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PUBLICAÇÃO QÜINZBNAL
Anno I Krazil — Rio de Janeiro — 1883 — Outubro — 3 N. SO
REFORMADOR
1804.5 Z># OUTUBRO
1883
O atraso intellectual e moral denossa humanidade foi sempre e é mo-tivo, para que a verdade não lhe possa^|er dada inteira, com todos os seusesplendores celestiaes.
Em vez de trazér-íhes um beneficio,ella deslumbraria os homens c os fariaesmorecer, na luta sem tréguas em
que vivem, com o fim de se libertaremde suas imperfeições.
Não ha religião, não ha seita algu-ma das tantas em que os povos, desdea mais remota antigüidade até hoje,tem procurado estabelecer regras fi-xas para a sua conducta, de conformi-dade com os principios pelo Creador
gravados no coração do ente racionale livre, que não contenha uma porçãodas verdades eternas, sempre propor-cional ás suas luzes e ao seu adianta-mento moral.
A' medida que o homem caminha,á medida que se approxima do focoda oranisciencia, mais resplandece aseus olhos esse facho,que lhe vem es-clarecer os segredos dos seus altosdestinos.
Jesus, lançando entre os homens as
sementes por elle recolhidas nosjar-dins celestiaes, bem comprehendeu
que áquelles a quem então se dirigia,
. não podiam ainda por muito tempoapreciar o sabor do fructo que deli asia brotar; por isso elle lhes disse :
« Eu tinha ainda muitas cousas a
dizer-vos, mas vós não as comprehen-derieis agora. Mandar-vos-hei, umdia, o espirito de verdade, o qual vosensinará tudo e vos explicará o queora vos digo, envolto no manto da
parábola. »Revolvido o solo com as lutas for-
midaveis do pensamento, através dos
sombrios tempos da idade media, soou
para a nossa humanidade uma hora
solemne quando, supplantado o di-
reito, que alguns homens suppunhamDeus lhes haver concedido, de impora todos sua vontade como um dogmasanto, raiou o sol da liberdade, e arazão poude sem medo penetrar nos
tenebrosos esconderijos, onde a fé cegareinava, despotica e tyranuicamente.
' sobre as consciências escravisadas.
Chegados os tempos próprios,cum-prio-se a prophecia do Divino Mestre,e o espirito de verdade, as vozes dosmensageiros do Senhor se fizeram si-multaneamente ouvir por todos os re-cantos do nosso planeta.
A uniformidade dos principios en-sinados, sem que fosse possível haveruma combinação previa entre áquelles
que os recebiam e transmittiam aosoutros, claramente mostra ser umasó a fonte donde elles emanam—Deus,sem o consentimento de quem nadaacontece no universo.
Tornou-se então necessário que ap-
parecessem missionários encarnados,
que coordenassem esses principios es-
parsos, formando uma doutrina ondeo homem podesse ir achar um con-forto, aos males que-tanto o affligemna vida terrenal; onde podesse ir be-ber, não tanto o conhecimento denovas verdades, mas, principalmente,a explicação simples e racional das
que Jesus pregara, e os homens des-naturaram.com as suas interpretações,
próprias para conter pelo terror os
povos atrasados de outr'ora, mas hojerepellidas pela razão, á luz da scien-cia spiríta, como contraditórias comos sublimes attributos da Divin-dade.
Foi a missão elevada que o Senhorconcedeu a Leon Hyppolite Denizartde Rivail, Allan-Kardec, que, incen-dido no fogo santo do amor á verdadee forte com a consciência de que cum-
pria um alto dever, apresentou-se naliça, sem temer os apodos e os violen-tos ataques dos que, dominados pelotemor do desconhecido, por interessesinconfessáveis ou só pelo espirito de
quietismo, erguem-se sempre contratodos o.s que procuram tiral-osdo meioem que julgam viver felizes.
Nasceu Allan-Kardec em Lyon, naFranca, a 3 de Outubro de 1804, deuma família distincta por muitos de
seus filhos, que haviam figurado namagistratura e na advocacia.
Demasiado já conheceis sua vida,tão cheia de trabalhos e provações,mas, ao mesmo tempo, tão rica deamor, caridade e devotamento á sortede seus irmãos da Terra.
Suas obras, modelo de bom senso esaber, são hoje manuseadas com gran-cíe proveito por todos os Spiritas domundo, estando já vertidas para todasas línguas falladas pelos povos cul-tos da Europa, Ásia e America.
Lêde-às e nellas acharei» o maior
elogio que se lhe pode fazer ; é porellas que o futuro o julgará.
Com amor, veneração e respeito seunome será sempre lembrado potttqdosos que estudam, á luz da razão, adoutrina ensinada pelo Christo hadesoito séculos.
O Spiritisrno, essa doutrina santacujos principios Allan-Kardec coorde-nou, não é um inimigo do Christia-nismo, como muitos suppõem ; ao con-trario, sua missão é libertá^éste dasfalsas interpretações que o desfigura-ram, é fazer que se dê ás palavras deJesus seu sentido verdadeiro, que arazãohoje,illuminada pelas conquistasda sciencia moderna, já pôde cora-
prehender.O Spiritisrno não é um inimigo de
religião ou seita alguma; elle pro-cura harmonisal-as todas, mostrandoo que ha de verdade em cada umadellas.
Elle não vem distruir o edifício dascrenças, mas nelle substituir por ou-trás novas,as pedras carcomidas pelasinjurias do tempo.
Sua missão é sublime. Deus o guia.e elle não pôde deixar de colher a
palma do triumpho, que dará ag$mundo a paz, a concórdia e a felici-dade.
