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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
GUILHERME LOCKS
ESTUDO DE SONDAGEM SPT COM A UTILIZAÇÃO DO SIG
Tubarão/SC
2008
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GUILHERME LOCKS
ESTUDO DE SONDAGEM SPT COM A UTILIZAÇÃO DO SIG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.
Orientador: Prof. Dr. Rafael Augusto dos Reis Higashi Universidade do Sul de Santa Catarina
Tubarão 2008
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GUILHERME LOCKS
ESTUDO DE SONDAGEM SPT COM A UTILIZAÇÃO DO SIG
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 25 de junho de 2008.
____________________________________
Prof. e orientador Dr. Rafael Augusto dos Reis Higashi Universidade do Sul de Santa Catarina
_____________________________________
Prof. M.Sc. Lucimara Aparecida Schambeck Andrade Universidade do Sul de Santa Catarina
____________________________________
Prof. Ismael Medeiros Universidade do Sul de Santa Catarina
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A Deus.
Aos meus pais.
A minha noiva e futura esposa, Tuany.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por colocar em minha vida pessoas importantes, que me ajudaram e irão
me ajudar tanto pessoalmente como profissionalmente.
A minha família, que me deram toda a ajuda nos momentos mais difíceis, e
apostaram em mim para que eu concluísse mais esta etapa. Obrigado Pai e Mãe por terem me
incentivado, lutado e acreditado em mim.
A Tuany, que me deu todo o seu apoio durante o curso e soube entender os
momentos que por algum motivo não estávamos juntos.
Ao grande amigo e orientador Professor Dr. Rafael Augusto dos Reis Higashi, que
me orientou para a conclusão deste trabalho. Agradeço por ter me incentivado, ajudado e
também orientado no início de minha empresa. Com certeza ficarão laços de amizades. Não
esquecerei por tudo que fez. Obrigado.
Ao Laboratorista da Unisul Luiz Carlos Vezzaro, que não mediu esforços para
ajudar e solucionar algumas dúvidas. Aos meus amigos Murilo Espindola e Marcelo
Heidemann por todo auxílio que prestaram.
A todos os professores e colegas de turma, com quem tive o convívio dentro da
universidade no decorrer destes anos.
Aos funcionários Cláudio e Nego que se dedicaram para a realização dos ensaios.
A todos que de alguma maneira ajudaram para a conclusão deste trabalho.
Obrigado!
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RESUMO
Os projetos de obras de engenharia necessitam de estudos relativos à resistência e
compressibilidade, tendo o SPT (Standard Penetration Test) como uma ferramenta importante
de investigação do subsolo. Desta forma, esta pesquisa aborda um tema que relaciona o uso
do SPT com um Sistema de Informações Geográficas (SIG) como gerenciador de dados
espaciais, tendo como área de aplicação o município de Tubarão. Após a construção dos
equipamentos, foram realizados os respectivos ensaios de sondagem em cada ponto estudado
e assim elaborado laudos que apresentam as características geotécnicas dos solos. Em
seguida, com os dados gerados, foi criado um banco de dados com a finalidade de estruturar o
SIG. Para estruturação do SIG foi utilizado o mapa com o contorno político e o mapa das ruas
do município de Tubarão. Após alguns estudos verificou-se a possibilidade de realizar nesta
pesquisa algumas melhorias para facilitar a execução do ensaio. Apesar de ser um ensaio
bastante utilizado para cálculo de fundações, verificou-se a precariedade dos equipamentos de
algumas empresas que foram visitadas antes do início desta pesquisa. No término deste
trabalho, observou-se que as melhorias dos equipamentos tiveram os resultados esperados. O
SIG, assim como o ensaio de SPT, foi avaliado, e atendeu as necessidades que foram
propostas no início da pesquisa.
Palavras-chave: Ensaio de Penetração Padrão. Sondagem. Sistema de Informações
Geográficas.
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ABSTRACT
The Projects of engineer construction needs to carry out studies about the resistance and the
compressibility, making the SPT (Standard Penetration Test) a very important procedure for
the underground or subsoil investigation. So, this research approaches a topic that links the
use of SPT with a Geographic System Information (SIG) as a space database, having the
application area the city of Tubarao. After the equipments construction, the respective
procedure and assays were made in each spot that was studied, and based on that the reports
were done and showing the geotechnique characteristics of the soils. To develop the SIG the
map and the road maps of Tubarao were used as an outline and as a guide. After some studies
in this research was realized the possibility of some improvement to ease the procedure of the
SPT (Standard Penetration Test). Even though it´s very important and used to calculate the
foundations, some equipments unfortunately were found in a very poor condition in some of
the companies that was visited at the beginning of this research. At the end of this project, the
improvement of the equipments reached good results. The SIG, as well as the SPT, was
valued, and it also reached the necessities that were showed at the very beginning of the
research.
Key Words: Standard Penetration Test (SPT). Bore Hole. Geographic System Information
(GIS).
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Amostrador padrão bipartido ................................................................................. 16
Figura 02 – Equipamentos utilizados no ensaio de SPT .......................................................... 17
Figura 03 - Determinação do local dos furos ........................................................................... 18
Figura 04 - Estrutura de um Sistema de Informação Geográfica ............................................. 23
Figura 05 - Fluxograma de realização da presente pesquisa .................................................... 25
Figura 06 - Revestimento com a luva soldada.......................................................................... 27
Figura 07 - Localização dos pontos.......................................................................................... 28
Figura 08 - Início da inserção dos resultados ........................................................................... 29
Figura 09 - Mapa do contorno político do município de Tubarão com os pontos inseridos .... 32
Figura 10 - GPS utilizado para localização dos pontos ............................................................ 33
Figura 11 - Detalhe da transferência de dados ......................................................................... 33
Figura 12 - Edição do Sistema de Informações Geográficas (SIG) ......................................... 34
Figura 13 - Laudo de sondagem no Ponto 01........................................................................... 37
Figura 14 - Laudo de Sondagem no Ponto 02 .......................................................................... 39
Figura 15 - Laudo de Sondagem no Ponto 02 .......................................................................... 40
Figura 16 - Laudo de Sondagem no Ponto 03 .......................................................................... 42
Figura 17 - Laudo de Sondagem no Ponto 03 .......................................................................... 43
Figura 18 - Laudo de Sondagem no Ponto 04 .......................................................................... 44
Figura 19 - Laudo de Sondagem no Ponto 04 .......................................................................... 45
Figura 20 - Laudo de Sondagem no Ponto 05 .......................................................................... 46
Figura 21 - Laudo de Sondagem no Ponto 06 .......................................................................... 48
Figura 22 - Laudo de Sondagem no Ponto 07 .......................................................................... 49
Figura 23 - Laudo de Sondagem no Ponto 08 .......................................................................... 50
Figura 24 - Laudo de Sondagem no Ponto 09 .......................................................................... 52
Figura 25 - Laudo de Sondagem no Ponto 10 .......................................................................... 53
Figura 26 - Mapa com as ruas e pontos inseridos no Arcview ................................................. 54
Figura 27 - Mapa com o laudo linkado..................................................................................... 55
Figura 28 - Tripé utilizado para sondagem............................................................................... 56
Figura 29 - Haste de fixação do tripé ....................................................................................... 57
Figura 30 - Sistema de morsa ................................................................................................... 58
Figura 31 - Amostrador padrão utilizado na pesquisa.............................................................. 59
Figura 32 – Reservatório .......................................................................................................... 60
8
Figura 33 - Caminhão utilizado na pesquisa ............................................................................ 61
Figura 34 – Resultado dos equipamentos ................................................................................. 62
Figura 35 – Imagens da aplicação prática de métodos descritos na presente pesquisa ............ 63
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 13
2.1 ENSAIO SPT...................................................................................................................... 15
2.1.1 Equipamentos ................................................................................................................ 15
2.1.2 Determinação dos furos................................................................................................. 17
2.1.3 Execução do ensaio ........................................................................................................ 18
2.1.4 Elaboração do relatório................................................................................................. 20
2.2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) ................................................ 20
2.2.1 Organização e estrutura de um SIG ............................................................................ 22
2.2.2 Evolução do SIG ............................................................................................................ 23
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 25
3.1 PLANEJAMENTO............................................................................................................. 25
3.2 MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS ........................................................................... 26
3.2.1 Tripé................................................................................................................................ 26
3.2.2 Hastes .............................................................................................................................. 26
3.2.3 Ferramentas ................................................................................................................... 26
3.2.4 Equipamentos de lavagem ............................................................................................ 27
3.2.5 Revestimentos ................................................................................................................ 27
3.2.6 Equipamentos utilizados para fabricação ................................................................... 27
3.3 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS........................................................................................ 28
3.4 DIGITALIZAÇÃO DOS LAUDOS................................................................................... 28
3.4.1 Aplicação dos Resultados do Ensaio ............................................................................ 29
3.5 CRIAÇÃO DE UM SIG..................................................................................................... 30
3.5.1 Levantamento e armazenamento de dados ................................................................. 31
3.5.2 Edição do mapa com os pontos georreferenciados ..................................................... 32
3.5.3 Transferência de dados ................................................................................................. 33
3.5.4 Edição do SIG ................................................................................................................ 34
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 36
4.1 CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS DOS SOLOS ATRAVÉS DE LAUDOS DE
SONDAGENS SPT .................................................................................................................. 36
10
4.2 BANCO DE DADOS EM SIG........................................................................................... 54
4.3 RESULTADOS DOS EQUIPAMENTOS CONSTRUÍDOS E ADQUIRIDOS............... 55
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 64
6 SUGESTÕES ....................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com Higashi (2006), o litoral brasileiro apresenta seu relevo acidentado
ou com grandes extensões de áreas planas de características geotécnicas variadas, que podem
apresentar solos sedimentares com profundos perfis de argilas moles (Solos Gleis e
Orgânicos) e areias quartzosas, e solos residuais de diferentes rochas de origem, e, portanto,
pertencentes a diferentes classes.
