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O SENTIDO DO TRÁGICO NA PAISAGEM SONORA DO MUNDO URBANOCONTEMPORÂNEO1
Ana Luiza Carvalho da RochaViviane Vedana
Priscila Farfan Barroso
Introdu!o
As sonoridades de um fim de tarde em uma grande cidade, como é o caso de Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, com seu trânsito intenso ecoando diferentes intensidades de
motores, com o som imaciente da !uzina "ue reclama#rotesta a situa$%o das ruas
engarrafadas, o alarido das crian$as "ue dei&am ' escola, s%o aenas e&emlos de como ensar uma imagem de cidade em fim de tarde(
A aisagem sonora do mundo ur!ano contemorâneo tem sido aontada or muitos
estudiosos das condi$)es am!ientais nas grandes cidades como a resons*vel elo stress, a
irrita$%o e o desgaste f+sico e emocional de seus ha!itantes, cada vez mais su!metidos '
ress%o da artificialidade tecnolgica do seu am!iente sicosocial( -este sentido é "ue as
sonoridades da vida ur!ana advindas das rofundas mudan$as culturais das sociedades
ocidentais, marcadas elo r*ido crescimento ur!ano e industrial, a movimenta$%o
demogr*fica e as novas tecnologias odem ser enfocadas como arte dos estudos so!re o
fen.meno da tragédia da cultura aontado or G( Simmel, em fins do século /0/( Se os sons
da rua antes se caracterizavam elos 1moedores de melodias2 34inhor%o, 56678, do reale9o,
dos afiadores de faca, dos vendedores de icolé, dos reg)es dos mercados :!licos, dos
aitos das fa!ricas, dos sinos das igre9as, as serenatas e as !andas militares, latidos de
cachorros, ho9e, 9unta;se a alguns deles uma aisagem sonora outra, a dos 1ru+dos2 como a
dos telefones celulares, das !uzinas e de travadas de neus de carros, de tiros e de gritos, de
motores de .ni!us, ru+dos de !etoneiras, !uzinas de am!ulância e carros de olicia, das
m:sicas dos !ares e casas de sho?5>58, ois revela os encontros fortuitos na rua, os rituais cotidianos de comras de
alimentos ara a casa, os itiner*rios dos ha!itantes "ue ercorrem as ruas da casa ara o
tra!alho e vice;versa, as e&ress)es religiosas de diversos tios, a socia!ilidade dos !ares e
das cal$adas, a vida cotidiana no !airro, entre muitos outros, e s%o asectos "ue odem ser> 14ra!alho aresentado na 5@( Reuni%o Brasileira de Antroologia, realizada entre os dias 6> e 6 de 9unho,Porto Seguro, Bahia, Brasil(2D
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etnografados ara se ensar as fei$)es "ue a crise assume no conte&to das modernas
sociedades comle&as( A comosi$%o de vozes e trânsito, dos sons de assos e risadas, das
sonoridades dos utens+lios técnicos? celulares, cai&as;registradoras, o !arulho do ar;
condicionado, televis%o, r*dio, etc( remetem ' comle&idade do am!iente ur!ano em termos
de suas e&ress)es sonoras(Para Schafer 3566>8, o mundo ur!ano contemorâneo est* sonoramente olu+do, e
uma das raz)es seria o aumento irrevers+vel das o!ras da cultura "ue roduzem m*"uinas e
tecnologias, resons*veis ela rodu$%o de ru+dos n%o;informativos ; em rela$%o 's antigas
sonoridades 3asso!io, sino8 ; "ue or sua vez ha!itam o mundo dos mais diversos sons( Para
Schafer, uma degrada$%o da aisagem sonora mundial, o "ue o levou a ela!orar um ro9eto de
desoluir sonoramente o mundo( Para o autor, se odemos fechar os olhos em situa$)es em
"ue estamos vulner*veis e e&ostos, os ouvidos, elo contr*rio, ermanecem a!ertos a mercEdo horizonte ac:stico em "ue se vive( stes coment*rios do autor 3Schafer, 566>?@68 nos
ermitem ensar, ortanto, o tema do ru+do 3som indese9*vel8 na aisagem sonora das grandes
metroles como arte do "ue G( Simmel denominou, a tragédia da cultura(
A olEmica "ue re:ne o ru+do 3todo e "ual"uer som "ue interfere8 ao seu oosto, o
silEncio 3ausEncia de som elo fato de "ue um determinado evento sonoro é colocado no
interior de um reciiente8, como arte do am!iente ac:stico das cidades modernas, seguindo;
se G( Simmel 3>HI5?>I8, é uma ista interessante de investiga$%o so!re a s+ntese singular
entre a cultura su!9etiva e a cultura o!9etiva 3os tesouros culturais de uma época8 "ue
configuram as formas de vida social nos grandes centros ur!ano;industriais e seus territrios(
So! este ângulo, na metrole contemorânea as formas adotadas no 9ogo entre o ru+do e o
silEncio, este :ltimo como cai&a de ossi!ilidades 3Schafer, 566>?J>8, revelam;se, ortanto,
