Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 35
3 – Medidas, Proporções e Cortes
3.1 Garagens
A Figura 3.1 apresenta algumas dimensões que podem ser usadas para projetos de
garagens. Em geral, para projetos residenciais, podem-se usar as dimensões de um carro
de tamanho grande como o Mercedes 300, 1956.
Figura 3.1 – Medidas usuais em “mm” para automóveis (NEUFERT, 2004)
3.2 Áreas de Serviço
A Figura 3.2 apresenta algumas dimensões de alguns equipamentos e instalações comuns
em áreas de serviço. Podem ser usadas medidas comerciais caso se conheça o fabricante
de determinado equipamento (eletrodomésticos, tanques, etc.).
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 36
Figura 3.2 – Medidas usuais em “m” equipamentos e instalações em áreas de serviço (MONTENEGRO, 2001)
3.3 Peças Sanitárias
A Figura 3.3 apresenta algumas dimensões das principais peças encontradas em lavabos
e banheiros.
Figura 3.3 – Medidas usuais em “m” de peças sanitárias (MONTENEGRO, 2001)
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 37
3.4 Cozinhas
A Figura 3.4 apresenta algumas dimensões usuais para cozinhas.
Figura 3.4 – Medidas usuais em “m” para cozinhas (MONTENEGRO, 2001)
3.5 Móveis
A Figura 3.5 apresenta algumas dimensões usuais de alguns móveis. Outras informações
consultar Neufert (2004).
Figura 3.5 – Medidas usuais em “m” de alguns tipos de móveis (MONTENEGRO, 2001)
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 38
3.6 Cortes: Princípios Gerais
Os cortes são representações de vistas ortográficas seccionais do tipo “corte”, obtidas
quando passamos por uma construção um plano de corte e projeção VERTICAL,
normalmente paralelo às paredes, e retiramos a parte frontal, mais um conjunto de
informações escritas que o complementam. Assim, neles encontramos o resultado da
interseção do plano vertical com o volume. Os cortes são os desenhos em que são
indicadas as dimensões verticais.
O objetivo dos cortes em um projeto de edificação é ilustrar o maior número de relações
entre espaços interiores e significantes, que se desenvolvem em altura, e que, por
consequência, não são devidamente esclarecidos em planta baixa. A sua orientação é feita
na direção dos extremos mais significantes deste espaço.
Normalmente se faz no mínimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao objeto
cortado, para melhor entendimento. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo
compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes. Os
cortes podem ser transversais (plano de corte na menor dimensão da edificação) ou
longitudinais (na maior dimensão).
A quantidade de cortes necessários em um projeto, porém, é de exclusiva determinação do
projetista, em função das necessidades do projeto. São fatores que influenciam a
quantidade de cortes:irregularidades das paredes internas;
b) sofisticação de acabamentos internos;
c) formato poligonal da construção;
d) diferenças de níveis nos pisos;
e) existência de detalhamentos internos.
A Figura 3.6 ilustra um esquema, em perspectiva, da composição dos cortes
longitudinais e transversais em projetos arquitetônicos.
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 39
PLANO QUE GERA O CORTE TRANSVERSAL:
PLANO QUE GERA O CORTE LONGITUDINAL:
Figura 3.6 – Representação de cortes transversais e longitudinais
Os planos normalmente são paralelos às paredes, e posicionados pela presença de: pés-
direitos variáveis, esquadrias especiais, barreiras impermeáveis, equipamentos de
construção, escadas, elevadores, dentre outros.
A posição do plano de corte e o sentido de observação depende do interesse de
visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha),
pelas escadas e poço dos elevadores.
Os cortes devem sempre estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualização e
interpretação – indicar a sua posição e o sentido de visualização. A indicação dos cortes
em planta baixa tem uma simbologia específica conforme visto na Figura 3.7.
Figura 3.7 – Simbologia para os cortes em planta
A orientação dos cortes é feita na direção dos extremos do espaço cortado. O sentido de
visualização e localização dos cortes deve ser indicado em planta (Figuras 3.8 e 3.9).
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 40
CORTE AB SENTIDO INDICADO CORTE AB SENTIDO INDICADO
CORTE CD INDICADO CORTE CD INDICADO
Figura 3.8 – Representação de cortes
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 41
Figura 3.9 – Representação dos cortes A-B e C-D em planta
A01
15
15
400
885
15
15
10
70
120
150
15
15
15
70
275
155
15
15
200
20030 170
200 160
160
C 01
PROJ. COBERTURA
380
BANHO
70x210
00 160
+0.35
120
15
+0.20
5.70 M²
VARANDA21.20 M²
+0.50
12
0x1
00
/90
90
x2
10
30
30
15
15
13.75 M²
SALA
+0.50
340
500
560
60x60/140
60
B011
00
x6
0/1
40
1530
15
15
+0.48
4003
70
15
25
15
150
15
25
100
15
275
275
15
15
100
15
15
D 01
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 42
3.7 Cortes: Elementos Construtivos
- Fundações: São desenhadas em função dos materiais utilizados e de sua disposição geral, com
dimensões aproximadas, se houver, pois seu detalhamento é função do projeto estrutural.