Nos dias de hoje, um dos grandes problemas para se realizar um projeto de
construção civil que está associado a geologia da engenharia, é a falta de informações desse
meio ou mesmo com essas informações, é a falta de confiança em que elas são repassadas.
Ao longo da história da engenharia civil, o uso de sondagens a percussão do tipo
Ensaio de Penetração Padrão (SPT) consiste em um importante apoio, e às vezes único, nas
investigações geológicas e geotécnicas de projetos de fundação, estabilidade em taludes,
execuções de drenagens, etc.
O município de Tubarão por encontrar-se na faixa costeira, foi escolhido para a
realização deste trabalho, por ter seu perfil geotécnico com características diferenciadas,
sendo isso o indicativo principal para iniciar-se um projeto de construção civil. O índice de
resistência do solo em diversos locais no município é baixo, sendo que isso provoca
mudanças no projeto e no orçamento da obra.
O SPT é um ensaio que apresenta certa carência tanto na mão-de-obra
especializada como nos equipamentos utilizados. Por ser um ensaio que a utilização da mão-
de-obra é um requisito essencial para a sua execução, foi necessário o treinamento de três
profissionais que não eram habilitados e não possuíam nenhum conhecimento do ensaio para
a realização desse ensaio.
Devido a essa necessidade de melhorias do ensaio, este trabalho vem com o
intuito de construir os equipamentos utilizados no ensaio de acordo com a NBR 6484, e assim
realizando algumas melhorias na montagem dos equipamentos que forem utilizados.
O presente trabalho apresenta como proposta a utilização de um Sistema de
Informações Geográfica (SIG), que se inicia da estruturação de um banco de dados com os
laudos que foram elaborados dos ensaios realizados.
O termo Sistema de Informação Geográfica caracteriza os sistemas de informação
que tornam possível a captura, modelagem manipulação, recuperação, análise e apresentação
de dados referenciados geograficamente. A manipulação dos dados em ambiente SIG
12
possibilitou a geração dos laudos elaborados e, consequentemente a facilidade de localizar os
pontos de ensaios que serão realizados futuramente.
1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é propor um estudo da sondagem SPT no
município de Tubarão, obtendo melhorias para o ensaio. E a criação de um banco de dados
com finalidade de usar como ferramenta um Sistema de Informações Geográficas.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Obter melhoria para a execução do ensaio;
b) elaborar laudos;
c) inserir mapas na extensão DXF para o Arcview e converter em SHP;
d) utilização de um SIG no ensaio;
e) analisar comportamento geotécnico dos solos do município;
f) gerar um mapa com os pontos em que foram realizados os ensaios.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Schnaid (2000) o Standard Penetration Test (SPT) é reconhecidamente a
mais popular, rotineira e econômica ferramenta de investigação em praticamente todo mundo,
permitindo uma indicação da densidade de solos granulares, também aplicado à identificação
da consistência de solos coesivos e mesmo de rochas brandas. Métodos rotineiros de projetos
de fundações diretas e profundas usam sistematicamente os resultados de SPT, especialmente
no Brasil. Observa-se nos dias de hoje, que apesar do baixo custo deste tipo de ensaio, várias
fundações de edificações são ainda dimensionadas sem o conhecimento do subsolo.
Ressalta-se que é comum observar o dimensionamento dos elementos de
fundações apenas por métodos empíricos, tais como a observação do solo. Este processo se dá
no momento da locação da obra, onde é construída a fossa para o barracão. Neste momento, o
solo é observado e avaliado a sua capacidade de suporte.
Apesar de não sugerido, este continua sendo um método muito utilizado, pois
através desta técnica não é possível determinar a resistência e, sobretudo, a compressibilidade
das diferentes camadas de solos que porventura apareçam no decorrer da profundidade.
No município de Tubarão, verifica-se que muitas construções ainda são realizadas
sem a utilização do SPT. Normalmente, tanto os engenheiros quanto os proprietários, relatam
que “Não é necessário... É um banhado, tenho que colocar estacas”. Talvez este tipo de
mentalidade não comprometa o uso final da obra, porém, pode provocar uma menor economia
dos insumos utilizados no momento de dimensionar os elementos de fundações.
Segundo Higashi (2006) grande parte dos solos do centro urbano de Tubarão é
composta de solos moles. A proximidade com o mar e o relevo plano onde se encontra o
município, favoreceu o surgimento deste tipo de solo.
Apesar de apresentar resistência em certas profundidades, muitos lugares do
município de Tubarão são desfavoráveis para a construção civil.
O SPT é um ensaio com um custo relativamente baixo, fornece dados para o
dimensionamento de uma fundação, tem facilidade de execução e possibilidade de trabalho
em difícil acesso, possibilita a determinação do nível freático, permite descrever o solo em
profundidade, fornece um índice de resistência à penetração correlacionável com a
compacidade ou a consistência dos solos.
As primeiras experiências de que se têm notícias envolvendo este ensaio no
Brasil, remontam os fins da década de 1930 a partir da criação da Seção de Solos e Fundações
do IPT.
14
Belicanta e Cintra (1998 apud NASCIMENTO, 2006) agruparam fatores
intervenientes no ensaio SPT, que nas condições brasileiras, estão em conformidade às
atividades necessárias à execução desta sondagem/ensaio SPT:
a) aqueles referentes ao avanço da perfuração, interferindo na limpeza, na
estabilidade do furo de sondagem, ou diretamente nas condições do solo no local e
no momento da cravação do amostrador;
b) aqueles referentes à energia existente no martelo no instante do impacto, bem
como sua transferência às hastes e esta até o amostrador;
c) aqueles referentes à normalização existente ou mesmo desvio deliberado à
mesma, conduzindo geralmente à descaracterização do ensaio SPT.
Belicantra e Cintra (1998 apud NASCIMENTO, 2006), ainda complementam
esses fatores com aqueles associados à manutenção inadequada de equipamento ou mesmo a
falta de treinamento e habilitação das equipes responsáveis pela organização, execução e
controle das atividades de campo e de elaboração dos relatórios definitivos que contêm os
resultados das sondagens/ensaios. Os resultados das comparações de eficiência com as
diferentes condições do ensaio SPT, tipos de martelo, cordas ou cabos de aço, tipos e
condições de hastes, entre outros, são expressos em porcentagem de eficiência nos
comparativos de Belicantra e Cintra (1998), deixando bem claro os problemas do ensaio SPT.
No início da década de setenta, o SPT já experimentava uma série de
questionamentos. Alguns pesquisadores se referiam ao ensaio como não padronizado,
enquanto Fletcher (1965 apud NASCIMENTO, 2006) apontava seus “usos e abusos”, ao
mesmo tempo em que questionava a acurácia dos projetos com base no índice de resistência à
penetração medida. Mesmo assim ele resistiu e continuou sendo o método de investigação de
campo mais utilizado em todo mundo.
Cavalcante (2006) relata que quanto ao martelo, os principais fatores que podem
influenciar os resultados dizem respeito ao peso, à altura de queda, ao uso ou não do coxim de
madeira e à possível excentricidade, quando a haste guia não se encontra bem fixada. A
cabeça de bater desempenha papel importante no fenômeno da transmissão da energia de
impacto do martelo para composição de hastes (BELICANTA, 1998). Os fatores associados
às hastes, apontados como relevantes são o tipo (massa, diâmetro) e o comprimento e no que
tange à influência do revestimento, existe a suposição de que esta apresenta relação estreita
entre o diâmetro externo e o interno do amostrador.
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De acordo com Belicanta (1985,1998), os fatores ligados ao amostrador são:
diâmetro, razão de área projetada, rugosidade das paredes externa e interna, forma e estado da
sapata cortante, folga externa e interna, área e forma das aberturas de alívio.
Os fatores relacionados aos procedimentos são: avanço, limpeza e estabilidade do
furo, profundidade relativa do furo e do revestimento, intervalo de tempo entre a perfuração e
a amostragem, espaçamento entre amostragens subseqüentes, profundidades de penetração do
amostrador (BELICANTA, 1998).
Com o decorrer dos anos, o SPT foi evoluindo, além de ter recebido uma
contribuição adicional com a medição do torque (SPT-T) após o ensaio de penetração.
2.1 ENSAIO SPT
O Ensaio de Penetração Padrão tem como objetivo fornecer a profundidade das
camadas do subsolo, a descrição das camadas através de uma análise táctil visual, a
determinação da profundidade do nível do lençol freático e obtém através do número de
golpes, o índice de resistência a penetração.
O ensaio de SPT constitui uma ferramenta simples para a verificação das
condições geotécnicas do subsolo. Este equipamento é constituído de um tripé, bomba
injetora de água, amostrador padrão, peneiras, hastes, trépanos, baldes, cabos e mangueiras.
