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A ATUAÇÃO DO GUIA DE TURISMO COMO EDUCADOR PATRIMONIAL
GUILHERME ZETTERMANN1
No Brasil, a proposta de uma educação patrimonial, ou seja, de ações
educacionais voltadas para o uso e a apropriação dos bens culturais que compõem o
nosso patrimônio, dito cultural, foi introduzida por ocasião do 1o. Seminário sobre o
“Uso Educacional de Museus e Monumentos”, realizado em julho de 1983, em
Petrópolis, RJ.
Nesta forma de educação, é frequente os educadores desenvolverem várias
práticas educativas e sociais que visem aos educandos a se identificarem com o
patrimônio cultural, por meio do contato físico direto ou indireto e de algumas
experiências culturais, em diferentes situações de ensino/aprendizagem. Porque a falta
de uma identificação, mesmo que seja por uma pequena parcela de indivíduos, na
maioria das vezes, quase sempre provoca a desvalorização do patrimônio cultural e,
por consequência, pode gerar possíveis casos de vandalismo e destruição.
Assim, na educação patrimonial, o patrimônio cultural precisa se transformar
em uma ferramenta educacional, atuando como peça chave no desenvolvimento do
aprendizado e não como um mero objeto de ilustração. E as situações de
1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina
(PPGE/UFSC), na Linha de Pesquisa Sociologia e História da Educação, cuja orientação está nos encargos do
professor Elison Antonio Paim, professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE),
Mestrado Profissional em Ensino de História (Profhistória/UFSC) e de Estágio Supervisionado em História da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor em Educação (Unicamp). Mestre em História (PUC-
São Paulo).
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ensino/aprendizagem devem estar centradas em ações que promovam a sensibilização e
conscientização do indivíduo, e também da comunidade, sobre a importância de se valorizar,
preservar e conservar o patrimônio cultural.
Uma vez que é a partir do patrimônio cultural que se encontra ao seu redor que os
indivíduos e as suas futuras gerações (re)conheçam o seu passado, e consequentemente, a sua
herança cultural, nas suas múltiplas manifestações, evidências, sentidos e significados, como
forma de compreender melhor o presente e, ao mesmo tempo, contribua para a valorização e
fortalecimento contínuo de sua identidade cultural, tanto na forma individual quanto
coletivamente (MACHADO, 2004; CASTRO, 2006).
Alguns autores, como por exemplo, Castro (2006), Dias (2006), Ribeiro et al. (2008),
Costa (2012), afirmam que o turismo, sobretudo o turismo cultural, é uma interessante
estratégia de educação patrimonial, podendo ser empregada tanto aos moradores locais
(autóctones) quanto aos turistas2.
Segundo o documento “Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais” do Ministério
do Turismo (2006), o turismo cultural se define como todas “as atividades turísticas
relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e
cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
cultura” (BRASIL, 2006, p. 13). E neste tipo de turismo, o patrimônio cultural assume um
papel de extrema importância, sendo ele o principal responsável pela motivação dos turistas e
visitantes de se deslocarem para os destinos turísticos.
2 Embora se use o termo “turista” para qualquer visitante que visita outra localidade turística, a
Organização Mundial do Turismo (OMT) recomenda que este termo seja empregado apenas para o visitante que
permanece pelo menos 24 horas no local visitado, desde que não seja o de sua residência, independentemente do
motivo da viagem. Já para o visitante que permanece menos de 24 horas no local visitado e que possuem as
mesmas finalidades do turista, se utiliza o termo de “visitante de um dia” ou “excursionista”.
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Porém, para que o patrimônio cultural seja empregado turisticamente como um
produto turístico permanente e sustentável, é indispensável que todos os agentes
envolvidos no contexto turístico, tanto das agências governamentais quanto das não
governamentais, desenvolvam elementos educacionais que contribuam cada vez mais
para a sua valorização e a sua preservação (DIAS, 2006).
Entretanto, na maioria das viagens turísticas atuais, o patrimônio cultural e a
cultura em geral não são a principal motivação da maioria dos turistas no mundo
(McKERCHER et al., 2002). Geralmente, este patrimônio se encontra de maneira
integrada ao sistema de consumo de lazer e entretenimento do destino turístico, sendo
oferecido aos turistas e visitantes apenas como mais um produto turístico para ser
consumido, sem nenhuma preocupação com a sua preservação e da cultura local.
Assim, bem no meio deste contexto emblemático, centrado na importância da
valorização ou não do patrimônio cultural pelos turistas, que se encontra o guia de
turismo.
