Download - 3. monografia guilherme
1
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí
Curso de Agronomia
GUILHERME MARQUES OLIVEIRA
PARÂMETROS DE PRODUÇÃO VERSUS A RESISTÊNCIA A FERRUGEM-
ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI-TARDIOS E
PRECOCES DE SOJA (Glycine max).
URUTAÍ - GO
2012
ii
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí
Curso de Agronomia
GUILHERME MARQUES OLIVEIRA
PARÂMETROS DE PRODUÇÃO VERSUS A RESISTÊNCIA A FERRUGEM-ASIÁTICA
(Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI-TARDIOS E PRECOCES DE
SOJA (Glycine max).
Trabalho de conclusão de curso apresentado
como exigência para obtenção do grau de
Bacharel em Agronomia curso ofertado pelo
Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí.
Orientador: Dr. Milton Luiz da Paz Lima.
URUTAÍ - GO
2012
iii
GUILHERME MARQUES OLIVEIRA
PARÂMETROS DE PRODUÇÃO VERSUS A RESISTÊNCIA A FERRUGEM-ASIÁTICA
(Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI-TARDIOS E PRECOCES DE
SOJA (Glycine max).
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
D.Sc. Osvaldo Toshiyuki Hamawaki (Revisor)
_______________________________________
M.Sc. Ana Paula Pelosi (Revisor)
_______________________________________
D.Sc. Milton Luiz da Paz Lima (Orientador)
Data da Defesa: Urutaí, 04 dejulho de 2012.
iv
DEDICATÓRIA:
À todos os meus familiares e amigos, que
sempre me apoiaram , tiveram ao meu lado, e
torceram pelo meu sucesso, e me ensinaram a
nunca desistir dos nossos sonhos.
vi
AGRADECIMENTOS
A DEUS
À minha família, em especial a meus pais, Juscelino Bernardo de Oliveira e Maria Maroni Marques
Oliveira.
Ao meu irmão Cairo Marques Oliveira.
À minha avó, Iolanda Pereira Caixeta (in memorian).
Á minha namorada Silvana Rodrigues Vaz.
Aos meus colegas e amigos, que me acompanharam durante todo o curso.
Ao meu professor e orientador Milton Luiz da Paz Lima.
Aos meus professores.
Á todos os meus amigos e parentes que torceram pelo meu sucesso.
Ao Programa de Melhoramento de Soja de Universidade Federal de Uberlândia pelo acesso dos
genótipos de soja.
vii
RESUMO
OLIVEIRA, G.M. Parâmetros de produção versus a resistência a ferrugem-asiática (Phakopsora
pachyrhizi) em genótipos tardios, semi-tardios e precoces de soja (Glycine max). Trabalho de
Conclusão de Curso. 46 p. 2012.
A ferrugem-asiática-da-soja (Phakopsora pachyrhizii) é amplamente disseminada em todas as
regiões produtoras de soja no país, provocando expressivas perdas de rendimento nos cultivos
comerciais. O objetivo deste trabalho foi relacionar parâmetros sanitários e de rendimento de
genótipos de soja precoces, semi-tardios e tardios. Cinquenta e cinco genótipos de soja precoces e
tardios foram avaliados a campo, na safra 2011-2012 na Estação Experimental da Faz. Palmital do
IFGoiano. O experimento foi em blocos casualizados com três repetições, sendo avaliado 174
unidades experimentais. Avaliou-se a severidade a partir dos 27 dias após o plantio (dap),
intercalando sete dias de avaliação, totalizando 13 avaliações. O rendimento foi avaliado aos 140
dap, sendo obtida as seguintes variáveis dependentes: rendimento (kg/ha), número de nós.planta-1
,
número de vagens.planta-1
, número de grãos.planta-1
e peso 100 sementes. O genótipo P24
apresentou a maior área abaixo da curva do progresso da ferrugem asiática (AACPFA=953,2)
diferindo estatisticamente das demais; este mesmo genótipo apresentou a menor média de índice
produtivo (85,7 vagens.planta-1
), e comparativamente o genótipo T6 apresentou o maior número de
vagens.planta-1
, e consequentemente a menor AACPD (481,8). Aumentando a AACPD dos
genótipos precoces, semi-tardios e tardios de soja reduziu o número de vagens por planta em 48 %
(r=-0.4815**). O relacionamento de parâmetros de sanitários com de produção permite o
reconhecimento e identificação de genótipos ora resistentes ora tolerantes a ferrugem asiática. Os
relacionamentos apontam níveis de ligação entre as variáveis, permitindo a reflexão de outros fatores
associados a expressão da resistência e os níveis de perda.
Palavras-chave: ferrugem, correlação, produtividade
viii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................... VI
RESUMO ................................................................................................................................................... VII
LISTAGEM DE FIGURAS ........................................................................................................................ IX
LISTAGEM DE TABELAS ....................................................................................................................... IX
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................. 2
2.1. HISTÓRIA ............................................................................................................................................. 2
2.2. CENÁRIO ECONÔMICO ..................................................................................................................... 3
2.3. DOENÇA ............................................................................................................................................... 4
2.4. PATÓGENO .......................................................................................................................................... 7
2.5. CONTROLE .......................................................................................................................................... 8
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................................... 13
3.1 EXPERIMENTO NO CAMPO ................................................................................................................ 13
3.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO ....................................................................................................... 13
3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................................................... 14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................ 18
5. CONCLUSÕES ...................................................................................................................................... 31
6. ASPECTOS FORMATIVOS.................................................................................................................. 31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................... 32
ix
LISTAGEM DE FIGURAS
Figura 1. Escala diagramática utilizada para avaliação da severidade da ferrugem asiática
(Phakopsora pachyrhizi), nos genótipos analisados (proposta por Godoy, 2006). ............................. 15
Figura 2. Frequência observada da cor da flor de genótipos de soja precoces (A) e tardios (B); cor da
pubescência de genótipos precoces (C) e tardios (D); data da floração de genótipos precoces (E) e
tardios (F). ............................................................................................................................................ 18
Figura 3. Frequência observada da data de maturação genótipos de soja precoces (A) e tardios (B);
altura de plantas no florescimento dos genótipos precoces (C) e tardios (D); altura de planta na
maturação de genótipos precoces (E) e tardios (F). ............................................................................. 21
Figura 4. Frequência observada da altura da inserção de genótipos de soja precoces (A) e tardios
(B). ....................................................................................................................................................... 23
Figura 5. Modelagem por regressão linear e dispersão dos valores de área abaixo da curva de
progresso da doença (AACPD) com valores de rendimento de todos os genótipos de soja analisados.
.............................................................................................................................................................. 24
LISTAGEM DE TABELAS
Tabela 1. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos espacialmente
nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*. ................................ 16
Tabela 2. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos espacialmente
nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*. ................................ 17
Tabela 3. Médias dos valores de área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD),
rendimento, número de nós por planta, número de grãos por planta e peso de 100 sementes em
diferentes genótipos precoces (Pn) e tardios (Tn). ............................................................................... 26
Tabela 4. Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis sanitárias (área abaixo da curva
de progresso da doença - AACPD) e de rendimento (rendimento (kg/ha), Número de nós.planta-1
,
Número de vagens.planta-1
, Número de grãos.planta-1
e Peso 100 sementes). .................................... 28
1
1. INTRODUÇÃO
A soja ( Glycine max (L) Merrill ) que hoje cultivamos é muito diferente dos seus
ancestrais, que eram representados por plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da
Ásia, principalmente ao longo do Rio Yang Tse, na China. Sua evolução começou com o
aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja
selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China. A soja chegou
ao Brasil através dos Estados Unidos, em 1882. E hoje, após um célebre expansão nas áreas
de cultivo do país, é o segundo maior produtor de soja do mundo.
A grande expansão da área cultivada no mundo proporcionou uma disponibilidade de
substrato para desenvolvimento e co-evolução parasitários de muitos patógenos, promovendo
desta forma, o aumento do número e severidade das doenças que afetam a cultura, sendo mais
de 100 espécies de patógenos relatados, dos quais, cerca de 35 são de grande importância
econômica.
Várias doenças se destacaram para a cultura da soja como o cancro da haste,
nematóide do cisto, doenças de final de ciclo (míldio, oídio, antracnose, septoriose), no
entanto, a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd., 1914) considerada até
pouco tempo como uma doença emergente no Brasil, tem sido destaque, no sistema de
produção devido seus expressivos danos provocados nas lavouras afetadas (NUNES JR et al.,
2003). A importância da ferrugem-asiática no Brasil pode ser avaliada pela sua rápida
expansão, virulência e pelo montante de perdas causadas às produções (MAGNANI et al.,
2008).
A ferrugem-asiática foi relatada pela primeira vez no Japão, em 1902, e descrita em
1914, contudo, espantosamente espalhou por diversos países do sudeste da Ásia. No
continente americano, o primeiro registro ocorreu em Porto Rico, em 1976. referencia
Na safra 2000/2001, ano de primeiro registro na América do Sul da ferrugem-asiática
sendo constatada no Estado do Paraná, disseminando-se rapidamente para outros Estados do
Brasil, ocasionando perdas de até 100% da produção. Na safra brasileira de 2007/2008,
estimou-se que os prejuízos causados pelo fungo foram de 418,5 mil ton, representando 1 %
da produção nacional, exibindo financeiramente um prejuízo de US$ 204,5 milhões, que
somado ao gasto para o controle da doença, resultou em um custo total de US$ 1,97 bilhão
(NUNES JR et al., 2003).
Os sintomas da ferrugem podem aparecer em qualquer estádio de desenvolvimento da
planta, como em cotilédones, folhas e hastes, sendo mais frequente nas folhas. Os primeiros
sintomas são caracterizados por minúsculos pontos mais escuros do que o tecido sadio da
2
folha, de coloração esverdeada a cinza-esverdeada, com correspondente presença de estrutura
reprodutiva (urédia) na face inferior da folha (NUNES JR et al., 2003).
O processo infeccioso inicia quando os urediniósporos germinam e produzem um tubo
germinativo que cresce através da superfície da folha até se formar um apressório. A
penetração ocorre diretamente através da epiderme, ao contrário das outras ferrugens que
penetram através dos estômatos. O vento é a principal forma de disseminação desse patógeno,
que só sobrevive através da produção de estruturas sexuais (teliósporos) epifiticamente sobre
os órgãos vegetais, ou desenvolvendo-se parasiticamente em tecido de hospedeiros vivos (
plantas de famílias botânicas relacionadas) (NUNES JR et al., 2003).
A ausência de cultivares resistente faz que o manejo da cultura, por meio de aplicação
de defensivos, seja uma alternativa que viabiliza o plantio. Atualmente 28 fungicidas
encontram-se registrados para o controle da doença, sendo a maioria representada pelo grupo
dos triazóis e misturas de triazóis e estrobilurinas, e mais recentemente triazóis e
benzimidazóis (CANTERI et al., 2005).
