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ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas
Mdulo 1: 1.1 - A defesa vegetal no Brasil
PROTEO DE PLANTAS
Mdulo 11.1. A defesa vegetal no Brasil
Tutor:ProfEng Agr Maral Zuppi da Conceio (ANDEF-SP)
Associao Brasileira de Educao Agrcola Superior - ABEASUniversidade Federal de Viosa - UFV
Centro de Cincias AgrriasDepartamento de Fitopatologia
Braslia - DF2006
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Mdulo 1: 1.1 - Defesa Vegetal no Brasil
Ficha Catalogrfica
Associao Brasileira de Educao Agrcola Superior - ABEASA Defesa Vegetal no Brasil / Maral Zuppi da Conceio, tutor. Braslia,DF : ABEAS; Viosa : UFV; 2006.
56 p. : il. (ABEAS. Curso Proteo de Plantas. Mdulo 1 - 1.1)
Inclui bibliografia.
1. A Defesa. 2. Vegetal no Brasil. I. Conceio, Maral Zuppi da. II.Universidade Federal de Viosa. III. Ttulo. IV. Srie.
proibida a reproduo total ou parcial deste mdulo.Direitos reservados a ABEAS e ao Autor.
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Mdulo 1: 1.1 - A defesa vegetal no Brasil
Sumrio
1. Contribuio da defesa vegetal, 4
2. Proteo de Plantas / Defesa Vegetal, 7
3. Manejo Integrado de Pragas, 10
4. Manejo integrado de doenas e de plantas daninhas, 11
5. Evoluo dos produtos fitossanitrios, 12
5.1. Mudanas nas tcnicas de produo, tcnicas de cultivo e rotao de culturas, 13
5.2. O desenvolvimento da defesa fitossanitria, 145.3. Alteraes na incidncia e importncia de pragas e plantas invasoras, 15
5.4. O desenvolvimento do controle qumico, 16
5.5. Fatos a considerar, 22
5.6. O controle biolgico e integrado, 23
6. Controle qumico, 25
7. Descoberta e desenvolvimento de um produto fitossanitrio, 27
8. Novos produtos, 29
9. Registro e comercializao dos produtos fitossanitrios no Brasil, 30
9.1. Entendimento histrico, 31
9.2. Legislao, 32
9.3. A receita agronmica, 33
10. Anlise do setor de produtos fitossanitrios, 35
10.1. Formulaes de produtos fitossanitrios, 36
10.2. Embalagens de defensivos agrcolas, 46
10.3. Avanos tecnolgicos, 48
11. Produtos fitossanitrios modernos, 49
12. Responsabilidade coletiva, 51Literatura consultada, 52
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1. Contribuio da defesa vegetal
O objetivo precpuo deste mdulo responder, basicamente, a trs perguntas: De onde
viemos? Onde estamos? Para onde vamos? importante conhecer o passado. Quem conhece o
passado pode perscrutar o futuro.
O agricultor norte-americano gastava em 1915, em mdia, 132 horas de trabalho, para obter
uma produtividade de seis toneladas de alimento por hectare cultivado. Em 1950, o tempo
necessrio para atingir as mesmas 6 toneladas caiu para a mdia de 53 horas e, em 1985, com
apenas 3 horas, ele obtinha o mesmo resultado. Esta progresso deveu-se, particularmente, introduo de novas tecnologias agrcolas, utilizadas em forma integrada.
O quadro a seguir mostra com clareza a evoluo da agricultura atravs dos anos, numa
demonstrao dos benefcios que a tecnologia pode trazer para a sociedade. Em 1850 eram
necessrios quatro agricultores para alimentar uma nica pessoa.
Quadro 1 - Evoluo da agricultura atravs dos anosANO N DE AGRICULTORES N DE PESSOAS
ALIMENTADAS1850 4 1
1900 1 41950 1 101960 1 171970 1 331980 1 571990 1 702005 1 100 *
Fonte: Aspectos Toxicolgicos Relacionados ao Uso de Produtos Fitossanitrios Dinnouti et all. 2004* CropLife International 2005
Na histria sobre o uso do manejo fitossanitrio integrado, o ano de 1950 assumiu uma
caracterstica de divisor de guas para a agricultura mundial, pois a partir daquela poca passou-se aexplorar a idia de integrao do controle qumico com o biolgico, com o objetivo de se resolver o
conflito entre o uso de inseticidas e ao dos inimigos naturais. Estava, portanto, plantada a semente
da seleo de mtodos de controle e do desenvolvimento de critrios para o emprego do Manejo
Integrado de Pragas (MIP), garantindo conseqncias favorveis sob os pontos de vista econmico,
ecolgico e sociolgico. Uma conceituao que desabrochou, definitivamente, em 1961, quando os
ecologistas australianos Diana e Clark escreveram um artigo em que defendiam uma tecnologia
visando fazer o manejo protetor contra espcies benficas (predadores, parasitas, polinizadores).
No Brasil, entomologistas pioneiros, como Prof. ngelo Moreira da Costa Lima (EscolaNacional de Agronomia Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) j eram precursores da
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idia de controle integrado pois, quando fez o estudo dos problemas do algodoeiro no Nordeste do
pas (1950), props uma srie de medidas que se enquadram hoje, perfeitamente no conceito de
integrao.
A classe Agronmica tem apoiado o Mtodo Integrado e os Sistemas Integrados de
Cultivo.A ANDEF Associao Nacional de Defesa Vegetal tem sido grande propulsora doManejo Integrado de Pragas. No passado, isto parecia ser muito mais o papel de rgos de pesquisa
e universidades no nosso pas. Hoje estamos de mos dadas. O dilema da resistncia das pragas aos
inseticidas tem estado presente h anos com relao aos inseticidas, e tambm contribui para o
desenvolvimento de programas de MIP.
Os caros, que so a runa dos produtores de mas e pras, tm uma longa histria de
desenvolvimento de resistncia. O curto ciclo de vida e o rpido perodo entre as geraes aceleram
a velocidade na qual a resistncia se desenvolve. Mais de meia dzia de acaricidas tornaram-se
ineficientes devido resistncia de caros e apenas alguns continuam sendo eficazes, atravs daimplementao de rigorosas estratgias de manejo da resistncia.
A Defesa Fitossanitria uma prtica que objetiva salvaguardar a produo agrcola dos
danos provocados por pragas, doenas e plantas daninhas. Tradicionalmente, estes problemas so
enfrentados com o emprego de Produtos Fitossanitrios. Esse trabalho no fcil, principalmente
quando se levam em conta os efeitos no desejados que podem advir do uso inadequado dos
produtos fitossanitrios, em especial, o uso equivocado dos agroqumicos, baseando-se em
calendrios de aplicaes, independentemente de sua necessidade. Como resultado, tem-se a
realizaode tratamentos que resultam levar ao meio ambiente quantidades desnecessrias desses
produtos.
A prtica de intervir com os produtos fitossanitrios em perodos pr-programados, mesmo
quando as populaes de pragas no esto provocando danos econmicos, uma das causas que
podem contribuir para a ocorrncia de efeitos no desejados, aumentos nos custos de produo e de
outros inconvenientes que afetam o agricultor, tais como:
Desenvolvimento de resistncia pelos agentes a serem controlados Aparecimento de novas Pragas, devido eliminao macia dos Inimigos Naturais
O uso dirigido e adequado do Produto Fitossanitrio um mtodo que compreende sua
utilizao quando os agentes daninhos chegam a uma populao que realmente ir provocar
prejuzo econmico cultura estabelecida. Para isso, deve-se ter como base para sua prescrio e
utilizao alguns quesitos como:
Conhecimento da Praga, Doena ou Planta Daninha Eficincia dos Produtos Fitossanitrios Conhecimento dos Inimigos Naturais Condies Climatolgicas Mtodos de Amostragens e Monitoramento Conhecimento dos Nveis de Danos Econmicos
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O Manejo Integrado, sem dvida, o melhor caminho para o uso correto e seguro dos
produtos fitossanitrios. Esta prtica tambm possibilita que Predadores / Parasitas / Polinizadores
desenvolvam seu papel til agricultura. Paralelamente contribui para reduzir e at mesmo
neutralizar a resistncia das pragas aos diferentes produtos.
As exigncias da moderna agricultura brasileira crescem medida que se impe anecessidade de garantia dos nveis de produo e produtividade, adequados ao pleno abastecimento
do mercado interno e gerao de excedentes exportveis que possam contribuir, de forma definitiva,
para o superavit da balana comercial do Pas.
Esses insumos agrcolas, quando utilizados sob a superviso de profissionais legalmente
habilitados, geram resultados positivos para todos os envolvidos no processo. O Manejo Integrado
de Pragas, Doenas e Plantas Daninhas, que consiste na implementao de mtodos de controle
que utilizem, harmonicamente, os processos qumicos, fsicos, biolgicos e os mtodos culturais, de
forma planejada, resulta em benefcio da produtividade, proteo ambiental, segurana doconsumidor e das pessoas envolvidas na atividade agrcola.
A produo agrcola norteada por 3 (trs) tipos de fatores de produo (de acordo com
Rabbringe e De Wit, 1989):
fatores determinantes da produtividade fatores limitantes da produtividade fatores que reduzem a produtividade
Os fatores determinantes da produtividade tais como a capacidade gentica da planta, o solo
e a luz solar, estabelecem o nvel potencial da produo. Muitas vezes, o potencial no pode ser
concretizado, devido aos fatores limitantes, como falta de gua, nitrognio ou fsforo, acidez do
solo, entre outros. A produtividade efetiva (de acordo com Zadoks e Schein, 1979 ) no pode ser
colhida devido aos fatores redutores de rendimento. A Proteo das Plantas (Defesa Vegetal) trata
dos fatores que reduzem a produtividade, com a devida considerao aos fatores limitantes.
As pragas, as doenas dos vegetais e as plantas daninhas esto entre os principais fatores que
reduzem a produo de alimentos e outros bens indispensveis sobrevivncia e bem-estar das
populaes. A tecnologia tem propiciado ao homem, meios cada vez mais eficazes para superar tais
problemas. Entre esses meios destaca-se o emprego dos Defensivos Agrcolas, produtos
fitossanitrios capazes de eliminar ou reduzir as infestaes e os conseqentes prejuzos trazidos
pelas pragas, doenas e plantas daninhas. Esta uma luta contnua em que se empenham
especialistas de todo o mundo, nas instituies governamentais, nas entidades internacionais, nas
universidades e nas empresas particulares.