como uma das formas e&ressivas 3Ka
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próprias representações de desordens internas no trajeto da emergência do individualismo
moderno(
Portanto, diferentemente de Schafer 3566>8, n%o ensamos as grandes metroles
contemorâneas desde a forma fi&a de uma oosi$%o entre os sons da natureza e os sons da
cidade, e tamouco a!ordamos os temas da olui$%o sonora e dos ru+dos referidos 's fei$)esde crise e da desordem de uma aisagem sonora ur!ana degradada( Ao contr*rio, relendo;o
desde a ersectiva simmeliana, odemos afirmar "ue toda a cultura humana nasceria,
ortanto, da concorrEncia de elementos de silEncio, sons e ru+dos, e interessa;nos
comreender, através das sonoridades, as formas "ue com)em a vida ur!ana e os sentidos
elas "ue evocam ao longo do temo na configura$%o de cidade( So! tica da etnografia da
dura$%o, de insira$%o !achelardiana 3Bachelard, >H8 sa!emos "ue as formas "ue adotam os
sons nas grandes cidades moderno;contemorâneas n%o s%o realidades fi&as, mas setransfiguram umas em outras, e assim, o tema da olui$%o sonora e do ru+do ode ser
enfocado ent%o como arte da crise da vida nas grandes metroles na medida em "ue se
atri!ui as suas sonoridades um sentido cultural associado aos rocessos de forma$%o da
consciEncia su!9etiva moderna e aos seus conte:dos(
= estudo das sonoridades ur!anas, ara além de seus conte:dos o!9etivamente
normatizados e ordenados, odem nos au&iliar na comreens%o da cultura su!9etiva moderna
"ue acomanha a transforma$%o da vida social nas grandes metroles e as descontinuidades
das r*ticas cotidianas e das socia!ilidades, entendidas a"ui como arran9os e re;arran9os
constantes nas maneiras de viver na cidade, e onde a dimens%o de um sentido do tr*gico no
"ue concerne a aisagem sonora est* resente em nossas reocua$)es etnogr*ficas( -o caso
deste paper, gostar+amos de comartilhar algumas de nossas hiteses e tra9etos de
investiga$%o so!re o tema, tendo em vista algumas e&eriEncias etnogr*ficas "ue vivemos nos
:ltimos anos( Precisamente, trataremos !revemente de trEs es"uisas "ue nos revelam
ossi!ilidades de investiga$%o a reseito da tem*tica da crise e do conflito no "ue tange a
"uest%o da aisagem sonora, suas transforma$)es e dura$)es no temo(
Aco"oda!o do te"#o no es#ao na escuta do cot$d$ano e do Outro
Falamos !astante acima so!re os sons da rua, da am!iEncia sonora do esa$o :!lico e
das formas de socia!ilidade( Com)em tam!ém este cen*rio, os relatos dos ha!itantes da
cidade so!re seus itiner*rios e suas memrias dos lugares( Suas vozes ecoam na constru$%o da
lem!ran$a de um temo "ue assou, remontando as transforma$)es ur!anas, as mudan$as "ue
deram a cidade uma nova cara( -o interior da es"uisa do Banco de 0magens e feitos
Visuais, ensar a cidade no temo é tam!ém se interrogar so!re as imagens da memria de
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seus ha!itantes, de suas lem!ran$as so!re suas e&eriEncias ur!anas, e as modifica$)es "ue
acomanharam ao longo de sua vida( N através de suas narrativas "ue odemos comartilhar
diferentes aisagens ur!anas de uma mesma cidade, na tecitura da lem!ran$a da voz "ue
conta sua histria(
Kessa forma é "ue udemos conhecer a cidade de Porto Alegre so! o onto de vista 3e or"ue n%o dizer de escutaO8 de alguns religiosos de matriz africana5, mais recisamente do
Batu"ue do Rio Grande do Sul, "ue e&licitaram em suas entrevistas suas dificuldades e
ossi!ilidades de fazer durar esta religi%o e seus rituais no interior de uma cidade "ue se
moderniza( 4rata;se de uma e&eriEncia etnogr*fica ocorrida no ano de 566J, ara a
realiza$%o do document*rio 1=s caminhos invis+veis do negro em Porto Alegre? a tradi$%o do
Bar* do ercado2( -este rocesso, foram entrevistados sete religiosos do Batu"ue de Porto
Alegre so!re o assentamento de ori&* e&istente no ercado P:!lico de Porto Alegre 3o Bar*do ercado8 e a artir disso tam!ém so!re suas memrias na cidade( sta es"uisa
etnogr*fica a!riu ossi!ilidades de refle&%o so!re o conflito e as formas de intera$%o e
socia$%o 3Simmel, >H>8 "ue ocorrem em territrios ur!anos e como oder+amos enfocar este
tema do onto de vista de uma etnografia sonora(
Sem entrar em detalhes mais recisos e conceituais so!re as religi)es de matriz
