e largo. Como resultado, foi verificado
que pacientes com LE apresentaram prejuízos no desempenho da tarefa proposta,
enquanto que os sujeitos com LD assemelharam-se aos controles. Assim, concluiu-se
23
que os déficits ipsilaterais são mais comuns em pacientes com LE. Além disso, de forma
inesperada para os autores, os pacientes com LE apresentaram maior dificuldade na
tarefa menos complexa, qual seja a de alvo mais largo, que envolve menos feedback
visual e menor necessidade de ajustes corretivos.
Na discussão, os autores classificaram a tarefa como balística e justificaram
tais achados em função do mecanismo de controle em circuito aberto (KAWATO, 1999;
MAGILL, 2000). Este mecanismo de controle aberto ocorre sem a necessidade de ajuste
de feedback proprioceptivo e com maior interferência dos programas motores
selecionados. Assim, esses achados podem ser compreendidos na medida em que o
hemisfério esquerdo é responsável pela seleção do programa motor e, em tarefas com
controle em circuito aberto, justificam-se os maiores déficits encontrados nos pacientes
com LE. A justificativa para a maior dificuldade na tarefa de menor complexidade deve-
se ao fato desta enfatizar o controle em circuito aberto, enquanto que a tarefa com alvo
mais estreito exigiu um controle em circuito fechado, portanto, necessitando de ajustes
online provenientes do feedback.
Os resultados divergentes em relação às funções hemisféricas podem ser
explicados em função da demanda da tarefa que se diferencia fortemente nos estudos.
Assim, torna-se evidente que a característica da tarefa e seu mecanismo de controle
(circuito aberto ou fechado) são fundamentais para a compreensão do desempenho de
pacientes com lesões encefálicas.
HARRIGTON e HAALAND (1991), com o objetivo de investigar o papel dos
hemisférios relacionados aos déficits cognitivos em uma tarefa de sequenciamento
motor, avaliaram 16 pacientes com LE e 18 pacientes com LD, comparados a 37
sujeitos do GC. A tarefa envolvia a realização de sequência de movimentos com a mão
não acometida para o GE e com a mão dominante para o GC, por meio de um aparato
interligado a um computador. As sequências propostas variaram de acordo com a
complexidade e quantidade de dedos envolvidos e foram constantes e variada aleatória
para todos os grupos. Constatou-se que não houve dificuldade na programação das
sequências de forma antecipada ao movimento para o GE. Foi encontrado déficit no
24
grupo com LD, havendo maior tempo total de movimento na realização das sequências
variadas e constantes, comparado ao GC.
Estes dados sugeriram aos autores que lesões no hemisfério direito resultam
em sutil alteração no timing, mas sem ocasionar erros em movimentos complexos,
provavelmente em função de maior demanda espacial na realização desta tarefa. Em
contrapartida, os pacientes com lesão no hemisfério esquerdo apresentaram maior
lentidão na execução dos movimentos e maior dificuldade na seleção dos programas
motores, traduzidos por maiores tempos de reação. Além disso, os pacientes com LE
cometeram mais erros nas sequências mais complexas (variadas e com mais dedos
envolvidos) e apresentaram mais dificuldade em produzir movimentos únicos. Os
autores concluíram, então, que o hemisfério esquerdo desempenha importante papel na
seleção dos programas motores em tarefas relacionadas ao sequenciamento.
É possível, também, analisar tais achados sob o ponto de vista do modelo de
especialização hemisférica proposto por SAINBURG (2002). Partindo deste ponto, o
hemisfério esquerdo (dominante) é especializado no controle dinâmico e, por isso,
possui facilidade de administrar o controle via circuito aberto. Já o hemisfério direito (não
dominante) é especializado no controle dos ajustes de posição final e controle postural,
sendo mais apto a administrar o controle via circuito fechado (SAINBURG &
KALAKANIS, 2000; SCHAEFER et al, 2009). Assim, quando se analisam os achados do
estudo descrito acima, é possível justificar a lentidão na execução dos movimentos e os
prejuízos encontrados nos sujeitos com LE em função do controle por circuito aberto.
Isso porque, atribui-se ao hemisfério esquerdo a função de seleção do programa motor,
enfatizando seu papel no controle de movimentos que ocorrem na ausência de
informações sensoriais para correção. Além disso, o hemisfério esquerdo possui
importante papel especializado no processamento de informação temporal rápida,
variável mensurada no estudo descrito por HARRIGTON e HAALAND (1991).
As anormalidades de sequenciamento descritas em pacientes com lesão no
hemisfério esquerdo têm sido examinadas em tarefas que envolvem movimentos não-
familiares aos sujeitos, representando pouca validade ecológica. Além disso, alguns
25
estudos confirmam os déficits de sequenciamento em pacientes com LE (KIMURA &
ARCHIBALD, 1974; HARRIGTON & HAALAND, 1991), enquanto outros estudos
complementam estes dados, relatando que LE reflete em dificuldade no desempenho de
movimentos isolados de forma sequencial (HARRIGTON & HAALAND, 1991). As
possíveis explicações envolvem o efeito cumulativo da programação de movimentos
isolados na composição total do movimento, além dos fatores de memória necessários
em algumas sequências de movimentos.
Dando continuidade às pesquisas neste paradigma, HARRIGTON e
HAALAND (1992) investigaram a contribuição dos déficits cognitivos (denotados pela
presença de apraxia) no sequenciamento motor de tarefas manuais em pacientes com
lesão no hemisfério esquerdo. Foram avaliados 17 sujeitos controles e 16 pacientes,
sendo 7 apráxicos e 9 não-apráxicos em uma tarefa de sequenciamento de posturas
manuais, conectada a um computador. O delineamento experimental foi o mesmo
descrito no experimento de 1991, com a complexidade variando em relação à sequência
(constante e variada aleatória) e quanto ao número de dedos envolvidos. Como
resultados obtiveram que todos os pacientes com LE (total de 16) apresentaram déficits
na iniciação da sequência, resultando em tempo de reação maior para a execução de
movimentos únicos e no controle individual da sequência. Porém, somente os apráxicos
apresentaram prejuízos na programação de sequências variadas aleatoriamente com
maior número de dedos, tanto antecipadamente quanto durante a realização da tarefa.
Assim, os autores afirmaram que o processamento de controle de diferentes
posições da mão, provavelmente, é mais regulado pelos núcleos da base, enquanto que
o hemisfério esquerdo é mais especializado para o processamento computacional de
altos níveis cognitivos no que concerne à geração de códigos de movimento temporo-
espaciais.
Ainda neste contexto de especializações hemisféricas, HAALAND e
HARRIGTON (1994) delinearam um estudo cujo objetivo foi investigar o papel dos
hemisférios em tarefas de sequenciamento que envolvem controle em circuito aberto e
fechado. Foram avaliados 18 pacientes com LD e 25 com LE, sendo comparados a um
26
grupo controle de 32 sujeitos. A tarefa foi a mesma apresentada no estudo de 1987,
caracterizada como em uma tarefa de movimento rápido de dedo (Fitts Tapping
Aparatus), com modificação da complexidade em relação ao tamanho do alvo em
diferentes escalas de dificuldade (variando de largo a estreito em vários tamanhos).
Foram realizadas 5 séries de 20 segundos cada, de forma aleatória em relação aos Bs
para o tamanho do alvo. Foi avaliado o índice de dificuldade da tarefa em relação à
complexidade e analisado em relação aos grupos. Notou-se que a velocidade de
execução da tarefa não foi menor nos alvos menores para os sujeitos com LE. Em
contrapartida, a velocidade diminuiu conforme o tamanho do alvo aumentou, quando
comparado ao GC. Enquanto que a acurácia dos sujeitos com LE assemelhou-se ao
GC, os pacientes com apraxia apresentaram mais erros nos alvos de menor tamanho.
As explicações para estes achados são as mesmas descritas no estudo anterior e,
portanto, giram em torno do papel do hemisfério esquerdo no programa motor,
enfatizando seu papel de controle na ausência de ajustes relacionados ao feedback
sensorial (controle em circuito aberto), bem como seu papel especializado no
processamento de informação temporal rápida.
Uma consideração que pode ser feita aos estudos descritos acima é o fato de
somente terem sido selecionados sujeitos destros, pois desta forma não é possível
equacionar a questão da dominância manual interagindo com o lado da lesão e
interferindo na realização da tarefa. Se somente foram incluídos sujeitos destros e todos
realizaram a tarefa com a mão ipsilateral à lesão, então os sujeitos com LE fizeram a
tarefa com a mão esquerda (não dominante), enquanto que os sujeitos com LD
realizaram a tarefa com a mão direita (dominante).
Em contrapartida, compreende-se a composição da amostra somente com
sujeitos destros, pois fica praticamente impossível equacionar o número de destros e
canhotos em função do lado da lesão e da dominância hemisférica. Esta limitação na
inclusão de canhotos nos estudos advém de dados consistentes na literatura que
afirmam que 98% dos sujeitos destros têm a linguagem lateralizada à esquerda,
enquanto que apenas 70% dos canhotos apresentam a linguagem no hemisfério
27
esquerdo. Além disso, há uma grande incidência nos canhotos de especialização
hemisférica para a linguagem bilateral ou à direita. De forma adicional, para gerar ainda
mais incerteza acerca da especialização hemisférica nos canhotos, estes ainda podem
ter funções práxicas lateralizadas à direita e a linguagem especializada no hemisfério
esquerdo (COREY et al, 2001). Segundo HATTA (2007), é possível afirmar que os
canhotos ou apresentam especialização hemisférica muito fraca, ou realmente, não
apresentam esta especialização, o que é absolutamente diferente nos sujeitos destros.
Diante de tal discrepância, não se pode garantir que, com a inclusão de
canhotos na amostra, seja assegurada a dominância hemisférica à direita. Além disso, o
fato de ao longo da vida, os canhotos terem de se adaptar às situações propícias e
exclusivas dos destros (tais como o uso de tesoura, por exemplo) faz com que haja
certa relativização das funções especializadas nos sinistros, tornando-os mais hábeis
em comunicar os hemisférios entre si (WITELSON & GOLDSMITH, 1991; KANDEL et al,
2003).
Os estudos de HAALAND et al (2004); HARRIGTON e HAALAND (1991)
relatam que a dominância do hemisfério esquerdo é mais comumente citada em relação
a tarefas sequenciais, especialmente após lesão nos lobos frontal e parietal esquerdo,
motivo pelo qual é necessário incluir pacientes com lesão em território de ACA e ACM
para estes estudos. Além disso, sequências que são mais complexas e envolvem
planejamento mais evidente encontram-se mais vulneráveis em pacientes com lesão no
hemisfério esquerdo, especialmente em função da ativação do córtex sensório-motor.
Isto ocorre devido aos componentes cognitivo-motores da tarefa e o papel das áreas
associativas dentro do hemisfério esquerdo que controla este processo (HAALAND &
HARRIGTON, 1996; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004; HAALAND, 2006).
Tais informações levantam a hipótese de que pacientes com LE podem ter maior
comprometimento funcional devido à dificuldade de realização de tarefas complexas de
forma sequenciada, o que caracteriza a maioria das atividades diárias (HAALAND,
2006).
Nesse sentido, é possível afirmar que a chave para a compreensão das
28
diferenças nas performances de pacientes com LD e LE encontra-se na demanda da
tarefa, pois as tarefas com maior demanda cognitiva tendem a estar mais
comprometidas em pacientes com LE, fato que necessita de melhor investigação
(RUMIATI, 2005).
HAALAND et al (2004) realizaram um estudo objetivando investigar o nível de
ativação do córtex sensório-motor em função da demanda cognitiva em uma tarefa de
sequenciamento. Foi selecionada uma tarefa de acionamento de teclas de computador
em diferentes sequências, variando em relação à complexidade, sendo a menos
complexa envolvendo 3 toques e a mais complexa 5 toques. Foram realizadas 40
tentativas dispostas aleatoriamente em relação à complexidade. Como resultado foi
encontrada a dominância do hemisfério esquerdo para a tarefa que envolvia grande
controle sequencial, devido à maior demanda de planejamento, principalmente em
tarefas mais complexas, pois se evidenciou maior tempo de reação. Os resultados dos
exames de Ressonância Magnética Funcional (RMF) refletiram maior ativação nas
áreas parietal e dorsal pré-motora, tanto no hemisfério esquerdo quanto no direito.
Porém, quando a complexidade foi maior, estas áreas no hemisfério esquerdo foram
mais ativadas, pois envolviam a seleção do efetor e a organização abstrata da
sequência, independentemente da mão efetora.
Os resultados deste estudo falharam em testar a hipótese de especialização
hemisférica via mecanismo de controle neural, pois os pacientes com LD conseguiram
fazer os ajustes online necessários para a tarefa de forma similar ao GC. Este fato não
era esperado, já que uma das hipóteses do estudo era de que o hemisfério direito, por
estar lesionado, levaria a alteração no controle e na correção online necessários durante
a execução da ação.
Ainda quanto às comparações das lesões à direita e esquerda, SABATÉ et al
(2004) investigaram a lateralização da programação motora durante tarefas de prática
imaginativa, também denominada de prática mental. Foram avaliados 29 sujeitos, sendo
10 pertencentes ao GC com idade entre 25 e 45 anos, 9 eram sujeitos pós-AVE com
idade entre 44 e 66 anos e 10 sujeitos controles com idade pareada aos pacientes (45 a
29
73 anos). A tarefa envolvia movimentos dos dedos da mão em uma sequência pré-
determinada, variando quanto à complexidade, sendo que antes de cada execução o
sujeito realizava uma tentativa com a prática mental. Notou-se que ao longo das
tentativas, tanto o GC quanto o GE melhoraram sua performance, tanto para o
movimento real quanto para o imaginado. Tanto para a tarefa real quanto para a
imaginativa, os sujeitos com LE apresentaram lentidão na velocidade da execução dos
movimentos reais com as duas mãos, enquanto que os sujeitos com LD apresentaram
os maiores déficits somente na mão contralateral (esquerda). Sugeriu-se, então, que a
dominância do hemisfério esquerdo ocorre para o planejamento, conforme outros
estudos já haviam relatado.
Em síntese, há uma considerável quantidade de estudos que investiga os
efeitos do lado da lesão encefálica no desempenho motor. A maioria deles aponta para
o fato de que os sujeitos com LE tendem a apresentar prejuízos no desempenho de
tarefas motoras, com aumento no tempo de execução dos movimentos, especialmente
nas tarefas de circuito aberto. Estes estudos apresentaram foco de análise ao nível do
controle motor e, por isso, as comparações entre grupos foram feitas em razão do
desempenho. Assim, uma vez que tais diferenças em relação ao lado da lesão foram
encontradas, pergunta- se qual o impacto da LD e da LE na aprendizagem motora?
Nesse sentido, faz-se necessário compreender o processo de aquisição de habilidades
motoras em função do lado da lesão, já que este é um princípio importante na
recuperação funcional dos pacientes pós-AVE.
Após um evento vascular podem haver mudanças no sistema a ponto de
modificar suas características e competências. Em função desta possibilidade de
modificação, optou-se por uma definição operacional que se refere à aprendizagem de
uma habilidade motora, sem fazer menção ao termo reaprendizagem. Isso porque,
apesar de haver grande contribuição das experiências pregressas na formação de um
repertório motor anterior ao evento vascular, não se sabe se os mesmos circuitos
formados previamente estarão aptos a ser utilizados e disponibilizados na contribuição
da aprendizagem de habilidades motoras após uma lesão.
30
2.4 Aprendizagem Motora
A aprendizagem motora refere-se às mudanças internas relativamente
permanentes na capacidade de realizar habilidades motoras, sendo que tais mudanças
ocorrem no sentido de garantir eficácia e são fruto da experiência e da prática
(SCHMIDT & LEE, 1999; MAGILL, 2000; SCHMIDT & WRISBERG, 2001; SHUMWAY-
COOK & WOOLLACOTT, 2003; TANI, FREUDENHEIM, MEIRA-JÚNIOR & CORRÊA,
2004).
FITTS e POSNER (1967) propõem três estágios para o processo de
aprendizagem motora. O primeiro, denominado de cognitivo, caracteriza-se por grande
quantidade de erros no desempenho, de forma associada à natureza grosseira dos
erros cometidos. Desta forma, o desempenho apresenta-se inconsistente e os sujeitos
não são capazes de corrigir seus erros. De acordo com o modelo, neste estágio, o
iniciante procura fundamentalmente compreender a tarefa. Assim, ele dá atenção a
dicas, eventos e respostas que, posteriormente, não serão necessários para
desempenhar a tarefa. No segundo estágio, denominado de associativo, o aprendiz
começa a desenvolver a capacidade de detecção e correção de erros. Nesse estágio, os
erros grosseiros do início da aprendizagem, como sequências de ações erradas e
respostas a estímulos errados, são gradualmente eliminados. Concomitantemente, há
padronização espaço-temporal das ações motoras e, em consequência, melhora do
desempenho. O estágio final ou autônomo caracteriza-se pela menor necessidade de
processamento de informações para a realização das habilidades, de forma que o
indivíduo passa a poder se engajar simultaneamente em uma segunda tarefa mesmo
que esta envolva demanda cognitiva. Nesse estágio, o desempenho é consistente e o
mecanismo de detecção e correção de erros está bem desenvolvido para a habilidade.
Deste modo, a aprendizagem motora inicia-se com a compreensão da tarefa (fase
cognitiva) e termina com a estabilização do comportamento (fase autônoma).
Por sua vez, ADAMS (1971) propôs que a aprendizagem motora ocorre em
dois estágios: verbal-motor e motor. O estágio verbal-motor consiste, essencialmente,
31
no fato de o aprendiz reproduzir verbal e/ou mentalmente as características compostas
na habilidade executada de forma a favorecer sua realização, sendo que no estágio
motor não há mais a necessidade desta reprodução verbal ou mental.
Neste contexto, à medida que o aprendiz passa por tais estágios ou fases do
processo de aprendizagem, espera-se que haja melhora do desempenho. Desta forma,
a aprendizagem pode ser inferida por meio do desempenho, sendo que sua melhora
pode ser observada pela melhora da consistência e da fluência no movimento,
diminuição do erro de execução, bem como diminuição no tempo total de movimento
para a realização da tarefa (MAGILL, 2000).
A proposição de ADAMS (1971), faz parte de uma teoria mais ampla de
aprendizagem motora denominada de Teoria do Circuito Fechado. A teoria de Circuito
Fechado (ADAMS, 1971) e, posteriormente, a teoria de Esquema (SCHMIDT, 1975)
foram propostas com o intuito de explicar o processo de aprendizagem motora.
Para ADAMS (1971), a aprendizagem ocorre mediante a formação de duas
estruturas chamadas de traço de memória e traço perceptivo. Ao praticar a habilidade, o
indivíduo recebe o feedback sensorial proveniente de seus movimentos e armazena
essa informação, formando uma referência para avaliar a correção de seus movimentos:
o traço perceptivo. A comparação entre o movimento desejado, contido no traço
perceptivo e o movimento realizado, captado pelos órgãos sensoriais, gera uma
discrepância (feedback negativo), que é progressivamente eliminada. Por sua vez, o
traço de memória está representado pelas condições do início do movimento, e ocorre
sob controle do circuito fechado de feedback. Desta forma, seriam explicadas as
mudanças observáveis no desempenho a partir das quais se pode inferir a ocorrência de
aprendizagem que implicaria em mudanças relativamente permanentes.
Metodologicamente, esta teoria resultou na utilização de testes de retenção (RET) após
a fase de aquisição (AQ) para testar a ocorrência de aprendizagem (ADAMS, 1987).
Mas esta teoria mostrou-se limitada para explicar a produção de movimentos
novos (problema da novidade) e, a partir do armazenamento de uma estrutura para
cada ação, incorreu no problema da provável superlotação da memória.
32
Já a Teoria de Esquema foi elaborada por SCHMIDT (1975) para explicar a
aprendizagem de movimentos discretos e dar conta das limitações da teoria de circuito
fechado. Assim como ADAMS (1971), SCHMIDT (1975) concebe a existência de dois
estados de memória (ou esquemas), descritos como: o esquema de lembrança e o
esquema de reconhecimento. A terminologia esquema refere-se a uma representação
abstrata, armazenada na memória. O esquema de reconhecimento armazena relações
entre informações sensoriais, condições iniciais e o resultado no ambiente, sendo
responsável pela avaliação do movimento. Já o esquema de lembrança armazena
relações entre parâmetros (como força, amplitude de movimento e velocidade),
resultados esperados no ambiente (distância a se arremessar um objeto, por exemplo) e
condições iniciais, além de ser responsável pelo fornecimento dos parâmetros ao
Programa Motor Generalizado (PMG) (SCHMIDT, 2003).
O PMG consiste na caracterização de um programa motor que não contém
especificações para a realização de cada movimento separadamente, mas uma regra
geral para uma classe de movimentos. Desta forma, o PMG é responsável pela
execução dos movimentos dentro de uma mesma classe de movimentos e, por meio da
aplicação de parâmetros provenientes do esquema de lembrança, é capaz de gerar
inúmeras variações de movimento. Assim, as especificações quanto a tempo, força e
grupos musculares a serem utilizadas na resposta motora podem ser ajustadas
especificamente para cada tarefa a ser executada, sendo que estas especificações e as
consequências sensoriais esperadas são determinadas por regras abstratas
(esquemas), fortalecidos por meio da prática (SCHMIDT, 2003).
De acordo com esta teoria, a aprendizagem consiste em atualização de
esquemas de reconhecimento e lembrança em cada movimento executado, de forma
que o executante possa produzir e corrigir movimentos nunca antes executados, desde
que pertençam à mesma categoria de movimentos. Neste contexto, a variabilidade e a
quantidade de prática constituem fatores que favorecem a aprendizagem motora,
porque proporcionam o fortalecimento dos esquemas, ou seja, a formação de um
conjunto de regras abstratas mais complexo (SCHMIDT, 1975; FREUDENHEIM, 1992;
33
MAGILL, 2000) e, consequentemente, beneficiam o desempenho em uma tarefa nunca
antes realizada (FREUDENHEIM, 1994).
A partir da proposição da Teoria de Esquema, passou a ser considerado
importante avaliar a capacidade de transferência do que foi adquirido após a prática e os
testes de transferência (TR) começaram a fazer parte do delineamento dos estudos,
após o teste de RET. Este teste permite observar a aprendizagem como um processo
que viabiliza a capacidade de transferir a habilidade adquirida, mesmo após
modificações impostas na tarefa, desde que os movimentos a serem executados
pertençam a uma mesma classe (SCHMIDT, 1975). Ou seja, quando um indivíduo
aprende uma nova habilidade adquire, portanto, um programa motor abstrato e amplo
que pode adaptar-se a uma série de diferentes contextos (MULDER, 1991; SHUMWAY-
COOK & WOOLLACOTT, 2003).
As teorias descritas acima (Circuito Fechado e Esquema) compartilham de
uma visão cognitiva do processo de aquisição de habilidades motoras. Mais
especificamente, que ao longo do processo de aprendizagem de habilidades motoras
um traço de memória torna-se suficientemente refinado (Teoria do Circuito Fechado) ou
que há fortalecimento de regras abstratas (esquemas), capazes de garantir
fornecimento de parâmetros precisos (Teoria de Esquema) para realização de uma
gama de tarefas, mesmo nunca antes praticadas, desde que pertençam à mesma classe
de movimentos. Nesse sentido, ambas apresentam explicação pautada em
representações mentais ao nível do SNC.
Ao admitir a participação de representações mentais subjacentes ao
aprendizado motor, duas questões importantes aparecem: qual a contribuição de cada
região do encéfalo no processo de aprendizado motor e como interpretar os padrões de
ativação cerebral os quais estão associados aos estágios iniciais e avançados da
aprendizagem em termos de circuitos neurais (HALSBAND & LANGE, 2006)?
