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LONGE DO TOC“Estou mais confiante”, diz pedagoga que supera a cada dia a doença
LONGEVIDADEQual é a fórmula para um envelhecimento saudável? Especialista responde
RAIO-XFaça o check-up! Conheça cinco exames indicados para o coração
A IMPORTÂNCIA DO CUIDADOREntenda os desafios do profissional e como ele pode lidar com o paciente
A função de um cuidador é essencial na vida de quem necessita de
ajuda, em muitas situações, torna-se um grande amigo do seu pa-
ciente. Mas qual é o melhor momento de ter um profissional dentro
de casa? Será que um familiar pode exercer essa função com qualida-
de? A nossa matéria principal conta a história da psicóloga Sônia For-
tuna que, aos 70 anos, cuida da irmã portadora do Mal de Alzheimer.
Sônia também dá dicas surpreendentes sobre como lidar com quem
esteja precisando de ajuda.
Você sabe qual o segredo da longevidade? Todos gostaríamos da res-
posta, mas é possível chegar lá com saúde. Para você se empolgar,
conversamos com Marcelo Levites, coordenador de um programa de
longevidade que consiste em socializar o idoso com uma série de ati-
vidades benéficas para a coordenação motora e a saúde mental. Eles
adoram e qualquer pessoa pode fazer. Aliás, você sabia que uma simples
conversa com o médico faz diferença para o coração? Se você deseja
cuidar da saúde cardíaca, a nossa seção Raio-X traz a função de cinco
exames de rotina, explicando para que serve e para quem é indicado.
E você conhece uma pessoa com TOC (Transtorno Obsessivo Com-
pulsivo) ou que sofre da doença? Não é fácil, mas é possível amenizar.
Na seção História de Superação, vamos contar a trajetória da Ana Ca-
rolina, que já passou por situações constrangedoras por causa da do-
ença e depois de muitos anos aprendeu a lidar com mais tranquilidade.
E uma dúvida: a asma pode ser considerada uma doença hereditária?
A alergista Érica Azevedo explica se é apenas uma coincidência, e
também dá dicas importantes para os pais identificarem as complica-
ções respiratórias em crianças.
E tem mais pra você.
Uma boa leitura!
EQUIPE CUIDADOS PELA VIDA
//EDITORIAL
Conteúdo
COORDENAÇÃO // RAFAEL MUNHOS
REPORTAGEM // RAFAEL MUNHOS
CARLOS EDUARDO SANGENETTO
FABRÍCIO MAINENTI
Arte
DIREÇÃO // LEANDRO SANTOS
DESIGN // JHONATHAN MARTINS
Projeto
CAMILA CRISPINIANO
RENATA HERNANDES MARCELINO
FRANCISCO MALENA
ICONS4U
WEBEDIA
Agradecimentos desta edição:
ANA CAROLINA, FERNANDA CHAPOCHNICK,
GINA MAROCHIO, HÉLIO CASTELLO,
MARCELO ROZENFELD LEVITES, RUBENS
MATTAR JÚNIOR, SÔNIA CASTELO BRANCO
FORTUNA, GÊRHARD BREDA, RAYANE VIEIRA,
ROSSANA FONSECA, VINICIUS NICOLAU
Produção
ICONS4U
Publicação Digital
YUMPU
Contatos
SITE // www.cuidadospelavida.com.br
FACEBOOK // www.fb.com/cuidadospelavida
EMAIL // [email protected]
A Revista CUIDADOS PELA VIDA é uma publicação de
distribuição gratuita, destinada aos participantes do CUIDADOS
PELA VIDA, o programa de benefícios do Aché Laboratórios.
Os artigos aqui assinados são de total responsabilidade
dos autores e não representam a opinião da revista, da
icons4u, do programa CUIDADOS PELA VIDA ou do Aché
Laboratórios. Não é permitida a reprodução total ou parcial
sem prévia autorização. O conteúdo apresentado não tem
como objetivo substituir as orientações médicas. Para
manter-se em dia com seu tratamento, visite regulamente
seu médico. O acesso à informação sobre saúde é o
primeiro passo para uma maior qualidade de vida.
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14 EM BUSCA DA LONGEVIDADE
O que é preciso para chegar à terceira
idade com saúde? Especialista dá a dica!
REVISTA CUIDADOS PELA VIDA // EDIÇÃO 11 // ANO 2
SUMÁRIO
08 CAPA // O BOM CUIDADOR
A cuidadora Sônia Fortuna explica
como é o seu processo diário e qual a
fórmula da profissão.
