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PrestoVeloce
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LINHA DO TEMPO — 7 de 12 Em cada programa de concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. No fim do ano, teremos relembrado nosso percurso até a décima temporada.
17 a 19 out 3 dez
10 out
21 jul
4, 16, 25, 26 jul4 jul
Britten e Tao na Sala São PauloEm mais uma residência na Sala São Paulo, a Filarmônica celebrou o centenário de Britten com o seu Concerto para piano, pelas mãos do jovem solista Conrad Tao. Wagner e Rachmaninov também estavam no programa dirigido por Fabio Mechetti.
Turnê Estadual Ouro PretoA Filarmônica já tinha tocado em Ouro Preto, na Matriz de Santo Antônio. Desta vez na Praça Tiradentes e incluído no Festival de Inverno, o concerto foi assistido por um emocionado público de cinco mil pessoas. O repertório nacional, regido pelo maestro Marcos Arakaki, completou esse fim de tarde de beleza ímpar.
Lançamento do primeiro CD comercialA Sinfonia nº 9 em Dó maior, “A Grande”, de Schubert, foi escolhida para a estreia em gravação comercial. A Filarmônica registrou sua evolução até aquele momento, esperando que, nas palavras do maestro Fabio Mechetti, “o caminho traçado para esta Orquestra seja tão grande quanto a majestade e beleza desta sinfonia”.
Festival Wagner e VerdiOs concertos de julho, inclusive em Campos do Jordão e Paulínia, foram
dedicados aos 200 anos de Verdi e Wagner. As apresentações tiveram a parceria de corais e um time de solistas, entre eles Eliane Coelho
(foto), regidos pelo maestro Fabio Mechetti.Fabricado por AMZ Mídia Industrial S.A. - Av. Solimões, 505 - Bloco D - Distrito Industrial - Manaus – AM - CNPJ: 14.919.768/0001-78 Indústria Brasileira. Sob Encomenda de INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA - CNPJ 07.837.375/0001-50
www.sonhosesons.com.br
Exposição Primeiros passos na música clássicaEntre os diferentes meios de difundir a música clássica, a Filarmônica organizou textos, livros, áudios, vídeos e fotos em uma exposição itinerante. A primeira montagem, dirigida a estudantes, ficou aberta ao público durante um mês em Ipatinga, com apoio do Instituto Cultural Usiminas. Depois, a exposição foi ao Aeroporto de Confins e à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Hoje, parte de seu conteúdo pode ser visitado no site da Filarmônica.
A Sagração da Primavera de
StravinskyO centenário dessa obra
revolucionária foi comemorado pela Filarmônica em um concerto
cheio de expectativa e emoção. Levy e Dvorák completaram
o repertório, regido por Fabio Mechetti com a presença
do pianista Benedetto Lupo.
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F A B I O M E C H E T T IDiretor Artístico e Regente Titular
um vulcão avassalador, ao mudar
drasticamente o entendimento de
não só o que uma Sinfonia deveria ser,
mas do que a Música deveria ser. Na
noite de hoje poderemos experimentar
essa impetuosidade do jovem Berlioz,
que introduz, sem concessões, ideias
formais, tímbricas e estéticas que
eram impensáveis para a época.
Da mesma maneira, o jovem Chopin,
com seu virtuosismo e frescor,
revolucionava a técnica pianística
com seus Concertos para piano, de
maneira a influenciar as gerações
de pianistas que o seguiram.
Ainda no programa, esse sentido de
descoberta é explorado pelo compositor
carioca Ronaldo Miranda, em peça
escrita para a celebração dos 500
anos do descobrimento da América.
Revoluções, explorações, descobertas:
a Música revendo a realidade
e propondo novos rumos.
A história da música é, em quase sua
totalidade, uma sequência natural e
evolutiva da contribuição de compositores
que emprestam de seus antepassados
e entregam às gerações futuras novas
propostas. Contudo, existem aquelas
exceções que, de maneira totalmente
imprevista, causam revoluções que exigem
décadas para uma absorção total. Esse foi
o caso da Sinfonia Fantástica de Berlioz.