As cultivares de ciclo precoce apresentaram reduções de produtividade inferiores às de
ciclo tardio (OLIVEIRA et al., 2005), devido a fatores relacionados a fisiologia e capacidade
de conversão no período de cultivo.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o relacionamento de parâmetros de produção com
a resistência a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) de genótipos tardios, semi-tardios e
precoces de soja (Glycine max).
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. HISTÓRIA
A soja [Glycine max (L.) Merrill] foi introduzida ao Brasil via Estados Unidos, em
1882. Gustavo Dutra, então professor da Escola de Agronomia da Bahia, realizou os
primeiros estudos de avaliação de cultivares introduzida daquele país. Em 1891, testes de
adaptação de cultivares semelhantes aos conduzidos por Dutra na Bahia foram realizados no
Instituto Agronômico de Campinas, Estado de São Paulo (SP). Assim como nos Estados
Unidos, a soja no Brasil dessa época era estudada mais como cultura forrageira -
eventualmente também produzindo grãos para consumo de animais da propriedade - do que
como planta produtora de grãos para a indústria de farelos e óleos vegetais.
3
Em 1900 e 1901, o Instituto Agronômico de Campinas, SP, promoveu a primeira
distribuição de sementes de soja para produtores paulistas e, nessa mesma data, têm-se
registro do primeiro cultivo de soja no Rio Grande do Sul (RS), onde a cultura encontrou
efetivas condições para se desenvolver e expandir, dadas as semelhanças climáticas do
ecossistema de origem (sul dos Estados Unidos) dos materiais genéticos existentes no País,
com as condições climáticas predominantes no extremo sul do Brasil. (EMBRAPA, 2004).
2.2. CENÁRIO ECONÔMICO
A soja é uma das dez culturas de maior importância econômica a nível mundial por ser
uma das principais fontes de concentrados proteicos e de óleo vegetal (DIAZ et al., 1992). Os
principais estados brasileiros produtores de soja são Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul
(CONAB, 2011). O plantio encerrado no mês de dezembro/10 mostra uma área de 24,0
milhões de hectares, 2,4%, ou 566,0 mil hectares superior à área de 23,47 milhões de hectares
cultivada em 2009/10, onde a área da região Centro Oeste cresceu 161,0 mil hectares. A
Produção estimada em 70,3 milhões de toneladas é 2,3%, ou 1,6 milhão de toneladas superior
ao volume de 68,69 milhões de toneladas, produzido em 2009/10. A Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) reduziu a estimativa da produção de soja no Brasil para 69,23
milhões de toneladas no quinto levantamento da safra 2011/2012. (CONAB, 2012).
A soja é em uma espécie estratégica para a viabilização do aumento da produtividade e
da produção agrícola no Centro-Oeste brasileiro. Nos últimos 30 anos, a produtividade média
da soja no Centro Oeste tem aumentado significativamente, de 1.200 Kg/ha para 3.200 kg/ha.
Estudos recentes feitos na Embrapa Cerrados indicam que a região do Centro-Oeste contém
ecossistemas de Cerrado, Mata Atlântica e Campos de Altitude, possuem os maiores índices
de produtividade anual de grãos no Brasil. A região possui regime de chuvas bem distribuído
de outubro a abril, relevo plano e solos com boa estrutura física, embora originalmente fossem
quimicamente pobres. (EMBRAPA, 2011).
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja sendo responsável por
aproximadamente 20% da produção mundial, e tem potencial para aumentar a sua área
plantada e produção, dado a existência de áreas ainda não cultivadas, o aprimoramento de
técnicas de cultivo e a crescente demanda mundial por produtos de soja (FRANÇA NETO
2004).
O desenvolvimento de variedades e híbridos indicados às diferentes regiões do Brasil
tem sido um dos principais fatores responsáveis pelo sucesso da cultura. As conquistas nas
4
áreas de pesquisa contribuíram diretamente para a rápida expansão da área cultivada e da
produção (NUNES JR et al., 2003). Segundo FEHR & CAVINESS (1977) a soja divide em
dois estádios de desenvolvimento sendo os estádios vegetativos e estádios reprodutivos. Os
estádios vegetativos são designados pela letra V e os reprodutivos pela letra R. Com exceção
dos estádios VE (emergência) e VC (cotilédone), as letras V e R são seguidas de índices
numéricos que identificam estádios específicos, nessas duas fases do desenvolvimento da
planta.
Segundo FEHR & CAVINESS (1977) o estádio vegetativo denominado VE representa
a emergência dos cotilédones, isto é, uma plântula recém emergida é considerada em VE, o
estádio vegetativo denominado VC representa o estádio em que os cotilédones se encontram
completamente abertos e expandidos. Uma plântula está em V1 quando as folhas
unifolioladas (opostas, no primeiro nó foliar) estiverem completamente desenvolvidas, isto é,
quando os bordos dos folíolos da primeira folha trifoliolada não mais se tocarem. De modo
semelhante, uma planta atinge o estádio V2 quando a primeira folha trifoliolada estiver
completamente desenvolvida e assim sucessivamente, para V3, V4, V5, V6, até Vn. Os
estádios reprodutivos são denominados pela letra R seguida dos números um até oito e
descrevem detalhadamente o período florescimento-maturação. Os estádios reprodutivos
abrangem quatro distintas fases do desenvolvimento reprodutivo da planta, ou seja,
florescimento (R1 e R2), desenvolvimento da vagem (R3 e R4), desenvolvimento do grão (R5
e R6) e maturação da planta (R7 e R8).
2.3.DOENÇA
Entre os principais fatores que limitam o rendimento, a lucratividade e o sucesso da
produção de soja destacam-se as doenças (JULIATTI et al., 2003). Aproximadamente 40
doenças que acometem a cultura da soja causada por fungos, bactérias, nematóides e vírus já
foram identificadas no Brasil, sendo que este valor pode aumentar com a expansão de novas
áreas e com a monocultura. As perdas anuais de produção por doenças são estimadas em
cerca de 15% a 20%, entretanto, algumas doenças podem ocasionar perdas de quase 100%
constituindo deste modo uma ameaça à produtividade e competitividade nacional
(EMBRAPA, 2008).
A soja é infectada por duas espécies de fungo do gênero Phakopsora que causa a
doença conhecida como ferrugem: a P. meibomiae, nativa no Continente Americano, e a
temida P. pachyrhizi Sydow & Syd, presente na maioria dos países asiáticos e na Austrália e
ausente nas Américas até a safra 1999/00. A ferrugem .americana. (P. meibomiae) raramente
5
causa danos elevados, ocorre em condições de temperaturas amenas (média abaixo de 25 oC)
e umidade relativa elevada, estando localizada nas regiões dos Cerrados, com altitudes
superiores a 800 m, e na Região Sul. A ferrugem .asiática. (P. pachyrhizi), extremamente
agressiva, está adaptada a temperaturas mais elevadas (até 30 ºC) e pode causar elevadas
perdas de soja em todas as regiões onde ocorram períodos de molhamento de folha, por chuva
ou orvalho, por mais de 10 horas. (EMBRAPA, 2003).
A ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, onde foi
relatada pela primeira vez no Japão, se espalhou rapidamente por todo o mundo e tem causado
enormes danos econômicos. Perdas de produtividade maiores que 75% já foram observadas
quando nenhuma medida de controle da doença foi aplicada (YORINORI et al. 2005), e assim
considerada a principal doença da soja, sendo relatada pela primeira vez na América do Sul
em 2001, detectada primeiramente no Paraguai e, logo em seguida, no Brasil (YORINORI et
al., 2004). A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi . Sydow & Sydow), (FAS) até
a safra 2004/05, já havia sido relatada na Austrália, Rússia, Coréia, Japão, China, Taiwan,
Filipinas, Nepal, Índia, Nigéria, Moçambique, Ruanda, Uganda, África do Sul, Zâmbia,
Zimbábue, Paraguai, Brasil e Argentina. (AZEVEDO et al., 2007)
No Brasil, na safra 2001/02, a ferrugem asiática ocasionou perdas de grãos estimadas
em 569 mil toneladas, equivalente a US$125,5 milhões. Na safra seguinte (2002/03), os
prejuízos atingiram mais de US$1,3 bilhões refletindo em um volume de perda de grãos,
estimado em 758 milhões de dólares, e o gasto com o controle químico, avaliado em 592
milhões de dólares (YORINORI & LAZZAROTTO, 2004). Na safra 2003/2004, a perda em
volume de grãos foi estimada em cerca de 4,6 mil toneladas e a doença foi constatadas em
diversos estados brasileiros como; Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Mato Grosso,
Goiás e Bahia . Os prejuízos neste período foram avaliados em aproximadamente US$ 2,286
bilhões, refletindo um volume de perda de grãos de US$ 1,225 bilhões, um gasto com
controle químico de US$860 milhões e uma redução na arrecadação de impostos para o
governo de US$201 milhões (YORINORI & LAZZAROTTO, 2004).
Desde sua primeira ocorrência de maneira significativa no Brasil, em 2001, até a safra
2006/2007, perdas superiores a US$ 10 bilhões têm sido atribuídas à incidência da doença
(EMBRAPA, 2008). Dentre as últimas safras, a de 2006/2007 foi a de maior ocorrência da
ferrugem, sendo que no mês de dezembro foram registrados 127 focos, enquanto que na safra
2009/2010 nesse mesmo mês já foram registrados 370. Isso mostra que o número de focos
desta safra está mais de duas vezes superior à safra 2006/07. No Brasil até o dia 23 de janeiro
6
de 2010, foram relatados 1123 focos de ferrugem, sendo que no Rio Grande do Sul o número
de focos chega a 79 (EMBRAPA, 2012).
Os primeiros sintomas da ferrugem são caracterizados por minúsculos pontos (no
máximo 1 mm de diâmetro) mais escuros do que o tecido sadio da folha, com coloração
esverdeada a cinza esverdeada. Progressivamente, a protuberância adquire coloração
castanho-clara a castanho-escura, abrem-se em um minúsculo poro, expelindo daí os
uredosporos. Os urediniósporos formados no interior das urédias, inicialmente de coloração
hialina (cristalina), mais tarde tornam-se bege, são expelidos e acumulam-se ao redor dos
poros ou são carregados pelo vento. (ANAHOSUR & WALLER, 1990).
Urediniósporos germinam nas temperaturas entre 10-28oC, a temperatura ótima é
20ºC e 10-18 horas são necessário para a infecção máxima. Os urediniósporos germinam por
volta de duas horas no escuro e penetram na cutícula em um período de sete horas. A
formação uredinial e a esporulação ocorrem por um período de nove dias e quatro semanas
após a infecção. A urédia em variedades resistentes forma–se tarde e torna senescente cedo. A
doença aparece ser mais importante em áreas úmidas. A reação varietal entre variedades de
soja é apreciada para identificação de cultivares resistentes, algumas cultivares resistentes tem
sido obtidas por indução da mutação (ANAHOSUR & WALLER, 1990).
A queda prematura das folhas impede a plena formação dos grãos. Plantas
severamente infestada com a ferrugem asiática da soja apresentam desfolha precoce, o que
compromete a formação, o enchimento de vagens e o peso final dos grãos. Quanto mais cedo
ocorrer a desfolha, menor será o tamanho do grão e, consequentemente, maior a perda de
rendimento e de qualidade (YANG et al., 1991).