22 QUEM FOI QUE DISSE?Compartilhe sua opinião. Participe!
20 OS BENEFÍCIOS DO ÔMEGA-3
Saiba por que este tipo de gordura é
importante para o funcionamento do
organismo.
18 HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Conheça a história da pedagoga que
enfrentou diversas situações por causa
do Transtorno Obsessivo Compulsivo.
12Conheça cinco exames preventivos
essenciais para a saúde do coração.
RAIO-X
06 ASMA É HEREDITÁRIA?
Especialista tira a dúvida e orienta aos
cuidados com as crianças.
Uma questão levantada muitas vezes no universo de
pessoas que sofrem com complicações respiratórias
é se a asma pode ser considerada uma doença here-
ditária, já que vários pacientes são filhos de quem teve
ou ainda possui esse problema. Não pode ser apenas
coincidência, né? Vamos tentar entender isso.
Antes de tudo, a asma é apontada pelos médicos
como uma doença multifatorial e que precisa ser tra-
tada para não causar problemas mais graves. “Existe
uma suscetibilidade genética, contudo, outros fatores
também vão contribuir para o desenvolvimento da
asma”, afirma a alergista Érica Azevedo.
Apesar dos casos comuns de pais e filhos sofrerem
com a mesma doença, não existe um cálculo para
sabermos a probabilidade da doença continuar pela
família. Ainda segundo a Dra Érica, o que se observa
é que se os pais que possuem histórico de atopia, ou
seja, uma tendência hereditária a desenvolver mani-
festações alérgicas, a chance do filho vir a ter asma,
rinite ou qualquer outra complicação é maior.
Mais fatores de risco da asma
Além da ligação familiar, existem mais fatores de risco
para a asma, como a exposição ao tabagismo, já que a
fumaça do cigarro é nociva para a saúde, obesidade e
até mesmo o uso de alguns medicamentos podem con-
tribuir para o aparecimento ou exacerbação da asma.
Por outro lado, há também fatores que colaboram
para a proteção dos indivíduos contra a doença. O
aleitamento materno exclusivo e um estilo de vida ati-
vo e ao ar livre “parecem proteger contra o desenvol-
vimento de alergias”, conta Érica Azevedo.
Como identificar a asma em crianças?
Saber se seu filho tem asma não é das tarefas mais
fáceis, o problema pode ser bem difícil de ser iden-
tificado em crianças muito novas. Crianças peque-
nas podem apresentar crises de broncoespasmo,
sem que isso signifique que ela desenvolverá asma
no futuro. Tais crises podem ser provocadas por
estímulos externos, como vírus, e ser transitórias.
Por causa disso, o recomendado é que um médico
seja procurado para uma avaliação correta: “O ide-
al é que a criança seja avaliada por um especialista
para um diagnóstico e tratamento adequado caso
ela apresente dispneia (cansaço), chiado no peito
ou tosse seca frequente”, orienta a alergista.
IMA
GE
M: T
HIN
KST
OC
K
ÉRICA AZEVEDO
Alergista e imunologista pela
Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia (Asbai). Atende em seu
consultório na Barra da Tijuca, no
Rio de Janeiro/RJ.
CRM: 52-83907-8
POR CARLOS EDUARDO SANGENETTO
A ASMA É UMA DOENÇA HEREDITÁRIA?
CUIDADOS E BEM-ESTAR
06
“O ideal é que a criança seja
avaliada por um especialista para um diagnóstico
e tratamento adequado”
0|REVISTA CUIDADOS PELA VIDA 908
Cuidados com as roupas, manter ambientes sempre
limpos e higienizados, dar banho, fazer comida e me-
dicar nos horários estipulados, entre inúmeras outras
funções fazem parte da rotina de um bom cuidador.
Em decorrência do aumento da longevidade, houve
um crescimento na procura desse profissional de saú-
de para atender as necessidades do paciente, princi-
palmente para quem está na terceira idade.
Se você tem aquela visão de que o profissional é ape-
nas um ajudante, está bem enganado! Vai muito além
disso. Em muitos lares, o cuidador é integrante da
família e uma verdadeira companhia para o pacien-
te. Na maioria das vezes, é com ele que acontece a
socialização.
Há casos de que a família não se sente à vontade para
contratar um profissional, como o custo-benefício e
a insegurança de ter um em casa. São nessas oca-
siões que o próprio membro familiar se predispõe a
tomar conta do paciente. Independente da escolha,
é importante que a família esteja ciente para tomar a
melhor decisão para a saúde do parente.