africana no Brasil e tam!ém no Rio Grande do SulI, o "ue gostar+amos de aontar a"ui s%o
9ustamente as istas "ue nos remetem a ensar na cidade e os rocessos "ue oder+amos
chamar de 1controle das socia!ilidades2, ou se9a, dos sistemas de regras e disosi$)es "ue
esta!elecem o "ue se ode fazer ou n%o or arte do oder :!lico( 4rata;se de comreender,
ou melhor, de ensar 9unto com as falas dos religiosos so!re como s%o reguladas as formas de
viver na cidade e como as sonoridades das formas de socia!ilidade intervEm nestes rocessos(
Para o caso deste te&to, vamos ontuar alguns asectos relacionados ' religi%o de
matriz africana, conte&tualizando;a no interior da vida ur!ana, sem retens%o de dar conta de
toda a comle&idade "ue envolve tais sistemas de cren$as, com seus rituais, suas r*ticas
sociais e suas formas de constru$%o de su!9etividade( Qm dos asectos "ue nos interessa
so!remaneira ara o caso da discuss%o a"ui roosta refere;se rincialmente 's festividades
e 's formas e&ressivas 3KaHH( Silva, Vagner Gon$alves da( ' antropólogo e sua magia tra!al(o de campo e texto etnogr)*iconas pes#uisas antropológicas so!re as religiões a*ro+!rasileiras, S%o Paulo, dus, 5666(
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origina;se do to"ue do tam!or realizado nas festas de religi%o ara evocar os =ri&*s( =
tam!or é, ortanto sagrado, é o instrumento caaz de esta!elecer o v+nculo entre o mundo dos
homens e o das 1entidades divinas2( Para "ue este v+nculo se9a esta!elecido, ou se9a, ara "ue
os =ri&*s 1des$am ao mundo dos homens2, o tam!or recisa retum!ar( = gesto r+tmico da
m%o do tam!oreiro "ue !ate no 1couro animal2 com "ue é confeccionado o tam!or rovocasons singulares, fortes, "ue ecoam ara além do terreiro, chegando ao mundo dos =ri&*s,
evocando;os( Acomanhando o tam!or e suas !atidas "ue atingem os coros de "uem
articia do ritual, est%o os cantos, os ontos de !atu"ue reunidos nas vozes dos tam!oreiros,
dos ais e m%es de santo, dos filhos de santo, dos adetos da religi%o "ue dan$am ara seus
=ri&*s( A energia das ondas sonoras "ue se roagam em uma festa como esta é "uase vis+vel
a olho nu, é oss+vel senti;las no coro, "ue vi!ra 9unto(
Para os adetos desta religi%o, esta am!iEncia de frui$%o estética 3affesoli, >HH@8 éde e&trema imortância, é ela "ue movimenta as energias necess*rias ara o encontro com os
=ri&*s( sta am!iEncia corresonde a uma ética da estética 3affesoli, >HH@8 da rria
religi%o ara este encontro com os =ri&*s, ois se trata de uma cele!ra$%o( Qma cele!ra$%o
"ue oder+amos aro&imar de uma missa, or e&emlo, "ue tam!ém evoca seus cânticos, suas
rezas e suas formas de liga$%o com a divindade( -o entanto, uma diferen$a crucial atravessa
estas formas e&ressivas das religiosidades? a rria constru$%o do esa$o( n"uanto a 0gre9a
Catlica edifica catedrais, caelas, etc, suntuosas o!ras da cultura humana, com seus vitrais,
com sua decora$%o de santos, e com a ac:stica eculiar de tal am!iente, onde os sons re!atem
nas aredes e giram dentro de um mesmo local, os terreiros de Batu"ue tem or rinc+io a
rria terra onde s%o assentados seus =ri&*s, o ch%o é essencial como tam!ém o ar "ue
roaga suas sonoridades, levando;as até suas divindades( Vendo a "uest%o or um outro
asecto, o catolicismo é uma religi%o leg+tima dentro do rocesso civilizatrio ocidental e
!ranco "ue constitui as rrias cidades moderno;contemorâneas( -os termos de Kurand
3566>8, s%o as imagens veiculadas or esta igre9a "ue so!redeterminam o imagin*rio ocidental
e orientam as reresenta$)es so!re a cidade e seus sistemas de cren$as, seus disositivos
regulatrios so!re as formas de e&ressividade destes sistemas de cren$a(
-este caso, como comartilhar os sentidos evocados em alto e !om som das festas de
Batu"ue com uma oula$%o ur!ana "ue muitas vezes 1demoniza2 estas r*ticas e rituaisO -a
narrativa dos Ba!alori&*s e 0alori&*s "ue foram entrevistados ara a rodu$%o do
document*rio 1A 4radi$%o do Bar* do ercado2, a reress%o a suas r*ticas religiosas
aarece entre outros asectos através do controle das sonoridades "ue afetam as vizinhan$as
dos terreiros( Reress%o romovida n%o aenas ela rria ol+cia, mas or uma oula$%o
ur!ana cu9as cren$as religiosas s%o 1mais leg+timas2 do "ue os cultos afro, como or e&emlo,
