A CRISE DO SISTEMA
COLONIAL PORTUGUÊS
Prof. Victor Creti Bruzadelli
Contexto histórico
Desenvolvimento acelerado da economia inglesa;
Difusão de ideias de cunho iluminista;
Crise do Antigo Regime europeu;
Era das Revoluções (Industrial, Independência dos EUA e Francesa); A liberdade guiando o povo,
Eugène Delacroix (1830)
O descompasso do Estado português
1. Absolutismo
monárquico;
2. Mercantilismo;
3. Sociedade de ordens;
4. Forte poder da igreja.
Estado Absolutista Estado Liberal
1. Liberalismo político;
2. Liberalismo econômico;
3. Sociedade de direitos
ou de classes;
4. Liberdade religiosa.
Período Pombalino (1750-77)
Despotismo esclarecido:
Monarcas absolutistas ou ministros faziam reformas iluministas no fim do século XVIII;
Marquês de Pombal:
Primeiro ministro de D. José I;
Tentativa de modernizar Portugal;
Busca diminuir a influência inglesa desde o Tratado de Methuen;
Desejo de reequilibras as finanças lusitanas;
Encontrou fortes resistências de setores tradicionais.
Retrato de Marquês de Pombal, de
Louis-Michel van Loo e Claude Joseph Vernet
(1766)
Período Pombalino (1750-77)
Reformas pombalinas:
Maior eficiência administrativa;
Reforço à fiscalização e
tributação da colônia, devido
ao terremoto de 1755;
Fim da distinção entre cristãos-
velhos e cristão novos;
Incentivo malsucedido à
produção manufatureira em
Portugal.
“A Portugal, aeconomia do ouroproporcionou apenas umaaparência deriqueza [...]. Comoagudamente observou oMarquês de Pombal, nasegunda metade do séculoXVIII, o ouro era uma riquezapuramente fictícia paraPortugal”
(Celso Furtado. Formação econômica do Brasil
Período Pombalino (1750-77)
Reformas Pombalinas:
Expulsão dos jesuítas (1759):
Controle do Estado sobre a educação, a partir da obrigatoriedade do ensino de português;
Fim da escravidão indígena;
Criação das Companhias de Comércios:
Controle comercial das regiões do Grão-Pará e Maranhão;
Transferência da capital para o Rio de Janeiro.
“Em 1759 os jesuítasforam expulsos de Portugal edo Brasil pelo marquês dePombal. Nas reformaspombalinas, a expulsão dosjesuítas foi capítulo dos maisdramáticos, ousados e radicais,demonstrando até que ponto sereafirmava a soberania doEstado português na colônia”
(MOTA, Carlos Guilherme; LOPEZ, Adriana. História do Brasil: Uma
interpretação)
A Inconfidência Mineira (1789)
Revolta de cunho elitista e separatista, influenciada pelas ideias iluministas;
Provocada pelo medo da decretação da derrama;
Principais lideranças: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Luís Vieira da Silva;
Objetivo:
1. Emancipação política da região das minas e criação de uma República;
2. Libertar o escravos nascidos no Brasil;
3. Criação de uma universidade em Vila Rica;
4. Desenvolver a manufatura;
5. Perdoar as dívidas atrasadas;
6. Formar uma Guarda Nacional popular;
A Inconfidência Mineira (1789)
Consequências:
Delação premiada de
Joaquim Silvério dos Reis;
Cancelamento da
derrama e prisão dos
membros da conspiração;
Condenação ao desterro,
exceto de Tiradentes.
Romance XXIV ou Bandeira da Inconfidência
Cecília Meirelles
Liberdade - essa palavra,
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!)
E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença.
Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier, alferes e dentista;
Um dos poucos populares participantes da Inconfidência e o mais entusiasmado dos inconfidentes;
Assumiu a responsabilidade sobre o movimento;
Condenado a morte na forca, esquartejado;
A construção do “mito” de Tiradentes:
Ao longo do século XIX foi retratado como um mártir, muito próximo a Cristo;
Proclamação da República: considerado o patrono da República.
Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo (1893)
Tiradentes
Romance LXII ou do bêbedo descrente
Cecília Meirelles
Vi o penitente
de corda ao pescoço.
A morte era o menos:
mais era o alvoroço.
Se morrer é triste,
por que tanta gente
vinha para a rua
com cara contente?
(Ai, Deus, homens, reis, rainhas...
Eu vi a forca - e voltei.
Os paus vermelhos que tinha!)
Batiam os sinos,
rufavam tambores,
havia uniformes,
cavalos com flores...
- Se era um criminoso,
por que tantos brados,
veludos e sedas
por todos os lados?
(Quando me respondereis?)
Parecia um santo,
de mãos amarradas,
no meio de cruzes,
bandeiras e espadas.
- Se aquela sentença
já se conhecia,
por que retardaram
a sua agonia?
(Não soube. Ninguém sabia.)
Traziam-lhe cestas
de doce e de vinho
para ganhar forças
naquele caminho.
- Se era condenado
e iam dar-lhe morte,
por que ainda queriam
que morresse forte?
(Ninguém sabia. Não sei.)
Não era uma festa.
Não era um enterro.
Não era verdade
e não era erro.
- Então por que se ouvem
salmo e ladainha,
se tudo é vontade
da nossa Rainha?
(Deus, homens, rainhas, reis..
Que grande desgraça a minha!
- Nunca vos entenderei!)
A Conjuração Baiana (1798)
Revolta de caráter separatista e popular;
Também denominada de Conjuração dos Alfaiates;
Influenciada pelas ideias iluministas;
Propagandeada através de panfletos;
Motivações:
Transferência da capital: dificuldades econômicas;
Pobreza generalizada da região;
Forte exploração da metrópole;
“Animai-vos Povo bahiense que está para
chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o
tempo em que todos seremos irmão: o tempo
em que seremos todos iguais”
(Panfleto revolucionário)
A Conjuração Baiana (1798)
Influência da Revolução Francesa e das Independências dos EUA e do Haiti;
Objetivos:
Proclamação de uma república democrática;
Liberdade de comércio e aumento dos soldos;
Livre comércio e isonomia;
Descoberta antes de ocorrer e repreendida fortemente pela Metrópole.
Praça da Piedade, local de execução dos
condenados