Download - 11. Amazônia Ocupação Do Território.2015
Amazônia-origem das cidades e vilas
• Necessidade de conquistar e explorar o território fez com que fossem fundadas várias vilas que deram origem diferentes núcleos urbanos (Belém, 1616; Macapá, 1758)
• Primeiros núcleos urbanos surgem ao longo das vias fluviais (princ. Rio Amazonas)
• Base da ocupação do espaço regional: fortificações e missões religiosas (Pará: Alenquer, Aveiro, Faro, Óbidos e Santarém)
Rodovias,
Ferrovias e
Vias Fluviais
Concentração da malha rodoviária e ferroviária no litoral leste do Brasil.
Vias do Centro-Oeste e Norte são recentes.
PARQUE INDUSTRIAL BRASILEIRO - 2009
Concentração
industrial no
Sudeste brasileiro
e nas regiões
litorâneas.
Processo de des-
centralização e
interiorização é
recente (década
de l980).
Amazônia Legal
Amazônia Legal foi instituído pelo governo brasileiro, em 1966, como forma de planejar e promover o desenvolvimento social e econômico dos estados da região amazônica.Os seus limites territoriais tem um viés sociopolítico e não geográfico, isto é, não são definidos pelo bioma Amazônia - que ocupa cerca de 49% do território nacional -, mas pelas necessidades de desenvolvi-mento identificadas na região.A Amazônia Legal é uma área de 5.217.423 km², que corresponde a 61% do território brasileiro. Além de abrigar todo o bioma Amazônia brasileiro, ainda contém 20% do bioma Cerrado e parte do Pantanal matogrossesense. Ela engloba a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Estado do Maranhão. Apesar de sua grande extensão territorial, a região tem ape-nas 21.056.532 habitantes, ou seja, 12,4% da população nacional e a menor densidade demográfica do país (cerca de 4 habitantes por km²).
Evolução Populacional região Norte
Ano População
1960 2.930.005
1970 4.188.313
1980 6.767.249
1991 10.257.266
2000 12.893.561
2010 15.864.454
Ano População
1872 332.847
1890 476.370
1900 695.112
1920 1.439.052
1940 1.627.608
1950 2.048.696
Elementos da formação territorial
• Ocupação tardia (final do século XIX) e dependente da economia externa;
• Importância geopolítica (visão dos militares);
• Experiência e confrontos de ocupação territorial;
• Projetos voltados para o grande capital;– alumínio, ferro, soja, etc.;
• Conflito entre a população tradicional (indígenas, ribeirinhos, seringueiros, posseiros) e os novos projetos de ocupação (com forte atuação de grileiros).
A riqueza da borracha• Na segunda metade do
século XIX, a Revolução Industrial desenvolve-se na Europa;
• A borracha é uma matéria-prima fundamental para o seu desenvolvimento e torna-se o “ouro negro”, gerando riqueza nos seringais no meio da floresta Amazônica, com a mão-de-obra vinda do Nordeste, fugindo das secas;
• A decadência ocorre a partir de 1910, com a pro-dução na Malásia, em mo-noculturas de seringueiras com sementes contraban-deadas pelos ingleses da Amazônia;
• Com a alta produtividade dos seringais asiáticos, os preços desabam e a pro-dução artesanal no Brasil torna-se inviável, levando à bancarrota o comércio amazônico.
