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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
CURSO DE GEOGRAFIA
A pecuária leiteira na conjuntura sócio – econômica do Município de Iporá - GO
TATIANE PEREIRA DE OLIVEIRA
Iporá – GO
13
2011
TATIANE PEREIRA DE OLIVEIRA
A pecuária leiteira na conjuntura sócio – econômica do Município de Iporá - GO
Monografia apresentada como exigência para obtenção do grau de licenciado no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá sob a orientação do professor Marcos Antonio Marcelino.
Iporá - GO
14
2011
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
CURSO DE GEOGRAFIA
A pecuária leiteira na conjuntura sócio – econômica do Município de Iporá - GO
Por
TATIANE PEREIRA DE OLIVEIRA
Monografia submetida à Banca Examinadora designada pela Coordenação Adjunta de Trabalho de Conclusão do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás, UnU – Iporá como parte dos requisitos necessários à obtenção de Licenciado em Geografia, sob orientação do professor Marcos Antonio Marcelino.
Iporá, _____ de __________de 2011
Banca examinadora:
___________________________________________________
Prof. Orientador – Marcos Antonio Marcelino – UEG – Iporá
___________________________________________________
Prof. – UEG – Iporá
___________________________________________________
Prof. – UEG – Iporá
15
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, nosso pai celestial, que tão generosamente
distribuiu a dádiva dos talentos entre nós. Um ser onipotente que nunca vemos ou
ouvimos, mas que se manifesta na forma de nossos pais, que juntos se empenham
nesta batalha, vibrando com nossas conquistas, pois que, mesmo ausentes,
intercedem por nós e nos movimentam a viver, lutar e vencer.
Com especial carinho...
...àqueles, que tanto se dedicaram ao nosso aprendizado, dotados da magia
do saber e do ensinar.
...à família e amigos. Pessoas que entenderam nossas ausências e
justificaram nossas omissões.
...àqueles, que encontramos em nosso caminho e juntos construíram um
sonho, abrindo mão de momentos de convívio.
...àqueles, que muitas vezes nos receberam com silenciosa mágoa ou muda
revolta, quer pela nossa ausência, quer pela simples saudade ou impaciência.
16
...àqueles, que vêem com alivio este fim de etapa e que estão tão felizes
quanto eu, meu reconhecimento, pois amaram o suficiente para aplaudir, chorar
tolerar e encorajar a nossa vitória.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e saúde para completar
esta jornada, pois com tuas bênçãos o sucesso é certo.
Neste momento muito tenho a agradecer, pois foram várias as pessoas que
dispuseram o seu precioso tempo para auxiliar em mais esta etapa.
A todos que transmitiram conhecimentos e experiências de vida, com
dedicação e carinho, expresso o meu maior agradecimento e o meu profundo
respeito, diante do muito que nos foi oferecido.
Aos colegas pelo convívio que tivemos, durante muito pouco tempo, mas que
foi de grande importância e significância na minha vida, pois nada do que fizemos
teria valor se não fosse a amizade. Se no começo tudo parecia difícil, aos poucos se
foi tornando fácil realizar, por que o apoio, o respeito e a confiança mútua se fizeram
presente. Em casa coisa feita, em cada objetivo alcançado, visualizava-se e sentia-
17
se o carinho que cada um colocava para que pudéssemos alcançar nosso objetivo
comum.
Aos colaboradores deste trabalho (...) meus sinceros agradecimentos
pela contribuição para que este fosse realizado.
“O Brasil é a última fronteira agropecuária do mundo. Tem território água e
tecnologia e pode enfrentar o imenso desafio de maximizar a produtividade com
custos acessíveis à população mundial, sem esquecer a segurança alimentar e de
não comprometer o ecossistema, minimizando o impacto ambiental, gerando o bem
18
estar social dentro de padrões de conforto animal e garantido o retorno econômico
para atividade”.
NELSON PINEDA (artigo. 12/08/2010)
RESUMO
Este trabalho tem por finalidade revisitar todo processo histórico da pecuária no Brasil iniciada pelos colonizadores portugueses que adentraram no País em 1500 diversificando as atividades econômicas na colônia.
Busca-se compreender como se deu a atividade econômica em relação à pecuária leiteira no Estado de Goiás e no Município de Iporá – GO.
O processo histórico da comercialização do leite iniciou-se desde o século XIX. O leite inicialmente era comercializado informalmente entregue e porta em porta aos consumidores e com curto prazo de validade. Devido à modernização o leite passou a ser industrializado e com longo prazo de validade. Palavras-chave: Pecuária leiteira, economia, Iporá - GO
.
19
ABSTRACT
This work aims to revisit the whole historical process of livestock in Brazil initiated by Portuguese settlers who entered the country in 1500 diversifying economic activities in the colony.
Search-if you understand how the economic activity in relation to dairy cattle in the State of Goiás, and in the municipality of Iporá – GO.
The historical process of the milk marketing began since the 19th century. The milk was initially marketed informally and delivered door to door to consumers and with short shelf life. Due to modernization milk became industrialized and with long shelf life. Keywords: dairy Cattle, economy, Iporá-GO
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SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.................................................................................................10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................11 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................12
1 - INÍCIO DA PECUÁRIA NO BRASIL.....................................................................13
1.1 A economia e a pecuária em Goiás ....................................................................15
2 - A INDUSTRIALIZAÇÃO DO LEITE: OS LATICINOS NO BRASIL ....................18
2.1 Os maiores laticínios do Brasil e no Estado de Goiás .........................................20
3 - A PECUÁRIA LEITEIRA EM IPORÁ – GO..........................................................24
3.1 A influencia do leite na economia de Iporá .........................................................24
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................32
FONTES....................................................................................................................34
ANEXOS....................................................................................................................35
21
LISTA DE TABELAS
Tabela 1..................................................................................................................... 21 Tabela 2 .................................................................................................................... 22
22
LISTA DE ILUSTRAÇÔES
Foto 1....................................................................................................................... 23 Foto 2 ....................................................................................................................... 25 Foto 3 ....................................................................................................................... 26 Foto 4 ....................................................................................................................... 26 Foto 5 ....................................................................................................................... 27 Foto 6 ....................................................................................................................... 28 Foto 7 ....................................................................................................................... 28 Foto 8........................................................................................................................ 29 Foto 9 ....................................................................................................................... 29 Foto 10 ..................................................................................................................... 30
23
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo conhecer todo o processo histórico
da atividade pecuarista no Brasil desde a chegada dos primeiros colonizadores
portugueses até os dias atuais. Busca-se investigar como se deu o processo de
ocupação em Goiás e como a pecuária se tornou uma das maiores atividades
econômicas do Estado.