34
2.4.1 Substratos neurais para a aprendizagem motora
CAREY, BHATT e NAGPAL (2005) afirmam que as mudanças observadas no
desempenho de uma habilidade motora podem refletir um processamento de
informações que induz modificações morfológicas no sistema nervoso e levam à
aquisição de uma habilidade. Embora tais modificações morfológicas ocorram em
diversas áreas cerebrais - que serão mencionadas neste capítulo – atualmente, muita
atenção tem sido dada ao cerebelo (BLACK, ISAACS, ANDERSON & ALCANTARA,
1990).
O cerebelo possui um importante papel nos ajustes de precisão de tarefas
manuais, especialmente quando há necessidade de controle temporal (SPENCER, IVRY
& ZELAZNIK, 2005). É destacado também seu papel no planejamento de movimentos
de precisão, sendo que esta função não é lateralizada, de forma a controlar os dois
membros, sem cruzamento de vias (FISHER, BOYD & WINSTEIN, 2006). Além disso,
há fortes evidências de que após um treinamento motor, para que haja consolidação da
memória e mudanças sinápticas no sistema, é necessária a atuação do córtex
cerebelar, sendo que a aquisição de uma habilidade visuo-motora exige a integridade do
cerebelo associadamente ao núcleo estriado (DOYON, GAUDREAU, LAFORCE,
CASTONGUAY, BÉDARD & BOUCHARD, 1997; KRAKAUER & SHADMEHR, 2006).
Assim, o cerebelo é ativado para que ocorra aprendizagem de novas habilidades e,
nesse sentido, pacientes com lesão cerebelar demonstram prejuízos na aprendizagem
implícita (IVRY, KEELE & DIENER, 1988; GOMEZ-BELDARRAIN, GARCIA-MONCO,
RUBIO & PASCUAL-LEONE, 1998; STOODLEY, HARRISON & STEIN, 2006).
As estruturas cerebelares são responsáveis, também, pelo processamento de
feedback usando informação visual e proprioceptiva e na detecção e correção de erro
relativo ao movimento executado. Por isso, a alta ativação destas áreas nos estágios
iniciais de aprendizado reflete a dependência de processamento de feedback. O
processamento de feedback no cerebelo envolve também a necessidade de
transformação visuo-motora (HALSBAND & LANGE, 2006).
35
KRAKAUER e SHADMEHR (2006) afirmam que após treinamento de
movimentos em experimentos que envolvem tarefas bimanuais, o cerebelo é o local de
armazenamento de modelos internos de longa duração. Neste sentido, o córtex
cerebelar é primordial para armazenamento inicial da memória motora podendo haver,
porém, migração da localização destes mapas internos com o tempo.
Em estudo com ratos, BLACK et al (1990) demonstraram que a
aprendizagem, de forma contrária ao exercício físico, é responsável pela sinaptogênese
no córtex cerebelar. Esta dissociação entre o fenômeno da aprendizagem com o nível
de atividade motora foi possível, pois foram determinados dois grupos de animais para o
experimento: um grupo foi submetido a uma tarefa com alta complexidade visuo-motora
e baixo nível de atividade motora, enquanto que o outro grupo foi submetido à atividade
física extensiva em esteira elétrica e mínima demanda de aprendizagem. Os resultados
apontaram que o primeiro grupo aumentou substancialmente o número de sinapses
cerebelares, enquanto que no grupo de atividade física extensiva houve angiogênese,
mas não ocorreu formação de novas sinapses.
Já em estudos em primatas, PLAUTZ, MILLIKEN e NUDO (2000) propuseram
que a aprendizagem é dependente da plasticidade cerebral durante o processo de
aquisição de uma habilidade motora que é influenciado diretamente pela natureza e
complexidade da tarefa. Tarefas com maiores demandas cognitivas necessitam de
maior processamento e, quando treinadas, induzem a maiores mudanças
neuroplásticas.
Estudos em humanos têm demonstrado, também, que a prática induz
padrões específicos de plasticidade no cerebelo, núcleos da base e no córtex motor,
incluindo sinaptogênese, potenciação sináptica e reorganização das representações de
movimentos (KARNI, MEYER, REY-HIPOLITO, JEZZARD, ADAMS, TURNER &
UNGERLEIDER, 1998; MEISTER, KRINGS, FOLTYS, BOROOJERDI, MÜLLER,
TÖPPER &THRON, 2005). A aprendizagem de uma habilidade motora, portanto, induz
a reorganização dos circuitos neurais no córtex motor que garantem a produção e o
refinamento de sequências de movimentos (ADKINS, BOYCHUK, REMPLE & KLEIM,
36
2006).
Especificamente, KARNI et al (1998) propõem que a quantidade de prática
influencia diretamente nas transformações plásticas ocorridas no sistema nervoso, bem
como nas representações neurais cerebrais. A prática pode determinar mudanças nos
processos neurais que perduram após seu término. Porém, mesmo uma pequena
quantidade de prática pode induzir mudanças na atividade cerebral que são
fundamentais para flagrarem os efeitos da consolidação da memória em longo prazo. A
aprendizagem de uma habilidade motora ocorre em duas fases distintas denominadas
pelos autores de “aprendizagem rápida” (imediata) e “aprendizagem lenta” (em longo
prazo). A aprendizagem imediata envolve processos de seleção e estabelecimento de
rotinas ótimas para o planejamento da habilidade. Em contrapartida, a aprendizagem em
longo prazo pode refletir, de fato, as modificações estruturais dos módulos motores
básicos.
A ativação de áreas pré-frontais é comumente relatada durante os estágios
iniciais da aprendizagem motora explícita a fim de garantir a capacidade de decisão e
seleção de movimentos e processamento atencional. O papel do córtex pré-frontal na
memória de trabalho explícita tem sido demonstrado sugerindo que o córtex pré-frontal é
uma área de armazenamento temporário de associações sensório-motoras para uso em
curto prazo (HALSBAND & LANGE, 2006).
A área motora pré-suplementar tem sido mostrada como envolvida no estágio
inicial da aprendizagem motora, mas não nos estágios tardios. Mais especificamente,
nesta área há uma região denominada de área pré-motora suplementar que é essencial
para os estágios iniciais da aprendizagem de habilidades complexas, sendo responsável
pelas associações visuo-motoras e pelo processo de atenção e memória de trabalho
(LEE & QUESSY, 2003; MEISTER et al, 2005; HALSBAND & LANGE, 2006).
Outra importante área que tem sido elucidada como fundamental para a
aprendizagem de uma habilidade motora (voluntária, bimanual ou sequencial) é a área
motora suplementar (MS). A função desta área é realizar uma atualização dos planos
motores e codificar, ordenadamente, as sequências de movimentos necessários (LEE &
37
QUESSY, 2003; MEISTER et al, 2005). É sabido que a ativação desta área aumenta
com a prática, tanto na aprendizagem explícita quanto implícita. É útil notar que a
ativação da área MS existe no hemisfério esquerdo não apenas quando se usa a mão
direita, mas também em tarefas treinando a mão esquerda ou com ambas as mãos
(GRAFTON, HAZELTINE & IVRY, 2002; HALSBAND & LANGE, 2006).
Ainda em relação aos substratos neurais relacionados à aprendizagem, outra
área que merece destaque é o córtex pré-motor lateral. Durante os estágios iniciais da
aprendizagem de uma habilidade motora, tem sido observada sua atividade
bilateralmente, provavelmente pela necessidade de processamento de feedback nos
estágios iniciais. Há indícios, também, de que a ativação desta área ocorra de forma
mais acentuada no lado direito porque reflete necessidade de processamento espacial,
o qual pode ser importante durante o aprendizado motor inicial. Desta forma, esta área
deve refletir a representação interna do mapeamento entre dicas espaciais e comandos
motores (HALSBAND & LANGE, 2006).
Já em relação ao córtex parietal, há evidências de que há um aumento na
ativação parietal no hemisfério direito nos estágios iniciais do aprendizado motor,
enquanto atividade mais intensa nos estágios avançados foi encontrada,
predominantemente, nas áreas parietais posteriores do hemisfério direito. Considerando
que o hemisfério direito do córtex parietal está predominantemente envolvido durante a
fase inicial da aprendizagem, o sítio esquerdo ou ambos os sítios são ativados na fase
tardia do aprendizado motor (HALSBAND & LANGE, 2006).
Por fim, em relação ao córtex motor primário, o aumento da ativação desta
área contralateralmente durante o treino de uma habilidade motora tem sido reportado.
Esta ativação pode ser associada ao aprendizado motor explícito, principalmente
quando a tarefa envolve modificações nos parâmetros da velocidade (HAZELTINE,
GRAFTON & IVRY, 1997; KARNI et al, 1998; HALSBAND & LANGE, 2006).
Em síntese, dado o papel central dos substratos neurais para a aprendizagem
de habilidades motoras e, sabendo-se que alguns destes substratos estão deficitários
em sujeitos com lesão encefálica, surge a importância de desenvolverem-se estudos de
38
aprendizagem motora especificamente com esta população. Concomitantemente,
considera-se também como importante justificativa para o estudo, o fato de que a
aprendizagem motora é a base dos programas de reabilitação destes pacientes
2.4.2 Estudos sobre aprendizagem motora de pacientes pós-lesão encefálica
A aprendizagem motora é a base da elaboração e implementação dos
programas de reabilitação dos pacientes acometidos por lesão encefálica. Porém, os
conhecimentos teórico-científicos a respeito são escassos, pois poucos estudos foram
desenvolvidos envolvendo o processo de aprendizagem de sujeitos com lesões
neurológicas (HANLON, 1996; CAURAUGH & KIM, 2003; PLATZ, DENZLER, KADEN &
MAURITZ, 1994).
HANLON (1996) e CAURAUGH e KIM (2003) investigaram o efeito das
diferentes estruturas de prática em tarefas funcionais classificadas como sendo de
predomínio motor (SCHMIDT & WRINSBERG, 2001). Ambos os estudos foram
desenvolvidos em pacientes com AVE, usando o membro superior hemiparético, ou
seja, o membro acometido. Em HANLON (1996), foram avaliados 24 sujeitos
hemiparéticos por AVE único e unilateral, divididos em três grupos: prática aleatória,
prática em blocos (Bs) e controle (sem prática). Nos dois testes de RET, 2o e 7o dias
após a prática, o grupo de prática aleatória apresentou melhor desempenho. O autor
concluiu que, em tarefas motoras funcionais, a estrutura de prática influencia no efeito
do tratamento de pacientes hemiparéticos por AVE.
Por sua vez, no estudo de CAURAUGH e KIM (2003) trinta e quatro sujeitos
hemiparéticos foram aleatorizados nos três grupos, a fim de praticar movimentos de
flexo-extensão de punho, extensão de cotovelo e abdução do ombro com o membro
superior acometido. Mas, diferentemente de HANLON (1996), foi detectada diferença na
fase de RET somente entre os grupos de prática variada (aleatória e em Bs) e o GC.
Salienta-se que foram realizados somente testes de RET neste delineamento.
39
Esses dois estudos foram realizados com o membro acometido, executando
tarefas com predomínio na demanda motora (SCHMIDT & WRISBERG, 2001). Nesse
sentido, independentemente da divergência dos resultados, eles não permitem inferir se
os efeitos foram consequência do processo de aprendizagem e/ou de aspectos
relacionados às limitações de controle efetor do membro acometido, já descritas na
literatura (MICHAELSEN, MAGDALON & LEVIN, 2009).
Para dissociar a capacidade de aprendizado dos déficits de controle motor do
membro contralateral, WINSTEIN et al (1999) desenvolveram um estudo com 40
sujeitos pós-AVE, de circulação unilateral anterior, utilizando o membro sadio e 40
sujeitos controles saudáveis. Todos os participantes praticaram uma tarefa discreta de
coordenação que envolvia preensão e alcance de alvo, sob uma entre duas condições
de feedback (mais e menos intenso). Independentemente do feedback, AVEs e
controles demonstraram aumento de acuidade e consistência com a prática durante a
fase de AQ e relativa permanência destes ganhos na RET. Assim, utilizando o membro
sadio, os autores concluíram que AVE unilateral em áreas sensório-motoras afeta o
controle e a execução de tarefas motoras, mas não o seu aprendizado. Porém, salienta-
se que não foram realizados testes de TR.
Por sua vez, na continuidade do estudo do processo de aprendizagem e de
possíveis fatores que o influenciam, BOYD e WINSTEIN (2001) desenvolveram um
estudo cujo objetivo foi comparar os efeitos da aprendizagem motora implícita, de uma
sequência de movimentos manuais e os efeitos da prática prolongada e do
conhecimento explícito antecipadamente à prática em um grupo de pacientes pós-AVE.
Foram avaliados 12 sujeitos pós-AVE crônicos em território de ACM, em uma tarefa de
tempo de reação seriado, com estímulo luminoso colorido. Foram realizados 24 Bs, de
forma aleatória, de 6 tentativas compostas por 9 estímulos coloridos. Os sujeitos foram
distribuídos em 3 grupos, sem conhecimento explícito da sequência, prática prolongada
e com conhecimento explícito antes da realização da sequência. O grupo de prática
prolongada fez a prática de 24 Bs repetidos em 3 dias subsequentes. Foi observado que
tanto o grupo que não tinha conhecimento explícito sobre a sequência, quanto o de
40
prática prolongada apresentaram desempenho prejudicado quanto ao tempo de reação.
Em contrapartida, o grupo que recebeu conhecimento explícito antecipado apresentou
melhor tempo de reação. Ficou evidente neste estudo que a aprendizagem somente
ocorreu para os sujeitos pós-AVE devido ao conhecimento prévio da sequência a ser
praticada. Assim, colocou-se um questionamento sobre a capacidade de aprendizagem
desta população na ausência de informação prévia sobre a tarefa.
Da mesma forma que no estudo anterior, como método de investigar a
aprendizagem, não foram realizados testes de TR da habilidade adquirida, sendo os
resultados obtidos fruto somente dos testes de RET.
Em síntese, ficou evidente que a inabilidade dos pacientes em demonstrar
aprendizagem implícita, quando não conhecem a sequência previamente, mostra
importante comprometimento na aprendizagem motora, até então, não reportado na
literatura. Concluiu-se que o conhecimento explícito antecipadamente à execução da
tarefa seriada é uma boa opção para favorecer o processo de aprendizagem de uma
habilidade motora (tendo em vista os estágios da aprendizagem propostos por FITTS e
POSNER), porém ressaltou-se que a complexidade e a natureza da tarefa são
importantes fatores a serem considerados.
Mais recentemente, BOYD, QUANEY, POHL e WINSTEIN (2007)
desenvolveram um estudo cujo objetivo foi investigar a relação entre o grau de
acometimento do AVE na aprendizagem motora de tarefas de natureza distintas. Este
estudo apresentou a hipótese de que a demanda da tarefa pode influenciar na
capacidade de aprendizagem de sujeitos pós-AVE. Foram avaliados 28 pacientes
crônicos pós-AVE, categorizados pela severidade de acordo com a Escala de
Prognóstico de Orpington como leves (16 pacientes) e moderados (12 pacientes). Os
pacientes foram pareados com 17 voluntários saudáveis na análise dos dados
referentes às duas tarefas investigadas, quais sejam: tarefa de tempo de reação seriado
e tarefa de tempo de movimento, esta última, comparativamente, caracterizada como
tendo maior demanda atencional. Concluiu-se que os sujeitos com AVE moderado
apresentaram desempenho similar nas duas tarefas, sugerindo que como estes
41
pacientes apresentam mais déficits atencionais, associados aos problemas motores,
não houve impacto da complexidade da tarefa. Ao contrário, os pacientes com AVE leve
apresentaram melhor aprendizagem nas duas tarefas, que, provavelmente, foi
estimulada pela maior demanda atencional e capacidade de atender a tais demandas.
Desta forma, os autores concluíram que a capacidade de aprendizagem implícita de tais
pacientes não se encontra totalmente comprometida, mas que a gravidade do AVE
exerce importante influência, especialmente, em tarefas sequenciais. Neste estudo, nas
comparações feitas entre os pacientes com LD e esquerda, não foram encontradas
diferenças, sugerindo-se novos estudos quanto a este aspecto.
Diante dos estudos apresentados e analisando-os em conjunto, pode-se
observar que são poucos os estudos que investigam a aprendizagem motora após lesão
encefálica, principalmente quando se consideram os dados epidemiológicos do AVE
quanto à incapacidade crônica gerada após este evento (WRITING GROUP MEMBERS
AHA, 2008). Quando se compara a quantidade de estudos que investiga o controle
motor desta população com a quantidade de estudos que investiga o fenômeno de
aprendizagem, esta escassez fica mais evidente ainda.
Um aspecto relevante comum aos poucos estudos existentes é o fato de que
o fenômeno da aprendizagem é verificado somente por meio de testes de RET, não
sendo, portanto, testado via capacidade de transferência do que fora adquirido. Além
disso, o lado da lesão foi apontado como variável relevante no desempenho de
habilidades motoras após um AVE (HARRIGTON & HAALAND, 1991; HAALAND &
HARRIGTON, 1996; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004). Porém, seus efeitos
no processo de aprendizagem não foram investigados considerando a natureza de
tarefas com predomínio na demanda cognitiva, implicando em planejamento da ação.
42
3 OBJETIVO
Investigar e comparar a aprendizagem de uma habilidade motora de alta
demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE em função do lado da lesão.
3.1 Objetivos específicos
1. Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de
planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis;
2. Comparar a aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de
planejamento em sujeitos pós-AVE (com LD e LE) e sujeitos saudáveis;
3.2 Predições
Em função da análise da literatura, as predições estabelecidas foram:
1. Os sujeitos pós-AVE (Grupo Experimental - GE) e os sujeitos saudáveis
(Grupo Controle – GC) apresentariam melhora no desempenho da habilidade motora
proposta ao longo da fase de aquisição (AQ);
2. a. O GE apresentaria déficit na aprendizagem observado tanto por meio dos
testes de RET, quanto do teste de TR;
b. Esse déficit ocorreria tanto no grupo LD quanto LE;
3. Em função da alta demanda de planejamento, haverá diferença na
aprendizagem (mensurada por meio do desempenho nos testes de RET e TR) entre o
GC e o GE.
4. Em função da alta demanda de planejamento, haverá diferença na
aprendizagem (mensurada por meio do desempenho nos testes de RET e TR), entre
o GC, LD e LE.
43
4 MÉTODO
4.1 Casuística
A casuística deste estudo foi composta por dois grupos, GC e GE.
O GE foi composto de 22 sujeitos hemiplégicos ou hemiparéticos por AVE em
tratamento na Clínica de Fisioterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), na
Clínica de Fisioterapia da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID) e na Clínica
de Fisioterapia do Centro Universitário Uni-Ítalo, que preencheram os seguintes critérios:
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
- Idade entre 40 e 75 anos;
- Lesão em território de circulação anterior, comprovada por exame de
imagem e laudo médico neurologista;
- Tempo de lesão acima de 6 meses;
- Único evento vascular;
- Destros, mediante aplicação do Inventário de Dominância Lateral de
Edimburgo (OLDFIELD, 1971) em ANEXO I.
- Mini Exame do Estado Mental (MEEM) com pontuação maior ou igual a 23
pontos (ANEXO II).
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
- Afasia de compreensão;
- Instabilidade clínica;
- Outras doenças neurológicas associadas (Doenças de Parkinson,
Demências, Alzheimer).
- Pacientes pós-AVE com comprometimento de lesão classificado como
grave, segundo a Escala de prognóstico de Orpington (detalhada no item procedimentos
do método).
O GC foi composto por 14 sujeitos saudáveis, sem doenças neurológicas, com
44
idade entre 40 e 75 anos, destros (determinados mediante aplicação do Inventário de
Dominância Lateral de Edimburgo).
4.2 Tarefa
A tarefa consistiu em realizar a inserção de uma barra em um orifício, o mais
rapidamente possível. Seus componentes são: preensão, transporte e inserção da barra
em orifício específico. Esta tarefa foi selecionada, por:
a. Possuir alta validade ecológica. Ela é representativa de muitas tarefas manipulativas
desempenhadas no cotidiano, mais especificamente, daquelas que envolvem
apreender, transportar e inserir um objeto, como é o caso, por exemplo, pegar uma
chave, levá-la até a fechadura e inseri-la ou, de pegar o cartão do banco, levá-lo até o
orifício do caixa automático e inseri-lo de maneira correta;
b. Apresentar alta demanda cognitiva, mais especificamente, demanda de planejamento
da ação. Assim, o planejamento é definido operacionalmente, neste estudo, como a
disposição temporal da sequência de operações necessárias para se realizar com
eficiência um ato obrigatório. Ou seja, capacidade de organizar os movimentos que
serão executados, relacionando-os com informações internas e externas, na sequência
apropriada em função de uma meta específica (REQUIN, 1992; JEANNEROD, 1997).
c. Envolver a possibilidade de manipulação da demanda de planejamento por meio da
modificação (pelo experimentador) do orifício e/ou da barra de inserção.
Esta tarefa foi utilizada de forma semelhante em estudo desenvolvido com
crianças (MOREIRA, 2002) e adultos jovens (BASTOS, FREUDENHEIM & SANTOS
2007), com o intuito de avaliar a capacidade de planejamento destes sujeitos e sua
variação conforme a prática.
Quanto à caracterização da tarefa, com base na classificação de SCHMIDT e
WRISBERG (2001), pode-se dizer que se trata de uma tarefa com alta demanda
cognitiva (principalmente no que se refere ao planejamento), seriada, realizada em um
meio ambiente fechado (estável e previsível) e de mecanismo de controle por circuito
45
fechado.
4.3 Instrumento
Foi utilizado um equipamento denominado doravante de Caixa de Inserção
semelhante ao empregado por MOREIRA (2002) e BASTOS et al (2007), construído em
função do problema e da tarefa a ser utilizada, em parceria com a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (Laboratório de Instrumentação Biomédica – LIB) no Programa de
Engenharia Biomédica - PEB.
A Caixa de Inserção, é constituída de vários componentes que se apresentam
descritos abaixo, com as respectivas sinalizações ilustrada na FIGURA 4 e com uma
vista superior do aparato na FIGURA 5:
a) Uma caixa de madeira com dimensões de 13 cm x 15 cm, x 4,5 cm, com
orifício para inserção da barra em sua parte superior e comutadores elétricos dispostos
na tampa e no fundo da caixa, de forma que os mesmos são mecanicamente acionados
nos momentos específicos em que ocorrem os toques da barra na tampa e no fundo da
caixa;
b) Led sinalizador luminoso do início da tentativa;
c) Placa de tempo de reação na posição de início da tarefa, com um
comutador elétrico devidamente posicionado para detectar o momento da retirada da
mão;
d) 1 Barra (diâmetro = 5 cm, massa = 184 g) e formato assimétrico nas
extremidades (correspondente ao formato de cruz, com 2 extremidades maiores – 1,5
cm e 2 menores – 1,0 cm);
e) Suporte para a barra (h = 6,5 cm no ponto de tangência com a barra) com
comutador elétrico capaz de detectar o momento da retirada da barra;
f) Um acelerômetro ADXL-330 com sensibilidade de ±3g em três eixos
ortogonais que foi posicionado na região dorsal do punho, ao lado do processo estilóide
do rádio, do membro utilizado.
46
FIGURA 4 – Ilustração do aparato experimental.
Legenda: a: caixa de madeira; b: led sinalizador; c: placa tempo reação; d: barra; e: suporte para barra; f:
acelerômetro.
FIGURA 5 – Vista superior do aparato experimental.
f
e
d
c
b
a
a
d
47
Os comutadores elétricos e o acelerômetro foram conectados a sistema de
aquisição de sinais USB-6009 da National Instruments, de modo que os dados relativos
a cada tentativa de inserção foram transmitidos diretamente para o notebook a uma
frequência de amostragem de 1 kHz e 13 bits de resolução. Um programa construído no
LabView versão 7.1 foi utilizado para o controle da aquisição. Os dados coletados foram
processados em um programa especialmente desenvolvido em Matlab versão 6.5 que
utiliza as informações dos comutadores elétricos para: - Identificar os ciclos de
movimentos executados; - Filtrar o sinal do acelerômetro com um filtro passa-banda
Butterworth de quarta ordem e freqüência de passagem entre 1 a 10 Hz, obtido
empiricamente de forma que ruídos de alta freqüência e as oscilações da linha de base
oriundas da aceleração gravitacional fossem minimizados; - Calcular parâmetros
temporais do movimento com resolução de 1ms; - Calcular o módulo da resultante
vetorial dos três eixos do acelerômetro; - Gerar um índice de desempenho.