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a religi%o catlica e atualmente tam!ém as religi)es entecostais( Kurante muito temo, com
a ersegui$%o aos cultos religiosos de matriz africana, estes gruos tenderam a se esconder,
romovendo seus rituais ' noite, ou em esa$os menos ha!itados da cidade, lugares onde
ainda odiam contar com 1os elementos da natureza2 imortantes ara a realiza$%o de seus
rituais, como as ro&imidades com a *gua e com o mato, or e&emlo(as a cidade cresce, se transforma, e os esa$os antes desa!itados tornam;se lugares
de novas moradias, muitas vezes !airros residenciais destinados as classes média e alta( Como
conse"Encia, os gruos religiosos e seus terreiros sofrem o imacto desta mudan$a com o
acirramento das roi!i$)es e do recha$o as suas sonoridades( sta situa$%o ainda se agrava se
levarmos em conta "ue os terreiros ossuem seus 1assentamentos2 de ori&*s, ou se9a, s%o
territrios sagrados, ois um assentamento n%o ode ser transferido de lugar( stamos ent%o
diante de conflitos e negocia$)es "ue ermeiam o cotidiano dos adetos do Batu"ue e "ueatravessam a vida ur!ana de Porto Alegre ao longo dos anos( Ke um lado temos a e&ress%o
cultural de um gruo "ue tem no to"ue do tam!or um dos elementos rinciais de sua religi%o
e de outro, gruos ur!anos "ue n%o comartilham destes mesmos sentidos( N claro "ue n%o
odemos essencializar na sonoridade desta religi%o todo um con9unto de reconceitos "ue s%o
e&erenciados até ho9e or adetos do Batu"ue( sta religi%o e seus seguidores sofrem ainda
com as reresenta$)es de outras religi)es "ue tendem a criar reresenta$)es demon+acas ara
as r*ticas sociais relacionadas ao Batu"ue( Reresenta$)es "ue na maior arte das vezes
artem desta estética das formas? o gingado do coro T na dan$a e no transe T o to"ue
retum!ante do tam!or "ue ecoa elos cantos e ruas, as vozes "ue reetem o onto, o chamado
aos =ri&*s, e é claro, tam!ém as sonoridades "ue emanam da sacraliza$%o dos animais, um
dos asectos mais fortes desta demoniza$%o(
Seguindo as contri!ui$)es de Simmel ara a comreens%o da vida social,
aresentamos estas istas ara ensar so!re os rocessos de negocia$%o e de conflito "ue
ermeiam o cotidiano ur!ano( Através das entrevistas "ue citamos a"ui, nos foi oss+vel
ensar so!re as disutas de uso do esa$o :!lico no "ue tange as formas de socia!ilidade(
scutar estas entrevistas, imaginar tra9etos, reela!orar esa$os vividos, e&erenciar as festas
de Batu"ue, comuseram uma imortante etnografia sonora da cidade de Porto Alegre( Qma
etnografia "ue aontou ara os arran9os sociais "ue se desdo!ram das negocia$)es e conflitos
entre, neste caso, os raticantes da religi%o do Batu"ue e sua vizinhan$a !em como com as
instâncias regulatrias dos esa$os ur!anos(
Os "ercados de rua e suas %or"as eress$'as sonoras
=utra es"uisa etnogr*fica a "ue nos reortamos a"ui ara ensar as sonoridades na
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vida ur!ana e suas ontencialidades de re3a8resentar o tema da crise e do conflito foi
desenvolvida em mercados de rua e feiras;livres de Porto Alegre e outras cidades do Brasil,
gerando uma disserta$%o de mestrado, uma tese de doutorado, dois document*rios
etnogr*ficos sonoros e diversos outros rodutos( = "ue vamos ontuar a"ui se refere a um
fragmento desta es"uisa etnogr*fica, "ue tem v+nculo com a idéia de controle dassocia!ilidades de "ue falamos acima(
m rimeiro lugar é imortante aresentar o universo de es"uisa? ercad%o do
Produtor, "ue ocorre todos os s*!ados ela manh%, no Largo Uum!i dos Palamares, !airro
Cidade Bai&a, em Porto Alegre( Qm !airro eminentemente residencial, mas com grande
comércio de e"ueno orte, como armazéns e !ares noturnos( uitos estudantes ha!itam este
!airro, além de fam+lias de classe média( * aro&imadamente 57 anos atr*s esta feira;livre
assou a ocorrer neste local, em decorrEncia de algumas reformas ur!anas "ue modificaram asfei$)es desta regi%o( A artir do ano de 566@, o esta!elecimento desta feira;livre no Largo
Uum!i assou a ser amea$ado ela cria$%o dos Portais da Cidade, um ro9eto "ue revE a
constru$%o de terminais de .ni!us em algumas regi)es da cidade de Porto Alegre( Com a
cria$%o deste ortal no Largo Uum!i dos Palmares, a feira seria deslocada de lugar e com isso,
