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N o f u n d o dI'ItI..
apar anur
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1) A identidade incerta
Ua lugares comuns que nao e born questionar, soncometer urn crime de lesa-majestade.O lndivid
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Eis constatacoes empiricas. Mas sao situaooes, manifes-
tacoes, casos de experiencias que sao vividos sem que se
preste atoncao a eles. Determinam urn ambiente especifico
que a iniciativa intelectual nao tern por habito considerar como
"objeto" a estudar. Pode ate ser considerado frivolo ligar -se a
ele E, no entanto, todos esses elementos sublinham bern a
saturacao de uma identidade estavel eqarantida por simesma
No decorrer desse livro, analisei alguns desses elementos. Osque me pareciam mais tipicos: 0 prazer dos sentidos, 0 reino
da aparsncia, a barroquizacao do mundo social, a naturaliza-
Q8 .0 da cultura, a preqnancia da imagem. 0 fio da meada que
os une e mesmo-odeslize ·progressivo da identidade em
direcao a identit icacao Isso posto, trata-se de urn processo
Dai, mesmo quando.se esta consciente do problema, a difieul-
dade de delimitar seus contornos. Ele e proteiforme, fugidio,
complexo. Suas manitestacoes sao estruturalmente ambiguas;
de urn lado, na sua pratica, sao alternativas, anunciam 0 que
esta nascendo; do outro, na sua verbalizaoao, podem fazerreferencia a representacao quetern a sua disposicao..« que
empregam sem se preocupar multo com a coerencia. Assim,
uma explosao estudantil, uma greve surpresa nesse ou naque-
le meio profissional van utilizar urn conjunto de reivindicacoes
racionais e tuncionalistas, enquanto a preocupacao essencial
a, tao difundida,
evidencn, falar
litica ou da mes
que essa aborda
ticas e as formas
na analise, a ne
mostracao simila
vorecem a redunnebulosa da ide
sabe-se, urna da
tern, para retom
-vafias"lTQoes"-:--C
ou uma etapa num
de urn cornunto
e a totalidade da
holoqrarnatica, dconcreto que esta
Pode-se parti
tempos, perceptiv
morias ou os ens
Acontece 0 mes
procura, na sua
suas diversas prcd
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na. eada urn, para existir, conta-se uma historia. Eo que ~os
ensina a observacao empirica, e 0 que ressaltam tambem
abordagens eruditas, tais como as das histories de vida ou da
etnometodoloqia. Em cada urn desses 'cases, ve-se bern que
oeu s6 euma fragi! construcao, ele nao tern substancia
propria, mas se produz atraves das situacoes e das experien-
cias que a moldam num perpetuo jogo de eseonde-esconde.
A imagem 8 talvez u r n pouco forte, mas sera que nao i:ustra
as multiples mudancas que constituem urn mesmo mdividuo?
Por urn lado, no decorrer de uma mesma existencia, cadaum
vezes. es,
rovolucoos. inumeros sao os termos que traduze,m essas
mudancas. E elas afetam sua aparencia fisica, de InICIO,mas
tarnbem suas representacoes, suas relacoes amicais ou amo-
rosas, sern falar de sua vida profissionaL Quando empregamos
uma expressao comum do tipo "fulano nao 8 mais 0 que era",
aonde foi 0 conceito de identidade?Do outro lado, num tempo
"x" de sua existencia, esse mesmo individuo e raramentehomoqeneo asi proprio. Para urn sera de um~odo publico que
desempenhara uma multiplicidade de personagens, sequndo 08
luqares, as ocupacoes, a vizinhan¢a do momenta. P~ra 0 outro,
sera demodo seeretoou dissirnulado que ele efetuara a mesma
mudanca de pele. Paraesse ultimo, er:tim, seta pato~ogic~mente
que vai viver-a clivaqern do eU;'a esquizotrenia sera, entao, ,seu
pode ser defini
estabelece com
outros individuo
situaQoes, das o
co importa. Em
o sujeito e aimcomposite e com
E certo que'
de Parrnenidos, v
circulo do mesmo
"gelada" na subje
e precise notar qu
o sujeito deve co
lecido. E , alias, a
normativa, do mu
se.Em outras pal
aquilo, que 0 indiv
seja a tendenoia
premissas, trata-se
compensa<;:ao, ins
te urn outro modo
partir do outro, ou
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de oxpenencia que, antes de todo 0 conceito preestabe18cido,