Partindo do pressuposto que a pecuária é uma das primeiras atividades
econômicas do País e que vem desenvolvendo significativamente para a economia,
buscou – se investigar como a atividade leiteira tem se expandido desde o início que
se deu por volta do século XIX.
Devido à modernização e a chegada de imigrantes no País começam a
surgir grandes indústrias. A atividade leiteira acompanhou essa evolução passando
de leite in natura para o leite industrializado com longo prazo de validade.
Atualmente, a produção nacional de leite tem superado a marca de 26 bilhões de
litros por ano. Sobre uma pesquisa divulgada em fevereiro de 2007, o vice-
presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Ronaldo Ernesto
Scucato, afirmou que as expectativas são boas em torno da produção de leite
nacional, pois se espera que a produção dobre nos próximos 12 anos sem
necessidade de ampliar a área de exploração da pecuária (AGÊNCIA BRASIL,
2010).
Portanto evidenciando toda a evolução histórica da economia pecuarista
leiteira buscou – se averiguar como se deu esse processo no Município de Iporá
localizado no oeste goiano, percebendo que a economia iporaense gira em torno
desta atividade devido a muitos produtores rurais na região.
1. INÍCIO DA PECUÁRIA NO BRASIL
24
A economia do Brasil iniciou-se no ano de 1500 com a chegada dos
portugueses e caracterizava-se pela agricultura. Uma das primeiras atividades após
a ocupação foi a extração do Pau-Brasil que era comercializado na Europa. Por volta
de 1530 devido a colonização a principal atividade econômica era voltada para a
fabricação do açúcar. A mão-de-obra utilizada neste período era dos nativos cativos,
ou seja, dos índios capturados pelos colonos e logo seria substituída pela mão-de-
obra dos negros que eram trazidos da África e comercializados pelos colonos. De
acordo com Furtado (1989),
A colonização do século XVI surge fundamentalmente ligada à atividade açucareira. Aí onde a produção de açúcar falhou – caso de São Vicente – o pequeno núcleo colonial conseguiu subsistir graças à relativa abundância da mão-de-obra indígena. O homem da terra não somente trabalhava para o colono, como também constituía sua quase única mercadoria de exportação. Contudo, não fora o mercado de escravos das regiões açucareiras e as suas pequenas dependências urbanas, e a captura destes não chegaria a ser uma atividade econômica capaz de justificar a existência dos colonos de São Vicente. (FURTADO, 1989, p42)
Entretanto com todas as dificuldades a indústria açucareira, e seus
engenhos operados pela mão-de-obra escravagista, estabeleceram-se no País na
região do Nordeste e teve participação efetiva para o desenvolvimento da economia,
sendo esta também a região mais próspera e com maior índice populacional, tendo
Salvador como capital do Brasil.
Outra atividade representativa no período colonial foi o cultivo do fumo
que era destinado à exportação, com destino a Europa. O cultivo desta especiaria de
dividia entre os pequenos produtores e os grandes proprietários de terra. Grande
parte dos lavradores que cultivavam o fumo era composta por escravos.
Neste período surgiu também à pecuária, criação de gado, devido as
necessidade que a indústria da cana-de-açúcar apresentava com transporte de
lenhas e para o consumo da carne, mas sucessivamente foi proibida devido a
penetração dos animais nas plantações dando origem à duas atividades, a
açucareira e a criatória. Furtado (1989) ressalta que,
25
A criação de gado – na forma em que se desenvolveu na região nordestina e posteriormente no sul do Brasil – era uma atividade econômica de característica radicalmente distinta das da unidade açucareira. [...] Por outro lado, a forma mesma como se realiza a acumulação de capital dentro da economia criatória induzia a uma permanente expansão – sempre que houvesse terras por ocupar – independentemente das condições de procura. A essas características se deve que a economia criatória haja transformação num fator fundamental de penetração e ocupação do interior brasileiro. (FURTADO, 1989, p57)
A economia voltada para atividade pecuarista no Brasil se deu no século
XVI na região do Nordeste e no início do século XVII se propagou pelo sertão
nordestino, era utilizado como tração para os engenhos de cana-de-açúcar e
também era comercializado o carne e o couro, mas não ultrapassava a renda da
indústria da cana de açúcar, e não tinha um valor significativo, pois segundo Prado
(1998) quando fala sobre o inicio da pecuária ressalta que:
Ela também se destinava a satisfazer as necessidades alimentares da população. A carne de vaca será um dos gêneros fundamentais do consumo colonial. Mas a pecuária, apesar da importância relativa que atinge, e do grande papel que representa na colonização e ocupação de novos territórios, é assim mesmo nitidamente secundária e acessória. Havemos de observá-lo em todos os caracteres que a acompanhavam: o seu lugar será sempre de segundo plano, subordinando-se às atividades principais da grande lavoura, e sofrendo-lhe de perto todas as contingências. (PRADO, 1998, p44)
No século XVIII, o Nordeste passa a ser o principal criador de gado do
país, comercializando por todo o litoral. O gado é conduzido por grandes distancias
sem muitas condições de sobrevivência suportando a escassez de água e comida
chegando a seu lugar de destino em péssimas condições de abate. Prado (1998)
ressalta ainda que,
[...] a carne que produz, além de pouca, é de má qualidade. Assim, somente a falta de outras fontes de estabelecimento alimentar explica a utilização para isto de tão afastadas e desfavoráveis regiões. Em fins do século elas ainda sofrerão golpes mais severos. As secas prolongadas, que sempre
26
foram aí periódicas, se multiplicam e estendem ainda mais [...]. (PRADO, 1998, p68).