A redacção do Reformador cumpreo grato dever de associar-se hoje atodos os Spiritas do mundo, paracommemorar a faustosa data do sep-tuagesimo nono anniversario do nas-cimento do fundador da scienciaspiríta, ao homem que, guiado pelosimpulsos de uma inspiração superior,comprehendeu tão bem o poder im-menso dessa arma que Deus quiz con-ceder-nos para, melhorando nos, nosapproximarraos da fonte da perfeiçãoabsoluta.
Salve ! Mestre amado ISalve! oh dia 3 de Outubro de 1804.
O FLUIDO UNIVERSAL
IV
Nenhum sentimento abala mais
profundamente o coração do homemdo que aquelle que elle experimenta,
quando, levado por natural curiosi-dade, contempla a vida tão profusa-mente derramada pela immensidadeda criação. E se o jogo das prodigiosasforças da natureza bruta, o raio rom-
pendo os ares cora um estampido me-
donho, a tormenta revolvendo, for mi-
davel, os oceanos, nos enchem deterror e levara-nos a pensar na mages-tade do Criador omnipotente ; a vistade uma flor que se expande, aos pri-meiros beijos do astro do dia, embal-samando o ambiente, ou o canto doceda avezinha que, a essa hora, aban-dona seu ninho em busca de alimentopara sua prole inda implume, desper-tara em nós sentimentos de ternura,que nos arrastara á idéia da bondadee previdência do Pae Celestial.
Para qualquer lado que volvamosos olhos, sempre a vida, sempre o mo-vimento, se nos mostram com os mais
ariados aspectos.Nas mais baixas regiões da atmos-
phera, carregadas de espessos e pesa-dos vapores, como nas mais altas erarefeitas; nas cs lidas latitudes visi-nhas do equador, como nas geladaszonas dos pólos, o canto das aves e ozumbir dos insectos nos ferem os ou-vidos sem cessar.
No Chimboraso, a uma altura de6.530 metros sobre o nivel do mar,vê-se o condor pairar nos ares,, bus-cando uma presa entre as manadas devicuinhas que freqüentam esses pia-
¦-mos cobertos de neve.Mas o que é essa vida que descobri-
mos em todas as alturas da nossa en-volvente aérea, nas maiores profun-dezas dg§ mares, e nas mais Ínfimascamadas da crosta terrena, se a com-
pararmos com a que nos patenteia omicroscópio 1
Nuvens de animaculos impercepti •veis são, pelos ares, transportados deum a outro continente, através dasdistancias immensas medidas pela ex-tensão dos oceanos, e, mesmo, percor-rendo os espaços interplanetários, são,nas azas do fluido electrico, levadasde um a outro mundo.
. Os ventos e os insectos alados, nasespécies onde os sexos são separados,conduzem o pollemfecundante da flormasculina ao estigma da feminina,concorrendo assim inconscientemente
para o perpetuamento das espécies.
Estudando-se a natureza, sera idéias
preconcebidas, não se pôde deixar dereconhecer que, além das acções de-
pendentes de causas physico-chimi-cas, que são communs a todos os cor-
pos, outras se encontram nos seresorganisados, que não podem ser um
producto da força cega que prende osátomos da matéria.
O que é a vida? A força maravi-Ihosa que, em cada ser organisado,
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dispõe a matéria segundo um typo
particular que o individualisa. A
sciencia tem já conseguido prepararartificialmente varias substancias or-
ganicas; com o tempo e maiores es-
tudos ella as saberá preparar todas ;mas o que nunca conseguirá será for-
mar um organismo, dar a vida, por-
que isso só pertence a Deus.
A essa força associam-se, muitas
vezes, ora a sensibilidade, ora esta e
a intelligencia, em infinitos gráos de
variedade.Assim como encontramos tantos se-
res inferiores a nós, existem outrosmuitos, em outras condições, de uma
sensibilidade, intelligencia e saber, a
perder de vista, acima dos nossos.
Entre a fraca claridade desse raio
divino que resplandece em nosso fra-
gil envolucro, e graças ao qual pode-mos apreciar as maravilhas da cria-
ção, e a omnisciènçia do Criador de
todas as cousas ha uma distancia in-
finita.Como as intelligencias, as fôrmas
dos seres animados variam de ura
modo infinito: limitando-nos, porém,ao mundo em que vivemos, notamos
que essas variedades só affectam aos
detalhes, e a anatomia comparada de-monstra-nos, de um modo irrefutável,
que não ha senão um plano fundainen-tal, commum a todas as formas ani-mães.
Ainda mais os três reinos da natu-reza estão de tal fôrma encadeiados
que é impossível ainda marcar-se acada um delles limites bem definidos.
Que incalculável, porém, não sãoessas variedades de detalhes que ca-racterisam os grupos, as famílias, asespécies e os indivíduos, mesmo nalimitada scena que se acha ao alcanceda nossa vista? e o que serão ellas nosem numero de mundos que percorremos espaços ?
A observação prova que essa dis-
posição das moléculas, dando a cadaindivíduo um typo que o distingue detodos os outros, não pôde espontânea-mente nascer no meio da matériabruta, porém, deriva-se de uma forçaespecial que já reside no germem, o
qual suppõe condições particulares,que não podem ser realisadas, se ef-fectuando segundo as leis simples queregem a matéria inorgânica.
Esa força, porém, a que chamamosvida, será uma entidade abstracta ?será uma propriedade especial damatéria em certas condições, ou umanova modificação do fluido cósmico,como o são a électricidade e o magne-tismo?
E neste ultimo sentido que o admit-timos.
O fluido vital ou fluido nervoso é omesmo fluido elementar, em gráomaior de rarefação e pureza, quequando se nos mostra como electrici-dade ou como magnetismo.