IMAGENS: THINKSTOCK E ARQUIVO PESSOAL
A IMPORTÂNCIA DO CUIDADOR
SAÚDE E TRATAMENTO
POR RAFAEL MUNHOS
Entenda os desafios do profissional e como ele pode lidar com o paciente
08
O QUE PRECISA
PARA SER UM BOM
CUIDADOR?
Entender o paciente e
gostar do que faz.
|REVISTA CUIDADOS PELA VIDA 1110
Cuidadora, irmã e amiga
Aos 70 anos, a psicóloga carioca Sônia Castelo Bran-
co Fortuna é referência na sua profissão. Dedicada ao
tratamento de família, a especialista se depara com
inúmeros casos de clientes que não sabem como pro-
ceder com o parente.
Voluntária da Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRAz) e presidente do Fórum dos Portadores de Pa-
tologias do Estado de São Paulo (SOBESP), Sônia pres-
supõe da ideia de que é preciso conhecer o familiar
antes de tomar uma atitude precipitada. “Eu trabalho
atendendo pacientes com demência usando a medici-
na de família. Todo o processo é realizado com os fa-
miliares porque eles precisam entender a definição de
envelhecimento e velhice. Se os adolescentes têm suas
limitações por causa da idade, os mais velhos também
têm as suas”, conta.
Ao sair do consultório, Sônia se depara com a situação
em família. Sua irmã, com 87 anos, sofre de Alzheimer
e conta com a ajuda de acompanhantes no auxílio di-
ário, mesmo assim, mora sozinha por vontade própria.
A psicóloga a deixa procurá-la quando quiser, e apesar
de estarem a algumas quadras de distância, Sônia não
descuida das limitações da irmã e busca com frequên-
cia informações sobre o seu estado de saúde. “Quan-
do ela veio para São Paulo, passei a conviver com seus
problemas. Aí comecei a entender como nós,
cuidadores, somos responsáveis por esse do-
ente. Minha irmã era independente, com a do-
ença comecei a observá-la de outra ma-
neira. Às vezes, eu ligo perguntando
se quer que eu apareça, ela diz que
não está com vontade, então eu
obedeço. Algumas horas depois,
ligo novamente para conversarmos
e fica tudo resolvido. Isso é displi-
cência? Não, é saber que o doente
necessita de liberdade para en-
tender seus problemas e se-
guir adiante”, conta ela, que
aprendeu a compreender os
horários da irmã. “O médico
mandava ela almoçar por
volta de meio-dia e meia,
mas ela não estava acostu-
mada a comer neste horário,
deixei pela livre escolha”.
Para Sônia, este é o segredo de um bom cuidador: ter o
paciente como amigo. “O grande problema é assumir a
responsabilidade dessa pessoinha, a direcionar as tarefas,
o doente deseja participar das próprias decisões”, e ainda
ressalta: “Muitas pessoas chegam a mim sem paciência
para cuidar do pai, do avô ou do tio porque é ranzinza
ou mal humorado, mas isso faz parte da adaptação. O
cuidador tende a ‘estudar’ o paciente, sendo ou não
parente, e a entender seus medos, limitações, gostos e
desejos. A partir dessa análise, o processo de cuidado
se torna mais interessante. Pode ser difícil de acreditar,
mas os meus pacientes cozinhavam comigo”.
Com anos de profissão, Sônia relata que as dúvidas
mais frequentes estão em volta de como lidar com o
paciente. “Quando eu ouço ‘Como eu posso lidar com
esse velho com demência’, digo para o cuidador fazer
um exame de consciência. Se o profissional ou o fami-
liar não está apto, ele deve recusar e não se tornar um
refém infeliz. As casas para idosos são oportunidades
de viverem em grupos. Também existem os que não
gostam de casas de repouso por causa da quantidade
de regras e o receio de viver em um ambiente longe da
família. O importante é respeitar sem que ele se sinta
inútil. Gosto de dizer que precisa ter uma comunhão
de almas”.
Suas experiências a fizeram escrever os bem-suce-
didos livros “O que está acontecendo com o vovô?”,
“Terapias Expressivas” e “Qualidade de Vida e Doença
de Alzheimer”, todos voltados a orientações sobre pes-
soas que sofrem com a doença incurável.
