A Recuperação da Bacia do Rio Doce Afetada pelo Rompimento da Barragem de Fundão em
Mariana/MG: Ações de Monitoramento realizadas pelos Órgãos Ambientais de Minas
Gerais e Ibama
Patrícia Rocha M. Fernandes Gerente de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas
FEAM/MG
A bacia do rio Doce
• Possui área de 86.715 km².
• 86% da Bacia está em MG e 14% no ES.
• Possui 853 km de extensão.
• Possui 09 grandes subbacias.
• 229 municípios, com população de 3,3 milhões de habitantes.
• 98% da bacia está no bioma Mata Atlântica
O rompimento da barragem de Fundão e os impactos ambientais
X X
X
O rompimento da barragem de Fundão e os impactos ambientais
Barragem de Germano pré e pós acidente
Barragem de Santarém pré e pós acidente
O rompimento da barragem de Fundão e os impactos ambientais
Paracatu de Baixo pré e pós acidente
Bento Rodrigues pré e pós acidente
A distribuição dos rejeitos na bacia do rio Doce
Fundão pré-acidente (contendo 56,4 Mm³ de rejeitos de mineração)
Pós-acidente (liberação inicial de 32,2 Mm³ de rejeitos de mineração)
Estimativa atual (43,6 Mm³ liberados ao ambiente)
1) Fundão: 12,8Mm³ 2) Santarém: 2Mm³ 3) S2 e S3: 1,6Mm³ 4) Bento Rodrigues: 1,2Mm³ 5) Planícies do Gualaxo do Norte, Carmo e Doce: 11,2Mm³ 6) Calha do Gualaxo do Norte, Carmo e Doce: 2,8Mm³ 7) Candonga: 10,5Mm³ 8) Lançados a jusante de Candonga: 14,3Mm³
Dos 43,6 Mm³ liberados no ambiente, aproximadamente 60% ainda se encontram no trecho de maior impacto (Área Ambiental 1).
Área Ambiental 1
Nesta área, cerca de 1.600 hectares, 120
tributários e 102 km de calhas de rios foram
atingidos pelo rejeito.
Como resolver o problema?
• Maior desastre ambiental do Brasil.
• Difícil mensuração dos danos e previsões a longo prazo.
• Diversos conflitos entre a população atingida, os causadores dos danos e os órgãos públicos.
Termo de Transação e de
Ajustamento de Conduta -
TTAC
Quem deve
fazer?
Quando Fazer?
O que fazer?
Norteia as ações de gestão e
monitoramento dos órgãos
ambientais
Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta - TTAC
Objeto do TTAC
Mecanismos de Governança e Acompanhamento
Câmaras Técnicas do Comitê Interfederativo
Câmara Técnica de Gestão dos Rejeitos e Segurança Ambiental (CT-REJEITOS)
• Programa de manejo dos rejeitos
• Programa de contenção dos rejeitos
• Programa de preparação para emergências
Câmara Técnica de Restauração Florestal e Produção de Água (CT-FLOR)
• Programa de recuperação da área ambiental 1
• Programa de recuperação das APPs
• Programa de recuperação de nascentes
• Programa de fomento à implantação do CAR
• Programa de gerenciamento do plano de recuperação ambiental
Plano de Recuperação Ambiental Integrado - PRAI
Recuperação da Área Ambiental 1
1. Criação / recuperação de acessos (realizado);
2. Cobertura inicial com gramíneas e leguminosas (realizado, atualmente recebendo manutenção);
3. Recuperação dos tributários (em andamento – 58 recuperados de 92 mapeados);
4. Reconformação e controle de erosão nas planícies (em andamento);
5. Regularização das margens dos rios (em andamento);
6. Revegetação das margens e planícies (a ser realizado após a execução dos itens 4 e 5);
7. Plantio de agricultura (a ser realizado após a execução do item 4);
8. Plantio de mata ciliar (a ser realizado após a execução do item 6).
Acompanhamento Federal - IBAMA
• Elaboração do Laudo Técnico Preliminar (IBAMA, 2015).
• Criação em janeiro de 2016 do Grupo de Apoio Técnico com o objetivo de coordenar as ações do órgão relacionadas ao desastre ambiental.
• Presidência do CIF e coordenação da CTFlor e a CTRejeitos.
• Até fevereiro de 2017, o IBAMA emitiu 80 notificações administrativas e 19 autos de infração destinados a Samarco.
• Execução da Operação Áugias, para acompanhamento da recuperação dos tributários impactados.
Operação Áugias
Fases da
Operação
Hélios
30/05 a 11/06/2016
Argos I
22/08 a 27/08/2016
Argos II
12/09 a 23/09/2016
Argos III
16/11 a 02/12/2016
Metodologia da Operação Áugias
• Seleção dos pontos a serem vistoriadas a partir de imagens de satélite de alta resolução - tributários atingidos e os locais com grande deposição de rejeito nas calhas principais.
• Visita aos locais selecionados com o preenchimento de um relatório padronizado, com 32 itens.
• As informações coletadas através do relatório padronizado são processadas no software estatístico R (R Core Team 2015), gerando-se mapas e dados estatísticos sobre cada um dos itens avaliados.
Desdobramentos da Operação Áugias
• Recomendações e avaliações são integralmente repassadas à Fundação Renova e disponibilizadas no site do Ibama, com livre acesso a qualquer cidadão.
• Envolvimento de pesquisadores nas visitas de campo e nas discussões sobre possíveis soluções para as áreas.
• Articulação interinstitucional entre os órgãos que fazem parte da gestão pública das ações relacionadas ao rompimento, visando um alinhamento das ações.