No final do século XVIII a pecuária o sertão nordestino entrou em crise e a
região sul passou a ser a maior fornecedora de carne seca, ou seja, o charque.
Devido à expansão da mineração de pedras preciosas e outros cultivos como café e
algodão a pecuária foi estendida para o interior da Bahia, São Paulo, Minas Gerais,
Goiás e Mato Grosso, o que proporcionou a ocupação do interior do País, sendo a
base econômica da colonização.
A pecuária leiteira do Brasil começou aproximadamente por volta de
1532, quando Martim Afonso de Souza um dos primeiros colonizadores chega com
sua expedição trazendo da Europa as primeiras cabeças de gado. Entretanto a
comercialização do leite se deu a partir do século XIX sem nenhum tipo de
tratamento e com curto prazo de validade. O produto era comercializado de porta em
porta nos centros urbanos e transportado em latões pelos escravos e posteriormente
pelos vaqueiros que percorriam grandes regiões.
No entanto o consumo do leite até o final do Século XIX não era comum
entre as pessoas. A partir da industrialização, após a abolição da escravatura e com
a chegada de imigrantes, que começaram a surgir os primeiros laticínios que
produziam queijos, manteigas e outros derivados para a serem comercializados
dentro do País.
1.1 A ECONOMIA E A PECUÁRIA EM GOIÁS
A colonização da Província de Goiás se deu aproximadamente por volta
de 1730, voltado para a exploração do ouro. Como aconteceu nas outras Capitanias,
em Goiás não foi muito diferente. A economia era voltada para mineração que
comungava com outras atividades agrícolas e a exploração da mão-de-obra
indígena. De acordo com Corrêa (2001),
...agropecuária sempre esteve presente no processo histórico de ocupação de Goiás, representando, nos primeiros tempos, uma atividade acessória da mineração que possuía mercado e preços garantidos, apesar da interdição ao cultivo da cana-de-açúcar e à formação de engenhos. Os mineiros,
27
entretanto, não se interessavam por essas atividades produtivas, pois o que os motivava não era a fixação definitiva no território goiano, mas o enriquecimento fácil e rápido, seguido do retorno à suas regiões de origem. Contudo, o crescimento do contingente populacional das minas e a irregularidade de abastecimento que ocasionavam crises alimentares e inflacionavam os preços, despertaram para a necessidade de formação de lavouras e para a criação de gado, com a finalidade de atender à demanda interna. Foi esse o fulcro da constituição dos primeiros sítios agrícolas e dos primeiros núcleos criatórios que coexistiam com mineração. (CORRÊA, 2001 p.102)
Devido à queda da economia mineira e nordestina, houve uma migração
populacional para a região Centro-Oeste contribuindo para desenvolvimento
comercial de dois setores: a atividade agrícola e a pecuarista. E por isso
caracterizado como fazenda goiana1. No entanto no início do século XIX Goiás já se
encontrava com a economia estabelecida e com um nível populacional significativo
trazido pelos colonizadores.
A partir de 1780 a pecuária se tornou a economia mais apropriada para a
região, tendo em vista que a criação de gado extensiva, onde eram criados soltos,
necessitava apenas de grandes campos com pastagens naturais e pouca mão-de-
obra. Outro fator que contribuía para o avanço da pecuária goiana era a fácil
comercialização do gado, além de não necessitar de transporte, porque o gado
caminhava até o seu destino, os grandes fazendeiros também não se preocupavam
com a engorda, pois o gado comercializado percorria grandes distâncias até o
consumidor.
Nesse sentido Pessoa (1999) ressalta que,
O desenvolvimento da atividade pecuária desencadeou uma intensa concentração de terras. Nesse contexto de ocupação da Província goiana não existia um mercado consumidor de produtos alimentícios, a sociedade se caracterizava por uma economia rural. Somente a grande fazenda tinha condições de comercializar os seus excedentes (o gado era o principal produto). Essas propriedades eram compostas de um pequeno exército de sitiantes, vaqueiros, camaradas e jagunços vinculados ao proprietário por
1 Segundo Estevam (2006, p.64) [...] a fazenda goiana apresentava [...] características peculiares; não se utilizava predominantemente do trabalho servil e a escravatura [...] A organização não apresentava características básicas de formação de classes e não promovera até então, divorcio entre meios de produção e a força de trabalho. Com esses elementos característicos [...] contrastava com a fazenda cafeeira, unidade básica mercantil. Também diferentemente da fazenda açucareira- de rígida hierarquia tradicional – as fazendas tradicionais goianas organizaram-se de maneira peculiar, engendrando uma ordem social bastante singular.
28
uma relação de dependência. O proprietário era a expressão de um coronel que centralizava e privatizava todos os poderes locais. (PESSOA, 1999)
A partir do século XX Goiás avançou na sua economia agropecuária,
tendo como base forte o cultivo de arroz e a criação de gado, abrindo novas rotas de
comércio. Alguns fatos contribuíram para expansão desse comércio como o
investimento no transporte no setor ferroviário, mudanças políticas e em 1930 a
construção de duas capitais, Goiânia e Brasília. Com essas mudanças abriram-se as
portas para o comércio goiano e o índice populacional aumentou devido à migração
de trabalhadores de outras regiões para o Estado. A economia goiana passou a
ocupar todo o território nacional.
O Estado de Goiás atualmente tem como base na economia a produção
de grãos, sendo a maior parte no cultivo de algodão, da cana-de-açúcar, milho e
soja, e um grande avanço na pecuária com a comercialização de carne e leite.