constatam que 0 "eu" e feito pelo outro, em todas as mOdula-
coes que se pode dar a essa alteridade Esse outre podera
ser
Deus, a familia, a tr ibo, 0 grupo de amigos, e, e claro, como
ja disse, esses "outros" que pululam em film
Depois desses tres niveis, ampliemos a analiseinted rando
a sociedade. Ainda ai, ha uma evidencia parmenidiElUa da
identidade. Essa fortaleceu-se, em particular, durante a mo-
dernidade, e culmina na "carteira" do mesmo nome, que faz
de cada individuo uma entidade tendo urn nome, urn sexo,
ern ene.ere9G~e-uma profissao. Alern disso,_ele_8_cidaO-§Q__Qe
urn pais, tendo assim sua domarcacao definitiva pode-se
mostrar (N Elias, M Foucault) que se trata de uma "civiliza-
Qao dos costumes", de origem, em resume. recente, pelo
menos na forma bern tipica que podemos observar hoje em
dia. E , em todo caso, uma das caracteristicas da tr9-diQao
ocidental. E essa remissao a domicilio que foi a causcrefeito
do individualismo, encontrando sua expressao acabg.da no
contrato social, a partir do qual se continuam a pensar nossas
sociedades. De fat0, todo 0 pensamento social fundamentou-
se nessa visao juridica e psico16gica de um ind1viduo senhor
de si, associado contratualmente com outros individuOspara
construir a vida social. Assim, como tive a ocasiao de dgmons
-
1ugare~, conjuntos
do pivo da identida
alguns exemplos b
lizo-os como tantas
nos. ajudar a pensa
ASSlm, sem entrar
estruturas do paren
do pal no sentido, f
de pouca irnportanc
muitos exemplos n
_ de uma m~Q~adult
a mu ~er do sogro
deixarao par lSSOd
que herda mu1her
homens: ai ainda o
marido. Acontece 0
Trata-se de fatos
vontade. Comentan
ren?a "para com a
esta carregado de
reportar a cada me
uma estrutura SOC
da Identidade vai c
os elementos d? c
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·Pode-se aproximar isso de urn fenomeno mais recente, 0 0 que se pod
dos cultos da possessao que, mesmo tendo uma longa tradicao filos6fica e social
antropologica, conhecem urn sucesso certo, nao apenas nos a de seu suporte
paises onde estao enraizados (Africa, Brasil), mas tambem em tipica em certos m
grande numero de meqalopoles "civihzadas". Sera que e nao e urn valor un
preciso ver ai 0 resquicio de uma ordem barbara, ou a subida se Ocidente que
de uma vaga de irracionalismo, como se tern 0 costume de zada. 0 esquecim
analisar esse fato? Nao e certo. Trata-se talvez de manifesta- antropo16gica emcao paroxistica de um processo de identincacao vivido, em esta sempre pron
men or escala, em .outras situacoes consideradas normals. Para ser mais pre
Assim, por exemplo, os imciados do Candomble brasileiro individualidade d---lembram-com for<;a-quea permarri'mcia da identidade t! l ,"n'''n'''Q ___:;- - I~- - - j -Ar- i7< '5C'K-r<;
uma ilusao. Quandoda possessao, 0 iniciado vai sofrer trans- pela forma do i
tormacoes sucessivas "que vao leva-lo a uma identificac;ao... particularizada, o
comas divers as entidades que 0 naottarn". Segundo a bela conjunto mais va
formula de uma especialista, "cada pessoa e vista como os entao, a pessoa
receptaculos de uma constencao de deuses". E, para aquele cessivas. Ao ind
que assistiu a esses cultos. e evidente que essas transform a- identidade. oposcoes, em muitos aspectos inquietantes, inscrevem-se numa "indrvidualismo
loqica da oomunicacao. Elas suseitam uma forte solidariedade 0 unico, e de um
oomumtaria que se estende a todos os dorninios da vida social. "latina", privilegi
Mas, para 0 que nos ocupa aqui, tais fatos desobedecem a elenao afina mul
ideia comum, que ve na identidade urn valor permanente de da individualidade
todas as sociedades. Essa fraqilizacao une-se ao politeismo urn modo "Iorm
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de conjunto, urn v
nocao de "identida
uniao filho-mae. do
lico''. Extrapolando
pessoa, 0 eu socia
nado pelas diversa
Essa abertura
soa de rnultiplasA bipolaridade individuo (fechado) - pessoa (aberta) deve, amplamente admit