2.1.1 Equipamentos
Conforme a NBR 6484 a aparelhagem padrão para o ensaio compõe-se dos
seguintes equipamentos:
a) tripé com roldana que é utilizado para o melhor manuseio das hastes;
b) trado concha, a qual deve ter cerca de cem milímetros de diâmetro, estando sua
finalidade direcionada à inicialização do ensaio até o primeiro metro de
profundidade, para a cravação do amostrador;
c) tubos de revestimento que devem ser de aço, com diâmetro nominal interno de
sessenta e sete ou setenta e seis milímetros diâmetro nominal interno. Servem para
o retorno da água e do material expelido pelo avanço do trépano e impede o
desmoronamento do furo;
d) sapata de revestimento que serve para apoiar o revestimento, deixando-o
estável;
16
e) hastes de lavagem e penetração, as quais são constituídas de tubos de aço com
diâmetro nominal de vinte e cinco milímetros e massa teórica igual a três quilos e
vinte e três gramas por metro. Devem ser retilíneas e dotadas de rosca em bom
estado. As hastes são constituídas por luvas de aço apertadas, que servem para
acoplar as hastes, o trépano de lavagem e o amostrador. As hastes são utilizadas
para a injeção de água no interior do furo e na cravação do amostrador padrão;
f) amostrador padrão que deve ter rigorosamente a forma e as dimensões
conforme a figura 01, ou seja, diâmetro externo com cerca de cinqüenta
milímetros (igual a 50,8 mm) e interno com aproximadamente trinta e cinco
milímetros (igual a 34,9 mm) tendo ou não o corpo bipartido. O amostrador
padrão obtém o Índice de Resistência à Penetração (NSPT), e fornece amostra do
solo indeformado;
Figura 01 - Amostrador padrão bipartido. Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos: método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
g) martelo padronizado, consistindo de uma massa de ferro de sessenta e cinco
quilos e tem como finalidade a cravação do amostrador. O martelo maciço deve
ter uma haste guia com um metro e vinte centímetros de comprimento, com uma
marcação a setecentos e cinqüenta milímetros da cabeça de bater;
h) batentes do tubo de revestimento e das hastes – constituída por um tarugo de
aço, tem como finalidade proteger as luvas de aço das hastes e dos revestimentos
do impacto do martelo;
i) balde que tem como finalidade armazenar a água que circula no furo. Na parte
superior do balde é colocada uma peneira para reter o material retirado do furo;
j) medidor do nível de água, o qual é utilizado após a execução do ensaio,
servindo para verificar a profundidade do nível de água imediato e após vinte e
quatro horas do ensaio;
l) trena, cuja finalidade é a locação dos furos;
17
m) recipiente para amostra: as amostras retiradas do amostrador e retidas pela
peneira são colocadas em recipientes de madeira com divisórias ou em sacos
plástico com a discriminação do furo e sua profundidade;
n) bomba de água motorizada montada sobre um chassi de ferro, com o fim de
injetar água numa vazão de seis mil litros por hora para dentro do furo;
o) ferramentas gerais utilizadas na execução do ensaio.
Na figura 02 são apresentados alguns equipamentos citados anteriormente e como
eles são fixados e instalados no ensaio de sondagem a percussão:
Figura 02 – Equipamentos utilizados no ensaio de SPT. Fonte: CAMPOS, Iberê M. Tipos de solo e investigação do subsolo: entenda o ensaio, a percussão e seu famoso índice SPT. Disponível em: < http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=126 >.
2.1.2 Determinação dos furos
O número de furos do ensaio é dado a partir da área projetada da construção. Com
base na Tabela 01 determinamos a quantidade mínima de furos necessários para a execução
do ensaio.
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Tabela 01 – Determinação do número de furos
Área de projeção da construção (m²)
Número mínimo de furos
< 200 2
200 a 600 3
600 a 800 4
800 a 1000 5
1000 a 1200 6
1200 a 1600 7
1600 a 2000 8
2000 a 2400 9
>2400 a critério Fonte: HIGASHI, Rafael A. R. Fundações. Apostila. Curso de Engenharia Civil. Universidade do Sul de Santa Catarina, 2006.
Determinada a quantidade de furos, é escolhido o local onde o ensaio será
realizado. Os furos são caracterizados como SP1, SP2 para uma melhor interpretação do laudo
de sondagem. Conforme a figura 03, a locação dos furos deve cobrir toda a área carregada e a
distância entre os furos não deve ser superior a trinta metros.
Figura 03 - Determinação do local dos furos. Fonte: Elaboração do autor.
Alguns fatores que determinam a profundidade do furo são as condições
geológica do local e o bulbo de tensão gerado pela fundação prevista. É comum na realização
do ensaio o Responsável Técnico da contratante determinar a profundidade do furo.
2.1.3 Execução do ensaio
19
O ensaio inicia-se com a limpeza do local, e com a fixação do tripé. Em seguida
começa o avanço com o trado concha ou manual.
Na execução do ensaio, a ABNT padroniza o avanço do trado concha ou manual
até o primeiro metro, nas operações subseqüentes de perfuração deve ser utilizado trado
helicoidal até atingir o nível d’água freático. Quando o avanço de perfuração com o trado
helicoidal for inferior a cinqüenta milímetros após dez minutos de operação, ou no caso de
solos aderentes ao trado, passa-se ao método de perfuração por circulação de água.
Após o avanço com o trado, é realizada a cravação do amostrador padrão no
primeiro metro, em seguida, com o auxílio do martelo coloca-se o revestimento, com a bica,
que ajudará na circulação da água.
Com o auxílio de uma bomba d’água motorizada, e com um trépano de lavagem
(peça cortante de metal), passa-se a utilizar o avanço por percussão com circulação d’água,
onde o trépano é utilizado como ferramenta de perfuração e a circulação de água serve para
remoção do material. São registradas as mudanças de camadas pela observação, através do
material trazido a superfície pela água de lavagem. O revestimento deve ficar no mínimo a
cinqüenta centímetros do fundo, somente em casos de fluências do solo para dentro do furo,
será admitido deixar na mesma profundidade do fundo do furo. Em caso de sondagens
profundas, onde a descida ou a remoção de tubos for problemática, utilizam-se lamas de
estabilização no lugar do revestimento.
O ensaio de penetração deve ser realizado a cada metro a partir de um metro de
profundidade. A cravação do amostrador consiste no impacto de um martelo com peso de
sessenta e cinco quilos, caindo a uma altura de setecentos e cinqüenta milímetros, caso o
amostrador padrão avance apenas com o peso do martelo, considera-se o NSPT igual a zero.
Considera-se impenetrável na Sondagem à Percussão quando se obtiver no ensaio
as seguintes condições:
a) quando, em três metros sucessivos, se obtiver índices de penetração maior do
que quarenta e cinco/quinze centímetros;
b) quando, em quatro metros sucessivos, forem obtidos índices de penetração
entre quarenta e cinco/quinze centímetros e quarenta e cinco/trinta centímetros;
c) quando, em cinco metros sucessivos, forem índices de penetração entre
quarenta e cinco/trina centímetros e quarenta e cinco/quarenta e cinco centímetros.
Ao término do ensaio e após vinte e quatro horas verifica-se o NA (nível d’água),
e relata-se no laudo.
20
Desta forma, é necessária a execução das seguintes etapas, para a execução do
ensaio:
a) instalação do tripé;
b) montagem dos equipamentos de lavagem;
c) início do furo com o auxílio do trado concha;
d) cravação do amostrador no primeiro metro de ensaio;
e) cravação do primeiro metro de revestimento;
f) continuação do furo pelo método de lavagem.
2.1.4 Elaboração do relatório
Após a execução do ensaio, o relatório montado pelo sondador responsável é
analisado e inserido em um software construído especialmente para o ensaio.
O relatório apresenta as seguintes informações:
a) nome da empresa contratada;
b) nome da empresa contratante;
c) número do furo;
d) identificação do local da obra;
e) data de entrega do laudo e da execução do serviço;
f) profundidade do nível d’água imediato e após vinte e quatro horas;
g) profundidade das camadas;
h) classificação das camadas;
i) gráfico dos golpes;
j) número de golpes nos trinta e quarenta e cinco centímetros;
l) nome do responsável técnico;
m) algumas observações, quando necessário.
Complementando o laudo anexa-se um croqui com a locação dos furos, para a
obtenção de noção exata de onde foi executado o ensaio.
2.2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG)
SIG é um conjunto de ferramentas computacionais (software e hardware)
compostos de equipamentos e programas que por meio de técnicas, integra dados, pessoas e
instituições, de forma a tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento, a análise
21
e a disponibilização, a partir de dados georreferenciados, de informação produzida por meio
das aplicações disponíveis, visando maior facilidade, segurança e agilidade nas atividades
humanas referentes ao monitoramento, planejamento e tomada de decisão relativa ao espaço
geográfico através dos produtos gerados pelo sistema, que são arquivos digitais contendo
mapas, gráficos, tabelas e relatórios convencionais, relatou Máximo (2004).
De acordo com Câmara (1993 apud HIGASHI, 2006), as principais características
do SIG são:
a) integrar informações espaciais de dados cartográficos, censitários, e de
cadastramento, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno em uma
única base de dados;
b) cruzar informações por meio de algoritmo de manipulação gerar mapeamentos
derivados;
c) consultar, recuperar, visualizar e permitir saídas gráficas para o conteúdo da
base de dados geocodificados.