certamente desestruturadas as redes de socia!ilidade e solidariedade "ue e&istem no interior
deste mercado de rua(
ste fato no remete a ensar no lugar destes mercados de rua no interior da cidade, nas
ades)es e recusas a esta am!iEncia de frui$%o estética 3affesoli, >HH@8 !em como nas
reresenta$)es so!re a cidade veiculadas na m+dia ou ela Prefeitura unicial, como é
oss+vel acessar através do v+deo (rocema( com(!r?66# Portaisdacidade, or
e&emlo, veiculado elo site da Prefeitura unicial de Porto Alegre( -este v+deo, evidencia;
se "ue regi)es como o Centro da cidade, diariamente ocuados or milhares de ha!itantes em
seus afazeres cotidianos, releto de comércios oulares, s%o encaradas como caticas e
ro!lem*ticas, violentas, olu+das, "ue necessitam de regula$%o e controle( -a r&ima arte
deste te&to trataremos mais esecificamente so!re o Centro de Porto Alegre, a"ui ca!e
considerar como estas reresenta$)es atingem o mercado de rua do Largo Uum!i dos
Palmares e ro9etam uma transforma$%o deste esa$o da cidade(
A comosi$%o de um mercado de rua nas ra$as e largos de uma cidade n%o é um
evento "ue asse deserce!ido( Para o caso do ercad%o do Produtor, no Largo Uum!i, ainda
durante a madrugada, feirantes vindos do interior do estado do Rio Grande do Sul ou mesmo
Ver, or e&emlo, VKA-A, Viviane( o -ercado tem tudo #ue a !oca come. /studo Antropológico daduração das pr)ticas de mercado de rua no mundo ur!ano contempor0neo. 4ese de Koutorado defendida noPrograma de Ps;Gradua$%o em Antroologia Social#QFRGS, =rientador? Cornelia cMert, 566(
J
http://pwvideo1.procempa.com.br:8080/Portaisdacidadehttp://pwvideo1.procempa.com.br:8080/Portaisdacidade
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de !airro mais eriféricos de Porto Alegre chegam ara montar suas !ancas( Qma
movimenta$%o ruidosa no silEncio das cinco horas da manh%( 4*!uas de madeira "ue s%o
lan$adas ao ch%o ara a montagem das !ancas de hortifrutigran9eiros, cai&as e cai&as de
alimentos "ue ser%o vendidos ao longo da manh% s%o deslocadas ara comorem as !ancas, os
motores dos caminh)es "ue chegam ao largo, s%o elementos "ue come$am a comor a aisagem sonora de um dia de feira(
as este, dir+amos, n%o é o elemento mais imortante( A efervescEncia da feira é
crescente em termos das sonoridades "ue roduz( = Largo Uum!i transforma;se em dias de
mercado em um esa$o leno de sonoridades "ue aca!am or marcar o cotidiano do !airro(
Com a feira;livre montada, e a confluEncia de essoas "ue a ela se dirigem ara fazer suas
comras, a aisagem sonora 3Schafer, 566>8 do Bairro Cidade Bai&a ganha outros tons(
Reunidas 's sonoridades cotidianas do trânsito da cidade, configuram;se as erformancesorais dos feirantes, em seus reg)es e an:ncios de rodutos, nas conversas e !reves di*logos,
nas 9ocosidades "ue erduram durante a feira( -as r*ticas cotidianas dos fregueses, incluem;
se o ercurso com carrinhos de feira elas cal$adas do !airro, as conversas de es"uina, o
di*logo e os micro;eventos 3oles, Rohmer, >H58( = mercado de rua configura;se como um
arran9o social "ue se desdo!ra dos sim!olismos da circula$%o do alimento resentes na vida
ur!ana, e desta forma ossi!ilita a circula$%o de imagens "ue carregam esta otEncia
sim!lica, roduzindo um esa$o vivido articular no interior das ruas de uma cidade(
A com!ina$%o das sonoridades do mercado, como camadas distintas de comosi$%o de
uma estética articular dada na e&eriEncia de estar;9unto;com 3affesoli, >HH@8 aresentam;
se como ossi!ilidades interretativas so!re uma determinada aisagem ur!ana, n%o aenas
vinculada aos sofrimentos de uma olui$%o sonora, relacionando a cidade a uma imagem de
caos sonoro, mas estetizada a artir de uma escuta dos gestos ordin*rios, comondo e
evocando sentidos diversos ara o viver na cidade( -o entanto, é 9ustamente a+ "ue nos
dearamos com as situa$)es de conflito e crise( sta am!iEncia de frui$%o estética do
ercad%o do Produtor 1n%o com!ina2 com a estética dos arranha;céus e hotéis lu&uosos "ue
vem sendo constru+dos na Perimetral Loureiro da Silva, onde se situa o Largo Uum!i( A idéia
de cria$%o de um Portal de Wni!us moderno, seguro, e silencioso converge com as edifica$)es
"ue tEm sido constru+das nos :ltimos anos no !airro Cidade Bai&a(
ste ro9eto est* longe de ser consenso entre moradores do !airro e (a!itués do