e claro, ser compreendida como uma tendencia gera1, como consequencias. It----;Cl:lge-que-vCl:i-s§r-e-·eatlsa-€)-o-€Jf€Jite-d€)-urn_,;~€)spirtte-dG-t€Jrnpe"'--"-- .......;;.:----j·unto-so-bre-o-p-arttcrr
especifico. No caso, 0 predominio da pessoa (persona) e cor- reconhecer os out
relative a uma realidade relacional, a urn primado da ~omuni- sucessivas, em Iu
cacao. Essa podera ser de diversas ordens, encontramo-la nas cacao, pode haver
sociedades onde a dimensao religiosa desempenha urn grande pessoa. Pode-se fa
papel, QU ainda, 0 que esta bern proximo, no que diz respeito Qao com 0 si, "rela
a aptidao festiva. Encontramo-la tambem nos ambientesemo- em vez de dois: 0
cionais proprios a comunidade, e ate num pensamento politico interior" (F. Jacquque, mais pr6ximo de sua etimologia, vai favorecer a microor - solitario, de urn ind
qanizacao, seja a cidade-estado, a associacao, a comuna. de urn soliloquio
Como Solon que, afastando 0 individualismo, admite para a interior da pessoa,
cidade a satisfacao des desejos da pessoa, e isso a fim de percebe, em sua fo
conciliar 0 sentido do particular e a preocupacao da cornuni- quando Raymond
dade ..0 denominador comum de tudo isso e que nao ha urn dissociacao do eu,
pertencer, da corrospondoncia com os outros. It esse ultimo
caso que da uma grande importancia a pessoa e ao papel que
ela echamada a desempenhar na teatralidade geraL Coisas
que induzem urn jogo de mascaras de acessos imprevislveis
e de atualidade evidente.
2}As mascaras da identidade
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d iv ers id ad e e n a s ua c o m un ic a< ;:a om o ved ic a. u rn a plural idade
d e elem e nto s n ao _ de ix am d e c o ns titu ir u rn c o nju nto o rq an ic o .
u rn c on jun to o nd e tud o s e m an tem . E nc on tra-s e ~ qU l,a m et~ -
fo ra d a "d ob ra" aplic ad a ao b arro c o, o n de 0 que e m ultiplo e,
ao m es mo tem po , 0 que tern m uito s elem en ~o s e 0 que"esta
d ob rad o d e m uitas m an eiras " (G . Deleuze)- E es sa rnultiplici-
dade do eu que perm ite c o mpreender a m upgao do afeto , a
importancie das em o co es . as loqicas d i fe re n te~ que 0 amrr :am ,
c o is as que s ao es tranhas ao perc urs o retllm eo e c o ntm uo
atri bu id o , p or p ri nc ip io e a p ri ori, a o i nd iv id uo mooerno" ~ o -
_ _ _ d e ",s e ,_ p o rt an t o ,_ d iz er ,_ pB ra Ji c aL n a .a n al Qg i a_ b _C l JJO c a,_Qu e 0
aspec to ab erto da pes s o a, em duecao ao o u~ o e ab erto em
mim, que po de explic ar as d ivers as m cun ac oes SOCialS qu e
fazem a sociedade. _
P er de nd o -s e- p o r um a mu lti pli c id ad e d e a b ert ur as , 0 indi-
viduo s us c i ta as relago esque fazem a pes s o a, m as , a in da,
psrdendo 0 que parec e s er a s olid ez d e urn po der s ob re s i e s o~ reo s o utro s , ele po de ad quiri r um a torca bern mais fo rte, que e a
d a "s o b re vi da", q ue s e p od e tambem c om p re en d er c om o suple-
m en to de v ida. . I s s o , 0 as tuto m is ses n os en s i na qu an do , n o
m o men ta d e deixar a.c avern a do C ic lo pe que ac ab ade c egar,
el e da-lhe s eu n om e, "Ninquem", e c om is s o s e salva. Es s e
r ef le xo d e a ut o c o n s er va < ;: ao no s en s in a que, levando ate ao
E c laro , i s so n a
q ue s ao s em p re
n ao deixa de s
pequen as uto p
o nada , 0 bu r
s eren a realizac
c o men tan do e
p o de t ri un fa r
im agem e b elaqu e na o perm
m ultiplic idade
o nde n os es per
c reem s er. S om
dividual . E c er
ego , que s e e
c ultu ras . O s "
to das as temain fan ti l, P in oqu
d es se s c as o s, t
o fato de que
p arti cu la rm e nte
m en te n es se
po de ter urn a
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bestiario, sempre presente na vida social. traduz. para a sua acepcao c
humanidade. 0 sentimento de pertencer, de participacao da cesso interativ
equivocidade da natureza, do nao- humano que esta ~o.humano. sobre os outro
Ern suma, a identidade afirmada esta longe de ser vivida como performatica
umarealidade intangivel, mas pluraliza-se no excesso, a abertura e no seu proce