Os sintomas podem aparecer em qualquer estádio de desenvolvimento e em diferentes
partes da planta, como cotilédones, folhas e hastes, sendo os sintomas foliares os mais
característicos. Sempre que o processo de infecção inicia-se a partir do estádio R1/R2 da soja,
é observado aumento significativo do dano, embora a ocorrência da doença em estádios
fenológicos mais avançados, também possa acarretar dano muito elevado. (AZEVEDO et al.,
2007)
São reconhecidos dois tipos de sintomas da ferrugem: tipo Tan e RB, que se
caracterizam por lesões com grande produção de esporos no primeiro, onde as pústulas são
amareladas, ocorrendo em material suscetível, e, no segundo, as lesões apresentam-se com
ausência ou pequena produção de urediniósporos de coloração marrom-avermelhada,
delimitada pelas nervuras, ocorrendo em materiais resistentes (ALMEIDA et al., 2005). O
número de lesões e urédias numa folha (parte abaxial) podem atingir até 26 e 46 por cm2 em
7
condições controladas, respectivamente (GARCÉS et al.,2010). Em casos severos, quando a
doença atinge a soja na fase de formação das vagens ou início da granação, pode causar o
aborto e a queda das vagens (EMBRAPA, 2003). As doenças foliares da soja antecipam a
senescência das plantas, determinam a formação de grãos pequenos e resultam em
produtividade significativamente menor (ALMEIDA et al, 1997).
Numa cultura suscetível, o aumento da severidade da doença durante a estação de
cultivo é determinado frequentemente pelos fatores ambientais, principalmente temperatura e
molhamento. Eles estão intrínsecos em muitos fatores que afetam o patossistema epidêmico,
dentre os quais estão: ambiente temperatura, duração de molhamento foliar e radiação,
hospedeiro idade da planta e da folha e patógeno (idade dos urediniósporos) (ALVES et al.,
2006). A intensidade da ferrugem asiática da soja é diretamente influenciada pela frequência
de chuvas ao longo do ciclo da cultura (GALLOTI et al., 2006; GODOY et al., 2009).
O primeiro registro oficial de ferrugem asiática na safra 2011/12 foi feito no dia 24 de
novembro em uma lavoura comercial no município de Cristalina, GO. Desde então mais doze
focos foram registrados, sendo em sua maioria no sudoeste do Paraná (nove focos), seguido
por Goiás (três focos) e Distrito Federal (um foco). Ainda não há relatos oficiais de ferrugem
em outros estados. As chuvas na safra 2011/12 permitiram que as primeiras semeaduras
iniciassem a partir do final de setembro em algumas regiões, não ocorrendo atrasos como na
safra anterior. As primeiras lavouras semeadas entraram no período reprodutivo, onde
historicamente têm sido observadas as primeiras ocorrências da ferrugem, devido ao micro
clima proporcionado pelo fechamento das ruas que reduz a incidência de luz nas folhas de
baixo das plantas e favorece a manutenção da umidade por períodos prolongados. O baixo
volume de precipitação no início da safra neste ano pode ser uma das explicações para o baixo
números de focos relatados até o momento. (EMBRAPA, 2012).
2.4. PATÓGENO
O fungo P. pachyrhizi tem a capacidade de infectar uma planta de soja em
temperaturas de 15 a 28º C, com 6 a 12 horas de molhamento na superfície das folhas
(MELCHING et al., 1989). Segundo ALEXOPOULOS et al. (1996), de forma geral, as
ferrugens podem produzir cinco estágios diferentes em seu ciclo de vida, sendo eles: estágio 0
espermogônios produtores de espermácias e hifas receptivas, estágio 1: aécia produzindo
aéciosporos, estágio 2: urédia produzindo urediniósporos, estágio 3: télia produzindo
teliósporos e estágio 4: basídias produzindo basidiósporos. Dois tipos de esporos pertencente
8
aos ciclos das ferrugens são conhecidos em P. pachyrhizi: urediniósporos (II) e telióporos
(III). Os urediniósporos (15-24 x 18-34 µm) são os mais comuns e se constituem na fase
endêmica da doença (ALMEIDA et al., 2005).
HARTMAN et al. (1999) relatam que, ao contrário de outras ferrugens, P. pachyrhizi
pode naturalmente infectar uma vasta gama de espécies vegetais, incluindo 41 espécies em 17
gêneros da família Fabaceae, por ser um organismo biotrófico. Além disso, 60 espécies de
plantas pertencentes a 26 gêneros foram infectados experimentalmente sob condições
controladas (RYTTER et al., 1984). O estádio final da epidemia da ferrugem da soja numa
lavoura caracteriza-se por amarelecimento geral da folhagem com intensa desfolha, chegando
até a queda completa das folhas (REIS et al., 2006).
2.5. CONTROLE
O controle da doença tem exigido uma combinação de práticas de maneira evitar
perdas. Uma das indicações de controle cultural é rotação de culturas, principalmente com
gramíneas essa prática facilita o controle da ferrugem (YORINORI, 2004). A utilização de
cultivares de ciclo precoce diminui o tempo de exposição da planta ao patógeno, da mesma
forma a realização da semeadura em épocas adequadas, evitando-se semeaduras tardias (REIS
et al., 2006), o arranjo populacional das plantas também pode contribuir para atenuar a
doença. FERREIRA (2009) observaram que maior espaçamento entre linhas de cultivo resulta
em menor severidade da ferrugem e também permite melhor distribuição do fungicida durante
a aplicação, facilitando o manejo da doença.
Diante da dificuldade em encontrar materiais que apresente resistentes a ferrugem, o
controle químico, por meio de fungicidas, tem sido o mais eficaz, em função da rápida
evolução e disseminação da doença (AZEVEDO, 2005). Segundo o Ministério da Agricultura
Pecuária Abastecimento (2012) os fungicidas registrados para o controle da ferrugem asiática
da soja no país, até o presente momento para pulverização aérea da cultura, isolados e/ou em
mistura são os seguintes: epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina), ciproconazol
(triazol) + tiametoxam (neonicotinóide), tebuconazol (triazol), ciproconazol (triazol) ,
ciproconazol (triazol) + Picoxistrobina (estrobilurina) , cresoxim-metílico (estrobilurina) +
tebuconazol (triazol) , fluquinconazol (triazol) , carbendazim (benzimidazol) + flutriafol
(triazol) , epoxiconazol (triazol) , propiconazol (triazol) , flutriafol (triazol) ,
ciproconazol (triazol) + propiconazol (triazol) , metconazol (triazol) , flutriafol (triazol) +
tiofanato-metílico (benzimidazol (precursor de)) , ciproconazol (triazol) + difenoconazol
9
(triazol) , tetraconazol (triazol) , epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) ,
ciproconazol (triazol) + trifloxistrobina (estrobilurina) , cloreto de benzalcônio (amônio
quaternário) Protioconazol (Triazolinthione) + trifloxistrobina (estrobilurina) ,
epoxiconazol (triazol) + cresoxim-metílico (estrobilurina), flutriafol (triazol) + tiofanato-
metílico (benzimidazol (precursor de)), propiconazol (triazol), epoxiconazol (triazol) +
cresoxim-metílico (estrobilurina) , carbendazim (benzimidazol) + cresoxim-metílico
(estrobilurina) + tebuconazol (triazol) , tebuconazol (triazol) + trifloxistrobina
(estrobilurina) , epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) , metconazol
(triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) , Picoxistrobina (estrobilurina) , fluquinconazol
(triazol) , epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) , azoxistrobina
(estrobilurina) , azoxistrobina (estrobilurina) + ciproconazol (triazol) , Protioconazol
(Triazolinthione) , epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) , carbendazim
(benzimidazol) + tebuconazol (triazol) , fenarimol (pirimidinilcarbinol) , difenoconazol
(triazol) , epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) , ciproconazol (triazol) +
trifloxistrobina (estrobilurina) , propiconazol (triazol) + trifloxistrobina (estrobilurina) ,
miclobutanil (triazol) , carbendazim (benzimidazol) + tebuconazol (triazol) , epoxiconazol
(triazol) + tiofanato-metílico (benzimidazol (precursor de)) , carbendazim (benzimidazol) +
tebuconazol (triazol) , totalizando 39 formulações comerciais. Para o tratamento de sementes
encontra-se registrado o princípio ativo fluquinconazol, em apenas uma formulação
comercial.
Os fungicidas registrados para controle da ferrugem, obtém ação protetora (de 0% a
1% de incidência, ou seja, de zero a uma planta com pelo menos uma lesão de ferrugem em
100 plantas vistoriadas) e outros ação curativa (até 5% de incidência, ou seja, até cinco
plantas com pelo menos uma lesão de ferrugem em 100 plantas vistoriadas). Deve-se
considerar que a doença se inicia pelas folhas inferiores da planta, devendo o monitoramento
ser realizado a partir do terço inferior das plantas. O número e a necessidade das re-aplicações
vão ser determinados pelo estádio inicial em que for identificada a doença na lavoura e pelo
residual dos produtos (EMBRAPA, 2004). Os custos no controle da ferrugem asiática (P.
pachyrhizi) na safra de 2010/11 foi de US$ 2,10 bilhões, sendo necessário fazer o controle
químico duas virgula cinco vezes, com um custo de uma aplicação US$ 35/ha. (EMBRAPA,
2012).
A aplicação do fungicida deve ser feita após os sintomas iniciais da doença na lavoura
na região preventivamente. A decisão sobre o momento de aplicação (sintomas iniciais ou
preventiva) deve ser técnica, considerando fatores necessários para o aparecimento da
10
ferrugem (presença do fungo na região, idade das plantas e condição climática favorável), a
logística de aplicação (disponibilidade de equipamentos e tamanho da propriedade), a
presença de outras doenças e o custo do controle. O atraso na aplicação, após constatados os
sintomas iniciais, pode acarretar em redução de produtividade, caso as condições climáticas
favoreçam o progresso da doença. O número e a necessidade de re-aplicações vão ser
determinados pelo estádio em que for identificada a doença na lavoura e pelo período residual
dos produtos (EMBRAPA, 2012).
Para reduzir o risco de danos, sugere-se o uso de cultivares de ciclo precoce e
semeaduras no início da época recomendada, para evitar a maior carga de esporos do fungo
que irá iniciar a multiplicação nas primeiras semeaduras. Ferrugens são classificadas como
fungos biotróficos, ou seja, necessitam do hospedeiro vivo para sobreviver e se multiplicar. A
sobrevivência do fungo, na entre safra, tem ocorrido em cultivos sob alta umidade no inverno
na região dos Cerrados (Mato Grosso e Tocantins) e na Região Nordeste (Maranhão), mas
pode também ocorrer em hospedeiros do patógeno (EMBRAPA, 2004).