Uma das características básicas do SIG é tratar relações espaciais entre objetos
geográficos, como quando se pretende cruzar mapas ou informações espaciais. Para o
procedimento desta prática é necessário que, no processo de integração, sejam consideradas as
relações entre as classes de cada tema, as quais se denominam relações topológicas. Os mapas
correspondem às informações espaciais georreferenciadas, planos de informações temas ou
layers. As classes correspondem a objetos geográficos como pontos, linhas ou polígonos,
relatou Higashi (2006).
Uma das vantagens do SIG é que eles podem manipular dados gráficos e não
gráficos de forma integrada, provendo uma forma consistente para análise e consulta
envolvendo dados geográficos. Pode-se permitir, por exemplo, acesso a registros de imóveis a
partir de sua localização geográfica. Além disso, pode fazer conexões entre diferentes
entidades, baseados no conceito de proximidade geográfica, afirmam Lisboa e Iochpe (1996).
Existem diversos tipos de sistemas que manipulam dados espaciais, como os
sistemas de cartografia automatizada e os sistemas de CAD (projeto auxiliado por
computador), porém, os SIG se diferenciam desses sistemas por dois motivos principais.
Primeiro, por sua capacidade de representar os relacionamentos espaciais (ou topológicos)
entre fenômenos geográficos. Segundo, por permitir a realização de complexas operações de
análise espacial com os dados geográficos, relata Lisboa (2001).
Huxhold (1991 apud HIGASHI, 2006) relata que o SIG tradicional tem como
propósito primeiramente e acima de tudo a análise espacial. Portanto, a captura dos dados e
22
produção cartográfica podem ser limitadas. A capacidade de análises dos dados apóia
tipicamente a tomada de decisões para projetos específicos e/ou áreas geográficas limitadas.
As características da base de dados cartográficos (exatidão, continuidade, completitude, etc.)
são tipicamente apropriadas para produção de mapas em pequena escala. Os dados podem
estar disponíveis na forma vetorial (vetores) ou raster (pixels).
Segundo Higashi (2006), as definições de SIG refletem cada um à sua maneira, a
grande variedade de usos e visões possíveis desta tecnologia. Duas características podem ser
apontadas como principais em um Sistema de Informações Geográficas:
a) possibilitam a integração, em uma única base de dados, de informações
geográficas provenientes de fontes diversas tais como dados cartográficos,
imagens de satélites, modelos numéricos do terreno, gráfico em geral, etc.;
b) oferecem mecanismos para recuperar, manipular e visualizar estes dados,
através de algoritmos de manipulação e análise.
Mendes e Lorandi (2004 apud HIGASHI, 2006) utilizam Sistemas de Informações
Geográficas para realizar mapeamento do potencial de colapso do maciço de solos de São
José do Rio Preto (SP). Para a delimitação de universos geotécnicos foram coletados mil
duzentos e oitenta e três relatórios de sondagens de simples reconhecimento e realizados
ensaios oedométricos para determinação do potencial de colapso. Como resultado final da
pesquisa foi apresentado uma carta com classes de adequabilidade à ocupação dos solos, cuja
classificação varia de favorável à restritiva, baseada no potencial de colapso.
2.2.1 Organização e estrutura de um SIG
A estrutura de um SIG consiste em ‘dados’, ‘informações’ e ‘conhecimento’. Os
dados são conjuntos de valores que podem ser: numéricos, alfabéticos e gráficos. Estes dados
são ‘entes neutros’, não falam por si mesmos, só passam a ter significados quando
transformados em informações. ‘Informação’ é um termo usado para designar ou sugerir
atributos sobre um conjunto de dados. O ‘conhecimento’ só se efetiva quando construímos
uma ‘imagem’ do objeto. Estas partes sempre se constituirão em parte do sujeito e parte do
objeto, segundo Ferreira (1994).
O banco de dados geográficos corresponde a um conjunto de arquivos, nos quais
são armazenados dados que são transformados em informações e de acordo com o fim a que
se destinam são passíveis de manipulação mediante programas de gerenciamento, que
permitem executar rotinas, as quais possibilitarão o controle do operador do sistema, através
23
de entrada e saídas de dados novos. Para um SIG um banco de dados é a razão da sua
existência e de sua utilidade.
A figura 04 fornece uma noção da estrutura de um sistema geográfico de
informação.
Figura 04 - Estrutura de um Sistema de Informação Geográfica. Fonte: MEDEIROS, J. S. Geoprocessamento para estudos ambientais. São José dos Campos: INPE/SEBRAE, 2000.
2.2.2 Evolução do SIG
Dantas (1996 apud MENESES, 2003) divide o SIG em três fases: manipulação e
visualização de banco de dados (Fase1), operações analíticas de dados não gráficos e estrutura
organizacional (Fase 2) e análise espacial (Fase 3).
Implantada a partir da década de cinqüenta do século passado, a primeira fase foi
iniciada pela necessidade de armazenar, organizar, processar e visualizar dados, resultantes de
projetos específicos do setor. Isso deu origem às primeiras versões do SIG, baseadas na
manipulação e visualização de dados.
Na segunda fase, o aumento da capacidade de processamento e de memória nos
computadores possibilitou novas concepções e a popularização do SIG. Nesta nova
perspectiva, as operações analíticas eram enfatizadas por meio de modelos matemáticos com
dados numéricos não gráficos. A popularização do SIG fez surgir a necessidade de formação
INTERFACE HOMEM MÁQUINA
ENTRADA E INTEGRAÇÃO
DE DADOS
VISUALIZAÇÃO E PLOTAGEM
CONSULTA E ANÁLISE ESPACIAL
BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS
GERENCIA DE DADOS ESPACIAIS
24
de recursos humanos para manusear esta tecnologia, bem como a preocupação com a
formação de uma estrutura organizacional para o uso do SIG.
Nos anos oitenta do Século XX, a terceira fase foi marcada pela redução de
recursos para a pesquisa científica em contraponto ao crescimento do setor industrial e
comercial do SIG. Nesta fase o potencial do SIG teve maior exploração técnico-científica,
caracterizada pela combinação de atributos não geográficos com as relações topológicas dos
objetos geográficos para efetuar análises espaciais sobre dados georreferenciados.
25
3 METODOLOGIA
O fluxograma da figura 05 apresenta a metodologia utilizada para a realização
desta pesquisa:
Figura 05 - Fluxograma de realização da presente pesquisa. Fonte: Elaboração do autor.
3.1 PLANEJAMENTO
Foi verificada a disponibilidade e a viabilidade para realização do estudo.
Definida a concretização para a realização desta pesquisa, foi iniciado o TCC. Desde a
compra do caminhão, software, dos materiais para montagem dos equipamentos e realização
do ensaio até as pesquisas em busca de material teórico, mapas e etc.
PLANEJAMENTO
ANÁLISE DE RESULTADOS
REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS (SPT)
APLICAÇÃO DOS RESULTADOS
MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS
ESTRUTURAÇÃO DE UM SIG
CRIAÇÃO DE UM BANCO DE DADOS
CONSTRUÇÃO DE PERFIS DO SOLO
ANÁLISE DOS RESULTADOS
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
PROFUNDIDADE DE CAMADAS
NÚMERO DE GOLPES
POSIÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO
26
Esta etapa, apesar de pouco mencionada nos trabalhos científicos, caracteriza-se
por ser reconhecidamente de muita importância, pois neste momento é avaliada a viabilidade
de todos os trabalhos.
3.2 MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS
Após uma análise de custos, a montagem dos equipamentos começou pela compra
dos materiais. Vários equipamentos foram utilizados para a montagem, sendo exemplos: um
torno mecânico, máquinas de solda, lixadeira, entre outros.
Para se obter um melhor entendimento, apresenta-se o procedimento de
montagem de alguns dos equipamentos e em seguida algumas fotos.
3.2.1 Tripé
Para a montagem do tripé, foram comprados os seguintes materiais:
a) vinte metros de tubo com sessenta e três milímetros e meio de diâmetro e
parede de quatro milímetros;
b) cinco metros de tubo com cerca de trinta e oito milímetros (igual a 38,1 mm) de
diâmetro e parede com dois milímetros;
c) dez metros de cabo de aço;
d) materiais para a construção da catraca;
e) roldana com pino de fixação;
f) quatro hastes pontiagudas.
3.2.2 Hastes
Conforme NBR 6484, as hastes compradas foram de aço, com um diâmetro
nominal de vinte e cinco milímetros e acoplado luvas para uni-las. As hastes possuem
comprimento de dois metros e um metro.
3.2.3 Ferramentas
Algumas ferramentas foram fabricadas e outras por motivo de serem impossíveis
de fabricar, foram compradas.
27
3.2.4 Equipamentos de lavagem
Para a construção do ‘T’ de lavagem foram compradas algumas peças e em
seguida montadas. Pelo motivo de não encontrar uma peneira que tivesse uma tela mais fina,
foi necessário à compra de outra tela e adaptá-la, para evitar a passagem dos grãos miúdos.
3.2.5 Revestimentos
Para os revestimentos foram comprados tubos e luvas de aço com diâmetro de
duas polegadas e meia. As roscas de fixação dos tubos tiveram que ser feitas em um torno,
pois os tubos eram de seis metros de comprimento e foram divididos em três partes.
A figura 06 mostra o tubo após ser dividido e a luva que foi utilizada nos
revestimentos com a finalidade de uni-los na execução do ensaio.