As medidas obtidas a partir deste processamento serão detalhadas no item
em que constam as variáveis dependentes.
4.4 Delineamento
Foram realizadas 50 tentativas na fase de AQ (dez no teste de RET em curto
prazo (RET 1) realizado após 10 minutos, outras dez no teste de RET em longo prazo
(RET 2) realizada após dois dias e dez no teste de TR. O número de tentativas do
delineamento foi determinado a partir de estudo piloto e dos achados de DANCAUSE,
PTITO e LEVIN, 2002, bem como de CIRSTEA, PTITO e LEVIN, 2003. Nas fases de AQ
e RET, a extremidade a ser encaixada ficou do lado direito e na fase de TR foi
modificada a posição da barra para o lado esquerdo, conforme apresentado na FIGURA
6. A AQ foi organizada, portanto, em 10 blocos (B) de 5 tentativas, e os testes de RET e
TR em 2 Bs de 5 tentativas cada. Vale esclarecer que este delineamento foi proveniente
do estudo piloto.
48
FIGURA 6: Representação esquemática referente ao posicionamento dos
orifícios e da barra nas fases de AQ, RET 1, RET 2 e TR. Salienta-se que a diferença da
fase AQ, RET 1 e RET 2 (à esquerda) em relação à fase de TR (à direita) ocorre no
posicionamento da barra.
Com base no posicionamento conferido à barra durante as fases de AQ, RET
e TR, a execução da tarefa (considerando o menor tempo possível e a situação de
maior conforto para o antebraço e mão no momento do inserção), encontra-se ilustrada
a seguir nas FIGURAS 7 e 8.
FIGURA 7: Representação do posicionamento do antebraço e mão em
relação à barra e ao orifício de inserção na AQ, RET1 e RET2.
6 5 4
3 2 1
49
FIGURA 8: Representação do posicionamento do antebraço e mão em
relação à barra e ao orifício de inserção na TR.
Com o teste de TR, deseja-se investigar se os sujeitos irão manter os seus
programas de ação, modificando parâmetros de movimento, considerando-se seleção
de diferentes grupos musculares ou se, ao contrário, os sujeitos optarão por modificar o
programa de ação. Assim, os testes de RET visam detectar permanência dos planos e
parâmetros adquiridos durante a fase de AQ e o de TR visa analisar a capacidade de
ajuste do programa adquirido a uma modificação da tarefa.
4.5 Procedimentos
O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade
Cidade de São Paulo (UNICID), local de atuação profissional da autora do estudo, e
aprovado sob número 13433694/2009 (ANEXO III).
Após a seleção dos sujeitos em função dos critérios de inclusão e exclusão,
foi apresentado o termo de Consentimento Livre e Esclarecido que, devidamente lido e
6 5 4
3 2 1
50
explicado, quando necessário, foi assinado pelos sujeitos ou seus responsáveis legais.
A seguir, o GE foi submetido a uma avaliação específica a fim de avaliar a
amostra quanto à capacidade cognitiva, por meio do MEEM (ANEXO II), visando excluir
sujeitos com demência. A CID-104 e DSM-IV5 indicam que o diagnóstico de demência
baseia-se principalmente na presença de declínio da memória e de outras funções
corticais superiores como linguagem, praxia, capacidade de reconhecer e identificar
objetos, abstração, organização, capacidade de planejamento e sequenciamento.
Assim, a abordagem de indivíduos com maior risco de demência deve incluir sempre a
avaliação das funções cognitivas. O MEEM é um exemplo de instrumento desenvolvido
com esse objetivo e é, seguramente, a escala mais amplamente utilizada em todo o
mundo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1992).
O MEEM é composto por diversas questões tipicamente agrupadas em 7
categorias, cada uma delas planejada com o objetivo de avaliar funções cognitivas
específicas: orientação para tempo (5 pontos), orientação para local (5 pontos), registro
de 3 palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança das 3 palavras (3
pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do
MEEM pode variar de um mínimo de 0 até um total máximo de 30 pontos. A escala é
simples de usar e pode ser facilmente administrada em 5-10 minutos, inclusive por
profissionais não médicos. Tombaugh e McIntyre (1992) observaram que a escala tem
boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste. Eles também demonstraram que
o ponto de corte 23/24 tem boa a excelente sensibilidade e especificidade para o
diagnóstico de demência (FOLSTEIN, FOLSTEIN & MCHUGH, 1975; TOMBAUGH &
MCINTYRE, 1992; BERTOLUCCI, BRUCKI, CAMPACCI & JULIANO, 1994).
Após a realização do MEEM, os sujeitos do GE foram submetidos à avaliação
motora por meio da escala Fugl-Meyer (ANEXO IV). A avaliação de Desempenho Físico
de Fugl-Meyer avalia cinco dimensões do comprometimento, incluindo três aspectos do
controle motor como a amplitude de movimento articular, dor, sensibilidade,
comprometimento motor da extremidade superior e inferior e equilíbrio. Os dados são
pontuados em uma escala ordinal de 3 (0 = nenhuma performance; 2 = performance
51
completa) aplicada para cada item (BRUNNSTRÖM, 1966; FUGL-MEYER, JÄÄSKÖ &
LEYMAN; 1975; DUNCAN, GOLDSTEIN & HORNER, 1994; GLADSTONE, DANELLS &
BLACK, 2002).
A avaliação de Desempenho Fugl-Meyer é extensivamente utilizada devido
sua confiabilidade e validade estabelecida fora do Brasil (DUNCAN, PROPST &
NELSON, 1983). Dentro do Brasil, ressalta-se sua ampla utilização, haja vista a
validação para língua portuguesa. Existem na literatura, várias avaliações para
pacientes hemiplégicos decorrentes de AVE no Brasil que não refletem, porém, um
padrão validado e fidedigno para a recuperação dos mesmos, não sendo possível
quantificar os parâmetros avaliados, uma vez que estes parâmetros são descritos de
forma qualitativa. Por isso, optou-se pela utilização da Fugl-Meyer na população
estudada.
Neste contexto, a Fugl-Meyer foi utilizada para caracterizar a amostra
pertencente ao estudo. Esta caracterização favorecerá melhor validade interna e externa
aos dados obtidos, bem como possível relação entre os achados referentes à
aprendizagem e o nível de comprometimento dos pacientes. Em seguida, ainda com a
finalidade de caracterizar o GE, foram anotados dados referentes ao tempo de lesão
(em meses), idade (em anos), gênero, escolaridade (total de anos estudados) e lado da
lesão encefálica.
Além desta escala de avaliação, foi utilizada a Escala de Prognóstico
Orpington (KALRA, & CROME, 1993; LAI, DUNCAN & KEIGHLEY, 1998). Esta escala
foi inicialmente criada a partir da escala de Edimburgo e é facilmente aplicável com o
intuito de avaliar as incapacidades em decorrência de um evento vascular cerebral.
KALRA e CROME (1993) detectaram que a Escala de Orpington é um indicador de
avaliação das atividades de vida diárias (AVD´s), bem como de prognóstico de alta
hospitalar. Esta escala contempla a avaliação dos déficits motores no membro superior,
propriocepção, equilíbrio e cognição. Sua pontuação varia de 1,6 até 6,8, sendo 1,6 a
melhor pontuação e 6,8 a pior (ANEXO V). Desta forma, pode-se categorizar o evento
vascular encefálico em leve, moderado e grave a partir de tal pontuação: de 1,6 até 3,1
52
considera-se AVE leve; de 3,2 até 5,2 designa-se AVE moderado e pontuação maior ou
igual a 5,3 caracteriza o AVE grave. O intuito da utilização desta escala foi, também,
caracterizar e selecionar a amostra do estudo, utilizando-a como critério de exclusão.
Após esta etapa, todos os sujeitos foram submetidos à tarefa experimental,
considerando o delineamento descrito acima. Os sujeitos foram posicionados sentados
em frente ao equipamento situado em uma mesa. Entre o sujeito e o equipamento foi
colocada uma cortina preta que impediu a visualização do aparato experimental. Este
procedimento de utilização da cortina está baseado no fato de que, para ocorrer o
planejamento de um movimento de alcance no membro superior, é necessário que haja
visualização da posição do alvo (GIELEN, VAN DEN OOSTEN & PULL, 1985;
HENRIQUES, MEDENDORP, KHAN & CRAWFORD, 2002) e visualização da posição
de início da mão (BAGESTEIRO, SARLEGNA & SAINBURG, 2006). Desta forma, a
cortina impediu a visualização da posição final do alvo, tanto considerando a barra,
quanto o orifício para o encaixe e, portanto, o planejamento e prática mental da tarefa
antes que esta tivesse início determinado pelo examinador.
Conforme descrito, a tarefa consistiu da inserção de uma barra no orifício, de
acordo com a instrução do experimentador: “Após ouvir o sinal de alerta que eu vou lhe
dar, esta cortina será aberta e você deverá visualizar a luz verde acender a sua frente.
Somente após o acendimento da luz, você deverá encaixar a barra naquele buraco a
sua frente até que a barra toque o fundo da caixa. Faça o mais rapidamente possível.
Mantenha sua mão no local demarcado e, quando visualizar a luz verde, pode iniciar a
tarefa!”.
Concomitantemente à instrução, o experimentador indicou cada região do
equipamento para que o sujeito pudesse acompanhar e compreender a tarefa. Esta
instrução relativa à demanda temporal da ação foi reforçada a cada bloco (B) de 5
tentativas durante a fase de AQ, a partir das observações feitas no piloto. O intuito foi
reforçar o caráter temporal da meta da ação. O intervalo entre cada tentativa refletiu
apenas no tempo necessário para fechar a cortina e reposicionar a barra no suporte
para a próxima tentativa, variando entre 3 a 5 segundos.
53
O intervalo entre o sinal de alerta dado verbalmente pelo experimentador e a
apresentação do estímulo luminoso foi variado entre 3 a 10 segundos. Este
procedimento foi realizado com o intuito de evitar antecipação dos sujeitos, de forma
que, caso o sujeito antecipasse e iniciasse o movimento do membro superior antes do
acendimento do estímulo luminoso, a tentativa era cancelada e repetida. Deste modo, a
medida de tempo de reação configurou-se como o tempo entre a apresentação do
estímulo luminoso e o início do movimento gerado na mão do sujeito (retirada da mão
do local de posicionamento inicial).
Durante a AQ, RET em curto e longo prazo, a prática da tarefa foi de forma
constante, ou seja, sempre com a mesma extremidade de 1 cm voltada para cima e ao
lado direito do sujeito. Na fase de TR, a barra foi invertida para o lado esquerdo do
sujeito e a prática manteve-se constante em relação ao posicionamento da mesma ao
longo das 10 tentativas que compõem este teste.
A tarefa foi realizada com a mão sadia do GE (tanto para os sujeitos com LD,
quanto para LE) e com a mão não-dominante do GC. A escolha da mão sadia (ipsilateral
à lesão) tem a finalidade de dissociar os efeitos das dificuldades efetoras relacionadas
ao sistema músculo-esquelético das alterações na aprendizagem motora. Ressalta-se
que foram tomadas as precauções necessárias a fim de delinear tal metodologia na
medida em que foram conduzidos estudos pilotos em sujeitos saudáveis com intuito de
investigar possíveis diferenças no desempenho quando se realiza a tarefa com o
membro dominante e não dominante e os resultados não detectaram tais diferenças, no
que se refere ao tempo total da ação.
4.6 Local
A coleta foi realizada, mediante autorização das Instituições, em uma sala
previamente preparada e silenciosa da Clínica de Fisioterapia das Instituições
envolvidas.
54
4.7 Variáveis dependentes
As medidas utilizadas são quantitativas e foram obtidas via comutadores e via
acelerômetro. Referem-se à meta da ação, ou seja, ao planejamento e à execução da
inserção da barra no orifício, o mais rápido possível Assim, as medidas obtidas via
acionamento dos comutadores referem-se ao tempo total da ação (tempo de resposta,
segundo SCHMIDT & LEE, 2005), tempos parciais da ação e número de toques. Já sob
o aspecto acelerométrico, as medidas referem-se ao pico de aceleração do membro
superior (PAcel), instante em que ocorreu o pico de aceleração (IPAcel); posição do
antebraço no momento da preensão da barra e índice de desempenho.
As medidas obtidas via acionamento dos comutadores e seus significados
para interpretação são:
1. Tempo acendimento da luz até inserção no fundo: é o tempo transcorrido
entre o acendimento da luz (sinal luminoso que indica o início da tentativa) e o contato
da barra com o fundo da caixa (final da tentativa). Refere-se ao tempo gasto para a
execução da tarefa, ou seja, é o tempo total da ação ou tempo de resposta e relaciona-
se diretamente com a meta, qual seja, realizar inserção o mais rápido possível. Esta
medida, no presente estudo, será mencionada como luz-fundo e sua unidade será em
segundos (s);
2. Tempo acendimento da luz até preensão da barra: é o tempo entre o
acendimento do estímulo luminoso e a retirada da barra do suporte. Refere-se ao tempo
de execução da primeira parte da tarefa. Esta medida é composta por duas outras
medidas: luz-mão e mão-barra. Esta medida reflete, com maior clareza neste projeto, o
planejamento da ação. No presente estudo, será mencionada como luz-barra e sua
unidade será em (s);
3. Tempo acendimento da luz até retirada da mão: é o tempo entre o
acendimento do estímulo luminoso e a retirada da mão do comutador elétrico que se
encontra no local de posicionamento inicial. Refere-se ao tempo de reação, que
contribui como medida complementar, para compreensão do planejamento. Esta
55
medida, no presente estudo, será mencionada como luz-mão e sua unidade será em (s);
4. Tempo retirada da mão até retirada da barra: é o tempo transcorrido entre
a retirada da mão do sensor de posicionamento inicial e a retirada da barra do suporte.
Refere-se ao tempo de movimento do membro superior na primeira parte da tarefa e
que, contribui como medida complementar, para compreensão do planejamento. Esta
medida, no presente estudo, será mencionada como mão-barra e sua unidade será em
(s);
5. Tempo retirada da barra até contato no fundo da caixa: tempo entre a
retirada da barra do suporte e o contato da barra com o fundo da caixa (final da
tentativa). Refere-se ao tempo de execução da segunda parte da tarefa, ou seja, ao
transporte da barra em direção ao orifício da caixa. Reflete o tempo de transporte da
barra e os ajustes finais que viabilizam o inserção em si. Esta medida, no presente
estudo, será mencionada como barra-fundo e sua unidade será em segundos (s);
6. Número de toques na tampa: quantidade de tentativas sem sucesso da
inserção da barra no orifício. Reflete a quantidade de ajustes necessários nos
parâmetros espaciais para a finalização da tarefa. Esta medida expressa a precisão
para a inserção da barra e pode ser considerada uma medida de erro, já que a meta da
tarefa era realizar a inserção. No presente estudo, será mencionada como número de
toques e sua unidade será em valor absoluto e em percentual de ocorrência dos toques.
Para melhor compreensão das medidas acima, as fases da execução da
tarefa são ilustradas esquematicamente a seguir na FIGURA 9:
56
FIGURA 9: Representação esquemática das medidas quantitativas, obtidas
via comutadores, durante a execução da tarefa.
As medidas obtidas por meio do acelerômetro permitem que algumas
informações relativas às características cinemáticas do movimento sejam obtidas, tais
como: Pico de aceleração do módulo do vetor resultante e o instante que tal evento
ocorre; Posição adotada pelo antebraço no momento que antecedeu a preensão
(pronação ou supinação) e Índice de desempenho. Estas medidas acelerométricas são
detalhadas a seguir:
1. Pico de aceleração do módulo do vetor resultante (Pacel) referente ao
deslocamento da mão até a barra: módulo da resultante vetorial dos três eixos do
acelerômetro (X, Y e Z) durante a retirada da mão do sensor de posicionamento inicial e
a preensão da barra no suporte. Refere-se ao movimento do membro superior na
primeira parte da tarefa e que, contribui como medida relacionada à coordenação do
movimento. Esta medida, no presente estudo, será mencionada como Pacel mão-barra
57
e sua unidade será em m/s²;
2. Instante em que Pacel mão-barra ocorreu: momento em que ocorreu o pico
da aceleração da resultante vetorial durante a retirada da mão do sensor de
posicionamento inicial e a preensão da barra no suporte. Representa o quão
antecipadamente o pico de aceleração ocorreu e, portanto, será considerada como
complementar ao planejamento. Esta medida será mencionada no presente estudo
como IPacel mão-barra e sua unidade será em (s);
3. Pico de aceleração do módulo do vetor resultante (Pacel) referente ao
deslocamento da barra até o fundo da caixa: módulo da resultante vetorial dos três
eixos do acelerômetro (X, Y e Z) durante a retirada da barra no suporte e o inserção da
mesma até o fundo da caixa. Refere-se ao movimento do membro superior segunda
parte da tarefa e que, contribui como medida relacionada à coordenação do movimento.
Esta medida, no presente estudo, será mencionada como Pacel barra-fundo e sua
unidade será em m/s²;
4. Instante em que Pacel barra-fundo ocorreu: momento em que ocorreu o
pico da aceleração da resultante vetorial durante a retirada da barra no suporte e o
inserção da mesma até o fundo da caixa. Representa o quão antecipadamente o pico de
aceleração ocorreu e, e, portanto, será considerada como complementar ao
planejamento. Esta medida será mencionada no presente estudo como IPacel barra-
fundo e sua unidade será em (s);
5. Posição adotada pelo antebraço no momento que antecede a
preensão: esta medida foi calculada com o intuito de determinar a posição do antebraço
do indivíduo no momento que a barra era retirada do suporte. Sendo assim, observou-se
o sinal do eixo Z do acelerômetro, que é alinhado com o eixo ântero-posterior do punho
em posição anatômica. Considerando que o acelerômetro é sensível à aceleração da
gravidade, verificou-se o sinal do eixo Z no momento em que o comutador elétrico do
suporte da barra era acionado. Se o valor encontrado era positivo, o punho estava em
pronação, e quando negativo, supinação. Esta medida reflete a seleção da estratégia
motora do sujeito quando planejou realizar a inserção e será usada como medida
58
complementar ao planejamento. Será mencionada no presente estudo como Posição
antebraço e sua unidade será em valores absolutos da ocorrência de pronação e valor
percentual;
6. Índice de desempenho: refere-se ao somatório do valor absoluto
da diferença entre um sinal acelerométrico de referência (B de melhor desempenho da
AQ) e o sinal de teste (demais Bs da AQ e testes). Esta variável é proporcional à
diferença das características cinemáticas de ambos os sinais (referência e teste) e sua
unidade é arbitrária, ou seja, não há propriamente uma unidade de medida para esta
variável. Por isso, abaixo, encontra-se o detalhamento da obtenção desta variável.
Para que fosse gerado o sinal de referência, um total de cinco ciclos de
movimento (composto por um B com 5 tentativas de inserção da barra) foi representado
por um único vetor. Cada ponto gerado representa a mediana dos 5 valores de
aceleração para um determinado momento no tempo. A designação do valor de
referência foi feita com base na análise dos valores temporais dos Bs da AQ. O B
selecionado para servir de referência para o GC foi o B 6 e o B referência para o GE foi
o B 10. Estes foram, respectivamente, os Bs cujos valores de desempenho produziram
a menor média, ou seja, o melhor desempenho dentre todos os Bs da fase de AQ (dada
a meta da tarefa ser a execução do inserção no menor tempo possível).
O mesmo procedimento foi adotado para o sinal de teste, de forma que foi
possível representar cada série de 5 tentativas com apenas 1 vetor. Em seguida, um
novo vetor, denominado vetor-erro, foi gerado com os valores da diferença entre o vetor
de referência e o de teste. Foi realizado, então, um somatório do valor absoluto de cada
um dos elementos do vetor, gerando-se um único valor como resultado. Por sua vez, o
resultado foi dividido pelo somatório dos valores absolutos dos sinais de referência e o
de teste, a fim de evitar que sinais de maior duração ou maior amplitude média
possuíssem maiores erros.
Esta medida denominada de índice de desempenho reflete a coordenação
dinâmica necessária durante a execução dos movimentos.
Ressalta-se que todos os dados foram sincronizados entre si, de modo a
59
obter algumas características cinemáticas do membro superior. Assim, é possível
relacionar as variáveis dependentes geradas via acionamento dos comutadores com as
variáveis acelerométricas em relação à tarefa.
Esta tarefa contempla uma demanda de planejamento, cuja meta da ação
está relacionada à inserção da barra no orifício associada à instrução: faça o mais
rápido possível. Deste modo, as variáveis dependentes geradas via comutador são, na
sua maioria, de natureza temporal (luz-fundo; luz-barra, luz-mão, mão-barra, barra
fundo), além da variável número de toques. E as variáveis acelerométricas (que, de
forma geral, são cinemáticas) contemplam: PAcel mão-barra, PAcel barra-fundo, IPAcel
mão-barra, IPAcel barra-fundo, Indice de desempenho e posição do antebraço.
4.8 Análise dos dados
Para o tratamento matemático e análise estatística dos dados, utilizaram-se
os programas: Excel 2003, Minitab v.13 e Statistica v.7. Toda a análise foi baseada nas
seguintes fontes: MARTINS & DONAIRE, 1979; VIEIRA, 1980; BERQUÓ, SOUZA, &
GOTLIEB, 1981; HOEL, 1981; MORETTIN & BUSSAB, 1982; NOETHER, 1983;
SOARES, FARIAS & CESAR, 1991; DORIA, 1999; MASSAD, ORTEGA, SILVEIRA &
MENEZES, 2004; SIEGEL & CASTELLAN, 2006.
Inicialmente, foi testada homogeneidade da amostra no que se refere às
comparações feitas entre o GC e o GE, sendo que este último foi dividido em LD e LE,
em relação às variáveis comuns de caracterização da amostra a tais grupos (idade,
escolaridade, gênero e pontuação no MEEM). Esta análise foi feita a fim de verificar a
homogeneidade dos grupos e, assim, evitar viés na análise dos resultados, ou seja,
atribuição do efeito às possíveis diferenças na composição dos grupos. Foi utilizado o
Teste paramétrico ANOVA two-way.
Com o mesmo intuito de testar a homogeneidade entre os grupos
experimentais (LD e LE), foram feitas comparações entre as seguintes variáveis de
60
caracterização da amostra: tempo de lesão, idade, gênero, escolaridade, pontuação no
MEEM, pontuação na Escala de Orpington e pontuação na Fugl-Meyer (subtotais e
pontuação final). Foi utilizado o Teste paramétrico ANOVA two-way.
Por se tratarem de variáveis quantitativas em escala de razão (luz-fundo, luz-
barra, luz-mão, mão-barra, barra-fundo, Pacel mão-barra, IPacel mão-barra, Pacel
barra-fundo, IPacel barra-fundo, Índice de desempenho) para cada medida repetida nas
fases de AQ, RET 1, RET 2 e TR foi testada, a priori, a normalidade de cada variável por
meio do teste Kolmogorov-Smirnov. Logo em seguida, realizou-se o teste de
homogeneidade e homocedasticidade das variáveis, as quais se apresentaram todas
homogêneas. Confirmados os pressupostos acima foram realizados testes
paramétricos. Para as variáveis: número de toques e posição do antebraço realizaram-
se testes não paramétricos por se trataram de dados ordinais, considerando-se os
valores absolutos e percentuais.
As análises intragrupos (GC, GE e GC, LD, LE) referentes às variáveis
dependentes (luz-fundo, luz-barra, luz-mão, mão-barra, barra-fundo, Pacel mão-barra,
IPacel mão-barra, Pacel barra-fundo, IPacel barra-fundo, Índice de desempenho) foram
feitas ao longo dos Bs da fase de AQ, a fim de verificar se houve melhora no
desempenho. Estas comparações foram feitas por meio da ANOVA two-way (grupos X
Bs) com medidas repetidas no segundo fator, seguida do post hoc de Tukey.