Escrita apenas quatro anos após a
morte de Beethoven, ela surge como
Caros amigos e amigas,
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico
e Regente Titular da Orquestra Filarmônica
de Minas Gerais, sendo responsável pela
implementação de um dos projetos mais bem-
sucedidos no cenário musical brasileiro. Com
seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra
mineira nos cenários nacional e internacional
e conquistou vários prêmios. Com ela,
realizou turnês pelo Uruguai e Argentina
e realizou gravações para o selo Naxos.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu
recentemente como Regente Principal
da Orquestra Filarmônica da Malásia,
tornando-se o primeiro regente brasileiro a
ser titular de uma orquestra asiática. Depois
de quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos,
atualmente é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular da Sinfônica
de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.
Desta última é, agora, Regente Emérito.
Foi regente associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington e com ela dirigiu
concertos no Kennedy Center e no Capitólio
norte-americano. Da Orquestra Sinfônica
de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de
Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica
de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras
orquestras norte-americanas, como as de
Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix,
Columbus, entre outras. É convidado
frequente dos festivais de verão nos
Estados Unidos, entre eles os de Grant Park
em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México,
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as
orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo
e Hiroshima. Regeu também a Orquestra
Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra
da Rádio e TV Espanhola em Madrid,
a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia,
e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência
Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige
regularmente na Escandinávia, particularmente
a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de
Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua
estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica
de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra
Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com
a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica
Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras
de Porto Alegre e Brasília e as municipais de
São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com
artistas como Alicia de Larrocha, Thomas
Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori,
Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
Igualmente aclamado como regente de
ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo
a Ópera de Washington. No seu repertório
destacam-se produções de Tosca, Turandot,
Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte,
La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro
de Sevilha, La Traviata e Otello.
Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado
em Regência e em Composição pela
prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Fabio MechettiD I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R
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FABIO MECHETTI , regente
LEONARDO HILSDORF , piano programa
20 e 21 / JULPresto e Veloce
*Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité apresentam
R O N A L D O M I R A N D A
F R E D E R I C C H O P I N
Horizontes
Concerto para piano nº 1 em mi menor, op. 11• Allegro maestoso
• Romanze: Larghetto
• Rondo: Vivace
*
H E C T O R B E R L I O Z
Sinfonia Fantástica, op. 14 • Devaneios e paixões: Allegro agitato e appassionato assai
• Un baile: Valse: Allegro non troppo
• Cena no campo
• Marcha ao cadafalso
• Sonho de uma noite de Sabá
intervalo
Um dos principais expoentes da
nova geração de pianistas brasileiros,
Leonardo Hilsdorf vem se apresentando com
sucesso no Brasil, Estados Unidos e Europa.
Aclamado pela crítica especializada, sua
performance foi saudada como “fenomenal”
(Fuldaer Zeitung), “encantadora e magistral”
(L’Independent). Atualmente é um dos seletos
solistas em residência na Capela Musical
Rainha Elisabeth da Bélgica, onde trabalha
sob os cuidados de Maria João Pires.
Venceu competições na América e Europa –
Concurso Internacional de Piano Adilia Alieva
2012; Concurso Pianale KlavierAkademie 2011;
União Europeia de Concursos de Música
para a Juventude 2011. Em 2012 recebeu o
prestigioso prêmio Nadia et Lilit Boulanger.
Obteve o terceiro prêmio no Concurso
Internacional de Colônia KRK 2016. No Brasil,
ganhou os concursos Jovens Instrumentistas do
Brasil, Artlivre, Villa-Lobos e Paulo Giovaninni,
entre outros. Como vencedor do I Concurso
Grieg Nepomuceno 2005, Leonardo gravou
CD dedicado aos dois compositores e fez
turnê pela Noruega. Em 2016, recebeu
o primeiro prêmio, por unanimidade,
no Concurso Internacional J. J. C. Yamaha
do México e foi eleito, no Brasil, Jovem
Talento do ano pela revista Concerto.