Figura 06 - Revestimento com a luva soldada. Fonte: Elaboração do autor.
3.2.6 Equipamentos utilizados para fabricação
Para fabricação das peças foram utilizados os seguintes equipamentos:
a) máquina de solda;
b) lixadeira;
c) torno mecânico;
28
d) maçarico;
e) poli-corte, etc.
3.3 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS
Após a montagem dos equipamentos, foram realizados os ensaios. Foram
escolhidos dez pontos no município de Tubarão, sendo que os pontos foram determinados em
locais diferentes para se obter um melhor perfil do solo na região.
A figura 07 mostra o local onde foram realizados os ensaios.
Figura 07 - Localização dos pontos. Fonte: Site Google, 2008.
3.4 DIGITALIZAÇÃO DOS LAUDOS
Nesta etapa foi necessário o auxílio de um Software, programado exclusivamente
para este tipo de ensaio. O software gera um arquivo em BMP que em seguida é convertido
para JPEG após aplicação dos resultados. Este procedimento de conversão de dados teve que
SP_005
SP_006
SP_002
SP_003
SP_004
SP_001
SP_008
SP_007 SP_009
SP_010
29
ser adotado, uma vez que o programa (Arcview) não aceita muitas extensões de imagens.
Desta forma, a conversão foi necessária.
O software utilizado para a criação dos laudos foi adquirido pela empresa Locks
Sondagens, sendo que os direitos autorais estão em nome de Vitor Mancilha (Autor do
software). Este programa auxiliou no desenvolvimento dos laudos de sondagens, permitindo
assim que os mesmos apresentassem uma formatação única, facilitando a leitura e
armazenamento pelo banco de dados.
3.4.1 Aplicação dos Resultados do Ensaio
Conforme pode ser observado através da figura 08, a aplicação e a inserção dos
dados no software pode ser iniciada pelas seguintes etapas:
a) cadastro do cliente e ensaio;
b) número do furo;
c) data do início e do término do furo;
d) nível d’água imediato e após doze horas;
e) profundidade do avanço por trado e por lavagem;
f) nome do Engenheiro, Operador e Geólogo;
g) observações, quando necessário, etc.
Figura 08 - Início da inserção dos resultados. Fonte: MANCILHA, Vitor. Software Sondagem 95.
a b
c
d
e
f
g
30
Após aplicar os dados do furo, iniciam-se a classificação das camadas. Com base
no relatório elaborado pelo sondador em campo, a profundidade, classificação e textura das
camadas são inseridas no software.
O número de golpes (NSPT) é inserido no software em três campos, sendo que
cada campo equivale aos quinze centímetros penetrados pelo amostrador padrão.
Estes valores, considerados os mais importantes do ensaio de sondagem SPT,
serão de grande valia para a criação de gráficos de penetração do amostrador padrão
(resistência – número de golpes) versus a profundidade (m).
Ressalta-se que a classificação realizada em campo pelo sondador é tátil e visual.
Dessa forma, alguns erros podem ocorrer nesta etapa, sobretudo quanto os dados referentes à
granulometria e cor.
Não são observadas através do toque e observações visuais significativas
diferenças entre uma areia argilosa e uma argila arenosa. Apesar disso, para o comportamento
mecânico dos solos, principalmente no que diz respeito aos aterros, esta diferença é
fundamental.
Em relação à coloração dos solos, normalmente utiliza-se o termo ‘variegado’
para materiais que apresentam mais de duas cores, possibilitando alguns erros, no que diz
respeito à correta classificação das amostras.
3.5 CRIAÇÃO DE UM SIG
Com base nos laudos elaborados, nesta etapa será montado um banco de dados
organizado em um Sistema de Informações Geográficas. Para a criação do SIG serão
utilizados os Softwares Autocad 2007 e Arcview GIS 3.2.
No software de CAD (Computer Aided Design), os dados de campo foram
editados e referenciados. Esta etapa, apesar de não estar caracterizada como um resultado vem
sido descrita como extremamente trabalhosa.
No software de SIG, os dados editados em CAD foram importados e
georreferenciados, sobretudo os pontos de realização de ensaios.
Segundo Higashi (2006), a base de dados deve estar organizada de tal forma que
não permita a redundância de dados, garanta o acesso rápido das informações, possibilite a
sua atualização contínua e permita que o sistema possa ser utilizado por um grande número de
usuários, atendendo às características atuais da terceira geração de SIG.
31
O SIG foi utilizado, inicialmente, como uma forma de armazenar os dados
gerados em campo através dos laudos de sondagens SPT. Espera-se que futuramente, este
sistema computacional, auxilie na estimativa de comportamento geomecânico dos solos
através de outras pesquisas e para a própria empresa. Isto significa dizer que, quando existir a
necessidade de um novo furo de sondagem, a empresa estará pronta para a execução, pois já
se tem noção da profundidade do impenetrável.
Uma vez que se tenha a estimativa dos solos locais, este procedimento auxilia
preliminarmente no dimensionamento da quantidade de água e hastes a serem transportadas
para o local.
Por exemplo, caso seja uma região de solos arenosos, sabe-se que a quantidade de
água a ser utilizada na lavagem do furo é grande, desta forma, prepara-se para tal evento.
Outro exemplo reside no fato da espessura das camadas de solos. Em Tubarão, os
solos moles predominam, sendo que estes ocorrem em diversas profundidades. Desta forma,
tendo a noção da profundidade do impenetrável, leva-se à obra um número previamente
dimensionado de hastes, considerando um certo fator de segurança.
Talvez a grande função do software seja a estimativa de comportamento
geotécnico dos solos de Tubarão. Observa-se que, como apresentado em Higashi (2006), os
solos podem ser estimados, segundo o banco de dados de sondagens. Dessa forma, com o
passar do tempo, a estruturação do banco de dados irá ficar cada vez mais significativa, com
um volume maior de dados, e assim, maior eficácia do mesmo.
Ressalta-se ainda que o banco de dados criado caracteriza-se por apresentar
grande dinâmica na inserção dos dados de campo, e desta forma, apresenta uma atualização
constante de seu conteúdo.
3.5.1 Levantamento e armazenamento de dados
Para o levantamento dos dados foi necessária a utilização de um GPS (Sistema de
Posicionamento Global). Em cada ensaio realizado, foram coletados os pontos com suas
respectivas coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator). Para o armazenamento de
todos os dados, foi gerada uma nova pasta, sendo que no interior desta está dividida em duas
sub-pastas com o nome de Mapas e Sondagens.
Os mapas utilizados para a pesquisa foram os mapas que apresentam os contornos
políticos do município de Tubarão, e o mapa cadastral, construído por volta do ano de 2002,
que contém as ruas, lotes e quadras.
32
Os dados levantados foram incluídos em um sistema de banco de dados criado por
Higashi (2006). A cada nova sondagem, é georreferenciado o ponto e adicionado um campo à
tabela de dados. Desta forma, o sistema é caracterizado por possibilitar uma contínua
atualização dos dados adquiridos em campo, como discutido anteriormente.
3.5.2 Edição do mapa com os pontos georreferenciados
Para esta etapa foi utilizado o mapa com o contorno político do município de
Tubarão. Através do Software Autocad 2007, o mapa do contorno político foi inserido. Na
etapa seguinte foram anexados os pontos de cada ensaio realizado com suas respectivas
coordenadas. Após inserir os pontos georreferenciados no mapa, foram criadas novas layers,
sendo que cada layer representa um ponto e sua nomenclatura. A figura 09 mostra de uma
maneira mais detalhada o mapa com os pontos anexados.
Figura 09 - Mapa do contorno político do município de Tubarão com os pontos inseridos. Fonte: Software AutoCad 2007.
Após a edição do mapa com os pontos georreferenciados, a layer dos mapas é
apagada, ou seja, o arquivo que será exportado para o Arcview irá conter apenas pontos, e em
seguida o arquivo é salvo no formato DXF.
Conforme mostrado na figura 10, foi utilizado um GPS para localização dos
pontos em que foram feitos os ensaios.
33
Figura 10 - GPS utilizado para localização dos pontos. Fonte: Elaboração do autor.
3.5.3 Transferência de dados
A transferência de dados iniciou-se através do arquivo salvo em DXF. Após
iniciar o software, na primeira etapa foram habilitadas todas as extensões que poderiam ser
utilizadas na pesquisa. Para transferir os pontos georreferenciados dos ensaios realizados para
o Arcview, utilizou-se a ferramenta Add Theme. Para trabalhar com o arquivo no Arcview, foi
necessário a mudança de extensão de DXF para SHP (shapefile). A figura 11 mostra as
ferramentas que foram utilizadas para a transferência de dados.
Figura 11 - Detalhe da transferência de dados. Fonte: Software Arcview 3.2.
34
Após esse procedimento foi excluído o arquivo em DXF e trabalhado apenas com
SHP.
Sendo assim os pontos georreferenciados estão inseridos dentro do Arcview.
3.5.4 Edição do SIG
Nesta etapa será apresentada a montagem da estrutura do SIG utilizando o
software Arcview. A estrutura é dada a partir da associação (linkagem)1 das figuras com os
pontos de sondagens georreferenciados. Para um melhor entendimento, é mostrado um
esquema através da figura 12, de como foi realizada a edição do Sistema de Informações
Geográficas através de ferramentas do Arcview.
Figura 12 - Edição do Sistema de Informações Geográficas (SIG). Fonte: Software Arcview 3.2.