De forma complementar, foram efetuadas as comparações intragrupos (GC,
GE e GC, LD, LE) das variáveis dependentes referentes ao último B da AQ e os dois Bs
dos testes de retenção em curto prazo (10 minutos), longo prazo (2 dias) e de TR, por
meio da ANOVA two-way, seguida para medidas repetidas, seguida do post hoc de
Tukey.
A posteriori foram efetuadas as comparações intergrupos (GC e GE) bem
como (GC, LD e LE) das variáveis dependentes referentes ao último B da AQ e os dois
Bs dos testes de retenção em curto prazo (10 minutos), longo prazo (2 dias) e de TR,
por meio da ANOVA two-way para medidas repetidas, seguida do post hoc de Tukey.
Nas análises comparativas das variáveis número de toques e posição do
61
antebraço (em razão de sua natureza qualitativa), para as variáveis de medidas
repetidas referentes ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET e TR, foram
realizados testes não paramétricos de Igualdade de duas proporções. Este teste
compara a proporção de respostas de duas determinadas variáveis e seus níveis de
significância.
Foi adotado α = 5% (nível de significância), sendo consideradas diferenças
significativas aquelas cujo valor do nível descritivo (p) fosse inferior a 5%.
As hipóteses testadas foram:
H0: λ1 = λ2 = 0, ou seja, nenhuma diferença seria encontrada intergrupos e intragrupos;
HA : λi ≠ 0, ou seja, seriam encontradas diferenças intergrupos e intragrupos.
62
5 RESULTADOS
Os resultados serão apresentados, inicialmente, considerando os dados
relativos à caracterização da amostra e ,em seguida, seguirão a ordem em que foram
colocadas as predições do estudo. Quanto à apresentação das variáveis, seguir-se-á a
seguinte ordem: luz-fundo (tempo total da resposta), luz-barra (primeira parte da ação)
que é composta pelas duas medidas luz-mão (tempo de reação) e mão-barra (tempo de
movimento da primeira parte da ação), barra-fundo (segunda parte da ação), número de
toques (medida de precisão), Pacel mão-barra, IPAcel mão-barra, Pacel barra-fundo,
IPAcel barra-fundo, Índice de desempenho e Posição antebraço.
5.1 Caracterização da amostra
A composição da amostra no presente estudo apresenta-se ilustrada nas
Tabelas 1, 2 e 3.
Os dados demográficos de cada sujeito que compôs a amostra encontram-se
ilustrados detalhadamente na Tabela 1 em ANEXO VI.
A Tabela 2 apresenta as comparações das variáveis comuns aos três
grupos (GC, LD e LE): idade, escolaridade, gênero e pontuação no MEEM. Observa-
se que a única diferença encontra-se entre o GC e o GE (tanto LD quanto LE) em
relação à pontuação no MEEM, de forma que o GC apresenta maior média em tal
avaliação cognitiva.
63
TABELA 2 – Comparações intergrupos referente às variáveis de
caracterização da amostra.
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; F: Feminino; M: masculino; MEEM: Mini Exame do Estado Mental
A Tabela 3 apresenta as comparações das variáveis relativas apenas ao GE,
ou seja, LD e LE, quais sejam: tempo de lesão, idade, gênero, escolaridade, pontuação
no MEEM, pontuação na Escala de Orpington e pontuação na Fugl-Meyer (subtotais e
pontuação final). Observa-se que os grupos são homogêneos em todas as variáveis
relativas à caracterização amostral.
Variável GC (N=14)
LD (N=10)
LE (N=12)
p-valor
Idade (anos)
56±8 55±10 59±11 0,614
Escolaridade (anos)
7,5±3,5 9,9±5,0 7,8±4,8
0,429 Gênero 7 F e 7 M 8 F e 2 M 7 F e 5 M
-
MEEM
28,7±1,3
26,6±2,7
26,7±2,2
0,020
64
TABELA 3 – Comparações intergrupo (LD e LE) em relação às variáveis de
caracterização amostral.
Teste paramétrico – ANOVA two-way . Diferença significativa p< 0,05 Legenda: LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; MEEM: Mini Exame do Estado Mental; MS: Membro superior; MI: Membro inferior; ADM: Amplitude de movimento.
5.2 Análise intragrupo (GC, GE e GC, LD, LE) durante a AQ.
Na Tabela 4, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável luz-fundo, que representa o tempo total
da resposta. Observa-se que houve melhora do desempenho apenas para o GE.
Variável LD (N=10) LE (N=12) p-valor
Tempo de lesão (meses)
43,1±37,6 911±107,5 0,195
Idade (anos)
55,5±10,8 59,1±11,0 0,614
Gênero
8 F e 2 M 7 F e 5 M -
Escolaridade (anos)
9,9±5,2 7,8±4,8 0,343
MEEM
26,6±2,7 26,7±2,2 0,949
Orpington
2,76±0,6 3,3±1,0 0,134
Fugl-Meyer (MS)
28,9±17,9 31,10±17,7 0,785
Fugl-Meyer (MI)
20,8±5,0 20,8±6,5 0,989
Equilíbrio
8,2±2,5 8,5±1,4 0,724
Sensibilidade
18,1±3,8 16,4±6,6 0,482
ADM/Dor
64,9±15,1 68,1±13,2 0,604
Fugl-Meyer total
143,6±35,9 146,1±37,5 0,876
65
TABELA 4 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável luz-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 5, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável luz-fundo, que representa o tempo total da resposta.
Observa-se que houve melhora do desempenho apenas para os grupos LD e LE.
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
GC (N=14)
4,569 ±1,89
3,963 ±1,42
4,339 ±2,22
3,883 ±1,56
3,645 ±1,47
3,537 ±1,61
3,670 ±1,56
3,919 ±1,74
4,041 ±2,11
4,134 ±2,47
1,34 0,223
GE
(N=22)
5,706 ±2,64
4,760 ±2,17
4,967 ±2,79
4,575 ±1,80
4,194 ±1,68
3,782 ±1,14
4,142 ±1,91
3,874 ±2,21
3,844 ±1,96
3,667 ±1,30
6,6
0,047 (1-4)
<0,001 (1-5)
<0,001 (1-6)
<0,001 (1-7)
<0,001 (1-8)
<0,001 (1-9)
<0,001 (1-10)
<0,009 (10-3)
66
TABELA 5 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável luz-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< ,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Na Tabela 6, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerado o GE independentemente do lado da lesão, ao
longo dos Bs da fase de AQ para a variável luz-barra. Observa-se que houve melhora do
desempenho para todos os grupos.
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
GC (N=14)
4,569 ±1,89
3,963 ±1,42
4,339 ±2,22
3,883 ±1,56
3,645 ±1,47
3,537 ±1,61
3,670 ±1,56
3,919 ±1,74
4,041 ±2,11
4,134 ±2,47
1,34 0,223
LD
(N=10)
4,859 ±1,39
3,783±1,12
4,602±2,24
4,158 ±1,37
4,089 ±1,39
3,278±0,71
3,427±0,58
3,169±0,59
3,618±1,22
3,628 ±1,26
4,44
0,002 (1-6)
0,009 (1-7)
0,001 (1-8)
0,042 (1-9)
0,046 (1-10)
0,022 (3-6)
0,009 (3-8)
LE (N=12)
6,412 ±3,25
5,574±2,53
5,270±3,24
4,922 ±2,09
4,281 ±1,94
4,202±1,28
4,739±2,41
4,461±2,86
4,033±2,46
3,699 ±1,38
4,15
0,009 (1-5)
0,006 (1-6)
0,026 (1-8)
0,002 (1-9)
0,003 (1-10)
0,039 (2-10)
67
TABELA 6 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável luz-barra (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa <0,05 Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 7, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável luz-barra, que representa o tempo total da ação. Observa-
se que houve melhora do desempenho para o GE tanto com LD como com LE.
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
≤ .05
GC
(N=14)
1,168 ±0,30
0,978±0,15
1,016±0,24
0,953 ±0,18
0,971 ±0,18
0,948±0,22
0,921±0,20
0,931±0,20
1,0461±0,30
1,047 ±0,26
3,54
0,030 (1-2)
0,007 (1-4)
0,021 (1-5)
0,005 (1-6)
0,001 (1-7)
0,001 (1-8)
GE
(N=22)
1,613 ±0,58
1,254 ±0,39
1,276 ±0,37
1,242 ±0,38
1,220 ±0,37
1,219±0,40
1,248±0,45
1,178±0,40
1,182 ±0,50
1,124 ±0,40
7,98
<0,001 (1-2)
<0,001 (1-3)
<0,001 (1-4)
<0,001 (1-5)
<0,001 (1-6)
<0,001 (1-7)
<0,001 (1-8)
<0,001 (1-9)
<0,001 (1-10)
68
TABELA 7 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão, referente
à variável luz-barra (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa < 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Na Tabela 8, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ. Observa-se que para a variável luz-mão, relativa ao
tempo de reação, não houve melhora do desempenho para o GC, ao passo que para o
GE houve melhora, caracterizada por diminuição do mesmo.
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
≤ .05
GC
(N=14)
1,168±0,30
0,978±0,15
1,016±0,24
0,953 ±0,18
0,971 ±0,18
0,948±0,22
0,921±0,20
0,931±0,20
1,0461±0,30
1,047 ±0,26
3,54
0,030 (1-2)
0,007 (1-4)
0,021 (1-5)
0,005 (1-6)
0,001 (1-7)
0,001 (1-8)
LD
(N=10)
1,609±0,64
1,055 ±0,22
1,147 ±0,27
1,193 ±0,30
1,206 ±0,29
1,113 ±0,23
1,147 ±0,27
1,064 ±0,18
1,110±0,32
1,007±019
7,30
0,001 (1-2)
0,001 (1-3)
0,001 (1-4)
0,001 (1-5)
0,001 (1-6)
0,001 (1-7)
0,001 (1-8)
0,001 (1-9)
0,001 (1-10)
LE
(N=12)
1,616±0,55
1,419 ±0,44
1,383 ±0,41
1,282 ±0,44
1,232 ±0,44
1,307 ±0,49
1,333±0,56
1,273 ±0,50
1,242±0,62
1,222 ±0,49
3,03
0,027 (1-4)
0,005 (1-5)
0,020 (1-8)
0,007 (1-9)
0,003 (1-10)
69
TABELA 8 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável luz-mão (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas.Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 9, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável luz-mão. Observa-se que houve melhora do desempenho
para o GE, porém somente em LD.
TABELA 9 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável luz-mão (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B:Bloco.
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
GC (N=14)
0,535±0,26
0,473±0,31
0,440 ±0,22
0,446 ±0,26
0,439 ±0,18
0,404 ±0,18
0,373 ±0,17
0,406 ±0,21
0,441 ±0,19
0,528 ±0,34
0,89 0,536
GE
(N=22)
0,762±0,46
0,591±0,31
0,544 ±0,19
0,532 ±0,20
0,583 ±0,25
0,550 ±0,23
0,588 ±0,23
0,523 ±0,17
0,588 ±0,28
0,489 ±0,16
3,06
0,012 (1-3)
0,006 (1-4)
0,017 (1-6)
0,003 (1-8)
0,003 (1-10)
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
GC (N=14)
0,535±0,26
0,473±0,31
0,440±0,22
0,446 ±0,26
0,439 ±0,18
0,404±0,18
0,373±0,17
0,406±0,21
0,441±0,19
0,528 ±0,34
0,89 0,536
LD
(N=10)
0,934±0,57
0,609±0,41
0,554±0,19
0,602 ±0,21
0,695 ±0,26
0,548±0,17
0,580±0,15
0,503±0,09
0,556±0,21
0,497 ±009
3,06
0,017 (1-3)
0,014 (1-6)
0,035 (1-7)
0,003 (1-8)
0,017 (1-9)
0,001 (1-10)
LE (N=12)
0,619±0,29
0,576 ±0,23
0,535 ±0,19
0,473 ±0,19
0,489 ±0,20
0,551 ±0,28
0,594 ±0,29
0,539 ±0,22
0,616 ±0,34
0,498 ±0,20
1,27
0,262
70
Na Tabela 10, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável mão-barra. Observa-se que houve
melhora do desempenho apenas para o GE.
TABELA 10 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 11, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável mão-barra, que se refere ao tempo de movimento do
membro superior na primeira parte da tarefa e que, contribui como medida
complementar, para compreensão da capacidade de planejamento. Ao contrário da
variável descrita acima (luz-mão), observa-se que houve melhora do desempenho
apenas para o grupo com LE.
Grupos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B 9
B10
F p-valor
GC (N=14)
0,633 ±0,16
0,505 ±0,29
0,576 ±0,10
0,507 ±0,22
0,532 ±0,19
0,544 ±0,09
0,548 ±0,10
0,525 ±0,21
0,606 ±0,16
0,520 ±0,32
0,77 0,643
GE
(N=22)
0,851 ±0,39
0,663 ±0,36
0,732 ±0,25
0,710 ±0,27
0,637 ±0,31
0,669±0,23
0,660±0,26
0,655±0,27
0,594±0,37
0,635 ±0,7
3,98
0,008 (1-2)
0,001 (1-5)
0,012 (1-6)
0,006 (1-7)
0,004 (1-8)
<0,001 (1-9)
<0,001 (1-10)
71
TABELA 11 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Na Tabela 12, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável barra-fundo. Observa-se que houve
melhora do desempenho apenas para o grupo GE.
TABELA 12 – Tabela demonstrativa das comparações intragrupo,
independentemente do lado da lesão, referente à variável barra-fundo (em segundos)
nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Grupos
B1
B 2
B 3
B4
B 5
B 6
B 7
B8
B 9
B 10
F p-valor
GC (N=14)
0,633±0,16
0,505 ±0,29
0,576 ±0,10
0,507 ±0,22
0,532 ±0,19
0,544 ±0,09
0,548 ±0,10
0,525 ±0,21
0,606 ±0,16
0,520 ±0,32
0,77 0,643
LD (N=10)
0,676±0,34
0,446±0,35
0,592±0,12
0,591 ±0,14
0,511 ±0,32
0,565±0,11
0,566±0,13
0,561±0,13
0,554±0,13
0,527 ±0,12
1,23
0,287
LE
(N=12)
0,997±0,38
0,843±0,26
0,849 ±0,28
0,809 ±0,31
0,743 ±0,27
0,756±0,27
0,738±0,31
0,733±0,33
0,626±0,50
0,724 ±0,33
4,41
0,009 (1-5)
0,017 (1-6)
0,007 (1-7)
0,005 (1-8)
0,001 (1-9)
0,003 (1-10)
0,039 (3-9)
Grupos
B1
B 2
B 3
B 4
B 5
B 6
B7
B8
B 9
B 10
F p-valor
GC (N=14)
3,401 ±1,66
2,985 ±1,35
3,323 ±2,08
2,931 ±1,46
2,673 ±1,41
2,589 ±1,52
2,748 ±1,44
2,987 ±1,68
2,994 ±1,89
3,086 ±2,30
1,02 0,426
GE
(N=22)
4,093 ±2,27
3,506 ±1,84
3,691 ±2,57
3,333 ±1,55
2,974 ±1,45
2,564 ±0,90
2,894 ±1,70
2,696 ±1,95
2,662 ±1,66
2,543 ±1,08
5,19
0,025 (1-5)
<0,001 (1-6)
0,011 (1-7)
0,001 (1-8)
<0,001 (1-9)
<0,001 (1-10)
0,019 (10-3)
0,023 (3-5)
72
Na Tabela 13, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável barra-fundo. Observa-se que houve melhora do
desempenho apenas para o GE, tanto para o grupo com LD quanto LE.
TABELA 13 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável barra-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Na Tabela 14, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ, para a variável número de toques (valor absoluto e
percentual), que representa uma medida de erro, relativa à precisão. Observa-se que
houve melhora no desempenho do GC ao longo dos Bs da AQ.
Grupos
B1
B 2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F p-valor
GC (N=14)
3,401 ±1,66
2,985 ±1,35
3,323 ±2,08
2,931 ±1,46
2,673 ±1,41
2,589 ±1,52
2,748 ±1,44
2,987 ±1,68
2,994 ±1,89
3,086 ±2,30
1,02 0,426
LD
(N=10)
3,374 ±1,15
2,796 ±1,00
3,556 ±2,07
3,110 ±1,30
2,845 ±1,21
2,193 ±0,59
2,282 ±0,50
2,126 ±0,55
2,459 ±1,00
2,55 ±1,19
4,31
0,024 (1-6)
0,013 (1-8)
0,004 (3-6)
0,010 (3-7)
0,002 (3-8)
LE
(N=12)
4,812 ±2,88
4,215 ±2,23
3,826 ±3,08
3,556 ±1,81
3,102 ±1,70
2,934 ±1,03
3,507 ±2,24
3,265 ±2,64
2,866 ±2,17
2,531 ±1,02
2,93
0,039 (1-6)
0,027 (1-9)
0,003 (1-10)
73
TABELA 14 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável número de toques (valor absoluto e percentual) nos Bs da AQ.
Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 15, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável número de toques (valor absoluto e percentual). Observa-
se que houve melhora no desempenho do GC ao longo dos Bs da AQ.
Grupos Valor Absoluto
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
p-valor
≤ .05
GC n=14
Não ocorrência de toque
59 84,3%
66 94,3%
61 87,1%
63 91,3%
61 93,8%
68 98,6%
69 98,6%
60 92,3%
68 97,1%
69 98,6%
0,003 (1-6)
0,003 (1-7)
0,009 (1-9)
0,003 (1-10)
0,009 (3-6)
0,009 (3-7)
0,028 (3-9)
0,009 (3-10)
Ocorrência de toque
11 15,7%
4 5,75
9 12,9%
6 8,7%
4 6,2%
1 1,4%
1 1,4%
5 7,7%
2 2,9%
1 1,4%
GE n=22
Não ocorrência de toque
131 97,0%
126 100%
119 97,5%
106 98,1%
110 98,2%
117 100%
109 98,2%
113 100%
107 97,3%
115 98,3%
_
Ocorrência de toque
4 3,0%
0 0,0%
3 2,5%
2 1,9%
2 1,8%
0 0,0%
2 1,8%
0 0,0%
3 2,7%
2 1,7%
74
TABELA 15 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável número de toques (valor absoluto e percentual) nos Bs da AQ.
Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Na Tabela 16, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em PAcel mão-barra, que representa
coordenação dinâmica. Observa-se que não houve modificação no desempenho ao
longo da AQ para nenhum dos grupos.
Grupos
Valor Absoluto
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
p-valor
≤ .05
GC n=14
Não ocorrência de toque
59 84,3%
66 94,3%
61 87,1%
63 91,3%
61 93,8%
68 98,6%
69 98,6%
60 92,3%
68 97,1%
69 98,6%
0,003 (1-6)
0,003 (1-7)
0,009 (1-9)
0,003 (1-10)
0,009 (3-6)
0,009 (3-7)
0,028 (3-9)
0,009 (3-10)
Ocorrência de toque
11 15,7%
4 5,75
9 12,9%
6 8,7%
4 6,2%
1 1,4%
1 1,4%
5 7,7%
2 2,9%
1 1,4%
LD n=10
Não ocorrência de toque
74 98,7%
69 100%
63 95,5%
51 98,1%
55 98,2%
58 100%
55 98,2%
56 100%
57 95,0%
58 96,7%
-
Ocorrência de toque
1 1,3%
0 0,0%
3 4,5%
1 1,9%
1 1,8%
0 0,0%
1 1,8%
0 0,0%
3 5,0%
2 3,3%
LE n=12
Não ocorrência de toque
57 95,0%
57 100%
56 100%
55 98,2%
55 98,2%
59 100%
54 98,2%
57 100%
50 100%
57 100%
-
Ocorrência de toque
3 5,0%
0 0,0%
0 0,0%
1 1,8%
1 1,8%
0 0,0%
1 1,8%
0 0,0%
0 0,0%
0 0,0%
75
TABELA 16 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável PAcel mão-barra (m/s²) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 17, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável PAcel mão-barra. Observa-se que não houve modificação
no desempenho ao longo da AQ para nenhum dos grupos.
TABELA 17 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável PAcel mão-barra (m/s²) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F
p-valor
GC 4,58 5,81 5,78 5,86 5,16 5,18 5,29 5,59 5,24 5,55
0,44
0,911
n=14 ±1,04 ±1,58 ±2,51 ±2,30 ±1,88 ±2,20 ±2,15 ±2,32 ±2,94 ±2,55
GE 4,00 4,23 4,41 4,03 4,22 4,49 4,01 4,41 4,51 4,91
0,70
0,911
n=22 ±1,23 ±1,62 ±1,76 ±1,27 ±1,65 ±1,63 ±1,43 ±1,65 ±1,47 ±1,96
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F p-valor
GC 4,58 5,81 5,78 5,86 5,16 5,18 5,29 5,59 5,24 5,55
0,44
0,911
n=14 ±1,04 ±1,58 ±2,51 ±2,30 ±1,88 ±2,20 ±2,15 ±2,32 ±2,94 ±2,55
LD 4,32 4,56 4,83 4,41 4,53 5,05 4,67 5,05 5,10 5,98
0,93
0,501
n=10 ±1,11 ±1,63 ±1,60 ±1,23 ±1,64 ±1,83 ±1,61 ±1,90 ±1,64 ±2,06
LE 3,68 3,89 3,99 3,68 3,90 3,93 3,35 3,77 3,87 3,83
0,21
0,992
n=12 ±1,32 ±1,61 ±1,88 ±1,26 ±1,68 ±1,25 ±0,84 ±1,09 ±0,95 ±1,14
76
Na Tabela 18, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em IPAcel mão-barra (em segundos), que
representa uma medida de planejamento, relativo ao instante em que ocorreu o pico da
aceleração na primeira parte da ação. Observa-se que houve melhora do desempenho,
refletindo antecipação do pico da aceleração no GC.
TABELA 18 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável IPAcel mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 19, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável IPAcel mão-barra (em segundos). Observa-se que houve
melhora do desempenho, refletindo antecipação do pico da aceleração no GC.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F
p-valor
≤ .05
GC 0,23 0,19 0,16 0,15 0,17 0,16 0,14 0,014 0,16 0,14
1,98
0,040 (1-8)
0,050 (1-7)
0,048 (1-10)
n=14 ±0,09 ±0,05 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,07 ±0,06 ±0,07 ±0,07
GE 0,27 0,21 0,22 0,18 0,18 0,18 0,20 0,19 0,18 0,17
1,19 -
n=22 ±0,17 ±0,10 ±0,15 ±0,09 ±0,11 ±0,09 ±0,11 ±0,12 ±0,11 ±0,11
77
TABELA 19 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável IPAcel mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
Na Tabela 20, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em PAcel barra-fundo, que representa
coordenação dinâmica na segunda parte da ação. Observa-se que houve não houve
modificação no desempenho ao longo dos Bs da AQ.
TABELA 20 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável PAcel barra-fundo (m/s²) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F p-valor
≤ .05
GC
0,23
0,19
0,16
0,15
0,17
0,16
0,14
0,014
0,16
0,14
1,98
0,040 (1-8)
0,050 (1-7)
0,048 (1-10)
n=14 ±0,09 ±0,05 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,07 ±0,06 ±0,07 ±0,07
LD 0,28 0,23 0,23 0,20 0,16 0,18 0,20 0,17 0,20 0,19 0,71
-
n=10 ±0,19 ±0,12 ±0,17 ±0,11 ±0,12 ±0,12 ±0,13 ±0,11 ±0,11 ±0,12
LE 0,25 0,18 0,22 0,17 0,20 0,17 0,19 0,21 0,16 0,15 0,76
-
n=12 ±0,15 ±0,06 ±0,13 ±0,07 ±0,11 ±0,07 ±0,09 ±0,13 ±0,12 ±0,11
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F p-valor
GC 8,10 7,17 7,46 8,12 7,18 7,34 7,94 7,72 8,43 8,40
0,26
0,985
n=14 ±3,28 ±2,95 ±2,89 ±3,28 ±3,73 ±3,44 ±3,97 ±3,07 ±4,19 ±4,24
GE 7,73 8,42 7,85 7,62 7,16 7,78 9,16 8,16 8,47 8,87 0,52
0,858
n=22 ±4,01 ±3,78 ±4,26 ±4,02 ±3,23 ±3,79 ±4,24 ±4,15 ±3,96 ±4,08
78
Na Tabela 21, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável PAcel barra-fundo. Observa-se que não houve mudança
no nível de desempenho ao longo dos Bs da AQ.
