JOSIANE RODRIGUES RIBEIRO ROSIANE ARIANE DOS SANTOS
A HISTÓRIA INFANTIL COMO UM INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO MATERNAL
Faculdade Eça de Queirós Jandira-SP-Novembro-2009
JOSIANE RODRIGUES RIBEIRO ROSIANE ARIANE DOS SANTOS
A HISTÓRIA INFANTIL COMO UM INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO MATERNAL
Trabalho apresentado ao curso de Pedagogia da Faculdade Eça de Queirós, como requisito parcial para aprovação na disciplina Educação de T.C. C orientado pela professora Téglis Pepe Barbalho Arnas.
Faculdade Eça de Queirós Jandira-SP-Novembro -2009
Sumário Introdução.............................................................................................................8
Capítulo 1 ° A relevância das histórias infantis para o desenvolvimento da criança do maternal: Breve Histórico..................................................................................11
Capítulo2 ° O que mais os contos de fadas podem trazer sobre a particularidade infantil....................................................................................................................17 2.1 Grimm..............................................................................................................18 2.2 Hans Christian Andersen...............................................................................18
2.3 As dificuldades de ser criança......................................................................19 2.4 Carência...........................................................................................................20 2.5 Autodescobertas.............................................................................................21 2.6 Perdas e buscas..............................................................................................22
2.7 Walt Disney......................................................................................................23
Capítulo 3
°Observação da prática com o contar das histórias infantis...........................24
3.1 Projetos da escola..........................................................................................25
3.2 O corpo docente e a sua convicção no trabalho com Histórias................36
Considerações finais.........................................................................38 Referências Bibliográficas
Apêndices
Índice de fotos
Dedicamos este trabalho a Deus que nos
concedeu muita saúde e perseverança e
também aos nossos pais, filhos e todas as
pessoas que nos apoiaram e incentivaram
ao longo destes quatro anos de formação
superior.
Contar histórias é e sempre será
uma maneira de estimular a
imaginação e o desenvolvimento da
linguagem oral, além contribuir para
formação afetiva e emocional.
Resumo Neste trabalho desenvolvemos uma pesquisa que trata sobre a importância
de contar histórias para as crianças do Maternal. Tendo como meio para
realização da mesma a observação e pesquisa bibliográfica.
Iniciamos com o Breve Histórico, resgatando a origem dos contos, e alguns
dos principais percussores da literatura infantil, Fénelon, Perrault, Irmãos Grimm,
James Barrie e Hans Christian Andersen, baseadas na obra Literatura Infantil
Brasileira, de Marisa Lajolo e Regina Zilberman.
As narrativas infantis binárias, também é um dos assuntos que será
abordado nesta pesquisa, de acordo com as concepções Brunerianas
apresentadas pela pesquisadora Tizuko Morchida Kishimoto.
Buscamos apresentar a importância que as histórias infantis principalmente
os contos de fadas trazem para a formação de qualquer criança, pois ouvir muitas
histórias, escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um bom leitor e também
é um meio significativo para se trabalhar, elas estão carregadas de emoções,
como medo, tristeza, raiva, espanto, pavor, insegurança, tranqüilidade, saudade e
lembranças suscitando assim o imaginário de cada criança.
Desenvolvemos um capítulo especialmente para tratar sobre as
particularidades de alguns contos que se assemelham ao universo infantil, tais
como, o medo, a dificuldade de ser criança, carência, autodescobertas, perdas e
buscas.
Para obtermos uma experiência quanto à teoria e a prática realizamos uma
pesquisa de campo tendo como o principal método a observação direta, registros
por meio de fotos e questionário para equipe pedagógica de uma Unidade Escolar
de Educação Infantil.
Palavras-chaves Histórias infantis – Desenvolvimento – Aprendizagem prazerosa.
Abstract
On this work we developed a research about the importance of telling tails
for kindergarten children through observation and bibliographical research.
We introduced a brief historical rescuing the origins of the fairly tails and
some of the main precursors of child literature, such as: Fénelon, Perrault, Grimm
brothers, James Barrie and Hans Christian Andersen, based on Brazilian childish
literature work of Marisa Lajolo and Regina Zilberman.
The binary childish narratives are also subjects that will be boarded on this
research, according to the brunerians conceptions that was showed by the
researcher Tizuko Morchida Kishimoto.
We tried to show the importance of childish tails, mainly the fairly tails, to
any child, because listening many tails can became the beginning of the learning to
a good reader in the future. It is also an important mean to work the emotions like:
fear, sorrow, rage, fright, dread, insecurity, tranquility, longing and remembrances
that recollected the imaginary of each child.
We developed a special chapter to treat about tails particularities that seem
to the childish universe, such as: the fear, the difficult to be a child, needs, self-
discovery, losses and searches.
To get an experience about practice and theory we carried out a field
research having the mainly method the directly observation with registrations
trough pictures and questionnaire for a pedagogical team of a Childish Education
Unit School.
Keywords
Children's stories - Development - Learning pleasant
8
Introdução
Para nortear este trabalho e desenvolve-lo de maneira clara e objetiva
utilizamos algumas pesquisas realizadas por profissionais da área da educação
e da psicologia. Os autores e obras a seguir serviram como embasamento
teórico para o desenvolvimento desse trabalho: Morchida, Tizuko Kishimoto.
Narrativas Infantis: Um estudo de caso em uma instituição Infantil; Abramovich,
Fanny. Literatura Infantil, Gostosuras e bobices; e Bettelheim, Bruno. A
psicanálise dos contos de fadas...
Destacamos também as seguintes pesquisadoras: Tizuko Morchida
Kishimoto e Maria Letícia Ribeiro dos Santos e Dorli Ribeiro Basílio, em seu
trabalho de pesquisa cujo tema foi: “Narrativas Infantis: Um estudo de caso em
uma Instituição Infantil”, realizada na Escola Municipal de Educação Infantil
Benedito Castrucci. Estas professoras observaram que as crianças nos dias de
hoje estam enfrentando uma pedagogia edulcêntrica e tradicional, ou seja, as
práticas em sala de aula não estão sendo pensadas e aplicadas de acordo com
as especificidades das crianças. A pesquisa realizada por estas autoras mostra
o desenvolvimento de um trabalho com crianças de quatro anos.
Argumentam as autoras que quando os educadores forem contar
histórias o espaço precisa estar adequado estimulando assim a cooperação, o
lúdico e as narrativas. Estando baseadas nas concepções de Jerome Seymour
Bruner, as autoras escrevem sobre as narrativas infantis binárias, que são
aquelas que destacam conceitos como bruxa boa e má, morar perto e longe,
caixa grande e pequena, todas estas concepções evidenciam a estrutura típica
do pensamento infantil, que auxiliam no processo de categorização que as
crianças utilizam em situações cotidianas para representar o mundo a sua
volta. (Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.3.p.427-444, set/dez. 2007).
Partindo deste pressuposto podemos afirmar então que as crianças
utilizam as situações vividas em cada história para tentar compreender o
mundo a sua volta. Os pequenos ainda não compreendem que isto está
acontecendo, mas nós os adultos podemos através da observação perceber a
utilidade prática que às histórias infantis podem trazer para os alunos dentro da
sala de aula, um exemplo claro disto seria: o desenvolvimento da oralidade e a
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ampliação do conhecimento de mundo que a própria criança começa a
demonstrar através da fala e de suas ações.