Desde 1993, nos termos da Lei Federal nº 8.623 (1993), o guia de turismo é
definido dentro do território brasileiro como todo “o profissional que exerça as
atividades de acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou
grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais,
internacionais ou especializadas” (BRASIL, 2014, p. 110).
Mas, embora oficial, esta definição não representa todas as atribuições que este
profissional possui quando se está atuando diretamente ao lado dos turistas. Hoje, as
atribuições de um guia de turismo são mais complexas, indo muito além de atuar como
um mero acompanhante, que orienta e assiste os turistas nos mais diversos lugares
turísticos (históricos, culturais ou ambientais), chamando-lhes a atenção para o que
olhar, onde olhar e quando olhar e como se comportar (VALLE, 2003; CHIMENTI &
TAVARES, 2007; MONTES, 2013).
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Além disto, o guia de turismo também deve ser capaz de coordenar a mediação de
todos os vários prestadores de serviços turísticos, tais como agências, hotéis, restaurantes,
casas de espetáculos, museus, dentre outros, para com isso os turistas possam aproveitar ao
máximo sua viagem.
Deste modo, o guia de turismo adquire uma responsabilidade para com os turistas,
uma vez que ele é essencial na formação de toda a imagem e a experiência que eles terão da
viagem e da localidade visitada, contribuindo significativamente para que as expectativas
deles sejam, no mínimo, alcançadas satisfatoriamente (VALLE, 2004). Em outras palavras, se
o guia de turismo realiza um bom trabalho, promovendo um atendimento de qualidade
turística, social e cultural, o turista, ao voltar para seu lugar de origem, levará consigo ótimas
lembranças de tudo que viu, ouviu e recebeu das pessoas que lhe prestaram atendimento, além
de divulgar para os outros à impressão do lugar visitado.
Paralelamente a tudo isso, existe um papel que o guia de turismo também realiza no
qual, na maioria das vezes, não se dá conta que está realizando. Este papel, o de educador
patrimonial, se faz em todos os instantes do seu guiamento quando necessita desenvolver
diversas estratégias educacionais, tais como a interpretação do patrimônio, fazendo com que
os turistas deixem de ver o patrimônio cultural da localidade visitada apenas como objeto de
contemplação, mas também, como fonte de conhecimento, de forma a motivar a eles a terem
respeito pelos elementos multiculturais do destino turístico visitado, reconhecendo a
importância deste patrimônio cultural para a comunidade local e, assim, consequentemente,
sentirem-se também responsáveis pelo mesmo.
Mas, para atuarem neste papel, o guia de turismo precisa de uma formação que lhe
proporcione condições de atuar com eficiência, beneficiando satisfatoriamente tanto os que
visitam quanto a comunidade que os recebe.
Embora tenha crescido a sua importância dentro do contexto turístico nos últimos
anos, o guia de turismo e o seu cotidiano profissional ainda é um tema pouco analisado em
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estudos acadêmicos. No Brasil, geralmente os estudos estão centralizados nos
conceitos e na caracterização do perfil deste profissional (VALLE, 2003;
NASCIMENTO et al., 2014), nas diferenças relacionadas a sua classificação (DE
LAMARE LEITE et al., 2014), nos requisitos legais para o exercício desta profissão
(CARDOSO et al., 2011) ou na análise qualitativa referente no grau de satisfação dos
turistas pelos serviços prestados pelos guias de turismo (BRAZ, 2007).
Assim, com o intuito de estudar o cotidiano profissional do guia de turismo, em
especial o entendimento e a compreensão que estes profissionais possuem em relação
ao seu papel de educador patrimonial, se está realizando esta pesquisa.
Para tal, se adotou o uso da história oral, sobretudo como “uma metodologia de
pesquisa e de constituição de fontes (orais) para o estudo da história contemporânea”
(ALBERTI, 2005, p. 155).
De acordo como Meihy (2007), as fontes orais são todos os registros de
manifestações da oralidade humanas que são gravados por meio de gravações
eletrônicas, geralmente realizado por meio de entrevistas. Contudo, dependendo dos
procedimentos metodológicos empregados, elas podem assumir a forma de: a)
depoimento oral, quando se busca através das entrevistas, elucidar a problemática de
interesse do estudo do pesquisador; b) história da vida, quando se consiste somente em
ouvir a própria história do entrevistado, para que desta maneira se possam absorver em
algum momento, as informações necessárias para desenvolver seu estudo; e c) relato
de vida, quando se concentra também na história do entrevistado, porém, focalizado
sob um prisma de interesse definido pelo estudo do pesquisador.
