Download - 1ªaula de hermenêutica
1 aula By Pr. José Carlos
Hermenêutica
• HERMENÊUTICA é a ciência (é a arte) que mos ensina os princípios, as leis e os métodos de intepletação.
• Considera como ciência porque tem normas, ou regras, que podem ser classificadas num sistema ordenado: é arte porque a comunicação é flexível; e, portanto, uma aplicação mecânica e rígida das regras às vezes distorcerá o verdadeiro sentido de uma comunicação.
• É de fundamental importância aprender as regras da Hermenêutica bem como a arte de aplicá-las.
• A teoria Hermenêutica divide-se em dois grupos: a Hermenêutica Geral e a Especial.
• Hermenêutica Geral é o estudo das regras que regem a intepretação do texto bíblico.
• Hermenêutica Especial é o estudo das regras que se aplicam a parábolas, alegorias, símbolos e profecias.
• A Hermenêutica nos ajuda achar os princípios da "Exegese", a intepletação de um texto da Bíblica.
• Quando interpretamos um capítulo da Bíblia, palavra por palavra estamos fazendo "exegese" daquela parte.
• Portanto "exegese" a interpretação de um texto bíblicos; e a Hermenêutica estuda os princípios de intepletação, para entendermos o que o texto significa na época em que foi escrito e o que significa para nossa época.
A necessidade da Hermenêutica
• Quando interpretamos as Escrituras, há diversos bloqueios a uma compreensão espontâneo do texto.
• O primeiro bloqueio é o histórico. Estamos muito separados no tempo dos autores quanto dos leitores primitivos. Por exemplo, a amtípatia de Jonas pelos ninivitas fica mais facíl de entender quando conhecemos a extrema crueldade do povo de Nínive.
• Temos também há o bloqueio cultural. Existem muitas diferenças entre a cultura dos antigos hebreus e a nossa.
• A falha em reconhecer essas diferenças pode resultar numa interpretação errada do significado das palavras e das ações bíblicas.
• Mas além desses, há o bloqueio lingüístico. A Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego - três línguas que possuem estruturas e expressões idiomáticas muito diferentes da nossa própria língua.
• E por fim, temos o bloqueio filosófico. Para transmitir validamente uma mensagem de uma cultura para outra, o tradutor ou o intérprete deve estar ciente tanto das similaridades como dos contrastes das diferentes visões de mundo.
• E da mesma forma que nos são úteis os princípios de interpretação para sabermos o que significava a Bíblia na época em que foi escrita, nos são úteis os princípios de interpretação para sabermos o seu significado para os nossos dias.
Princípios falsos de interpretação
• Antes, porém, de veremos as regras corretas de interpretação, vamos conhecer alguns princípios errados de interpretação da escrituras.
• Estes estão errados porque se baseiam em pressupostos equivocados quando àquilo que é o cerne da revelação de Deus.
• A Bíblia também é uma mensagem e nossa função é saber exatamente o que Deus está nos dizendo em determinada passagem, e não o que ela significa para mim.
• Muitos princípios errados de interpretação surgiram exatamente em função de se buscar um sentido pessoal do texto sem levar em conta o que o autor da mensagem (Deus) realmente queria dizer.
• Vamos compartilhar seis princípios falsos de interpretação.
1. Princípio da interpretação moralista
• Segundo esse princípio, o ponto central da Bíblia é que Deus recompensa os bons e pune os maus.
• Tudo gira em torno do que o homem deve ser: obediente, generoso, ordeiro....
• Mas a base de tudo deve estar no que Deus faz por nós. Mas essa forma demasiada foge do centro da mensagem de Deus, por isso é um princípio insuficiente.
2. princípio da interpretação individualista
•Quando usamos o termo individualista não devemos entender como sendo o mesmo que egoísta.
•Individualista neste caso, é aquele que pensa que toda mensagem bíblica é para indivíduos. Ele não leva em conta a mensagem bíblica para a sociedade, para o nosso mundo, para os povos em sua totalidade.
• O individualista afirma que o assunto principal da Bíblia é a salvação individual. Tudo na Bíblia gira em torno de aceitar a Jesus como Salvador e ter certeza de entrar no céu futuramente.
• A salvação é muito importante na Bíblia. Sem fé em Jesus Cristo não podemos conhecer a verdade.