mercado, "ue 9* organizaram discuss)es, a!ai&o;assinados e outras formas de reivindicar a
n%o instala$%o deste terminal de .ni!us( = movimento negro, "ue tam!ém tem no Largo
Uum!i um imortante local de cele!ra$%o cultural e ol+tica, reivindica a n%o instala$%o deste
ortal, no entanto, as tratativas da refeitura ara a e&ecu$%o deste ro9eto continuam, como
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"ue alheias a estas reivindica$)es( = imacto desta instala$%o no Bairro tem sido a
reocua$%o rincial de seus moradores, rincialmente no "ue se refere ' mudan$a de suas
fei$)es( = rocesso de discilinamento do esa$o e das formas de uso do mesmo nos arece
evidente, na medida em "ue o Portal, um lugar fechado com aarEncia de shoing;center,
contar* com esta!elecimentos comerciais diversos, ra$a de alimenta$%o, além do terminal de.ni!us, tudo reviamente calculado ara o !em;estar do cliente, garantindo sua seguran$a e
individualidade, como consta nas discursividades do oder :!lico( ais uma vez, um "uadro
de controle das formas e usos do esa$o, das formas de socia!ilidade se aresenta a es"uisa
so!re a vida ur!ana no interior do Banco de 0magens e feitos Visuais(
Caco%on$as ur(anas) o centro de Porto A*e+re e o co",rc$o #o#u*ar
= terceiro estudo "ue aresentamos a"ui se refere a uma es"uisa etnogr*fica "ue vemsendo realizada na Rua Volunt*rios da P*tria, em Porto Alegre7( -esta es"uisa, os
rocedimentos de uma etnografia de rua 3cMert, Rocha, 566>8 com!inados com uma
etnografia sonora 3Rocha, Vedana, 566J8 aontam ara situa$)es de crise e conflito vividas
no cotidiano do centro da cidade no "ue diz reseito 's formas de ocua$%o deste esa$o(
-esta rua do centro de Porto Alegre vendedores am!ulantes de CKXs e KVKXs faziam
o comércio de seus rodutos, anunciando;os a alto e !om som, ara atrair fregueses( A
comle&idade da am!iEncia sonora desta rua com)e;se tam!ém elo trânsito ruidoso dos
.ni!us "ue or ali assam, dos an:ncios de lo9istas "ue aderem ' cal$ada ara oferecer suas
mercadorias aos assantes, e é claro tam!ém elas sonoridades efEmeras de "uem transita
ela rua, das conversas, risadas, telefones "ue tocam, etc(
as esta aisagem sonora se transformou radicalmente ao final do ano de 566J, com o
in+cio da constru$%o de um Centro Poular de Comras ara a!rigar camel.s 3situados na
Pra$a /V, h* alguns metros da Rua Volunt*rio da P*tria8 e a reress%o da Secretaria
unicial de 0nd:stria e Comércio de Porto Alegre em rela$%o ao comércio de CKXs e KVKXs
na regi%o( A memria coletiva da cidade de Porto Alegre comartilha uma imagem da Rua
Volunt*rios da P*tria como esa$o destes diversos comércios, uma rua oular, com as
essoas ocuando a rua e a cal$ada ara as mais diferentes r*ticas sociais, como odemos
ver atualmente tra!alhadores se alimentando sentados em um !anco, na rria rua, com a
marmita "ue trou&eram de casa ou com o lanche "ue comraram de algum vendedor
am!ulante( -o interior destas socia!ilidades oulares inseriam;se tam!ém os vendedores
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Ver artigo de Priscila Farfan 1Caminho or nuances sonoras de uma rua ha!itada? vendedores am!ulantes eseus rastros erseguidos2( 0n? Revista Chilena de Antroologia Visual, nY >> 3no relo8, e tam!ém etnografiasonora intitulada 1Volunt*rios da P*tria2(
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am!ulantes de CKXs e KVKXs e suas r*ticas de venda, seus an:ncios de rodutos, suas
maneiras de estar na rua(
-o entanto, os ro9etos de revitaliza$%o do centro da cidade afetam estas r*ticas na
medida em "ue se orientam ara a constru$%o de uma cidade higienizada destas formas
oulares de uso das ruas, destinada a *lanerie, ao asseio, ou como !em aonta Simmel, auma sociedade do eset*culo( =!ras como este Centro Poular de Comras ou mesmo os
Portais da Cidade incidem 9ustamente so!re as socia!ilidades e as intera$)es cotidianas, so!re
as r*ticas dos su9eitos "ue ha!itam a cidade, rocurando o controle destas( Segundo Gutton
356668, o controle dos sons nos esa$os :!licos, est* historicamente relacionado com o
rocesso de 1civiliza$%o dos costumes2 3lias, >HH8 e com o discilinamento dos esa$os
:!licos(
- Gu$sa de Conc*us!o
As fei$)es dos medos, dos conflitos e das crises ur!anas, conforme aonta Cornelia