Em 2007, realizou a abertura de dois recitais
de Nelson Freire, na Sala Cecília Meireles,
Rio de Janeiro, e no Theatro Municipal de
São Paulo, com elogios da crítica especializada.
Em 2014, a renomada revista francesa Pianiste
lançou CD com recital na Salle Cortot de Paris.
Fora do Brasil, o músico já se apresentou no
Concertgebouw, na Flagey, na Bozar, Maison
de la Radio e BeethovenHaus, entre outras salas.
Ele é regularmente solicitado a participar
de festivais ao redor do mundo, entre eles
o Festival de Ravinia, Estados Unidos.
Leonardo Hilsdorf apresentou-se em
masterclasses com músicos como Leon Fleisher,
Garrick Ohlsson, Jean-Yves Thibaudet,
Robert Levin e Dmitry Bashkirov. Foi solista
com a Filarmônica da Radio France, Orchestre
Royal de Wallonie e Orquestra Sinfônica
Brasileira, entre outras. Realizou gravações
para a France Musique e Musiq3 na Europa;
Rádio e TV Cultura e Rádio MEC no Brasil.
Bacharel em Piano pela Universidade
de São Paulo, sob os cuidados de
Eduardo Monteiro, foi aceito, aos vinte
anos, no mestrado em Performance do
New England Conservatory de Boston.
Orientado por Wha Kyung Byun e Russell
Sherman, concluiu o curso com mérito.
Em 2014 recebeu, por unanimidade,
a mais alta distinção em Performance
da Ecole Normale de Musique de Paris
Alfred Cortot: o Diploma de Concertista.
Atualmente estuda com Claudio Martinez
Mehner na escola de música de Colônia,
Alemanha. Seus estudos no exterior foram
apoiados pelo BNDES e DAAD, além dos
fundos Haas-Teichen e Buttenweiser.
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L E O N A R D O H I L S D O R F
R O N A L D O M I R A N D AHorizontes
Nascido no Rio de Janeiro, Ronaldo
Miranda cursou a Escola de Música da
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
quando foi aluno de piano de Dulce de
Saules e de Henrique Morelenbaum para
composição. Estudou também Jornalismo,
que exerceu paralelamente, no início
de sua vida profissional, como crítico
musical do Jornal do Brasil. Em 1977
obteve o primeiro prêmio no Concurso
de Composição da II Bienal de Música
Brasileira Contemporânea da Sala Cecília
Meireles. Participou posteriormente de
vários concursos e festivais, inclusive
internacionais, dentre os quais se
destacam o Concurso Internacional de
Composição de Budapeste (1986) e a
X Bienal de Música de Berlim (1985).
Segundo o próprio autor, sua obra pode
ser dividida em fases: a estudantil; uma
segunda, quando pratica o atonalismo
livre; uma terceira, em que opta pelo
neotonalismo ou neorromantismo; e
realiza, na atualidade, uma síntese em
que se utiliza de técnicas composicionais
tradicionais e modernas, construindo
uma expressividade própria.
Ao longo de sua carreira, Ronaldo Miranda
tem composto para várias formações,
explorando desde o instrumento solo
até combinações camerísticas diversas e
orquestra. Compôs também música para
coro e ópera. Em sua produção dramática,
além de A tempestade (2006) e O menino e
a liberdade (2013), destaca-se Dom Casmurro
(1992), ópera escrita sobre o romance
homônimo de Machado de Assis, com
libreto de Orlando Codá. Nessa obra,
empreende a difícil tarefa de traduzir em
música um dos mais conhecidos romances
de nossa literatura e fazer jus, inclusive,
ao notório conhecimento musical do
escritor e às sugestões sonoras do texto.