da pessoa amplia-se ate integrar qualidades "daimonicas" , 0 cultos de posse
anjo da guarda representante do divino, ou nao-humanas. 0 ou porque 8 c
animal, 0 totem como duplo do homem. de suas potenc
Ai ainda, os cultos de possessao permanecem 0 conser- que abre largo
vat6rio desse processo. Sao laborat6rios onde se experimenta E preciso
a pluralizacao da pessoa. Alem disso, seu exotismo e apenas pro-pria-Bos_cu
---aparente7""ci-e-tarrt:u-qtre-,-em-for-mas-menmes;-eres-tmpregTIam'-----IFP"---~nivel. na multi
a vida cotidiana. A multiplicidade da pessoa 8 certamente a toxicomania "
primeira caracteristica desses cultos. Essa multiplicidade ex- festiva, as reunprime-se, com certeza, no desdobramento que nao e. de mo~o
.. recem tarnbernlgum, considerado patol6gico, mas, alern disso, a tensao
. d passado com oaradoxal induzida por esse desdobramento perrmte ace e! a
urn dominio superior da propria pessoa. Direi que a tensao, nos. Alem dissenquanto rnanitestacao do contraditorial em acao, engendra mas todas sao
uma forma de unicidade. Ou seja, a pessoa, depois de ter sequencial, iss
reconhecido as diversas facetas que a constituem, chega a modo de repet
reuni-las culmina numa coerencia, reune 08 "pedacos". Dai a que acabamos
dimensao terapeutica desses cultos. Por outro lado, e e 0 da e estreitame
segundo elemento imp ortante , os cultos de possessao insis- uma especie de
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, Falan do da m oda que s e des en vo lve no se io do s "qrupo s
es t re i tos". O. S im m el o bs erv a que se trata de um a vio len c ia
qu e e " b ru ta lm e nte f ei ta c o n tra a individualidade'" P o r m i n ha
v ez, p ref eriri a d ize r qu e es sa v io le nc ia e f ei ta c o ntra 0 i nd iv i -
d uo . P ou co i mp orta, 0 qu e esta em jo go e que, s egund o um a
dialetica s uti l, c riar urn es ti lo o u um c o mpo rtam en to es pec i-
f i c o , isto e , us ar um a m as c ara, c o i s as que s ao 0 c aso de
ind iv iduo s, desab ro cha em s eu c on tran o : a n ec es s id ade deim itac ao . D e fato , a m od a s o po de ser a d e urn grupo . E, i r on i a
o u astticia an tro po 16 gic a, a. n ec es si dad e d e s e s in gulari zar
_ _ _ i .r :l v e. r- te ~ s@_ lSm_Q@£e jo - d e- fu £i iQ - 1 JUm - c cm j ur :l .t o _m ai s _ va s to. -
Tra ta-s e, c ertam en te, d e algo que m os tra a relativ id ad e d a
iden tid ade. D e sua po ro sidade, de c erto m odo , pela qual a
in div id ualid ad e d es ab ro c ha em s ua s m ultip las p oten c iali da-
d es ,e pela qual 0 grupo s e fo rtalec e. S e e ss e jo go d e m as cara
s oc ial n ao e perm an en te, ele rec orre d e urn m o do s ufic ien te-
m en te freqiien te nas h is to ries hum an as , para que s e po ssa
c o ns id era- lo u ma es trutu ra an tro po lo c ic a d as m ais s o lid asA s s im , 0 tran se o u a m o da m o stram -n os a pluraJid ad e d as
rc lac oes que v ao c on sti tu i r a pes so a n a s ua ro lac ao c on s igo
m es mo , c om o utrem " I : ) c o m 0 m undo . A oc on tran o das ati -
tud es , das repres en tac oes o u d os m od os de v ida que ten dem
a r oducao . a reductio ad unum, e la s I em b ra m , e m m a io r e sc a la ,
que o s gen io s c on tin uam a hab itar 0 es pi rito e 0 c orpo do
s ig nif ic ad o d es sa
um a s om b ra s ob
v id ual. S o b s ua c
es co nd id os , to do
ameac;:am 0 pro
ac res cen tar, pen
s o m bra perm ite
realid ad e. A o pam onges de Zurb
C res pi , lem b ra m
---fic-- - -€l-u·ma-rea ,J . iElaae-E
tem po , elas s ub
ac eder a um a u
c o mpleta que a
c o ns id era da c o m
de urn lad o, n um
c epc ao c om un ita
realid ade s o cia l,es s en c ial da ab
negar 0 que po de
te nt ar c o rn t o le ra
o rq an ic i da de q ue
E ss a p ers pec
res peito ao d eli c
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se a atribuir, a cada urn, urn sexo particular (masculino, de, e, portanto,
femiruno) , e a atribuir-lhe Juncoes precisas que nao devem ser pelo mesmo no
transgredidas. Assim, a atividade para urn, a passividade para menos publica