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2. Proteo de plantas / defesa vegetal
Evitar as perdas na agricultura tem sido o nosso grande objetivo. Ns, os Engenheiros
Agrnomos, assim como profissionais de outras reas afins de Cincias Agrrias, nos preocupamos
muito com as perdas na agricultura, incluindo a rea fitossanitria. De acordo com a FAO, 35% so
as perdas nessa rea: 14% pelos insetos, 12% devido s doenas e 9% atravs das plantas daninhas.
A situao mais preocupante quando se comparam as perdas entre pases em desenvolvimento,
como o Brasil, e pases desenvolvidos.
Tabela 1 Estimativa de perdas na agricultura.PASES EM
DESENVOLVIMENTOPASES DESENVOLVIDOS
PRAGAS 38% 9%
DOENAS 27% 14%Fonte: GIFAP International Group of National Associations of Agrochemical Manufacturers (atualmente CropLife International)
Os exemplos a seguir (com a mdia de produtividade de trs safras) demonstram a
importncia do controle fitossanitrio para prevenir as perdas provocadas por pragas, doenas e
plantas invasoras. (Quadros 2 ao 5)
Quadro 2 Mdias de produtividade na cultura do algodo e perdas causadas por doenas, pragas
e plantas invasorasALGODO PERDAS (%)
Doenas Pragas Plantas InvasorasPASES
Produtividade1988/90 (kg/ha)
Potencial Atual Potencial Atual Potencial Atual
A 300 15-20 15 55-60 40 55-60 30B 1.618 17-22 12 60-65 15 60-65 12
C 1.837 15-20 12 60-65 12 55-60 10
D 2.467 15-20 10 55-60 15 55-60 10Fonte: Crop Production and Crop Protection Elsevier 1994
Pases:A Angola Kenia Nigria Somlia Uganda ZaireB Costa do Marfim Egito Guin Bissau Madagascar Mali Marrocos Sudo
Zimbabwe.C Amrica do NorteD Amrica Central
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Quadro 3 Mdias de produtividade na cultura da batata e perdas causadas por doenas, pragas e
plantas invasoras
BATATA PERDAS (%)Doenas Pragas Plantas Invasoras
PASESProdutividade1988/90 (kg/ha)
Potencial Atual Potencial Atual Potencial Atual
A 3.840 37-42 35 40-45 35 35-40 22
B 16.415 40-45 17 40-45 13 34-40 10
USA 32.204 37-42 15 45-50 13 32-37 08
C 32.595 35-40 10 45-50 15 35-40 05Fonte: Crop Production and Crop Protection Elsevier 1994
Pases:A Burundi Camerun Kenia Malawi Mauritania Ruanda Sudo Zaire.B Argentina Brasil Chile Colmbia Venezuela.C ustria Blgica Dinamarca Alemanha Irlanda Frana Holanda Reino Unido
Sua.
Quadro 4 Mdias de produtividade na cultura do milho e perdas causadas por doenas, pragas eplantas invasoras MILHO PERDAS (%)
Doenas Pragas Plantas InvasorasPASES
Produtividade1988/90 (kg/ha)
Potencial Atual Potencial Atual Potencial Atual
A 635 20-25 20 35-40 35 50-55 35
B 1.886 15-20 15 25-30 22 40-45 25
C 3.548 18-20 15 22-27 17 35-40 18
D 4.064 12-17 12 25-30 20 35-40 10
USA 6.738 15-20 10 22-27 12 35-40 13
E 7.679 05-10 05 15-20 05 25-30 05
Fonte: Crop Production and Crop Protection Elsevier 1994
Pases:
A Angola Benin Botswana Cabo Verde Chad Congo Costa do Marfim Guin Bissau Lesoto Mauritnia Moambique Nambia Sudo Zaire.
B Bolvia Brasil Colmbia Equador Guiana Paraguai Peru Uruguai Venezuela.C Argentina - ChileD China Japo Koreas.E Alemanha Holanda ustria Sua.
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Quadro 5 Mdias de produtividade na cultura da soja e perdas causadas por doenas, pragas eplantas invasorasSOJA PERDAS (%)
Doenas Pragas Plantas InvasorasPASES
Produtividade1988/90 (kg/ha)
Potencial Atual Potencial Atual Potencial AtualA 459 20-25 20 35-40 25 50-55 27
B 1.405 22-27 15 20-25 15 40-45 13
C 1.872 12-17 10 15-20 13 55-60 15
USA 2.092 10-15 08 12-17 10 45-50 15Fonte: Crop Production and Crop Protection Elsevier 1994
Pases:A Camerum Costa do Marfim Liberia Nigria Tanzania Uganda Zaire Zmbia.B China Japo Koreas.C Argentina Bolivia Brasil Colmbia Equador Paraguai Uruguai Venezuela.
O controle das pragas, doenas e plantas daninhas atravs dos produtos fitossanitrios,
apesar de ser rpido, econmico e eficiente, deve ser utilizado de modo vantajoso associado a
outros mtodos de controle.
Desde que o homem comeou a utilizar os Defensivos Agrcolas para combater os insetos,
aplicando os Inorgnicos (como os Arseniatos) ou os de Origem Vegetal (como Nicotina, Rotenona
e Piretro), tivemos vrias Fases no controle fitossanitrio.
1 Fase: Fase da Subsistncia
O rendimento de controle era baixo, muito dependente do Controle Natural, da Resistncia
Natural e de Prtica Culturais. Raros eram os tratamentos com Produtos Fitossanitrios. O homem
contava acima de tudo, com a sorte.
2 Fase: Fase da Explorao
Houve expanso do cultivo e a confiana em esquemas de Controle Qumico. Os Produtos
Fitossanitrios eram aplicados de acordo com um calendrio prvio. Os ndices de produtividade
cresceram e, por conseguinte, houve o abandono de mtodos alternativos.
3 Fase: Fase da Crise
A aplicao no esquema de calendrio, com pocas pr estabelecidas, levava, muitas vezes,
o agricultor a executar os tratamentos fitossanitrios desnecessrios, quando a incidncia das pragas
era ainda muito baixa, ou at mesmo inexistente. Isto contribua para uma reduo drstica dos
inimigos naturais, cujas populaes no conseguiam mais se recuperar e atingir os nveis adequados
para um controle natural das pragas que, por sua vez, ressurgiam em surtos mais severos.
O uso intensivo de um mesmo produto contribua, alm disso, para o desenvolvimento deresistncia, tornando o problema ainda mais srio.
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4 Fase: Fase do Desastre
O uso excessivo dos produtos elevou o custo do controle fitossanitrio, acarretando o
abandono das culturas por produtores marginais e impossibilitando o cultivo econmico em certas
reas.
5 Fase: Fase do Manejo Integrado
Hoje, temos que conduzir a Agricultura com conhecimento tcnico, criatividade e
inteligncia, levando em considerao todos os fatores que podem proporcionar planta a sua
capacidade mxima de produo, permitindo que ela utilize integralmente o seu potencial
produtivo. Isso s se consegue atravs do Sistema Integrado de Manejo na Produo Agrcola. Na
rea de Proteo de Plantas (Defesa Vegetal), o objetivo atingir os nveis mais elevados possveis
de controle, dentro de uma viso sistemtica e integrada da produo agrcola sustentvel.
3. Manejo integrado de pragas
Quando se fala de Manejo Integrado, pensa-se logo no Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Por qu o MIP tem conseguido melhores resultados que o Manejo de Plantas Daninhas e o de
Fitopatgenos? Primeiramente, sabemos que os insetos so mais afetados por inimigos naturais, que
patgenos e plantas daninhas. Dependncia e densidade populacional so caractersticas ecolgicas
dos insetos. Quanto ao Controle Biolgico, ele relativamente eficiente para insetos; existe para
patgenos e para plantas daninhas, porm, de maneira pouco eficiente.
H muitos sculos, o homem e os insetos lutam pelo mesmo alimento. Das 10 pragas do
Egito, segundo a Bblia, 3 ( trs ) eram insetos. Desde que existe, o homem v nascer do mesmo
solo que o alimenta os insetos contra os quais ele luta. Na verdade, comemos os restos que os
insetos deixam.
Os insetos tambm transmitem doenas como a Peste Bubnica, Malria, Encefalite, Peste
Negra e Clera. Mais recentemente, estamos enfrentando o impacto da ao dos mosquitos Aedes
aegypty e Aedes albopictus, que transmitem uma doena infecciosa: a Dengue. O Aedes
aegypty pode transmitir ao homem a Febre Amarela e a Dengue Hemorrgica, ambas com alto
ndice de mortalidade.
Queremos lembrar que a descoberta, em 1939, do efeito inseticida do DDT ( primeiro
inseticida orgnico sinttico ) deu ao seu descobridor, Paul Mller, o Prmio Nobel. Mais de 2
milhes de pessoas foram salvas, na poca, graas s aplicaes do DDT no controle de epidemias
transmitidas por insetos. Robert Metcalf, da Universidade de Illinois, em 1980, chamou aqueladcada de poca do Otimismo, tal era a euforia que reinava pelas aplicaes do DDT.
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O Prof. Marcos Kogan ( Brasileiro eProfessor da Oregon State Universit/USA ), em Anais
do I SIMI Simpsio Internacional sobre Manejo Integrado de Pragas, Doenas e Plantas Daninhas
(Campinas, 1987), nos relata que, na prpria Sociedade de Entomologistas dos Estados Unidos,
comentava-se que o DDT iria resolver todos os problemas ocasionados pelas pragas. No entanto, o
que aconteceu? Aplicaes erradas, exageradas e irracionais, onde extensas reas territoriais foramcobertas por aplicaes de inseticidas, vieram trazer resistncia de insetos a determinados produtos
fitossanitrios.
A experincia mostrou ao homem que no se deve combater os insetos, e sim manej-los.
necessrio preservar Predadores, Parasitas e Polinizadores, deixando que os mesmos desenvolvam
seu papel benfico Agricultura. Em verdade, a ningum interessa um excessivo consumo de
Defensivos Agrcolas, pois tal excesso acaba provocando o aparecimento de Pragas Resistentes.
No interessa ao Agricultor, nem ao Comerciante. Ao Tcnico, que hoje deve prescrever
Receiturio Agronmico, a indicao de um produto com problemas de resistncia, pode levar perda da credibilidade junto aos seus consulentes. Para a Indstria de Produtos Fitossanitrios que,
pesquisa desenvolve e lana novos produtos, a Resistncia assustadora, porque reduz a sua vida
til de comercializao.