Desde 1998 o investimento no setor de leite e derivados cresceu devido à instalação
de laticínios na região. Chaveiro ( 2009) lembram que:
Goiás se confirmou entre os estados potenciais de grandes produtores agrícolas do país, alcançando, em 2005, o posto de 3º maior produtor nacional de soja, o de 1º de sorgo, o de 1º de tomate, o 3º lugar de algodão herbáceo (em caroço), o 5º de milho e o 6º de cana-de-açúcar. Na pecuária os números não são diferentes, pois o estado possui hoje o 2º maior rebanho de gado leiteiro, é o 2º maior produtor de leite, tem o 4º maior rebanho bovino, o 6º avícola e o 8º suíno. ( CHAVEIRO, 2009, p. 230)
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
(2003), os cinco maiores Municípios produtores de leite do Estado de Goiás estão
em primeiro lugar Piracanjuba e Morrinhos seguidos de Rio Verde, Mineiros e Jataí.
O Município de Iporá localizado no centro-oeste goiano, foco desta pesquisa, fica em
décimo sexto lugar como a microrregião produtora de leite do Estado.
2. A INDUSTRIALIZAÇÃO DO LEITE: OS LATICINOS NO BRASIL
29
Como já foi mencionada anteriormente a pecuária no Brasil foi
desenvolvida através dos primeiros colonizadores, como atividade secundária para
favorecimento da atividade açucareira, a comercialização do couro e da banha e
para o consumo da carne.
De acordo com Alves,
Por volta de 1870, o Vale do Paraíba, região em que até então concentrava a maior produção cafeeira e os setores mais ricos do país, passa pelo esgotamento de seu solo, redução da produtividade e conseqüentemente das margens de lucro. A produção do café segue para o Oeste Paulista. Surge no Vale do Paraíba a oportunidade para uma nova atividade: a produção de leite. (ALVES, f. 75)
As primeiras indústrias de laticínios do Brasil começaram a surgir por volta
de 1920. O leite distribuído pelos vaqueiros passou então a ser substituído pelo leite
industrializado, que era pasteurizado, engarrafado em frascos de vidros retornáveis
e com validade em longo prazo, proporcionando ao consumidor mais segurança no
consumo.
Outro seguimento das indústrias era a produção de derivados do leite
como a fabricação rudimentar do queijo. Meireles (1983) ao falar do setor industrial
ressalta que,
O segmento das queijarias, pouco exigentes em tecnologia e volume de produção, mas bastante adequadas às condições dos locais onde se instalavam,...; o segmento das envasadoras de leite in-natura, com exigências mínimas de tecnologia, ainda que importada, com usinas ou entrepostos localizados nos grandes centros de consumo, e com escalas variáveis de produção; e finalmente, o segmento das industrializadoras, bastante exigentes em termos de investimentos e tecnologia, mas que superavam em grande parte as deficiências de estradas e as dificuldades de estocagem... (MEIRELES, 1983)
A partir da década de 40, as indústrias de leite pasteurizado tiveram que
se ajustar às normas estabelecidas no Regulamento de Inspeção Industrial e
30
Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA. Essas normas exigiam um lacre
inviolável, o rótulo com o nome da empresa e a data de validade.
Com a modernização e o avanço da tecnologia os laticínios passaram a
industrializar e comercializar o leite com embalagens descartáveis. O leite tipo B era
distribuído em caixinhas de papel cartonada e revestida de polietileno e o leite tipo C
em saquinho de polietileno.
No ano de 1972 o comércio de laticínios no Brasil passa por um processo
de mudança. As empresas começam a investir nas novas tecnologias como a ultra
pasteurização do leite, denominado de longa vida. Nesse processo se eliminava no
leite todos os microrganismos que prejudicava o produto, o prazo de validade se
prolongava e o leite poderia ser conservado em temperatura ambiente.
O leite longa vida mostrou-se um produto bastante adequado às condições brasileiras, uma vez que sua comercialização não requer sistemas de distribuição refrigerados. Posteriormente seria desenvolvida também a tecnologia de reciclagem total da embalagem cartonada asséptica, possibilitando minimizar os impactos negativos da embalagem no meio ambiente. (ALVES, p.79)
No final do século XX o comércio do leite industrializado é marcado por
algumas mudanças no seu contexto econômico. Alves (p. 79) ressalta ainda que:
Os anos 90 foram marcados por profundas alterações, cujos principais impactos ocorreram a partir de 1992: a) fim do tabelamento do leite pasteurizado; b) abertura da economia à concorrência externa pela redução de barreiras tarifárias e não tarifárias; c) liberação das importações de leite em pó e demais produtos lácteos para a iniciativa privada; d) concentração no setor industrial de laticínios e, principalmente, no setor varejista (grandes redes de supermercados); e) início do crescimento acelerado das vendas de leite longa vida. (ALVES, p.79)
Atualmente a produção de leite pelos laticínios é bastante considerável.