Contudo, outras estratégias de controle, como a utilização de cultivares com
resistência parcial ao fungo, são necessárias para o manejo eficiente da cultura (AZEVEDO,
2005). A resistência tem como característica a redução da taxa da epidemia, por meio da
diminuição do número e tamanho das lesões, da diminuição da produção de esporos e do
aumento do período latente. Isso faz que a população do patógeno seja reduzida, diminui a
quantidade de inóculo e, consequentemente, a intensidade da doença (WANG & HARTMAN,
1992).
A alta severidade da ferrugem no cerrado observada na safra de 2003/2004 e o fato das
cultivares resistentes em 2001/2002 serem suscetíveis aos isolados de P. pachyrhizi do
cerrado é uma forte evidência da plasticidade genética do fungo (14,24). Devido à
variabilidade do patógeno, principalmente no cerrado brasileiro, estudos para identificação de
cultivares resistente devem ser estimulados, principalmente para cultivares comerciais que
apresentem resistência parcial. Este tipo de resistência é muito mais estável e durável para
patógenos que apresentam alta variabilidade como é o caso de P. pachyrhizi.
Até o momento, não existem cultivares com resistência ampla a P. pachyrhizi; assim,
aplicações preventivas de fungicidas tem sido a estratégia de controle empregada pelos
sojicultores. Com isso, programas brasileiros de melhoramento de soja buscam obter
genótipos com maior resistência ou tolerância à ferrugem. Diferentes cruzamentos têm sido
realizados, por meio de combinações entre cultivares comerciais e genótipos introduzidos, ou
mesmo entre cultivares comercial com diferentes formas de resistência (qualitativa ou
11
quantitativa) (ARIAIS et al., 2010). Recomenda-se que nos programas de melhoramento
genético, para a resistência genética à ferrugem asiática, devem-se utilizar genótipos com
ciclo precoce, pois o ciclo menor e a existência de genes que conferem resistência parcial em
conjunto na manutenção da produtividade (SILVA et al., 2007)
Na análise do dano por doenças envolve sua relação com a área foliar da planta, e
desta com o rendimento de grãos. GARCÉS (2010) comprovou que a ferrugem asiática é a
importante causa de desfolha na cultura da soja, quanto maior a quantidade de ferrugem,
maior o número de urédias por unidade de área, portanto, maior interferência no metabolismo
da folha e maior a perda de água, com reflexo na durabilidade dos grãos. BROMFIELD
(1984) menciona que a ferrugem asiática da soja pode prejudicar no enchimento de vagens
por planta, número normal de vagens por planta, número de sementes por planta, peso de
sementes por planta e de 1,000 sementes.
Para calcular as perdas causadas pelo patógeno (P. pachyrhizi), modelos tradicionais
de quantificação de danos são obtidos, variando-se a quantidade de doença em diferentes
parcelas e correlacionando a severidade com a produção. O dano pode, assim, ser obtido por
regressão linear simples, onde a intensidade de doença é a variável independente e a redução
de produtividade a variável dependente. A equação que correlaciona doença e dano é
denominada função de dano (ZADOKS, 1985).
Segundo BERGAMIN FILHO & LORES (1995), a quantificação de doenças pela
incidência é simples, preciso e de fácil obtenção; nas fases iniciais é um parâmetro
satisfatório, não servindo como referência quando a intensidade tornar-se muito alta (> 80%),
uma vez que pode diminuir a clareza quanto a sua relação com o grau de área atingida pelo
organismo fitopatogênico. Na quantificação de produção, a variável mais relevante do
crescimento do hospedeiro é a área foliar total por unidade de área de terreno, essa variável é
conhecida como índice de área foliar (IAF) (BERGAMIN FILHO & AMORIM, 1996).
A perda de área foliar causadas pelas doenças afeta a interceptação de luz, a
capacidade fotossintética, o acúmulo de fotossintatos e o período do enchimento de grãos
(BOARD et al., 1994). Segundo AGRIOS (2005) menciona que a ferrugem apresenta lesões e
urédias nos dois lados da folha e reduz significativamente a habilidade de realizar a
fotossínteses, produzindo assim grandes danos na cultura da soja.
Segundo BERGAMIN FILHO & AMORIM (1996), para a maioria das doenças
foliares, a relação entre incidência e severidade é menos evidente. Essas características só têm
sido estabelecidas para baixa severidade, que explica porque, no início de uma epidemia, a
doença cresce principalmente no espaço, através do aumento da incidência. Quando a
12
incidência atingir 100%, não haverá mais crescimento espacial e, a partir daí, a evolução da
doença em função do tempo dará pelo aumento da severidade. Várias técnicas podem ser
usadas nas avaliações de intensidade de doenças (MORAES, 1999), podendo ser: a) medição
direta dos sintomas: contagem do número de lesões, diâmetro ecálculo da área infectada por
folíolo; b) medição visual dos sintomas: fotocélula humana (ólho), no qual para este tipo de
medição considera-se a Lei de Weber-Fechner, da qual a acuidade visual é proporcional ao
logaritmo da intensidade de estímulo, descrevendo 12 graus de intensidade com valores
percentuais (0 a 100%).
Usando estes princípios, as medições visuais da intensidade das doenças podem ser
feitas através de chaves descritivas, chaves de intensidade, diagrama padrões (JAMES, 1971)
ou escalas diagramáticas.
13
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Experimento no campo:
O experimento foi conduzido na Fazenda Palmital (rodovia Geraldo Silva Nascimento,
km 2,5, latitude: 17°29’31.35’’, longitude: 48°12’56.93’’, altitude: 764), situada na área
experimental, localizado na cidade de Urutaí, GO.
A semeadura foi realizada em 01/12/2011, sendo que foram avaliados 58 genótipos de
soja representados por 28 precoces (Tabela 1) e 30 tardios (Tabela2), onde foram cultivados
num delineamento experimental em blocos casualizados oriundas do Programa Soja da UFU.
Foram utilizadas três parcelas por genótipo, três blocos, totalizando 174 unidades
experimentais. Cada parcela apresentou as dimensões de 2x5 m, numa área total por parcela
de 10 m2. O espaçamento entre linhas foi de 0,5 m, reduzindo 0,5 m do início das linhas para
cima e para baixo, e excluindo as duas linhas, uma da direita e a outra da esquerda. As
parcelas apresentam quatro linhas de cultivo espaçadas por 0,50 m.
O número total de plantas por linha que foi avaliada foi de 72 plantas, totalizando 144
plantas. Foi avaliada somente as duas fileiras centrais da parcela. O plantio foi convencional
com, 1gradagem e 1nivelamento, utilizando com adubação de base o formulado de N-P-K,
(02-20-18), com 500 Kg/ha na base, sendo este plantio realizado em 01 de Dezembro de
2011, considerado tardio. As sementes de soja não foram tratadas, e não foi utilizado nenhum
tipo de produto no momento do plantio, sendo aplicado somente o adubo (02-20-18) e as
sementes.
3.2 Condução do experimento:
Após 33 dias do plantio (03/01/2012), foi realizado a aplicação de herbicida seletivo,
para controle de plantas daninhas, onde foram utilizados os herbicidas Flex® (fomesafen) na
dosagem de 1 L/ha, e o Fusilade® (lactofen), 0,750L/ha, sendo estas aplicações realizadas, no
período da manhã onde possui as condições favoráveis a aplicação, para uma melhor
eficiência e evitar perdas por deriva (vento), e evaporação.
No dia 12/01/2012, 41 dap, foi realizado a aplicação de inseticida para o combate
principalmente de percevejo-barriga-verde (Nezara viridula), percevejo-marrom (Echistus
heros), lagarta-mede-palmo (Pseudoplusia includens), lagarta-da-soja (Anticarsia
gemmatalis) e vaquinha (Diabrotica speciosa), onde foi utilizado inseticida seletivo a soja
como o Engeo Pleno® 0,462 L/ha (tiametoxan + lamba-cialotrina), mais Actara
® 0,101 Kg/ha,
14
(thiamethoxam + cipermetrina) sendo aplicado com a bomba costal. Outras aplicações de
inseticidas foram realizadas com o mesmo objetivo, mas com produtos diferentes como
Connect® (beta-ciflutina+imidaclopride), 1L/ha no dia 31/01/2012, Connect
® (beta-
ciflutina+imidaclopride), 1L/ha no dia 10/02/2012 com o uso da bomba costal e por último
Áquila® (acefato) 1kg/ha + Atabron
® (clorfluazuron) 0,750L/ha no dia 17/02/2012, sendo esta
realizada com o pulverizador tratorizado, com capacidade de 2000 litros.
A produção de grão foi obtida através da colheita de todas as parcelas do experimento
no campo, sendo feito o arranque das plantas na área útil da parcela. Após o arranquio, as
plantas foram amarradas e etiquetadas, e levadas para um galpão, para serem secadas. As
parcelas foram levadas a trilhadeira que é acoplado ao trator, onde foram trilhadas e colocadas
em um saco de papel demarcado e assim feita a pesagem de toda a amostra, pesagem de 100
grãos e retirada a umidade, através do medidor de umidade de grãos G650 da GEHAKA
AGRI. As amostras foram levadas para o laboratório de fitotecnia e retiradas à umidade, que
foi de 21 %, e logo após fazer o cálculo de rendimento de Kg/ha com 13 % de umidade e as
pesagens de cada amostra foram ajustadas para uma área de 1,0 ha.
3.3 Análise estatística:
Após 27 dias da data de plantio (dap), foi realizada a primeira avaliação no campo, e
assim sucessivamente com intervalos de sete em sete dias. As variáveis dependentes coletadas
foram cor da flor, cor da pubescência, data da floração por parcela, data da maturação, alturas
das plantas no florescimento, altura das plantas na maturação, altura da inserção, severidade
da doença utilizando escala diagramática (Fig. 1) e avaliou-se na colheita o número de nós.
planta-1
, número de vagens.planta-1
, número de grãos.planta-1
e peso 100 sementes.
As avaliações de severidade da doença (P. pachyrhizi) e adequação dos estádios
fenológicos, foram feitas a partir de notas visuais da porcentagem da área foliar que
apresentava os sintomas visuais da doença, em relação à área foliar das plantas sadias, sem a
presença de pústulas ou áreas lesionadas sem a presença de alguma estrutura do fungo.
Para a avaliação de severidade da ferrugem-asiática da soja, foi utilizada a escala
diagramática proposta por GODOY, 2005 (Figura 1), e a avaliação desfolha proposta por
Silva. et al., 2007 (Figura 2) obedecendo o ciclo das precoces (110-115 dias) e semi-precoce (
125 dias), onde as porcentagens de perdas de produção e severidade serão calculadas
baseando-se nos melhores resultados dos melhores genótipos.
15
A partir dos dados de severidade calculou-se a área abaixo da curva de progresso da
doença (AACPD) (CAMPBELL & MADDEN, 1990). Os valores de AACPD foram
submetidos à análise de variância usando o procedimento PROC GLM do software SAS
versão 9 (SAS Institute Inc., Cary, USA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 %
de probabilidade (NASHIMOTO &WRIGHT, 2005).