TABELA 21 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável PAcel barra-fundo (m/s²) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda.
Na Tabela 22, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em IPAcel barra-fundo (em segundos),
que representa uma medida de planejamento, relativo ao instante em que ocorreu o pico
da aceleração na primeira parte da ação. Observa-se que houve melhora do
desempenho, refletindo antecipação do pico da aceleração tanto no GC quanto no GE.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F
p-valor
GC 8,10 7,17 7,46 8,12 7,18 7,34 7,94 7,72 8,43 8,40 0,26
0,985
n=14 ±3,28 ±2,95 ±2,89 ±3,28 ±3,73 ±3,44 ±3,97 ±3,07 ±4,19 ±4,24
LD 8,87 8,76 9,38 8,25 7,70 8,32 10,36 9,72 9,16 9,98 0,59
0,801
n=10 ±3,05 ±3,21 ±3,89 ±3,65 ±2,29 ±3,85 ±3,85 ±4,43 ±4,15 ±2,76
LE 6,58 8,08 6,33 7,05 6,61 7,24 7,96 6,60 7,71 7,76 0,26
0,984
n=12 ±4,65 ±4,40 ±4,21 ±4,43 ±3,99 ±3,83 ±4,46 ±3,34 ±3,80 ±4,95
79
TABELA 22 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Na Tabela 23, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável IPAcel barra-fundo (em segundos). Observa-se que houve
somente o GC melhorou o desempenho ao longo dos Bs da AQ.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F
p-valor
≤ .05
GC 4,29 2,79 2,33 2,58 1,95 2,24 2,29 2,02 2,45 1,93
3,15
0,017 (1-3)
0,002 (1-5)
0,010 (1-6)
0,014 (1-7)
0,003 (1-8)
0,034 (1-9)
0,001 (1-10)
n=14 ±2,10 ±1,75 ±0,84 ±1,18 ±1,02 ±1,65 ±1,51 ±0,81 ±1,58 ±1,48
GE 4,32 3,75 3,30 3,20 2,98 2,55 2,88 2,62 2,65 2,58
2,10
0,049 (1-6)
0,047 (1-8) 0,050 (1-10)
n=22 ±3,02 ±1,90 ±2,03 ±1,92 ±1,67 ±1,21 ±1,79 ±1,67 ±1,82 ±1,10
80
TABELA 23 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B:Bloco.
Na Tabela 24, apresentam-se os dados relativos ao índice de desempenho
nas comparações intragrupos, considerado o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ. Saliente-se que, como esta medida foi obtida a partir do
valor de referência estabelecido para os grupos (B6 para o GC e B10 para o GE), não há
valor explicitados para estes Bs e os mesmos não foram usados na ANOVA. Observa-se
que houve melhora no desempenho para ambos os grupos ao longo dos Bs da AQ.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F p-valor
≤ .05
GC n=14
4,29 ±2,10
2,79 ±1,75
2,33 ±0,84
2,58 ±1,18
1,95 ±1,02
2,24 ±1,65
2,29 ±1,51
2,02 ±0,81
2,45 ±1,58
1,93 ±1,48
3,15
0,017 (1-3)
0,002 (1-5)
0,010 (1-6)
0,014 (1-7)
0,003 (1-8)
0,034 (1-9)
0,001 (1-10)
LD 3,30
3,06
3,46
2,98
2,56
2,13
2,66
2,03
2,38
2,41
1,22
-
n=10 ±1,32 ±1,31 ±2,29 ±1,40 ±1,40 ±1,05 ±1,78 ±0,98 ±1,45 ±1,08
LE 5,35
4,44
3,13
3,40
3,40
2,96
3,10
3,21
2,94
2,75
1,49
-
n=12 ±3,89 ±2,19 ±1,84 ±2,35 ±1,87 ±1,27 ±1,85 ±2,03 ±2,20 ±1,14
81
TABELA 24 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à variável índice de desempenho nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco. Na Tabela 25, apresentam-se os dados relativos ao índice de desempenho
nas comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos
Bs da fase de AQ. Observa-se que houve melhora no nível de desempenho ao longo
dos Bs da AQ para todos os grupos.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F
p-valor
≤ .05
GC n=14
0,30 ±0,09
0,25 ±0,08
0,23 ±0,08
0,20 ±0,05
0,16 ±0,07
- 0,17 ±0,03
0,19 ±0,07
0,20 ±0,07
0,17 ±0,05
5,47
0,013 (1-4)
<0,001 (1-5)
<0,001 (1-7)
0,003 (1-8)
0,010 (1-9)
<0,001 (1-10)
0,035 (2-5)
GE n=22
0,28 ±0,09
0,27 ±0,08
0,26 ±0,08
0,22 ±0,05
0,22 ±0,06
0,20 ±0,06
0,20 ±0,05
0,19 ±0,05
0,18 ±0,08
-
5,78
0,006 (1-6)
0,007 (1-7)
0,001 (1-8)
0,001 (1-9)
0,020 (2-6)
0,024 (2-7)
0,004 (2-8)
0,002 (2-9)
0,040 (3-8)
0,024 (3-9)
82
TABELA 25 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável índice de desempenho nos Bs da AQ.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B:Bloco.
Na Tabela 26, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,
ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável posição do antebraço (valor absoluto e
percentual), que representa frequência da ocorrência de supinação ou pronação no
momento que antecedeu a preensão da barra. Observa-se que não houve mudança ao
longo dos Bs da AQ para esta variável.
TABELA 26 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,
referente à posição do antebraço (valor absoluto e percentual) nos Bs da AQ.
Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.
Grupos B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
F
p-valor
≤ .05
GC n=14
0,30 ±0,09
0,25 ±0,08
0,23 ±0,08
0,20 ±0,05
0,16 ±0,07
- 0,17 ±0,03
0,19 ±0,07
0,20 ±0,07
0,17 ±0,05
5,47
0,013 (1-4)
<0,001 (1-5)
<0,001 (1-7)
0,003 (1-8)
0,010 (1-9)
<0,001 (1-10)
0,035 (2-5)
LD 0,28 0,28 0,27 0,23 0,23 0,21 0,21 0,20 0,18 -
2,88
0,048 (1-9)
0,040 (2-9)
n=10 ±0,08 ±0,08 ±0,09 ±0,06 ±0,06 ±0,07 ±0,06 ±0,06 ±0,07 -
LE 0,28 0,26 0,24 0,21 0,22 0,19 0,19 0,17 0,19 -
2,87
0,044 (1-6)
0,028 (1-8)
0,050 (1-9)
n=12 ±0,10 ±0,07 ±0,07 ±0,05 ±0,07 ±0,06 ±0,04 ±0,03 ±0,08 -
Grupos Valor Absoluto
B1
B2
B3
B4
B5
B 6
B7
B8
B9
B10
p-valor ≤ .05
GC n=14
Pronação 4
5,7% 5
7,1% 5
7,1% 5
7,2% 6
9,2% 5
7,2% 5
7,1% 5
7,1% 5
7,1% 5
7,1% -
Supinação 66
94,3% 65
92,9% 65
92,9% 64
92,8% 59
90,8% 64
92,8% 65
92,9% 65
92,9% 65
92,9% 65
92,9%
-
GE n=22
Pronação 34
25,2% 31
24,6% 33
27,0% 35
32,4% 29
25,9% 31
26,5% 30
27,0% 28
24,8% 31
28,2% 30
25,6%
-
Supinação 101
74,8% 95
75,4% 89
73,0% 73
67,6% 83
74,1% 86
73,5% 81
73,0% 85
75,2% 79
71,8% 87 74,4
-
83
Na Tabela 27, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas
comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs
da fase de AQ para a variável posição do antebraço (valor absoluto e percentual).
Observa-se que o grupo LE apresentou oscilação do padrão de resposta de pronação e
supinação ao longo da AQ, o que não refletiu em melhora no desempenho.
TABELA 27 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à posição do antebraço (valor absoluto) nos Bs da AQ.
Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.
5.3 Análise intragrupo (GC e GE) referente aos testes de aprendizagem
Os dados abaixo devem ser observados considerando-se que houve melhora
no desempenho para o GE nas seguintes variáveis dependentes ao longo dos Bs da
AQ: luz-fundo, luz-barra, luz-mão, mão-barra, barra-fundo, IPAcel barra-fundo e índice
de desempenho. Já para o GC, houve melhora de desempenho para as variáveis luz-
barra, número de toques, IPAcel mão-barra, IPAcel barra-fundo e índice de desempenho
ao longo dos Bs da AQ.
Na Tabela 28, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
Grupos
Valor Absoluto
B2
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
p-valor ≤ .05
GC Pronação 4
5,7% 5
7,1% 5
7,1% 5
7,2% 6
9,2% 5
7,2% 5
7,1% 5
7,1% 5
7,1% 5
7,1% -
n=14 Supinação 66
94,3% 65
92,9% 65
92,9% 64
92,8% 59
90,8% 64
92,8% 65
92,9% 65
92,9% 65
92,9% 65
92,9%
-
LD Pronação 26
34,7% 24
34,8% 20
30,3% 20
38,5% 20
35,7% 20
34,5% 20
35,7% 20
35,7% 20
33,3% 22
36,7% -
n=10 Supinação 49
65,3% 45
65,2% 46
69,7% 32
61,5% 36
64,3% 38
65,5% 36
64,3% 36
64,3% 40
66,7% 38
63,3%
-
LE n=12
Pronação 8
13,3% 7
12,3% 13
23,2% 15
26,8% 9
16,1% 11
18,6% 10
18,2% 8
14,0% 11
22,0% 8
14,0%
-
Supinação 52
86,7% 50
87,7% 43
76,8% 41
73,2% 47
83,9% 48
81,4% 45
81,8% 49
86,0% 39
78,0% 49
86,0%
-
84
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável luz-fundo,
considerando-se o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que houve
diferença estatisticamente significante, refletindo em deterioração do desempenho, nas
comparações tanto do último B da AQ em relação à RET 2 e TR, quanto do último B da
RET1 em relação à RET2 e TR.
TABELA 28 – Comparações intragrupo (considerando-se GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e os 2
Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2:retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 29, encontram-se as comparações intragrupos relativas
ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável luz-
barra, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão. Observa-se que
houve diferença estatisticamente significante, refletindo em deterioração do
desempenho, nas comparações tanto do último B da AQ, quanto no primeiro da RET 1
em relação à RET 2. Além disso, nota-se melhora estatisticamente significante,
refletindo em diminuição no tempo de execução, entre o primeiro e segundo Bs da RET
2.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
4,134 ±2,47
4,232 ±1,96
4,232 ±1,96
4,215 ±1,47
4,215 ±1,47
4,392 ±1,54
4,392 ±1,54
0,96 -
GE
(N=22)
3,667 ±1,30
3,721 ±1,24
3,493 ±1,31
5,253 ±2,92
4,410 ±2,76
5,315 ±3,36
4,373 ±2,99
5,57
0,007 (A-D) 0,004 (A-F) 0,010 (B-D) 0,006 (B-F) 0,001 (C-D) 0,001 (C-F)
85
TABELA 29 – Comparações intragrupo (considerando GE
independentemente do lado da lesão) relativas à variável luz-barra (em segundos) no
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 30, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último
B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável luz-mão,
considerando o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que não houve
diferença estatisticamente significante nas comparações entre as fases, tanto para GC
quanto para GE, ou seja, os níveis de desempenho nos testes de RET e TR
mantiveram-se iguais ao último B da AQ.
TABELA 30 – Comparações intragrupo, considerando GE
independentemente do lado da lesão, relativo à variável luz-mão (em segundos) no
último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET1, RET2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
1,047 ±0,26
1,064 ±0,27
0,968 ±0,20
1,035 ±0,16
1,028 ±0,16
0,994 ±0,20
1,084 ±0,30
0,56 -
GE
(N=22)
1,22 ±0,49
1,151 ±0,44
1,182 ±0,44
1,443 ±0,54
1,178 ±0,39
1,286 ±0,55
1,306 ±0,53
4,2
0,001 (A-D) 0,003 (B-D) 0,013 (C-D) 0,011 (D-E)
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
0,528 ±0,34
0,492 ±0,31
0,378 ±0,13
0,513 ±0,38
0,387 ±0,11
0,409 ±0,12
0,468 ±0,14
0,88 -
GE
(N=22)
0,489 ±0,16
0,496 ±0,22
0,569 ±0,25
0,664 ±0,27
0,551 ±0,20
0,796 ±1,37
0,537 ±0,23
0,95 -
86
Na Tabela 31, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último
B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável mão-barra,
considerando o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que não houve
diferença estatisticamente significante nas comparações entre as fases, tanto para GC
quanto para GE, ou seja, os níveis de desempenho nos testes de RET e TR
mantiveram-se iguais ao último B da AQ.
TABELA 31 – Comparações intragrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e os 2
Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B:Bloco.
A seguir, na Tabela 32, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável barra-fundo, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão.
Observa-se que houve diferença estatisticamente significante nas comparações tanto do
último B da AQ, quanto no primeiro da RET 1 em relação à RET 2 e ao primeiro B da
TR, refletindo deterioração no desempenho (aumento no tempo de execução) nos
testes.
Grupos
AQ
B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR
B 1 (F)
TR
B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC
(N=14) 0,520 ±0,32
0,572 ±0,25
0,590 ±0,14
0,525 ±0,34
0,628 ±0,15
0,584 ±0,13
0,615 ±0,18
0,68 -
GE
(N=22)
0,635 ±0,7
0,655 ±0,26
0,613 ±0,24
0,779 ±0,32
0,628 ±0,31
0,490 ±1,39
0,769 ±0,35
0,73 -
87
TABELA 32 – Comparações intragrupo (considerando-se GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e os
2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 33, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável número de
toques (valor absoluto e percentual), considerando-se o GE, independentemente do lado
da lesão. Observa-se que houve deterioração no desempenho no GC na comparação do
último B da AQ com TR.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
3,086 ±2,30
3,168 ±1,82
2,450 ±1,45
3,179 ±1,42
3,002 ±1,22
3,398 ±1,56
3,397 ±2,33
0,98 -
GE
(N=22)
2,543 ±1,08
2,570 ±0,98
2,311 ±1,08
3,811 ±2,54
3,232 ±2,50
4,029 ±2,93
3,068 ±2,56
5,0
0,035 (A-D) 0,006 (A-F) 0,043 (B-D) 0,007 (B-F) 0,005 (C-D) 0,000 (C-F)
88
TABELA 33 – Comparações intragrupo (considerando-se GE
independentemente do lado da lesão) relativas à variável número de toques (valor
absoluto e percentual) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 34 encontram-se as comparações intragrupos relativas
ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável PAcel
mão-barra, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão.
TABELA 34 – Comparações intragrupo (considerando GE
independentemente do lado da lesão) relativas à variável PAcel mão-barra (m/s²) no
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Grupos Valor Absoluto
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
p-valor
≤ .05
GC Não
ocorrência de toque
69 98,6%
63 96,9%
68 97,1%
72 100%
65 92,9%
56 78,9%
62 88,6%
<0,001 (A-F)
0,016 (A-G) 0,001 (B-F)
n=14 Ocorrência de toque
1 1,4%
2 3,1%
2 2,9%
0 0%
5 7,1%
15 21,1%
8 11%
<0,001 (C-F) 0,049 (C-G) 0,021 (D-E)
<0,001 (D-F)
0,003 (D-G) 0,017 (E-F)
GE Não
ocorrência de toque
115 98,3%
118 98,3%
112 99,1%
109 94%
104 94,5%
105 90,5%
107 94,7%
0,010 (A-F)
0,009 (B-F)
n=22 Ocorrência de toque
2 1,7%
2 1,7%
1 0,9%
7 6,0%
6 5,5%
11 9,5%
6 5,3%
0,034 (C-D)
0,004 (C-F)
Grupos AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F p-valor
GC 5,56 5,03 5,90 4,91 5,40 5,80 5,48 0,54 0,774
n=14 ±2,55 ±1,16 ±2,63 ±1,19 ±1,75 ±1,36 ±1,62
GE 4,91 4,46 4,62 4,24 4,40 4,59 4,65 0,36 0,904
n=22 ±1,96 ±1,60 ±1,68 ±1,53 ±1,62 ±1,64 ±1,69
89
Na Tabela 35, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último
B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável IPAcel mão-barra (em
segundos), considerando o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que
houve manutenção do nível de desempenho obtido no último B da AQ em relação aos
testes.
TABELA 35 – Comparações intragrupo (considerando GE independentemente do
lado da lesão) relativas à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da AQ e
os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco. Na Tabela 36, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último B
da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável PAcel barra-fundo,
considerando o GE, independentemente do lado da lesão.
TABELA 36 – Comparações intragrupo, considerando GE independentemente do
lado da lesão, relativo à variável PAcel barra-fundo (m/s²) no último B da AQ e os dois
Bs dos testes de RET1, RET2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Grupos AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F p-valor
GC 0,14 0,15 0,16 0,17 0,16 0,19 0,21 1,07
0,387
n=14 ±0,07 ±0,05 ±0,08 ±0,07 ±0,06 ±0,11 ±0,13
GE 0,17 0,15 0,17 0,24 0,21 0,25 0,21 2,02
0,067
n=22 ±0,11 ±0,10 ±0,10 ±0,14 ±0,11 ±0,12 ±0,12
Grupos AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F p-valor
GC 8,40 7,88 8,30 6,71 8,29 9,14 7,77
0,63
0,703
n=14 ±4,25 ±3,71 ±3,89 ±2,56 ±3,94 ±3,19 ±2,65
GE 8,88 8,92 9,43 7,89 8,21 8,28 8,46
0,47
0,832
n=22 ±4,08 ±3,47 ±3,49 ±3,20 ±3,31 ±3,44 ±4,07
90
A seguir, na Tabela 37, encontram-se as comparações intragrupos relativas
ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável IPAcel
barra-fundo (em segundos), considerando-se o GE independentemente do lado da
lesão. Observa-se que, houve manutenção dos níveis de desempenho nos testes de
RET e TR em relação ao último B da AQ, já que houve melhora do desempenho ao
longo dos Bs da AQ para os dois grupos.
TABELA 37 – Comparações intragrupo (considerando GE
independentemente do lado da lesão) relativas à variável IPAcel barra-fundo (em
segundos) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 38, encontram-se as comparações intragrupos relativas
ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável índice
de desempenho, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão. Nesta
variável houve melhora ao longo dos BS da AQ para os sois grupos e, pode-se observar
que houve deterioração deste índice para ambos os grupos, nas comparações entre o
último B da AQ com RET2 e TR.
Grupos
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (n=14)
1,93 ±1,48
2,77 ±1,92
2,28 ±1,50
2,51 ±1,12
2,34 ±1,48
2,75 ±0,95
1,98 ±1,17
0,79 -
GE (n=22)
2,58 ±1,10
2,72 ±1,13
2,41 ±0,89
3,71 ±2,56
3,31 ±2,46
3,96 ±2,45
3,33 ±2,58
1,87 -
91
TABELA 38 – Comparações intragrupo (considerando GE
independentemente do lado da lesão) relativas à variável índice de desempenho no
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 39, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável posição do
antebraço (valor absoluto e percentual), considerando-se o GE, independentemente do
lado da lesão.
Grupos
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC n=14
0,175 ±0,052
0,195 ±0,033
0,192 ±0,053
0,251 ±0,062
0,208 ±0,047
0,277 ±0,070
0,260 ±0,078
6,31
0,016 (A-D) <0,001 (A-F) 0,004 (A-G) 0,008 (B-F) 0,004 (C-F) 0,044 (C-G) 0,035 (E-F)
GE n=22
O,187 ±0,080
0,179 ±0,049
0,207 ±0,059
0,284 ±0,073
0,261 ±0,089
0,281 ±0,095
0,306 ±0,091
9,37
0,002 (A-D) <0,001 (B-D) 0,022 (C-D) 0,039 (A-E) 0,012 (B-E) 0,003 (A-F) 0,001 (B-F) 0,034 (C-F) <0,001 (A-G) <0,001 (B-G) 0,001 (C-G) 0,011 (D-E)
92
TABELA 39 – Comparações intragrupo (considerando-se GE
independentemente do lado da lesão) relativas à variável posição do antebraço (valor
absoluto e percentual) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, AQ: aquisição,RET1: retenção 1, RET2: retenção 2, TR: transferência; B: Bloco.
5.4 Análise intragrupo (GC, LD e LE) referente aos testes de aprendizagem
Os dados abaixo devem ser observados considerando-se que houve melhora
do desempenho para o GC nas variáveis luz-barra, número de toques, IPAcel mão-
barra, IPAcel barra-fundo e índice de desempenho ao longo dos Bs da AQ. Para as
variáveis luz-fundo, luz-barra, barra-fundo e índice de desempenho houve melhora do
desempenho ao longo dos Bs da AQ tanto para LD quanto para LE. Porém, para a
medida luz-mão houve melhora de desempenho ao longo dos Bs da AQ apenas para o
LD. Já para o LE, houve melhora do desempenho ao longo dos Bs da AQ para a
variável barra-fundo.
A seguir, na Tabela 40, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável luz-fundo, considerando-se o lado da lesão do GE. Para o grupo LD, baseando-
se na melhora do desempenho ocorrida entre os Bs da AQ, pode-se observar que houve
manutenção do desempenho em todos os testes da aprendizagem, refletindo
Grupos Valor Absoluto
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
p-valor
≤ .05
GC n=14
Pronação 5
7,1% 5
7,7% 5
7,1% 6
8,3% 6
8,6% 1
1,4% 0
0,0%
0,023 (A-G)
0,018 (B-G)
0,023 (C-G)
0,014 (D-G)
0,012 (E-G)
Supinação 65
92,9% 60
92,3% 65
92,9% 66
91,7% 64
91,4% 70
98,6% 70
100%
GE n=22
Pronação 30
25,6% 27
22,5% 28
24,8% 19
16,4% 22
20,0% 21
18,1% 15
13,3%
0,018 (A-G)
0,028 (C-G)
Supinação
87 74,4%
93 77,5%
85 75,2%
97 83,6%
88 80,0%
95 81,9%
98 86,7%
93
manutenção do que foi aprendido em longo prazo, bem como transferência da
habilidade aprendida para uma situação similar. Já para o LE, observa-se que houve
diferença estatisticamente significante na comparação entre o segundo B da RET 1 e o
primeiro da RET 2, o que reflete deterioração do desempenho em longo prazo, porém
não em relação à AQ.
TABELA 40 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do
GE, relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e os dois Bs dos
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 41, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável luz-barra, considerando-se o lado da lesão do GE.
Os resultados abaixo estão baseados na melhora de desempenho ocorrida
nos três grupos ao longo dos Bs da AQ. Assim, tanto para o GC quanto para o grupo
LD, pode-se observar que houve manutenção do desempenho em todos os testes da
aprendizagem, refletindo a ocorrência da mesma e manutenção do que foi aprendido em
longo prazo, bem como transferência da habilidade aprendida para uma situação similar.
Já para o LE, observa-se que houve diferença estatisticamente significante na
comparação entre o último B da AQ e o primeiro B da RET 2, primeiro B da RET 1 e
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
4,134 ±2,47
4,232 ±1,96
4,232 ±1,96
4,215 ±1,47
4,215 ±1,47
4,392 ±1,54
4,392 ±1,54
0,96 -
LD
(N=10)
3,628 ±1,26
3,734 ±0,94
3,574 ±1,44
4,754 ±2,17
4,418 ±2,27
5,238 ±2,83
3,673 ±1,52
0,85 -
LE
(N=12)
3,699 ±1,38
3,710 ±1,48
3,426 ±1,26
5,670 ±3,47
4,403 ±3,22
5,379 ±3,87
4,957 ±3,79
3,62 0,017 (C-D)
94
primeiro B da RET 2 e o segundo B da RET 1 e primeiro B da RET 2, o que reflete
deterioração em longo prazo.