4. Manejo integrado de doenas e de plantas daninhas
O Prof. Yvo de Carvalho (Universidade Federal de Gois), durante o primeiro SIMI
Simpsio Internacional sobre Manejo Integrado de Pragas, Doenas e Plantas Daninhas (Campinas,
1987), assim se expressou: Em termos gerais pode-se dizer que o Manejo Integrado em
Fitopatologia sempre existiu, porm, de maneira desordenada e indisciplinada. No atingimos o
grau de eficincia, tal como o alcanamos pelo manejo integrado de pragas, mesmo porque a
atuao de um microorganismo sobre o outro, no solo, um fenmeno que freqentemente passa
despercebido.
Tanto para patgenos quanto para plantas daninhas, a Previsibilidade quanto ocorrncia
grande. Isso facilita o Manejo Integrado nas duas reas. Se plantarmos uma espcie suscetvel a
uma determinada doena, numa certa regio, e as Condies Climticas forem favorveis, existe
grande probabilidade que uma epidemia possa ocorrer. Quanto s plantas daninhas, so
absolutamente previsveis. Se existe uma infestao onde as plantas daninhas esto bem adaptadas,
poderemos ter certeza de que vo ocorrer.
Quanto a Controles Naturais, comentamos que os Insetos so bastante afetados por Inimigos
Naturais, que podem ser outros insetos, parasitas ou predadores. Quanto aos patgenos, existem
alguns inimigos naturais que, por dependerem de condies climticas favorveis, podem no ser
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to efetivos como os insetos. Da mesma forma para as plantas daninhas, pois se escaparam ao
controle, significa que de fato no tm inimigos naturais.
Em manejo integrado de doenas, a Resistncia muito importante. Em algumas culturas,
patgenos so fatores limitantes e somente atravs de medidas que previnam o desenvolvimento da
resistncia s doenas consegue-se estabelecer um controle dos mesmos permitindo odesenvolvimento das plantas cultivadas. O mesmo no acontece para plantas daninhas, cuja
Resistncia no se aplica, de uma maneira geral.
5. Evoluo dos produtos fitossanitrios
Desde o alvorecer da agricultura a produtividade das plantas cultivadas tem sido reduzida
por pragas, doenas e pela competio com as plantas daninhas e, desde ento, os agricultores vm
buscando meios de limitar essas perdas e obter culturas mais sadias, ou seja, meios de proteger a
produo agrcola.
De modo geral, quanto mais intensivo for o sistema de produo maiores sero os riscos de
perdas dessa mesma produo pela ao de diversos organismos.
A intensificao e a otimizao dos mtodos de cultivo tm resultado em aumentos
significativos na produo e na produtividade das lavouras e a defesa vegetal tem se constitudo
num dos importantes fatores, contribuindo para esses resultados.
O grande esforo feito no sentido da adoo de novas tecnologias no campo foi, sem dvida,
iniciado nos pases desenvolvidos onde era vital a racionalizao da produo face ao contnuo
xodo rural. Isto explica os grandes avanos alcanados pelos pases Europeus, Estados Unidos,
Canad e Japo.
Nos pases em desenvolvimento e o Brasil um exemplo os avanos tecnolgicos como
mquinas, cultivares com alta produtividade, o uso adequado de fertilizantes e o emprego correto de
produtos fitossanitrios para proteo das lavouras, foram absorvidos mais lentamente,
concentrando-se o esforo nas culturas de exportao, face s polticas de financiamento agrcola
adotadas pelos diferentes pases. Tem-se portanto que reconhecer que, nos pases em
desenvolvimento, os avanos tecnolgicos visando aumentos de produo e produtividade,
sofreram atrasos na sua adoo pelos agricultores.
Implicaes de ordem social, alm de problemas ecolgicos como os desmatamentos que
so particularmente srios nos pases em desenvolvimento, tambm devem ser considerados quando
o que est em jogo a produo agrcola.
No que respeita defesa fitossanitria, grandes mudanas ocorreram nos ltimos 30 anos,
com nfase especial nos pases industrializados, pois foi nesses pases que tiveram origemimportantes inovaes nas tcnicas de defesa vegetal.
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5.1. Mudanas nas tcnicas de produo, tcnicas de cultivo e rotao de culturas
O sucesso de uma lavoura depende em grande parte do bom manejo e preparo do solo, de
modo a propiciar as melhores condies para o desenvolvimento da cultura e garantia de boaprodutividade.
Um adequado preparo do solo previne a eroso provocada pela gua e pelo vento.
Atualmente tambm os aspectos ecolgicos vm assumindo papel importante, principalmente nos
pases industrializados onde os solos agricultveis vm se tornando cada vez mais escassos. Estes
conceitos todavia no vm merecendo a mesma ateno nos pases em desenvolvimento e a cada
ano o que se pode notar a degradao de grandes extenses de solo que so abandonados e que
devem ser substitudos s expensas de florestas desmatadas para incorporao de novas reas para
produo.O preparo convencional do solo, isto , com araes profundas, extremamente importante
em culturas intensivas, proporcionando uma neutralizao da lixiviao dos nutrientes e reduzindo
o inculo de doenas que provocam muitas vezes prejuzos na fase de germinao das culturas.
Preparos de solo mais conservadores, sem arao profunda, tm sido usados de forma
crescente uma vez que reduzem os custos operacionais, contribuindo ainda para prevenir a eroso.
O cultivo mnimo e o plantio direto cresceram muito em importncia por serem eficientes
quanto preveno de eroso e reduo de custos, mas somente so viveis quando em associao
com o emprego de herbicidas.
Semeadeiras de alta preciso permitem hoje ao agricultor quantidade adequada de sementes
para uma densidade de cultura previamente estabelecida. Entretanto, para o sucesso da operao,
torna-se indispensvel o tratamento das sementes com fungicidas / inseticidas adequados para
prevenir o ataque de doenas e pragas que ocorrem durante a germinao, alm do emprego de
herbicidas logo no incio, de forma a que as plantas tenham plena condio de desenvolvimento.
H 30 anos, o cultivo mecnico era tradicionalmente usado, inclusive nos pases
industrializados, porm este mtodo foi substitudo pelo uso dos herbicidas.
Em algumas situaes, de modo a reduzir custos e o volume de herbicidas aplicados, tem
sido recomendada a aplicao sobre a linha da cultura, procedendo-se ao cultivo mecnico nas
entrelinhas. Os herbicidas aplicados em ps-emergncia tambm trouxeram uma contribuio muito
importante.
A elevao dos custos de mo-de-obra no campo, principalmente nos pases
industrializados, contribuiu para os avanos tecnolgicos no manejo das culturas, tornando a
atividade agrcola altamente especializada. A mecanizao foi a nica forma encontrada para
reduzir as necessidades de mo-de-obra e um bom exemplo disso foi a introduo das colheitadeiras
automotrizes.
A tendncia em racionalizar as atividades agrcolas levou os pases desenvolvidos aconcentrar a produo agrcola em cultivos que permitiam menor intervalo de tempo entre as
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culturas em rotao, alm de priorizar culturas de alta rentabilidade. Na Europa, por exemplo, isto
resultou na ampliao do cultivo de cereais em rotao, mas a conseqncia foi o aumento de
incidncia de gramneas invasoras, alm de maior ocorrncia de doenas de folhagem em trigo e
cevada principalmente.
O uso de herbicidas e fungicidas foi e tem sido a alternativa vivel para possibilitar acontinuidade desse modelo que proporciona altos nveis de produtividade.
Nos ltimos 30 anos houve tambm expressivas alteraes na conduo das tcnicas de
cultivo em pases em desenvolvimento. A poltica de incentivos a culturas de exportao
possibilitou, em muitos casos, o emprego de melhor tecnologia e os lucros obtidos permitiram
investir na melhoria da qualidade das sementes e no maior emprego de fertilizantes e de produtos
fitossanitrios. Necessrio se torna, todavia, nesses pases que j conseguiram incorporar essas
tecnologias s culturas de exportao, pass-las tambm para as de consumo domstico, para
benefcio de toda a sociedade.Outro fator limitante da produo e da produtividade agrcola a disponibilidade de gua
aos cultivos, tornando-se muitas vezes como fator limitante de produo. A irrigao nestes casos
essencial, mas traz consigo o possvel agravamento da ocorrncia de doenas, ampliando as
condies que facilitam a manifestao de infeces por determinados agentes patgenicos. A
irrigao, por manter a folhagem molhada por longos perodos, pode contribuir para o aumento da
ocorrncia de doenas.
5.2. O desenvolvimento da defesa fitossanitria
um fato conhecido que as pragas, doenas e plantas invasoras competem com as culturas
econmicas, acarretando quedas na produo. A garantia de altas produes e produtividades s
obtida com plantas sadias.
Os mtodos empregados em defesa fitossanitria vm apresentando uma evoluo aprecivel
nas ltimas dcadas:
o conhecimento e a utilizao de mtodos de diagnose envolvendo dinmicapopulacional e epidemiologia, em vrias culturas, possibilitam prever a ocorrncia de
pragas e doenas e como resultado, adotar as medidas de proteo mais adequadas a
cada caso, ou seja, o Manejo Integrado de Pragas MIP;
algumas prticas culturais podem ser empregadas para reduzir a incidncia de pragas,doenas e plantas invasoras de importncia;
os produtos fitossanitrios qumicos de hoje so muito mais especficos e seletivosdo que os seus antepassados, e por isto mesmo com menores chances de provocar
efeitos secundrios indesejveis;
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por outro lado, os novos produtos de modo geral so empregados em doses muitomais reduzidas, alm de apresentarem perfil toxicolgico e ecotoxicolgico mais
favorveis, sob o ponto de vista de segurana para os aplicadores e o ambiente;
tem havido substanciais avanos na tecnologia de formulao dos produtos, bemcomo nas tcnicas e equipamentos de aplicao;
nos pases de clima temperado houve aumentos significativos no cultivo intensivo dehortalias e determinadas frutferas em casas de vegetao e estufas, tendo sido
desenvolvido mtodos especficos de controle fitossanitrio nessas condies,
indispensveis na obteno de plantas sadias com alta produtividade; e
mtodos biolgicos de controle fitossanitrio vm sendo gradativamenteintroduzidos e a adoo de Manejo Integrado de Pragas , neste particular, o
procedimento que melhor atende os parmetros de aplicar quando necessrio,
utilizando o mtodo mais adequado visando a garantia de produtividade, mas semperder de vista fatores to importantes quanto a preservao de inimigos naturais e
preveno ao possvel desenvolvimento de resistncia das pragas e doenas.