Não devemos confundilo com ofluido que liga as moléculas inertesdo corpo e enche os interstícios que
cido com o nome de magnetismo, e
que varia com a natureza do corpo.O fluido vital, mais rarefeito e mais
puro do que este, é uma modificaçãodelle ; e pôde ser chamado magnetis-mo espiritualisado, ou magnetismoanimal.
Elle estende a acção que recebe do
espirito, por intermédio do perispirito,por todo o corpo, percorrendo as raini-
ficações do systema de nervos queligam todas as suas partes ao cérebro.
Terminaremos este artigo com a se-
guinte citação de Milne Edwards :
« E' admirável que, em presençade factos tão significativos, existam
homens que nos venham dizer, quetodas as maravilhas da natureza são
effeitos do puro acaso, ou consequen-
cias das propriedades geraes da mate-
ria, da substancia que forma a ma-
deira e as pedras; que a habilidade
maravilhosa da abelha, como a con-
cepção mais elevada do gênio do ho-
mem, é o resultado do jogo das mes-
mas forças, physicas ou chimicas, quedeterminam a congelação da água, a
combustão do carbono e a queda dos
graves.Essas vãs hypothesis, ou, antes,
essas aberrações do espirito, que se
disfarçam, às vezes, sob o nome de
sciencia positiva, são repellidas pelaverdadeira sciencia positiva. O natu-
ralista não lhes pôde dar credito. Pe-
netrando-se em um desses escuros re-
duetos onde se esconde o débil insecto,
escuta-se distinetamente a vóz , da
Providencia dictando a seus filhos as
regras de sua condueta diária. »
Era commemoração ao 79° anniversariodo nascimento «lo fundador da doutrinaSpirita, julgou a redacção desta folha de-ver transferir para hoje a publicação destenumero, que devia ser dada no dia 1* docorrente.
—«:»—
A morte .**«!» o ponto de vistaft]»ii'ítu
CAPITULO DESTACADO l/UM LIVRO KM VIA DE
PUBLICAÇÃO SOBRE A DOUTRINA SPIÍÜTA
pelo
DR. WAIIU
Traduzido do Mónitbüb de Hruxcllas
(Conclusão)
A despeito do sermão do Bispo an-
glicano de Lincoln, o bravo represem-tante de Deus (?) que temia perder asua modesta parte dos 25 milhões defrancos, continuo afYirmando que aincineração dos cadáveres é o meiomais hygienico e mais seguro, paraimpedir que os organismos mortos en-venenem os vivos.
Adoptando-se esse systema será omelhor meio de obter-se um progressoverdadeiro, e o melhor exemplo quepoderia boje dar uma nação, seria não
só tolerar como facilitar esse meio queofferece todas as vantagens e que nãoapresenta inconveniente algum.
neração como cousa irglireiosa, ha
outros, e muitos, que pensam em een-tido contrario.
Desde 1867, que requerimentos di-rigidos ao Senado do segundo Império
supplicavam que cada um tivesse a
liberdade de enterrar-se ou incine-rar-se.
É pena que não prestassem a menorattenção a esses pedidos.
Depois a questão deu um passoavante, porque em França só existeuma sociedade, e essa mesmo nãopoudeainda obter autorisação para praticara cremação, ao passo que na Itália,Suissae Aliemanha,ha sociedades quepraticam a incineração, e essa praticaeminentemente hygúenica, de dia paradia, tem mais approvação.
Na Itália, serve-se do gaz (isto é
gaz de illuminação) para queimar oscadáveres, processo que por mim jáfoi indicado desde 1856, no jornal deM. Victor Meunier. O amigo das scien-cias (no n.21 de Dezembro) no qual sediz que um cadáver rapidamente se po-ria em combustão, collocando-se o mes-mo em um cofre dc ferro, e acendendo-sebicos de gaz por baixo do mesmo'
Em Milão, sobre tudo, usam d'esse
processo, n'um templo crematorio, mo-numento expressamente construído pa-ra esse fim.
A incineração de modo algum impede
que o clero cumpra com seus deveres,
que acompanhe o cadáver até o tem-
pio crematorio, devendo retirar-se naoccasião de ser o mesmo collocado nacaixa destinada á combustão, a qualdura. pelo menos, 2 horas.
Finda esta, se os parentes deseja-rem conservar as cinzas, guardalas-hão fechadas n'uma urna, podendo,com tudo, ficar encerradas no Colum-bariuru do templo.
Em Milão, a incineração só custa
para nacionaes 100 francos e para osestrangeiros 200.
A combustão dos cadáveres, com oauxilio do gaz, ou por outro meiomais expedito, pode-se fazer de ummodo muito conveniente sem prejudi-car,em cousa alguma, ás honras fune-bres devidas aos mortos; e as famílias
podem conservar as partes sólidas ouos resíduos da combustão em Capellasfunerárias, estabelecidas nos Cemite-rios, os quaes tornar-se-iam isentos decausas de insalubridade.
FESTA SPIRITA
Hoje anniversario do nascimento deAllan-Kahdec o Centro da UniãoSpirita no Brazil, celebra uma sessãosolemne no salão do Real Club G-ym-nastico Portuguez.
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GRUPO SPIRITA MENEZES
Este Grupo realiza amanhã uma sessãomagna, anniversario de sua fundação.
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Seria aliás prestar homenagem á
ellas deixam, o qual é, como já vimos, I liberdade de consciência, porque seo fluido electrico modificado, conhe-
' alguns indivíduos consideram a iáci-
O íllustrado propagandista spirita naHollanda, o Sr. J. C. Plate, traduzio paraa lingua da sua pátria, o Cathecismo Spi-víta para uso da infância, d: que é autoro Sr. Bonefont.
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« REDENÇION »
Com esto titulo encetou a publicação emSantiago dc Cuba mais uma revista Spi-ri tá.