Entretanto, independente de qual procedimento metodológico, é importante
salientar que as fontes orais não se constituem na história em si. Como o seu próprio
nome diz, as fontes orais servem somente como o ponto de partida para o pesquisador
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buscar respostas a sua pesquisa a partir de uma construção que o indivíduo faz de seu passado
com base nas experiências guardadas pela sua memória (ALBERTI, 2004).
Como já informado, a entrevista se configura como um dos principais instrumentos
para o emprego desta metodologia. Assim, os critérios que serão utilizados para selecionar os
entrevistados, como também a elaboração de boas perguntas, devem ser realmente
representativos aos interesses de que se deseja pesquisar pelo pesquisador.
E, com todas as fontes orais nas mãos do pesquisador, compete a ele realizar a
avaliação delas, decidindo se as utilizam como está e/ou as reexaminam através de outras
fontes externas ou com as falas de outro entrevistado (LODI, 1977)
Desta forma, o primeiro passo desta pesquisa foi a definição do perfil dos
entrevistados, que no caso será o guia de turismo, e descobrir quantos deles atualmente
trabalha na cidade de Florianópolis (SC), para depois, definir a quantidade necessária de
entrevistados.
A escolha da cidade de Florianópolis, a capital do Estado de Santa Catarina, nesta
pesquisa se deu basicamente por ela ser um dos mais importantes destinos turístico nacional,
visitada anualmente inúmeros turistas e visitantes brasileiros e estrangeiros. Fundada em
1673, a cidade possui uma rica história e uma herança cultural diversificada, porém a maioria
dos turistas que a procuram como destinação turística, cerca de 90%, buscam nela somente
para passar férias de sol e praia (WTTC, 2009).
Já no caso do guia de turismo, de acordo com o artigo 2º da Lei nº 8.623 (1993), para
que ele seja reconhecido como tal no Brasil é obrigatório que o mesmo se encontre
devidamente cadastrado no Cadastro de Prestadores de Serviço Turístico (CADASTUR) do
Ministério do Turismo. Para Silva et al., (2013),
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o CADASTUR trouxe transparência à sociedade consumidora, hoje é muito
fácil verificar a legalidade de um prestador de serviços turísticos, por
exemplo, se um consumidor quer saber a legalidade do guia de turismo em
uma cidade do Brasil, basta acessar o sitio eletrônico
www.cadastur.turismo.gov.br, escolher o tipo de serviço e localidade e terá
acesso aos dados do Guia e ao certificado que elenca as habilitações
técnicas. O acesso é gratuito e disponível a qualquer cidadão do Brasil e do
mundo (p. 227).
No entanto, para fazer este cadastramento atualmente, é necessário que o requerente
apresente no momento do seu cadastramento o certificado de conclusão de curso de educação
profissional de nível técnico de Guia de Turismo, na categoria para a qual ele se encontra
habilitado. De acordo com o Decreto Nacional nº 946 (1993), em seu artigo 4º, o guia de
turismo pode ser categorizado de três maneiras3, sendo que:
a) Guia de Turismo Regional – quando as suas atividades compreenderem a
recepção, o traslado, o acompanhamento, a prestação de informações e
assistência a turistas, em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de
uma determinada unidade da federação, para visita a seus atrativos
turísticos;
b) Guia de Excursão Nacional – quando as suas atividades compreenderem o
acompanhamento e a assistência a grupos de turistas, durante todo o
percurso da excursão de âmbito nacional ou realizada nos países da América
do Sul, adotando, em nome da agência e turismo responsável pelo roteiro,
3 Existe também uma quarta categoria, denominado de Guia de Turismo Especializado em Atrativos
Turísticos, no qual consiste basicamente nas atividades de recepção, acompanhamento e prestação de
informações técnico-especializadas sobre determinado tipo de atrativo natural, tais como parques nacionais, ou
culturais, tais como museus, sítios arqueológicos, entre outros, aos turistas. No entanto, como a própria
denominação apresenta, esta categoria é basicamente uma especialização destinada apenas aos guias de turismo
que se encontram cadastrados no CADASTUR como Guia de Turismo Regional.
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todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias à fiel
execução do programa;
c) Guia de Excursão Internacional – quando as suas atividades compreenderem
o acompanhamento e a assistência a grupos de turistas, durante todo o
percurso da excursão realizada em países que não sejam da América do Sul.
Feito estas considerações, então, no dia 01 de abril de 2016, numa consulta
exploratória inicial, realizada no sítio eletrônico do CADASTUR
(www.cadastur.turismo.gov.br), figura 01, descobriu-se que existem mais de 15 mil guias de
guias de turismo cadastrados no Brasil, independentemente da sua categoria. Entretanto,
Entretanto, alguns critérios de seleção precisam ser empregados.