Horizontes, para grande orquestra, foi
composta em 1992 para as comemorações
dos 500 anos do descobrimento da
América. Seu título parece fazer alusão
aos novos horizontes que se abririam –
nem sempre auspiciosos, diga-se de
passagem – com a chegada dos espanhóis
a este lado do Atlântico. A peça realiza
uma síntese das técnicas composicionais
desenvolvidas nas diversas fases do
compositor. Com caráter descritivo, tem
três movimentos: no primeiro, A partida, o
autor sugere o clima de ansiedade causado
pela viagem, talvez sem retorno, quando
utiliza combinações musicais atonais e
pontilhistas que se desenvolvem até atingir
uma massa sonora vigorosa com trompetes,
em combinações neotonais. O segundo
movimento, A espera, é uma canção (ou
modinha) nostálgica e pungente em modo
menor, em alusão ao aspecto de calmaria,
em uma opção neorromântica ou neotonal.
O terceiro movimento, A descoberta,
inicia-se com um solo de clarinete
evocando o canto e o voo de um pássaro
solitário que anuncia a terra firme.
A seguir o autor desenvolve uma seção
minimalista que sugere a ansiedade frente
ao mundo novo e, após um tutti com caráter
épico, direciona a obra para uma finalização
novamente em estado de calmaria,
realizando ainda a síntese de atonalismo
(o desconhecido) e neotonalismo
(o conhecido). Em toda a composição
o autor articula, com grande mestria, a
diversidade de timbres da grande orquestra,
explorando-os de modo expressivo,
que valoriza sobremaneira a obra,
possibilitando novos horizontes de escuta.
Horizontes teve sua estreia em 1993,
dentro da programação da Bienal
Brasileira de Música Contemporânea,
com a Orquestra Sinfônica do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro sob direção
de Mário Tavares, no Theatro Municipal.
EDILSON VICENTE DE LIMA Doutor em
Musicologia pela USP, Mestre em Artes pela
Unesp, professor na Universidade Federal
de Ouro Preto.
1992/1997Rio de Janeiro, Brasil, 1948
12 min
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas.
EDITORA
Academia Brasileira de Música
PARA OUVIR CD Concerto de Louvação – Orquestra Sinfônica Brasileira – Roberto Tibiriçá, regente – RioArte Digital – 1998
CD Brazilian Mosaic – Lontano Ensemble – Odaline de la Martinez, regente – Clélia Iruzun, piano – Lorelt – 2002
PARA ASSISTIR Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas – Ricardo Bologna, regenteAcesse: fil.mg/mhorizontes
PARA LER Olga G. Cacciatore –Dicionário biográfico de música brasileira – Forense Universitária – 2005
Vasco Mariz – História da música no Brasil – Nova Fronteira – 2000
PARA VISITAR
www.ronaldomiranda.com
Última apresentação desta obra — 30 abr 2009 — Fabio Mechetti, regente Ricardo Castro, piano
F R E D E R I C C H O P I NConcerto para piano nº 1 em mi menor, op. 11
Os dois concertos para piano e orquestra
de Frederic François Chopin são obras
de juventude. Constituíam, também,
uma bagagem necessária para o jovem
compositor de dezenove anos, decidido
a deixar a Polônia para se apresentar
em Viena e Paris. A ordem de publicação
inverteu a ordem de composição dos
concertos. De fato, o Concerto em mi
menor, o primeiro a ser publicado, é
ligeiramente posterior ao Concerto em fá
menor e foi executado, pela primeira vez,
no último dos recitais dados por Chopin
no Teatro Nacional de Varsóvia, em
outubro de 1830. Com ele o compositor
despediu-se de sua terra, pois Chopin
jamais voltou à Polônia. Sepultado
em Paris, só o coração do artista foi
transportado para a catedral de Varsóvia.