Isso se dá pelo fato do grande investimento que o Governo faz em propaganda para
influenciar o consumo de leite pela população por causa dos benefícios que o
produto causa em relação à saúde. Outro ponto positivo para o elevado consumo é
o investimento das grandes empresas na comercialização e no aprimoramento de
31
suas embalagens. Pode-se encontrar hoje nas prateleiras dos mercados inúmeras
marcas de leite, com preços acessíveis e as mais variadas e modernas embalagens,
tudo para atrair a atenção do consumidor. Para demonstrar esses dados a revista
PRODUTOR (2011) lembra que,
Em apenas uma década, a produção nacional de leite avançou 52%, passando de 19,7 bilhões de leite, em 2000, para 30,4 bilhões, no ano passado. A projeção para 2011 é de crescimento de aproximadamente 5%, chegando aos 32 bilhões de litros. O consumo por pessoa também evoluiu e chegou a 161 litros de leite em 2010, o que significa 7% acima de registrado em 2009 e 89 litros mais na comparação com o ano de 2000. (REVISTA PRODUTOR, 2011)
A cadeia produtiva de leite no Brasil em 2011 apresenta números
significativos considerando todas as atividades desde a produção, à industrialização
até, o transporte e a comercialização. Outra questão positiva que contribui para a
economia do País em relação ao avanço da indústria leiteira esta relacionada a
geração de emprego no setor privado. Rubez, presidente da Leite Brasil (2011)
defende que, nenhuma outra cadeia gera mais emprego. Há uma especificidade
nesse caso: a maioria das pessoas só sabe trabalhar com isso. Daí a importância de
profissionalizá-las, capacitá-las. (RUBEZ apud REVISTA PRODUTOR, 2011)
2.1. OS MAIORES LATÍCIOS DO BRASIL E NO ESTADO DE GOIÁS
Atualmente o Brasil está em sexto lugar como produtor de leite no mundo,
mas infelizmente em pleno século XXI o declínio de uma das maiores empresas
produtoras de leite industrializados e derivados no País conhecida mundialmente, a
Parmalat, causa uma crise econômica do setor agroindustrial leiteiro. Segundo o
Presidente da Leite Brasil Jorge Rubez (2004),
A escalada da Parmalat no Brasil foi vertiginosa e essa política talvez não tenha sido a melhor num setor complexo e cauteloso em seus negócios, como é o leiteiro. Para ser hoje a segunda maior compradora de leite do país, a Parmalat valeu-se de dezenas de incorporações de laticínios,
32
causando espanto na época. Será que iria dar certo? Depois de trinta anos, tivemos a resposta. A Parmalat construiu uma grande marca, mas fracassou na gestão corporativa. A marca é hoje o seu grande ativo. (RUBEZ, 2004)
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
EMBRAPA as empresas de laticínio que se destacaram em 2010 estão relacionadas
na tabela abaixo:
Tabela 1. Maiores empresas de laticínios – Brasil 2010
CLASSE EMPRESAS E MARCAS
Recepção anual de leite
Número de
produtores
2010 2010
1º DPA* 2.120.000 6.500
2º LBR – LÁCTEOS BRASIL 1.795.00 20.000
3º ITAMBÉ 1.110.000 9.400
4º ITALAC 801.600 12.365
5º EMBARÉ 453.067 1.544
6º LATCÍNIOS BELA VISTA 421.196 3.039
7º CENTROLEITE 298.848 5.011
8º DANONE 293.379 624
9º JUSSARA 269.970 1.814
10º CONFEPAR 251.667 4.017
11º VIGOR (divisão láctea da JBS) 212.808 1.266
12º FIRMESA 180.401 3.494
13º CCL 75.821 1.827
TOTAL* 8.051.157 70.951
Classe – Classificação base recepção no ano de 2010. DPA - Inclui a DPA Manufacturing Brasil - Nestlé, Fontera, DPA Brasil, DPA Nordeste e Nestlé Waters TOTAL: Em 2009 inclui informações da LEITEBOM, PARMALAT e BOM GOSTO Fonte: LEITE BRASIL, CNA/Decon, OCB/CBCL e Embrapa Gado de Leite. Adaptado pela autora.
Dos laticínios citados acima, seis estão presentes no Estado de Goiás. O
Laticínios Bela Vista, localizado no Município de Bela Vista de Goiás e comercializa
a marca Piracanjuba, o Laticínio Italac com duas fábricas no Estado de Goiás sendo
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uma em Corumbaíba e outra em Santa Helena de Goiás, uma fábrica da empresa
mineira Itambé em Goiânia, o laticínio LEITEBOM atual LBR com quatro unidades
sendo elas em Sanclerlândia, Fazenda Nova, São Luis de Montes Belos, Uruaçu e
um posto de resfriamento no Município de Iporá, a Central de Laticínios de Goiás –
CENTROLEITE em Goiânia e A empresa Vigor com uma Fábrica em Anápolis.
De acordo com dados do IBGE referentes ao ano de 2010, Goiás tem
cerca de 6 milhões de habitantes, em seus 246 municípios. Na pecuária, Goiás está
bem posicionado em diversas atividades: 4º lugar em rebanho e abate de bovino, 5º
no rebanho e abate de suínos, 6º em rebanho avícola e 4º na produção de leite.
Abaixo a tabela da produção de leite referente ao período de 2000, 2008 e 2009.
Tabela 2 - Produção de leite, segundo as unidades da federação - 2000 – 2008 – 2009.