TABELA 41 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do
GE, relativas à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e os dois Bs dos
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 42, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável luz-mão, considerando-se o lado da lesão do GE. Os resultados abaixo estão
baseados na melhora de desempenho ocorrida apenas no grupo LD nos Bs da AQ.
Assim, para o LD, pode-se observar que houve manutenção do desempenho em todos
os testes da aprendizagem, refletindo a ocorrência da mesma e manutenção do que foi
aprendido em longo prazo, bem como transferência da habilidade aprendida para uma
situação similar.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
1,047 ±0,26
1,064 ±0,27
0,968 ±0,20
1,035 ±0,16
1,028 ±0,16
0,994 ±0,20
1,084 ±0,30
0,56 -
LD (N=10)
1,007 ±0,23
1,109 ±0,41
1,097 ±0,29
1,224 ±0,20
1,059 ±0,22
1,213 ±0,36
1,135 ±0,35
1,37 -
LE
(N=12)
1,222 ±0,49
1,186 ±0,47
1,253 ±0,54
1,625 ±0,67
1,278 ±0,47
1,347 ±0,68
1,449 ±0,63
3,39 0,018 (A-D) 0,007 (B-D) 0,037 (C-D)
95
TABELA 42 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do GE,
relativas à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e os dois Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 43, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável mão-barra, considerando-se o lado da lesão do GE. Observa-se que não houve
diferença estatisticamente significante nas comparações tanto do último B da AQ,
quanto nos Bs de todos os testes, para todos os grupos. De acordo com a melhora do
desempenho, que somente ocorreu no grupo LE ao longo dos Bs da AQ, para a variável
mão-barra, pode-se observar que houve manutenção deste desempenho em todos os
testes, refletindo ocorrência da aprendizagem, mensurada tanto nos testes de RET
quanto TR.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
0,528 ±0,34
0,492 ±0,31
0,378 ±0,13
0,513 ±0,38
0,387 ±0,11
0,409 ±0,12
0,468 ±0,14
0,88 -
LD (N=10)
0,479 ±0,09
0,516 ±0,25
0,581 ±0,22
0,569 ±0,12
0,578 ±0,19
1,097 ±2,03
0,444 ±0,17
0,86 -
LE
(N=12)
0,472 ±0,17
0,480 ±0,20
0,559 ±0,28
0,742 ±0,34
0,527 ±0,21
0,544 ±0,25
0,615 ±0,24
3,38
0,011 (A-D) 0,005 (B-D) 0,038 (D-E)
96
TABELA 43 – Comparações intragrupo, considerando GE independentemente do
lado da lesão, relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e os dois
Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
A seguir, na Tabela 44 são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável barra-fundo, considerando-se o lado da lesão do GE. Observa-se que não
houve diferença estatisticamente significante nas comparações tanto do último B da AQ,
quanto nos Bs de todos os testes, para todos os grupos. De acordo com a melhora do
desempenho, que somente ocorreu nos grupos LD e LE nos Bs da AQ, para a variável
barra-fundo, pode-se observar que houve manutenção deste desempenho em todos os
testes, refletindo manutenção do que foi aprendido em longo prazo, bem como
transferência da habilidade aprendida.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC (N=14)
0,520 ±0,32
0,572 ±0,25
0,590 ±0,14
0,525 ±0,34
0,628 ±0,15
0,584 ±0,13
0,615 ±0,18
0,68 -
LD
(N=10)
0,527 ±0,12
0,593 ±0,20
0,515 ±0,10
0,654 ±0,14
0,481 ±0,27
0,116 ±1,99
0,690 ±0,21
0,57 -
LE
(N=12)
0,724 ±0,33
0,706 ±0,30
0,694 ±0,29
0,883 ±0,40
0,750 ±0,29
0,802 ±0,46
0,834 ±0,43
2,36 -
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
97
TABELA 44 – Comparações intragrupo, considerando GE
independentemente do lado da lesão, relativas à variável barra-fundo (em segundos) no
último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 45, são apresentadas as comparações intragrupos relativas
ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável
número de toques (valar absoluto e percentual), considerando-se o lado da lesão do GE.
Observa-se deterioração na TR em relação ao último B da AQ no GC.
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC
(N=14)
3,086 ±2,30
3,168 ±1,82
2,450 ±1,45
3,179 ±1,42
3,002 ±1,22
3,398 ±1,56
3,397 ±2,33
0,98 -
LD
(N=10)
2,55 ±1,19
2,585 ±0,76
2,443 ±1,33
3,502 ±2,00
3,309 ±1,99
3,986 ±2,53
2,659 ±1,29
2,3 -
LE
(N=12)
2,531 ±1,02
2,555 ±1,20
2,180 ±0,81
4,119 ±3,45
3,155 ±3,02
4,072 ±3,42
3,476 ±3,42
2,9 -
98
TABELA 45 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do GE,
relativas à variável número de toques (absoluto e percentual) no último B da AQ e os
dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 46 são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável PAcel mão-
barra (m/s²), considerando-se o GE dividido em LD e LE.
Grupos Valor Absoluto
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
p-valor ≤ .05
GC Não
ocorrência de toque
69 98,6%
63 96,9%
68 97,1%
72 100%
65 92,9%
56 78,9%
62 88,6%
<0,001 (A-F)
0,016 (A-G) 0,001 (B-F)
n=14 Ocorrência de toque
1 1,4%
2 3,1%
2 2,9%
0 0%
5 7,1%
15 21,1%
8 11%
<0,001 (C-F) 0,049 (C-G) 0,021 (D-E)
<0,001 (D-F)
0,003 (D-G) 0,017 (E-F)
LD Não
ocorrência de toque
58 96,7%
63 96,9%
57 98,3%
54 91,5%
49 89,1%
50 86,2%
51 92,7%
<0,041 (A-F) 0,030 (B-F)
n=10 Ocorrência de toque
2
3,3%
2
3,1%
1
1,7%
5
8,5%
6
10,9%
8
13,8%
4
7,3%
<0,043 (C-E) 0,015 (C-F)
LE
Não ocorrência de toque
57 100%
55 100%
55 100%
55 96,5%
55 100%
55 94,8%
56 96,6%
-
n=12 Ocorrência de toque
0 0%
0 0%
0 0%
2 3,5%
0 0%
3 5,2%
2 3,4%
99
TABELA 46 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável PAcel mão-barra (m/s²) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 47, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável IPAcel mão-
barra (em segundos), considerando-se o GE dividido em LD e LE. Observa-se que
houve manutenção do desempenho na variável IPAcel em relação ao último B da AQ e
testes no GC.
Grupos AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F p-valor
GC 5,56 5,03 5,90 4,91 5,40 5,80 5,48
0,54
0,774
n=14 ±2,55 ±1,16 ±2,63 ±1,19 ±1,75 ±1,36 ±1,62
LD 5,99 5,18 5,49 4,93 5,32 5,14 5,24
0,42
0,867
n=10 ±2,06 ±1,79 ±1,69 ±1,63 ±1,54 ±1,58 ±1,82
LE 3,84 3,74 3,75 3,54 3,48 4,03 4,06
0,36
0,903
n=12 ±1,14 ±1,01 ±1,17 ±1,08 ±1,12 ±1,59 ±1,39
100
TABELA 47 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da AQ e os 2 Bs dos
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 48, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável PAcel barra-
fundo (m/s²), considerando-se o GE dividido em LD e LE.
Grupos AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F p-valor
GC 0,14 0,15 0,16 0,17 0,16 0,19 0,21
1,07
0,387
n=14 ±0,07 ±0,05 ±0,08 ±0,07 ±0,06 ±0,11 ±0,13
LD 0,19 0,15 0,20 0,22 0,21 0,24 0,21
0,43
0,837
n=10 ±0,12 ±0,12 ±0,12 ±0,14 ±0,12 ±0,13 ±0,13
LE 0,15 0,16 0,13 0,26 0,21 0,26 0,20
2,23
0,051
n=12 ±0,11 ±0,10 ±0,09 ±0,14 ±0,10 ±0,11 ±0,11
101
TABELA 48– Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável PAcel barra-fundo (m/s²) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
A seguir, na Tabela 49, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável IPAcel barra-fundo (em segundos), considerando-se o lado da lesão do GE.
Observa-se que não houve prejuízo no nível de desempenho em relação ao último B da
AQ e os testes de RET e TR para o GC.
TABELA 49 – Comparações intragrupo, considerando o lado da lesão do GE,
relativas à variável IPAcel barra-fundo (em segundos), no último B da AQ e os 2 Bs dos
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B:Bloco.
Grupos AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F p-valor
GC 8,40 7,88 8,30 6,71 8,29 9,14 7,77 0,63 0,703
n=14 ±4,25 ±3,71 ±3,89 ±2,56 ±3,94 ±3,19 ±2,65
LD 9,99 10,57 11,08 8,72 9,29 9,26 9,29 0,83 0,548
n=10 ±2,77 ±2,50 ±2,90 ±2,24 ±2,47 ±3,66 ±4,26
LE 7,76 7,28 7,79 7,07 7,13 7,30 7,63 0,07 0,999
n=12 ±4,96 ±3,62 ±3,34 ±3,86 ±3,79 ±3,06 ±3,90
Grupos
AQ B 10 (A)
RET 1 B 1 (B)
RET 1 B 2 (C)
RET 2 B 1 (D)
RET 2 B 2 (E)
TR B 1 (F)
TR B 2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC n=14
1,93 ±1,48
2,77 ±1,92
2,28 ±1,50
2,51 ±1,12
2,34 ±1,48
2,75 ±0,95
1,98 ±1,17
0,79 -
LD n=10
2,41 ±1,08
2,68 ±0,91
2,22 ±0,79
3,19 ±1,39
3,30 ±2,07
3,84 ±1,40
2,89 ±1,28
1,93 -
LE n=12
2,75 ±1,14
2,75 ±1,36
2,60 ±0,97
4,24 ±3,35
3,32 ±2,90
4,07 ±3,25
3,77 ±3,45
0,76 -
102
A seguir, na Tabela 50, são apresentadas as comparações intragrupos
relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a
variável índice de desempenho, considerando-se o lado da lesão do GE. Observa-se
que houve deterioração da variável índice de desempenho para GC e LD em relação ao
último B da AQ com RET 2 e TR. O grupo LE apresentou deterioração apenas entre R1
e os demais testes (RET 2 e TR).
TABELA 50 – Comparações intragrupos, considerando o lado da lesão do
GE, relativas à variável índice de desempenho no último B da AQ e os 2 Bs dos testes
de RET 1, RET 2 e TR.
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
Na Tabela 51, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao
último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável posição do
antebraço (valor absoluto e percentual), considerando-se o GE dividido em LD e LE.
Grupos
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
F
p-valor ≤ .05
GC n=14
0,175 ±0,052
0,195 ±0,033
0,192 ±0,053
0,251 ±0,062
0,208 ±0,047
0,277 ±0,070
0,260 ±0,078
6,31
0,016 (A-D) <0,001 (A-F) 0,004 (A-G) 0,008 (B-F) 0,004 (C-F) 0,044 (C-G) 0,035 (E-F)
LD n=10
O,184 ±0,079
0,198 ±0,052
0,209 ±0,060
0,300 ±0,088
0,303 ±0,091
0,299 ±0,110
0,330 ±0,091
5,74
0,029 (A-D) 0,023 (A-E) 0,031 (A-F) 0,002 (A-G) 0,006 (B-G) 0,020 (C-G)
LE n=12
O,190 ±0,085
0,160 ±0,040
0,204 ±0,061
0,269 ±0,055
0,291 ±0,067
0,263 ±0,080
0,282 ±0,089
4,59
0,009 (B-D) 0,017 (B-F) 0,002 (B-G)
103
TABELA 51– Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,
referente à variável posição do antebraço (valor absoluto e percentual) no último B da
AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita, LE: lesão à esquerda, AQ: aquisição, RET1: retenção 1, RET2: retenção 2, TR: transferência; B: Bloco.
5.5 Análise intergrupos (GC X GE independentemente do lado da lesão) nos
testes de aprendizagem
Abaixo são apresentadas as análises intergrupos, sendo o GE
independentemente do lado da lesão, referentes às variáveis dependentes, nas
comparações do último B da AQ com os dois Bs dos testes de RET em curto e longo
prazos e TR.
Na FIGURA 10, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável luz-fundo (em segundos) no
Grupos Valor Absoluto
AQ B10 (A)
RET1 B1 (B)
RET1 B2 (C)
RET2 B1 (D)
RET2 B2 (E)
TR B1 (F)
TR B2 (G)
p-valor
≤ .05
GC Pronação 5
7,1% 5
7,7% 5
7,1% 6
8,3% 6
8,6% 1
1,4% 0
0,0%
0,023 (A-G)
0,018 (B-G)
0,023 (C-G)
0,014 (D-G)
0,012 (E-G)
n=14 Supinação 65
92,9% 60
92,3% 65
92,9% 66
91,7% 64
91,4% 70
98,6% 70
100%
LD Pronação 22
36,7% 20
30,8% 21
36,2% 10
16,9% 10
18,2% 19
32,8% 14
25,5%
0,015 (A-D)
0,027 (A-E)
0,018 (C-D)
0,032 (C-E)
0,048 (D-F)
n=10 Supinação 38
63,3% 45
69,2% 37
63,8% 49
83,1% 45
81,8% 39
67,2% 41
74,5%
LE Pronação 8
14,0% 7
12,7% 7
12,7% 9
15,8% 12
21,8% 2
3,4% 1
1,7%
0,044 (A-F)
0,014 (A-G)
0,023 (C-G)
0,024 (D-F)
0,007 (D-G) n=12 Supinação
49 86,0%
48 87,3%
48 87,3%
48 84,2%
43 78,2%
56 96,6%
57 98,3%
104
último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das comparações.
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco. FIGURA 10: Comparações intergrupo (considerando GE independentemente do lado da lesão) relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 11, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável luz-barra (em segundos) no
último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos em nenhuma das comparações.
105
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 11: Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e nos 2
Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 12, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável luz-mão (em segundos) no
último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos em nenhuma das comparações.
106
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 12 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e testes
de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 13, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável mão-barra (em segundos) no
último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos em nenhuma das comparações.
107
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 13 - Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 14, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável barra-fundo (em segundos)
no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos em nenhuma das comparações.
108
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 14 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 15 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável número de toques (%) no
último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente
significante entre GC e GE no primeiro B da RET 2 (p=0,034) e no primeiro da TR
(0,026).
109
Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 15 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável percentual do número de toques no último B da AQ
e testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 16 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável PAcel mão-barra (em m/s 2)
no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença
estatisticamente significante entre GC e GE no primeiro B da TR (F1,33 = 5,34; p=0,027).
110
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 16 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável PAcel mão-barra (em m/s 2) no último B da AQ e
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 17 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável IPAcel mão-barra (em
segundos) no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou
diferença estatisticamente significante entre GC e GE no primeiro B da RET 2 (F1,33 =
3,22; p=0,05).
111
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 17 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da
AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 18 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável PAcel barra-fundo (em m/s 2)
no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre GC e GE em nenhuma das fases.
112
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 18 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável PAcel barra-fundo (em m/s 2) no último B da AQ e
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 19 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável IPAcel barra-fundo (em
segundos) no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou
diferença estatisticamente significante entre GC e GE em nenhuma das fases.
113
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 19 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) no último B da
AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 20 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável índice de desempenho no
último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença
estatisticamente significante entre GC e GE no segundo B da RET 2 (F1, 33 = 4,18;
p=0,049).
114
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 20 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável índice de desempenho no último B da AQ e testes
de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 21 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,
independentemente do lado da lesão) referentes à variável posição do antebraço
(ocorrência de pronação, no momento que antecedeu a preensão da barra) no último B
da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente significante
entre GC e GE no último B da AQ ( p=0,002); RET1 B1 (p=0,011); RET1 B2 (p=0,003);
RET2 B2 (p=0,039); TR B1 (p=0,001); TR B2 (p=0,001).
115
Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 21 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável posição do antebraço (percentual ocorrência de
pronação, no momento que antecedeu a preensão da barra) no último B da AQ e testes
de RET 1, RET 2 e TR.
5.6 Análise intergrupos (GC X GE considerando o lado da lesão) nos testes de
aprendizagem
Abaixo são apresentadas as análises intergrupos, considerando o lado da
lesão, referentes às variáveis dependentes, nas comparações do último B da AQ com os
dois Bs dos testes de retenção em curto e longo prazos e TR.
Na Figura 22, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e
nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.
116
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 22 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 23, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e
nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA two-way detectou diferença
estatisticamente significante entre o LE e GC na RET 2 (F2,32 = 2,20; p=0,017), refletindo
pior desempenho do LE no primeiro B da RET 2.
117
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 . Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 23 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 24, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e
nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.
118
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 24– Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 25, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e
nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.
119
Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 25 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes
de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 26, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e
nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.
120
Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 26 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes
de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 27, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável número de toques (%) no último B da AQ e nos
2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente significante
entre os GC e LD na RET2 B1 (p=0,012); GC e LE na RET2 B2 (p=0,043); GC e LE na
TR B1 (p=0,009); LD e LE na RET 2 B2 (p=0,012).
121
Teste não-paramétrico – Igualdade de Duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 27 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão, relativas à variável número de toques (%) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 28, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável PAcel mão-barra (m/s2) no último B da AQ e
nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença
estatisticamente significante entre os GC e LE na RET1 B2 (F2,32 = 3,84; p=0,031), na
RET2 B1 (F2,32 = 4,24; p=0,036), na RET 2 B2 (F2,32 = 5,9; p=0,010) e na TR B1 (F2,32 =
4,32; p=0,016). Houve, também, diferença entre LD e LE na RET1 B1 (F2,32 = 3,86;
p=0,045), na RET2 B1 (F2,32 = 4,24; p=0,046) e na RET 2 B2 (F2,32 = 5,90; p=0,020).
122
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 28 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável PAcel mão-barra no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1,
RET 2 e TR.
Na Figura 29, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da
AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma fase.
123
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 29 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável IPAcel mão-barra no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1,
RET 2 e TR.
Na Figura 30, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável PAcel barra-fundo (em m/s2 ) no último B da AQ
e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma fase.
124
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 30 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão, relativas à variável PAcel barra-fundo (em m/s2) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 31, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) no último B
da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença
estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma fase.
125
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 31 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos
testes de RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 32, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-
se o lado da lesão) referentes à variável índice de desempenho no último B da AQ e nos
2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença estatisticamente
significante entre os GC e grupo LD na RET2 B2 (F2,32 = 6,58; p=0,005) e no LD e LE na
RET2 B2 (F2,32 = 6,58; p=0,020).
126
Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 32 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,
relativas à variável índice de desempenho no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de
RET 1, RET 2 e TR.
Na Figura 33 apresentam-se os dados intergrupos considerando-se o lado da
lesão do GE) referentes à variável posição do antebraço (ocorrência de pronação, no
momento que antecedeu a preensão da barra) no último B da AQ e testes de RET 1,
RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente significante entre GC e LD na RET2 B1
(p=0,012); GC e LE na RET 2 B2 (p=0,043); LD e LE na RET2 B2 (p=0,012).
127
Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.
FIGURA 33 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente
do lado da lesão) relativas à variável posição do antebraço (percentual ocorrência de
pronação, no momento que antecedeu a preensão da barra no último B da AQ e testes
de RET 1, RET 2 e TR.
5.7 Síntese dos resultados intragrupo
Considerando-se os resultados das variáveis dependentes em conjunto, é
possível dizer que houve melhora do desempenho para o GE (refletindo em redução do
tempo, antecipação pico aceleração na segunda parte da ação e melhora coordenação
dinâmica) em um grande número de variáveis: luz-fundo, luz-barra, luz-mão, mão-barra,
barra-fundo, IPAcel barra-fundo, índice de desempenho.
O LE melhorou nas medidas: luz-fundo, luz-barra, mão-barra, barra-fundo e
índice de desempenho. Já o LD melhorou nas medidas: luz-fundo, luz-barra, luz-mão,
barra-fundo e índice de desempenho. Salienta-se diferença entre LE e LD, pois LE não
128
melhorou na medida luz-mão (tempo de reação) e LD não melhorou em mão-barra.
O GC melhorou nas variáveis: luz-barra, número de toques, IPAcel mão-
barra, IPAcel barra-fundo e índice de desempenho (refletindo em redução do tempo,
antecipação pico aceleração na primeira e na segunda parte da ação e melhora
coordenação).
Com base nestes achados durante a fase de AQ, a seguir na FIGURA 34,
apresenta-se a síntese dos resultados no que se refere aos testes de aprendizagem
para todos os grupos e, portanto somente para as medidas em que
houve melhora significante do desempenho ao longo da AQ. Mais especificamente,
apresenta-se a comparação entre o último B da AQ e os testes de RET 1, RET 2 e TR.
Esta comparação é central ao estudo, pois expressa a ocorrência ou não da
aprendizagem e será interpretada na medida em que ocorreu manutenção ou piora do
nível de desempenho obtido ao final da AQ, quando os grupos foram testados na RET e
TR.
129
Grupos Medidas
AQ B10 X TESTES (RET 1, RET 2 e TR) GC GE LD LE
Luz-fundo - Piora RET 2 e TR
Mantém desempenho (*Piora: RET1-
RET2) Luz-barra Piora RET 2 Piora RET 2 Luz-mão - - Mão-barra - - Barra-fundo - Piora RET 2
e TR
Número de toques Piora TR - - - PAcel mão-barra - - - - IPAcel mão-barra - - - PAcel barra-fundo - - - - IPAcel barra-fundo - - Índice desempenho Piora RET 2
e TR Piora RET 2
e TR Piora RET 2
eTR Mantém
desempenho (*Piora: RET1-
RET2) Posição antebraço - - - -
Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; LD: lesão à direita; LE: lesão à
esquerda; RET 2: retenção em longo prazo; TR: transferência; (-): variáveis em que não houve melhora do
desempenho na AQ; : manutenção do desempenho entre AQ B10 e testes.
FIGURA 34 – Síntese dos resultados indicando manutenção ou piora nos
níveis de desempenho referentes à comparação entre o último B da AQ e os testes de
RET e TR.
Os resultados referentes ao teste de RET em curto prazo mostram que não
houve prejuízos para nenhum dos grupos. Já quanto aos testes de RET em longo prazo
e TR, é possível dizer que houve manutenção dos níveis de desempenho obtidos no
B10 AQ, para o GE, nas medidas: luz-mão, mão-barra e IPAcel barra-fundo. Porém,
houve deterioração do desempenho nas medidas luz-fundo, luz-barra e barra-fundo e
índice de desempenho.
No grupo LD, houve manutenção do desempenho para todas as variáveis na
130
RET e TR (exceto para a variável índice de desempenho). Já para o LE houve
deterioração do desempenho nos testes de RET para a variável mão-barra, barra-fundo
e índice de desempenho. Houve deterioração entre RET 1 e RET 2 para o LE nas
variáveis: luz-fundo e índice de desempenho.
5.8 Síntese dos resultados intergrupos
Essencialmente, houve diferença entre os grupos GC e GE na RET 2 para a
variável relativa ao planejamento da segunda parte da tarefa (IPAcel barra-fundo).
Nas comparações relativas ao lado da lesão (GC x LD x LE) houve diferença
entre GC e LE na RET 2 para a variável que reflete o planejamento luz-barra. Já em
relação ao GC e LD, houve diferença na RET 2 para a variável índice de desempenho.
E as diferenças encontradas entre LD e LE foram na RET 2 para a variável índice de
desempenho.
131
5 DISCUSSÃO
Considerando o objetivo geral do estudo relativo à investigação e
comparação da aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de
planejamento (tanto por meio dos testes de RET quanto TR) em sujeitos pós-AVE (com
LD e LE) e sujeitos saudáveis, a discussão dos dados seguirá a mesma ordem de
apresentação dos resultados a fim de responder os objetivos específicos e às predições
realizadas.