5.3. Alteraes na incidncia e importncia de pragas e plantas invasoras
A ocorrncia de pragas, doenas e plantas invasoras numa determinada cultura e regio,
pode apresentar variaes e mesmo aumentar.
A grande maioria desses problemas fitossanitrios que afeta uma determinada cultura, no
impacta de modo semelhante em todas as regies onde a referida cultura cultivada. Algumas
dessas pragas / doenas / plantas invasoras ocorrem com maior presena numa regio que em
outras, ou at mesmo no esto presentes. Em geral, sua disseminao se d atravs do transporte da
produo interna dentro dos pases e externamente atravs das exportaes.
So bastante conhecidos os casos de introduo de ferrugem do caf no Brasil e nos pases
da Amrica Latina; a Sigatoka negra nos bananais da Amrica Latina, bem como as introdues de
Spodoptera exgua, Liriomysa trifolii e Bemisia tabaci atacando vrias culturas na Europa; mais
recentemente, no Brasil, a ferrugem da soja Phakopsora pachyrhizi.
As alteraes de tcnicas de cultivo, principalmente quando se adotam cultivos intensivos,
levam ao aumento da incidncia de pragas, doenas e plantas invasoras de importncia. So
exemplos o aumento da incidncia do mldio e pulges em cereais na Europa, Helminthosporium
em milho nos Estados Unidos e Amrica Latina, e cigarrinhas em arroz no sudeste da frica.
Assim sendo, previsvel e pode-se mesmo antever e esperar que o aumento da incidncia
de pragas e doenas seja possvel em regies de monoculturas, como algodo, cereais, arroz, soja,
entre outras cultivadas intensivamente, havendo nestes casos a necessidade da adoo de mtodos
de controle fitossanitrio adequados.
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5.4. O desenvolvimento do controle qumico
Produtos inorgnicos como o cobre e o enxofre j estavam em uso h mais de cem anos,
principalmente para controlar doenas. A Calda Bordaleza, por exemplo, j era usada desde 1885.O primeiro produto sinttico, o dinitro cresol, foi colocado no mercado em 1892 sob a marca
Antinonnin. O primeiro fungicida para tratamento de sementes, base de mercrio orgnico, foi
descoberto no incio do sculo 20.
Nos anos 30, foram descobertos os fungicidas ditiocarbamatos e nos anos 40 os inseticidas
organoclorados e organofosforados. Desde ento tm havido substanciais alteraes na pesquisa
desses compostos. Os investimentos em pesquisa aumentaram significativamente e novos
ingredientes ativos vm sendo continuamente lanados no mercado mundial para o controle das
principais pragas, doenas e plantas invasoras.Os novos produtos so submetidos a uma metodologia de avaliao muito mais crtica sob o
ponto de vista toxicolgico e nos possveis impactos que possam provocar no ambiente. Hoje, cerca
de 40% dos investimentos em pesquisa destinam-se s avaliaes toxicolgicas e ecotoxicolgicas.
Um estudo sobre a evoluo desses produtos foi consolidado em 2005, tendo envolvido 55
herbicidas, 56 inseticidas e 48 fungicidas, que representaram, no ano de 2004, cerca de 80% do
volume das vendas das Associadas da ANDEF.
O Quadro 6, a seguir, mostra claramente a evoluo que tiveram os herbicidas atravs dos
anos, analisando-se como parmetro as doses de recomendao dos diversos produtos com registro
no Brasil.
As doses de recomendao tiveram uma reduo de 24% , quando se comparam os produtos
lanados na dcada de 1970 em relao aos da dcada anterior e outra reduo de cerca de 80%
entre os produtos das dcadas de 1970 e 1980, e 29% na dcada de 1990. No perodo os herbicidas
apresentaram uma reduo nas doses de recomendao da ordem de 89%.
Quadro 6- Herbicidas: lanamento mundial / doses registradas no BrasilProdutos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA
AT 1960 Alacloro 2400 3360Ametrina 1500 4000Atrazina 1760 3080Bentazona 720 960Butacloro 2400 3600 1141 2148Dibrometo de diquate 200 400 M = 1644Dicloreto de diquate 200 600Diuron 800 1200Oxidiazona 875 10002,4 D 403 2821Picloran 103 618Paraquate 300 2200Propanil 3600 5280Trifluralina 720 - 960
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Dcada Produtos Gramas * / ha Mdia Brasil1970 Cianazina 1250 2500
Diclofope metlico 710 850Glifosato 360 2160 704 1779Metribuzin 350 720 M = 1241S- Metolacloro 1920 3360Oxifluorfen sdio 40 1440Pendimetalian 750 2000Tebutiuron 250 - 1200
Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1980 Acetocloro 1800 3600
Acifluorfen 170 255Cletodin 60 108Clorimuron etlico 15 20Fenoxaprope-p-etlico 68 110 254 452Fluazifope-p-butlico 188 250 M = 253Fluroxipir 200 400
Fomesafen 225 250Glufosinato de amon. 300 800Imazaquin 140 150Imazetapir 100Lactofen 150 480Metssulfuron metl. 2 4
Nicossulfuron 50 60Quincloraque 375Setoxidin 230 - 270
Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1990 Bispiribaque sd. 40 50
Butroxidin 25 93,5Ciclossulfamuron 8,4Cloransulan metl. 30 40Dimetenamid 1125 155 204Flumicloraque pentl. 40 60 M = 179Flumioxazina 20 60Halossulfuron 112,5Haloxifope-p-metl. 36 60Imazamoxi 28 49Izoxaflutole 65 263Oxassulfuron 60Quizalofope-p-etlico 63 100Quizalofope-p-tefurl. 60 120Sulfentrazona 600 800Tepraloxidin 75 100Tiazopir 240 - 360
* Ingrediente ativoFonte: L.C.S. Ferreira Lima 2005
A situao com os inseticidas no foi diferente e o Quadro 7 demonstra com clareza a
tendncia de reduo das doses da aplicao, resultado de um trabalho consciente e pertinaz das
reas de pesquisa da indstria, buscando produtos mais eficientes e ao mesmo tempo menos txicos
e agressivos ao ambiente. De 1960 para 1970 houve uma reduo nas doses de utilizao de cerca
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de 29%, na dcada seguinte de 79% e de 1980 para 1990 de 23%. No perodo a reduo foi de
88,7%
Quadro 7- Inseticidas: lanamento mundial / doses registradas no BrasilProdutos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA AT 1960
Aldicarbe 450 3900Carbaril 456 1080Carbofurano 700 3500Clorpirifs 96 960 338 - 1571Endossulfan 350 2100 M = 955Fosfeto Alumnio Gros Armazen.Fosfeto de magnsio Gros Armazen.Malationa 400 1750Monocrotofs 100 320
Parationa metlica 180 600Pirimicarbe 250 500Triclorfon 400 - 1000
Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1970 Acefato 225 1125
Amitraz 440 700Cipermetrina 12 75Cloridrato de cartape 400 1250Deltametrina 2,5 - 10 243 1104Diflubenzuron 7,5 25 M = 674Fenitrotiona 500 1000
Fenvalerato 21 120Forato 1050 - 6225Metamidofs 150 900Permetrina 15 125Terbufs 210 2000Triazofs 120 - 800
Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1980 Abamectina 5,4 18
Bifentrina 1 7,5Buprofezina 230 375Carbossulfano 120 400Ciromazina 75 90Clofentezina 150 300 71 - 210Clorfluazuron 12,5 37,5 M = 140Ciflutrina 6,25 40Esfenvalerato 5 25Etofenproxi 30 50Fenpropatrina 30 120Flufenoxuron 7,5 200Hexatiazox 30Lambda cialotrina 3,75 25Piridafentiona 400 1000Pirimifs metlico 80 200
Profenofs 80 500Teflubenzuron 7,5 37,5Tiodicarbe 52,5 - 525
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Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1990 Acetamiprido 50 80
Betaciflutrina 3,75 12,5Clorfenapir 72 240Clotianidina 30 150 34 183Fipronil 4 400 M = 108Gama cialotrina 2,4 15Imidacloprido 49 280Piriproxifen 100Spinosad 6 201,6Tebufenozide 30 120Tiacloprido 48 96Tiametoxam 12,5 - 500
* Ingrediente ativoFonte: L.C.S. Ferreira Lima 2005
Na anlise dos fungicidas o comportamento da reduo das doses acompanhou a mesma
tendncia verificada nas outras duas classes de produtos. Da dcada de 1960 para at 1970 houvereduo nas doses de aplicao de cerca de 64%; na dcada seguinte a reduo foi de 40% e, de
1980 para 1990 uma reduo de 54%. No perodo a reduo total foi de cerca de 90%.
Quadro 8 - Fungicidas: lanamento mundial / doses registradas no BrasilProdutos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA
AT 1960 Captana 520 1130Edifenfs 500 750Enxofre 1600 4800 811 2484Hidrxido de cobre 495 2970 M = 1647
Mancozebe 1600 4000Manebe 1600Oxicloreto de cobre 1050 2100xido cuproso 560 3136Tiabendazole 80 4000Triforina 114 - 356
Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1970 Acetato de fentina 70 500
Benomil 125 - 1000Carbendazina 250 500Cloridrato de cartape 500 750
Clorotalonil 500 1800Fenarimol 10,8 72 348 818Fosetil - Al 1600 4000 M = 583Hidrxido de fentina 100 300Iprodiona 250 750Oxicarboxina 375 600Procimidona 250 750Propiconazole 62,5 187,5Propinebe 1400 2100Pirazofs 180 300Quinometionato 100 150Tiofanato metlico 210 490Triadimefon 125 250
Triciclazole 150 - 225
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Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1980 Bitertanole 125 250
Fenpropimorfe 560 750 223 481
Hexaconazole 30 45 M = 352
Oxadixil 160 240Procloraz 337,5 1350
Tebuconazole 125 - 250
Produtos Gramas * / ha Mdia BrasilDCADA1990 Azoxistrobina 80 160
Bromuconazole 15 180
Difenoconazole 5 125
Dimetomorfe 52,5 400 69 254
Epoxiconazole 12,5 93,75 M = 161Famoxadona 81 180
Fluazinam 200 500
Fludioxonil Tratamento Sem.