As análises estatísticas foram feitas usando o procedimento “PROC GLM” do módulo de
estatística do SAS. Realizou-se teste de hipótese para a análise de correlação sendo utilizado
como parâmetro o coeficiente de Pearson (dados distribuição normal).
Figura 1. Escala diagramática utilizada para avaliação da severidade da ferrugem asiática
(Phakopsora pachyrhizi), nos genótipos analisados (proposta por Godoy, 2006).
16
Tabela 1. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos
espacialmente nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*.
Genótipos precoces, Urutaí, GO, 2011/12
28/301 22/307 22/215 20/214 07/107 12/112
08/321 07/322 16/216 23/213 26/126 02/102
05/324 21/308 18/217 17/212 09/109 03/103
02/327 26/303 05/218 19/211 13/113 23/123
14/315 06/323 10/219 21/210 10/110 17/117
25/304 18/311 14/220 02/209 24/124 21/121
13/316 09/320 28/221 06/208 06/106 15/115
20/309 27/302 12/222 25/207 27/127 04/104
16/313 10/319 08/223 03/206 05/105 22/122
17/312 03/326 13/224 27/205 18/118 01/101
19/310 04/325 11/225 26/204 14/114 25/125
01/328 24/305 24/226 15/203 19/119 16/116
12/317 15/314 09/227 07/202 28/128 11/111
23/306 11/318 04/228 01/201 08/108 20/120
Bloco 01 Bloco 02 Bloco 03
*Exemplo 23/306, 23 representa o código do genótipo e 306 representa o número da parcela.
17
Tabela 2. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos
espacialmente nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*.
Genótipos tardios, Urutaí, GO, 2011/12
28/703 19/712 02/616 23/615 12/512 06/506
21/710 27/704 26/617 18/614 28/528 17/517
04/727 17/714 07/618 03/613 27/527 10/510
10/721 07/724 30/619 21/612 05/505 08/508
24/707 09/722 14/620 11/611 26/526 01/501
15/716 29/702 29/621 08/610 04/504 22/522
03/728 18/713 10/622 13/609 13/513 09/509
13/718 30/701 15/623 24/608 30/530 11/511
20/711 14/717 01/624 27/607 20/520 24/524
08/723 05/726 17/625 09/606 29/529 15/515
23/708 16/715 22/626 05/605 23/523 07/507
22/709 12/719 06/627 25/604 21/521 16/516
01/730 26/705 28/628 20/603 03/503 19/519
06/725 25/706 16/629 19/602 25/525 14/514
02/729 11/720 04/630 12/601 18/518 02/502
Bloco 01 Bloco 02 Bloco 03
*Exemplo 02/730, 02 representa o código do genótipo e 730 representa o número da parcela.
18
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Roxa Branca Roxa/Branca
Fre
qu
en
cia
ob
serv
ad
a (co
m rep
eti
çõ
es)
Figura 2. Frequência observada da cor da flor de genótipos de soja precoces (A) e tardios (B);
cor da pubescência de genótipos precoces (C) e tardios (D); data da floração de genótipos
precoces (E) e tardios (F).
B
C D
E F
A
19
Procurando apontar marcadores fenotípicos com parâmetros sanitários e de produção
caracterizou-se o germoplasma quanto aos critérios de cor da flor, cor da pubescência na
floração, data de maturação, altura das plantas no florescimento e maturação e altura da
inserção (Fig. 2,3,4).
Observou-se em 43 parcelas de genótipos precoces e 38 parcelas de genótipos tardios
apresentaram cor da flor do tipo roxa, sendo esta diferença em destaque para as cultivares
precoces (Fig. 2AB). A mistura de floração roxa e branca foi menos frequente nas parcelas de
genótipos precoces e tardios analisadas aos 43 a 67 dap. Ao analisar a Tabela 3 os seis
genótipos que apresentaram os maiores e menores valores de AACPD apresentavam cores de
flores roxa, branca e roxa/branca respectivamente. Ainda, ao analisar a Tabela 3 os seis
genótipos que apresentaram os maiores e menores valores de rendimento apresentavam cores
de flores roxas e brancas, respectivamente. Contudo dentre as cultivares precoces e tardias as
que apresentaram a cor das flores roxa e branca obtiveram maiores rendimentos, e as
cultivares roxa/branca o menor rendimento dentre todas as cultivares avaliadas. PALMER
(1979) & SEO (1993) apontaram que os alelos que controlam a coloração das flores de soja
são denominados de W1_ para flor roxa, e w1w1 para flor branca, não apontando nenhum
relacionamento com parâmetros sanitários e de produção.
A cor de pubescência marrom foi predominante em genótipos precoces (57 parcelas) e
tardios (37 parcelas) avaliados aos 55 dap (Fig. 2CD). A pubescência de coloração cinza foi
menos frequente nas parcelas analisadas (Fig. 2CD). Ao analisar a Tabela 3 os seis genótipos
que apresentaram os maiores e menores valores de AACPD apresentavam cores de
pubescência marron, cinza e marron/cinza, respectivamente. Ainda, ao analisar a Tabela 3 os
seis genótipos que apresentaram os maiores e menores valores de rendimento apresentavam
cores de pubescência marrom, cinza e marron/cinza, respectivamente. Os genótipos da cor da
pubescência de coloração marrom e cinza apresentaram os menores rendimentos, e as que
obtiveram a cor da pubescência marrom/cinza os maiores rendimentos dentre as cultivares
avaliadas. Segundo PALMER (1987), & SEO (1993) apontaram que o controle da cor da
pubescência é dado pela interação de seis alelos dos loci R, rm
e r com os alelos dos loci T, tr e
t. Aprofundaram ainda que pubescência marrom (T_) apresentam tegumentos de coloração
preta (R_), de coloração marrom com estrias pretas (rm
_) e de coloração marrom (rr). Já
genótipos de pubescência cinza (tt) podem ter tegumentos de coloração camurça e preto
imperfeito (R_ttW1_). O autor não apontou que a cor da pubescência representasse um
marcador para identificar genótipos resistentes ou mais produtivos.
20
Os genótipos precoces apresentaram em sua maioria datas de florescimentos
superiores a 50 dap (47 parcelas), quanto os genótipos tardios floresceram entre 60-65 dap (87
parcelas) (Fig. 2EF). Como esperado conceitualmente, os florescimentos das variedades
tardias apresentaram um tempo maior em comparação com os genótipos precoces. A planta de
soja necessita de um período mínimo de 42 a 58 dias até a floração para uma produção
mínima de biomassa que seja consequentemente convertida em rendimento de grãos aceitável
(EMBRAPA, 2006). Ao analisar a Tabela 3 os seis genótipos que apresentaram os maiores e
menores valores de AACPD apresentavam datas de florescimento na amplitude de 44 a 66
dap, respectivamente. Ainda, ao analisar a Tabela 3 os seis genótipos que apresentaram os
maiores e menores valores de rendimento apresentavam datas de florescimento na amplitude
de 44 a 66 dap, respectivamente. Os genótipos de soja que apresentaram o seu florescimento
precoce obtiveram os maiores valores de AACPD, e os genótipos que apresentaram em seu
florescimento, sendo o tardio que obteve os menores valores da AACPD. Diferenças de data
de floração entre genótipos numa mesma época de semeadura são devido principalmente à
resposta diferencial desses materiais ao comprimento do dia (EMBRAPA, 2003).
21
Figura 3. Frequência observada da data de maturação genótipos de soja precoces (A) e
tardios (B); altura de plantas no florescimento dos genótipos precoces (C) e tardios (D); altura
de planta na maturação de genótipos precoces (E) e tardios (F).
A B
C D
E F
H
22
A data da maturação dos genótipos precoces foi mais frequentemente observados (41
parcelas) na amplitude de 111-120 dap (Fig. 4AB). Já os genótipos tardios foram mais
frequentemente observados (84 parcelas) na amplitude de 120-130 dap (Fig. 4AB). Observou-
se três genótipos com o seu ciclo >130 dap sendo estes considerados como “super-tardios”
(Fig. 4AB). Já nos genótipos de ciclo precoce 18 parcelas apresentaram maturação > 120 dap,
podendo ser consideradas de “semi-precoces” (Fig. 4AB). A maturação da soja pode ser
acelerada pela ocorrência de altas temperaturas e retardada devido a baixas temperaturas
(EMBRAPA, 2003). Os maiores valores de AACPD foram verificados para genótipos
precoces (Tab. 3) e os maiores valores de rendimento para genótipos tardios (Tab. 3).
A maior altura das plantas no florescimento em genótipos precoces foi mais
frequentemente observada do que os genótipos tardios, sendo que as variedades precoces
obtiveram em sua maioria 30 genótipos com altura > 76 cm, mas em comparação com as
variedades tardias (D), tiveram menor altura na floração sendo que 37 genótipos apresentaram
altura entre 80-90 cm, mais 34 genótipos com altura superior a 90 cm (Fig. 4CD). A maioria
das parcelas dos genótipos tardios apresentou altura de floração superior a 76 cm (Fig. 2CD).
Assim os genótipos tardios eram de altura menor que os genótipos precoces, contudo a
AACPD foi menor para genótipos tardios e a produção foi menor para genótipos precoces.
FREITAS et al., (2010) analisando linhagens de soja, apontaram resultados semelhantes, onde
os genótipos de soja com menores AACPD apresentavam maiores rendimentos.
A altura de plantas na maturação apresentou diferenças no número de parcelas em seu
porte, sendo que os genótipos tardios (53 parcelas com alturas de 121-140 cm) tiveram maior
porte de que as parcelas dos genótipos precoces (30 parcelas com alturas de 111-120 cm) e os
genótipos que apresentaram os maiores rendimento obtiveram seu porte na faixa de 116 a 143
cm. (Fig. 4EF). Não só a correlação com elevada produtividade, como também para elevado
rendimento operacional, deseja-se que os cultivares modernos apresentem altura final de
planta entre 60 e 110 cm (CÂMARA et al., 1998). A altura de plantas na maturação também é
influenciada pela densidade de semeadura, onde maior número de plantas/ha ocasionará
maiores alturas devido à competição por luz e pela temperatura (GODOI et al., 2005) e pela
temperatura, se desenvolvendo melhor na faixa de 30º C (EMBRAPA, 2003). Os cultivares
mais produtivos apresentam altura de plantas na maturação variáveis e não correlacionadas.
23
Figura 4. Frequência observada da altura da inserção de genótipos de soja precoces (A) e
tardios (B).
A altura da inserção de genótipos de soja, para as variedades precoces se destacaram
46 parcelas com altura 16-20 cm, e dos genótipos tardias merece destaque 42 parcelas com
altura superiores a 15 cm. Os genótipos precoces e tardios possuem alturas de inserção de
amplitudes (15-20 cm) similares (Fig. 3AB). SOUSA (2011) apresentou valores médios de
altura de inserção similares aos apresentados. MARQUES (2010) afirmou que a faixa ideal
para colheita mecanizada, com o mínimo de perdas pela barra de corte, é de dez a quinze
centímetros. Não se observou relacionamento com os valores de AACPD e rendimento (Tab.