Ao novo coilega, desejamos longa vidaé prosperidades.
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SOCIEDADE ACADÊMICA
Esta Sociedade commemora hoje o 4*anniversario de sua fundação com umasossão intima.
Comprimentamol-a.
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Traduzimos da revista spirita La Fra-ternidad de Buenos-Ayres :
« Damos aqui a opinião da Sra. D. Do-lores Sanches referindo-se ao luto:
O luto é como uma mascara que oceultasentimentos pouco nobres.
Os espíritos elevados não têm necessi-dade de fazer gala da dôr que encerra seucoração.
Os que sentem uma dôr real não a pro-clamam ao som de trombeta, mas procu-ram 0C2ultal-a no recôndito de sua alma.
As penas podem-se sentir, porém nãomanifestarem-se; e o que pensa em apre-sental-as ao mundo, 6 um hypocrita quefinge chorar quando realmente sorri. »
— «:» —
« O INDUSTRIAL »Publicou-se o n. 8 desta revista, dedi-
cada ás industrias e artes.E' uma publicação importante que bem
merece a attenção de todos os que amamao progresso material de nosso paiz.
Assignaturas 5$000 por anno, rua doCabujá, n. 14, Io andar, Recife, Pernam-buco.
—«:»—
A notável médium de effeitos physicosa Sra. R. C. Simpson, de Chicago, Estados-Unidos, tem ultimamente obtido resulta-dos sorpreendentes de escripta directa.
OPINIÕES CELEBRES
« Se se pretende levar aos tribunaes atodos os que professam doutrinas contra-rias ao catholicismo, tenhamos o valor deconfessal-o, seria necessário perseguir atoda a sciencia moderna. »
(Canovas dei Castillo, na sessão do Se-nado em 12 ae Junho de 1876).
*
« Somos um immenso cadáver que seestende desde os Pirineus ao mar de Cadiz,porque nos temos sacrificado nas aras doCatholicismo. »
(Emilio Castslar, nas cortes constituin-tes).
*
« Em qualquer lugar que o espirito ca-tholico apparecc mais pujante, ahi a ig-norancia, o atrazo, a miséria e a immora-lidade imperam.
Só começa o progresso para os povos, navida moderna, desde que sacodem o jugodo catholicismo. »
(Visconde de Torres Solanot).
« Ha em Hespanlia muitos que se cha-mam catholicos por tradicção de família,
para não romper com as conveniências e,ás vezes, para não prejudicar a seus in-teresses; porém, não porque tenham fónem crença alguma, antes, pelo contrario,sio indifferentes. (')
(O Bispo de Orihucla, na sessão do Se-nado, em 13 de Junho de 1876).
1 (*) Com vista ás estatísticas catholicas.
REFORMADOR
Orgam evolucionistf n
ASSIGNATURASPARA O INTERIOR E EXTERIOR
Semestre C$000' PAGAMENTO ADIANTADO
REFORMADOR - 1SS3 _ Outubro - 3
ESCRIPTORIO
120 RUA DA CARIOCA 1202.° andar
As assignaturas terminara em Junho eDezembro.
—«:» —
Os trabalhos de reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.
Temos á vista um exemplar do Es-sai de Catechisme Spirite publicado emBruxollas, com que delicadamente mi-moseou-nos seu autor, o Sr. H. J. Tur-clv, cônsul honorário e distincto pro-pagador da doutrina spiríta.
Lemos com attenção esse importantetrabalho no qual, considerando o Spi-ritismo sob o ponto de vista scientifico,seu autor aprofunda, com proficiênciae clareza, os mais sérios problemasque podem occupar a attenção do ho-mera, como mais interessando ao seufuturo, e á sua elevação intellectual emoral.
Agradecemos a valiosa offerta.
—«:»—
Lô-se no semanário La Lucha de 8 deAgosto:
« O Tribunal de Valladolid, condemnouo joven Frei Antônio da Costa, collegialphilipino, como assassino de seu compa-nheiro, Frei Mariano Fernandez Malda, adoze annos e um dia de reclusão, e 2.000pesetas de indemnisaçáo á mãe da vic-tima.
2.000 pesetas a vida d'um frade!Estes tribunaes!!
19 EOLBBETESfl
« LA FRATERNI3
Esta importante revista, orgam officialda Congregação Fraternidade de Buenos-Ayres, entrou no seu 3U anno.
Felecitamos ao illustrado collega, e ia-zemos votos para que sempre continue.
SECÇÃO ECLÉTICA
-«:»-
RECEBEMOS
AS SEGUINTES PUBLICAÇÕES SPIRÍTAS :
La Revue Spirite, jornal de estudospsychologicos, monitor universal doSpintualismo experimental, anno 2'3"n. 8.
La Lucha, anno Io, n. 22.Le Messager, anno 12°, ns. 2 e 3.La Luz dei Christianismo, anno 1\
n. 10.Bulletin de La Federacion Spirite
Belge, anno Io, n. 4.Moniteur, anno 7o, n. 0.La Chaine Magnétique, anno 5o
n. 2. '_ Bulletin Mensuel de Ia Société Scien-
tifique d'EtudesPsychologíques, Agostode 1883,
La Fraternidad, anno 3o, n. 1.La Solucion, anno 2o, n. 19 e 20.El íris de Paz, anno 1% n. 11.Revista Espirita Montevediana, anno
12, n. 3.Revista Constância, anno 6% n. 8.Revista de Estudos Psychologicos,
Barcellona, anno 15°, n. 8.Agradecemos de coração a todos es-
ses campeões do progresso da nossahumanidade, e pedimos ao Omnipo-tente os sustente no caminho que, comtanto brilho, vão trilhando.