Fordlândia – 1928 - 1945• O magnata Henry Ford,
visualizou a construção de uma cidade em plena Ama-zônia para a produção de látex, visando quebrar o monopólio dos ingleses na Malásia;
• Numa área de 14.500 km², às margens do rio Tapajós, no Estado do Pará;
• Foi construída uma cidade com casas, refeitórios, hos-pitais e indústria de benefi-ciamento;
• O projeto era plantar uma monocultura de seringuei-ras para a produção de lá-tex, mas o projeto mostrou-se problemático, com o sur-gimento de fungos que der-rubavam a produção;
• Com os problemas crescen-tes e o desconhecimento da floresta tropical, em 1945, Ford abandona o projeto e recebe US$ 250 mil de indenização do governo brasileiro;
Políticas Regionais para a Amazônia• II Guerra – “soldados da borracha”
• 1953 – SPVEA – Superintendência do Plano de Valorização da Amazônia – procura de alternativas para a região;
• 1966 – SUDAM - Amazônia Legal – 1967 – Zona Franca (Instalação) – “política industrial”;
– Incentivo ao desmatamento da Amazônia;
• 1972 – Transamazônica– Acesso por estradas na região ao sul do Rio Amazonas;
– Construção de “agrovilas”
• 1983 – BR-364 (Cuiabá-Porto Velho – asfaltamento)– Acelera a ocupação e o desmatamento em Rondônia;
• 2001 – ADA – Agência de Desenvolvimento da Amazônia
• 2003 – SUDAM
Amazônia
Legal
Definida por lei, de 1966, corresponde a uma área de 61% do território brasileiro,
onde deveria se realizar políticas de incentivo
fiscal para a sua ocupação e produção econômica.
Rodovia Belém-BrasíliaCom mais de 4300 km de
extensão, foi a abertura do Centro-Oeste para a região
Norte. Construída a partir de 1958, foi asfaltada na
década de 70.
BR-364 – Cuiabá-Porto Velho
A estrada foi aberta na década de 60, mas o seu
asfaltamento só ocorre em 1983, numa distância de 1500 km. Atualmente a estrada está
asfaltada e ligada à Transoceânica que liga o Acre
ao litoral do Peru.
BR-163 – Cuiabá-Santarém
O trecho do Estado do MT da Cuiabá-Santarém já se encontra asfaltada. A grande polêmica recai sobre o trecho no PA. Para o agronegócio, o asfaltamento do
trecho do PA significaria a saída da produção a partir de Santarém e isso causa grande pressão para a sua realização. Em oposição, os ambientalistas defendem
a sustentabilidade, pois o asfaltamento sem qualquer providência, levaria à devastação como ocorreu em outras áreas da Amazônia Legal.
Amazônia:
o “arco do
desmatamento”
que se estende
do norte do PA
ao sul de RO.
Marca o avanço
das “frentes
pioneiras” que
avançam sobre
a Amazônia,
dematando-a.
Do “Bico de Papagaio ao MaToPiBa
Na década de 1980 a região era conhecida como “Bico de
Papagaio” pelo formato do norte do Estado de Tocantins. Nessa área eram constantes os conflitos entre os movi-
mento de reforma agrária e os grileiros.
Com o avanço do agronegócio nos anos 2000, a região pas-
sou a ser denominada Matopiba, e apresentada como uma região emergente da pro-dução de soja, milho e algo-
dão, avançando sobre a vege-tação de Cerrado da região.
Elementos do Planejamento Regional
• Processo não-uniforme;
• Modernização acelerada;
• Estado e produção do espaço – controle técnico e político precário;
• Insuficiência/desconhecimento dos recursos naturais biológicos (biodiversidade);
• Tecnologias para controle do desmatamento florestal.
Final de Século XX• 1980 – Serra Pelada (garimpo)
• 1980 – Projeto Carajás (Vale do Rio Doce)
• 1984 – Hidrelétrica de Tucuruí (funcionamento)
• 1985 – Projeto Calha Norte (ocupar 6500 Km de fronteiras);
• 1985 – Estrada de Ferro Carajás (CVRD)
• PPG7 – desenvolvimento sustentável;
• Constituição de 1988: reservas indígenas;
• Exploração de petróleo (Petrobrás);
• 1993 – Projeto SIVAM (Vigilância da Amazônia);
SERRA PELADA - No mapa acima, a localização a cerca de 100 km de Marabá e no mapa ao lado, a
cerca de 500 km de Belém em linha reta.
Projeto Jari – 1967 - 1982 • Fábrica de celulose planejada
pelo milionário Daniel Ludwig, nas margens do Rio Jari, com uma área total de mais de 20 mil km².