O esquema em questão exige as seguintes ações:
a) utilizando a ferramenta Open Theme Table, é aberta uma janela onde é possível
acessar todos os layers inseridos, com suas respectivas nomenclaturas, tais como
fotos, gráficos e informações em formato de texto;
b) para abrir uma nova coluna onde serão linkadas as fotos, utiliza-se a ferramenta
Add Field (adicionar campo), sendo que o field (campo) terá o nome de
‘sondagens’;
1 Termo comumente utilizado na Área da Informática (nota do autor).
a
b
c
35
c) para linkar as imagens digitam-se na tabela o local onde as imagens foram
salvas e os seus respectivos nomes em formato TIFF. Ainda não se sabe ao certo a
razão do programa trabalhar uma pequena variedade de extensões de figuras.
Para concluir esta etapa, após todas as imagens estarem linkadas, utiliza-se a
ferramenta hot link para abrir cada imagem, clicando em seguida em cada ponto. O acesso do
boletim de sondagem é instantâneo e simples.
Em seguida, através da ferramenta Add Theme será incluído no SIG, um mapa
com as ruas georreferenciadas do município de Tubarão, que foi cedido por Higashi (2006).
Esta etapa tem como finalidade facilitar a identificação de cada ponto inserido através das
ruas.
De uma forma global, observa-se que para o SIG em questão apresenta uma
grande capacidade de manipular os dados, mas a acessibilidade final pelo usuário é a sua
maior qualidade.
36
4 RESULTADOS
Neste capítulo os resultados serão apresentados em três partes, divididas da
seguinte forma:
a) características geotécnicas dos solos: esta etapa analisa as características dos
solos, tendo como base os laudos de sondagens SPT apresentados. Serão
discutidos os tipos de solos encontrados e as dificuldades e facilidades de
operação do ensaio de campo;
b) perfis de solos: através dos laudos de sondagens SPT serão construídos alguns
perfis de solos para que se tenha uma melhor aproximação das camadas de solos.
Sabe-se que a grande maioria dos solos do município é composta por solos
sedimentares de argilas moles. Apesar disso, surgem intercalações de areias que
podem modificar as características geotécnicas dos solos, sobretudo do princípio
das tensões efetivas, uma vez que as areias apresentam maior drenagem;
c) modificações no equipamento: algumas modificações do equipamento utilizado
foram realizadas, uma vez que foram observadas determinadas peculiaridades que
não faziam sentido. Desta forma, esta etapa é melhor caracterizada como
desenvolvimento e aprimoramento do equipamento.
4.1 CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS DOS SOLOS ATRAVÉS DE LAUDOS DE
SONDAGENS SPT
Nos ensaios realizados no município de Tubarão foram constatadas as seguintes
características dos pontos de estudo e resultados do SIG para cada um deles:
a) Ponto 1 (SP_001): localizado na Rua Adolfo Corrêa, no Bairro Passagem, teve
a cravação do amostrador padrão realizada até três metros e quarenta e cinco
centímetros, conforme solicitação da contratante. Neste ponto não foi necessário o
avanço por lavagem, por ser uma profundidade baixa, foi realizado por trado.
Conforme mostra o laudo, o nível d’água não foi identificado, pois este se
encontrava abaixo da profundidade estabelecida pela contratante. A figura 13
mostra o laudo de sondagem correspondente.
37
Figura 13 - Laudo de sondagem no Ponto 01. Fonte: Elaboração do autor.
Observa-se que este solo apresenta resistência próxima à superfície, típica de
solos residuais de granito, encontrados na localidade.
O nível de água neste ensaio não foi encontrado no término e nem após vinte e
quatro horas.
b) Ponto 2 (SP_002): sua localização é na Rua Tereza M. de Brito, no Bairro
Revoredo, sendo que neste ponto, a cravação do amostrador foi realizada a partir
de dez metros por solicitação do contratante. Observaram-se algumas dificuldades
na realização do ensaio neste ponto, por ser um solo extremamente arenoso. Foi
necessário revestir o furo até dois metros de profundidade, uma vez que a baixa
38
coesão fazia com que as paredes do furo caíssem no interior do mesmo. Desta
forma, a cada metro cravado, além de usualmente as amostras não retornarem no
amostrador padrão, no momento da lavagem por circulação de água o tubo
fechava. Assim sendo, para executar o furo foram adotados os seguintes critérios:
- por ser um solo arenoso, a perda de água é comum em alguns locais. Para
diminuir essa perda, foi necessária a utilização de lama bentonítica. Este material,
quando misturado à água, possibilita à estabilização do furo e consequentemente a
perda de água. Isto ocorre devido ao fato de que as partículas pequenas da lama
bentonítica preencham os vazios das areias, reduzindo a permeabilidade. Além
disso, trata-se de uma argila expansiva, que quando em contato com a água, altera
positivamente seu volume. Isto faz com que este material exerça uma pressão de
dentro para fora do tubo, estabilizando-o. Como última característica deste
material, é possível ainda que a lama gere algum tipo de coesão para o solo
arenoso, mesmo mediante a grande presença de água, que reduz normalmente a
coesão gerada pelos meniscos capilares;
- em uma obra próxima à realização deste furo de sondagem, foi observado que as
fundações estavam sendo executadas com o auxílio de um bate-estaca, tendo por
base o princípio das tensões efetivas, no momento em que ocorria o golpe do bate-
estaca na cabeça da estaca, o solo tremia, transferindo parte de sua energia para a
água. Assim sendo, foi necessário que o bate-estaca parasse a cravação até o
término do ensaio.
Após esses critérios terem sido adotados, o ensaio terminou normalmente. As
figuras 14 e 15 mostram em duas páginas o perfil do solo em que foi realizado o ensaio.
39
Figura 14 - Laudo de Sondagem no Ponto 02. Fonte: Elaboração do autor.
40
Figura 15 - Laudo de Sondagem no Ponto 02. Fonte: Elaboração do autor.
Observa-se então que o solo possui um perfil arenoso, apresentando pequenas
variações de resistência até o décimo oitavo metro. Por ser uma camada com pedregulhos, a
partir do décimo oitavo metro, foi impossível o avanço por lavagem e a cravação do
amostrador padrão.
O nível de água no término do ensaio estava em três metros e oitenta centímetros
e após vinte e quatro horas passou para quatro metros e vinte centímetros de profundidade. A
variação do nível do lençol freático é comum, pois na execução do ensaio, o avanço por
lavagem faz com que o nível de água fique acima do normal.
41
c) Ponto 3 (SP_003): ponto situado na Rua José Evaristo Fogaça, no Bairro Vila
Moema. Conforme solicitação do contratante a cravação do amostrador padrão
deveria ser realizada a partir de doze metros de profundidade, pois ele teria um
laudo de sondagem que foi realizado por outra empresa. Na execução deste
ensaio, por ser também um solo arenoso, o desmoronamento aconteceu a partir de
catorze metros de profundidade. Para solucionar o problema utilizou-se lama
bentonítica e o ensaio procedeu-se de forma correta. Este ponto, por ter uma
camada considerável de argila arenosa, vedou a parede do furo, evitando com que
houvesse perda de água na execução do ensaio. Ressalta-se a grande influência
dos proprietários e engenheiros de obras na determinação do fim da sondagem,
fato corriqueiro, embora a literatura científica considere ideal, neste caso, a
análise de todo o perfil de solo do local, mesmo que uma outra empresa tenha
realizado anteriormente este ensaio. As figuras 16 e 17 mostram o resultado do
ensaio realizado no ponto 03.
42
Figura 16 - Laudo de Sondagem no Ponto 03. Fonte: Elaboração do autor.
43
Figura 17 - Laudo de Sondagem no Ponto 03. Fonte: Elaboração do autor.
Neste ensaio, o índice de resistência não foi o esperado pela contratante. Por ser
tratar de uma camada de areia com uma altura considerável a partir de doze metros, o projeto
de fundação será calculado a partir do atrito lateral, comum em alguns locais na região de
Tubarão.
O lençol freático após vinte e quatro horas estava na profundidade de um metro e
sessenta centímetros, obteve pouca variação entre o término do ensaio e após vinte e quatro
horas. A região de Tubarão é caracterizada por obter o lençol freático próximo à superfície,
sendo assim, é muito importante a posição do nível de água, para evitar problemas futuros na
execução de uma fundação rasa.
44
d) Ponto 4 (SP_004): este ponto esta localizado na Rua Miguel Inácio Faraco, no
Bairro Vila Moema. Conforme solicitação do contratante a cravação do
amostrador iniciou-se a partir de um metro de profundidade, e não se atingiu o
impenetrável, o limite para o ensaio foi de vinte metros e quarenta e cinco
centímetros de profundidade. A partir de quatro metros e sessenta centímetros,
encontrou-se um solo arenoso, sendo que a partir de dez metros e oitenta
centímetros foi encontrada em algumas camadas a presença de cascalho e matéria
orgânica, muito comum em alguns locais na região de Tubarão. Na profundidade
de treze metros, quando iniciou uma camada de areia fina, começou o
desmoronamento do furo, sendo que foi solucionado utilizando lama bentonítica.
As figuras 18 e 19 mostram o resultado do ensaio realizado no ponto 04.
Figura 18 - Laudo de Sondagem no Ponto 04. Fonte: Elaboração do autor.
45
Figura 19 - Laudo de Sondagem no Ponto 04. Fonte: Elaboração do autor.