Fluquinconazole 62,5 187,5
Imibenconazole 90 168,7
Metconazole 90 180
Pirimetanil 60 900
Tetraconazole 50 100Trifloxistrobina 100 - 125
* Ingrediente ativoFonte: L.C.S. Ferreira Lima 2005
Quanto aos aspectos toxicolgicos vale salientar que os inseticidas, de modo geral , sempre
representaram a classe de produtos com a maior toxicidade. Tambm aqui, se verifica o grande
avano que vem sendo obtido atravs da pesquisa, na busca de ingredientes ativos com menor
toxicidade. O Quadro 9 mostra isto claramente em relao aos produtos relacionados com redues
expressivas quanto ao grau de toxicidade por eles apresentados.Embora tenha havido um aumento da toxicidade mdia dos inseticidas na dcada de 1990, as
redues alcanadas nas dcadas anteriores foram, sem dvida, bastante expressivas.
De acordo com a Organizao Mundial de Sade The WHO Recommended Classification
of Pesticides by Hazard- 2004 - produtos slidos que tenham LD50 oral aguda 2000 mg/kg e
produtos lquidos com LD50 oral aguda 3000 mg/kg apresentam pouca probabilidade de provocar
algum risco agudo como resultado de aplicaes normais. Ref. ISBN: 92 4 154663 8
A combinao dose menor e menor toxicidade tem influncia direta no menor impacto
ambiental provocado pelos novos produtos.
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Quadro 9 - Inseticidas: lanamento mundial / Toxicidade Oral Aguda do Ingrediente AtivoProdutos DL50 mg / kg DL50 MdiaDCADA
AT 1960 Aldicarbe 0,93Carbaril 264 - 500
Carbofurano 8Clorpirifs 135 -163Endossulfan 70 - 110 190 - 551Fosfeto Alumnio 8,7 370Fosfeto de magnsio 11,2Malationa 1355 - 5500Monocrotofs 18 - 20Parationa metlica 3Pirimicarbe 142Triclorfon 250
Produtos Mdia BrasilDCADA
1970 Acefato 1030 - 1447Amitraz 650Cipermetrina 250 - 4150Cloridrato de cartape 325 - 345Deltametrina 135 - > 5000Diflubenzuron > 4640 745 - 1729Fenitrotiona 1700 1720 1237Fenvalerato 451Forato 1,6 3,7Metamidofs 13 15,6Permetrina 430 4000
Terbufs 1,6Triazofs 57 - 59Produtos Mdia BrasilDCADA
1980 Abamectina 10Bifentrina 54,5Buprofezina 2198 2355Carbossulfano 185 250Ciromazina 3387Clofentezina > 5200 4143 - 4182Clorfluazuron > 8500 4162Ciflutrina 500 - 900Esfenvalerato 75 88Etofenproxi > 42880Fenpropatrina 66,7 70,6Flufenoxuron > 3000Hexatiazox > 5000Lambda cialotrina 56 - 79Piridafentiona 769 - 850Pirimifs metlico 1414Profenofs 358Teflubenzuron > 5000Tiodicarbe 66
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Produtos Mdia BrasilDCADA1990 Acetamiprido 146 217
Betaciflutrina 270 500Clorfenapir 441 - 1152Clotianidina > 5000 1853 - 2073Fipronil 95 - 97 1963Gama cialotrina 50 55Imidacloprido 450Piriproxifen > 5000Spinosad 3783 - > 5000Tebufenozide > 5000Tiacloprido 444 - 836Tiametoxam 1563
* Ingrediente ativoFonte: L.C.S. Ferreira Lima 2005
5.5. Fatos a considerar
Como foi visto at aqui, a introduo nas ltimas dcadas de novos ingredientes ativos no
mercado ampliou de muito a gama de recursos disposio da agricultura para soluo da quase
totalidade dos problemas fitossanitrios que afetam a produtividade das culturas econmicas. Assim
que, de 1972 a 1996, o mercado mundial de produtos fitossanitrios praticamente triplicou.
O nmero de herbicidas disponveis aumentou significativamente e esta diversidade de
produtos oferece soluo vivel para a maioria das situaes nas quais o controle de plantasinvasoras indispensvel. No caso dos inseticidas, o fato mais importante a salientar foi o da
substituio dos organoclorados por produtos menos persistentes. H todavia que se considerar
tambm que neste perodo comearam a surgir problemas de resistncia das pragas aos produtos e,
neste particular, a preocupao torna-se maior quando se verifica haver menor disponibilidade de
inseticidas e acaricidas quando comparados com herbicidas e fungicidas.
As ltimas dcadas tambm propiciaram o desenvolvimento de novos grupos de fungicidas
que muito vem contribuindo para o melhor manejo do controle das doenas. Os fungicidas
sistmicos destacam-se neste particular, pelo efeito de sua ao curativa embora os produtos de
largo espectro, preventivos, ainda tenham um papel importante nos programas de manejo integrado.Pode-se considerar que o fator de maior preocupao atualmente seja o da resistncia de
insetos, caros e doenas fitopatognicas aos inseticidas, acaricidas e fungicidas respectivamente.
Normalmente, essas ocorrncias se do a nvel regional tornando algumas vezes determinados
produtos completamente ineficazes. um problema mundial que tem obrigado aos governos de
diversos pases e s indstrias produtoras a se aliarem, criando programas para neutralizar essas
ocorrncias, atravs da soluo a problemas j existentes e preveno nos casos ainda no
estabelecidos. Outra rea de preocupao diz respeito aos custos de desenvolvimento de novos
produtos e necessidade de gerao de dados adicionais para os produtos antigos ainda no mercado.
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Os padres de exigncias para registro de um novo produto foram muito ampliados nas
ltimas dcadas e os custos para atender a todos os estudos requeridos, vm crescendo a taxas bem
maiores do que os ndices de crescimento do mercado.
Isto faz com que somente tenham condies de ser desenvolvidos para lanamento nomercado, produtos para utilizao em culturas de importncia mundial que possam justificar a
recuperao dos investimentos feitos. Este fator portanto fundamental na deciso a ser tomada
entre desenvolver ou no um novo produto.
5.6. O controle biolgico e integrado
No passado, o termo controle biolgico era entendido por alguns pesquisadores como
especfico ao controle de pragas e, como tal, muito limitado se consideradas as necessidades de um
controle fitossanitrio efetivo a um grande nmero de culturas econmicas. Atualmente, a definio
de controle biolgico tem um sentido muito mais abrangente, envolvendo todos os mtodos que tm
como objetivo biolgico principal, limitar o desenvolvimento de pragas, doenas e plantas
invasoras. Alm dos benefcios obtidos ao se utilizarem organismos antagnicos, os mtodos
biolgicos incluem tambm o emprego de plantas resistentes, o uso de mecanismos naturais para
preveno da resistncia, feromnios, entre outros. Com esta definio mais ampla, o controle
biolgico se constitui hoje na base da defesa sanitria vegetal.
O controle biolgico em casas de vegetao apresentou um crescimento aprecivel,
evoluindo de cerca de 400 ha em 1970 para quase 14.000 ha em 1991. O mercado mundial de
produtos biolgicos representava, em 1993, cerca de 0,45% do mercado total de agroqumicos e era
dominado basicamente, pelos bio-inseticidas e oBacillus thuringiensis, sendo responsvel por 90%
do total. Alm de Bacillus thuringiensis outros agentes de controle biolgico tm sido utilizados,
incluindo espcies de Trichoderma, Streptomyces, Pseudomonas etc. O mesmo ocorrendo com os
bio-herbicidas utilizando patgenos especficos, como por exemplo, Colletotrichum
gloeosporioides. O sucesso desses agentes biolgicos de controle depende da disponibilidade de
umidade e, alguns desses produtos foram descontinuados face a resultados inconsistentes.Os produtos biolgicos de modo geral, apresentam srias limitaes, incluindo sua extrema
especificidade, bem como elevada sensibilidade aos fatores ambientais, alm de problemas ligados
estabilidade das formulaes.
Apesar de todas essas dificuldades, a indstria vem investindo seriamente neste ramo de
pesquisa, levando em conta que o custo do desenvolvimento de produtos biolgicos muitas vezes
menor do que o necessrio para lanar um novo produto qumico.
Por outro lado, o sucesso para o lanamento de um novo produto qumico vem se tornando
cada vez mais difcil face s exigncias da regulamentao e aos elevados investimentos, conformej mencionado.
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Mdulo 1: 1.1 - A defesa vegetal no Brasil24
A participao dos agentes de controle biolgico dever estar restrita a determinados nichos
de mercado, bastante especficos.
A situao muda de figura quando se antev a perspectiva do uso de plantas resistentes,
sendo provavelmente este o exemplo de maior sucesso no controle biolgico, a mdio e longo
prazo.O emprego de cultivares resistentes, sob o ponto de vista fitossanitrio, ser provavelmente a
chave para o controle de pragas, doenas e plantas invasoras num futuro previsvel. O
desenvolvimento dessas cultivares ser a nica forma de produzir resultados imediatos no controle
de pragas e doenas, antes de que se tenha necessidade de utilizar os produtos fitossanitrios
qumicos. A engenharia gentica, neste particular, j est trazendo a sua contribuio e, nos
prximos anos, estaremos presenciando enormes avanos em vrias culturas econmicas.
Mesmo considerando toda a gama de novas tecnologias disponveis, dificilmente teremos
resolvido os problemas do controle fitossanitrio com medidas isoladas ou independentes. Aagricultura intensiva praticada nos dias atuais e no futuro, necessita integrar todos os mtodos
disponveis, para a maximizao de resultados. E isto a funo primordial do controle integrado
de pragas, doenas e plantas invasoras. A Organizao Europia de Defesa Vegetal definiu o
controle integrado como sendo o emprego de todos os mtodos econmico, ecotoxicolgico e
toxicologicamente justificveis, para manter as pragas abaixo de nveis econmicos de dano, com
nfase no uso deliberado de agentes naturais de controle e de medidas preventivas.
O objetivo utilizar todos os fatores que limitem a ocorrncia das pragas, a comear por
medidas culturais e biolgicas, complementando com produtos qumicos de modo de ao
especifico. Neste caso, os produtos s podero ser aplicados, se as infestaes apresentarem nveis
que excedam os limites que possam provocar danos econmicos. Neste particular, no podemos
deixar de mencionar o programa desenvolvido pela EMBRAPA e, mais especificamente pelo
Centro Nacional de Pesquisa de Soja, cujo princpio est perfeitamente alinhado com o que vem
sendo preconizado nos pases de agricultura desenvolvida.
A Agricultura de Preciso, que comeou a dar seus primeiros passos no Brasil com a
formao do consrcio AGRISAT, unindo o Grupo Algar com a Case, a Manah e a Du Pont, e
outras empresas que certamente sero formadas para atuar nesse segmento, trar para o nosso pas
tecnologia de ponta visando a melhoria da nossa produtividade agrcola.