• A fábrica foi trazida, em bal-sas flutuantes desde o Japão, numa viagem de 53 dias;
• Além da fábrica, previa um projeto agropecuário;
• Foi necessária a construção de portos, ferrovia e nove mil quilômetros de estradas
• Até o começo dos anos 1980 Ludwig declarava haver gasto no Jari US$ 863 milhões, atualizados em 1981 para US$ 1,15 bilhão.
• A população do Jari alcançou a marca de trinta mil habitan-tes em 1982.
Na parte norte da foto, Laranjal do Jari/AP e, ao sul,
Monte Dourado/PA
Projeto Grande Carajás
Administrado pela Cia. Vale do Rio Doce, é a maior mina de ferro do mundo, explorada desde a década de 1980.
Usina de Tucuruí – Rio Tocantins/PAÁrea alagada: 2.850km² - potência: 4240Mw – barr.78m
Eclusa, planejada e não construída na época.Concluída em 2012
Hidrelétrica de Tucuruí
• Construída a partir de 1975, no Rio Tocantins, é a segun-da maior hidrelétrica brasilei-ra, atrás de Itaipu;
• A primeira fase foi inaugura-da em 1984 e possibilitou o desenvolvimento da indústria de alumínio no Estado do MA, voltado à exportação para os mercados europeus e norte-americano;
• O alumínio faz uso intensivo de energia elétrica e é o seu componente mais caro, além do PA possuir bauxita;
• Impactos Ambientais – além das áreas alagadas, a empre-sa contratada para realizar o desmatamento da área, a CAPEMI (Caixa de Pecúlio dos Militares), faliu e não rea-lizou a limpeza da áreas;
• A vegetação (menos de 1% da área foi limpa) ficou no fundo da represa e o seu apodreci-mento gera o metano, que além da poluição do ar, torna a água ácida e imprópria para muitos peixes que viviam na região.
USINA HIDRELÉ-
TRICA DE BALBINARio Uamatã
Área alagada: 2.360 km²
Potência: 275 Mw
Barragem: 51m
Balbina é uma das maiores tragédias am-bientais do Brasil. Pelo relevo com pouca declividade, alagou-se uma área enorme, com a geração de pouca energia, além de
ter alagado grandes áreas de florestas, que gera a emissão de metano na atmosfera.
Projeto Calha Norte• programa de desenvolvimento e defesa da Amazônia
idealizado em 1985, durante o governo Sarney, que previa a ocupação militar de uma faixa do território nacional situada ao Norte da Calha do Rio Amazonas.
• O projeto seria implementado pelas Forças Armadas e abrangeria uma área de 6500 Km de fronteiras e uma faixa de 160 km de largura, abrangendo 2 milhõ-es de pessoas;
• O argumento usado para a implementação desse projeto é "fortalecer a presença nacional" ao longo da fronteira amazônica, tida como ponto vulnerável do território nacional.
Século XXI• 2002 - IIRSA - Iniciativa para
a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana;
• Rodovia Boa Vista-Caracas;
• Rodovia do Pacífico (Rio Branco/Lima);
• Hidrelétricas do Rio Madeira (Girau e Santo Antônio);
• Hidrovia do Rio Tocantins;
• Hidrelétrica no Rio Xingu (Belo Monte);
No mapa, em amarelo, as terras indígenas; em verde, as
unidade de conservação; e proteção integral; e em verde
claro, as áreas de conservação e uso sustentável.
Hidrelétricas na Amazônia
O planejamento energético prevê a construção de 15 usinas hidrelétricas na Amazônia Legal até 2021. Apesar de se dizer que a
energia hidrelétrica ser sustentável, ela causa grandes danos ambientais em sua instalação com alagamento de áreas de
florestas e terras agriculturáveis.
Terras Indígenas no Estado de Roraima
O Estado com 500 mil habitantes e densidade demográfica abaixo de 2 hab/km², vive em constante conflito com as terras indígenas e
áreas de preservação, que correspondem a mais de 2/3 do
território do Estado. Os indígenas que correspondem a menos de 10% da população
do Estado, possuí grandes áreas de reserva, como os Ianomamis e
a Raposa Serra do Sol, constantemente ameaçados por
garimpos e madeireiros clandestinos que invadem as
suas terras.