Portanto, nós educadores então não podemos fechar os olhos diante de
uma prática tão importante e envolvente como o momento da contação de
histórias. Devemos utilizar este meio para tornar as aulas mais prazerosas e
significativas para os alunos no maternal, lembrando sempre que a busca e
utilização de práticas que respeitam a especificidade da criança sempre trarão
resultados positivos, contudo não podemos nos descuidar do momento em que
vamos escolher o volume a ser usado e também o modo como vamos
encaminhar a atividade, mas este é um dos assuntos que esta pesquisa estará
abordando em seu desenvolvimento. Esse tema tem muito para contribuir para a prática dos educadores de
educação infantil, pois ele trará uma reflexão sobre a prática de contar histórias
aos alunos no nosso cotidiano.
Nosso objetivo com a escolha deste tema é realizar uma pesquisa
teórica que possa auxiliar a nossa prática já que ambas trabalhamos com a
educação infantil há pouco tempo. Com este trabalho buscaremos esclarecer
as nossas dúvidas de como conduzir o momento de contação de história com
as crianças no maternal de maneira prazerosa e espontânea, criando assim um
ambiente de cooperação e aprendizado sem precisar deixar que este momento
fique com cara de aula para que os alunos não percam o interesse e participem
da maneira mais espontânea possível.
Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que a nossa pesquisa
partirá da seguinte pergunta: Numa Instituição de Educação Infantil em Barueri, nas turmas de
Maternais de dois anos a quatro anos, as professoras têm utilizado a prática de
contar história para auxiliar o desenvolvimento das crianças? Como vem
acontecendo este momento de contação de história? Qual é a expectativa das
educadoras diante deste trabalho?
Como acabamos de colocar acima algumas idéias que as autoras
citaram como ponto de partida para se trabalhar com o contar histórias na
Unidade Escolar queremos saber se na Instituição EMM Professora Lázara
Augusta Cárdia Sabatine onde uma de nós trabalha como professora no
maternal com alunos de três anos que corresponde a 3ª fase há nove meses.
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Realizaremos a nossa pesquisa, com o intuito de buscar a formação
continuada e eventualmente contribuir com outros educadores que vêem as
histórias infantis como um instrumento para o desenvolvimento de seus alunos,
e observar como eles utilizam esse meio em sua prática educativa.
Queremos através de a nossa pesquisa observar os seguintes aspectos: 1ª- “O corpo docente da escola tem a convicção do papel educativo das
histórias nos maternais”.
2ª- “A categorização que aparece nos Contos de Fada possibilita de fato
a aprendizagem do público Infantil”.
3ª- “O ato de contar e recontar Histórias infantis no ambiente educativo
tem contribuído para o desenvolvimento infantil”.
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Capítulo 1 A relevância das histórias infantis para o desenvolvimento da
criança do maternal: Breve Histórico
Segundo as autoras Marisa Lajolo e Regina Zilberman em sua obra
Literatura Infantil Brasileira, as primeiras obras publicadas visando ao público
infantil apareceram no mercado livreiro na primeira metade do século XVIII.
Antes disto, apenas durante o classicismo francês, no século XVII, foram
escritas histórias que vieram a ser englobadas como literatura também
apropriada à infância: as Fábulas, de La Fontaine, editadas entre 1668 e 1694,
As aventuras de Telêmaco, de Fénelon, lançadas postumamente, em 1717, e
os Contos da mamãe Gansa, cujo título original era Histórias ou narrativas do
tempo passado com moralidades, Charles Perrault publicou em 1697.
Perrault foi o primeiro escritor que literarizou uma produção até este
momento de natureza popular e circulação oral, sendo os contos de fadas a
principal literatura infantil. Além do sucesso dos contos de fadas deste autor
somou-se também as adaptações de Robinson Crusoé (1719), de Daniel
Defoe, e Viagens de Gulliver (1726) de Jonathan Swift, autores que
asseguraram a assiduidade de criação e consumo de obras.
No século XIX os irmãos Grimm, em 1812, editam a coleção de contos
de fadas que, dado êxito obtido, converte-se, de certo modo, em sinônimo de
literatura para crianças. Essas obras se definem como as que mais agradam o
publico infantil, por obter em suas principais linhas de ação em primeiro lugar, a
predilação por histórias fantásticas, modelo adotado por Hans Christian
Andersen, nos seus Contos (1833), Lewis Carrol, em Alice no país das
maravilhas (1863), Collodi, em Pinóquio (1883), e James Barrie, em Peter Pan
(1911), entre os mais célebres.
No Brasil em 1808, inicia-se a atividade editorial no Brasil, com a
implantação da Imprensa Régia, a partir disso começam a publicar livros para
as crianças: a tradução de As aventuras pasmosas do Barão de Munkausen e,
em 1818, a coleção de José Saturnino da Costa Pereira, Leitura para meninos,
neste período as publicações eram esporádicas e só em 1848, editaram
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Aventuras do Barão de Munchhausen, agora com a chancela da Lammert, e,
portanto não se caracterizou uma produção literária regular para infância.
As primeiras obras foram traduzidas e adaptadas de várias histórias européias,
que circulavam, muitas vezes em edições portuguesas, que dificultava a leitura
das crianças brasileiras, pois não apresentavam sequer a cumplicidade do
idioma.
Nessa época o famoso Figueiredo Pimentel, cronista do jornal Gazeta de
Notícias, inaugura a coleção Biblioteca Infantil Quaresma que, ao longo dos
vários títulos, vai fazendo circular entre a infância brasileira, as velhas histórias
de Perrault, Grimm e Andersen. A partir de 1915 a editora Melhoramentos
inaugura sua Biblioteca Infantil que, soube a direção do educador Arnaldo de
Oliveira Barreto, publica como primeiro volume de sua coleção O patinho feio
de Andersen.
Como nós já mencionamos em nossa apresentação abordaremos aqui
as contribuições das histórias infantis para ampliação de repertório do
conhecimento de mundo das crianças.
Segundo as concepções brunerianas apresentada pela pesquisadora
Tizuko; Bruner (1986; 1996) valoriza as histórias infantis, do gênero contos de
fadas, por sua estrutura do tipo binário, de situações opostas, típicas do
processo de categorização. A narrativa como categorização exige discriminar
diferentes coisas como equivalentes, agrupar objetos, eventos e povos em
classes (Bruner; Goodnow; Austin, 1956, p.1).
Tizuko Kishimoto escreve em sua pesquisa sobre as
narrativas infantis binárias, que são aquelas que
destacam conceitos como bruxa boa e má, morar perto e
longe, caixa grande e pequena, que todas estas
concepções evidenciam a estrutura típica do pensamento
infantil, e elas que auxiliam no processo de categorização
que as crianças utilizam em situações cotidianas para
representar o mundo a sua volta (Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.3.p.427-444, set/dez. 2007).
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Partindo deste pressuposto podemos afirmar então que as crianças
utilizam as situações vividas em cada história para tentar compreender o
mundo a sua volta. Os pequenos ainda não compreendem que isto está
acontecendo, mas nós os adultos podemos através da observação perceber a
utilidade prática que às histórias infantis podem trazer para os alunos dentro da
sala de aula, um exemplo claro disto seria: o desenvolvimento da oralidade e a
ampliação do conhecimento de mundo que a própria criança começa a
demonstrar através da fala e de suas ações.