Recuperação dos tributários
Contenção de sedimentos no tributário.
Enroncamento com pedras de
dimensões inadequadas.
Recuperação dos tributários
Reconformação dos taludes e implantação de biomanta.
Acompanhamento Estadual – SISEMA/MG
• Suspensão de todas as licenças ambientais do Complexo de Germano.
• Instalação da “Força-Tarefa Barragem do Fundão” (Dec. nº 46.892/15), com a publicação do Relatório Final da Força-Tarefa em 02/2016.
• Instalação de uma Força-Tarefa para revisão das normas estaduais relativas à barragens de rejeitos de mineração (Dec. n° 46.885/2015).
• Instituição da Auditoria Técnica Extraordinária de Segurança de Barragem e da Resolução Conjunta SEMAD/FEAM nº 2.372/2016.
• Acompanhamento periódico das obras de contenção e reforço das estruturas remanescentes no Complexo de Germano.
• Em relação a regularização ambiental, o SISEMA vem realizando uma série de análises, referente a ações emergenciais, reconstrução dos distritos atingidos e a processos de licenciamento para retorno da atividade da Samarco.
• Lavratura de 32 Autos de Infração até fev/17, que totalizam aproximadamente R$ 188 milhões.
• Execução da Operação Watu, para acompanhamento da recuperação ambiental das áreas prioritárias.
Acompanhamento Estadual – SISEMA/MG
Operação Watu
Fases da
Operação
Fase I
07/11 a 11/11/2016
Fase II
19/12 a 23/12/2016
Previsão da realização
de 3 fases em 2017
Metodologia da Operação Watu
• Adotada a mesma metodologia da Operação Áugias.
• Preenchimento de Relatório Padrão de Vistoria contendo 23 itens.
• Compilação das informações, através de formulário google e analisados estatisticamente para possibilitar um diagnóstico geral de todas as áreas vistoriadas.
• Recomendações e avaliações são integralmente repassadas à Fundação Renova e disponibilizadas no site da FEAM, com livre acesso a qualquer cidadão.
Áreas Prioritárias
Descaracterização de 04 trechos considerados como prioritários
Área 1 - Área de alagamento do dique S3
Área 16 - Área de dragagem de Candonga
Área 12 - Área de implantação do dique S4
Área 2 – Área de alagamento do distrito de
Bento Rodrigues
Proposta de Recuperação para as áreas prioritárias – FOCO EMERGENCIAL • Com base no estudo geomorfológico, foram definidas seções tipo para
elaboração de projetos de intervenção nas áreas prioritárias: – Tipo A: Margem exposta com a presença de praia;
– Tipo B: Margem exposta sem a presença de praia;
– Tipo C: Margem exposta com talude alto e berma intermediária;
– Tipo D: Margem estabilizada onde será avaliada a necessidade de aplicação de medidas pontuais de contenção da erosão e do reforço da vegetação;
– Tipo E: Margem exposta: situação em que as seções tipo acima não são aplicáveis podendo ser necessário projeto específico.
Definição de técnicas de recuperação
• Métodos de engenharia tradicional e técnicas de bioengenharia.
• Avaliação das vantagens e desvantagens de 21 técnicas.
ÁREA PRIORITÁRIA 3 - CANAL E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO MONTANTE
GUALAXO DO NORTE
ÁREA PRIORITÁRIA 3 - CANAL E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO MONTANTE GUALAXO DO NORTE
ÁREA PRIORITÁRIA 5 - PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO BFL-11 DO RIO GUALAXO DO NORTE
Evolução da
Revegetação
emergencial
Reconformação
do talude
marginal
ÁREA PRIORITÁRIA 5 - PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO BFL-11 DO RIO GUALAXO DO NORTE
Lagoa preenchida com
rejeito e tributário.
TRECHO 06: CANAL E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO MONTANTE GUALAXO DO NORTE
Taludes com geotêxtil, bermas para contenção de sedimento e canais de
drenagem com enrocamento
TRECHO 06: CANAL E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO MONTANTE GUALAXO DO NORTE
TRECHO 07: CANAL E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO NO GUALAXO DO NORTE
Instalação de
canaletas de
drenagem e
posterior biomanta
TRECHO 10: PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO BFS-08 DO RIO GUALAXO DO NORTE
Reconformação das linhas de
drenagem, com aplicação de
biomanta
Obras de regularização do
terreno, drenagem e
contenção, conformação de
ombreiras e canaletas sobre o
rejeito.
TRECHO 13: CANAL E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO JUSANTE GUALAXO DO NORTE
Pilhas de rejeitos e
sedimentos com vegetação
Enrocamento e margem
direita sem intervenção
Enrocamento paliçada e
retentores de sedimentos
em tributário
Plano Integrado de Manejo de Rejeitos
• Definição de critérios e diretrizes para o manejo dos rejeitos - onde é viável e tecnicamente recomendável a retirada parcial/total do rejeito.
• Divisão da bacia em trechos com diferentes tipos de deposição.
• Cronograma de ações com o mapeamento de técnicas de remoção do rejeito.
Propostas para a
recuperação definitiva
??? Muitas dúvidas e
estudos pendentes???
Recuperação do Vale do Fundão
Vale do
Fundão após
ações de
recuperação
(10 anos)
Desafios
• Maior conhecimento sobre a área.
• Controle total do evento – cessar a fonte.
• Revisão periódica do TTAC.
• Ações definitivas no lugar das emergenciais – Plano de Manejo de Rejeitos.
Muito Obrigada!
(31) 3915-1107
Link vídeos capacitação IBAMA: https://www.youtube.com/playlist?list=PLveOpeShR-v3W28r8ToplrFjy7_GOySIU