—«:»—
CONGRESSO PSYCHOLOGICO
Por iniciativa do zeloso e infatiga-vel Sr. Edmundo Potonié, de acordocom o Sr. Dr. Ochoroniez, de Lemberg(Galitzia), autor da idéia, vai ter lu-gar em Pariz um congresso psycholo-gico, projecto a que já adheriram aLiga do Bem Publico e a Sociedadede estudos philosophicos e moraes.
As pessoas que sympathisarem comessa idéia, podem enviar suas adhe-soes a Mr.E.Pontenié—Pierre 11, ruaDaubarton, Pariz,
« que é o Spiritismo
Introducção ao conhecimento do mundoinvisível pela manifestação dos espi-ritos, contendo o resumo dos princípiosda doutrina spiríta e a resposta ásprmcipaes objecções.
POR
O QUARTO DA AVO'ou
A felicidade na familial'OB
MelI°. MONNIOT
Ordeno-vos que vos ameismutüamontéí
(Evang. ».JoIo, XV, li).
TRADUZIDO POR H. O.
FANNY NO QUARTO DE SUA AVÓ
(Continuação)
Oh I vovó não deve importar-se co-migol
Tu a conheces bem pouco, continuouElyza.
Abrindo a porta do quarto da Sra. Vai-brum, ella disse:
Mae, trago-vos Fanny para que meajudeis a consolal-a de sua solidão forcada.Sede bem vinda, cara filha; disse aSra. Valbrum a Fanny, estendendo-lhe amão com sorriso aíFectuoso, tua avó vaepois ter sua parte de alegria esta noite?
Eliza deitou a sua prima um olha11 queparecia dizer:— Então, enganei-te!Fanny,estimulada por esse expressivo
olhar, beijou ternamente sua avó, depoissentou-se;,em um banquinho a seus pés eretomando sua phisienomia franca disse :
Ralhai comigo, vovó, em vez de re-ceber-me tão bem, porque eu sou muitomá...Uma confissão tão franca tira todo oanimo de ralhar, minha filha; porém, quefizeste?
Pois bem, estou com ciúmes de Mathilde,porque ella diverte-se; e entretanto, sem'o oflerecessem, eu não queria o seu lo-gar: além disso, mostreime amuada e mápara com Elyza, que é tão boa para mim;emíim sinto-ine ainda impaciente, irritada,sem soder mesmo porque.
Pois eu, cara filha, sei bem a origemde. todos esses máos sentimentos : tu osexperimentas porque te aborreces...
Oh! vovó, não quiz dizer isso ! inter-rompeu Fanny.
Tranquilizai-vos, minha filha : nãosupponho que me aceuses ou a Elyza comocausa de teu aborrecimento, porque ape-nas acabas de chegar. Aborreces-te porquepassaste a tarde sem ter que fazer.
Mas, vovó, eu as passo todas assim,visto que nunca trabalhei de tarde, senãono colíegio.¦— E te dás bem com esse far-niente?Nunca te"pareceu que as horas passariammais agradavelmente para ti se as ém-gasses utilmente?
Nunca pensei nisso, vovó; e confesso-vos que não sei em que me empregarei.
Eu não me aborreceria se tivesse umairmã de minha idade porque ella jogariadamas ou cartas comigo; porém, com" Ma-thildc, nem é bom fallar nisso.
Elyza não tem irmã nem companheira;entretanto ella não se aborrece, minhafilha !
Sei que Elyza me é muito superiorem tudo, vovó; porém, nunca pensei queo fosse tambem na maneira de devertir-se.Ella bem podia dar-me uma amostra desuas noites.
ALLAN-KARDEC.Sem caridade não lia salvaçíc.
CAPITULO IPEQUENA CONFERÊNCIA SPIRÍTA
2." DIALOGOO SC12PT1CO
(Continuação)ORIGEM DAS IDÉIAS SPIRÍTAS MODERNAS
Visitante—lima cousa que eu deseja-ria saber, senhor, é o ponto de partidadas idéias Spirítas modernas ; serãoellas obra d'nma resolução espontâneados Espíritos, ou o resultado d'umacrença previa em sua existência?
Vóscomprehendeis a importância daminha pergunta, porque, n'este ulti-mo caso, poder-se-ia crer que a imagi-nação não é a ellas estranha.
Allan-Kardec— Esta pergunta, Sr.é, como dizeis, importante debaixod'este ponto de vista, ainda que sejadifficil de admittir, suppondo que es-tas tenhao tido origem em uma crençaantecipada, que a imaginação tenhapodido produzir todos os resultadosraateriaes observados
Com effeito se o Spiritismo fossefundado sobre o pensamento preconce-bido da existência dos Espíritos, po-der-se-ia, com alguma apparenciade razão, duvidar ce sua realidade;porque, se a cousa é uma chimera, asconseqüências devem tambem ser chi-mericas; mas as cousas não se teempassado assim.
Notai primeiro que essa marchaseria absolutamente illogica ; os Espi-ritos sao uma causa e não um effeito ;quando se vê um effeito pode-se-lheprocurar a causa; mas não é naturalimaginar uma, causa antes de ter vistoos effeitos.
Não se podia, pois, conceber o pen-samento dos Espíritos, sem que se ti-
De muito boa vontade, disse Elyzarindo-se, posto que seja um tanto tardepara recomeçar meu trabalho.Que! é trabalhando que te divertes?!Por certo; porém, lendo tambem.Vovó, permittis-me que acabe a nossaleitura de hontem?
Vou pôr Fanny a par da historia come-cada.