A escolha do cuidador
Para Sônia, um ponto importante para uma boa relação
cuidador-paciente está na seleção correta do profissio-
nal. “Os especialistas que acompanham a minha irmã
são de confiança, mas já precisei demitir outros porque
não tiveram condições e vontade para lidar com ela.
O pior é que, para muitos, o importante é apenas o di-
nheiro. O preconceito com idosos também acontece e
tem que ser verificado antes da contratação. Afinal, as
coordenadas devem estar claras entre paciente, famí-
lia, cuidador e profissionais de saúde”.
E que tal um joguinho de memória ou de tabuleiro para
estimular o paciente? Sônia aposta em diversos recur-
sos para a reabilitação, mas cada caso carece avaliação
antecipada. “Antes de qualquer decisão, o cuidador
precisa conhecer as habilidades e interesses do pa-
ciente”, garante.
A recompensa
Embora a tarefa do cuidador chegue à exaustão, a gra-
tificação vai além da faixa salarial, pois ele enxerga o
quão bem pode estar fazendo para o paciente. Não é
mesmo, Sônia? “Para mim, ser cuidadora é uma das
atribuições mais felizes que eu tive na vida. Não tenho
do que me arrepender”.
COMO O FAMILIAR
AUXILIA O PACIENTE?
Ele adquire conhecimentos
para auxiliar no andamento
doméstico do paciente e deve
estar presente nesta relação.
O CUIDADOR PROFISSIONAL E O FAMILIAR PRECISAM:• Manter as mãos e roupas limpas, para evitar sujeiras que podem transmitir doenças;• Manter as unhas curtas, para não machucar a pele do paciente;
• Manter cabelos limpos e amarrados; • Evitar perfumes e cremes de fortes odores;• Evitar o uso de óleos por serem, na maioria, escorregadios;
10
|REVISTA CUIDADOS PELA VIDA 13
Uma simples conversa com o médico pode fazer uma grande di-
ferença na saúde do coração. Ao contrário do que é recomendado
por profissionais de saúde, muitas pessoas passam longe do consul-
tório médico por preguiça ou por medo do resultado do diagnósti-
co. Infelizmente, o número de mortes em decorrência de problemas
cardíacos são expressivos, devido a diversos fatores, inclusive pela
negligência do paciente. Somente entre janeiro e agosto de 2017,
mais de 200 mil brasileiros morreram por doenças cardiovascula-
res no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Para prevenir complicações por problemas vasculares (também re-
comendável antes de começar qualquer atividade física), é impor-
tante fazer um check-up do coração. Pensando nisso, o cardiologis-
ta Dr. Hélio Castello separou cinco exames preventivos importantes
que podem ajudá-lo a ter uma vida mais duradoura. Veja as diferen-
ças e busque uma orientação médica:
IMA
GE
NS:
TH
INK
STO
CK
Check-up do coração
RAIO-X
12
HÉLIO CASTELLO
Cardiologista e diretor do
Grupo Angiocardio.
CRM - 55768
PARA QUE SERVE: É o exame básico para diagnosticar o infarto do miocárdio na emergência, avaliar cicatrizes de
infartos antigos, alterações do ritmo cardíaco (arritmia) e sugerir crescimento de câmaras cardíacas (átrio e ventrículo).
INDICADO PARA: O eletrocardiograma é um tipo de exame usado como triagem quando há suspeita de problemas
cardiológicos, podendo ser feito em qualquer idade, a depender do quadro clínico.
CONTRAINDICAÇÃO: Nenhuma.
ELETROCARDIOGRAMAAvalia a atividade elétrica do coração.
EXAME
PARA QUE SERVE: Avaliar a função do músculo cardíaco (miocárdio), funcionamento das válvulas, presença de
doenças congênitas, de tumores cardíacos, de doenças do pericárdio (membrana que envolve o coração) e no
acompanhamento de patologias crônicas.
INDICADO PARA: Pacientes de risco médio ou alto, acompanhamento de doenças, suspeita de disfunção do
funcionamento muscular e das válvulas, além de diagnóstico das doenças congênitas.
CONTRAINDICAÇÃO: Nenhuma.
ECOCARDIOGRAMA COM DOPPLERExame de ultrassonografia do coração.
EXAME
PARA QUE SERVE: Avaliar performance cardiovascular ao esforço e afastar ou confirmar a suspeita de isquemia (falta
de sangue no músculo cardíaco).
INDICADO PARA: Todos os pacientes estáveis que tenham suspeita clínica de angina ou isquemia do coração. Pode
ser usado para avaliação de rotina, pré-operatória ou acompanhar evolução de doenças crônicas.