A Agricultura de Preciso um sistema de manejo que utiliza o sensoriamento no campo,
atravs da mecanizao e da informtica, gerando benefcios agronmicos, econmicos e
ambientais. uma concepo inovadora que certamente revolucionar o conceito de produtividade
na agricultura brasileira utilizando-se de um sistema de gerenciamento de informaes via satlite
GPS (Global Posiotioning System), desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
da Amrica e envolvendo 24 satlites. Esse sistema permitir, no caso do controle fitossanitrio,
aplicar apenas o necessrio, racionalizando ao mximo a utilizao dos defensivos agrcolas pela
sua aplicao no momento apropriado, nos alvos pr determinados e nas quantidades adequadascom o objetivo de reduo de custos e preservao ambiental.
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6. Controle qumico
O Controle Qumico ainda sem dvida o mais importante dos mtodos de controle.
eficiente contra insetos, patgenos e plantas daninhas.
H pouco mais de um sculo, um produto de Proteo de Plantas quimicamente sintetizado
em laboratrio, ajudou a controlar patgenos pela primeira vez. De fato, este um importante
marco para a Defesa Vegetal, hoje praticado no mundo inteiro. O produto sob nome comercial de
ANTINONNIN, lanado em 1892 (conforme j comentado) para combater um patgeno de
floresta, um marco na histria da proteo qumica de plantas.
Figura 1 Populao mundial X Tempo
Fonte: Deevey 1960
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Quadro 10 Taxas de crescimento da populao mundial
Ano Populao total Crescimento anual (%)Perodo para duplicao
(anos)1 Milho A.C. Alguns Milhares - -
8000 A.C. 8 Milhes 0,0007 100.0001 300 Milhes 0,046 1.500
1750 800 Milhes 0,06 1.2001900 1.650 Milhes 0,48 1501970 3.678 Milhes 1,9 362000 6.199 Milhes 1,7 41
Fonte: UNESCO
Quadro 11 Produo mundial de gros: total e per capita
PRODUO MUNDIAL PER CAPITA
ANO TOTAL (milhes toneladas) TOTAL (quilos)
1950 631 246
1960 847 278
1970 1.103 296
1980 1.441 322
1990 1.684 316
Fonte: Wordwatch Institute
Naquela poca a populao demorava 3.000 anos para duplicar. Hoje como exploso: a
cada segundo, trs pessoas nascem em nosso planeta. Em outras palavras, uma nova cidade com
uma populao de 250.000 pessoas criada a cada dia. Hoje a populao da Terra ento de mais
ou menos 6,1 bilhes (Figura 2), cada qual tendo suas prprias necessidades e exigncias
incluindo a exigncia, de fato um direito, de ter alimento suficiente.
Mas a terra destinada agricultura no pode mais ser aumentada vontade. A destruio das
florestas tropicais, ainda existentes neste Planeta, seria o mesmo que proclamar a sentena de morte
de nossa atmosfera. Cada metro quadrado de floresta uma parte do chamado pulmo verde eimportante reserva de gua. Eliminar as florestas por queimadas, tambm intensifica o efeito estufa,
que poderia acabar sendo um desastre para o clima, acrescendo-se que o dixido de carbono ento
liberado contribui para o aumento da temperatura da atmosfera.
Os historiadores especialistas em Idade Mdia relatam que no primeiro milnio se atribua a
existncia da fome e da misria fria dos cus. Hoje, no terceiro milnio, essas desgraas ainda
existem, mas sabemos todos que so de responsabilidade do Homem.
Nos primrdios da civilizao, a eroso do solo era aceita como o preo a ser pago a longo
prazo por um suprimento seguro de alimentos a curto prazo. Os solos agricultveis permaneciam
por longo tempo nus, expostos ao vento e a chuva. Atualmente, com as modernas tcnicas de
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manejo dos solos agrcolas (como por exemplo o Plantio Direto) consegue-se reduzir a eroso de 50
a 98 % na maioria das reas cultivadas.
Estas modernas tcnicas de manejo de solo no podem prescindir do emprego de herbicidas.
So os sistemas agrcolas mais sustentveis sob o ponto de vista ambiental. Poupam mais o solo,
favorecem a populao de minhocas e microorganismos, contribuindo para um preparo do solomelhor do que a arao.
A agricultura de alto rendimento tem elevado as produtividades mundiais em 2% ao ano, nos
ltimos 30 anos. A alta produtividade preserva os ambientes naturais.
Figura 2 Populao mundial
Fonte: UNESCO
7. Descoberta e desenvolvimento de um produto fitossanitrio
A indstria de Defensivos Agrcolas emprega, h muito tempo, recursos financeiros
significativos e equipes de cientistas e tcnicos altamente qualificados, desde as pesquisas de um
produto, sua descoberta, at o lanamento no mercado (se isto se der), bem como no
acompanhamento e melhoramento contnuos de formulaes e tcnicas de aplicao, visando
aprimorar cada vez mais sua eficcia agronmica e a segurana de seu povo, para o homem e o
meio ambiente. Desenvolvimento de um Produto Fitossanitrio (vide figura 3).
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Figura 3 Desenvolvimento de um produto fitossanitrio
Atualmente, de cerca de 10 anos, o tempo despendido entre a descoberta de um composto
qumico at o incio de sua produo em escala comercial, podendo chegar a um custo aproximado
de US$ 150 milhes. De modo sucinto, podem ser consideradas as seguintes etapas bsicas que
englobam o complexo de procedimentos, desde a descoberta de um Novo Ingrediente Ativo at o
incio de sua produo em escala comercial como um produto fitossanitrio.
Durante a seqncia dos testes de campo, muitos fatores necessitam ser investigados para a
resposta a muitas questes. Eis alguns fatores:
se nas concentraes efetivas contra os fitoparasitos ou plantas daninhas, o composto ou no fitotxico s plantas que necessitamos proteger;
quais as doses mais econmicas, modo e pocas de aplicao; seletividade a inimigos naturais dos fitoparasitos; que tipos de formulaes so mais convenientes para seu melhor e seguro manuseio,
sem afetar suas qualidades desejveis;
quais as influncias de temperatura, luminosidade, chuva e outros fatores externos,quanto sua atividade fitossanitria;
se e como a atividade do composto afetada pelos vrios tipos de solo;
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Mdulo 1: 1.1 A defesa vegetal no Brasil 29
qual o grau de compatibilidade com outros produtos, visando a eventual necessidadede seu uso em misturas com estes ltimos.
procura de respostas adequadas, faz-se indispensvel que o material seja testado em
diferentes culturas, durante vrios anos e mesmo em vrios pases, em comparao com defensivospadro.
So testes que exigem rigoroso planejamento, que permitam sua anlise estatstica e que
sejam conduzidos sob a superviso de especialistas. Geralmente, esta etapa realizada de modo
integrado entre a Indstria, as Universidades e o Governo.
uma fase muito laboriosa, requerendo o preparo de toneladas do material tcnico ou suas
formulaes, empregados atravs de equipamentos de preciso, e tendo como mo de obra os
prprios pesquisadores da indstria descobridora.
8. Novos produtos
As principais linhas de pesquisa como fontes para novos produtos so: 1) Sntese Clssica
(Random Screen); 2) Sntese Anloga; 3) Produtos Naturais e 4) Linha Bio-Racional
(Biorational Design). O importante analisar o que cada linha de pesquisa tem, como:
chances de sucesso; grau de inovao; importncia atual e futura.
Sntese Clssica - a primeira linha de pesquisa. Nada mais que a sntese massal e
aleatria dos compostos qumicos, com grande quantidade de produtos sintetizados e avaliados.
Apesar da grande importncia atual, as chances de sucesso so bastante pequenas.
Sntese Anloga a sntese feita a partir de um produto comprovadamente eficiente. Um
exemplo tpico o dos fungicidas triazis. Os primeiros foram obtidos a partir de sntese clssica. A
importncia atual grande, pois as chances de sucesso so bastante altas; j partem de uma
molcula de caractersticas comprovadas.
Produtos Naturais Essa linha basicamente procura imitar os processos naturais que
venham a produzir um defensivo. Exemplo: um antibitico produzido por uma bactria. Procura-se
sintetizar produto semelhante. At o momento essa linha de pesquisa apresenta baixas chances de
sucesso.
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Bio-Racional - Muito ligada Anloga porm utiliza conhecimentos bioqumicos ou de
biologia molecular. Parte-se do processo inverso das demais linhas. Primeiro identifica-se quais os
processos metablicos sensveis ( exemplo = ao fungo ). Em seguida, produz-se uma molcula
visando atuar nesses processos ( ex: triazis inibidores do ergosterol).
Ainda h muitas oportunidades para novos produtos, apesar de existirem poucos problemas
de proteo de plantas para os quais no existam medidas prticas de controle baseadas na qumica.
Estas oportunidades aparecem porque h uma contnua necessidade de substituio de ingredientes
ativos e formulaes j existentes, para satisfazer as exigncias ambientais, os usurios e s
demandas econmicas. Os novos produtos so:
seguros para o ambiente, para o usurio e para o consumidor das culturas tratadas; altamente ativos e com custos competitivos; flexveis e convenientes no uso; compatveis com outros produtos e apropriados para uso em programas de manejo
integrado de pragas, doenas e plantas daninhas
De modo geral, pode-se afirmar que a indstria vem correspondendo ao que se busca como
objetivos a conseguir quanto s caractersticas mais adequadas para um produto fitossanitrio. Os
Quadros 6 a 9, j mostrados, demonstram claramente que os produtos mais novos so mais
eficazes do ponto de vista de controle s pragas, doenas e plantas daninhas, por empregarem dosesmenores e, ao mesmo tempo, so menos txicos que seus antecessores. E por serem empregados,
em doses menores, pode-se dizer que seu potencial de provocar danos ao ambiente tambm
menor.
9. Registro e comercializao dos produtos fitossanitrios no Brasil
de competncia privativa do Governo Federal, entre outros, legislar sobre Direito
Comercial, guas, Comrcio Exterior e Interestadual, Transporte, Exerccio de Profisses e
Propaganda Comercial (Art. 22 da Constituio). Compete Unio e aos Estados, entre outros,
legislar concorrentemente sobre Conservao da Natureza, Defesa do Solo e dos Recursos Naturais,
Proteo do Meio Ambiente e Controle da Poluio e Proteo e Defesa da Sade (Art. 24 da
Constituio).