Os concertos de Chopin ocupam um
lugar de exceção na história desse
gênero musical, enquanto afastam-se
do modelo ideal criado e consagrado
por Mozart. Nos concertos mozartianos
a orquestra e o instrumento solista
estabelecem um engenhoso diálogo.
Chopin limita consideravelmente o
papel da orquestra que, praticamente,
apenas introduz os temas e interliga os
episódios, os quais serão desenvolvidos
pelo piano. A forte personalidade
artística de Chopin manifesta-se já
nessas primeiras obras, pelo encanto
de suas melodias, pelo atraente
caráter eslavo, pelo brilhantismo de
uma escrita pianística que transforma
os arabescos virtuosísticos em
pura poesia. Raramente obras de
juventude têm lugar permanente no
repertório, como acontece com os
concertos poloneses de Chopin.
Os dois concertos incluem-se entre as
poucas obras de Chopin não dedicadas
ao piano solo. Nesse contexto, eles
demonstram, com sua inexperiente
genialidade, o fim de uma tentação: os
conterrâneos do compositor esperavam
que ele se dedicasse à ópera e à música
sinfônica. Chopin concentrou-se no
que queria e acreditava poder fazer.
E, de fato, poucos artistas souberam,
como o grande compositor polonês,
limitar-se tanto para chegar tão alto.
O Allegro maestoso inicia uma longa
exposição orquestral, em que são
apresentados os dois temas principais:
o primeiro em mi menor e o segundo
em mi maior. O solista faz, em seguida,
a sua entrada, com o mesmo motivo
inicial da exposição. Uma vez afirmada
a sua autoridade, o piano canta
uma melodia lírica e expressiva,
dominada pelo primeiro tema.
Após nova intervenção orquestral,
o solista repete todo o material inicial
de maneira ainda mais virtuosística.
O Romanze: Larghetto, em mi maior,
tem o clima de um noturno. Sobre
um delicado acompanhamento das
cordas, com algumas intervenções
suaves dos sopros, o piano canta
uma melodia eminentemente
lírica. A ornamentação caprichosa,
tipicamente chopiniana, conforma
o virtuosismo à expressão poética.
O Rondo: Vivace inicia-se com uma
breve introdução orquestral. O piano
então expõe uma primeira ideia que
se desenvolve sobre um tranquilo
acompanhamento das cordas.
A orquestra apresenta, em seguida,
o segundo tema, mais rítmico e vigoroso.
Todo esse material temático
presta-se a variações, com o piano
brilhando em escalas e arpejos,
em clima de alegria e vivacidade
típicas da música popular eslava.
40 min
1830
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na
UEMG, autor dos livros Músico, doce músico
e O grão perfumado – Mário de Andrade e a
arte do inacabado. Apresenta o programa
semanal Recitais Brasileiros, pela
Rádio Inconfidência.
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, trombone, tímpanos, cordas.
EDITORA Breitkopf & Härtel
PARA OUVIR CD Chopin, Complete Works for Piano and Orchestra – London Philharmonic Orchestra – Eliahu Inbal, regente – Claudio Arrau, piano – Decca – 1993
PARA ASSISTIR Israel Philharmonic Orchestra – Zubin Mehta, regente – Evgeny Kissin, piano Acesse: fil.mg/cpiano1
PARA LER Tad Szulc – Chopin em Paris, uma biografia – Record – 1999
Paris, França, 1849Zelazowa Wola, Polônia, 1810
H E C T O R B E R L I O ZSinfonia Fantástica, op. 14
Hector Berlioz é, sem dúvida, uma figura
central do Romantismo musical europeu,
tanto por sua nova poética quanto
pelo mito erguido em torno do autor
como gênio romântico, considerado,
com justiça, por Théophile Gautier,
em sua Histoire du Romantisme,
um dos três maiores românticos da
França, ao lado de Hugo e Delacroix.