cMert, remetem ao crescente individualismo da sociedade moderna, e seus valores de
rivacidade, rote$%o ao atrim.nio, li!erdade e isolamento, entre outros( Valores "ue nos
conduzem a ensar no receio ao estranho, ao diferente T conforme cMert, medo do
estrangeiro T "ue odemos erce!er nas disutas elo uso do esa$o, na dificuldade de
negocia$%o com as sonoridades do Batu"ue, or e&emlo, no meio ur!ano( A crise "ue
odemos esar a"ui, relacionada a uma aisagem sonora do Batu"ue, est* relacionada a uma
forma sonora "ue aro&ima a cultura da natureza, onde o retum!ar do tam!or evoca a rria
sacraliza$%o dos animais ara o ritual( A descontinuidade de sentidos entre adetos e n%o
adetos desta religi%o ara o caso da convivEncia no meio ur!ano roduz a crise nas formas
de socia!ilidade e intera$%o nos arran9os cotidianos ur!anos, tendo em vista "ue 1a cidade "ue
vemos é a "ue criamos com o outro2 3cMert, 56678, se temos uma cidade em crise, ela é
tam!ém arte da crise coletiva e individual de seus ha!itantes(
Seguindo a teoria simmeliana da forma, a crise e o conflito engendram a vida social,
na medida em "ue roicia a negocia$%o e conduz a diferentes arran9os( -esta dimens%o da
crise insere;se a idéia de um 1movimento relacional e interdeendente entre o mundo
su!9etivo e o mundo o!9etivo "ue constitui a vida social humana2 3cMert, 56678(
=!9etivamente criam;se disositivos ara regular e controlar as socia!ilidades e as
sonoridades da vida humana, disositivos aos "uais a cultura su!9etiva recisa se ade"uar, re;
arran9ando;se( A vida social, ortanto, é uma constante transforma$%o das rela$)es do homem
com o mundo(
= "ue causa desconforto, no entanto, ao ensarmos a cidade do onto de vista de sua
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administra$%o :!lica, é "ue estes arran9os sociais 3Rocha, >HH78 e cotidianos fogem ao
controle do stado, or e&emlo, na medida em "ue s%o vivido e negociados no dia;a;dia,
entre as essoas "ue interagem( -este caso, tanto o mercado de rua como a Rua Volunt*rios
da P*tria em Porto Alegre aresentam o 1risco2 da vida cotidiana, risco de uma socia!ilidade
oular autada no riso, nas formas 9ocosas, no uso da rua ara 1r*ticas rivadas2 como aalimenta$%o, or e&emlo( A instaura$%o de o!ras como os Portais da Cidade, ou mesmo o
Centro Poular de Comras, visam conter estas formas de e&ress%o de uma cultura oular
"ue a su!9etividade moderna citadina atri!ui demasiada aro&ima$%o com a natureza,
dirigindo;lhes sentimentos som!rios( Aro&imamo;nos assim, da estética do grotesco
3BaMhtin, >HH@8 t%o !em descrita or BaMhtin em rela$%o ' cultura oular(
ais uma vez, a estas socia!ilidades oulares e :!licas s%o atri!u+das valoriza$)es
negativas, onde o ru+do aarece como efeito de olui$%o sonora T a cidade é catica visual esonoramente no "ue concerne a estes esa$os( Ru+do, su9eira, mau cheiro s%o as imagens
relacionadas a estas formas de socia$%o 3Simmel, >H>8 onde os arran9os sociais de massa se
confrontam com a idéia de rivacidade nos esa$os :!licos( = volume e a massa s%o
caracter+sticos das formas de socia$%o oular, ao contr*rio do ide*rio do individualismo
moderno "ue ro)e a contra$%o da socia!ilidade :!lica, sua higieniza$%o e civiliza$%o( As
sonoridades das risadas altas, das 9ocosidades "ue remetem ao !ai&o ventre 3BaMhtin, >HH@8, a
voz "ue grita e anuncia#denuncia a tEnue fronteira entre os sons :!licos e os sons rivados
convocam ao estudo das formas sonoras "ue com)em a aisagem ur!ana de uma cidade e os
arran9os sociais "ue a constituem em seu tra9eto antroolgico 3Kurand, 566>8(
0nversamente, em termos das sonoridades e de uma aisagem sonora ur!ana, "uais s%o
os riscos T ara ensarmos em termos da crise como um sentimento ermanente no "ue
concernem as mudan$as ur!anas T "ue uma o!ra como os Portais da Cidade trazem consigoO
= trânsito intenso de .ni!us nesta regi%o da cidade, o aumento do n:mero de transeuntes seria
o re$o ara a revitaliza$%o do centro da cidadeO =s desenraizamentos inevit*veis resente
nesta interven$%o ur!ana T !em como no caso da constru$%o do Centro Poular de Comras e
a retirada dos camelos da Pra$a /V T ou se9a, o imacto am!iental T em termos das essoas
inseridas em seus conte&tos cotidianos T destas o!ras s%o de grande monta, a se ver 9* elo