No caso especfico dos defensivos agrcolas compete Unio legislar sobre a produo, registro,comrcio interestadual, exportao, importao, transporte, classificao e controle tecnolgico e
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toxicolgico; controlar e fiscalizar os estabelecimentos de produo, importao e exportao;
analisar os produtos agrotxicos, seus componentes e afins, nacionais e importados; controlar e
fiscalizar a produo, a exportao e a importao.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre o uso, a produo, o consumo, o
comrcio e o armazenamento dos agrotxicos, seus componentes e afins, bem como fiscalizar o
uso, o consumo, o comrcio, o armazenamento e o transporte interno.
9.1. Entendimento histrico
A primeira legislao sobre produtos fitossanitrios no Brasil data de 19.12.1923, quando o
Decreto N 16.271 passou a exigir o Registro de produtos ou preparados inseticidas e fungicidas
com aplicao na lavoura, no Instituto de Qumica Agrcola.
Todavia, o marco da legislao considerado o Decreto n 24.114, data de 12 de abril de 1934,
quando instituiu o Regulamento da Defesa Sanitria Vegetal que, praticamente no sofreu
alteraes nas dcadas de 30, 40 e 50.
A partir da dcada de 60, acompanhando posies assumidas por outros pases de legislao
mais avanada, alm das prescries de organismos internacionais tipo FAO e OMS, as autoridades
brasileiras foram aperfeioando as normas contidas no regulamento de 1934, voltando-se
basicamente para os aspectos de :
proteo aos que trabalham na indstria de defensivos; proteo ao agricultor, quanto qualidade dos produtos e ao seu uso; proteo ao consumidor quanto qualidade dos produtos agropecurios tratados com
produtos fitossanitrios;
proteo ao meio ambiente.
Especificamente em relao qualidade dos alimentos, destaca-se o Decreto N 55.871 de26 de maro de 1965, estabelecendo uma legislao para resduos de defensivos permitidos em
alimentos. Concomitantemente, a ento Comisso Nacional de Normas e Padres de Alimentos
(CNNPA), do Ministrio da Sade, passou a elaborar, para cada produto, uma monografia com
minuciosos estudos constando, entre outras informaes relevantes, as culturas em que os
defensivos poderiam ser empregados, resduos mximos permitidos nos alimentos (tolerncia) e os
perodos de carncia (intervalos entre a ltima aplicao do defensivo e a colheita) para assegurar
os resduos permitidos. Podemos dizer que, naquele momento, caraterizou-se a crescente
preocupao com o problema dos resduos, fundamental tanto para o consumo interno de produtosalimentcios quanto para os produtos de exportao.
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9.2 Legislao
Com a promulgao da Lei 7.802, em 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto98.816, de 11 de janeiro de 1990, esse substitudo pelo Decreto 4.074 de 04/01/2002, podemos dizer
que o Brasil deu o passo definitivo no sentido de alinhar-se com as exigncias de qualidade e
segurana para produtos fitossanitrios, reclamadas em mbito domstico e internacional.
importante notar que a Lei n 7.802/89 estabelece como competncia privativa da Unio,
legislar sobre o registro, o comrcio interestadual, a exportao, a importao, o transporte, a
classificao, o controle tecnolgico e toxicolgico, bem como analisar os produtos agrotxicos,
seus componentes e afins, nacionais e importados.
Por outro lado, aos Estados compete legislar sobre o uso, sobre a produo, o comrcio e oarmazenamento, bem como fiscalizar o uso, o consumo, o comrcio, o armazenamento e transporte
interno. Aos municpios assiste legislar sobre o uso e o armazenamento supletivamente aos estados.
Os produtos fitossanitrios e afins passaram a ser comercializados obrigatoriamente
mediante a exigncia da apresentao, pelo usurio, de receiturio agronmico prprio, prescrito
por profissional de nvel superior legalmente habilitado.
Amparados na nova Legislao, os Ministrios da Agricultura, da Sade, e o Ibama, em suas
reas de competncia, baixaram normas e aperfeioaram mecanismos especficos destinados a
garantir ao consumidor a qualidade dos produtos, seus componentes e afins, tendo em vista aidentidade, atividade, pureza e eficcia, alm de medidas necessrias preservao ambiental e
proteo da sade da populao.
O captulo das infraes abrigou consideraes referentes a todos os elementos envolvidos
no amplo processo que configura a atividade de defesa fitossanitria, contemplando no seu Captulo
VIII, praticamente, desde a pesquisa at a aplicao no campo.
importante frisarmos que h responsabilidades para todos os envolvidos no Setor, de
acordo com o artigo 84 do Dec. Fed. 4074 de 04/01/02:
Art. 84. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados sade
das pessoas e ao meio ambiente, em funo do descumprimento do disposto na legislao pertinente
a agrotxicos, seus componentes e afins, recairo sobre:
I - o registrante que omitir informaes ou fornec-las incorretamente;
II - o produtor, quando produzir agrotxicos, seus componentes e afins em desacordo com as
especificaes constantes do registro;
III - o produtor, o comerciante, o usurio, o profissional responsvel e o prestador de servios que
opuser embarao fiscalizao dos rgos competentes ou que no der destinao s embalagens
vazias de acordo com a legislao;
IV - o profissional que prescrever a utilizao de agrotxicos e afins em desacordo com as
especificaes tcnicas;
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O uso de pesticidas, de forma errada, inadequada e inconseqente, na verdade, no interessa
a ningum. Lamentavelmente, faltam orientao tcnica, planejamento e conscientizao por parte
de muitas pessoas envolvidas no setor.
A Lei no 7.802, de 11/07/89, regulamentada pelo Decreto n 98.816, de 11/01/90, (hoje N
4.074 de 04.01.2002) e que trouxe novas diretrizes agricultura nacional, exigiu a prescrio daReceita Agronmica por tcnico legalmente habilitado. Sem dvida, foi um importante passo dado
pela nossa sociedade para a preservao dos recursos do agro-ecossistema, visando uma agricultura
mais produtiva e saudvel, e deve ter o apoio de todos os profissionais srios e competentes no
nosso pas, que buscam uma agricultura mais produtiva, segura e no predatria.
Os Engenheiros Agrnomos, e os Engenheiros Florestais, atravs da Receita Agronmica,
correta e consciente, nos demonstraro as vantagens potenciais do Manejo Integrado, e nos
conduziro ao Uso Correto e Seguro dos Produtos Fitossanitrios.
Poderemos definir Receita Agronmica como o parecer tcnico sobre uma situaofitossanitria tendo como finalidade a utilizao dos mtodos de controle mais adequados, de
maneira a se efetivar o controle das pragas, doenas e plantas daninhas com baixo custo, sem
comprometer a sade do aplicador, do consumidor e o meio ambiente.
A Receita Agronmica busca e estuda a origem de cada problema procurando atingi-lo
especificamente, proporcionando o mximo de eficincia com o mnimo de insumos, tendo como
objetivo principal a manuteno do equilbrio natural.
O Receiturio Agronmico um instrumento de valorizao profissional que exige
conhecimentos tcnicos dos mais profundos para a sua elaborao.
Para que o profissional tenha sucesso no seu trabalho de prescrio, dever ter
conhecimentos bsicos de Manejo Integrado de Pragas, Doenas e Plantas Daninhas, dar prioridade
aos agentes de controle biolgico natural, e indicar, sempre que necessrio, produtos fitossanitrios
que sejam seletivos aos inimigos naturais, de baixa toxicidade, de baixo impacto ambiental, e que
tenham registros no Ministrio da Agricultura.
Bases para o Receiturio Agronmico- Competncia Legal
A Resoluo do CONFEA n 344, de 27/07/90, define quem pode prescrever Receiturio
Agronmico. Define as categorias profissionais habilitadas a assumir a Responsabilidade Tcnica
na prescrio de produtos agrotxicos, sua aplicao e atividade afins.
Observaes:
S podero ser prescritos produtos com observncia das recomendaes de usoaprovadas no registro, no rgo competente (Ministrio da Agricultura).
Apenas dos produtos com finalidade fitossanitria exigido o ReceiturioAgronmico.
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10. Anlise do setor de produtos fitossanitrios
A preocupao com a destruio de ecossistemas e do nosso habitat, a contaminao do
meio ambiente e os impactos decorrentes na sade humana, levaram os chefes de estado de mais de
170 pases a reunirem-se no Rio de Janeiro, em 1992, para a realizao da Conferncia das Naes
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ( UNCED ECO-92 ).
Naquela oportunidade os representantes dos pases participantes firmaram um compromisso
poltico de responsabilidade pela sustentabilidade do bem estar do ser humano, traduzido num
documento denominado Agenda 21. A Agenda 21, ao longo de seus 40 captulos alerta e apresentaorientaes sobre problemas sociais e a dinmica demogrfica, meios e processos de produo,
manejo dos recursos naturais, biodiversidade, biotecnologia, segurana qumica etc. H ainda um
captulo especfico destinado Promoo do desenvolvimento rural e agrcola sustentvel e outro
relacionado a Manejo ecologicamente saudvel das substncias qumicas txicas.
O tratamento dado ao tema dos agrotxicos na Agenda 21 envolve a questo dos riscos e
efeitos colaterais desses produtos nos diversos mbitos de utilizao. Assim, so abordados tanto os
efeitos em relao sade humana, como tambm os danos ambientais, os custos decorrentes do
uso, numa demonstrao de que alm da esfera tecnolgica do uso propriamente dito, somam-se
fatores de natureza econmica e poltica, contribuindo para a definio dos padres de uso desses
insumos. A sua importncia neste contexto deve-se s suas caractersticas qumicas e biolgicas e s
quantidades aplicadas, que juntas, revelam o seu potencial de risco se no manipulados por
profissionais responsveis, conscientes e bem treinados.
O setor de produtos fitossanitrios competitivo, oferecendo ao agricultor cerca de 714
produtos, a maioria nas classes toxicolgicas III e IV, que so formulados a partir de 317 diferentes
ingredientes ativos misturados ou em forma isolada (Fonte: GIAGRO maio/2005).
Esses produtos, destinados a todos as culturas de importncia econmica em nosso Pas, so
comercializados por empresas, que mantm, 6.222 empregos diretos, sendo grande parte ocupados
por profissionais de nvel superior, dos quais 1.683 engenheiros agrnomos, e 70 tcnicos agrcolas.
Na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias para controle de pragas, doenas e
plantas daninhas, a indstria, como j foi mencionado, mantm estaes experimentais e
laboratrios de pesquisa, sendo a maioria em cooperao com rgos oficiais de pesquisa e ensino.