Fanny gostava muito da leitura.A' que se referia Elyza, e que, como asoutras tinha sido escolhida pela Sra. Vai-brum, era interessante ao ultimo ponto;assim, quando Elyza cansou-se, Fanny es-clamou :
Oh! cara vovó, deixai-me continuar,eu vol-o supplico.E apezar de já ser tarde, ella não podiadeixar o livro.Elyza lembrou-lhe que sua avó devia
precisar descansar :Fanny resignou-se.
Quando se tem livros como este;disse ella suspirando, comprehendo, quenão se fique aborrecido.Vovó sempre os encontra lindos, res-pondeuElyy.a.Mas tu não lês durante todo o serão.Que fazes então?Conversamos trabalhando vovó c euPrefiiro as narrações de vovó aos melhoreslivroy.
Oh! vovó contai-me alguma cousa!iW muito tarde hoje, cara filha; po-rem,i para outra vez, farei o que tu qui-zeres.Pois bem, virei ver-vos mais cedoamanhã porque mamãe e Mathilde não me
deixarão talvez subir de noite,—.Serás sempre bem vinda a qualquerhora).Fanny beijou a Sra. Valbrum com um
gesto de reconhecimento e ternura quecomrpoveu o coração da boa avó, quedisse :
vessera produzido effeitos, que achas-sem sua explicação provável na exis-tencia de seres invisíveis.Pois bem! Não foi mesmo destamaneira que veio este pensamentoisto é, que isto não é uma hvpothese
imaginada afim de explicar certosphenomenos; a primeira supposiçãoque se fez, foi a d'uma cousa inteira-mente material.
Assim, longe de terem sido os Es-pintos uma idéia preconcebida, par-tio-se do ponto de vista materialista.
Não podendo este ponto de vistatudo explicar, só a observação condu-zio á causa espiritual.
Fallo das idéias spirítas modernas,pois que sabemos que esta crença évelha como o mundo. Eis a marchadas cousas.
Produziram-se alguns phenomenosespontâneos, taes como ruidos extra-nho.s, pancadas dadas, movimentos deobjectos, etc, sem causa ostensivaconhecida, e esses phenomenostêm podido ser reproduzidos sob a in-íluencia de certas pessoas.Até alli nada autorisava a procu-rar-lhe a causa em outra parte, quenao na acção d'um fluido magnéticoou outra qualquer, cujas propriedadeseram desconhecidas.
Mas não tardou a reconhecer-senesses ruídos e movimentos um ca-racter intencional eintelligente, dondese concluio, como já disse que: Setodo o effeito tem uma causa, todo oeffeito íntelligente tem uma causaíntelligente.
Esta intelligencia não podia estarno próprio objecto, porque a matérianão é íntelligente.
Seria acaso o reflexo das pessoaspresentes?
Todos a principio o suppunham,como disse tambem : só a experiênciapodia decidir, e a experiência demon-strou, por provas irrecusáveis, emmuitas circumstancias, a completaindependência dessa intelligencia.
r Ella estava pois fora do objecto efora das pessoas. Quem era ella?
Foi ella mesma quem o respondeu ;ella declarou pertencer á ordem dosseres incorporeos, designados pelo no-me de Espíritos.
A idéia dos Espíritos não preexistiapois, ella nem mesmo fui consecutiva;em uma palavra ella não sahio docerobro ; ella foi dada pelos própriosEspíritos; e tudo o que temos depoissabido a seu respeito, são elles quenol-o têm ensinado.
Boa noite, queridas filhas, apertandoj untas as mãos de Fanny e Elyza, que Deusvos guarde e abençoe esta noite e sem-pre !
Sabes, Elyza, disse Fanny, seguindosua prima até o quarto desta, sabes queMathilde não se terá divertido mais do quenós! Que livro tomaras depois deste?Ainda não sei, porém, não me in-
quieto; vovó tem uma bibliotheca nume-rosa e escolhe tão bem o que ha de me-lhor!Julgas que ella me emprestará algunslivros?Certamente, respondeu Elyza.Que pena ir deitar-se! exclamouFanny; não queres ficar acordada comigoaté Mathilde voltar? Ella nos contará o
que vio.Oh ! não, cara Fanny; eu não podereilevantar-me cedo, ficando acordada até tãotarde e meus deveres soffreriam com isso.Mas porque não faremos juntas nossa ora-
ção para prolongar alguns instantes nossareunião ?Nossa oração? repetio Fanny adnai-r.ida; oh! é já tão tarde!Como? Ainda ha pouco querias ficar
indeterminadamente!E' que... vês, minha cara prima, res-
pondeu Fanny atrapalhada; eu não t'ooceultarei, quando fico até tão tarde, des-forro-me na minha oração.Não a fazes?
Sim, porém, abrevio-a muito.O que quer dizer, continuou Elvzatristemente; que não queres dar nada aquem te dá tudo.
Oh ! minha cara prima, por quem é,não me pregues sermões! Prefiio antesfazer rainha oração contigo, talvez sejamenos longa.
(Continua).
~ 1
•*•
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Uma vez revelada a existência dosEspíritos e estabelecidos os meios decommunicação, podem-se ter diálogosseguidos e obter apontamentos, a res-peito da natureza desses seres, dascondições de sua existência e do seupapel no mundo visível.
Se podessemos interrogar tambémos seres do mundo dos infinitamentepequenos, quantas cousas curiosasaprenderiamos sobre elles 1
Supponhamos que, antes da desço-berta da America, tenha existido umfio electrico através do Atlântico, eque em sua extremidade européa te-nha-se notado signaes intelligentes,ter-se-ia concluído que na outra ex-tremidade havia seres intelligentesque procuravam communicar-se ; ter-se-ia podido interrogal-os e elles te-riam respondido.
Ter-se-ia adquirido assim a certesada sua existência, o conhecimento deseus costumes, seus hábitos, semnunca tel-os visto.