No que se refere aos resultados, cabe dar ênfase que, quanto à
caracterização da amostra, em todos os dados demográficos, os grupos não se
apresentaram diferentes, tanto nas comparações entre LD e LE, quanto em relação ao
GC. Nesse sentido, as diferenças obtidas no desempenho e na aprendizagem da
habilidade não podem ser atribuídas a heterogeneidade da amostra.
Objetivo 1: Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com
alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.
Predição 1: Os sujeitos pós-AVE (GE) e os sujeitos saudáveis (GC)
apresentariam melhora no desempenho da habilidade motora ao longo da fase de
AQ.
Os achados do presente estudo confirmaram esta predição para o GE, haja
vista a melhora do desempenho ao longo dos Bs da AQ para um grande conjunto de
variáveis. Já em relação ao GC, os resultados confirmaram parcialmente a predição,
pois houve melhora do desempenho nas variáveis luz-barra, IPAcel mão-barra, IPAcel
barra-fundo, índice de desempenho e número de toques ao longo da AQ. Porém, a
variável luz-fundo (relativa à meta da ação) não se alterou ao longo da AQ.
Esta melhora do GC nas variáveis luz-barra e IPAcel refletem melhora na
capacidade de planejamento da ação, pois expressam que houve antecipação para
viabilizar a meta de inserção da barra no orifício. SCHAEFER e SAINBURG (2008)
relatam que quanto mais antecipado for o instante em que ocorre o pico da aceleração
132
mais se pode dizer que a ação está sendo controlada por circuito aberto.
Esta melhora, porém, não foi suficiente para refletir na meta da ação e, por
isso, não houve melhora na variável luz-fundo, para este grupo. Neste sentido, deve-se
ter cautela ao dizer que o GC aprendeu a tarefa, pois as mudanças ao nível de
desempenho que ocorreram nas outras variáveis não refletiram em melhora no tempo
total da ação.
A melhora do GC na variável número de toques pode ser explicada pelo fato
destes sujeitos terem executado a tarefa com o braço não-dominante, pois, segundo
BAGESTEIRO e SAINBURG (2002; 2003) e SCHAEFER e SAINBURG (2009), o braço
não dominante atua via circuito fechado, ou seja, por meio de feedback proveniente da
execução da ação e, por isso, possui ênfase no controle final da tarefa. Assim, a
diminuição do número de toques ao longo da AQ é reflexo da melhora no planejamento
da ação (luz-barra e IPAacel), pois indica que houve influência desta especialização do
membro não-dominante ao longo dos Bs da AQ.
Pode-se, também, dizer que o GC já apresentava níveis de desempenho
maiores no início da prática e, ao longo dela, aprimorou-se até atingir, provavelmente,
seu platô. Este limiar pode ser observado nas medidas de tempo de reação (luz-mão) e
tempo total da resposta (luz-fundo). Quanto ao tempo de reação, STEINBERG (1978;
2001) afirma que esta medida é proporcional à complexidade da tarefa sendo
dependente do número de elementos em sequência para compor a ação. STEINBERG
(2001) e KAWATO (1999) consideram que são necessários dispor de cerca de 100-120
ms de tempo de reação para cada componente de uma ação. Assim, considerando-se
os elementos que compõe a tarefa, quais sejam, alcance, preensão, transporte e
inserção, o tempo de reação do GC manteve-se inalterado ao longo do desempenho,
ficando por volta de 0,4 s ou 400 ms.
Estes resultados divergentes entre os grupos permitem questionar sobre as
diferenças em relação à quantidade de prática necessária para refletir na melhora do
desempenho quando se comparam grupos com certa habilidade na tarefa e grupos
inexperientes. Um fator que, talvez, possa explicar por quê algumas variáveis não se
133
alteraram ao longo da AQ para o GC pode ser a desmotivação, que se apresentou em
alguns sujeitos do GC em relação à tarefa. A motivação tem sido apontada como um
fator importante para a aprendizagem (LEWTHWAITE, 1990), bem como o grau de
desafio oferecido ao aprendiz durante a prática de uma tarefa, tanto em estudos em
animais (PLAUTZ et al, 2000; TILLERSON & MILLER, 2002; PIETROPAOLO, FELDON,
ALLEVA, CIRULLI & YEE, 2006) quanto em humanos (NUDO & FRIEL, 1999; CAREY et
al, 2005; KLEIM & JONES, 2008).
Além de inserir maior desafio ao GC durante a AQ, pode-se levar em conta,
também, a possibilidade de, investigar a quantidade ótima de prática necessária para
sujeitos com diferentes níveis de habilidade, já que, conforme descrevem ONLA-OR e
WINSTEIN (2008), a demanda das condições de prática desempenha um papel crítico
na promoção da aprendizagem motora, tanto para sujeitos saudáveis quanto para
neurologicamente comprometidos, sendo, portanto, um desafio aos pesquisadores lidar
com diferentes níveis de habilidade, que são inerentes ao uso de GC no delineamento
de estudos que investigam uma população neurológica (DANCAUSE et al, 2002;
CIRSTEA et al, 2003).
Quanto ao desempenho do GE na habilidade motora durante a AQ, pode-se
afirmar que houve melhora, pois das 12 variáveis dependentes, 7 apresentaram-se
sensíveis à melhora ao longo dos Bs da AQ. Dentre estas variáveis destaca-se a
melhora no tempo total da resposta (luz-fundo), que reflete a meta da ação. Esta
melhora pode ser explicada por meio da diminuição na variável luz-barra (primeira parte
da ação) e da diminuição da variável IPAcel barra-fundo (antecipação do pico
aceleração da segunda parte da ação), refletindo melhor planejamento e repercutindo
na melhora da meta.
Quanto ao LD e LE na AQ, é possível afirmar que houve, também, melhora
no desempenho para ambos os grupos, pois um grande conjunto de variáveis
apresentou-se melhor com a prática, incluindo o tempo total de resposta (luz-fundo).
Cabe ressaltar que o LD não conseguiu melhorar o desempenho na variável mão-barra
e o LE na variável luz-mão (tempo de reação). Além disso, o LE apresentou maiores
134
tempos parciais em todas as medidas, exceto para o tempo de reação, quando
comparado ao LD. O maior tempo de reação apresentado pelo LD, principalmente nos
primeiros Bs, sugere que este tempo foi utilizado para planejar a ação (antevê-la) antes
de executá-la. Ao final do B 10, pode-se notar significativa melhora do desempenho do
LD, muito embora no B 1 estes valores fossem muito maiores que LE.
Esta melhora do LD no tempo de reação e os pequenos valores temporais do
LD durante a AQ podem ser explicados por duas razões: a primeira é que o hemisfério
esquerdo parece ter especialização maior para controlar parâmetros temporais e,
estando íntegro neste grupo, favoreceu seu desempenho (PLOURDE & SPERRY, 1984;
HARRIGTON & HAALAND, 1991; ELLIOT et al, 1993; HAALAND & HARRINGTON,
1996; VELAY & DUBROCARD 1999; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004;
RUMIATI, 2005; HAALAND, 2006; VOOS et al, 2007). A segunda, também se refere ao
fato de os sujeitos com lesão à LD poderem utilizar o hemisfério esquerdo que, em
tarefas cuja demanda de planejamento é maior, necessita ter maior ativação das áreas
parietal e dorsal pré-motora a fim de garantir a seleção do efetor e a organização
abstrata da sequência (HAALAND et al, 2004).
Os achados relativos ao maior tempo de execução para o LE corroboram aos
estudos de HAALAND et al (1987); HARRIGTON e HAALAND (1991; 1994);
HERMSDÖRFER, ULRICH, MARQUARDT, GOLDENBERG e MAI (1999); HAALAND et
al (2004) nos quais os sujeitos com LE também apresentaram maior lentidão na
execução dos movimentos. Em todos estes estudos, no entanto, o LE apresentou maior
tempo de reação, o que, segundo os autores, reflete maior dificuldade na seleção dos
programas de ação. Porém, estes achados não estão de acordo com os resultados do
presente estudo que mostram que o tempo de reação no LE é menor do que no LD no
início da AQ, sendo que, ao longo desta fase, os grupos tendem a assemelhar-se na
duração do tempo de reação. Contudo, mesmo assemelhando-se ao LD, o LE não
consegue apresentar melhora do desempenho nesta variável de forma estatisticamente
significante.
Notou-se, também, que nos sujeitos com LE os valores do PAcel foram
135
menores que LD. Estes achados também são expressos no recente estudo de
HAALAND, SCHAEFER, KNIGHT, ADAIR, MAGALHÃES, SADEK & SAINBURG (2009),
o qual descreve importantes déficits no controle dinâmico da modulação do torque e
aceleração em sujeitos com LE. Quanto ao IPAcel, o LE apresentou valores maiores, ou
seja, apresentou o pico da aceleração mais atrasado, o que corrobora com os achados
anteriores que afirmam sobre o comprometimento no planejamento do LE.
Cabe salientar, ainda que, o fato de o grupo LE apresentar menores tempos
de reação não significa que os mesmos foram capazes de selecionar o programa de
ação adequado para a tarefa, já que os outros tempos parciais e o tempo total de
resposta mantiveram-se altos, em relação ao LD. Em razão disso, as funções de
seleção do programa de ação e capacidade de planejamento, atribuídas ao hemisfério
esquerdo podem explicar estas diferenças entre os grupos (HAALAND et al, 2000;
HAALAND et al, 2004).
Estas comparações dos estudos de HAALAND com os dados do presente
estudo, relativos ao desempenho na AQ, podem ser feitas na medida em que HAALAND
apresenta o comportamento destes sujeitos em função do lado da lesão, apenas ao
nível do desempenho, já que a autora não investiga a aprendizagem. Além disso, os
estudos de HAALAND foram fundamentais na construção das predições levantadas no
presente estudo, pois foi com base neste conjunto de dados relacionados ao
desempenho, que se levantou a necessidade de investigação considerando o fenômeno
aprendizagem.
Objetivo 1: Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com
alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.
Predição 2a: O GE apresentaria déficit na aprendizagem observados
tanto por meio dos testes de RET, quanto da TR.
Em relação à predição levantada, os achados do presente estudo
confirmaram tal predição para o GE, pois embora o GE não tenha apresentado
comprometimento nos testes de RET em curto prazo, houve importante deterioração na
136
RET 2 e TR para um grande número de variáveis.
Ressalta-se que o tempo que decorreu entre o último B da AQ para o primeiro
B da RET 1 foi de, apenas, 10 minutos. Assim, este intervalo sem prática da habilidade
não foi suficiente para impedir a observação do grau de permanência (em curto prazo)
do nível de desempenho atingido na AQ. Estes achados são semelhantes aos
encontrados por WINSTEIN et al (1999), em que os sujeitos com AVE demonstraram
aumento de acuidade e consistência com a prática durante a fase de AQ e relativa
permanência destes ganhos na retenção em curto prazo.
Já em relação aos testes de RET em longo prazo, os resultados confirmaram
a predição acima, que salienta a deterioração do nível de desempenho quando avaliado
seu grau de permanência após 2 dias sem prática da tarefa. Esta deterioração do
desempenho pôde ser observada nas variáveis relativas ao tempo total da ação (luz-
fundo), luz-barra (medida relativa ao planejamento), barra-fundo (medida aos ajustes
finais que viabilizam o inserção da barra) e índice de desempenho, ou seja, refletiu na
tarefa como um todo de forma significativa. Os níveis de desempenho atingidos pelo GE
no primeiro B da RET 2 assemelham-se aos níveis no primeiro B da AQ, o que denota
déficit na aprendizagem da habilidade.
De forma similar, o estudo de HANLON (1996) também detectou
comprometimento da aprendizagem mensurada no teste de RET em longo prazo para
os sujeitos pós-AVE. Porém, longo prazo, neste estudo era representado por 7 dias,
diferentemente do presente estudo, o qual foi delineado longo prazo após 2 dias sem a
prática da tarefa. Nesse sentido, os déficits encontrados na aprendizagem de sujeitos
com AVE parecem ser, realmente, expressivos em um pequeno período de tempo,
sendo que apenas 2 dias são suficientes para deteriorar os níveis de desempenho
obtidos com a prática.
Por sua vez, o estudo de CIRSTEA et al (2003) e o estudo de WINSTEIN et al
(2007) revelaram que o comprometimento no teste de RET ocorreu para o grupo de
grau de acometimento grave pós-AVE, justificando tal deterioração em função dos
déficits atencionais. Na amostra do presente estudo, houve a preocupação de não incluir
137
sujeitos com grau de comprometimento grave, a fim de evitar este efeito, já conhecido
na literatura. Por isso, foram somente incluídos sujeitos leves e moderados que se
encontram uniformemente distribuídos nos dois grupos. Deste modo, os déficits
encontrados neste conjunto de dados não dependem da gravidade da lesão e mostram,
inclusive que sujeitos leves e moderados, também apresentam comprometimento na
RET em longo prazo, conforme os achados do presente estudo.
Outros estudos também reforçam os prejuízos na aprendizagem mensurada
pelos testes RET em longo prazo na população acometida por AVE (TORRIANI,
STEINBERG & FREUDENHEIM, 2007; TORRIANI, TORINO, RUSTICCI, ARAUJO &
FREUDENHEIM, 2008).
Neste contexto, quais podem ser as razões que justificam estes déficits?
Conforme descreve BOYD et al, (2007), nem todos os indivíduos pós-AVE apresentam a
habilidade de demonstrar ocorrência da aprendizagem motora implícita em diferentes
tarefas. Por isso, é importante salientar que alguns fatores podem gerar variações na
magnitude da permanência do nível de habilidade testada, tais como variações na
natureza ou complexidade da tarefa, grau de severidade da lesão e a não padronização
de testes de aprendizagem, que invariavelmente são feitos em um pequeno período de
tempo após a prática. Mas, os prejuízos encontrados nos testes de RET em longo prazo
refletem alterações de memória nestes sujeitos, o que confere com a pontuação
recebida no MEEM e na escala de prognóstico de Orpington.
Ressalta-se a natureza da tarefa como possível justificativa para os déficits
na aprendizagem do GE, haja vista que é classificada como predominantemente
cognitiva, por apresentar alta demanda de planejamento (SCHMIDT & WRISBERG,
2001).
No que se refere à predição de que o GE apresentará comprometimento na
aprendizagem (de uma tarefa com grande demanda de planejamento) observados por
meio dos testes de TR, os achados confirmam parcialmente esta hipótese, pois, pode-se
dizer que houve aprendizado para as variáveis luz-mão, mão-barra e IPAcel barra-
fundo, que refletem em conjunto, o planejamento para a ação. Assim, estes sujeitos,
138
independentemente do lado da lesão apresentaram dificuldade de manter (por dois dias)
o nível de habilidade adquirido. Porém, quando testado o aspecto da adaptabilidade das
mudanças no programa de ação, nas medidas que refletem planejamento, o GE
apresentou a habilidade de transferência. SCHMIDT (1975) afirma que o teste da TR é
essencial para observar a aprendizagem como um processo que viabiliza a capacidade
de transferir condições adquiridas, mesmo após modificações impostas na tarefa, desde
que os movimentos a serem executados pertençam a uma mesma classe de
movimentos, fato este que foi mantido no delineamento do estudo.
É possível afirmar que o GE aprendeu a planejar a tarefa e foi capaz de
transferir o adquirido. Contudo, não aprendeu a executar e controlar o que foi planejado,
já que as medidas que refletem ajustes finais e cumprimento da meta apresentaram
deterioração (luz-fundo, barra-fundo e índice de desempenho).
Assim, quanto à predição 2a, é possível afirmar que a aprendizagem de uma
habilidade motora alta demanda de planejamento, após uma lesão encefálica encontra-
se comprometida, quando testada por meio da RET em longo prazo e do teste de TR.
Quanto ao GC, dentre as medidas em que houve melhora do desempenho
(com exceção do número de toques e índice de desempenho), notou-se manutenção do
desempenho mesmo nos testes. Ou seja, para as variáveis luz-barra, IPAcel mão-barra,
IPAcel barra-fundo houve manutenção dos níveis de desempenho da habilidade
adquirida na AQ, quando testado na RET e TR. Porém, houve comprometimento para o
GC na variável índice de desempenho na RET 2 e TR e no número de toques na TR, o
que, de certa forma, reflete algum déficit na aprendizagem da habilidade.
Objetivo 1: Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com
alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.
Predição 2b: Estes déficits na aprendizagem observados tanto por meio
dos testes de RET, quanto da TR ocorreriam tanto no LD quanto no LE.
Em relação à predição levantada, os achados do presente estudo
confirmaram tal predição, pois tanto LD quanto LE apresentaram déficits, nos testes de
139
RET e TR, embora este comprometimento tenham sido em magnitude diferente.
O grupo com LD apresentou deterioração apenas na variável índice de
desempenho nos testes de RET 2 e TR. Esta deterioração assemelhou-se ao GC e,
talvez, possa ser explicada pelo fato de estes dois grupos apresentarem os hemisférios
esquerdos íntegros, cuja especialidade é selecionar o programa e fazer os ajustes
dinâmicos do movimento por circuito aberto. Assim, como estes grupos melhoraram e
mantiveram os níveis de desempenho, nos testes, para as variáveis relacionadas ao
planejamento (luz-barra e IPAcel), pode-se dizer que eles aprenderam a planejar a ação
e, optaram por ajustar, online, alguns parâmetros da coordenação do movimento (vista
pela variável índice de desempenho).
Por outro lado, o grupo LE apresentou deterioração do nível de desempenho
quando avaliado seu grau de permanência após 2 dias sem prática da tarefa. Esta
deterioração do desempenho pôde ser observada nas variáveis relativas ao tempo total
da ação (luz-fundo), luz-barra (medida relativa ao planejamento), luz-mão (tempo de
reação), ou seja, refletiu na tarefa como um todo, predominantemente nas medidas
referentes ao planejamento.
Esses resultados podem ser explicados à luz da especialização hemisférica
que preconiza que o hemisfério esquerdo tem, predominantemente, a função de
planejamento (por exemplo, HAALAND, HARRINGTON & KNIGHT, 2000; HAALAND,
ELSINGER, MAYER, DURGERIAN & RAO, 2004). Mais especificamente, há evidências
de que o hemisfério esquerdo apresente superioridade na seleção e armazenamento do
programa motor e no planejamento da ação, incluindo o processamento do controle
sequencial de movimentos. Por isso, o LE apresenta dificuldade em selecionar o
programa de ação adequado, e não obteve melhora do desempenho para a variável luz-
mão, que reflete tempo de reação. Estes achados são confirmados pelo estudo de
HARRIGTON e HAALAND (1991), no qual o grupo LE apresentou maior lentidão na
execução dos movimentos e maior dificuldade na seleção dos programas de ação,
representados por maiores tempos de reação.
Assim, quando se analisam os achados do presente estudo de forma
140
associada à literatura descrita por SAINBURG (2002); SAINBURG e KALAKANIS,
(2000) e SCHAEFER et al, (2009) é possível, justificar a lentidão na execução dos
movimentos e os déficits encontrados nos sujeitos com LE em função do controle por
circuito aberto, cuja responsabilidade é do hemisfério esquerdo. Já que este hemisfério
encontra-se lesado no grupo de LE, a função de seleção do programa de ação e
controle de movimentos que ocorrem na ausência de informações sensoriais torna-se
prejudicada. Este fato é observado por meio do prejuízo nas variáveis de planejamento
do presente estudo (luz-barra, luz-mão e luz-fundo).
Nesse grupo, por conseguinte, o hemisfério direito estava íntegro, haja vista
que somente foram incluídos sujeitos com um único evento vascular. Assim, sendo este
hemisfério responsável pelo controle via circuito fechado, pode-se dizer que a
aprendizagem dos parâmetros de controle que foram planejados ocorreu por tentativa e
erro, fazendo-se uso das informações provenientes de cada tentativa, o que refletiu na
aprendizagem das variáveis barra-fundo e mão-barra (SAINBURG & KALAKANIS, 2000;
SAINBURG, 2002; SCHAEFER et al, 2009). Portanto, esta melhora do desempenho na
AQ e manutenção destes níveis nos testes para o grupo LE ocorreu, provavelmente, em
virtude da tarefa ser classificada como de circuito fechado (SCHMIDT & WRISBERG,
2001), ou seja, dependente de feedback, favorecendo a atuação do hemisfério direito
que pôde suplantar a função do hemisfério lesionado durante a aprendizagem da
habilidade. Estes achados estão de acordo com o estudo de HAALAND et al (1987).
Deste modo, em conformidade com KAWATO (1999) e HAALAND et al
(2004), o grupo com LE fez uso do sistema de controle fechado mediado pelo hemisfério
direito, no qual a informação sensorial (feedback) é utilizada para orientar a ação. Na
medida em que a tarefa vai reproduzindo-se, os centros de controle são mantidos
atualizados sobre a correção necessária e/ou realizada durante a execução do
movimento. Ou seja, existe a comparação da resposta gerada com a informação
recebida e, portanto, a resposta é produzida ou modificada de acordo com tal análise
comparativa (KAWATO, 1999; MAGILL, 2000). Neste mecanismo de controle são
gerados erros relativos a tais comparações entre o realizado e o previsto e as correções
141
dos erros são feitas online, ou seja, ao longo da execução do movimento por intermédio
do comando do hemisfério direito (HAALAND et al, 2004). Estas razões justificam a
aprendizagem, principalmente, dos parâmetros de controle relativos ao final da tarefa
para o LE.
Além disso, o fato do grupo com LD ter apresentado menos déficits na
aprendizagem da tarefa pode ser explicado na medida em que o hemisfério esquerdo
parece ter especialização maior para controlar parâmetros temporais dos movimentos e,
estando íntegro neste grupo, favoreceu este processo (PLOURDE & SPERRY, 1984;
HARRIGTON & HAALAND, 1991; ELLIOT et al, 1993; HAALAND & HARRINGTON,
1996; VELAY & DUBROCARD 1999; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004;
RUMIATI, 2005; HAALAND, 2006; VOOS et al, 2007).
Assim, é possível afirmar que os déficits na aprendizagem observados tanto
por meio dos testes de RET, quanto da TR são dependentes do lado da lesão, de modo
que sujeitos com LE apresentaram comprometimento na aprendizagem de uma
habilidade com demanda alta de planejamento. Em relação à predição acima, na qual os
prejuízos encontrados na aprendizagem de sujeitos pós-AVE seriam independentes do
lado da lesão, esta foi confirmada, já que houve prejuízo tanto em LD quanto em LE.
Porém, o grupo LD não foi tão sensível aos testes de RET 2 e TR, como o
LE, podendo-se afirmar que LD aprendeu a planejar a ação e apresentou déficits na
aprendizagem dos parâmetros de controle dinâmico da ação, fato este que corrobora
aos achados de WINSTEIN e POHL, 1995. Ao passo que os sujeitos LE não
apresentaram a aprendizagem da capacidade de planejamento da habilidade motora
com tal demanda, sendo muito sensíveis nos testes de RET 2 e TR.
Objetivo 2: Comparar a aprendizagem de uma habilidade motora manual
com demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.
Predição 3: Em função da alta demanda de planejamento, haveria
diferença na aprendizagem (mensurada por meio do desempenho nos testes de
RET e TR), entre o GC e o GE.
142
Em relação à predição acima, os achados do presente estudo confirmaram tal
predição, pois houve diferença entre GC e GE na variável IPAcel mão-barra na RET 2.
Ou seja, esta diferença foi na capacidade de antecipar o pico da aceleração na primeira
parte da tarefa, sendo que GE tende a atrasar o pico de aceleração. Esta diferença
reflete déficit no planejamento da ação para o GE, quando comparado ao GC.
Objetivo 2: Comparar a aprendizagem de uma habilidade motora com
alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.
Predição 4: Em função da grande demanda cognitiva (especificamente
de planejamento), haveria diferença na aprendizagem (mensurada por meio do
desempenho nos testes de RET e TR), entre o GC, LD e LE.