Figura 01: página inicial do sítio eletrônico do CADASTUR (Fonte: www.cadastur.turismo.gov.br)
Como nesta pesquisa a área de atuação do guia de turismo se restringe a cidade de
Florianópolis (SC), o primeiro critério de seleção foi a definir qual será a categoria que os
possíveis candidatos a serem entrevistados deveriam possuir, conforme se encontra no
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CADASTUR. Desta maneira, e seguindo as atribuições definidas pelo Decreto
Nacional nº 946 (1993), se estabeleceu que os candidatos devessem apresentar a
categoria de Guia de Turismo Regional Santa Catarina, já que eles são os únicos
autorizados a transmitir as informações (históricas, geográficas, econômicas, sociais)
referentes a todos os municípios de Santa Catarina. Então, com esta restrição, e
empregando novamente o CADASTUR, o número de guias de turismo que, outrora
era de mais de 15 mil, passou para apenas 271.
Entretanto, mesmo que exista a possibilidade de que todos os guias de turismos
que se encontram cadastrados como Guia de Turismo Regional Santa Catarina estejam
autorizados a atuar como guia de turismo dentro da cidade de Florianópolis (SC), a
quantidade encontrada é enorme. Então, para facilitar a logística com as entrevistas,
um novo critério de seleção foi adotado, excluindo todos aqueles que residam fora da
Região Metropolitana de Florianópolis4 (figura 02). Ao fazer isso, e novamente
retornando ao CADASTUR, o número de possíveis candidatos a serem entrevistados,
passou de 271 para 74, sendo que 61 deles informaram no seu cadastramento que
moram em Florianópolis, 09 em São José, 03 em Palhoça e 01 em Biguaçu. No
entanto, embora menor, a quantidade encontrada ainda é considerado grande,
obrigando estabelecer outros critérios de seleção mais específicos.
4 Criada pela lei complementar estadual n° 495 de 2010, a Região Metropolitana de Florianópolis é composta pelos
municípios de Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Antônio
Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara.
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Figura 01: Mapa da Região Metropolitana de Florianópolis (Fonte:
http://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/infografico/rmf)
Para resolver este impasse, se retornou novamente aos objetivos da pesquisa para
então definir mais um novo critério de seleção. Assim, pensando na formação dos guias de
turismo, se decidiu agrupar os guias de turismo de acordo com as instituições de ensino em
que eles realizaram a sua formação profissional. Ao fazer isso, acredita-se que, embora cada
entrevistado seja um indivíduo único com experiências únicas, pelo menos a sua formação
fora a mesma.
Ainda que o CADASTUR seja bastante útil, algumas informações mais específicas,
tais como a instituição de ensino e o ano que os realizaram os seus cursos de formação
profissional de guia de turismo, não se encontram disponíveis para serem consultados no seu
sitio eletrônico. Então, para que eu pudesse consultar estas outras informações, foi necessário
entrar em contato com o escritório regional do MTUR em Santa Catarina e,
consequentemente, pedir a autorização para consultar os seus arquivos físicos. Então, um
ofício foi mandado ao MTUR pedindo a autorização para consultar os seus arquivos físicos.
Graças à análise destes arquivos físicos foi possível estabelecer uma cronologia
significativa que configurasse as instituições de ensino que ofertaram cursos de formação
profissional de guia de turismo em Florianópolis. Na tabela 01 estão listados todos os nomes
das 15 instituições de ensino (embora alguns sejam repetitivos), que ofertaram este curso na
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cidade até o ano de 2015. Além do nome da instituição, também se encontram os anos
que eles realizaram os seus respectivos cursos de formação, as suas cargas horárias
totais e a quantidade de estudantes que cada instituição formou e que atualmente se
encontram cadastrados no CADASTUR.
Tabela 01: Cronologia das Instituições de Ensino que ofertaram cursos de formação
profissionalizante de guia de turismo em Florianópolis (SC)
Instituição de Ensino Ano
Carga
Horária
Total
Quantidade de Guias de
Turismo formados e
cadastrados no CADASTUR
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 1972 15 h/a 01
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 1986 205 h/a 08
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 1990 20 h/a 01
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 1992 200 h/a 01
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 1996 350 h/a 01
Escola Superior de Turismo e Hotelaria
Florianópolis (ESTH) 1998 350 h/a 02
Escola Técnica Federal de Santa Catarina
(ETFSC) 2000 460 h/a 01
Centro Federal de Educação Técnica de Santa
Catarina (CEFET-SC) 2003 696 h/a 01
Instituto de Formação Turística e Hoteleira de
Florianópolis (IFTHF) 2004 400 h/a 04
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 2005 506 h/a 02
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 2005 506 h/a 04
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) 2007 506 h/a 06
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) 2011 800 h/a 07
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) 2012 800 h/a 03
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) 2013 800 h/a 13
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) 2014 828 h/a 13
FONTE: arquivos físicos do CADASTUR
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Com esta tabela em mãos, o próximo passo foi definir: se escolheria um entrevistado
de cada uma destas 15 instituições de ensino, que se tornaria dispendioso e cansativo, ou se
agruparia as instituições de ensino em períodos e entrevistaria um de cada grupo, que talvez
os entrevistados selecionados não expressem representatividade a pesquisa.