Nós educadores então não podemos fechar os olhos diante de uma
prática tão importante e envolvente como o momento da contação de histórias.
Devemos utilizar este meio para tornar as aulas mais prazerosas e
significativas para os alunos no maternal, lembrando sempre que a busca e
utilização de práticas que respeitam a especificidade da criança sempre trarão
resultados positivos, contudo não podemos nos descuidar do momento em que
vamos escolher o volume a ser usado e também o modo como vamos
encaminhar a atividade, mas este é um dos assuntos que esta pesquisa estará
abordando em seu desenvolvimento.
A apreciação de Bruner pelos contos de fadas se dá justamente por
este processo de categorização que ele traz, pois a categorização possibilita a
aprendizagem, pois identifica objetos do mundo reduz a complexidade do
ambiente, mas requer motivos postos pelas crianças e estratégias para sua
finalização, isto quer dizer que o início de tudo partirá da própria criança.
Nesse momento o adulto servirá como um andaime para que essa
criança possa aprender sendo ela mesma a protogonizadora desse processo.
Desse modo à aprendizagem se dará por uma descoberta que depende
da criança e do apoio do adulto, esta então seria a concepção de
aprendizagem por descoberta elaborada por Jerome Seymour Bruner, mas
para isto alguns aspectos são imprescindíveis, como por exemplo, um espaço
que favoreça a iniciativa da criança, o protagonismo, a aprendizagem e
expressão do conhecimento.
14Como Bruner a professora Fanny Abramovich formada pela USP também escreveu em seu livro
Literatura Infantil, gostosuras e bobices sobre a
importância dos contos de fada para a formação
de qualquer criança, pois ouvir muitas histórias
escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um
bom leitor, e segue afirmando ainda que ser leitor
é ter um caminho absolutamente infinito de
descoberta e compreensão do mundo
(ABRAMOVICH, 1997, p. 16).
Ler histórias então é um meio significativo para se trabalhar com as
crianças, porque elas estão carregadas de emoções como medo tristeza, raiva,
alegria, espanto, pavor, insegurança, tranqüilidade, saudade e lembranças
suscitando assim o imaginário de cada criança.
Portanto ao ouvir histórias à criança pode ter as suas curiosidades
respondidas e conseguir encontrar outras idéias para resolver questões (como
os personagens da história fizeram). É uma possibilidade imensa de descobrir
outros lugares, outros tempos, outra cultura...
A autora Vera Teixeira de Aguiar, em posfácio da coleção Era uma vez (contos de Grimm), edição para as crianças que também foi citada por
Fanny em seu livro Literatura Infantil gostosuras e bobices, também descreve
sobre a estrutura dos contos de fadas, ela afirma que este gênero é muito rico
para trabalhar com o público infantil, porque parte de um problema vinculado à
realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflitos) que desequilibra
a tranqüilidade inicial.
O desenvolvimento é uma busca de soluções para estes problemas, no
plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos (fadas, bruxas,
anões, duendes, gigantes, reis, princesas, rainhas, príncipes etc). A
restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta
ao real. Os contos de fadas com esta estrutura fixa permitem aos autores, de
um lado aceitar o potencial imaginário infantil, de outro, transmitem à criança a
idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo
necessário assumir o real no momento certo.
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Os contos de fadas são tão ricos que têm se tornado fonte de estudo de
muitos profissionais nos dias de hoje, psicanalistas, sociólogos, antropólogos,
psicólogos, cada um vem dando a sua interpretação de maneira aprofundada
de acordo com o seu eixo de interesse. Entre eles aparece Bruno Bettelheim
que é um destes estudiosos.
Ele alerta sobre o equívoco enorme que podemos cometer no momento
que tentamos explicar para uma criança porque um conto de fada é tão
cativante para ela, isto pode destruir, acima de tudo o encantamento pela
história, e este encantamento só acontece pelo fato da criança não saber
absolutamente porque está maravilhada. “Se abrirmos o jogo e acabarmos
decodificando a história para criança, esta história então perderá o seu
potencial de ajudá-la a lutar sozinha e dominar exclusivamente por si só o
problema que fez a história estimulante para ela”.
Todas ou quaisquer interpretações adultas por mais corretas que sejam,
rouba da criança a possibilidade de sentir que ela mesma possa através de
repetidas audições e de pensar muito a respeito da história, ela consiga
enfrentar com êxito esta situação difícil, é muito importante para a criança.
Todos nós crescemos, encontramos sentido na vida e em nós mesmo,
por termos entendido ou resolvido problemas pessoais e não por eles nos
terem sido explicados por outras pessoas.
È fundamental para o desenvolvimento infantil que a criança descubra
sozinha como resolver problemas e descobrir-se como uma pessoa capaz de
conhecer e aprender, é imprescindível para a sua formação humana dentro de
uma sociedade cheia de desafios e problemas a serem resolvidos.
Segundo Bettelheim, educador e terapeuta de crianças gravemente
perturbadas, quanto mais tentamos entender a razão destas histórias (os
contos de fadas) terem tanto êxito no enriquecimento da vida interior da
criança, tanto mais podemos perceber que estes contos, num sentido bem
mais profundo do que os outros tipos de leitura começam onde a criança
realmente se encontra nos seu ser psicológico e emocional. Falam de suas
pressões internas graves de um modo que ela inconscientemente compreende
e sem menosprezar as lutas interiores mais sérias que o crescimento
pressupõe oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto
permanentes para dificuldades prementes.
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Os contos de fada transmitem a criança de forma
múltipla: que uma luta contra dificuldades graves
na vida é inevitável é parte intrínseca da
existência humana, mas que se a pessoa não se
intimida mais se defronta de modo firme com as
opressões inesperadas e muitas vezes injustas,
ela dominará todos os obstáculos e, ao fim
emergirá vitoriosa. (BETTELHEIM, 1980, P.14)
Para ele os contos de fadas são enriquecedores e satisfatório
para as crianças, pois através dele pode se aprender mais sobre os problemas
interiores dos seres humanos e sobre as soluções corretas para os seus
problemas.
Desta forma os contos de fadas propõem desde bem cedo para criança
uma forma de ir se familiarizando com esta estrutura social na qual está
crescendo e se desenvolvendo, isto se este momento não for deturpado por um
adulto que vê a criança como um ser incapaz de entender por si só a narrativa
ao seu tempo.
Este alerta é muito importante para nós educadores refletirmos sobre
como estamos fazendo este momento de contação de histórias na sala de
aula? Será que temos roubado esta possibilidade apontada pelo psicanalista
Bruno Bettelheim, de deixar que as crianças por si só descubram o porquê do
encantamento pela história?
Se isto estiver acontecendo sabemos que precisamos nos auto-avaliar
para que no futuro essas crianças não venham se tornar pessoas dependentes
sempre de outros para saber o que fazer ou qual atitude tomar na vida diante
de seus problemas pessoais.
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Capítulo 2
O que mais os contos de fadas podem trazer sobre a particularidade infantil
Neste trecho nós abordaremos sobre os assuntos que estão sendo
narrados em algumas histórias e a particularidade que existe entre estes
assuntos e universo infantil.