3) com a inserção de genótipos de soja precoces.
A B
24
Figura 5. Modelagem por regressão linear e dispersão dos valores de área abaixo da curva de
progresso da doença (AACPD) com valores de rendimento de todos os genótipos de soja
analisados.
E
D C
A B
25
Ao correlacionar todos os valores incluindo repetições de AACPD (eixo x) de todos os
genótipos precoces e tardios com os cinco parâmetros de rendimento (eixo Y), não se
estabeleceu uma correlação perfeita (Fig. 5). Na modelagem por regressão linear nenhum caso
demonstrou relacionamento efetivo entre estes parâmetros sanitários e de produção. No
entanto, merece destaque a modelagem do peso de 100 grãos com AACPDD que apresentou
um coeficiente de determinação de 0,486, ou seja, a variabilidade do peso de 100 grãos de
soja é explicada pela AACPD em 48,6 %.
Provavelmente um estudo mais aprofundado de identificação e ajuste de modelos
matemáticos, tal como, testes de hipótese destes não lineares possam apontar o melhor ajuste
dos valores biológicos coletados. A presença de valores discrepantes de alguns genótipos
provavelmente dificultou o ajuste ao modelo linear, ou até mesmo a variabilidade apresentada
pelo germoplasma quanto aos parâmetros analisados. Nenhum dos modelos apresentados
expressa uma correlação esperada entre as variáveis analisadas.
Foi avaliado em 41 cultivares de soja, quanto a resistência a ferrugem asiática, sendo
observado uma tendência aumento da severidade da doença nas cultivares tardias, a julgar
pela redução observada na produtividade desses materiais. É sabido que o rendimento da
cultura relaciona-se inversamente com valores superiores da doença, onde cultivares de ciclo
precoce e médio apresentaramuma menor perda e as tardias apresentaram grande perdas na
produção (EMBRAPA, 2003).
26
Genótipos
P1 613,7 ef 1783,3 ab 123,3 lm 128,0 cd 231,0 ef 7,5 ij
P3 598,5 fg 1782,7 ab 130,0 lm 105,0 gh 195,7 ef 8,2 ij
P4 669,9 de 1362,0 ab 126,7 lm 128,0 cd 252,0 ab 8,2 ij
P5 684,3 dc 1858,8 ab 130,0 lm 89,7 gh 167,7 ef 6,2 ij
P6 740,8 b 1546,3 ab 116,7 lm 110,3 gh 200,7 ef 7,2 ij
P7 613,7 ef 1772,2 ab 153,3 jk 134,3 cd 240,3 ab 6,9 ij
P8 572,3 fg 1451,1 ab 140,0 lm 116,0 gh 203,3 ef 7,0 ij
P9 542,5 fg 1620,0 ab 140,0 lm 118,3 fg 230,0 ef 6,4 ij
P10 598,5 fg 1256,7 ab 133,3 lm 120,3 fg 225,7 ef 6,2 ij
P11 613,7 ef 1487,2 ab 153,3 jk 129,3 cd 226,7 ef 7,7 ij
P12 557,1 fg 1749,0 ab 113,3 lm 121,0 fg 218,7 ef 6,2 ij
P13 669,7 de 1466,3 ab 126,7 lm 93,7 gh 186,7 ef 7,4 ij
P14 557,7 fg 1619,5 ab 110,0 m 123,7 ef 229,0 ef 6,3 ij
P15 598,5 fg 1567,7 ab 126,7 lm 110,7 gh 242,3 ab 6,6 ij
P16 710,5 bc 1432,3 ab 146,7 lm 7,4 gh 204,3 ef 8,3 ij
P17 542,5 fg 1458,3 ab 166,7 fg 125,3 ef 231,7 ef 5,6 ij
P19 669,8 de 1369,8 ab 123,3 lm 95,0 gh 166,0 ef 8,3 ij
P20 628,9 ef 1651,6 ab 153,3 jk 124,7 ef 228,7 ef 7,3 ij
P21 542,5 fg 1414,4 ab 163,3 gh 113,3 gh 204,3 ef 6,7 ij
P22 644,0 ef 1664,8 ab 133,3 lm 109,3 gh 209,0 ef 6,0 ij
P23 669,1 de 1372,2 ab 133,3 lm 94,7 gh 166,7 ef 7,0 ij
P24 953,2 a 1217,2 ab 133,3 lm 85,7 h 163,3 ef 6,0 ij
P25 684,3 dc 1489,8 ab 150,0 kl 113,3 gh 214,7 ef 9,0 ij
P26 542,5 fg 1499,8 ab 150,0 kl 129,3 cd 232,0 ef 6,5 ij
P27 628,8 ef 1066,4 ab 143,3 lm 116,7 gh 213,3 ef 8,8 ij
P28 725,1 bc 1904,8 ab 130,0 lm 104,0 gh 197,3 ef 6,0 ij
T1 626,5 ef 2021,4 ab 116,7 lm 124,7 ef 234,3 de 11,0 cd
T2 512,2 fg 2032,2 ab 140,0 lm 121,3 fg 228,7 ef 11,0 cd
T3 451,5 fg 2935,7 ab 160,0 hi 103,7 gh 212,3 ef 11,0 cb
T4 512,2 fg 817,9 b 150,0 kl 115,3 gh 217,0 ef 9,2 ij
T5 598,5 fg 1207,2 ab 143,3 lm 131,3 cd 241,7 ab 11,0 de
T6 481,8 fg 1539,3 ab 203,3 a 127,0 de 244,7 ab 11,0 cb
T7 509,8 fg 1135,7 ab 166,7 fg 143,3 a 262,3 a 9,8 gh
T8 535,5 fg 2121,4 ab 140,0 lm 121,0 fg 236,7 cd 11,0 de
T9 481,8 fg 1417,9 ab 156,7 ij 120,0 fg 237,3 cd 10,0 fg
T10 481,8 fg 1264,3 ab 140,0 lm 131,3 cd 236,3 cd 10,0 fg
T11 535,5 fg 1139,3 ab 136,7 lm 128,3 cd 264,7 a 9,4 hi
T12 540,2 fg 1546,5 ab 133,3 lm 128,3 cd 231,0 ef 12,0 ab
T13 512,2 fg 1664,3 ab 143,3 lm 128,7 cd 248,0 ab 10,0 de
T14 565,8 fg 1367,8 ab 120,0 lm 123,0 ef 212,7 ef 12,0 a
T15 479,5 fg 1689,3 ab 143,3 lm 110,7 gh 236,0 de 9,7 gh
T16 451,5 fg 621,4 b 186,7 bc 129,3 cd 220,7 ef 9,2 ij
T17 479,5 fg 1007,2 b 160,0 hi 123,3 ef 233,7 ef 8,9 ij
T18 479,5 fg 1914,3 ab 143,3 lm 125,7 ef 229,0 ef 12,3 a
T19 596,2 fg 1525,0 ab 190,0 ab 121,7 fg 234,0 ef 12,0 ab
T20 512,2 fg 2007,2 ab 160,0 hi 123,3 ef 239,3 ab 11,0 cd
T21 535,5 fg 960,7 b 180,0 cd 130,3 cd 247,3 ab 8,6 ij
T22 451,5 fg 1221,4 ab 153,3 jk 133,0 cd 233,7 ef 9,2 ij
T23 451,5 fg 1557,1 ab 173,3 ef 119,7 fg 237,7 bc 9,7 gh
T24 512,2 fg 1696,4 ab 180,0 cd 133,7 cd 243,0 ab 10,0 fg
T25 512,2 fg 921,4 b 143,3 lm 121,0 fg 241,3 ab 9,2 ij
T26 509,8 fg 1225,0 ab 163,3 gh 111,0 gh 214,3 ef 9,2 ij
T27 451,5 fg 1182,1 ab 176,7 de 137,3 bc 246,0 ab 9,4 hi
T28 535,5 fg 1064,3 b 163,3 gh 136,0 cd 252,0 ab 9,7 hi
T30 409,5 fg 850,0 b 143,3 lm 138,0 ab 244,7 ab 8,6 ij
Peso 100
sementes
Número de
grãos.planta-1
Número de
vagens.planta-1
Número de
nós.planta-1
Rendimento
(Kg/ha)AACPD
Tabela 3. Médias dos valores de área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD),
rendimento, número de nós por planta, número de grãos por planta e peso de 100 sementes em
diferentes genótipos precoces (Pn) e tardios (Tn).
27
O genótipo P24 apresentou a maior área abaixo da curva do progresso da ferrugem
asiática (AACPFA=953,2) diferindo estatisticamente das demais (Tab. 3), e
consequentemente, o menor número de vagens.planta-1
, este mesmo genótipo apresentou a
menor média de índice produtivo (85,7 vagens.planta-1
), e comparativamente o genótipo T6
apresentou o maior número de vagens.planta-1
, e consequentemente a menor AACPFA
(481,8). Em analogia a regressão apresentada na Figura 4, os relacionamentos esperados são
observados para alguns genótipos, são sendo uma verdade absoluta para todos os materiais
analisados.
Ao analisar a variável dependente rendimento (Kg/ha), somente as cultivares T4, T16,
T17, T21, T25, T28 e T30, apresentaram os menores rendimentos no germoplasma analisado
diferindo estatisticamente dos demais genótipos, e um fato esperado é que estas cultivares são
todas de ciclos tardios (Tab. 3). São amplamente verificados em literatura que genótipos
tardios são mais severamente afetados pelo patógeno do que genótipos precoces.
A cultivar T6 apresentou o maior número de nós.planta-1
(203,3), diferindo
estatisticamente dos demais. Já o genótipo P12 apresentou o menor valor de número de
nós.planta-1
(113.3) diferindo estatisticamente dos demais (Tab. 3).
A cultivar T7 apresentou o maior número vagens.planta-1
(143.3), e com isso foi a
cultivar que apresentou o maior número grãos.planta-1
e consequentemente o menor índice de
AACPD, enquanto a cultivar P24 apresentou (85,7 vagens.planta-1
), sendo desde então a que
apresentou menor peso de 100 sementes (Tab. 3). Nem sempre a ferrugem é o principal
componente que explica as perdas de rendimento, pois em algumas ocasiões no campo
complexos de outras doenças de final do ciclo podem apresentar uma fatia maior de
responsabilidade no decréscimo da produtividade em genótipos de soja.
O número de grãos.planta-1
, obteve diferença estatística onde a cultivar T7 (262.3) e
T11 (264,7) diferenciaram das demais pois apresentaram um número de grãos.planta-1
superior e a cultivar P24 (163.30), apresentou o menor número de grãos.planta-1
,
consequentemente a maior AACPD (Tab. 3).
No peso de cem sementes, as cultivares T14 (12.0) e T18 (12.3) diferiram
estatisticamente das demais, apresentando o maior peso de cem semente. Já a AACPD
apresentou os menores valores dentre os genótipos precoces e tardios, e a cultivar a P24 que
apresentou o menor peso de 100 sementes, apresentou a maior AACPD (Tab. 3).