CONTRAINDICAÇÃO: Para gestantes, pacientes com sintomas típicos e intensos ao repouso, após infarto recente com
risco de instabilidade, arritmias graves e insuficiência cardíaca de importante repercussão clínica.
TESTE ERGOMÉTRICOTeste de esforço na esteira ou bicicleta.
EXAME
PARA QUE SERVE: Avaliar a anatomia cardíaca, coronária e grau de obstruções dos vasos.
INDICADO PARA: Pacientes com forte suspeita de obstrução coronária, porém sem evidência comprovada de
isquemia. Também para pacientes com suspeita de doenças da aorta e valva.
CONTRAINDICAÇÃO: São relativas, podendo ser para gestantes, crianças, pacientes com deficiência renal ou com
alto risco de déficit renal e alérgicos ao iodo.
ANGIOTOMOGRAFIA DE AORTA E ARTÉRIAS CORONÁRIASExame de tomografia com equipamento específico.
EXAME
PARA QUE SERVE: Diagnosticar obstruções coronarianas, alterações nas válvulas, déficit de contração do miocárdio,
doenças congênitas, entre outras, determinando conduta a seguir, que pode ser, clínica, cirúrgica ou invasiva.
INDICADO PARA: Pacientes em quadro agudo de infarto ou outras patologias de alto risco, para quem possui fortes
evidências de doença cardíaca coronária, das válvulas ou congênita.
CONTRAINDICAÇÃO: São relativas, podendo ser para gestantes, crianças, pacientes com deficiência renal ou com
alto risco de déficit renal e alérgicos ao iodo.
CATETERISMO CARDÍACOIntrodução de tubo através de vaso do braço ou virilha até o coração.
EXAME
14
Por que deixar para amanhã o que você pode fazer
hoje? O ditado cai direitinho para quem deseja chegar
a uma velhice com saúde de ferro. Programar-se para
ter uma vida mais saudável se tornou um hábito cons-
tante da população mundial, que hoje conta com as
facilidades das academias populares, alimentos orgâ-
nicos, terapias e meditações, e até vídeos educativos
pela internet.
Se compararmos a qualidade de vida nos últimos 100
anos, os números são surpreendentes. Conforme o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
expectativa de vida da população brasileira aumen-
tou 41,7 anos em pouco mais de 100 anos, isto é, em
1900, a expectativa era de 33,7 anos; hoje atinge a
marca de 75,4 anos.
O crescimento dos espaços públicos ativa a vontade
da população em se exercitar e socializar. É possível
encontrarmos academias ao ar livre, grupos de cami-
nhadas, inclusive, eventos pelas redes sociais, entre
outras modalidades. Hospitais e instituições também
adotaram medidas para aproximar os pacientes a de-
senvolver a prática saudável, assim, desmistificando a
ideia de que são locais temidos.
Referência na cidade de São Paulo, o Centro de Lon-
gevidade do Hospital 9 de Julho oferece atividades
EM BUSCA DA LONGE-VIDADE
CUIDADOS E BEM-ESTAR
POR RAFAEL MUNHOS
IMAGENS: THINKSTOCK E ARQUIVO PESSOAL
14
Qual o segredo para chegar à maturidade com saúde?
|REVISTA CUIDADOS PELA VIDA 17
Idade não quer dizer nada para Gina Marochio. Aos
63 anos, a jornalista aposentada é exemplo de quem
pretende chegar a uma idade avançada feliz e van-
tajosa. A paulista participa há nove anos do Centro
de Longevidade do Hospital 9 de
Julho e, desde então, participa
de caminhadas, discussões lite-
rárias e festas organizadas pela
equipe. Diante de várias ativida-
des, Gina identifica que cultivar
amizades é uma das melhores
maneiras para gozar de um en-
velhecimento saudável. “Interagir com outras pesso-
as foi ótimo pra mim, até temos um grupo no What-
sapp onde comemoramos aniversário das pessoas
da caminhada. Como em qualquer lugar, existem as
mais animadas e outras mais fechadas, que conse-
guimos colocar um sorriso no rosto”.
Com dificuldades para se locomover, Gina conta
com a ajuda da bengala para andar desde que sofreu
com o rompimento do músculo do quadril. Mesmo
assim, sua limitação não a priva das funções diá-
rias. Vou com alegria andar de ônibus até o Centro
Eles encontram uma saída real.”, define o coordena-
dor do projeto, Marcelo Rozenfeld Levites. Ele tam-
bém relata a procura de pessoas com parentes que
sofrem do Mal de Alzheimer. “O clube da memória é a
grande sensação do projeto porque estimula a mente
dos pacientes. Depois vem a caminhada, a leitura e as
palestras como preferências”.