Medo, como um dos contos de Grimm traduzido por Ana Maria
Machado, “O homem que saiu em busca do medo” (está no volume
Chapeuzinho Vermelho e outros contos de Grimm). Este conto mostra a
história de um rapaz que quer aprender a se arrepiar e para isso ele enfrenta
monstros, fantasmas, mortos, mas não consegue se arrepiar... Depois das
mais tenebrosas e incansáveis tentativas ele descobre que só sente arrepios
se alguém lhe fizer cócegas..... (mostrando que o que pode provocar medo é
diferente para cada um, às vezes o que pode nos causar muito medo, nem faça
cócegas em outra pessoa).
Os medos estão presentes no nosso dia a dia, medo de escuro, medo
de injeção, medo de cachorro, lobisomem, de ladrão, de dentista, de vampiros,
de levar cascudo, de ser reprovado na escola. Temores reais ou imaginários,
relacionados à escola, temor dos mais fortes do grupo e do próprio ridículo...
Medos que todos convivemos e sentimos, uns numa intensidade outros
noutra, um de um jeito outro de outro, o importante é aprendermos a enfrentar,
a desviar, superar, a substituir, com os quais nós aprendemos a conviver e a
lidar durante a vida. Neste conto a muito que trabalhar com as crianças, ao
ouvi-las podemos identificar os seus medos e trabalhar com ela para que possa
aprender a se desviar dele ou substituí-lo por outro que possa lidar.
18
2.1 Grimm
Na Alemanha no séculoXVIII, foram os irmãos Grimm, – Jacob (1785-
1863) e Wilhelm (1786-1859) - lingüistas e folcloristas, por 13 anos
colecionaram histórias recolhidas da tradição oral, esperando caracterizar o
que havia de mais típico no espírito alemão.
Publicaram um primeiro volume em 1812, que continha o que
recolheram em Hessen, nos distritos de Meno e Kinzing, do condado de
Hanau, onde nasceram. O segundo volume foi concluído em 1814. A maior
parte das lendas do segundo volume foi-lhes contada pela senhora
Viedhmaennin, uma camponesa oriunda da aldeia de Niedezwehn, perto de
Kassel. Jacob era o mais intelectualizado dos irmãos, mas Wilhelm era quem
detinha o entusiasmo e inspiração da poesia; juntos chegaram a editar 210
histórias, a maior parte delas encontrada nos dois volumes originais. São deles
as estórias: Pele de Urso, A Bela e a Fera, A Gata Borralheira e João e Maria
(PAVONI, 1989).
2.2 Hans Christian ANDERSEN (1805-1875) de nacionalidade
dinamarquesa, seu pai era sapateiro e sua mãe lavadeira. Sua vida foi como
seus contos de fadas onde meninos e meninas pobres passam por horríveis
humilhações e, como por magia, chegam a experimentar situações
maravilhosas. Obteve fama pelo seu trabalho ainda em vida. O romantismo da
época, com seu entusiasmo pelas tradições e lendas populares, provocou a
aparição de amplo repertório de contos, onde o lirismo se alterna com o
grotesco, e o encanto oferece faces dramáticas. Pela emoção, fantasia e
lirismo de seus Contos, Andersen tem encantado várias gerações de crianças e
adultos.
Antes de escrever sobre o Amor decidimos colocar um pouco sobre a
biografia do autor do conto “O soldadinho de chumbo”, escrito por Andersen
extraído do livro Contos de Andersen. Rio de Janeiro, ed. Paz e Terra, p. 152,
que nos mostrará através de sua história cheia de fantasias a trajetória de um
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soldadinho apaixonado. A história conta que o soldadinho de brinquedo, com
seu fuzil ao ombro se apaixona por uma pequena, linda e delicada bailarina
que mora num belo castelo de papel (os dois juntos com os outros brinquedos
vivem em um canto da casa...). Depois de ter sido posto num barco de papel
pelos meninos, ter navegado quase se afogado, ter sido comido por um peixe,
volta para casa; é quando um dos garotos, num gesto, o joga na lareira, onde o
soldadinho se derrete olhando a suave bailarina que, num único passo, voa
também para dentro da fogueira... “O soldadinho então se derreteu,
transformando-se numa bolinha de chumbo, e quando, no dia seguinte, a
criada tirou as cinzas, viu que a bolinha tinha a forma de um coraçãozinho de
chumbo. Da bailarina só restava a lantejoula queimada, preta como carvão. “
Meio que fez queimar também o coração do leitor sentir que a morte do amado
pode levar ao suicídio a amada que, dessa relação de encantamento mútuo,
feita através de olhares, fica um símbolo forte e indestrutível: a marca do
sentimento.”(ABRAMOVICH,1997,p.126)
2.3 As dificuldades de ser criança:
A narrativa Peter Pan, escrita James Barrie, um escocês em 1904, nos
deixa uma mensagem muito bonita sobre o universo infantil sendo invadido
pelos anseios dos adultos, conta a história que Peter Pan ao nascer escuta os
seus pais conversando sobre como ele seria quando crescesse, neste
momento ele decide que não quer crescer e ser um adulto decide que quer ser
para sempre uma criança. Este momento da história nos faz refletir sobre o
E sobre o amor então, em todas as suas dimensões,
sofrimentos, descobertas, encantos, possibilidades,
entregas e plenitudes, iniciam e término... Quanto esses
contos de fadas nos revelam?... (ABRAMOVICH, 1997,
p.125).
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quanto às expectativas do adulto com relação à criança pode assustá-la ou até
mesmo afastá-la a ponto de recusar a idéia de um dia também se tornar um
adulto. È muito difícil viver a sombra das expectativas do outro e nunca poder
ser quem realmente quer ser. No conto também percebemos como Peter Pan se preocupa com que as
crianças acreditem no mundo da fantasia, ou seja, nas fadas, que elas não
percam a sua essência de imaginar que podem estar em outros lugares
quando ainda continua no mesmo lugar, é importante para as crianças
explorarem esse campo da imaginação, e com conseguirem enfrentar as
dificuldades que aparecerão durante a vida.
Acreditar em fadas, papai Noel, super-heróis é muito significante para os
pequenos, pois ter um aliado quando se enfrenta um problema é muito
gratificante, nós, nos sentimos mais fortes e encorajados.
Mesmo quando crescemos continuamos com a necessidade de acreditar
que existem forças superiores a nós que nos ajudam a resolver os nossos
problemas, então porque não deixar que as crianças façam também o uso
desta necessidade que é essencialmente humana.
2.4 Carência
A carência também é assunto que aprece em vários contos, porém me
prenderei a um da Andersen, que me comoveu muito ao ler, e também me fez
refletir sobre a injustiça social cruel, e desumana a qual algumas crianças
podem estar enfrentando cotidianamente.
O conto “A menina dos Fósforos” extraída dos contos de Andersen. 3.
ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, p.355. O conto fala de uma menina que
tremendo de frio, de fome, numa terrível e gélida noite de Ano Novo europeu,
vendo as luzes, a comida, às árvores alegres de Natal em todas as casas por
onde vai passando, a menina só tem uma caixa de fósforos para vender... E,
querendo ver melhor aquele mundo, querendo se aquecer mais vai acendendo
um a um de seus fósforos, e cada pequena chama a faz imaginar coisas
bonitas, boas, iluminadas, maravilhosas, até que recebe o abraço de uma avó,
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já morta, que a leva para as alturas, para junto de Deus, onde não há fome, frio
nem medo.