Unidade da federação
2000 2008 2009 Variação (%)
2000 / 2009
Produção de leite
(mil litros)
Part (%)
Ranking Produção de leite
(mil litros)
Part (%)
Ranking Produção de leite
(mil litros)
Part (%)
Ranking
Brasil 19.767.206 100,00
27.579.383 100,00
29.112.024 100,00
47,27
Centro-Oeste 3.080.121 15,58
4.055.144 14,70
4.222.255 14,50
37,08
Minas Gerais 5.865.486 29,67 1º 7.657.305 27,76 1º 7.931.115 27,24 1º 35,22
Rio Grande do Sul
2.102.018 10,63 3º 3.314.573 12,02 2º 3.400.179 11,68 2º 61,76
Paraná 1.799.240 9,10 5º 2.827.931 10,25 4º 3.339.306 11,47 3º 85,60
Goiás 2.193.799 11,10 2º 2.873.541 10,42 3º 3.003.182 10,32 4º 36,89
Santa Catarina
1.003.098 5,07 6º 2.125.856 7,71 5º 2.237.800 7,69 5º 123,09
São Paulo 1.861.425 9,42 4º 1.579.742 5,73 6º 1.583.916 5,44 6º -14,91
Bahia 724.897 3,67 7º 952.414 3,45 7º 1.182.019 4,06 7º 63,06
Pernambuco 292.130 1,48 15º 725.786 2,63 8º 788.250 2,71 8º 169,83
Rondônia 422.255 2,14 11º 723.108 2,62 9º 746.873 2,57 9º 76,88
Mato Grosso 422.743 2,14 10º 656.558 2,38 10º 680.589 2,34 10º 60,99
Pará 380.319 1,92 12º 599.538 2,17 11º 596.235 2,05 11º 56,77
Mato Grosso do Sul
427.261 2,16 9º 496.045 1,80 12º 502.485 1,73 12º 17,61
Rio de Janeiro 468.752 2,37 8º 475.592 1,72 13º 483.129 1,66 13º 3,07
Ceará 331.873 1,68 14º 425.210 1,54 14º 432.537 1,49 14º 30,33
Espírito Santo 378.068 1,91 13º 418.938 1,52 15º 421.553 1,45 15º 11,50
Maranhão 149.976 0,76 18º 365.564 1,33 16º 355.082 1,22 16º 136,76
Sergipe 115.142 0,58 20º 259.700 0,94 17º 286.568 0,98 17º 148,88
Alagoas 217.887 1,10 16º 239.901 0,87 18º 238.229 0,82 18º 9,34
Rio Grande do Norte
144.927 0,73 19º 219.279 0,80 20º 235.986 0,81 19º 62,83
Tocantins 156.018 0,79 17º 222.624 0,81 19º 233.022 0,80 20º 49,36
Paraíba 105.843 0,54 21º 193.567 0,70 21º 213.857 0,73 21º 102,05
Piauí 76.555 0,39 22º 77.784 0,28 22º 87.165 0,30 22º 13,86
Acre 40.804 0,21 23º 70.054 0,25 23º 43.377 0,15 23º 6,31
34
Amazonas 36.680 0,19 24º 39.385 0,14 24º 41.749 0,14 24º 13,82
Distrito Federal
36.318 0,18 25º 29.000 0,11 25º 36.000 0,12 25º -0,88
Amapá 3.735 0,02 27º 5.271 0,02 26º 6.706 0,02 26º 79,54
Roraima 9.958 0,05 26º 5.117 0,02 27º 5.117 0,02 27º -48,61
Fonte: IBGE
Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2010.
O laticínio LBR tem se destacado na economia goiana, pois desenvolve o
Sistema de Valorização de Qualidade visando a melhoria tanto no aspecto industrial
leiteiro, quando na qualidade do rebanho e no aprimoramento do produtor rural.
“Leva-se em conta, principalmente, a localização da propriedade em relação á
fábrica na qual o leite é entregue e ao mercado para o qual os produtos daquela
fábrica se destinam”, destaca Dilson Reginatto (2011). (REGINATTO apud REVISTA
PRODUTOR, 2011)
Foto 1. Tanques de resfriamento de leite em Iporá – GO
Posto de resfriamento do laticínio LBR em Iporá – GO. (Foto 20 out 2011)
3. A PECUÁRIA LEITEIRA EM IPORÁ – GO
35
O Município de Iporá, fundado em 1748, está localizado no oeste goiano e
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 2010 o
Município apresentava uma estimativa de índice populacional de 31.300 habitantes.
A primeira atividade econômica do Município, no período colonial iniciada
pelos colonizadores portugueses baseou-se na exploração do ouro. Atualmente
economia é voltada para agricultura e a pecuária. Entretanto o ponto forte da
economia iporaense está ligado à atividade pecuarista, especificamente para a
comercialização do leite, devido aos muitos produtores rurais localizados na região.
3.1 INFLÊNCIA DO LEITE NA ECONOMIA DE IPORÁ
Com iniciativa do Sindicato Rural de Iporá foi criado em 2010 a
Cooperativa dos produtores de leite – COOPROL do Município e região no intuito de
melhorar a comercialização do produto, pois segundo dados da própria COOPROL
existem em Iporá e região mais de 84 (oitenta e quatro) produtores rurais que vivem
da economia do leite. Em entrevista com José Carlos (2011) presidente da
COOPROL lembra que,
A cooperativa dos Produtores de Leite da Região de Iporá não surge para criação de mais uma indústria para o leite. O objetivo é apenas, pelo menos, por enquanto, de reunir produtores para fortalecê-los diante de negociação de preço de leite com os laticínios. A COOPROL foi criada dentro dos moldes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), como entidade devidamente documentada para ações cooperativistas. (CARLOS, 2011)
Atualmente a COOPROL é a maior contribuinte para a economia leiteira
no Município, pois a mesma tem oitenta e quatro produtores afiliados, entre esses
estão os grandes e pequenos produtores da região, arrecada imposto e gera
emprego para o Município.
Foto 2. Cooperativa dos Produtores de Leite de Iporá
36
Entrevista com o Presidente da COOPROL, José Carlos. (foto 20 out. 2011)
Segundo o presidente da COOPROL, a mesma comercializa hoje
aproximadamente 35 mil litros por dia. O leite é repassado ao posto de resfriamento
do Laticínio Leitbom, atual LBR, que é destinado às fábricas fora da região para a
fabricação do leite longa vida e produtos derivados. Umas das fábricas do LBR esta
localizada no Município de São Luis de Montes Belos, aproximadamente 100 km do
Município de Iporá.
O leite começou a ser comercializado pela Cooperativa com o valor de
0,65 centavos mais 0,15 centavos de bonificação para o produtor rural. Atualmente
houve uma valorização do preço do leite chegando a ser repassado ao laticínio a
R$1.04 (um real e quatro centavos), o que justifica o aumento do leite industrializado
e derivado no mercado.
A Cooperativa forneceu leite por quatro meses para o Laticínio Marajoara,
localizado em Goiaporá a aproximadamente 5 km de Iporá. Entretanto por
problemas de armazenamento do leite o Laticínio parou de coletar o produto.
Foto 3. Produtores rurais afiliados a COOPROL
37
Reunião dos produtores rurais da COOPROL. (foto arquivo COOPROL)
Foto 4. Caminhões do Laticínio LBR
Transporte do leite para os Laticínios LBR (foto 20 out. 2011)
38
Existem ainda em Iporá outros postos de resfriamentos de leite. São
laticínios que estão instalados na cidade para coleta de leite, mas a industrialização
desse produto é feita em outros Municípios. Entre eles estão o posto de resfriamento
do laticínio LBR citado acima, do Laticínio LACTOFORTE, do Laticínio Vida e do
Laticínio CENTRO OESTE.