Essa visão tem origem com o próprio
Berlioz em suas Memórias (1865),
uma narrativa poetizada da própria
biografia. Relatos inflamados, arroubos
de criação artística, insatisfação com
o meio artístico que o cercava, paixões
e desencontros pessoais devastadores
tornam as Memórias um compêndio de
cenas dramáticas nas quais a vida real e
a visão artística de mundo misturam-se.
A visão poetizada revela a aptidão do
compositor como importante ensaísta
e intelectual de seu tempo, com apreço
pelos clássicos antigos, Shakespeare e
Goethe. O comprometimento de Berlioz
com uma visão poética transborda
nas suas óperas (Les Troyens), nas
cantatas (La mort de Cléopâtre) e em
suas sinfonias (Haroldo na Itália e
a Sinfonia Fantástica), expressando
um conteúdo dramático-poético
revelador das paixões humanas.
Nesse sentido, a Sinfonia Fantástica
representa uma revolução na história do
gênero sinfônico. Partindo da sugestão
descritiva beethoveniana da Sinfonia
Pastoral (na qual, no entanto, Beethoven
anotara: “mais expressão de sentimentos
que pintura”), referindo-se sempre às
formas clássicas, a Fantástica inspira
os poemas sinfônicos de Franz Liszt,
cujas formas musicais têm potencial de
suscitar imagens, de narrar histórias e
até de transmitir conteúdos filosóficos.
Nesta Sinfonia, Berlioz utiliza um tema
recorrente, a idée fixe, célula musical
que percorre ciclicamente toda a
composição. Berlioz deu à Fantástica
o subtítulo Cenas da vida musical
de um artista, sendo seu programa,
segundo alguns comentadores, uma
autêntica autobiografia romântica.
A idée fixe, que representa a imagem
obsessiva da amada do herói, seria
o elemento condutor da narrativa e
reaparece com variações, de acordo
com o estado de espírito do sugerido
eu-lírico. Berlioz descreve seu plano
do drama instrumental em cinco
movimentos: Devaneios e Paixões –
com uma lenta introdução culminando
num Allegro –, em que o herói oscila
entre a experiência melancólica e o
júbilo da expectativa de encontrar-se
com a amada; Un baile, cuja valsa
sugere o encontro dos amantes;
Cena no campo, que descreve uma
noite de verão campestre, na qual
a amante reaparece, perturbando a
paz almejada pelo herói; Marcha ao
cadafalso, que representa o sonho
da morte da amada, sugerindo uma
procissão lúgubre; Sonho de uma noite
de Sabá, em que uma cena fantástica
é descrita com sons sobrenaturais,
conduzindo para uma dança grotesca
no momento do sepultamento da amada.
A necessidade de exprimir vários
estados conflitantes de espírito
influencia a escrita musical desta obra:
contrastes de dinâmica e orquestração
dos temas expostos possibilitaram um
novo universo de ritmos, melodias,
harmonias, tendo seu desenvolvimento
cíclico pela idée fixe dado um novo rumo
ao gênero sinfônico no século XIX.
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DANIEL SALGADO DA LUZ Musicólogo.
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 4 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, 2 tubas, 2 tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas.