Após analisar os prós e contras, a escolha final foi a de agrupar as instituições de
ensino em quatro períodos, a partir das alterações que as leis, decretos e normas nacionais
provocaram na atuação do guia de turismo, destacando a lei de regulamentação da profissão
de guia de turismo – Lei nº 8.623 (1993) - e/ou nas semelhanças encontradas em cada
instituição, tais como os cursos realizados na mesma instituição ou que possuíam cargas
horárias totais parecidas. Assim, seguindo estas considerações, dividiu-se as instituições de
ensino em quatro períodos.
O primeiro período, denominado de Grupo Pré-regulamentação, consiste apenas das
instituições de ensino que ministraram cursos de formação profissionalizantes de guia de
turismo antes da Lei nº 8.623 (1993), que regulamentou a profissão de guia de turismo.
Embora a existência de cursos profissionalizantes, este período se destacava pela forma
amadora que as atividades de guiamento eram realizadas, na maioria das vezes por pessoas
que não possuíam alguma formação profissional (CARVALHO, 2003).
O segundo período, denominado de Grupo de Transição, será composto pelas
instituições de ensino que ministraram cursos de formação profissionalizantes depois da Lei
nº 8.623 (1993) até a alteração curricular promovida pelas Deliberações Normativas nº 426
(2001) e 427 (2001) nos cursos de formação profissional, que passaram a ser obrigatoriamente
de nível técnico, com planos de cursos e carga horária mínima (de 400 horas). Nestas
deliberações também forma estabelecidas as competências e habilidades necessárias para a
profissão, a quantidade de viagens técnicas, os procedimentos, as disciplinas que deveriam ser
ofertadas e até o perfil docente para cada uma destas disciplinas.
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Já o terceiro período e quarto período, denominados de Grupo SENAC e Grupo
IFSC respectivamente, serão compostos exclusivamente pelos cursos de formação
profissional de guia de turismo que foram ministrados pelo SENAC, entre os anos de
2005 a 2007, e pelo IFSC, entre os anos 2011 a 2015.
Na tabela 02, encontra-se a maneira como as 15 instituições de ensino foram
agrupadas nos quatros períodos, juntamente com o número total de guias de turismo.
Tabela 02: Divisão dos períodos promovidos nas Instituições de Ensino que ofertaram
cursos de formação profissionalizante de guia de turismo em Florianópolis (SC)
Instituição Educacional Ano
Quantidade de Guias de
Turismo formados e
cadastrados no
CADASTUR
Total
Grupo
Pré-
Regulamentação
UFSC 1972 01
11 SENAC 1986 08
SENAC 1990 01
SENAC 1992 01
Grupo
Transição
SENAC 1996 01
09
ESTH 1998 02
ETFSC 2000 01
CEFET 2003 01
IFTHF 2004 04
Grupo
SENAC
SENAC 2005 02
12 SENAC 2005 04
SENAC 2007 06
Grupo
IFSC
IFSC 2011 07
36 IFSC 2012 03
IFSC 2013 13
IFSC 2014 13
FONTE: arquivos físicos do CADASTUR
Após a realização desta periodização, em cada um destes grupos será sorteado,
de maneira aleatória, até 03 nomes de guias de turismo, sendo que o primeiro que fora
sorteado será o primeiro a ser convidado. A razão de sortear mais dois nomes deve-se
a necessidade de termos substitutos caso o primeiro que fora sorteado recuse o convite.
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Por fim, depois de realizada a seleção dos guias de turismos a serem entrevistados
estabeleceu o formato de entrevistas a ser utilizado nesta pesquisa, que no caso fora o do
questionário semidirigido. Neste tipo de questionário permite uma maior interação com o
entrevistado e que pode resultar numa maior exploração das informações transmitidas pelo
mesmo, pois a partir de respostas de uma base de questões comuns ao todo que integra a
amostra, podem-se construir outras no momento da entrevista.
Embora esta pesquisa esteja nos estágios iniciais, como parte do meu projeto de
mestrado, é importante demonstrar os procedimentos metodológicos realizados até o
momento.
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