Neste furo obteve-se um índice máximo de resistência de dez golpes. Observou-se
uma variação constante entre areia fina e média. O nível de água nesse ensaio não variou
muito, após vinte quatro horas encontrava-se apenas um metro e noventa e cinco centímetros
de profundidade.
e) Ponto 5 (SP_005): situado à Rua dos Ferroviários, no Bairro Oficinas. Neste
ensaio atingiu-se o impenetrável em onze metros e setenta centímetros de
profundidade. Neste local o ensaio foi executado sem maiores problemas, pois a
partir de três metros e quarenta e cinco centímetros o solo tem um perfil argiloso,
sendo que isso facilita na execução do ensaio, pois a argila ajuda a estabilizar e
46
impermeabilizar a parede do furo. A figura 20 mostra o resultado do ensaio
realizado no ponto 05.
Figura 20 - Laudo de Sondagem no Ponto 05. Fonte: Elaboração do autor.
O nível de água foi encontrado após vinte e quatro horas em um metro de
profundidade e não variou após o término do ensaio.
Chama-se a atenção para este tipo de perfil de solo, que pode ser comumente
encontrado no centro urbano do município de tubarão.
47
Após poucos metros de sondagem (aproximadamente três metros), observa-se que
a resistência à cravação do amostrador padrão eleva, alcançando treze golpes para os trinta
centímetros finais.
Em seguida, após uma pequena variação, a resistência permanece apresentando
treze golpes e reduz significativamente para cinco golpes, que representa praticamente um
terço da resistência anteriormente alcançada. Ressalta-se ainda que a mais usual equação para
a determinação da tensão admissível do solo ( Nsptadm .02,0=σ ) encontra-se em seu limite de
aplicação, uma vez que o intervalo 205 << admσ deve ser respeitado. Para valores abaixo de
cinco golpes, devem ser realizados ensaios de compressibilidade oedométrica para a
determinação da pressão de pré-adensamento.
Este fato tem importância, sobretudo no que diz respeito à projetos e execução de
elementos de fundações para edificações.
Em muitos dos casos, o limite da realização da sondagem é definido pelo
contratante. Algumas vezes, estes acompanham o serviço e determinam que, quando
alcançada determinada resistência, o ensaio deve parar.
Isto mostra que solos sedimentares apresentam o comportamento geomecânico
variável com a profundidade e que as sondagens à percussão devem ser finalizadas com a
chegada do impenetrável.
f) Ponto 6 (SP_006): ponto localizado na Rua Miguel de Souza Reis, no Bairro
Centro. Atingiu-se o impenetrável na profundidade de treze metros e setenta
centímetros. Este solo tem uma característica até nove metros e cinqüenta
centímetros argilo-arenosa, sendo que a partir disso, encontrou-se uma camada
arenosa, com presença de cascalho. Neste furo ocorreu uma perda de água a partir
de onze metros. Por ser um solo arenoso a perda de água é comum em alguns
pontos da camada arenosa. Como este solo possui um reservatório com
capacidade para dois mil litros de água e não apresenta uma perda de água
constante, utilizou-se a água do reservatório para a continuação do ensaio, já que a
utilização da lama bentonítica implicaria na perda de tempo para sua preparação.
A figura 21 mostra o resultado do ensaio realizado no ponto 06.
48
Figura 21 - Laudo de Sondagem no Ponto 06. Fonte: Elaboração do autor.
Observou-se uma variação de resistência entre nove e onze metros. O nível de
água por estar em sete metros e dez centímetros, obteve uma diferença no término e após
vinte e quatro horas.
g) Ponto 7 (SP_007): a localização deste ponto é a Rua Ageu Linhares, no Bairro
Humaitá de Cima. Atingiu-se o impenetrável na profundidade de nove metros e
dez centímetros. Este furo contém uma camada de cinco metros de argila, sendo
assim, não houve a perda de água e o desmoronamento do furo. A partir de oito
metros até nove metros e dez centímetros, foi encontrada uma camada de
49
pedregulho, sendo que esta camada dificultou o avanço do trépano e causou uma
perda de água. A figura 22 mostra o resultado do ensaio realizado no ponto 07.
Figura 22 - Laudo de Sondagem no Ponto 07. Fonte: Elaboração do autor.
Este ponto esta localizado mais afastado do Rio Tubarão, sendo por isso o motivo
de ter um perfil argiloso, com uma pequena camada de areia.
Nota-se que este tipo de perfil apresenta características semelhantes ao perfil
descrito pelo ponto 05. É verificada uma pequena elevação da resistência do solo e posterior
queda desta resistência, o que torna evidente a importância das recomendações anteriormente
comentadas.
50
h) Ponto 8 (SP_008): esse ponto está localizado na Avenida Marcolino Martins
Cabral, Bairro Vila Moema. O impenetrável foi atingindo na profundidade de dez
metros e setenta centímetros. Neste furo foi encontrada uma camada de cinqüenta
centímetros de areia em seis metros de profundidade. Este solo consiste em ser um
solo argiloso, sendo que a partir de dez metros foi encontrado um solo argiloso
com a presença de seixo. O avanço do trepano foi dificultado a partir de dez
metros. A presença do seixo dificultou o avanço e causou perda de água. Para
evitar a perda de água o furo foi revestido até onze metros, e o ensaio procedeu até
o impenetrável. A figura 23 mostra o resultado do ensaio realizado no ponto 08.
Figura 23 - Laudo de Sondagem no Ponto 08. Fonte: Elaboração do autor.
51
Neste ponto o nível de água após vinte e quatro horas foi encontrado na
profundidade de dois metros e sessenta centímetros.
i) Ponto 9 (SP_009): localizado na Avenida Patrício Lima, Bairro Humaitá teve o
impenetrável atingido na profundidade de nove metros e vinte centímetros. Neste
furo o solo tem um perfil argiloso, com pouca presença de areia. A partir de três
metros e quarenta e cinco centímetros foi encontrada presença de pedregulhos até
sete metros e quarenta e cinco centímetros. Na profundidade de cinco metros, o
desmoronamento da parede foi constante. Foi preciso revestir até oito metros, ou
seja, passar a camada em que foi encontrada pedregulhos. Observou-se a
dificuldade de cravação do revestimento, pois os pedregulhos impediam que o
revestimento fosse cravado. A figura 24 mostra o resultado do ensaio realizado no
ponto 09.
52
Figura 24 - Laudo de Sondagem no Ponto 09. Fonte: Elaboração do autor.
Observa-se que o índice de resistência do solo foi aumentando a partir de sete
metros, quando inicia uma camada de argila arenosa. O nível de água foi identificado em dois
metros e sessenta centímetros obteve uma variação de um metro e dez centímetros entre o
término e após vinte e quatro horas do ensaio.
Em relação ao comportamento dos solos envolvidos neste ensaio, observa-se um
crescente aumento da resistência do solo com a profundidade. Tal comportamento é
observado normalmente em solos residuais, que apresentam, com a proximidade da rocha
matriz, um aumento de resistência. Apesar disso, devido a granulometria e coloração das
amostras, o solo é classificado como sedimentar aluvionar.
53
j) Ponto 10 (SP_010): com localização na Rua São João, Bairro São João, o solo
neste ponto tem características diferenciadas, sendo que foi encontrado argila,
areia, saibro e alteração de rocha. O impenetrável foi atingido na profundidade de
nove metros e setenta centímetros. Neste furo o índice de resistência do solo
(NSPT) foi considerável em todos os pontos de cravação do amostrador. Neste
local o ensaio ocorreu sem problemas. Apenas observou-se uma certa dificuldade
para o avanço do trépano a partir de sete metros e sessenta centímetros. A figura
25 mostra o resultado do ensaio realizado no ponto 10.
Figura 25 - Laudo de Sondagem no Ponto 10. Fonte: Elaboração do autor.
54
Observou-se que nesse ponto por ser próximo de um maciço rochoso, a alteração
de rocha iniciou-se a partir de sete metros e sessenta centímetros. O nível de água estabilizou-
se após vinte e quatro horas do ensaio em três metros e sessenta e cinco centímetros.
4.2 BANCO DE DADOS EM SIG
O banco de dados foi construído através da estruturação de mapas e laudos que
foram elaborados na pesquisa em um Sistema de Informações Geográficas (SIG). A estrutura
facilitou para localizar um ponto mais próximo de sondagens que serão realizadas
futuramente. A figura 26 mostra os pontos inseridos no Arcview com as ruas do município de
Tubarão.
Após inserir os pontos no Arcview, verificou-se a facilidade de localização a partir
de coordenadas ou até mesmo pelo mapa de ruas que foi inserido. A figura 26 mostra o
resultado de como ficaram os pontos georreferenciados com o mapa das ruas do município de
Tubarão.
Figura 26 - Mapa com as ruas e pontos inseridos no Arcview. Fonte: Software Arcview 3.2.
55
Observou-se após os dados linkados a praticidade de acessar o banco de dados
criado no SIG. Através da ferramenta Hot link é possível identificar os laudos de cada local
onde foram realizados os ensaios. Com base no Sistema de Informação Geográfica criado, a
figura 27 mostra de uma forma detalhada como ficou o laudo linkado em seu respectivo
ponto.
Figura 27 - Mapa com o laudo linkado. Fonte: Software Arcview 3.2.