• A salvação é a porta de entrada de um longo caminho, mas apenas a porta de entrada, não é caminho todo. Ele acaba criando mensagem de um a salvação individual. Por isso se torna um princípio insatisfatório.
3. Princípio da interpretação modernista
•Para o modernista a Bíblia é um livro muito antigo e, e para vivermos em mundo moderno, muitas histórias dela parecem mitos e lendas. A Bíblia está cheia de milagres e narrativas inacreditáveis, que para eles aceitarem devem ser provados cientificamente.
•Para eles a mensagem é boa, mas os fatos não podem ser comprovados cientificamente. Esse é o erro do modernista e além de insuficiente é altamente maligno.
4. Princípio da interpretação política
•Essa interpretação, Abraão saiu de Ur, protestou contra a sociedade de consumo daqueles dias. Sansão foi um exemplo de um autêntico revolucionário. Davi se tornou-se um guerrilheiro. Jesus foi um grande revolucionário, que rompendo com as autoridades, iniciou o processo de revolução, estando ao lado das vitimas.
•Outros consideram nossa sociedade bastante razoável. Achando que Jesus só se preocupa com a salvação e não com a situação econômica das pessoas.
5. Princípios da interpretação doutrinária
•É a interpretação da Bíblia conforme a doutrina da igreja. Um exemplo de como a doutrina determina a interpretação do texto é a “exegese” feita pela igreja católica em Mateus 16: 18-19. Eles consideram esse texto como prova da posição papal na hierarquia da igreja.
•Isso deveria ser um processo normal, entretanto, neste caso temos uma doutrina pré-existente forçando o sentido do texto.
• Mateus 16:18-19
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
19 E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
Apocalipse 12:1-6 - 1 E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.2 E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.3 E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.4 E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.5 E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
• Para “provar” a ascensão (elevar) de Maria. A deificação (transformar em santa) de Maria é uma doutrina católica pré-concebida pela tradição, que força a interpretação para legitimá-la.
• Sem dúvida é muito importante que a Igreja possua uma doutrina, mas a doutrina nunca pode determinar o que a Bíblia tem a dizer.
6. Princípio da interpretação literalista
•Muitos cristão dizem: “Para ler a Bíblia não precisamos de um princípio de interpretação. Para nós a Bíblia é a Palavra de Deus e explicamos simplesmente como está escrito. Nós queremos ser fiéis á Palavra de Deus”.
•Para eles a Bíblia deve ser sempre interpretada literalmente, sem dúvida esse princípio é bastante atrativo mas, existe alguns perigos que tornam insuficiente para a compreensão da Palavra de Deus. Vejamos alguns exemplos:
• Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.
Deuteronômio 22:5
• Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.
1 Coríntios 11:4
• Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?
1 Coríntios 11:13
• Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
João 20:21
• Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.
2 Coríntios 13:12
• Segundo a interpretação literalista, esses mandamentos são validos até hoje. Mas todos os mandamentos? O que fazer com Dt. 21: 18-21.
• Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos,Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar;E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão.Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá.
Deuteronômio 21:18-21
• Observe que algumas partes são interpretada literalmente e outras não. Este é o primeiro problema.
• O segundo é que muitas vezes os textos são citados sem levar em conta o momento histórico em que foram escritos. Veja João 20:21, saudou os discípulos com “Paz seja convosco”. Naquela época os judeus saudavam sempre com a palavra “SHALOM”, que significa paz. Levando em consideração histórico a saudação de Jesus era comum ao discípulos naquela situação.
• Quem acha que devemos saudar uns aos outros com a paz do Senhor não leva em conta que essa saudação era tão comum como o nosso bom dia hoje.
• O terceiro perigo de uma interpretação literária é o uso de texto isolado para provar certas doutrinas e práticas.
• A respeito de um assunto ou doutrina devemos considerar o que toda Bíblia diz.
• O quarto perigo é usar texto da Bíblia visando alvos completamente diferentes do alvo do texto.
• Resumindo, aprendemos que existem princípios errados de interpretação dentre eles estudamos os mais importantes: moralista, o individualista, o modernista, o político, o doutrinário e o literalista.
• O primeiro perigo: ninguém sabe exatamente quais textos devem ser seguido literalmente.
• Segundo perigo: é que muitas vezes textos são citados sem levar em conta a situação histórica em foram escritos.
• Terceiro perigo: é apresentação de texto isolados para provar certas doutrinas e praticas.
• E o último: perigo de usar texto visando um alvo diferente do próprio texto.