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FACULDADE DE CASTANHAL – FCAT
EVERTON MENDES GOMESFRANCISCO ROQUE GUERREIRO DE OLIVEIRA
LEANDRO SOUZA BARBOZA
ETNOGRAFIA – EXERCÍCIOS
CASTANHAL2015
FACULDADE DE CASTANHAL – FCAT
EVERTON MENDES GOMESFRANCISCO ROQUE GUERREIRO DE OLIVEIRA
LEANDRO SOUZA BARBOZA
ETNOGRAFIA – EXERCÍCIOS
Trabalho apresentado ao curso de Direito da Faculdade de Castanhal, como exigência parcial para obtenção de nota na disciplina Antropologia Jurídica. Professor: Dr. José Guilherme Wady Santos.
CASTANHAL2015
1 – De modo gral, em que consiste o fazer etnográfico?
Conhecer e reconhecer o outro parece-nos, à primeira vista, tarefa fácil,
da qual qualquer pessoa, imbuída de um mínimo de conhecimento, é capaz de
concluir.
O fazer etnográfico, todavia, é muito mais que apenas uma descrição. Ele
exige mais. Consiste em não apenas “ir a campo” ou em apenas ouvir o grupo
estudado.
Necessário é que se busque “viajar ao profundo” do objeto de estudo.
Apoiar-se na teoria antes, durante e depois do contato com o grupo, entretanto sem
deixar que a teoria seja suprema em relação ao campo, à realidade observada.
2 – De que forma a etnografia foi incorporada pela antropologia?
A etnografia foi incorporada pela antropologia graças aos estudos
realizados pelo polonês Bronislaw Malinowski.
A publicação do livro “os Argonautas do Pacífico Ocidental”, em 1922,
marcou a primeira formulação acerca da conceituação do método etnográfico.
Malinowski propôs que os estudos antropológicos levassem em conta a
convivência dos pesquisadores com a cultura, povo ou sociedade a ser estudada.
Contudo, a convivência se daria até a perfeita familiarização entre as partes. Achava
o autor que isso permitiria uma visão completa acerca do universo do outro.
3 – Comente as fases do método etnográfico.
4 – Descreva, em linhas gerais, o trabalho de campo.
O trabalho de campo consiste em uma abrangente observação acerca do
objeto de estudo. Nesse sentido, o fazer etnográfico torna-se uma tarefa árdua, uma
vez que não existem fatos para serem colhidos de imediato.
Na realidade, na etnografia, o trabalho de campo compreende duas
etapas, a saber: a coleta de dados e o tratamento reflexivo de todo o material
coletado.
Ora, a coleta consiste em registrar informações mediante o que o
pesquisador vê e ouve. Entretanto, não nos referimos aqui a um ouvir comum, mas a
um ouvir profundo, respeitador quanto a tudo que o outro tem a dizer e mostrar.
Desse modo, feito o registro descritivo de toda a situação vivenciada –
saliente-se que tudo é devidamente anotado pelo pesquisador em seu diário de
campo – parte-se para o tratamento dos dados, que é um método importante pelo
fato de que, nele, o antropólogo perceberá o que de fato é consistente e significativo
para a pesquisa.
Convém, contudo, salientar que o tempo em campo é imprescindível para
que a análise dos dados seja bem sucedida, ou, em outras palavras, coerente.
Afirma-se isto porque o pesquisador, graças ao tempo em que permanece em
campo, adquire a capacidade de distanciar-se do que lhe é familiar e, por outro lado,
aproximar-se do que lhe é estranho, diferente.
5 – Comente a seguinte frase, relacionada à escrita na etnografia:”
um compromisso em encontrar ordem nos fatos, e não em colocar os fatos em
ordem”. (Sahlim, 2003, p. 80).
Não existe o fazer etnográfico sem a vivência da realidade do outro, do
objeto de estudo. A etnografia pressupõe um mergulho profundo na vivência, nas
experiências, do grupo a ser estudado.
Sem esse mergulho não é possível que o pesquisador perceba, entenda e
compreenda o simples e o dicotômico existentes em uma sociedade ou grupo.
O antropólogo precisa se desprender da cultura que o “cega”.
Desenraizar-se é uma premissa da etnografia. Desse modo, a realidade pertinente à
determinada comunidade e captada pelo pesquisador deve ser compreendida e
ordenada a partir das perspectivas da realidade dessa própria comunidade e não da
do pesquisador. Os fatos e fenômenos sociais ali existentes devem ser analisados e
postos em ordem levando-se em conta a realidade social em que se manifestam.