28
Tabela 4. Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis sanitárias (área abaixo da
curva de progresso da doença - AACPD) e de rendimento (rendimento (kg/ha), Número de
nós.planta-1
, Número de vagens.planta-1
, Número de grãos.planta-1
e Peso 100 sementes).
Parâmetros AACPD Rendimento
(Kg/ha)
Número de
nós.planta-1
Número de
vagens.planta-1
Número de
grãos.planta-1
Peso 100
sementes
AACPD 1 0.12144ns
-0.3968** -0.4815** -0.4746** -0.3832**
Rendimento
(Kg/ha) 0.1214
ns 1 -0.0699
ns -0.1312
ns -0.0603
ns 0.0391
ns
Número de
nós.planta-1
-0.3968** -0.0699
ns 1 0.2528** 0.2685** 0.2658**
Número de
vagens.planta-1
-0.4815** -0.1312
ns 0.2528** 1 0.8206** 0.2587**
Número de
grãos.planta-1
-0.4746** -0.0603
ns 0.2685** 0.8206** 1 0.3054**
Peso 100 sementes -0.3832** 0.0391
ns 0.2658** 0.2587** 0.3054** 1
A correlação de Pearson da variável AACPD não foi significativa apenas para a
variável rendimento, sendo inversa e significativa para número de nós.planta-1
, número de
vagens.planta-1
, número de grãos.planta-1
e peso 100 sementes (Tab. 4). Ou seja a medida que
se aumenta a AACPD (maior quantidade de doença nos genótipos de soja) reduz os
parâmetros em diferentes proporções. Os valores não representam proporções elevadas e
absolutas porque estes parâmetros de rendimento não foram influenciados única e
exclusivamente pela ferrugem asiática nos genótipos analisados (Tab. 4). GODOY et al.,
(2005), relataram que plantas severamente infectadas apresentam desfolha precoce,
comprometendo a formação e o enchimento de vagens e o peso final de grãos. Em casos
severos, quando a doença atinge a soja no estádio de formação das vagens ou início da
granação, pode causar o aborto e a queda das vagens, má formação e comprometimento no
enchimento dos grãos, reduzindo a massa e provocando perdas expressivas (EMBRAPA,
2004).
E assim havendo concordância com os resultados obtidos por UTIAMADA (2003),
que estudando a determinação das perdas efetivas ao nível de lavoura de cinco áreas
comerciais nos Estados da Bahia e Minas Gerais, concluiu que os níveis de ferrugem foram
altos em todas as áreas avaliadas, promovendo desfolha antecipada e redução do número de
vagens planta, com as perdas variando de 27 a 64%.
29
Figura 6. Representação dos maiores e menoresvalores AACPD dos genótipos precoces (P)
e tardios (T).
Figura 7. Representação dos maiores e menores valores rendimento Kg/ha dos genótipos
precoces (P) e tardios (T).
A Figura 6 mostra os genótipos de soja que apresentaram a maior AACPD, dentre os
genótipos precoces e tardios, sendo que as variedades precoces (P24), (P28) apresentaram a
maior AACPD e consequentemente a menores produtividades, como mostra na Figura 7, e os
genótipos tardios (T1), (T3) que apresentaram a menor AACPD quando comparados com os
30
precoces, apresentaram as maiores produtividades. Esse resultados semelhantes com os
resultados de SILVA et al., 2007, onde analisava interação entre resistência genética parcial e
fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja, observou-se que a cultivar UFV-18 que
apresentou a maior (AACPD =969), obteve a menor produtividade entre as cultivares
estudadas (445 kg.ha-1
).
31
5. CONCLUSÕES
O relacionamento de parâmetros de sanitários com parâmetros de produção permite o
reconhecimento e identificação de genótipos ora resistentes ora tolerantes a ferrugem asiática,
e ainda estes, relacionamentos apontam níveis de ligação entre as variáveis, permitindo a
reflexão de outros fatores associados á expressão da resistência e os níveis de perda.
Os genótipos e seus decréscimos de produtividade são explicados pela incidência da
ferrugem asiática. O genótipo que apresentou a maior AACPD, P24 (953,20) obteve o menor
número de vagens.planta-1
, número de grãos.planta-1
, peso de 100 sementes, e assim
interferindo na produção.
6. ASPECTOS FORMATIVOS
Os trabalhos desenvolvidos obtiveram quatro resumos que foram submetidos para
publicação no 44º Congresso Brasileiro de Fitopatologia. Os trabalhos submetidos foram: i)
Relacionamento de produção de genótipos precoce, semi-tardio e tardio de soja com a
severidade de Phakopsora pachyrhizii ; ii) Resistência de genótipos de ciclo precoce e tardios
de soja a Peronospora manshurica; iii) Avaliação da resistência de genótipos de soja semi-
tardios, tardios e precoces a Phakopsora pachyrhizi; iv) susceptibilidade de genótipos de soja
precoces, semi-tardios e tardios a múltiplas doenças incidentes cidade de Urutaí, GO (2011-
2012).
32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRIOS, G. N. 2005. Plant Pathology (5th Ed.). Amsterdam, Elsevier Academic Press.
ALEXOPOULOS, G. J., C. W. Mims and M. Blackwell.1996. (4th Ed.). New York, Jhon
Wiley e Sons.
ALMEIDA, A. M. R., L. P. FERREIRA, J. T. YORINORI, J. F. V. SILVA, A. A.
HENNING, C. V. GODOY, L. M. COSTAMILAN, e M. C. MEYER. 2005. Doenças de soja.
Em: KIMATI, H., L. AMORIM,J. A. M. REZENDE, A. BERGAMIN FILHO e L. E. A.
CAMARGO (Eds.) Manual de Fitopatologia. Vol. 2 (4ta Ed.). Piracicaba, Livroceres 2005.
p 376-399
ALMEIDA, A.M.R., FERREIRA, L.P., YORINORI, J.T., SILVA, J.F.V. & HENNING, A.A.
Doenças da soja. In: KIMATI, H., AMORIM, L., BERGAMIM FILHO, A., CAMARGO,
L.E.A. & REZENDE, J.A.M. (Eds). Manual de Fitopatologia Vol2: Doenças de plantas
cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres. 1997. p. 642- 664.
ALVES, S. A. M., G. Q. FURTADO, e A. BERGAMIN FILHO. 2006. Influência das
condições climáticas sobre a ferrugem da soja. Em: Zambolim, L. (Org.). Ferrugem Asiática
da Soja. Visconde do Rio Branco, MG, Suprema Gráfica e Editora 2006. p. 37-59.
ANAHOSUR, K. H.; WALLER, J. M.; Phakopsora pachyrhizi. CMI Descriptions of
Pathologenic Fungi and Bactéria. No. 589. Mycopathologia 111: 91-108, 1990.
ARIAS, C.A.A.; RACHID, B.F.; MOREIRA, J.U.V.; SOARES, R.M.; OLIVEIRA, M.F.;
KASTER, M.; CARNEIRO, G.E.S.; CARRÃO-PANIZZI, M.C.; PEREIRA, M.J.Z.; MELO
FILHO, O.L.; FARIAS NETO, A.L.; ABDELNOOR, R.V.; BROGIN, R.L.; FRONZA, V.;
BERTAGNOLLI, P. Desenvolvimento de cultivares de soja resistentes à Ferrugem
Asiática. In: Reunião de pesquisa de soja da região central do Brasil, 31., 2010, Brasília. Ata.
Londrina: Embrapa Soja, 2010. p.71‑79. (Embrapa Soja. Documentos, 324).
AZEVEDO, L.A.S. de Resistência parcial de genótipos de soja a Phakopsora pachyrhizi e
sua interação com fungicidas 2005. 68f. Tese (Doutorado em Agronomia)-Faculdade de
CiênciasAgrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal 2005.
AZEVEDO, L.A.S.; JULIATTI, F.C.; BALARDIN, R.S.; SILVA, O.C. da. Programa
Syntinela: monitoramento da dispersão de Phakopsora pachyrhizi e alerta contra a ferrugem
asiática da soja. Campinas: Emopi Gráfica e Editora, 2004. 24p.(Boletim técnico).
AZEVEDO, L.A.S.; JULIATTI, F.C.; BARRETO, M.. Resistance of Soybean Genotipes of
the Cerrado Region to Rust Caused by Phakopsora pachyrhizi. Summa phytopathologica,
v.33, n.3, p.252-257, 2007.
BERGAMIN FILHO, A., e L. AMORIM. 1996. Doenças de Plantas Tropicais:
Epidemiologia e Controle Econômico. São Paulo, Ceres.
BERGAMIN FILHO, A.; LOPES, D. B. Avaliação dos danos causados por doenças de
plantas. Revisão Anual de Patologia de Plantas. São Paulo: Editora Agronômica Ceres 1995.
v.3, p. 133-184.
33
BOARD, J. E., A. T. WIER, and D. J. BOETHEL. 1994. Soybean yield reductions caused
by defoliation during mid to late seed filling. Agronômico. J. 86:1074-1079.
BROMFIELD, K. R. 1984. Soybean Rust. Monograph No. 11. St. Paul, American Phyto
pathological Society.
CÂMARA, G. M. S; PIEDADE, S. M. S; MONTEIRO, J. H; GUERZONI, R. A.
Desempenho vegetativo e reprodutivo de cultivares e linhagens de soja de ciclo precoce, no
município de Piracicaba-SP. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 55, n. 3,1998.
CAMPBELL, C.L. & MADDEN, L.V. Introduction to plant disease epidemiology. New
York NY. Wiley. 1990.
CANTERI, M.G.; SILVA, A.J;DA.; ZANDONADE, D. Efeito de fungicidas para controle
de ferrugem asiática da soja, aplicados após início dos sintomas. 2005 Disponível
em:<http://www.planetasoja.com/trabajos/trabajos800.php?id1=14165&id2=14166&publi=&
idSec=75>. Acesso em: 16 de Abril de 2012.
CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento BR). 2009. Acompanhamento da safra
brasileira 2008-2009 – Intenção de plantio, primeiro levantamento. Out. 2009. (em línea).
Disponível em http://www.conab.gov.br/conabweb/down load/safra/1graos_09.10.pdf.
Acesso em 09 de Maio 2012.
CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento BR). Acompanhamento da safra
brasileira 2010-2011. Sexto Levantamento – Março-2011. Consultado em 9 Maio 2012.
Disponível em
CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento BR). Acompanhamento da safra
brasileira 2011-2012. Quinto Levantamento – Janeiro de 2012. Consultado em 9Maio 2012.
DÍAZ, H., I. BUSTO, O. VELÁZQUES, M. FERNÁNDEZ, J. GONZÁLEZ, y J. ORTEGA.
1992. El cultivo de lasoya para granos y forrajes. Costa Rica, CIDA. (Boletín Técnico).
DISSERTAÇÃO (Mestrado em genética e melhoramento de plantas) – Faculdade de Ciências
Agrárias, Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 84p. 2010.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Custo ferrugem asiática da
soja 2012. Disponível em: <http://www.consorcioantiferrugem.net>. Acesso em: 09 de maio
de 2012.
EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE: Disponível em; [email protected]. Acesso em;
10 de Maio de 2012.
EMBRAPA SOJA: Disponível em
http://www.cnpso.embrapa.br/noticia/ver_noticia.php?cod_noticia=469. Acesso em 10 de
Maio de 2012
EMBRAPA SOJA: Ferrugem da Soja (Phakopsora pachyrhizi): Identificação e Controle.
Documentos 204, Londrina, 2003. 25p.
34
EMBRAPA SOJA; Tecnologia de Produção de Soja Região Central do Brasil 2004.
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Soja/SojaCentralBrasil2003/impor
tancia.htm. Disponível em 06 de maio de 2012.
EMBRAPA. Embrapa Soja divulga balanço sobre a ferrugem na safra 2007/08.
Disponível em http://www.cnpso.embrapa.br/noticia/ver_noticia.php?cod_noticia=469
Acesso em 05 ago. 2008.
EMBRAPA. Soja. Dezembro de 2006. Passo Fundo, RS. (Boletim de pesquisa e
desenvolvimento nº 35).
EMBRAPA.Tecnologias para a cultura da soja na região central do Brasil. 2003.
Londrina: CNPSo, 2002.
EMBRAPA; Consórcio anti-ferrugem 20 de Dezembro 2011 Disponível em
http://www.consorcioantiferrugem.net/. Acesso em 10 Maio 2012.
EMBRAPA; ADM74 - Sustentabilidade da soja no centro-oeste e o custo financeiro 2011.
Disponível em: http://www.cpac.embrapa.br/noticias/artigosmidia/publicados/359/. Acesso
em 10 de Maio 2012.
FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. Stages of soybean development.Ames: State University of
Science and Technology, 1977. 11 p. (Special report, 80).
FERREIRA, M. C. 2009. Aplicações de fungicida para o controle da ferrugem asiática da
soja e interações com diferentes arranjos espaciais da cultura. Dissertação de Mestrado
em Agronomia.Fitopatologia. Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo.
FRANÇA NETO JB, 2004. Perspectivas futuras da cultura da soja no Brasil – produção,
produtividade, expansão de área. In: F. MOSCARDI et al. (Ed.), Proceedings, III
Congresso Brasileiro de Soja, Embrapa Soybean, Londrina, pp. 1203-1209.
FREITAS, M. C. M. et al, Época de semeadura e densidade populacional de linhagens de
soja UFU de ciclo semi-tardio. Bioscience Journal.,Uberlândia, v. 26,n. 5, p. 698-708,
Sept./Oct. 20. 2010
GALLOTI, G. J. M., A. A. BALBINOT JR., e R. L. BACKES. 2006. Efeito da época de
semeadura e da aplicação de fungicidas no progresso da ferrugem asiática, oídio e doenças de
final de ciclo na cultura da soja. Ciências Agroveterinarias 4(2): 87:93.
GARCÉS, F. R., E. M. REIS, E. DEUNER, F. NICOLINI, R. B. TONIN, e A. AVOZANI.
2010b. Severidad de Phakopsora pachyrhizi em el cultivo de soyaen condiciones de
invernadero. Tropical Plant Pathology 35 (Suplemento): S169 (Resumo).
GODOI, C. R. C; NETO, A. N. S; PINHEIRO, J. B. Avaliação do desempenho de linhagens
de soja, resistentes ao complexo de percevejos, cultivadas em diferentes densidade de
semeadura. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 21, n. 1, p. 85-93, Jan./Abr. 2005.
GODOY, C.V. 2005. Asian Soybean Rust: Anti-Rust Consortium. 1 Jan.–4 Feb. 2005.
http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_03_10_09_03_02_boletim_marco-
11%5B1%5D..pdf. Acesso em 15 de Maio de 2012
35
GODOY, C. V., A. M. FLAUSINO, L. C. M. SANTOS, e E. M. DEL PONTE. 2009.
Eficiência do controle da ferrugem asiática da soja em função do momento de aplicação sob
condições de epidemia em Londrina, PR. Tropical Plant Pathology 34: 56-61.
HARTMAN, G. L.; SINCLAIR, J. B.; RUPE, J. C. Compendium of Soybean Diseases. 4. ed.
Minnesota: APS Press, 1999.
JAMES, W.C. A Manual of assessment keys of plant diseases. Canadá Department of
Agriculture Publication, N° 1458, 1971, 74p.
JULIATTI, F.C.; BORGES, E.N.; PASSOS,R.R.; CALDEIRA JÚNIOR, J.C.; JULIATTI,
F.C.; BRANDÃO,A M. Doenças da soja. Cultivar, Pelotas,n.47, 13p.,2003.
KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO,
L.E.A.; Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4ª Ed.vol. 2, pag. 504 e
604 – São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.
MAGNANI, E.B.Z.; MENDONÇA, E.A.F.; DILDA, J. Associação entre a incidência de
ferrugem da soja e a presença do fungo Phakopsora pachyrhiziem sementes de soja. Tropical
Plant Pathology. 33(Suplemento): 276 2008.
MAPA. 2012. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (em línea).
Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-
consulta/consultarLegislacao.do?Operação = visualizareid=16534. Acesso em: 20 de Maio
2012.
MARQUES, M. C. Adaptabilidade, estabilidade e diversidade genética de cultivares de
soja em três épocas de semeadura, em Uberlândia-MG. 2010.
MELCHING, J. S., W. M. DOWLER, D. L. KOOGLE, and M. H. ROYER. 1989. Effects of
duration, frequency, and temperature of leaf wetness periods on soybean rust. PlantDisease
73:117-122.
MORAES, S. A. Monitoramento das doenças foliares do amendoim e avisos climáticos para
indicar a pulverização com fungicidas. O Agronômico, v.51, p23 - 32, 1999.
NASCIMENTO.J.F, VIDA.J.B, TESSMANN.D.J Disponivel em;
www.amea.org.br/pesquisa_doc/SojaxFerrugem%20.pdf. Ferrugem Ásiatica da Soja .
Acesso em 20 de Maio 2012.
NASHIMOTO, K. & WRIGHT, F.T. Multiple comparison procedures for detecting
differences in simply ordered means. Computational Statistic sand Data Analysis48:291-
306. 2005.
NUNES JUNIOR, J. E OUTROS. Ferrugem da soja: evolução, sintomas, danos e controle.
Embrapa, Agência Rural e CTPA. Documentos 04. 19p. 2003.
PALMER, R.G.; STELLY, D.M. Reference diagrams of seed coat color and patterns for use
as genetic markers in crosses. Soy bean Genetics Newsletter, v.6, p.55-57, 1979.
36
RAMOS, J. P., L. S. DOMINGUES, D. DEBONA, D. D. FAVENA, A. MANFIO, G. LENZ,
E R. S. BALARDIN. 2009. Arranjo populacional no manejo da ferrugem asiática da soja.
Tropical Plant Pathology 34 (Suplemento): S178 (Resumo).
REIS, E. M., A. C. R. BRESOLIN, e M. CARMONA. 2006. Doenças da soja I: Ferrugem
asiática. Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo
RYTTER, J. L., W. M. Dowler, and K. R. Bromfield. 1984. Additional alternative hosts of
Phakopsora pachyrhizi, causal agent of soybean rust. Plant Disease 68:818-819.
SEO, Y.W.; SPECHT, J.E.; GRAEF, G.L.; GRAYBOSCH, R.A. Inheritance of red-buff seed
coat in soybean.Crop Science, v.33, p.754-758, 1993.
SILVA, J.V.C.; JULIATTI, F.C.; SILVA, J.R.V.; BARROS, F.C. Soybean cultivar
performance in the presence of soybean Asian rust, in relation to chemical control programs.
European Journal of Plant Patholy 131:409–418 2011.
SILVA NETO, S. P. da; VELOSO, R. F. Sustentabilidade da soja no centro oeste e o custo
financeiro. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2011. Disponível em:
<http://www.cpac.embrapa.br/noticias/artigosmidia/publicados/359/>. Acesso em: 21 nov.
2011.
SILVA, V. A. S; JULIATTI, F. C; SILVA, L. A. S. Interação entre resistência genética
parcial e fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja. Pesquisa Agropecuária
Brasileira. Brasília, v. 42, n.9, p. 1261-1268, 2007. a
SILVA,V.A.P., JULIATTI. F.C., SILVA. L.A.S Interação entre resistência genética parcial e
fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja. Pesq.agropec. bras., Brasília, v.42, n.9,
p.1261-1268, set. 2007. b
SINCLAIR, J. B.; BACKMAN, P. A. (Ed.).Infectious diseases: rust. In: SINCLAIR, J. B.;
BACKMAN, P. A. (Ed.). Compendium of soy bean diseases.3. ed. St. Paul: APS Press,
1989. p. 24-27.
SOUSA, L.B. Parâmetros genéticos e variabilidade em genótipos de soja. 2011.
Dissertação – (Mestrado em Fitotecnia). Coordenação de Pós Graduação em Agronomia,
Universidade Federal de Uberlândia, 2011.
UTIAMADA, C. M. Ferrugem da Soja. In: Novos Desafios da Soja Brasileira. Cascavel:
Coodetec/Bayer Crop Science, 2003. p. 84-102.
WANG, T.C.; HARTMAN, G.L. Epidemiology of soybean rust and breeding for host
resistance. Plant Protection Bulletin, v.34, p.109-149, 1992.
YANG, X.B.; TSCHANZ, A.T.; DOWLER, W.M.; WANG, T.C. Development of yield loss
models in relation to reductions of components of soybean infected with Phakopsora
pachyrhizi. Journal of Phytopathology, v.81, p.1420-1426, 1991.
YORINORI Jt, PAIVA WM, FREDERICK Rd, COSTAMILAN LM, BERTAGNOLI PF,
HARTMAN GL, GODOY CV, NUNES JJ, 2005. Epidemics of soybean rust (Phakopsora
pachyrhizi) in Brazil and Paraguay from 2001 to 2003. PlantDisease 89: 75-677
37
YORINORI, J. T.; et al. Epidemics of soybean rust (Phakopsora pachyrhizi) in Brazil and
Paraguay. Plant Disease, 89:675-677 2005.
YORINORI, J. T.; LAZZAROTTO, J. J. Situação da ferrugem asiática da soja no Brasil e
na América do Sul. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 30 p. (Documentos, 236).
YORINORI, J. T.; PAIVA, W. M. Ferrugem da soja: Phakopsora pachyrhizi Sydow.
Londrina: Embrapa Soja, 2002. Folder.
YORINORI, J.T., KIIHL, R.A.S., ARIAS, C.A.A., ALMEIDA, L.A., YORINORI, M.A. &
GODOY, C.V. Reações de cultivares de soja a ferrugem "asiática" (Phakopsora
pachyrhizi). Resumos, XXIV Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil. São
Pedro, SP., 2002b. p.149.
ZADOKS, J. C. On the conceptual basis of crop loss assessment: the threshold theory. Annual
Review of Phytopathology, v.23, p. 455-473,1985.