O Laticínio Vida está na região a 06 (seis) anos e contribui com a
economia de Iporá na geração de emprego e na arrecadação de impostos. Segundo
o Diretor o laticínio, Moacir Araújo, o valor do leite repassado pelos produtores rurais
é de aproximadamente 0,94 (noventa e quatro centavos) e o produto é encaminhado
para a indústria de São Paulo.
Foto 5. Posto de resfriamento do Laticínio vida.
Posto de resfriamento (foto 20 out. 2011)
O Laticínio LACTOFORTE está instalado na cidade há 04 quatro anos e
compra o leite dos produtores rurais no valor de 0,90 (noventa centavos). De acordo
com Sônia, diretora da empresa, todos os produtores que fornecem leite para o
39
posto de resfriamento utilizam tanques de expansão. A empresa conta com 04
(quatro) funcionários trabalhando diretamente e 08 (oito) indiretamente.
Foto 6. Posto de resfriamento do Laticínio LACTOFORTE
Foto 7. Tanque de resfriamento
Tanque de resfriamento do Laticínio LACTOFORTE (foto 20 out. 2011)
40
O Laticínios CENTRO OESTE têm uma unidade na cidade de Iporá. Sua
fábrica é instalada na cidade de Piranhas GO, e há 17 anos no mercado coleta leite
no Município Iporá e toda região. O posto coleta aproximadamente 23 mil litros de
leite por dia para a fabricação de mussarela e o queijo prato e esses produtos são
vendidos para os Estados de SP, RJ, BH, RN, CE.
Foto 8. Posto de resfriamento do Laticínio CENTRO OESTE
Posto de resfriamento em Iporá – GO (foto 20 out. 2011)
Foto 9 Posto de resfriamento do Laticínio CENTRO OESTE
Posto de resfriamento em Iporá – GO (foto 20 out. 2011
41
Em relação à contribuição econômica para o Município de Iporá, além dos
impostos arrecadados, também gera empregos. Atualmente o posto conta com três
funcionários diretamente de Iporá e na cidade de Piranhas são sessenta
funcionários.
Além comércio formal do leite existe na cidade produtores rurais que
trabalham com a venda informal do produto in natura. Essas pessoas entregam leite
de porta em porta em latões de plásticos e recebe o valor do produto na hora. Esse
produto, porém tem curto prazo de validade e o valor inferior ao produto
industrializado, ou seja, o leite longa vida.
De acordo com o Sr. Osvaldo de Carvalho Borge, leiteiro há 10 anos na
cidade, o mesmo tem uma boa freguesia, o leite não tem conservantes e é
transportado em tambores esterilizados e o lucro do produto garante uma boa parte
do sustento da família.
Foto 10. Leiteiro informal
Leiteiro entregando leite ao consumidor em Iporá (foto 25 out. 2011
42
CONSIDERAÇÕE FINAIS
O fundamento da pesquisa foi entender todo o processo da economia
leiteira no País e no Município de Iporá localizado no Estado de Goiás.
Entretanto revisitando todo o histórico da atividade pecuarista no Brasil
compreendeu-se que a pecuária foi de grande importância na economia brasileira
apesar de ser inicialmente uma atividade secundária utilizada para dar suporte à
atividade da agricultura, principalmente da cana-de-açúcar.
A atividade pecuarista, principalmente a leiteira, tem contribuído para
economia no sentido de gerar impostos, empregos e alimentos de qualidade. As
grandes indústrias de laticínios, apesar da crise em algumas, tem investido cada vez
mais em produção do leite longa vida e produtos derivados, propagandas, em
embalagens modernas tudo pensando em atrair o consumidor que apesar do preço
elevado termina por adquirir o produto.
Portanto no Município de Iporá pode-se perceber a importância da
pecuária leiteira para a economia. A cidade conta com boa parte da renda do leite
para a movimentação do comércio, pois na região existem diversos produtores rurais
que desenvolvem a mesma atividade. Pode-se perceber também que muitos
produtores trabalham na informalidade no comércio de leite e a população adere a
essa atividade pelo preço ser acessível.
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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(Doutorado em Geografia Humana) – Departamento de Geografia, USP, São Paulo,
2001.
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Goiás 1800-1850. Goiânia: UCG, 2001.
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Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento. n. 6, nov. 2005.
ESTEVAM, Luís. Tempo da transformação: estrutura e dinâmica econômica de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 2004. FAUSTO, Boris. Historia do Brasil. 10 ed. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2002 FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 23. Ed. São Paulo. Editora Nacional. 1989. FURTADO, R (coord.). Agribusiness brasileiro: a historia. São Paulo, Evoluir,
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GOMES, Sebastião Teixeira. Diagnóstico da cadeia produtiva do leite em Goiás:
relatório de pesquisa. Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás. 1ª ed. Goiânia,
2009
44
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regionais do Brasil 2003. Rio de Janeiro, 2003. 86p.
LIMA, Wellington Matos de. A indústria do Leite em Goiás. Conjuntura Econômica
Goiana. Goiânia, SEPLAN – Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento.
Boletim Trimestral, n. 6, p.16-23, nov. 2005.
MEIRELES, A.J. – Leite Paulista – História da Formação de Um Sistema
Cooperativista no Brasil, 1983 – HRM Editores Associados
PESSOA, J. M. A revanche camponesa. Goiânia: UFG, 1999. 351 p.
PRADO, Júnior Caio. História Econômica do Brasil. Ed. 45 São Paulo. Editora
Brasiliense. São Paulo 1998.
._____________ Boa Experiência no Centro-Oeste. In: Incentivo para um leite
melhor. Revista PRODUTOR LBR. N. 03 p. 23maio 2011.