O maior incômodo para Levites ainda é a falta de
acessibilidade nas ruas das cidades, o que dificulta a
prática ao ar livre e limita o deslocamento de tran-
seuntes. “Precisamos de ruas e acessos facilitados,
hoje o ônibus não tem preparação para o deficiente
e para o idoso. O Brasil ainda não está adaptado a
prestar serviço de qualidade. Acho que o povo bra-
sileiro precisa encontrar a vocação de aproximar um
ao outro, aí vai ter uma mudança”, constata.
de Longevidade e me sinto bem. Estou ótima e de
bem com a vida. Me acho muito bonita e confiante.
Acredita que até me chamaram para ser modelo?
Que petulante eu sou, hein?”, conta, rindo.
Esse bom humor contagia amigos, até os
mais pessimistas. “Acho triste. Já en-
contrei algumas pessoas assim e tento
fazê-las mudar de ideia ou a procurar
ajuda profissional. Até tenho con-
seguido resultados positivos,
vamos dizer que consigo
abrir 70% dos olhos
de amigos por causa
da minha persistência”.
Casada e com uma filha, ela nutre uma
relação bastante afetiva com a família, o
que considera um bom termômetro para
o bem-estar. “Toda família tem problemas,
mesmo algumas rusgas, sei como contornar
para que não me abale.
A família é o nosso ponto
de partida e de chegada.
Precisamos ser tolerantes
para que esse convívio tra-
ga bons fluidos”.
Exemplo de vitalidade,
Gina deseja viver muitos anos com prazer e
saúde. Para ela, as fórmulas estão no nosso dia
a dia e são fáceis de conquistar. “Tudo depen-
de do nosso estilo, mas é preciso fazer exer-
cícios, ter bons hábitos de sono e relaxa-
mento, e alimentar-se bem. Por exemplo,
eu como de três em três horas, mas sem
exagero. Chegar aos 100 anos é possível,
só precisamos começar a preparar desde
já”. Mas será que Gina tem essa preten-
são? “Não, mas uns 30 anos a mais está
na medida certa”, deseja ela.
“UNS 30 ANOS A MAIS ESTÁ NA MEDIDA CERTA”
“Interagir com outras pessoas foi ótimo pra mim”
para pessoas com mais de 50 anos voltadas a pro-
mover a saúde física e mental. A programação possui
caminhadas, aulas de dança, leitura, palestras e ses-
sões de cinema. “Nós sugerimos algumas atividades
como a caminhada, o clube da leitura uma vez por
mês, um grupo de apoio ao cuidador e a arteterapia.
MARCELO ROZENFELD LEVITES
Clínico-geral e coordenador do
programa de longevidade do
Hospital 9 de Julho.
CRM: 104800
“Acho que o povo brasileiro precisa
encontrar a vocação de aproximar um ao outro, aí vai ter uma
mudança”
16
Ao começar a entrevista, Ana Carolina estava temero-
sa por revelar seus sentimentos, achando que poderia
expor demais sua vida pessoal. Durante a conversa,
sentiu-se gratificada e fortalecida por identificar que
sua trajetória complicada em razão do TOC (Trans-
torno Obsessivo Compulsivo) teve solução e hoje
consegue lidar melhor com a doença.
Vamos à história. Durante a juventude, a pedagoga
carioca desenvolveu diversos tipos de TOC, com gra-
vidade a mania excessiva por limpeza. Ela não saía de
casa antes de verificar, por pelo
menos dez vezes seguidas, se o
gás da cozinha e a torneira es-
tavam fechados corretamente.
“Meu medo era gastar a água do
planeta, inundar a casa e perder
tudo. Como ficava sozinha des-
de os 10 anos de idade, era uma
responsabilidade minha”.
Aos 18, uma situação inusitada
agravou a doença. Durante uma
conversa com um vendedor de
canetas, Ana Carolina ficou comovida com a histó-
ria de vida dele, principalmente por descobrir que ele
é soropositivo. A reação foi de um abraço amigável.
Para ela, uma situação comum e sem consequên-
cias, mas que transformou-se num conflito pessoal.
“Minha mãe colocou terror, dizendo que as pessoas
nem sempre são boas e que ele poderia passar algo
para mim. Desde então, o TOC fez parte da minha
vida com mais força”, conta.