Esta narrativa nos faz pensar no que realmente uma criança precisa
para crescer de maneira digna e ser feliz, proteção, amor, comida, agasalho,
teto são fatores indispensáveis para que isto ocorra.
Podemos também utilizar esta narrativa para trabalharmos com as
nossas crianças as suas carências, as suas ansiedades, os seus direitos
enquanto cidadãos.
2.5 Autodescobertas Este é um assunto bem esposto na narrativa “O patinho Feio”, extraída
do livro de Contos de Andersen (que tem muito de autobiográfico). Rio de
Janeiro, Paz e Terra, p. 240. Nós podemos enxergar neste conto a busca pela
descoberta da própria identidade, o que é fundamental para o crescimento. O
conto narra à história de um patinho que desde seu nascimento foi maltratado,
ridicularizado, bicado (por outros patos e galinhas) por ser feio.... Rejeitado
pela mãe, pelos irmãos, foge e continua sendo martirizado e desprezado, por
sua feiúra, por todos que o encontra em sua triste e melancólica caminhada... E
foge cada vez mais assustado, nunca compreendido (inclusive pela velha com
quem mora um tempo). Fugindo de novo, atravessa um frio gélido e finalmente
se aproxima duma lagoa plácida, onde deslizam belos cisnes, que não só o
reconhecem de imediato, como um dos seus, e mais ainda o elegem o mais
belo e formoso dentre eles!
Contar esta história para as crianças é possibilitar o seu
desenvolvimento na busca da sua identidade, identificando as semelhanças e
diferenças entre as pessoas, mesmo que inconscientemente, fazendo
descobertas a respeito de si mesmas, como por exemplo, se ela se parece
mais com seu pai ou com sua mãe, se seus cabelos são da mesma cor que o
do seu pai, etc.
22...O poder de se encontrar, se conhecer, depois
de ter sido o patinho feio, que só se percebe cisne
após descobrir sua identidade (o que significa
percorrer uma trajetória longa, difícil e muito
sofrida..) ai a belezura é total!!! É então que nos
sentimos capazes de enfrentar o dragão, o
gigante, o ogro, o monstro, ou o nome que tenha
no nosso dia a dia, enfim, aquele que pensamos
ser maior ou desconhecido, ou inatingível, ou
cercado de forças inabaláveis e poderosas...
(ABRAMOVICH, 1997, p.135)
2.6 Perdas e buscas
Os contos de fada também falam de perdas, buscas, abandonos, de
esquecimentos, de quem um dia foi significativo, marcante, mas que, por várias
razões (até mesmo a morte já não toca ou comove...). Andersen conta isso
linda, triste e poeticamente em “O pinheirinho”, uma bela árvore abandonada,
relegada, após ter vivido uma experiência inesquecível numa noite de natal, e
que a cada novo dia espera um novo momento belo e cálido, um novo
aconchego, uma nova audição de histórias emocionantes a sua volta, que
nunca acontecem... Ao ser levado para fora da casa, imagina um recomeço de
vida. Mas é cortado, transformado em lenha, e gemendo, gemendo... Vai sendo
queimado... (como permitimos que aconteça com nossos avós, nossos sábios,
nossos antigos ídolos) p.135,136 Abramovich Gostosuras e bobices.
Este conto nos dá a possibilidade de trabalharmos com as crianças as
mudanças de fases da vida aceitando uma nova etapa, as perdas, falando para
elas que isto faz parte do seu crescimento e desenvolvimento humano.
23
2.7 Walt Disney
Walt Disney (1901-1966) foi um cineasta, produtor estadunidense de
desenhos animados e animador. Não criou nenhum conto, mas ficou conhecido
pelas releituras que fez dos contos de fadas, como a primeira: “Branca de neve
e os sete anões”, animação lançada nos cinemas, que na época (como nos
tempos atuais) era uma poderosa aliada midiática. As histórias eram facilmente
compreensíveis, refletindo os valores médios da tradição americana (COSTA e
BAGANHA, 1989).
Em sua adaptação dos contos de fadas clássicos, Segundo Costa e
Baganha (1989), os contos aparecem distorcidos de sua forma original. Muitas
adaptações subtraem passagens consideradas mais fortes, com o objetivo de
não assustar ou chocar as crianças, privando-as do conflito e posterior
resolução.
Assim como a Disney, estúdios como a Pixar, Dreamworks e Warner
Bros, têm ganhado merecido destaque por contribuir com outras histórias, mais
atuais, que se assemelham estruturalmente com os contos.
24
Capítulo 3
Observação da prática com o contar das histórias infantis
Para realização desta pesquisa, contamos com a autorização da diretora
Solange Vieira Baganha, lotada na Escola Municipal Maternal Professora
Lázara Augusta Cárdia Sabatine, localizada na cidade de Barueri, no Jardim
Mutinga, rua Dom Feliciano, nº 49.
Esta Unidade Escolar iniciou o seu trabalho educativo no mês de agosto
de 2008, contando com apenas uma professora efetiva, três professoras de
apoio, duas assistentes efetivas e mais sete contratadas. Neste ano de 2009,
formou-se uma nova equipe com mais três professoras efetivas e onze
assistentes efetivas.
Nesta escola podemos observar que as educadoras fazem do momento
de contar história uma atividade diária. Todos os dias na roda da conversa é
dedicado um momento para a leitura de histórias infantis. Os alunos participam
efetivamente deste momento, pedindo para ver as imagens, acompanhando
oralmente quando a história já faz parte do seu repertório e também fazem uma
contextualização utilizando a sua própria vivência trazendo-a para dentro desse
momento, proporcionando assim a socialização.
Desta forma a equipe pedagógica da escola percebeu a contribuição
significativa que os contos de fadas trariam para as crianças, a partir desta
reflexão se reuniram e juntas elaboram o Projeto Contos de fadas, por meio de
pesquisas e discussões.
No inicio das pesquisas a equipe que elaborava o Projeto, ficou
surpresa quanto ao fato dos contos serem a princípio histórias para adultos,
ficaram impressionadas com as histórias verdadeiras. Só assim perceberam
que os contos que elas conheciam já haviam sido adaptados para o público
infantil. Houve resistência de algumas professoras de contar as versões
originais destes contos, devido à extensão, muitas acreditaram que o texto era
muito longo e faria com que os alunos se dispersassem e perdessem o
interesse durante a leitura. Então ficou estabelecido que durante a leitura
25
fossem trabalhadas histórias menores e durante a contação poderia ser
trabalhada a versão original, deixando claro o preparo do contador,
O momento de contação é o mais propício, pois ele proporciona ao
contador o contato visual e maior interação com o público, sendo que este
momento se dá por meio de representação da história escolhida.
Foram trabalhadas mais de uma versão do mesmo conto, o que
proporcionou para as crianças a percepção de ausência de alguns
personagens, ou, o surgimento de outros.
3.1 Projetos da escola
As educadoras além de utilizarem o espaço da sala de aula, contam
também com o espaço Coala. Este espaço é garantido pelo Projeto Coala,
determinado pela Secretaria da Educação Municipal de Barueri, que visa além
da leitura na escola também a participação dos pais para efetivação deste
projeto.