1silEncio das socia!ilidades2 3Farfan, 5668 vivido na Rua Volunt*rios da P*tria(
-ovamente ensando com Simmel, os sons e as formas e&ressivas da cultura no
ermitem o devaneio 3Bachelard, >H8 so!re o "ue vir*( A aisagem sonora ur!ana est* em
constante crise, no sentido das transforma$)es "ue tem lugar na cidade( Com as "uest)es "ue
aresentamos neste te&to, aontamos 9ustamente algumas formas de ensar esta crise, a artir
de etnografias sonoras ur!anas(
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Re%er.nc$as B$(*$o+r/%$casBACLARK, Gaston( A 1ialética da 1uração( S%o Paulo, ditora Ztica, >H(BACLARK, Gaston( A $oética do /spaço( S%o Paulo, ditora Ztica, 5666(
BA[40-, iMhail( A Cultura $opular na 2dade -édia e o &enascimento o contexto de 3rançois &a!elais. S%o Paulo;Bras+lia, QC04C;KQ-B, >HH@(CR4AQ, ichel de( A 2nvenção do Cotidiano. 4ol 5. Rio de aneiro, Vozes, >HH(C0=-, ichel( 6e son(Paris, Armand Colin, 566(KA\S], ohn Co, dezem!ro de 5666(KQRA-K, Gil!ert( As /struturas Antropológicas do 2magin)rio. S%o Paulo, artins Fontes,566>(C[R4, Cornelia A cidade e seus medos( 0luminuras? Série do Banco de 0magens e feitosVisuais, n:mero ( Porto Alegre? B0V, PPGAS#QFRGS, 5666
C[R4, Cornelia e R=CA, Ana Luiza C( da( 2magens do tempo nos meandros damemória por uma etnogra*ia da duração( 0luminuras? Série do Banco de 0magens e feitosVisuais, n:mero ( Porto Alegre? B0V, PPGAS#QFRGS, 5666(C[R4, Cornelia e R=CA, Ana Luiza C( da( /tnogra*ia de rua estudo de antropologiaur!ana0 0luminuras? Série do Banco de 0magens e feitos Visuais, n:mero ( Porto Alegre?B0V, PPGAS#QFRGS, 566>(C[R4, Cornelia e R=CA, Ana Luiza Carvalho da( ^= orto ouco seguro? estudo dacultura do medo em Porto Alegre^( 0n? 0luminuras, Série do Banco de 0magens e feitosVisuais, n:mero 6( Porto Alegre? B0V, PPGAS#QFRGS, 5667(C[R4, Cornelia e R=CA, Ana Luiza C( da( ' 7empo e a Cidade. Porto Alegre? ditorada QFRGS, 5667(L0AS, -or!ert( ' $rocesso Civilizador 22. 8ma (istória dos costumes. Rio de aneiro, orgeUahar ditores, >HH(FARFA-, Priscila 1Caminho or nuances sonoras de uma rua ha!itada? vendedoresam!ulantes e seus rastros erseguidos2( 0n? Revista Chilena de Antroologia Visual, nY >>3no relo8(GQ44=-, ean;Pierre( "ruits et sons dans notre (istoire essai sur la reconstituition du pa9sage sonore. Paris, PQF, 5666(AFFS=L0, ichel( o 3undo das Aparências. Petrolis, R, Vozes, >HH@(AQSS, arcel( Sociologia e Antropologia. S%o Paulo, Cosac _ -aif, 566I(=LS, ( et R=R, ( 6a!9rint(es du 4écu. Paris, Li!rairie des eridiens, >H5(
40-=R`=, osé Ramos 's sons #ue vem da rua. S%o Paulo, ed( I, 5667(R=CA, Ana Luiza Carvalho da( A irracionalidade do !elo e a estética ur!ana no "rasil. 0nSQ04A, U( e BRA-K`=, C( R( 7erritórios do cotidiano uma introdução a novosol(ares e experiências( Porto Alegre#Santa Cruz do Sul, QFRGS#Q-0SC, >HH7(R=CA, Ana Luiza Carvalho da( VKA-A, Viviane( A representação imaginal, os dados
sens:veis e os jogos da memória os desa*ios do campo de uma etnogra*ia sonora. 0n? Anaisdo V00 Congresso de Antroologia do ercosul 3V00;RA8, Porto Alegre, 566J, CK;R==(SA-S=4, Pierre( 6es 3ormes Sensi!les de la 4ie Sociale( Paris, PQF, >H@(SCAFR, urra( A A*inação do -undo. S%o Paulo, ditora Qnes, 566>(S0L, Georg( A -etrópole e a 4ida -ental. 0n VL=, =( 3org(8 ' 3en;meno 8r!ano.Rio de aneiro, Uahar, >HJH(
S0L, Georg( Sociologie et /pistémologie( Presses Qniversitaires de France, >H>(S0L, Georg( 6es pro!listoire( Paris, PQF, >HS0L Georg( Cultura *emenina 9 otros ensa9os, Revista de =ccidente, adrid, >HI5(
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VKA-A, Viviane( 3azer a 3eira estudo etnogr)*ico das ?artes de *azer? de *eirantes e *regueses da 3eira+6ivre da /patur no contexto da paisagem ur!ana de $orto Alegre(Kisserta$%o de estrado defendida no Programa de Ps;Gradua$%o em Antroologia Socialda QFRGS so! =rienta$%o da Professora Koutora Cornelia cMert, 566(VKA-A, Viviane( Sonoridades da 1uração pr)ticas cotidianas de mercado no mundour!ano contempor0neo. 8ma introdução à construção de coleções etnogr)*icas a partir dos
dados imagéticos de campo. 0n? Anais do V00 Congresso de Antroologia do ercosul 3V00;RA8, Porto Alegre, 566J, CK;R==(\0S-0[, osé iguel( ' Som e o Sentido( S%o Paulo, Comanhia das Letras, >HH(
S$tes consu*tadosPrefeitura unicial de Porto Alegrehtt?##