Em relação à predição acima, os achados do presente estudo confirmaram
tal predição, pois houve diferença detectada nas comparações entre os grupos GC-LE
nas variáveis luz-barra (relativa ao planejamento) na RET 2; entre GC-LD e LD-LE na
variável índice de desempenho na RET 2.
Todas as diferenças encontradas apontam que o grupo LE apresenta déficits
em relação aos demais grupos. E, estes déficits ocorrem na RET em longo prazo.
Conforme já mencionado, não existem dados que estabeleçam
comprometimento no processo de aprendizagem em função do lado da lesão. Desta
forma, estes achados são importantes para que se possa compreender quais as
implicações das especializações hemisféricas no comportamento motor de tais
pacientes.
De forma surpreendente, não houve impacto na aprendizagem mensurada por
meio do teste de TR. Assim, estes achados podem ser explicados quando se observam
os resultados nos dois blocos de cada teste (RET 2 no B1 e B2, bem como TR no B1 e
B2). Pode-se dizer que, embora, haja comprometimento na capacidade de retenção em
longo prazo, estes déficits foram notados essencialmente no bloco 1 dos mesmos.
Portanto, os pacientes pós-AVE não conseguem reter em longo prazo, mas uma
pequena quantidade de prática (apenas 5 tentativas que compõe um B) é suficiente para
143
recuperar o desempenho e torná-lo capaz de transferir o que fora aprendido.
Deste modo, cabe levantar algumas questões: será que os sujeitos pós-AVE
apresentam somente comprometimento na memória para retenção dos níveis de
desempenho atingidos durante a prática? De que maneira o teste de TR deve refletir o
poder de generalização da habilidade praticada para outras ditas similares? Seria
interessante avaliar a existência da RET após o teste de TR?
O teste de TR, no presente estudo, foi de fundamental relevância na medida
em que o predomínio da demanda da tarefa consistiu no planejamento, que deve conter
o programa de ação, o qual quanto mais abstrato e menos detalhado, melhor o poder de
generalização para habilidades similares (MULDER, 1991; KLEIM & JONES, 2008).
Esperava-se que os sujeitos com LE, por apresentarem este hemisfério lesionado,
apresentariam prejuízos expressivos no teste de TR, que conforme descreve a literatura,
reflete a formação e seleção do programa para a ação. Porém, estes dados não foram
confirmados.
Sugere-se, para próximos estudos, que esta questão relativa à formação e
seleção do programa de ação seja melhor investigada à luz da especialização
hemisférica, nesta população.
6.1 Considerações metodológicas e limitações do estudo
Diante da complexidade do estudo e do número de variáveis dependentes
investigadas, algumas considerações acerca das delimitações e das limitações
encontradas ao longo da realização deste estudo fazem-se necessárias.
Quanto ao tamanho amostral, embora tenham sido incluídos para o estudo
apenas 22 sujeitos pós-AVE (sendo 10 LD e 12 LE), deve ser ressaltado que a causa da
pequena amostra deve-se aos critérios de inclusão/exclusão, que se mantiveram
bastante rígidos e resultaram em uma amostra homogênea nas mais diversas
144
características demográficas. Quando se compara o tamanho amostral de outros
estudos nesta mesma área de investigação, com pacientes pós-AVE, nota-se que a
amostra varia entre 5 a 15 sujeitos por grupo, o que permite dizer que se deve, portanto,
à dificuldade de selecionar sujeitos semelhantes, dado que o AVE produz uma extensa
variedade de quadro clínico.
Quanto à tarefa, foi possível fazer inferências sobre a elaboração de um
programa de ação, dotado da capacidade de selecionar as soluções mais apropriadas
para antecipar seu desempenho. Estas inferências, porém, devem ser analisadas com
cautela, já que foram feitas, somente, por meio de dados temporais e espaciais.
Outro fator que pode ter interferido nos resultados e que deve ser discutido e
apontado como limitações do estudo refere-se à seleção de apenas destros para a
composição da amostra combinada à solicitação da utilização do membro superior
menos acometido na realização da tarefa. Esta decisão permite levantar um fator de
confusão na interpretação dos dados na medida em que os pacientes com LE que
apresentaram pior desempenho executaram a tarefa com o membro não-dominante, já
que todos os sujeitos eram destros. Deste modo, a lentidão dos movimentos encontrada
nos sujeitos com LE pode ser compreendida tanto pela especialização hemisférica,
quanto pela realização da tarefa com o braço menos acometido, qual seja o não-
dominante antes da lesão, conforme apontam os estudos de HERMSDÖRFER et al,
(1999) e STEENBERGEN e VAN DER KAMP, (2004).
Assim, sugere-se para os próximos estudos a inclusão de um grupo que
efetue a tarefa com a mão dominante, tanto no GE quanto no GC para que este viés
seja eliminado da interpretação dos resultados. Num delineamento ideal futuro,
deveriam ser incluídos destros, realizando a tarefa com mão dominante e não
dominante, com lesão à direita e esquerda em subgrupos de grau de acometimento leve
e moderado, a fim de esclarecer de forma aprofundada tais problemas apontados no
presente estudo.
145
7 CONCLUSÃO
Em relação aos objetivos do presente estudo, no que concerne à investigação
da aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de planejamento em
sujeitos saudáveis e pós-Acidente Vascular Encefálico, os resultados permitem concluir
que:
1. Os sujeitos pós- Acidente Vascular Encefálico são capazes de aprender uma
habilidade motora com alta demanda de planejamento.
2. Porém, há déficit de aprendizagem destes sujeitos quando comparados aos
sujeitos saudáveis.
3. Os sujeitos com lesão à esquerda apresentam importante comprometimento
na aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de planejamento,
quando comparados ao grupo controle e, principalmente, quando comparados aos
sujeitos com lesão à direita.
146
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162
9 ANEXOS
ANEXO I
Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo Modificado (Oldfield, 1971)
Por favor, indique sua preferência no uso das mãos nas seguintes atividades pela colocação do X
na coluna apropriada. Onde a preferência é tão forte que você nunca usaria a outra mão a menos que
fosse forçado a usá-la, coloque XX. Se em algum caso for indiferente a mão a ser utilizada, coloque X em
ambas as colunas. Algumas das atividades requerem ambas as mãos. Nestes casos, estará indicada em
parênteses a tarefa ou o objeto específico a ser usado.
Por favor, tente responder a todas as questões, e somente deixe em branco se você não tiver
qualquer experiência com o objeto ou tarefa.
Esquerda Direita 1. Escrever
2. Desenhar
3. Arremessar
4. Uso de tesouras
5. Escovar os dentes
6. Uso de faca (sem garfo)
7. Uso de colher
8. Uso de vassoura (mão de cima)
9. Acender um fósforo (mão do fósforo)
10. Abrir uma caixa (mão da tampa)
TOTAL
Total: E = D=
Total Cumulativo TC= E +D =
Diferença Dif = D – E =
Resultado Res = (Dif /TC) × 100 =
Interpretação: (E: Res < -40)
(Ambidestro: -40 ≤ Res ≤ +40) (D: Res > +40)
163
ANEXO II
Mini Exame do Estado Mental (MEEM) 1. Orientação temporal (1 ponto por cada resposta correta) Que dia é hoje? _____ Em que mês estamos? _____ Em que ano estamos? _____ Em que dia da semana estamos? _____ Qual a hora aproximada? _____ (considere a variação de mais ou menos uma hora) Nota:____ Orientação espacial (1 ponto por cada resposta correta) Em que local nós estamos? (apontando para o chão) _____ Que local é este aqui? (apontando ao redor, em sentido mais amplo) _____ Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima? _____ Em que cidade nós estamos? _____ Em que Estado nós estamos? _____ Nota:____ 2. Memória imediata (contar 1 ponto por cada palavra corretamente repetida na 1ª vez) "Eu vou dizer três palavras e você irá repeti-las a seguir: Carro _____ Vaso _____ Tijolo _____ Nota:____ 3. Atenção e Cálculo (1 ponto por cada resposta correta. Se der uma resposta errada, mas depois continuar a subtrair bem e/ou auto-corrigir-se, consideram-se as respostas subsequentes como corretas. Parar ao fim de 5 respostas) "Agora lhe peço que me diga quantos são 100-7; 93-7; 86-7; 79-7; 72-7; 65 ". Nota:____ 4. Evocação (1 ponto por cada resposta correta) "Veja se consegue dizer as três palavras que pedi há pouco para decorar". Carro _____ Vaso _____ Tijolo _____ Nota:____ 5. Linguagem (1 ponto por cada resposta correta) a. "Como se chama isto? Mostrar os objetos: Relógio ____ Caneta______ Nota:____ b. "Preste atenção, vou lhe dizer uma frase e quero que você repita depois de mim: Nem aqui, nem ali, nem lá" (considere 1 ponto somente de a repetição for perfeita) Nota:____ c. "Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão"; dar a folha segurando com as duas mãos. Se o sujeito pedir ajuda no meio da tarefa, não dê dicas. Pega com a mão direita____ Dobra ao meio ____ Coloca onde deve____ Nota:____ d. "Por favor, faça o que está escrito neste cartão". Mostrar um cartão com a frase bem legível, "FECHE OS OLHOS"; sendo analfabeto lê-se a frase. Fechou os olhos____ Nota:____ e. "Escreva uma frase inteira aqui". Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido, com começo, meio e fim; os erros gramaticais não prejudicam a pontuação. (1 ponto) Frase: Nota:____ 6. Habilidade Construtiva (1 ponto pela cópia correta) Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos; cada um deve ficar com 5 lados, dois dos quais intersectados. Não valorizar tremor ou rotação. Cópia: Nota:____
TOTAL(Máximo 30 pontos):____
164
ANEXO III
165
ANEXO IV FUGL-MEYER A - OMBRO/ COTOVELO/ ANTEBRAÇO I - Atividade Reflexa a) Bíceps / flexor dedos ( ) // (v)(h) / (v)(h) b) Tríceps ( ) // (v)(h) 0 – nenhuma atividade reflexa presente 2 – atividade reflexa presente Pontuação máxima: 4 II - a) Sinergia Flexora (6 movimentos) Retração ( ) Elevação ( ) Abdução 90º ( ) Rotação externa de ombro ( ) Flexão de cotovelo ( ) Supinação de antebraço ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – atividade pode ser realizada parcialmente 2 – atividade é realizada sem erro b) Sinergia Extensora (4 movimentos) Adução de ombro / Rotação interna de ombro ( ) Extensão de cotovelo ( ) Pronação de antebraço ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – atividade pode ser realizada parcialmente 2 – atividade é realizada sem erro Pontuação máxima: 18 III - a) Mão na lombar ( ) 0 – tarefa não pode ser realizada completamente 1 – tarefa pode ser realizada parcialmente 2 – tarefa é realizada completamente b) Flexão de ombro 0-90º c/ o cotovelo em extensão completa e antebraço entre prono e supino ( ) 0 – no início do movimento, o braço abduz ou o cotovelo flexiona 1 – na fase final do movimento, o ombro abduz e/ou flexiona o cotovelo 2 – a tarefa é realizada perfeitamente c) Pronação - supinação do antebraço c/ o cotovelo à 90º e ombro à 0 ( ) 0 – não ocorre posicionamento correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser realizada completamente 1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo estão corretamente posicionados 2 – a tarefa é realizada completamente Pontuação máxima:6 IV - a) Abdução de ombro 0-90º c/ o cotovelo em extensão total e antebraço pronado ( ) 0 – ocorre flexão inicial do cotovelo e algum desvio do antebraço pronado 1 – durante o movimento, o cotovelo flexiona ou o antebraço não pode ser mantido na posição prono 2 – a tarefa pode ser realizada sem desvio b) Flexão de ombro 90º - 180º ( ) 0 – no início do movimento, o braço abduz ou o cotovelo flexiona 1 – na fase final do movimento, o ombro abduz e/ou flexiona o cotovelo 2 – a tarefa é realizada completamente c) Pronação c/ cotovelo à 0º ( )
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0 – não ocorre posicionamento correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser realizada completamente 1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo estão corretamente posicionados 2 – a tarefa é realizada completamente Pontuação máxima: 6 V - Atividade Reflexa Normal Bíceps / Flexor dedos / Tríceps ( ) 0 – pelo menos 2 dos 3 reflexos estão marcadamente hiperativos 1 – 1 reflexo hiperativo ou pelo menos 2 reflexos vivos 2 – não mais do que 1 reflexo vivo e nenhum reflexo hiperativo Somente se o indivíduo tem uma pontuação de 6 pts no estágio IV Pontuação máxima:2 Pontuação máxima para a parte superior do braço: 36 B - PUNHO a) Ombro à 0º, cotovelo à 90º, antebraço em prono, punho em extensão de 15º (aplicar resistência) ( ) 0 – o pcte não pode estender o punho para a posição desejada 1 – a extensão pode ser realizada, mas sem resistência alguma 2 – a posição pode ser mantida contra alguma resistência b) Flexão/Ext. de punho c/ombro à 0º e cotovelo à 90º ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada c) Ombro fletido e/ou abduzido, cotovelo à 0º e antebraço pronado (aplicar resistência) ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada d) Flexão/Extensão de punho c/ombro flex e/ou abd e cotovelo à 0º ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada e) Circundução ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada Pontuação máxima: 10 C - MÂO a) Flexão em massa dos dedos ( ) 0 – nenhuma flexão ocorre 1 – alguma, mas sem flexão total dos dedos 2 – flexão ativa total (comparado c/o membro não afetado) b) Extensão em massa dos dedos ( ) 0 - nenhuma atividade ocorre 1 – ocorre relaxamento (liberação) da flexão em massa 2 – extensão completa (comparado c/o membro não afetado) c) Preensão 1 - Extensão das art. MTF dos dígitos II-V e flexão das art. IFP e IFD contra resistência ( ) 0 – posição requerida não pode ser realizada 1 – a preensão é fraca 2 – a preensão pode ser mantida contra uma resistência relativamente grande d) Preensão 2 - Papel interposto entre o polegar e o dedo indicador ( )
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0 - a função não pode ser realizada 1 – o papel pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – um pedaço de papel é segurado firmemente contra uma puxada e) Preensão 3 - Opor a polpa digital do polegar contra a do dedo indicador com um lápis interposto ( ) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o lápis pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – o lápis é segurado firmemente contra uma puxada f) Preensão 4 - Segurar com firmeza um objeto cilíndrico com a superfície volar do primeiro e segundo dedos contra os demais ( ) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o objeto interposto pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – o objeto é segurado firmemente contra uma puxada g) Preensão 5 - Segurar com firmeza uma bola de tênis ( ) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o objeto pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – o objeto é segurado firmemente contra uma puxada Pontuação máxima:14 Pontuação total de ombro/cotovelo/antebraço, mão e punho: 60 D – COORDENAÇÃO/VELOCIDADE Índex-nariz 5 vezes o mais rápido que conseguir a) Tremor ( ) 0 – tremor marcante 1 – tremor leve 2 – sem tremor b) Dismetria ( ) 0 – dismetria pronunciada 1 – dismetria leve 2 – sem dismetria c) Tempo ( ) 0 – pelo menos < 6 seg. mais devagar no lado afetado do que no lado não afetado 1 - 2 a 5 seg. mais devagar no lado afetado 2 - menos do que 2 seg. de diferença Pontuação máxima: 6 Pontuação total de extremidade superior: 66 E - QUADRIL/JOELHO/TORNOZELO I - Atividade Reflexa a) Adutor/Aquiles ( ) // (v)(h) / (v)(h) b) Patelar ( ) // (v)(h) 0 – nenhuma atividade reflexa 2 – atividade reflexa pode ser observada em flexores e/ou extensores Pontuação máxima: 4 II - a) Sinergia Flexora Em decúbito dorsal, flexionar: Quadril ( ) Joelho ( ) Tornozelo ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – atividade pode ser realizada parcialmente 2 – atividade é realizada no decorrer das ADM de cada uma das 3 articulações b) Sinergia Extensora Em decúbito dorsal, a partir da sinergia flexora e aplicando uma resistência, pedir a:
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Adução do Quadril ( ) Extensão do Quadril ( ) Extensão do Joelho ( ) Flexão Plantar ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – pouca força 2 – força normal ou perto do normal (comparado c/o membro não afetado) Pontuação máxima: 14 III – a) Com o Indivíduo sentado e a fossa poplítea livre, pedir a flexão do joelho além de 90º ( ) 0 – sem movimento ativo 1 – partindo da extensão, o joelho pode ser flexionado ativamente não mais do que 90º 2 – joelho pode ser flexionado além de 90º b) Com o indivíduo sentado, pedir a dorsiflexão do tornozelo ( ) 0 – não pode 1 – flexão ativa incompleta 2 – dorsiflexão normal (comparado com o membro não afetado) Pontuação máxima: 4 IV – a) Com o indivíduo em pé, pedir a flexão do joelho além de 90º ( ) 0 – joelho não pode ser fletido sem que quadril seja fletido simultaneamente 1 – joelho não pode ser fletido totalmente à 90º e/ou quadril é fletido durante a realização do movimento 2 – joelho pode ser fletido além de 90º b) Com o indivíduo em pé, pedir a dorsiflexão do tornozelo ( ) Para conseguir 1 ou 2 pts, o movimento ativo da articulação é comparado com o lado não afetado Pontuação máxima: 4 V – Atividade reflexa Normal Adutor/ Aquiles / Patelar ( ) 0 – pelo menos 2 dos 3 reflexos estão marcadamente hiperativos 1 – 1 reflexo hiperativo ou pelo menos 2 reflexos vivos 2 – não mais do que 1 reflexo vivo e nenhum reflexo hiperativo Somente se o indivíduo tem uma pontuação de 4 pts no estágio IV Pontuação máxima: 2 F – COORDENAÇÃO / VELOCIDADE Indivíduo em decúbito dorsal, realizar deslizamento do calcanhar no joelho-tíbia 5 vezes em uma sucessão rápida a) Tremor ( ) 0 – tremor 1 – tremor leve 2 – sem tremor b) Dismetria ( ) 0 – dismetria pronunciada 1 – dismetria leve 2 – sem dismetria c) Tempo ( ) 0 – pelo menos < 6 seg. mais devagar no lado no lado afetado do que no lado não afetado 1 – 2 a 5 seg. mais devagar no lado afetado 2 – menos do que 2 seg. de diferença Pontuação máxima: 6 Pontuação total de extremidade inferior: 34 De A até F: 100 G – EQUILÍBRIO
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a) Sentado sem apoio ( ) 0 – pcte não consegue manter a posição sem suporte 1 – senta somente por um curto período 2 – senta por pelo menos 5 min. Sem nenhum suporte, regulando a postura do corpo em relação à gravidade b) Reação de proteção no lado não afetado ( ) Indivíduo sentado e vendado é empurrado contra o lado não afetado 0 – não realiza abdução do ombro, a extensão do cotovelo para prevenir a queda 1 – reação de proteção incompleta 2 – reação de proteção normal c) Reação de proteção no lado afetado ( ) Mesmo ato realizado porém, contra o lado afetado 0 – não realiza abdução do ombro, a extensão do cotovelo para prevenir a queda 1 – reação de proteção incompleta 2 – reação de proteção normal d) Ficar de pé com apoio ( ) 0 – não consegue ficar de pé 1 – ficar de pé demanda grande ajuda de outras pessoas 2 – pode ficar de pé ereto por pelo menos 1 min. Com leve ajuda (ou simbólica) de outra pessoa e) Ficar de pé sem apoio ( ) 0 – não pode ficar de pé sem ajuda 1 – pode ficar de pé por pelo menos 1 min. Ou fica de pé por mais tempo, mas movendo-se de um lado p/o outro 2 – bom equilíbrio em pé, pode manter o equilíbrio por mais de 1 min. sem insegurança f) Ficar de pé sobe o lado não afetado ( ) 0 – a posição não pode ser mantida por mais do que alguns segundos 1 – pode ficar de pé em uma posição equilibrada entre 4-9 seg 2 – pode manter a posição equilibrada por mais de 10 seg. g) Ficar de pé sobre o lado afetado ( ) 0 – a posição não pode ser mantida por mais do que alguns segundos 1 – pode ficar de pé em uma posição equilibrada entre 4-9 seg 2 – pode manter a posição equilibrada por mais de 10 seg. Pontuação máxima: 14 H – SENSIBILIDADE a) Exteroceptiva (Indivíduo em decúbito dorsal vendado) Braço ( ) Superfície palmar ( ) Coxa ( ) Superfície plantar ( ) 0 – anestesia 1 – hipoestesia/disestesia 2 – normoestesia Pontuação máxima: 8 b) Propriocepção (Indivíduo em decúbito dorsal vendado) Ombro ( ) Cotovelo ( ) Punho ( ) Polegar ( ) Quadril ( ) Joelho ( ) Tornozelo ( ) Hálux ( ) 0 – falta da sensação (nenhuma resposta correta) 1 – diferença considerável na sensação comparado com a art. Do lado não afetado, mas pelo menos ¾ das respostas corretas 2 – todas as respostas corretas, pequena ou nenhuma diferença comparando o membro não afetado c/o afetado Pontuação máxima: 16 De G até H: 38 J – ADM / DOR
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Movimentação passiva da art. comparada com a extremidade não afetada Ombro Flexão ( ) / ( ) Abdução 90º ( ) / ( ) Rotação Externa ( ) / ( ) Rotação Interna ( ) / ( ) Cotovelo Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Antebraço Pronação ( ) / ( ) Supinação ( ) / ( ) Punho Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Dedos Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Quadril Flexão ( ) / ( ) Abdução ( ) / ( ) Rotação lateral ( ) / ( ) Rotação Medial ( ) / ( ) Joelho Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Tornozelo Dorsiflexão ( ) / ( ) Flexão plantar ( ) / ( ) Pés Eversão ( ) / ( ) Inversão ( ) / ( ) 0 – alguns graus de ADM 1 – ADM passiva diminuída 2 – ADM passiva normal Pontuação máxima para ADM: 44 0 – alguma dor 2 – nenhuma dor Pontuação máxima para dor: 44 Total Final: 226 pontos
96 – 99 pontos = comprometimento motor leve 85 – 95 pontos = comprometimento motor moderado 50 – 84 pontos = comprometimento motor marcante < 50 pontos = comprometimento motor severo
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ANEXO V
Escala de Prognóstico Orpington
A. Déficit motor em MS DD, paciente flexão ombro 90° e é oferecida resistência. 0.05 - MRC grau 5 (força normal) 0.45 - MRC grau 4 (diminuição força) 0.85 – MRC grau 3 (movimento contra gravidade) 1.25 - MRC grau 1–2 (movimento com gravidade eliminada) 1.65 - MRC grau 0 (sem movimento) B. Propriocepção (olhos fechados) Sentido de localização polegar afetado: 0.05 - Acurado 0.45 – Levemente dificultado 0.85 – Encontra a posição do polegar pelo braço 1.25 – Incapaz de determinar posição polegar C. Equilíbrio 0.05 – Anda 10 metros sem auxílio 0.45 – Mantém-se na posição sentada (sem suporte por 1 min) 0.85 – Mantém-se na posição sentada 1.25 – Não se mantém sentado D. Cognição Teste Mental de Hodkinson: Marque 1 ponto para cada resposta correta. 1. Idade do paciente 2. Horário (aproximadamente 1 hora de acerto) Eu vou te passar um endereço, por favor, lembre-se dele e eu vou lhe perguntar depois: Rua das Laranjeiras, 128 3. Nome da Instituição 4. Ano 5. Data do aniversário 6. Mês 7. Ano da segunda Guerra Mundial 8. Nome do Presidente 9. Conte de trás para frente (20-1) 10. Qual era o endereço que eu lhe pedi para decorar? 0.05 - Pontuação do teste mental - 10 0.45 - Pontuação do teste mental - 8–9 0.85 - Pontuação do teste mental - 5–7 1.25 - Pontuação do teste mental - 0–4 TOTAL SCORE: 1.6 + Motor + Propriocepção + Equilíbrio + Cognição AVE leve: 1,6 até 3,1 AVE moderado: 3,2 até 5,2 AVE grave: ≥ a 5,3.
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ANEXO VI
Caracterização da amostra sujeito por sujeito.