O Projeto Coala objetiva fortalecer e evidenciar ações que já ocorrem no
ambiente escolar pertinentes à nutrição, estimulação a leitura e fomento do
vínculo afetivo entre mãe e filho.
A cada dia um aluno leva a pastinha para casa com um livro para leitura
e um caderno de registro, no qual o adulto responsável após a leitura realizará
o registro de como foi este momento. Este Projeto é permanente na rede desde
2003.
A escola também conta com o Projeto Contos de Fadas, elaborado pelas
professoras, Rosiane Ariane dos Santos, Veridiana Aparecida dos Santos,
Maria Cleide Favaro Santos, Adriana Lira da Silva e Wilma Menezes Barbosa
(sendo estas duas últimas professoras de apoio).
26Através dos séculos (quando não do milênio)
durante os quais os contos de fadas, sendo
recontados, foram-se tornando cada vez mais
refinados, e passaram a transmitir ao mesmo
tempo significado manifesto e encobertos,
passaram a falar simultaneamente a todos os
níveis da personalidade humana, os contos de
fadas transmitem importantes mensagens à mente
consciente, em qualquer nível que esteja
funcionando no momento. (BETTELHEIM 1980,
p.14)
Este projeto foi desenvolvido pelas educadoras da instituição com o
propósito de auxiliar a criança em seu desenvolvimento, processo de
identificação e na construção de valores. Os contos de fadas encantam e
cativam até os dias de hoje, com suas histórias fantásticas e os personagens
bruxas, fadas, lobo mau, príncipes e tantos outros que de uma forma indireta,
as ensinam a enfrentar o medo, a valorizar a amizade, a desenvolver a
imaginação.
O conto de fadas: uma forma artística única,
enquanto diverte a criança, o conto de fadas a
esclarece sobre si mesma, e favorece o
desenvolvimento de sua personalidade. O
significado em tantos níveis diferentes enriquece a
existência da criança de tantos modos que
nenhum livro pode fazer justiça à multidão e
diversidade de contribuições que esses contos
dão à vida da criança. (BETTELHEIM 1980, p.20)
As educadoras envolvidas neste projeto trabalham um conto por
semana, elaborando algumas atividades semanais relacionadas à história.
Também são trabalhados durantes esses contos as áreas do conhecimento,
27
como linguagem oral e escrita, formação pessoal e social, movimento, natureza
e sociedade, arte e matemática. Visando o desenvolvimento das habilidades
pré-determinadas, no planejamento semanal.
Conseguimos notar o desenvolvimento oral das crianças, a ampliação do
vocabulário, a prática de recontar a história para os outros, a autonomia na
escolha do conto preferido no momento da contação.
Em muitos momentos em que a professora trabalhava com um
determinado conto havia a insistência de algumas crianças para que se
contasse um dos contos trabalhados anteriormente, sendo necessária a
retomada do conto, já que entendemos que é necessário respeitar este
momento no qual a criança apresenta a necessidade de ouvir novamente a
mesma história a qual por algum motivo ela demonstra um interesse maior.
Durante estas observações ficou claro o trabalho com as
categorizações, por exemplo, quando a professora contou a história do “João e
o pé de feijão”, ela juntamente com os seus alunos começou a categorizar os
objetos através da maquete criada durante a semana do conto.
Na maquete aparecia o gigante que estava sendo representado por uma
garrafa pet grande e João por um rolinho de papel higiênico. Também houve a
elaboração de dois cartazes, aonde o contorno do corpo da criança
representava João, e o contorno do corpo da professora representava o
gigante.
28
1- Maquete do Conto do João e o pé de Feijão.
2- Alunos brincando com a maquete. 3- Alunas dialogando como se
fossem os personagens.
4- Aluna colocando o João para subir no pé de feijão.
29
É importante ressaltar que toda a maquete foi construída com materiais
recicláveis, as educadoras aproveitaram este momento para falar para os
alunos sobre a preservação do meio ambiente mostrando a eles que a
reciclagem é um importante passo para a preservação do meio ambiente.
5- Trabalhando com caracterizações (pequeno e grande).
Todo este processo ajudou os alunos a categorizar os objetos
pequenos em um grupo e os grandes em outro, entendendo assim a diferença
entre maior e menor e também a classificar as crianças num grupo de
pequenos e os adultos no dos grandes.
Também houve o momento de plantação de feijão, esse momento
proporcionou grandes descobertas já que as crianças questionavam:
- Tia vai ficar igual ao do João?
Então a professora disse:
-Não, os feijões do João eram mágicos!
30
6- Plantação de feijão, atividade prática.
Houve muito interesse nesta atividade, com certeza o fato do conto ter
sido trabalhado anteriormente ajudou muito, a familiarização com a atividade.
Durante o projeto também foi trabalhado o conto “O patinho feio”,
buscando a interdisciplinaridade com o projeto “Eu faço parte deste mundo”
que tem como objetivo trabalhar a identidade.
7- Roda de conversa antes de iniciar o conto.
A professora iniciou com a roda de conversa questionando as crianças
sobre os animaizinhos que mais gostavam, perguntou também se eles
conheciam alguma história onde o personagem principal fosse um animalzinho,
essa pergunta gerou dúvidas, então foi necessária a intervenção da professora
que forneceu algumas dicas até que eles descobrissem a leitura da história do
dia.
Durante essa semana foram trabalhadas as duas versões da história “O
patinho feio” que eram bem semelhantes, porém em uma das versões aparecia
uma outra espécie de patos (patos selvagens). Isto gerou a curiosidade das
crianças quanto às diferenças entre uma espécie e a outra. Então a professora
aproveitou este momento para falar sobre as diferenças que existem entre as
pessoas.
Surgiu no decorrer da semana a necessidade de se trabalhar com
gênero, já que uma das crianças disse que pato não bota ovo, que quem bota
ovo é a mamãe, então outra criança se levantou e disse que não, que a mamãe
31
não bota ovo, ela tem o bebê dentro da barriga. Então a educadora interviu
dizendo que realmente a mamãe não bota ovo, mas a mamãe pata sim.
Depois desta discussão a professora perguntou para os alunos quem é
que bota o ovo, o galo ou a galinha, a pata ou o pato...
Foi construída uma caixa surpresa com espelho, onde os alunos
deveriam observar sua imagem e responder as perguntas da professora sem
falar o nome do objeto que estavam vendo. A educadora então perguntou:
_ Você gosta de quem você está vendo?
_Tem olho? Quantos? Tem nariz? Tem boca? Tem orelha? Tem cabelo?
Qual o nome desta pessoa que você está vendo? Nesta dinâmica foram
trabalhadas as partes que compõe a cabeça (olhos, boca, nariz, olhos, cabelos,
ouvidos) e também o nome de cada criança, pois nesta atividade os alunos
estavam observando a si mesmos, e reconhecendo partes dos seus rostos.
8- Alunos desenhando as partes 9- Desenhos feitos pelos alunos
que compões a cabeça.