EDITORA Breitkopf & Härtel
PARA ASSISTIR DVD Boston Symphony Orchestra – Berlioz; Debussy; Ravel – Charles Munch, regente – VAI music – 1962
National Youth Orchestra – Semyon Bychkov, regenteAcesse: fil.mg/bfantasticanyo
Orchestre National de France – Leonard Bernstein, regenteAcesse: fil.mg/bfantasticaonf
PARA LER François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
Otto Maria Carpeaux – O Livro de Ouro da História da Música – Ediouro – 2001
Paris, França, 1869La Côte Saint-André, França, 1803
Última apresentação desta obra — 16 ago 2012Fabio Mechetti, regente
50 min
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio MechettiREGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki
* principal ** principal associado *** principal assistente **** músico convidado
Orquestra Filarmônica de Minas GeraisGOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Andrade
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Angelo Oswaldo de Araújo Santos
SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS João Batista Miguel
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003
Instituto Cultural Filarmônica
FORTISSIMOjulho — nº 13 / 2017ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina Godinho DelgadoEDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale
ILUSTRAÇÕESMariana SimõesFOTO DE CAPARafael Motta
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla associadoAra Harutyunyan – Spalla assistenteAna Paula SchmidtAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoHyu-Kyung JungJoanna BelloRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMatheus BragaRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna Druzd Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *Robson Fonseca ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesLina RadovanovicLucas BarrosWilliam Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *André Geiger ***Marcelo CunhaMarcos LemesPablo Guiñez Rossini ParucciWalace Mariano
FLAUTASCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *Públio Silva ***Israel MunizMoisés Pena
CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia TrindadeJosé Francisco dos SantosLucas FilhoFabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa
TUBASEleilton Cruz *Isac Macedo ****
TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas *
HARPASJennifer Campbell ****Marcelo Penido ****
PERCUSSÃORafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar
CONSELHO ADMINISTRATIVO
PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman
PRESIDENTE Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS Angela GutierrezBerenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello BrancoMauricio FreireOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena
DIRETORIA EXECUTIVA
DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira
DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira
DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé
DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers
EQUIPE TÉCNICA
GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado
GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães
ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICALGabriela Souza
PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe
ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo Mariana GarciaRenata GibsonRenata Romeiro
ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira
ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOSItamara KellyMariana Theodorica
ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez
EQUIPE ADMINISTRATIVA
GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho
GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva
ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi
ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho
SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes
ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis
ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo
RECEPCIONISTAMeire Gonçalves
AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida
AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoRose Mary de Castro
MENSAGEIROSBruno RodriguesDouglas Conrado
JOVEM APRENDIZYana Araújo
SALA MINAS GERAIS
GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas
GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia
TÉCNICOS DE ÁUDIO E DE ILUMINAÇÃODaniel SaavedraRafael Franca
ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão
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2018 está logo ali!
Com o novo ano, teremos uma nova programação
e o mesmo desejo de oferecer a beleza da música
com qualidade e potencial de transformação.
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Concertos — julho
DIAS 6 E 7, 20h30ALLEGRO / VIVACE
LisztStravinskyTchaikovsky
DIA 15, 18hFORA DE SÉRIE /
HAENDEL
Haendel Brahms / Rubbra
DIAS 20 E 21, 20h30PRESTO / VELOCE
Miranda ChopinBerlioz
DIA 29,20h30TURNÊ ESTADUAL /
SABARÁ
Elgar Berlioz Schubert J. Strauss Jr. Carlos Gomes Tchaikovsky Liszt Bizet
CRIANÇASNão é recomendável a
presença de menores de
8 anos nos concertos noturnos.
Caso traga crianças, escolha
assentos próximos aos
corredores para que você
possa sair rapidamente se elas
se sentirem desconfortáveis.
CONVERSA
O silêncio é o espaço da música. Por
isso, evite conversas ou comentários
durante a execução das obras.
COMIDAS E BEBIDAS
Não são permitidas no interior da sala de concertos.
TOSSE
A tosse perturba a concentração. Tente
controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.
APLAUSOS
Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no
programa o número de movimentos de cada uma
e fique de olho na atitude e gestos do regente.
PONTUALIDADE
Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de
acesso à sala de concertos serão fechadas.
APARELHOS CELULARES
Não se esqueça de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho eletrônico. O som e
a luz atrapalham a orquestra e o público.
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO
Não são permitidas durante os concertos.
CUIDADOS COM A SALA
Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira.
Também evite balançar-se nela, pois, além de
estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.
RUA PIUM-Í, 229
CRUZEIRO
RUA JUIZ DE FORA, 1.257
SANTO AGOSTINHO
RUA LUDGERO DOLABELA, 738
GUTIERREZ
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ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO (31) 3219-9009 | [email protected]
AMIGOS DA FILARMÔNICA (31) 3219-9029 | [email protected]