A partir deste momento, Ana Carolina passou por
uma série de situações das quais não tinha controle.
O incômodo habitual a fez questionar qualquer pos-
sibilidade de intimidade. “Fiquei um ano sem beijar na
boca. Também perdi um namorado por causa desse
pânico. Com o meu atual, no
início do namoro conversamos
sobre o tempo em que cada um
estava sem ter relação sexual e,
para me prevenir, fizemos exa-
mes de sangue”.
Atitudes como lavar as mãos fre-
quentemente e não se acomo-
dar aos assentos de transporte
público se tornaram habituais.
Segundo ela, muitos dos seus
problemas estão relacionados
aos pensamentos intrusivos, ou seja, insegurança dos
atos, ter feito algo de errado e não lembrar. “Eu jus-
tamente não bebo pela fobia de fazer algo que não
me sinta bem”.
O começo da mudança
Ana Carolina permanecia isolada e infeliz consigo e
com pessoas à sua volta. Até que a pedagoga perce-
beu a importância do auxílio profissional como pos-
sibilidade de recuperação. “No início, eu me tratava
com psiquiatra particular, que me recomendava o
tratamento medicamentoso, mas tive uma melhora
significativa neste ano quando conheci o Riostoc, é
como se fosse os alcoólatras anônimos. Lá, eles me
falaram do IPUB (Instituto de Psiquiatria da UFRJ) e,
assim, reiniciei um novo tipo de recurso. Já no pri-
meiro mês, tive melhoras”.
Os animais, se tornaram o grande remédio para o alí-
vio da doença. Ana Carolina não mora sozinha, vive
com 7 gatos e, nos finais de semana, o namorado
chega com o seu cãozinho para visitá-la. Com a casa
cheia, ela diz que não se preocupa com os pelos, e
deixa de aviso que vive num ambiente descontamina-
do. “Foram gatos que eu resgatei por alguns com ne-
cessidades especiais. Aliás, o felino é bom para quem
tem TOC, pois alivia a tensão. Se você quer animais,
precisa abstrair os pelos, senão não vive”.
“Sou outra pessoa”
Com várias mudanças nos últimos anos, Ana Carolina
só agradece por ter buscado ajuda no momento em
que achava não ter mais solução. Hoje é uma mulher
vitoriosa por superar a doença aos poucos. “Sou ou-
tra pessoa, mais confiante, sem crises de ansiedade,
não sou assintomática. Vivo em paz, voltei a ler, a ver
mais filmes, a ter mais ânimo para sair”, conta, feliz.
Mande um e-mail e conte sua história. Você pode virar matéria
e ajudar milhares de pessoas!
CONTE SUA HISTÓRIA PRA GENTE!
Adotou um hábito saudável?
Superou um problema de saúde?
Uma nova vida com menos TOC
HISTÓRIA DESUPERAÇÃO
POR RAFAEL MUNHOS
18
“Estou mais confiante,
sem crises de ansiedade,
não sou assintomática.”
“Fiquei um ano sem beijar na boca. Perdi um namorado por
causa desse pânico.”
As doenças cardiovasculares são a principal causa de
morte no Brasil e representam cerca de 29% dos óbitos
no país. Um estudo da Organização Mundial de Saú-
de (OMS) aponta que, em poucos anos, o Brasil subirá
para primeiro no ranking mundial desse tipo de morte.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Car-
diologia, mais de 300 mil brasileiros morrem todos os
anos em decorrência dessas doenças, com cerca de
350 mil óbitos só em 2016.
Dentre os fatores de risco para doenças cardiovascu-
lares, destacam-se o tabagismo, consumo abusivo de
álcool, sedentarismo ou prática de atividade física in-
suficiente e má alimentação. Portanto, a mudança de
estilo de vida é fundamental e deve começar logo com
a dieta, apostando no consumo de nutrientes benéfi-
cos para a saúde do coração, como o ômega-3.
Benefícios do ômega-3 para a saúde do coração
O ômega-3 é uma gordura poli-insaturada da família
dos ácidos graxos, conhecido por contribuir na ma-
nutenção da saúde do coração e também do cérebro.
As substâncias do ômega-3 responsáveis pelo seu
efeito benéfico para a saúde por meio do auxílio na
manutenção dos níveis saudáveis de triglicerídeos são
os ácidos eicosapenta enoico (EPA) e docosahexae-
noico (DHA). Esses ácidos graxos são considerados
essenciais para o organismo, pois nós não consegui-
mos produzí-los.