O mesmo succedeu ás relações como mundo invisível; as manifestaçõesmateriaes foram como signaes, meiosde advertência que nos tem posto acaminho de communicações mais re-gulares e seguidas.
È (pousa notável) á medida quemeios mais fáceis de communicar es-tão ao nosso alcance, os Espíritosabandonam os meios primitivos, in-suficientes e incommodos, como omudo que recobra a palavra,renunciaá linguagem dos signaes.
Quaes eram os habitantes dessemundo 1
Eram elles separados, fora da hu-manidade ?
Eram elles bons ou máos ?Foi ainda a experiência que se en-
carregou de resolver essas questões ;mas até que observações numerosasviessem lançar a luz sobre este as-sumpto, o campo das conjecturas edos systeuias estava aberto, e Deussabe se elle dahi sahiria 1
Uns julgaram os Espíritos superio-res em tudo, outros não viram nellesmais que demônios; era pelas suaspalavras e pelos seus actos que sepodia julgal-os.Supponhamos que entre os habitantesdesconhecidos, de que acabámos defallar, uns tenham dito mui boascousas, emquanto outros se te-nham feito notar pelo cynismo de sualinguagem ; ter-se-ia concluído quehavia bons e máos.
Foi o que aconteceu a respeito dosEspíritos; foi assim que se reconheceuentre elles todos os gráos de bondadee malvadeza, de ignorância e saber.
Uma vez bem informados dos de-feitos e das qualidades que nelles seencontram, competia á nossa pruden-cia separar o bom do máo, o verda-deiro do falso, em suas relações com-nosco, absolutamente como o fazemosa respeito dos homens.
A observação não só nos esclareceusobre as qualidades moraes dos Es-piritos, como também sobre a sua na-tureza e sobre o que poderíamos cha-mar o seu estado phyaiologico.
Soubemos por esses mesmos Espiri-tos, que uns são muito felizes, e outrosmuito infelizes, que elles não são se-res distinctos, d'uma natureza excep-cional, mas que são as próprias almasdaquelles que têm vivido na terra,onde têm deixado o seu invólucro cor-poreo, que povoam o espaço, nos cer-cam e nos acotovelam incessantementee, entre elles, cada um pôde reconhe-cer, por signaes incontestáveis, seusjnirentes, seus amigos e aquelles queconheceu neste mundo; póde-se seguil-os em todas as phases de sua existen-cia d'além-tumulo, desde o instanteem que elles deixam seus corpos, eobservar sua situação, segundo o seugênero de morte e a maneira porqueelles haviam vivido na terra.
Soube-se, emfim, que elles não sãoseres abstractos, immateriaes, no sen-tido absoluto da palavra; elles têm
um invólucro a que damos o nome deperispirito, espécie de corpo fluidico,vaporoso, diaphano, invisível no es-tado normal, mas que, em certos ca-sos, e por uma espécie de condensaçãoou disposição molecular, pôde tornar-se momentaneamente visível e tangi-vel,e desde então foi explicado o phe-nomeno das apparições e dos tactos.
Este invólucro existe durante a vidacorporea; é o laço entre o espirito e amatéria; pela morte do corpo, a almaou espirito, que é a mesma cousa, nãose despoja senão do invólucro grosseiro,elle conserva o segundo, como quandodeixamos um vestido exterior parasó conservar o interior, como o ger-men d'um frueto se despoja do invo-lucro cortical e conserva apenas operisperma.
E' esse invólucro seini-inaterial doEspirito que éo agente dos diferentesphenomenos, por cujo meio elle mani-festa a sua presença.
Tal é, em poucas palavras, senhor,a historia do Spiritismo ; já vedes, e oreconhecereis ainda melhor quando otiverdes estudado a fundo, que tudonelle é resultado da observação e nãodiim systema preconcebido.
(Continua).
Filhos! Sede humildes e_dóceis, |porque só assim attrahireis asinflueti- icias boas, de que tanto precisaes, na Iluta que já está empenhada na Terrae no espaço, pelo progresso da vossahumanidade.
Abençoados sejam todos os que pro-curam ver a verdade triumphar doerro, e reinar no coração do•¦ homem,ciugindo o seu diadema de immortalesplendor.
Lede e meditai muito, afim de bemcomprehenderdes as verdades que vãoser ainda ensinadas á humanidade,cujos germens já estão contidos nasobras, que vos legou o varão justo,que é hoje o motivo da festa que ce-lebraes.
Amai-o muito,porque elle vosretri-bne esse amor.
Sede amigos e unidos, e assim te-reis a protecção de Jesus e as bênçãosdo nosso Bom Pae.
Pedro Lemoint.
Salvei Allan-KardeclE este o brado
que sinto echoar em meu coração, hoje
que para todos deve ser uma data me-rnoravel, e especialmente para os queabração a Sciencia desse eminentevulto, pois só nos ensina ella o melhorcaminho a seguirmos para a nossa re-
generação e da humanidade em geral.Salve ! oh mestre !
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Romualdo Nunes Victorio.
£*aii<ltti*õc* (1'aléni luiuulo
allán-kardec
Quizera nos jardins dos nossos cora-ções encontrar flores de subido e doceperfume, para, neste dia, oh Mestrequerido, offerecer-te uma grinaldaque podesse mostrar-te, mesmo imper-feitamente, os sentimentos que em nósinspiram teu vulto venerando e a me-moria dos serviços prestados á nossahumanidade,com que couquistaste umtão alto lugar entre os defensores daverdade e da fé.
Vós, porém, ledes nos nossos pensa-mentos, conheceis nossos sentimentos,e, por certo, não recusareis a home-uagem de amor e respeito que,humil-des trabalhadores da seara bemdicta,vos tributamos neste dia.
Pedro Nogueira da Silva.