A Figura 3.10 ilustra alguns exemplos de fundações mais utilizadas:
VIGA
BALDRAME
BLOCOS DE
CONCRETO
VIGA
BALDRAME
SAPATA
DE
CONCRETO
Figura 3.10 – Representação de elementos de fundação em cortes
- Pisos e Contrapisos: Normalmente identifica-se apenas a espessura do contrapiso + piso com espessura
aproximada de 10cm, através de duas linhas paralelas, cortadas – espessura de linha
média (0,6mm). O solo ou aterro são indicados através de hachura inclinada. O contrapiso-
piso ocorre alinhado com a viga baldrame das paredes.
Figura 3.11 – Representação de pisos e contrapisos em cortes
PISO-CONTRAPISO
HACHURA SOLO
VIGA BALDRAME
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 43
- Paredes: Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes
seccionadas, a representação é semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo
paredes em vista (que não são cortadas pelo plano de corte) a representação é similar aos
pisos em planta conforme a Figura 3.12.
210
70
10
210
70
10
Parede convencional Parede totalmente impermeabilizada
Parede parcialmente impermeabilizada
Figura 3.12 – Representação de paredes em cortes
- Louças Sanitárias: As louças sanitárias podem aparecer em corte ou em vista na representação dos cortes
verticais. Tanto numa situação como em outra, basta representá-los com suas linhas
básicas, que identificam o aparelho ou equipamento. Abaixo, na Figura 3.13, algumas
representações:
Figura 3.13 – Representação de louças sanitárias em cortes
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 44
- Forros e Lajes: Geralmente os forros são constituídos de lajes de concreto, representadas de maneira
similar ao contrapiso, com espessura de 10cm. Sobre as paredes, representa-se as vigas
em concreto. Pode haver forro de madeira ou gesso, por exemplo, abaixo da laje ou sem a
presença desta. Estes forros serão representados por duas linhas finas paralelas com a
espessura do forro conforme a Figura 3.14.
Figura 3.14 – Representação de forros e lajes em cortes
- Esquadrias: Portas: em vista são indicadas apenas pelo seu contorno. Em corte, indica-se apenas o
vão, com a visão da parede do fundo em vista. Janelas: em vista seguem as mesmas
diretrizes das portas. Em corte têm representação similar à planta baixa, marcando-se o
peitoril como parede (traço cheio e grosso) e a altura da janela (quatro linhas em traço cheio
e médio). A Figura 3.15 ilustra essas informações.
PORTA VISTA JANELA VISTA PORTA CORTE JANELA CORTE
Figura 3.15 – Representação de esquadrias em cortes
VIGA
LAJE
FORRO
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 45
- Níveis: São identificados todos os níveis, sempre que se visualize a diferença de nível, evitando a
repetição desnecessária e não fazendo a especificação no caso de uma sucessão de
desníveis iguais (escada). A simbologia para indicação de níveis nos cortes é diferenciada
da simbologia para indicação em planta, porém, os níveis constantes em planta baixa
devem ser os mesmos indicados nos cortes. A simbologia utilizada para indicação dos
níveis em cortes está representada na Figura 3.16.
Figura 3.16 – Representação de níveis em cortes
Os níveis devem ser sempre indicados em metros e acompanhados do sinal, conforme
localizarem-se acima ou abaixo do nível de referência (00).
3.8 Exemplos de Cortes
210 2
10
265
35
35
00
+0,35
45
45
+0,48+0,50
475
60
280
250
267
152
30
70 5
5
10
10
10
30
25
10
10
150
150
150
150
VARANDAWC
CORTE AB SEM ESCALA
Figura 3.17 – Representação do corte A-B
00 +0,30 -0,15
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 47
Figura 3.19 – Representação do corte C-D
50 215
150 10 280 35
80 10 60 10 30 250 15 20
00
+0
,20
+0
,35
+0
,50
+0
,50
75 100 90
475
80 10 10 530 200 30 5060
150 10 265 50
CO
RT
E C
D
SE
M E
SC
AL
A
Desenho Arquitetônico data:set/2017 fl. 48
Projeto 03:
Considerando um terreno urbano com dimensões de 10 m de largura e 20 m de
profundidade, criar um projeto de uma edificação geminada contendo duas unidades
habitacionais com aproximadamente 55 m2 de área útil cada obedecendo-se os
afastamentos frontal e laterais mínimos respectivamente de 4,0 m e 1,5 m.
Construir a projeção em planta e dois cortes, um longitudinal e outro transversal, que
passem necessariamente pela cozinha e pelo banheiro. Realizar a humanização “lay-out”
da projeção em planta inserindo-se os elementos especificados nos capítulos 3.1 a 3.5.
Representação esquemática do terreno (dimensões em “m”)