Considerada a principal gordura originária da alimen-
tação, os triglicerídeos são a forma de armazenamen-
to de energia dos carboidratos e proteínas ingeridas
em excesso. Níveis altos de triglicerídeos no sangue
elevam o risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
“O ômega-3 exerce inúmeros efeitos sobre diferentes
aspectos fisiológicos e metabólicos relacionados ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares“, infor-
ma o cardiologista Rubens Mattar Jr. Alguns exemplos
desses efeitos, segundo o médico, são a diminuição
da pressão arterial e a melhora da função antiarrítmi-
ca, ou seja, da frequência dos batimentos do coração.
Onde podemos encontrar o ômega-3?
As principais fontes de ômega-3 são de origem de
animal, especialmente em peixes de mar, de águas
profundas e frias. Salmão, bacalhau, sardinha, cavali-
nha e atum são alguns exemplos.
Entretanto, o consumo desses alimentos no Brasil
está abaixo dos 12 quilos por pessoa ao ano recomen-
dados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). En-
quanto japoneses e portugueses comem mais de 50
quilos por ano e a média mundial está em torno dos
16 quilos, os brasileiros consomem apenas 8,9 kg/
ano. Para controlar os níveis de triglicerídeos, além de
uma dieta adequada, evitando o excesso de carboi-
dratos, e da prática regular de atividade física, devem
ser ingeridos alimentos ricos em ômega 3, e uma al-
ternativa para se obter os seus benefícios é optar pela
ingestão de um suplemento com alta concentração
de ômega-3 (EPA e DHA) por cápsula. Consulte um
profissional de saúde.
IMA
GE
M: T
HIN
KST
OC
K
RUBENS MATTAR JÚNIOR
Cardiologista graduado pela
Faculdade de Medicina de
Uberlândia (MG) e atende em
São Paulo.
CRM-SP: 30054
20
POR FABRÍCIO MAINENTI
OS BENEFÍCIOS DO ÔMEGA-3 PARA A SAÚDE DO CORAÇÃO
CUIDADOS E BEM-ESTAR
QUEM FOI QUE DISSE?
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facebook.com/cuidadospelavida
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Alergia
Nessa época do ano, as pessoas sofrem
muito com as alergias, mas pouca gente
sabe que os principais causadores estão
dentro de casa.
ANA HORTA
VIA E-MAIL
R: Olá Ana, é verdade! Desde então, é
importante manter os ambientes hi-
gienizados para evitar a proliferação.
Falando sobre isso, no portal nós temos
matérias que abordam sobre os princi-
pais tipos de alergias e como evitá-las.
Dá uma olhadinha, lá!
Depressão
Desde minha infância sofro por causa de
depressão. Não tratei no período entre a
infância e a juventude, mas hoje, mesmo
com algumas manias e fobias, estou me
cuidando.
ELISÂNGELA CAMARGO
VIA PORTAL
R: Elisângela, que bom você estar su-
perando sua depressão. Para fortale-
cer essa ideia, gostaríamos de convi-
dá-la a ler a história de superação da
Thuka Catista, que conseguiu sair da
depressão e hoje vive uma vida saudá-
vel. Pode ser uma boa inspiração!
Hipertensão
Quero parabenizar sobre a matéria de re-
lação entre hipertensão pulmonar com
hipertensão arterial no site. É muito bom
ficar atualizada com essas informações.
CLAUDINEIDE SIARA
VIA FACEBOOK
R: Olá, Claudineide! Ficamos felizes que
você tenha gostado da matéria. A hiper-
tensão é uma doença crônica que atin-
ge muitas pessoas e, em diversos casos,
quem sofre não sabe quais tipos existem.
Nos nossos materiais, explicamos da
forma mais didática e informativa para a
compreensão de todos os leitores.
ACESSE:
http://cuidadospelavida.com.br/revista/junho-9a-edicao
LEIA:
cuidadospelavida.com.br/especiais/juntos-contra-a-hipertensao LEIA E
FIQUE BEM INFORMADO!
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profissional de saúde, para pacientes cadastrados no Programa Cuidados
Pela Vida. As orientações de farmacêuticos e enfermeiros do Saudável
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de preferência. O conteúdo apresentado não tem como objetivo substituir
ou alterar as orientações médicas. Para manter-se em dia com seu
tratamento visite regulamente seu médico. Consulte termos e condições
no regulamento em http://cuidadospelavida.com.br/o-programa