OUtIO,e, sucessivamente, a razao e a tmaqinacao, 0 publico e das incertezas re
o privado, 0 intelecto e 0 sensivel, 0 politico e 0 dornestico, na qual acabamo
etc. Poder-se-ia prosseguir 30 infinito essa dicotomia do essa duplicidade
mundo individual e social. Em cornpensacao, as culturas onde que, mesmo viv
a tonica sera colocada no difuso, na sombra, no pluralismo mem, de divers
te6rico e organizaeional, verao se desenvolver urn processo de seritido estrito, aidentificacao, onde 0 sexo sera menos uma entidade estabe- a esse respeito,
__ lElG1QEl_QGl_um"UJ8z_p.oLtodas.,_q.ue_uma_c_Qustl\JQao,-"o"",n""tu""a~l ~ __ ----;difundido porque
dependente das situacoes vividas. A partir de entao, nao cDrrtrS-p-olTde-a
havera mais as funcoes naturals e eternas a preencher, mas sentidos"". Com
papeis cambiantes, segundo as ocorrencias do presente. Dai prop6sito, mas n
uma especie de confusao entre as polaridades sexuais Como urn fen6meno si
sera preciso chamar essa dinamica: bissexualizacao. panse- esse respeito, m
xualizacao, polissexualizacao. arnbiquo-sexuahzacao? Pouco revistas de cam
importa 0 termo, basta considerar que se trata de uma reali- lugares de encon
salas de ginasticdade aberta, de uma tendencia que e urn bomindicador paracompreender a evolucao de nossas sociedades. ras, mais precis
desses novas fat
Os observadores sociais estao de acordo sobre 0 desapa- que nao M estud
recimento, ou pelo menos sobre 0esvaziamento dos movimen- grem esse param
tos sociais tipicos, que justamente repousavam sobre urna Tudo isso m
reivindicacao identitaria. Assirn, os movimentos operario. re-
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ilustrar 0 que nos dedicamos a demons t rar . podemos reapro-
ximar essa tandencia da sensibilidade barroca em arquitetura
ou em pintura, que nao 8 constituida de elementos distintos,
mas, muito antes, de uma s6lida articulacao entre elementos
que sao interdependentes uns dos outros. Sabe-se que foiessa
aqlomeracao 0 que caracterizou 0 estado de espirito da 8poca
barroca. Talvez aconteca 0 mesmo hoje ern dia, quando, alern
da separacao, paradigma da modernidade, a androqiruzacaodo ambiente social expressa a reconciliacao, a "solidariedade
imediata, o roan ica , entre a pessoa e cada uma de suas
manifestacoes" _ ( G . Simmel). Essa organicldade, considerada
--HID-f)GI,lGG ~ r - im i t i. v :E l .- ,- @ r , a @ f f i- g @ r ,a . l atrib.uida-a-mulher,-p.orqllB
ela estava, supostamente, mais proxima da natureza". Ora,
cada vez mais, ela se vive transversalmente, talvez pelo fato
de que muitas mulheres empregam-se em funcoes masculi-
nas, e de que homens nao tern mais ropuqnancia pelas funcoes
femininas, mesmo nos menores dominios do domestico. Essa
articulacao barroca, no seio de uma mesma individualidadeou no quadro mais geral da sociedade, dos diversos elementos
da personalidade, esta longe de ser anodina, toma-se uIP fato
cultural. E, seja na cnacao artistica, cinematografica, televi-
siva, seja na cnacao de moda, ou na elaboracao do "conceito"
publicltario, ou ainda na pequena cnacao vestimentaria da
social. A expre
crer que, depo
confrontados
expressao do
verdade, e mai
camente 0 que
nas redobras m
te sempre and
para retomar a
que 8 preciso c
esta mais acan
_--I=i=- .G lJ_ te , -Qu_ (; ;Gm
mas tende a se
nessa s6 havi
masculino, qu
potencia da "
trata-se, alias,
de urn modo mconfusao dos
transqressao d
realidade natur
Na verdade
se ap6iam num
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separacao, da distancia entre elementos distintos, sucederia
a ecologia da fusao ou, pelo menos, da sinergia entre elemen-
tos complementares
Assim, atraves de uma sequencia de curtos-circuitos
permanentes entre os doistermos da bipolaridade, as relacoes
sociais repousariam sobre uma sene de identificacoes em que,
segundo a oportunidade, cada pessoa, revestindo essa ou
aquela mascara, exprimiria uma parte de si propria Pode-se
ilustrar isso qracas ao que, na moral grega dos aphrodisia, M.