Este procedimento possibilita que, com a ampliação do banco de dados, sejam
criadas zonas de solos que apresentem característica semelhante. Ressalta-se que, devido ao
incipiente número de sondagens, é cedo criar estas áreas, havendo a necessidade da realização
de um maior número de pontos de estudos.
4.3 RESULTADO DOS EQUIPAMENTOS CONSTRUÍDOS E ADQUIRIDOS
Após a construção dos equipamentos, e a aquisição de algumas peças são
apresentados a seguir equipamentos que foram utilizados no ensaio SPT. Ressalta-se que
algumas peças foram adquiridas e outras construídas.
A figura 28 mostra o tripé, que possui uma altura de quatro metros e cinqüenta
centímetros, que foi utilizado no ensaio. Observou-se a necessidade de construir uma base
maior para que o tripé tenha uma estabilidade melhor.
Local do ensaio
Laudo Linkado
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Figura 28 - Tripé utilizado para sondagem. Fonte: Elaboração do autor.
Foi percebido ainda que o tripé algumas vezes poderia ser movimentado, ficando
fora de prumo. Para evitar este movimento durante a execução do ensaio, foram construídas
algumas hastes pontiagudas com a finalidade de fixação do tripé.
Estas hastes perfuravam o solo e fixavam a base do tripé, que apresenta uma
pequena base circular.
A figura 29 mostra a haste que é fixada na parte inferior do tripé.
Base construída para maior estabilidade
Fixação do Tripé
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Figura 29 - Haste de fixação do tripé. Fonte: Elaboração do autor.
No que diz respeito ao sistema de percussão, observou-se a necessidade de criar
algum equipamento com a finalidade de dar uma maior segurança no manuseio das hastes de
lavagem e penetração. Desde então foi criado um sistema de morsa, que fica na parte superior
da bica, e serve para fixar as hastes na execução do ensaio.
A figura 30 mostra o sistema de morsa e como as hastes são fixadas.
58
Figura 30 - Sistema de morsa. Fonte: Elaboração do autor.
Normalmente, quando é realizada a perfuração da sondagem SPT, sobretudo
quando no momento de troca (adição e retirada) de hastes, há uma grande preocupação em
não permitir que o conjunto de hastes remanescentes escape para dentro do furo. O
procedimento usual é segurar estas hastes com grifos (chaves inglesas fixas). O equipamento
criado (morsa) permite que o número de operários em campo seja reduzido, amortizando os
custos de operação do equipamento.
Para o amostrador padrão verificou-se a possibilidade de fabricação. Apesar disso,
por ser fabricado com um metal especial, e por suas medidas serem exatas, configurando
assim em um equipamento padronizado, seria inviável financeiramente a fabricação do
amostrador. Desta forma, este equipamento foi comprado de um fabricante da área. A figura
31 mostra o amostrador padrão que foi utilizado na realização dos ensaios.
Sistema de morsa
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Figura 31 - Amostrador padrão utilizado na pesquisa. Fonte: Elaboração do autor.
Houve a necessidade de troca da bomba de água utilizada no início da pesquisa,
pois o seu rotor interno ficou deteriorado. Isto teve razão no fato de que foi observado que a
areia fina, de alguns solos, passa pela peneira (apa), fazendo com que entre na bomba, e
consequentemente estragando o rotor. Por esta razão, foi adquirida uma bomba de água com
uma durabilidade maior. Desde então, não ocasionaram mais problemas.
No início da pesquisa foram comprados dez metros de revestimento. Pela
característica do solo em alguns locais do Município de Tubarão ser bastante arenosa, foi
necessária a compra de mais trinta metros de revestimento, pois em alguns lugares a lama
bentonítica não estabilizava a parede do furo. Observava-se que ocorria muita perda de água,
sendo impossível continuar a lavagem.
Em alguns locais onde foram executados os ensaios, estes não possuíam água para
a reposição quando ocorria perda de água. Desta forma, foi preciso a aquisição de um
reservatório com a capacidade de mil litros, para a continuação do ensaio. A figura 32 mostra
o reservatório que foi utilizado nos ensaios.
60
Figura 32 - Reservatório. Fonte: Elaboração do autor.
Este reservatório permite uma maior mobilidade do ensaio, uma vez que não é
acessada uma fonte de água com muita facilidade.
Para o transporte de todos os equipamentos para a realização dessa pesquisa foi
efetuada a compra de um caminhão tipo ‘munck’ que foi muito utilizado em alguns ensaios,
principalmente pelo fato de o revestimento ficar preso após o término da sondagem.
No início da pesquisa foi utilizado um cabo de aço com um diâmetro menor, o que
acarretava em seu rompimento quando a catraca do tripé era acionada, havendo a necessidade
da utilização do ‘munck’ para extrair o revestimento do solo. A figura 33 mostra a foto do
caminhão que foi utilizado para a pesquisa.
Passagem de água para o
balde.
61
Figura 33 - Caminhão utilizado na pesquisa. Fonte: Elaboração do autor.
A foto 34 mostra detalhadamente o resultado dos equipamentos instalados e
utilizados na execução dos ensaios.
MUNCK
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Figura 34 - Resultado dos equipamentos. Fonte: Elaboração do autor.
As fotos seguintes apresentam um esquema com as fotos de alguns ensaios que
foram realizados para a conclusão desta pesquisa. Lembrando que todos os funcionários que
participaram dos ensaios foram treinados para trabalhar de acordo com a NBR 6484.
As imagens mencionadas referem-se as seguintes ações:
a) instalação do tripé;
b) montagem dos equipamentos de lavagem;
c) início do furo com o auxílio do trado concha;
d) cravação do amostrador no primeiro metro de ensaio;
e) cravação do primeiro metro de revestimento;
Roldana
Tripé
Bomba de água motorizada
Balde
Batente
Bica de lavagem
Tê de lavagem
63
f) continuação do furo pelo método de lavagem.
Figura 35 - Imagens da aplicação prática de métodos descritos na presente pesquisa. Fonte: Elaboração do autor.
a) b)
c) d)
e) f)
64
5 CONCLUSÃO
Com o desenvolvimento desta pesquisa, foi possível realizar algumas constatações
apresentadas a seguir:
a) o município de Tubarão apresenta no relevo plano perfis profundos, sendo que
estes perfis são compostos por argilas moles e solos arenosos. Nos solos arenosos,
pelo fato de o município situar-se próximo ao litoral, é comum a presença de
cascalho em algumas camadas do solo. Também é de característica dos solos da
região, a presença de matéria orgânica em algumas camadas profundas;
b) a característica orgânica das camadas profundas do solo evidenciam a extrema
importância de estudo do solo no local onde será realizada a obra, antes que seja
iniciado um projeto na região. Pelo fato do custo de uma fundação ter um valor
elevado, é importante antes da aquisição do terreno, o estudo do solo, tendo em
vista que a sondagem custaria um valor relativamente baixo em vista do gasto que
seria para execução de uma fundação profunda;
c) este trabalho alcançou seu objetivo, que foi analisar o perfil do solo em dez
pontos espalhados no município de Tubarão com o estudo do ensaio SPT;
d) os equipamentos que foram construídos para o ensaio obtiveram seus
resultados esperados, tanto na execução do ensaio, como na durabilidade dos
mesmos;
e) através de um banco de dados montado para essa pesquisa, foi criado um SIG,
sendo que o SIG facilitou para localização do local e conhecimento do perfil em
que foram realizados os ensaios;
f) quanto ao comportamento geotécnico dos solos, conclui-se que o município
apresenta dois solos bastante distintos: os solos residuais e os solos sedimentares.
- solos sedimentares: são compostos por argilas moles e areias, apresentando
menores resistências, maiores deformações e posição do lençol freático próxima à
superfície;
- solos residuais apresentam uma maior resistência, menor deformação e nível de
água variável;
g) em determinadas areias, foi possível observar que a bentonita, muitas vezes não
é suficiente para eliminar a elevada perda de água. Desta forma, houve a
necessidade da utilização de revestimentos metálicos para estabilizar o processo;
65
h) notou-se que ocorrem também linhas de seixo no substrato sedimentar do solo,
formando horizontes que permitem a fuga de água.
66
6 SUGESTÕES
A partir da realização desta pesquisa, é possível realizar algumas sugestões para o
desenvolvimento de futuros trabalhos, as quais podem ser assim especificadas:
a) realização de mais ensaios: A realização de um maior número de ensaios
permite uma melhor implementação do banco de dados de sondagens SPT. Este
procedimento permitirá que o subsolo de Tubarão seja conhecido de forma mais
efetiva;
b) construção e testes de novos equipamentos: Com a construção de novos
equipamentos, o ensaio de SPT poderá apresentar um rendimento maior, a
exemplo da morsa e do ‘munck’, desenvolvida por esta pesquisa. Com tal
ferramenta, podem-se reduzir o quadro de operários em campo e
consequentemente os custos relativos à operação;
c) conscientizar os sondadores a seguirem o ensaio de acordo com a NBR 6484,
pelo falto de possíveis desvios na norma, pode causar erros no resultado final do
ensaio;
d) aquisição de mais um amostrador padrão, tendo em vista a possibilidade de
perda do equipamento na realização do ensaio, evitando com que a sondagem
fique paralisada até a chegada de um novo amostrador;
e) buscar mapas georreferenciados de municípios vizinhos com a finalidade de
ampliar o banco de dados com os ensaios que forem realizados fora de Tubarão.
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REFERÊNCIAS
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