Os alunos elaboram vários trabalhos manuais durante este projeto,
atividades dirigidas e lúdicas, muitos desenhos foram produzidos por eles,
representando assim o desenvolvimento de várias habilidades demonstradas
durante estes momentos, a coordenação motora, a oralidade, a memorização,
a organização do pensamento, tudo isto nos podemos observar no decorrer
das atividades.
32
Todos os alunos da 3ª Fase (três anos) fizeram massinha de modelar
caseira com gelatina, farinha de trigo, sal, óleo e água para a construção da
maquete do conto do patinho feio, além da massinha os alunos construíram
fantoches de palito de churrasco sem a ponta, dos personagens do conto e a
fantasia do patinho feio que foi construída com os seguintes materiais: papel
EVA, tecido, pena e cola colorida.
10- Preparação da massinha de modelar.
11- “Pondo a mão na massa”.
33
12- Maquete feita com a massa de modelar 13- Fantoches de palitos
14- O faz-de-conta invade a sala de aula, “O patinho feio na maternal”.
Estas fotos ilustram o trabalho feito através da fantasia e da brincadeira
que é realizado na sala de aula, aonde os alunos podem representar os
personagens do conto através de fantasia e brinquedos construídos por eles
para serem colocados na maquete. Estas atividades nos fez enxergar que
trabalhar com os alunos desta fase, momentos como estes são importantes
para que os alunos se socializem e interajam entre si, construindo assim a sua
personalidade gradativamente de maneira espontânea, “brincando”.
34
A aluna após o momento de contação do conto da Branca de Neve
reconta a história aos outros alunos, fazendo a leitura visual dos personagens
relembrando a história que a educadora acabara de narrar. Momento este
propício para o desenvolvimento da linguagem oral e o contato com a escrita
motivando os alunos a serem leitores desde bem pequeninos.
15- Aluna caracterizada de Branca de Neve reconta a história.
No término de cada semana, os alunos com o auxílio das professoras
preparam um prato relacionado ao conto, por exemplo, na semana em que as
professoras trabalharam com o conto A branca de neve e os setes anões, os
alunos preparam suco de maçã.
16- Maçã para o suco. 17- Preparando o suco.
35
- 18- As educadoras auxiliando os alunos durante a atividade.
As educadoras apoiavam constantemente os alunos em todas as
atividades, como pode ser visto nas fotos, a relação entre professor e aluno é
ativa e muito produtiva todos trabalham com muito interesse e empenho
durante o projeto.
Na sala da 3ª fase B, foi feito pelas assistentes um tapete em trilha com
os personagens dos Contos de Fadas, que também tem o objetivo de contribuir
com o desenvolvimento do projeto, os alunos gostaram muito.
As educadoras da instituição almejam com este projeto ampliar o
repertório de histórias, despertar em cada criança a curiosidade sobre assuntos
da história trabalhada, proporcionar a formação da linguagem oral, a aquisição
de novos vocabulários, estimular o imaginário, a ordenação e organização do
pensamento por meio das seqüências narrativas, melhorar o convíveo do
grupo, organizar o espaço e os materiais (fantasias, máscaras, fantoches e
jogos), aprender valores importantes para o convíveo social e que vão de
encontro com a formação de hábitos de comportamento e desenvolver
comportamento leitor (manusear livros, identificar personagens e recontar
histórias por meio das imagens).
36
3.2 O corpo docente e a sua convicção no trabalho com
Histórias
De acordo com o questionário realizado na escola, que se encontra nos
apêndices deste trabalho obtivemos as seguintes respostas:
As histórias infantis ajudam na formação do futuro leitor e na formação
pessoal do aluno. As professoras, as assistentes de maternal e a diretora da
escola, acreditam que os contos de fadas possibilitam integralmente a
aprendizagem das crianças.
Afirmaram também que o momento de contação de história pode
contribuir no desenvolvimento da oralidade, lúdico e afetivo do aluno.
No momento da escolha da história o professor estabelece relações com
a missão da escola.
As educadoras realizam a leitura antecipada do conto a ser trabalhado,
fazem uso dos recursos disponíveis para motivar o interesse e a participação
dos alunos. São utilizados, livros, fantoches, caixa de história, vídeos e CDs de
áudio.
Na seleção do livro são valorizados os seguintes aspectos:
_ Livros com muitas figuras, que prendam a atenção das crianças;
_ Livros com histórias curtas, para que as crianças não percam o interesse
durante a leitura, devido à idade.
Nesta escola, são realizadas reuniões pedagógicas semanais, na qual
são discutidos textos e projetos que estão sendo desenvolvidos na Unidade
Escolar, sendo solicitadas à opinião de todos os envolvidos no processo de
aprendizagem.
A maioria dos profissionais desta escola (professoras e assistentes de
maternal) está concluindo curso Superior de Pedagogia.
Elas também contam com curso de formação anual, proporcionado pela
Secretaria Municipal da Educação.
Neste ano de2009, as Assistentes de Maternal, participaram do CURSO
DE APERFEIÇOAMENTO PARA ASSISTENTE DE MATERNAL, onde tiveram
a oportunidade de aprender sobre o momento da contação de histórias em um
37
de seus módulos e saber que por meio das histórias mantemos acesa a
imaginação infantil, livre de limitações. Com a magia das histórias concebemos
viagens, aventuras, conquistas, temores, fundamentais ao desenvolvimento
intelectual e emocional.
38
Considerações finais
Com este trabalho tivemos um novo olhar para momento de contação de
histórias para as crianças do maternal, já sabíamos de maneira superficial que
as histórias poderiam contribuir para o enriquecimento da imaginação, porém
ficamos surpresas de saber que elas podem contribuir também para o
desenvolvimento pessoal e emocional de cada criança.
Estudando sobre o tema conhecemos as primeiras versões de alguns
contos, ficamos surpresas com a linguagem utilizada, pois até então só
conhecíamos as versões da Walt Disney com o feliz para sempre.
Estas primeiras versões tratavam-se de uma literatura direcionada para
adultos e com forte intenção moral. Em 1697 Charles Perrault publicou o livro,
os Contos da Mamãe Gansa, propagando assim a literatura infantil na
França,em 1812, os Irmãos Grimm editam a coleção de Contos de Fadas que
dado o sucesso obtido desses contos, converte-se de certo modo, em sinônimo
de literatura infantil. Foi a partir de então que se definiram com maior
segurança os tipos de livros que agradaria mais aos pequenos leitores.
Posteriormente o autor Hans Christian Andersen, que adotou um modelo de
histórias fantásticas nos seus Contos1833.
E mais uma obra de Jaimes Barrie, em Peter Pan, que aparece em 1911
como um dos contos mais célebres.
A experiência da pesquisadora Tizuko Morchida Kishimoto contribuiu
muito para a nossa pesquisa por que nos proporcionou embasamento teórico a
respeito das contribuições das histórias infantis binárias para o
desenvolvimento da criança, pois elas evidenciam estruturas típicas do
pensamento infantil.
No decorrer da nossa pesquisa também consultamos a obra Literatura
Infantil, Gostosuras e bobices, de Fanny Abramovich, durante a leitura
pudemos perceber que existem particularides entre a literatura infantil e o
universo da criança, e também a importância do trabalho com histórias para
formação de um leitor com um caminho absolutamente infinito de descoberta e
compreensão do mundo.