._____________ Cenário é bom, mas pode melhorar. Revista PRODUTOR LBR. N.
03 p.27 maio 2011.
._____________ REGINATTO, Dilson apud Boa Experiência no Centro-Oeste. In:
Incentivo para um leite melhor. Revista PRODUTOR LBR. N. 03 p. 23maio 2011.
_____________ RUBEZ, Jorge apud Cenário é bom, mas pode melhorar. Revista
PRODUTOR LBR. N. 03 p.28 maio 2011.
45
FONTES
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em: http://www.agrosoft.org.br/agropag/100130.htm. Acesso em: 02 de out. de 2011.
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<http://www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/conj/conj9/04.htm>. Acesso em: 06 jul. 2011.
CARVALHO, Limírio de Almeida. Sistema de Produção de leite (Cerrado). Disponível
em:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/in
dex.html Acesso em: 23 jul. 2011.
COOPROL: Cooperativa dos Produtores de leite é criada em Iporá/GO.
http://www.milkpoint.com.br. 2010 acesso em 22 set. 2011.
GOVERNO DE GOIÁS. Secretário de agricultura quer estimular produção
leiteira. Disponível em: http://www.paginarural.com.br/noticia/120780/secretario-de-
agricultura-quer-estimular producao leiteira Acesso em: 29 jul. 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, (IBGE). Disponível
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, (IBGE). Disponível
em: < www.seplan.go.gov.br/ sepin/pub/goiascn/2010>. Acesso em: 16 jul 2011
NETO, Francisco Bento de Olivera. Produção de leite no Brasil. Disponível em:
http://www.belavista.info/?pg=82 Acesso em: 25 jul. 2011.
RUBEZ, Jorge. O fim da era Parmalat? Jan. 2004. www.leite.brasil.org.br Acesso em
20 out. 2011.
46
ANEXOS
47
Posto de resfriamento de leite Laticínio Vida
Diretor: Moacir Araujo Leite
Oliveira: Quanto tempo está na região?
R. Estamos em Iporá a 6 anos.
Oliveira: Quais produtos fabricam no laticínio? E Qual o valor do preço do leite
entregue pelo produtor?
R. Em Iporá só faz resfriamento. O preço do leite sai a 0,94 (noventa e quatro
centavos).
Oliveira: Quantos funcionários o posto tem?
R. 135 funcionários todos são de Iporá.
Oliveira: Para onde esses produtos são encaminhados e vendidos?
R. Nossos produtos são enviados para São Paulo.
48
Posto de resfriamento de leite CENTRO OESTE
Gerente de Campo: Maxuel Alves de Souza
Oliveira: Quanto tempo está na região?
R. Já esta há, mas de 17 anos no mercado, coleta leite aqui em Iporá e toda região.
Oliveira: Quais produtos fabricam no laticínio? E Qual o valor do preço do leite
entregue pelo produtor?
R. Mussarela e queijo prato. Coletam 23 mil litros de leite por dia por 0,90 (noventa
centavos).
Oliveira: Quantos funcionários o posto tem?
R. 63 funcionários 03 são de Iporá
Oliveira: Para onde esses produtos são encaminhados e vendidos?
R. Sua fábrica é instalada na cidade de Piranhas GO. Esses produtos são
vendidos para os Estados de SP, RJ, BH, RN, CE.
49
Posto de resfriamento de leite LACTOFORTE
Diretora: Sônia
Oliveira: Quanto tempo está na região?
R. O Posto tem quatro anos na região.
Oliveira: Quais produtos fabricam no laticínio? E Qual o valor do preço do leite
entregue pelo produtor?
R. Apenas resfriamos o leite. 0,90 (noventa centavos)
Oliveira: Quantos funcionários o posto tem?
R. O laticínio conta com 12 funcionários.
Oliveira: Para onde esses produtos são encaminhados e vendidos?
R. Para a fábrica Italac em Santa Helena de Goiás.
Outras informações dadas pela diretora:
Todos os produtores que fornecem leite para o posto têm tanques de expansão.
A economia para a cidade é de geração de empregos, impostos para o Município,
para o Estado e imposto Federais.
50
Cooperativa dos produtores de leite – COOPROL de Iporá – GO
Presidente: José Carlos
Oliveira: Quanto tempo está na região?
R. A cooperativa foi fundada em maio de 2010.
Oliveira: Quais produtos fabricam no laticínio? E Qual o valor do preço do leite
entregue pelo produtor?
R. A cooperativa não fabrica nenhum produto. Apenas vende o leite para o Laticínio
LBR. O leite é repassado no valor de 1,04 (um real e quatro centavos)
Oliveira: Quantos funcionários o posto tem?
R. Temos 86 produtores afiliados na cooperativa.
Outras informações dadas pela Presidente:
A maioria dos cooperados tem tanques de expansão.
A economia para a cidade é de gerar impostos para o Município.
O COOPROL forneceu leite quatro meses para o Laticínio Marajoara.
A COOPROL fornece aproximadamente 35 mil litros de leite por dia para o Laticínio
LBR.
Atualmente é a maior produtora de leite do Município.
51
Leiteiro informal.
Nome: OSVALDO DE CARVALHO BORGES
1. Além da entrega de leite, tem outra fonte de renda?
( X ) Sim ( ) Não 2. Há quanto tempo trabalha com a entrega do leite in natura?
( ) menos de 1 ano ( ) entre 1 e 5 anos ( ) mais de 5 anos ( X ) mais de 10 anos. 3. O que levou a iniciar esse de trabalho? ( ) falta de opção ( ) por gosta ( X ) por ter algum gado ( ) não sei 4. Quantos litros de leite você entrega diariamente?
( X )100 Lts ( ) 150 Lts ( ) 200 Lts ( ) 250 Lts 5. Dentre todos os seus anos de profissão, em qual ano o preço do leite foi melhor?
R. O último ano o preço do leite melhorou muito, os meses que ganho mas dinheiro é na época da seca o preço do litro do leite fica mas alto.