Disciplina: Arqueologia Medieval Cristã
Docente: Catarina TenteDiscente: João Rodrigues
Cavaco nº 29049
Há ocupação no planalto de Marvila? Sinais de romanização (Mário Viana, Espaço e
povoamento numa vila portuguesa. (Santarém 1147 – 1350));
Expansão urbanística no período islâmico:• Correspondente ao núcleo comercial da
Medina;• Em torno da mesquita (antecessor directo da igreja
baixo-medieval de Marvila).
Fontes escritas anteriores ao séc. XII são raras;
É necessário o uso da arqueologia para desvendar a evolução urbana da cidade;
Num primeiro momento as escavações decorreram principalmente na alcáçova;
A partir da década de 90 até hoje, o incremento da arqueologia preventiva permitiu efectuar escavações na área histórica.
A área escavada tem cerca de mil m2;
Intervenção decorreu entre Agosto e Novembro de 2007 e Junho e Setembro de 2008, nos números 5-8 da Rua Cinco de Outubro no planalto de Marvila à responsabilidade da arqueóloga Helena Soares;
Esta área é fundamental para a compreensão da evolução urbana de Santarém;
Extremo oriental do planalto de Marvila, conhecido por Alpran ou, contemporaneamente, Alporão.
Google Earth 2013
AlcáçovaAlcáçova
Área escavada
Porta do AlporãoPorta do Alporão
O constrangimento topográfico da localização força a um grande movimento entre a porta do Alporão e a porta da alcáçova, uma vez que não era possível circundar o planalto;
Hoje em dia a única evidência da porta do Alporão é a torre das cabaças e a igreja de são João de Alporão. A torre está construída sob os restos da porta e da muralha, uma vez que no séc. XVIII a câmara decide demolir a estrutura. (“No último quartel do século XVIII ocorreu, por deliberação camarária, a demolição da Porta do Alporão e da torre da igreja.” in http://www.cm-santarem.pt/concelho/turismo/Paginas/Default.aspx)
MuralhaMuralha
A estratigrafia determinou que a ocupação humana começou com uma necrópole de incineração;
Esta era usada pelos habitantes concentrados na alcáçova;
Foram identificadas deposições em urna e um possível ustrinum• Indícios da época alto-imperiais
Inumações ininterruptas até ao século X.
A partir do período Almorávida/ das primeiras taifas, assinala-se por fim uma transformação nos espaços funcionais, começando pela escavação de estruturas negativas, genericamente compreendidas como silos;
Após a conquista cristã, esta área continuou a ser local de actividades e de construção de estruturas típicas das periferias urbanas, como fornos de cerâmica, pedreiras e alcaçarias.
A progressiva asserção cristã torna difícil a tarefa de inteirar cronologicamente os enterramentos feitos no período alto-imperial;
A crescente preferência de inumar o cadáver ao invés de o incinerar, diminui drasticamente a presença de espólios votivos;
Como tal, os objectos recuperados nas sepulturas escavadas na rocha, (muretes e/ou tampas), não podem ser integrados cronologicamente sem recorrer ao uso de processos de datação absoluta.
Os enterramentos paleocristãos são usualmente feitos junto das vias de circulação populacional, perto de uma basílica peri-urbana. Estes muitas vezes encontram-se por cima de enterramentos romanos.
Características• Orientação das sepulturas de E-O• Face orientada a nascente• Organização em núcleos• Indícios de laços familiares
Ritual• Caixas de madeira• Presença de pregos em ferro nas sepulturas• Recuperação de um Jarro
Foi efectuada a recuperação de um jarro de perfil periforme que nos permite, por paralelos arqueológicos, datar aproximadamente, o século em que ocorreu a inumação.
Em Silves, na necrópole visigótica do Poço dos Mouros, escavada pelo arqueólogo Mário Varela Gomes, foi encontrado um jarro semelhante, oferecendo um paralelo importante a nível nacional.
Mario Varela Gomes
Enterramentos típicos, seguindo o Alcorão.
Cadáveres colocados em decúbito lateral direito
Sepulturas escavadas na rocha
Sem qualquer espólio votivo
Inumações efectuadas da zona norte da escavação possuíam uma orientação diferente
Cadáveres orientados Norte/Sul com face a nascente
Situação explicada pela ausência inicial de mesquitas com a Qibla orientada para Meca – conversão de Igreja para Mesquita
Helena Soares
Espaço abandonado durante o periodo islâmico
Enterramentos interceptados por estruturas negativas• Silos• Conversão posterior de silos em lixeiras
Datação contextual do espolio entre os séculos XI e XII
Liberato, Marco (2012) - Novos dados sobre a paisagem urbana da Santarém medieval (séculos V-XII)a necrópole visigoda e islâmica de Alporão. http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4061695
Liberato, Marco (2012) - Novos dados sobre a paisagem urbana da Santarém medieval (séculos V-XII)a necrópole visigoda e islâmica de Alporão. http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/MEDIEVALISTA11/liberato1107.html
Richardson, Lawrence. (1992) A New Topographical Dictionary of Ancient Rome pp. 351. http://books.google.pt/books?id=K_qjo30tjHAC&lpg=PP1&pg=PP1
Google Maps. http://maps.google.pt/
Turismo de Santarem. http://www.cm-santarem.pt/concelho/turismo/Paginas/Default.aspx
Gomes, Mário. A necrópole visigótica do Poço dos Mouros (Silves) http://www.igespar.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/5_2/13.pdf