39
Dentro dessa obra também contamos com a contribuição da escritora
Vera Teixeira de Aguiar, que escreve sobre a estrutura fixa dos contos que
colaboram para o desenvolvimento imaginário da criança, porém trabalha a
necessidade de assumir o real no momento certo.
Conseguimos compreender ainda mais o significado e a importância de
se trabalhar histórias, principalmente os contos, após a leitura do livro a
Psicanálise dos Contos de Fadas, de Bruno Bettelheim. Ele escreve sobre o que
cada conto pode inspirar na criança, seus medos e problemas, é claro que não
existe uma condição única, cada criança pode apresentar afinidade com uma
ou mais histórias e usa - las como meio para superar os problemas
encontrados no momento. Por isso a importância de resgatar o conto, quando
pedido por alguma criança, esse trabalho deve ser constante e é necessário
que os adultos envolvidos estejam atentos e valorizem esse momento para que
não haja problemas futuros.
Para ele os contos de fadas são enriquecedores e satisfatório para as
crianças, pois através dele pode se aprender mais sobre os problemas
interiores dos seres humanos e sobre as soluções corretas para os seus
problemas. Os contos enriquecem a vida interior da criança por que eles têm
um sentido bem mais profundo que os outros tipos de literatura, pois começam
onde a crianças realmente se encontra, no seu ser psicológico e emocional,
oferecem exemplos tantos de soluções temporárias quanto permanentes para
dificuldades urgentes.
Para a confirmação de nossas leituras fomos a campo, para um trabalho
de observação quanto ao trabalho com histórias. Constatamos que nesta
unidade escolar o corpo docente tem a convicção do papel educativo intrínseco
nas histórias infantis.
O pensamento típico da criança em categorizar as coisas também ficou
visível durante a observação e as histórias infantis apareceram como um
instrumento fundamental no trabalho das educadoras da instituição. Os contos
de fadas que foram trabalhados durante o projeto contribuem para a formação
de mentes narrativas e a categorização que aparece neles possibilita aos
alunos meios para aprender sobre o mundo a sua volta e assim ampliar o seu
conhecimento de mundo.
40
O ato de contar e recontar histórias foi uma experiência fantástica, pois
os alunos da unidade após o momento de contação de histórias reproduziam
oralmente a narrativa e também as representavam. Assim fica clara a
contribuição que este momento traz para as crianças desenvolvendo nelas o
espírito cooperativo, a oralidade, e a organização do pensamento.
41
Referências Bibliográficas
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil Gostosuras e Bobices – 5ª edição.
Editora: Scipione – 2002.
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas – 8ª edição. Editora:
Paz e Terra – 1990.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAM, Regina. Literatura Infantil Brasileira Histórias e
Histórias – 4ª edição. Editora: Ática – 1988.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida, Narrativas infantis: um estudo de caso em uma
instituição infantil, São Paulo, Educação e Pesquisa, v.33, n.3, p. 427-444,
set./dez.2007.
42
Obras consultadas
ABRAMOVICH, Fanny, As melhores histórias de Irmãos Grimm e Perrault, 1ª
edição, São Paulo, Nova Alexandria, 2004.
COSTA, Marta M, Metodologia do ensino da Literatura infantil, 20ª edição,
Curitiba, IBPEX, 2007.
REGO, Tereza C. VYGOTSKY UMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL
DA EDUCAÇÃO, 14ª EDIÇÃO, Rio de Janeiro, 2002.
43
Apêndices
44
A importância da literatura infantil na maternal
1) Qual a sua opinião sobre a importância das histórias infantis? a- ( ) As histórias infantis ajudam na formação do futuro leitor. b- ( ) As histórias infantis ajudam na formação pessoal do aluno. c)-( ) As histórias infantis não contribuem para o desenvolvimento da criança devido a faixa etária.
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A B CAlternativas
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A B C
2) Os contos de fadas possibilitam de fato a aprendizagem do público infantil? a- ( ) Sim, parcialmente b- ( ) Não contribui c- ( ) sim, integralmente
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A B CAlternativas
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A B C
3) Qual seu grau de formação? a-( ) Ensino médio ou técnico ( magistério) b-( ) Ensino superior incompleto c-( ) Ensino superior completo
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A B CAlternativas
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A B C
4) No que o momento de contação de história pode contribuir para a criança? a-( ) No desenvolvimento da oralidade b-( ) No desenvolvimento da lúdico ( imaginação) c-( ) No desenvolvimento afetivo d-( ) Todas as alternativas estão corretas
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A B C DAlternativas
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A B C D
5) Antes do momento da contação como é realizada a escolha do livro? a-( ) Livros com histórias extensas ( longas) b-( ) Livros com muitas figuras, que prendam a atenção das crianças. c-( ) Livros com histórias curtas
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A B CAlternativas
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A B C
6) No momento das histórias, quais recursos utilizados? a-( ) Livro b-( ) Fantoches, caixa de histórias c-( ) Vídeos e cd de áudio
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A B C
7) No momento da escolha da história quais são os critérios estabelecidos pelo educador. a-( ) Somente pela preocupação de cumprir com o planejamento b-( ) Para trabalhar aspectos vinculados com a Missão da escola c-( ) Contar só para distrair
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Pesquisa sobre a Importância da História Infantil
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A B CAlternativas
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A B C
8) Quando são realizadas as reuniões pedagógicas na U.E.? a-( ) Semanalmente b-( ) Quinzenalmente c-( ) Mensalmente
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A B CAlternativas
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A B C
9) Nos momentos de reuniões pedagógicas há formação continuada para a equipe? a-( ) Não, são discutidos apenas os problemas da escola b-( ) Sim, são discutidos textos e projetos que estão sendo desenvolvidos na U.E. c-( ) O tempo é utilizado somente para o aspecto burocrático, preenchimento de documentos
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A B CAlternativas
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A B C
10) Existem projetos relacionados a leitura na U.E? Quais? a-( ) Sim b-( ) Não c-( ) Em processo de elaboração
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A B CAlternativas
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A B C
11) Para o momento de contação de histórias, como é realizada a preparação? a-( ) Leitura antecipada b-( ) Escolha da história sem preparação antecipada c-( ) Leitura antecipada e programação para o desenvolvimento da atividade
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Pesquisa sobre a Importância da História Infantil
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A B CAlternativas
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ade
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Índice de fotos
1- Maquete do João o pé de feijão....................................................28
2- Alunos brincando com a maquete.................................................28
3- Alunas dialogando, como se fossem os personagens..................28
4- Aluna colocando o João para subir no pé de feijão.......................28
5- Trabalho com caracterizações (pequeno e grande).......................29
6- Plantação de feijão, atividade prática.............................................29
7- Roda de conversa antes de iniciar o conto.....................................30
8- Alunos desenhando as partes que compõe a cabeça.....................31
9- Desenhos feitos pelos alunos...........................................................31
10- Preparação da massinha de modelar...............................................32
11- “Pondo a mão na massa”..................................................................32.
12- Maquete feita com a massa de modelar............................................33
13- Fantoches de palitos..........................................................................33
14- O faz-de-conta invade a sala de aula, “O patinho feio na maternal”.33
15- Aluna caracterizada de Branca de Neve reconta a história.................34
16- Maçã para o suco.................................................................................34
17- Preparando o suco.................................................................................34
18- As educadoras auxiliando os alunos durante a atividade......................35
51