* *
Eu te saúdo ! Só tu nos podias en-sinar doutrina tão innocente, tão bellae tão regeneradora para a nossa hu-manidade I
Eu vos saúdo! Spirítas 1 por essefaustoso dia, anniversario do nasci-mento de nosso mestre.
Faltam-me expressões para paten-tear-vos a minha satisfação, por estadata, que deveis fazer se torne bemmemorável.
Ignorava a grandeza dessa sciencia,e vejo que é ella mais sublime do quejulgam aquelles que, não desejando aconfraternisação dos povos, procurambatel-a ; vós, porém, firmes em vossopropósito, não deveis dar ouvidos aessas sugestões dos nossos contráriose dos que são indifferentes á sorte suae de seus irmãos.
Furtado de Menezes.
* *
Soou na eternidade urna hora so-lemne para o nosso planeta ; e os san-tos mensageiros do Senhor, obedecen-do á sua voz poderosa, descem paradizer aos homens, que são chegados,os tempos predictospelo divino pnilo-sopho de Nazaré th.
Os enviados chegam por todo omundo, sem distineção de posiçoles so-ciaes, de classes ou de fortunasi,' e portoda parte ensinam as mesmay ver-dades, os mesmos princípios síaluta-res, porque todos são filhos de VDeuse tem igual direito, aos bens qne seuinfinito amor derrama sobre a c/riaçãointeira.
ALLAN-KARDECEstrella formosa de plácido britfiono azul engastada dos planos dos céos,que ao homem descrente apontas o trilhoqne o leva seguro té o throno de Deus!
Tu, bússola amiga do incerto viajanteque, cm trevas envolto, sem rumo vagava,permitte te exprima, com voz vacillante,o que eu no meupeito,medroso,occultava!
A santa doutrina que ao mundo legaste,a vida inundando de esperança e de luz,raminho mimoso das flores que achasteno erguido Calvário, nos braços da cruz,
é balsamo puro pr'as dores da vida,pr'a os tristes que choram é consolação;só ella á virtude dá força subidapr'a que se levante e calque a paixão.
Saúdo-te, oh filho da Gallia famosa!Saúdo-te, oh astro de almo fulgor!Que Deus dè-te, em prêmio da luta afanosaque aqui sustentaste, torrentes de amor.
A mbrosio Lopes Ferraz de Castro.
Saúdo com os meus irmãos da terra,o grande dia 3 de Outubro, anniver-sario do em que veio ao mundo ogrande vulto, que teve por missãocoordenar os princípios da doutrinasublime e santa que, repellida pelahumanidade de hoje, tão cheia deperjuísos, será em pouco tempo áureo-lada pelos esplendores da victoria.
Fé, coragem.
Oliveira Gonsalves A. Júnior.
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Nesta data memorável, hoje paraos Spirítas, e amanhã para ahumani-dade, não posso, deixar dé saudar aomestre, ao elevado missionário dasverdades .'identificas — Deus e a per-fectibilidade do espirito humano.
Salve! Allan-Kardec, salve !
Elias da Silva.
GÊNESE ESPIRITUAL
(Continuação)
HYPÕTHESE SOBRE A ORIGEM DO CORPOHUMANO
Da similhanca de fôrmas exterioresque existe entre o corpo do homem eo do macaco, certos physiologistasconcluíram que o primeiro não eramais que uma transformação do se-gundo.
Essa conseqüência nada tem de im-possível, e nem a sua dignidade fica-ria rebaixada.
Os corpos dos macacos poderiammuito bem prestar-se a servir de ves-tes aos primeiros Espíritos, necessa-riamente pouco adiantados, que vie-ram se encarnar sobre a terra, sendoessas vestes mais bem apropriadas ássuas necessidades,ao exercício de suasfaculdades do que o corpo de qualqueroutro animal.
Elle poderia ter encontrado vestespromptas, dispensando assim' que se,fizesse especialmente para elle.
O uso da pelle do macaco não lheimpediria de ser Espirito humano,como o homem não deixa de ser lio-mem, quando alguma vez reveste-seda pelle de certos animaes.
Fica subentendido que não se trataaqui sinão de uma hypothese que, defôrma alguma, é estabelecida comoprincipio, mas somente apresentadapara mostrar que a origem do corpo .não prejudica o Espirito, que é o serprincipal, e que a similhanca do corpÜdo homem com o do macaco não im-plica a paridade entre seu Espirito e odeste.
Admittindo esta hypothese,pode-sedizer que, sob a influencia e sob o ef-feito da actividade intellectual de seunovo habitante, o envolucro se modi-ficou, aformoseado nos detalhes,conser-vando a fôrma geral do todo.
Os corpos melhorados, procreando-se, reproduziram-se nas mesmas con-dições, como acontece nas arvores en-xertadas; deram nascimento a umanova espécie que foi pouco a poucoafastando-se^do typo primitivo, á me-dida que o Espirito progredio.
O Espirito-macaco que não foi ani-quitado, continuou a procrear corposde macacos para seu uso, como o fruetoda arvore silvestre reproduz arvoressilvestres, e o Espirito humano pro-creou corpos humanos, variantes doprimeiro molde onde elle estabele-ceu-se.
O tronco se bifurcou , produzio ver-gonteas, e estas tornaram-se troncos.
Como na natureza não ha transiçõesbruscas, é provável que os primeiroshomens que appareceram sobre a terra,pouco deveriam differençar-se do ma-caco pela fôrma exterior, assim comopela intelligencia.
Actualmente existem selvagens que,pelo comprimento dos braços e dospés, e pela conformação da cabeça,tem todas as apparencias e gestos domacaco, faltando-lhes simplesmenteserem cabelludos para completar asemelhança.
TYFoaRArmA do REFORMADOR
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