Foucault chama "antinomia do menino". E legitimo para urn
homem reconhecer no menino urn objeto de prazer. Nao Ihe
fortalece a vid
nicho protetor
passando pelo
bairro, do gru
loqica do dorn
partieipa desse
do aspecto m
referimos a ex
sao que se co
schmucke dein
ser simples me
--~aD8r~J~rw~~m~~o.r~oom~n~~~)-----r~---ffimenino, que deve se tornar urn homem, nao pode se aceitar
como objeto de prazer, mesmo se for escolhido e vivido como
tal pelo homem com 0 qual ele faz amor. Essa "nao-coinciden-
cia e moralmente necessaria" 14 Esse modo de conceber 0
amor pelo menino e uma situacao limite da oscilacao existente
no interior da bipolaridade pessoal, mas, enquanto caso paroxis-
tieo, a antinomia em questao rnostra bern que ha, segundo os
momentos e as civthzacoes, modos diferentes de viver a carac-
teristica fisica que faz de mirn urn homem ou uma mulher.
Ampliando 0problema, pode-se tambem rnostrar que essa
oscilacao e justamente constitutiva do fato social. Seria pre-
ciso fazer urn estudo especifico desse fenomeno, tao numero-
da familia mon
nas grandes m
pos-rnoderna,
amicais, que t
e experimentar
tico, uma dime
difuso, que se
dade que se d
espirito geral, e
se dernocratiza
apanaqio de a
identificacoes
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decorrer da histona". Sejam as confrarias religiosas, os cubi- par-se de si p
culos montanheses, as lojas maconicas, ou outros clubes de za-lo, tudo is
homens, sejam os "Stantisch" da tradit;ao qerrnanica, ou os da feminilida
bares e seus trequentadores do dia-a-dia, ha como que uma rna, 0 que e
estrutura antropol6gica que pode assumir multiplas formas , ou sexual, a bel
ter mais oumen os importancia, mas que, de urnmodo constante, e funcional d
traz de volta0
prazer de estar junto do mais pr6ximo, em torno orqanica A pde urn "lar". Assim, a proxemia torna-se urn valor publico. e 0 que sao sua
vetor de uma homossocialidade de multiples express6es que, especializacoe
em todos os domini os da vida social, vai favorecer a oclosao urn dos p610
desses grupos de homens ou de mulheres, onde cada urn Trata-se
---j3eElefa-v-iv-er-seffi-maBGar:a-sU8-}}ar-te-8e-sel±tJ::JFi3.,,-----------r=----E;:m~;fo::-m~a~io~r~d~o.....:p~r~o~
o segundo parametro que se pode assinalar e 0 prazer esseneia!. 8e
com a vida que a pessoa experimenta. Esse ponto esta, alias, ou urn pouco
ligado ao procedente: e porque Muma "estetica da recepcao" "afetuoso" q
que esse prazer (Lebengenuss der Person) e experimentado domini os da
com outros. A poesia de Klages ou os trabalhos de Baehofen afetivo do pehaviam valorizado esse "mundo arcaico da mae", oposto a 0 das relacoe
sociedade do rendimento e da divisao do trabalho E encon- rada da "verd
tram os , nas lendas, nos contos, nos romances inurneras ilus- caracteristica
tracoes desse mito da felicidade materna oposto a pressao saber, urn de
paterna. Trata-se de urn tema recorrente que a psieanalise urn vive a fel
8/2/2019 2-5_25aula maffesoli
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a tendencia "androqina" que pode se man
no ludico ou no imao inano . cada vez mais p
sociedades. Em suma, a "fantastica sexua
uma sexualidade fisio16gica, mas a extra
direcoes, e, com isso, segrega uma er6tic
que revive numa criacao, sempre e de novpondencia" da globalidade pessoal no conju