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10.1. Formulaes de produtos fitossanitrios
Os ingredientes ativos so substncias qumicas extremamente ativas, capazes de controlaruma determinada praga em concentraes extremamente baixas, sendo necessrios apenas alguns
quilogramas ou menos por hectare para se obter o efeito desejado. Por esse motivo, o ingrediente
ativo deve ser formulado utilizando substncias biologicamente inertes, mas que tornam possvel
distribuir uniformemente no campo pequenas quantidades do mesmo. A matria-prima bsica para
formulaes o Produto Tcnico, resultado da sntese do referido produto e que contm, de modo
geral, altas concentraes do ingrediente ativo (85 a 98%). A indstria, por razes de custo, no
produz ingredientes ativos puros, uma vez que essa purificao exigiria investimentos nos processos
de manufatura que inviabilizariam comercialmente os produtos.Podem ser destacados alguns motivos para a formulao de um produto fitossanitrio:
Em geral, os produtos tcnicos so insolveis em gua, sendo necessria a adio desubstncias tensoativas que proporcionem uma mistura uniforme atravs da
emulsificao ou suspenso dos mesmos na calda.
Proporcionar uma fcil dosagem de defensivo, de forma que se utilizem quantidadesfixas e de fcil medida, por exemplo: 1 litro, 1 kg por hectare.
Deixar o produto mais seguro durante o manuseio.* Tornar a ao do produto mais eficiente, atravs da adio de substncias que
facilitem o espalhamento da calda durante a aplicao e/ ou a absoro do
ingrediente ativo pela planta.
Aumentar a vida til do ingrediente ativo. A mistura de dois ingredientes ativos em um mesmo produto.
*A concentrao de ingrediente ativo dentro de uma formulao de defensivo agrcola
geralmente se encontra na faixa de 10 a 800 g/kg ou g/l, podendo ocorrer excees.
A escolha do tipo de uma formulao depende de diversos fatores:
A solubilidade do produto tcnico. A concentrao de ingrediente ativo. Modo de aplicao. Regio de utilizao. Facilidade de manuseio. Facilidade de dosagem. A estabilidade do ingrediente ativo. Segurana da formulao durante a manufatura, transporte e uso, como por exemplo:
- Toxicidade.
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- Emisso de p.- Exposio do aplicador.- Inflamabilidade.- Corrosividade.
Custo da formulao. Facilidade e custos de produo do defensivo.
- Modo de ao desejada de um ingrediente ativo.- A eficincia do produto. Tipos diferentes de formulaes de um ingrediente ativo
podem ter resultados completamente diferentes.
- Melhorar a eficincia do ingrediente ativo, atravs da adio de um adjuvante naformulao.
- Homogeneidade na calda.- Fitotoxicidade.- Risco ao meio ambiente.- Estabilidade fsica durante a estocagem.- Formulaes concorrentes.
Todos estes fatores devem ser levados em conta antes de se escolher o tipo de formulao a
ser desenvolvida para um determinado ingrediente ativo.
Muitas vezes praticamente impossvel obter uma formulao que seja perfeita em todos os
aspectos: econmicos, qumicos e facilidade no manuseio; devido esta ter como limitantes as
caractersticas qumicas especficas de cada ingrediente ativo, como por exemplo sua solubilidade e
estabilidade.
s vezes, necessrio optar por uma formulao de maior custo, ou que possua
concentrao inferior desejada, ocasionando uma maior quantidade de produto formulado para se
atingir a dose necessria, ou mesmo optar por formulaes que se apresentem sob a forma de
slidos, o que dificulta o manuseio.
Porm nunca podemos deixar de zelar pela segurana e eficincia do produto, sendo estes
fatores primordiais.
Cada formulao deve ser desenvolvida levando-se em conta caractersticas regionais, como
temperaturas mximas e mnimas da regio, dureza da gua e costumes regionais, por exemplo:
Em regies onde a dureza da gua elevada como na Europa, a formulao deverser mais resistente a este fator; j no Brasil onde a caracterstica das guas de
dureza mdia baixa, este fator tem que ser levado em considerao quando se
desenvolve uma formulao. Nos pases onde a temperatura pode chegar at 0C,
necessrio que se adicione um anticongelante para impedir a cristalizao do
produto.
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No Japo, onde os agricultores esto acostumados a fazer aplicaes por lance, asformulaes devem, sempre que possvel, se apresentar na forma de granulados,
pois, este tipo de formulao mais aceita.
Atualmente, devido ao aumento das exigncias sobre os dados toxicolgicos de uma
formulao e o alto custo que os testes envolvidos possuem, a tendncia mundial de existiremformulaes universais, que sejam compatveis em qualquer condio e em qualquer lugar do
mundo, mesmo que algumas caractersticas sejam desnecessrias em determinadas regies.
Tipos de formulaes
Tabela 2 - Formulaes para diluies em guaSuspenso de
encapsulado( CS )Formulao constituda por uma suspenso estvel de cpsula contendo oingrediente ativo, num lquido, para aplicao aps diluio em gua.
Concentrado dispersvel( DC )
Formulao lquida homognea para aplicao como disperso, aps diluioem gua.
Concentradoemulsionvel ( EC )
Formulao lquida homognea para aplicao aps diluio em gua, sob aforma de emulso.
Emulso de gua em leo( EO )
Formulao fluida, heterognea, constituda por uma disperso de finosglbulos de uma soluo aquosa em uma fase orgnica contnua, para aplicaoaps diluio em gua, sob a forma de emulso.
Emulso de leo em gua( EW )
Formulao fluda, heterognea, constituda por uma disperso de finosglbulos de uma soluo orgnica em uma fase aquosa contnua, para aplicaoaps diluio em gua, sob a forma de emulso.
Micro emulso de guaem leo ( MEO )
Formulao fluida, heterognea, constituda por uma disperso translcidatermodinamicamente estvel de finos glbulos de uma soluo aquosa em umafase orgnica contnua, para aplicao aps diluio em gua, sob a forma demicroemulso.
Micro emulso de leoem gua ( MEW )
Formulao fluida, heterognea, constituda por uma disperso translcidatermodinamicamente estvel de finos glbulos de uma soluo aquosa em umafase orgnica contnua, para aplicao aps diluio em gua, sob a forma demicroemulso.
Suspenso concentrada
( SC )
Formulao constituda por uma suspenso estvel de ingrediente ativo numveculo lquido, que pode conter outro ingrediente ativo dissolvido, paraaplicao aps diluio em gua.
Suspo/suspenso deencapsulado ( SCS )
Formulao constituda por uma suspenso estvel de ingrediente ativo naforma de partculas slidas e de cpsulas num lquido, para aplicao apsdiluio em gua.
Suspo/emulso ( SE )Formulao fluda e heterognea, constituda de uma disperso estvel deingrediente ativo, na forma de partculas slidas e de finos glbulos, na fasecontnua aquosa, para aplicao aps diluio em gua.
Granulado Solvel( SG )
Formulao slida constituda por grnulos, para aplicao aps dissoluo deingrediente ativo em gua, sob a forma de uma soluo verdadeira, podendo,
porm, conter ingredientes inertes insolveis.Concentrado Solvel
( SL )
Formulao lquida homognea, para aplicao aps diluio em gua, sob
forma de uma soluo verdadeira de ingrediente ativo.
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8/3/2019 1.1. a Defesa Vegetal No Brasil
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ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas
Mdulo 1: 1.1 A defesa vegetal no Brasil 39
P Solvel ( SP )Formulao slida constituda de p, para aplicao aps dissoluo deingredientes ativos em gua, sob a forma de uma soluo verdadeira, podendo,
porm, conter ingredientes inertes insolveis.
Tablete ( TB )Formulao slida que se apresenta sob a forma de tabletes, para aplicao apsdissoluo/disperso em gua.
Granulado Dispersvel
( WG )
Formulao slida constituda de grnulos, para aplicao sob a forma de
suspenso, aps desintegrao e disperso em gua.
P Molhvel ( WP )Formulao slida, na forma de p, para aplicao sob a forma de suspenso,aps disperso em gua.
Tabela 3 -Formulaes para diluies em solventes orgnicos.
Suspenso ConcentradaDispersvel em leo (OF)
Formulao constituda de uma suspenso estvel de ingrediente ativo, paraaplicao aps disperso num lquido orgnico.
Soluo Miscvel em leo (
OL )
Formulao lquida, homognea, para aplicao aps diluio em um lquido
orgnico, sob a forma de soluo verdadeira do ingrediente ativo.P Dispersvel em leo
( OP )Formulao slida na forma de p, para aplicao aps disperso em umlquido orgnico sob a forma de suspenso.
Tabela 4 - Formulaes para aplicao direta.
Granulado Encapsulado( CG )
Formulao slida, uniforme, sob a forma de grnulos, possuindo coberturapara proteo ou liberao controlada do ingrediente ativo, para aplicaodireta.
P Seco( DP ) Formulao slida, uniforme, sob a forma de p, possuindo boamobilidade, para aplicao direta atravs de polvilhamento.
Lquido para PulverizaoEletrosttica/Eletrodinmica
( ED )
Formulao lquida, homognea, para aplicao direta e especfica emequipamentos de pulverizao eletrosttica ou eletrodinmica.
Granulado( GR )
Formulao slida, uniforme, sob a forma de grnulos com dimenses bemdefinidas, para aplicao direta.
leo para Pulverizao/Espalhamento ( SG )
Formulao lquida, homognea, para aplicao direta, capaz de formaruma pelcula no alvo desejado.
Suspenso UltrabaixoVolume( SP )
Formulao constituda de uma suspenso estvel de ingrediente ativo numlquido para aplicao direta e especfica em equipamentos de pulverizaoa ultrabaixo volume.
Ultrabaixo Volume( UL )
Formulao lquida homognea, para aplicao direta e especfica emequipamentos de pulverizao a ultrabaixo volume.
Micro granulado( MG )
Formulao slida, sob a forma de grnulos com dimenses que variam de100 m a 600 m, para aplicao direta.
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ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas
Mdulo 1: 1.1 - A defesa vegetal no Brasil40
Tabela 5 - Formulaes para tratamento de sementes.
P para Tratamento a seco
de sementes ( DS )
Formulao slida, uniforme, sob a forma de grnulos com dimenses bem
definidas, para aplicao direta.Emulso para Tratamento
de sementes ( ES )Formulao constituda de uma emulso estvel, para aplicao direta sobreas sementes, como tal ou aps diluio em gua.
Suspenso Concentradapara Tratamento de
sementes (