Download - áLvaro de campos
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13 de Outubro de 1890 - ?
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nasceu em Tavira a 15 de Outubro de 1890 (às 13:30);
”Teve uma educação vulgar de liceu”; foi para a Escócia estudar engenharia,
primeiro mecânica e depois naval (Glasgow); numas férias fez uma viagem ao Oriente de
onde resultou o “Opiário”; um tio beirão que era padre ensinou-lhe
Latim; inactivo em Lisboa;
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usa monóculo; é alto (1.75 m); magro, cabelo liso apartado ao lado; cara rapada, tipo judeu português;
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O próprio Pessoa considera que Campos se encontra no «extremo oposto, inteiramente oposto, a Ricardo Reis”, apesar de ser como este um discípulo de Caeiro.
“filho indisciplinado da sensação e para ele a sensação é tudo. O sensacionismo faz da sensação a realidade da vida e a base da arte. O eu do poeta tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir.
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• poeta modernista• poeta sensacionista (odes)• cantor das cidades e do cosmopolitanismo (“Ode Triunfal”)• cantor da vida marítima em todas as suas dimensões (“Ode Marítima”)• cultor das sensações sem limite• poeta do verso torrencial e livre• poeta em que o tema do cansaço se torna fulcral•
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1- DECADENTISMO
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- procura de sensações novas- busca de evasão“E afinal o que quero é fé, é calma/ E não ter estas sensações confusas.”“E eu vou buscar o ópio que consola.”
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- celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna
- apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina
- exalta o progresso técnico, a velocidade e a força - procura da chave do ser e da inteligência do
mundo torna-se desesperante - canta a civilização industrial - recusa as verdades definitivas - estilisticamente: introduz na linguagem poética a
terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita
- intelectualização das sensações
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- recusa as verdades definitivas
- estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita
- intelectualização das sensações
- a sensação é tudo
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- procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência e a força de todas as sensações – “sentir tudo de todas as maneiras”
- cativo dos sentidos, procura dar largas às possibilidades sensoriais ou tenta reprimir, por temor, a manifestação de um lado feminino
- tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir
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- exprime a energia ou a força que se manifesta na vida
- versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da sensibilidade, dos impulsos, das emoções (através de frases exclamativas, de apóstrofes, onomatopeias e oxímoros)
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Perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento, que provoca “Um supremíssimo cansaço, /íssimo, íssimo, íssimo, /Cansaço…”. Nesta fase, Campos sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado. (“Esta velha angústia”; “Apontamento”; “Lisbon revisited”).
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O drama de Álvaro Campos concretiza-se num apelo dilacerante entre o amor do mundo e da humanidade; é uma espécie de frustração total feita de incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento, mundo exterior e mundo interior. Revela, como Pessoa, a mesma inadaptação à existência e a mesma demissão da personalidade íntegra., o cepticismo, a dor de pensar e a nostalgia da infância.
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- caracterizada pelo sono, cansaço, desilusão, revolta, inadaptação, dispersão, angústia, desânimo e frustração
- face á incapacidade das realizações, sente-se abatido, vazio, um marginal, um incompreendido
- frustração total: incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento; e mundo exterior e interior
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- dissolução do “eu” - a dor de pensar - conflito entre a realidade e o poeta - cansaço, tédio, abulia - angústia existencial - solidão - nostalgia da infância irremediavelmente
perdida (“Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”, Aniversário)
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- verso livre, em geral, muito longo - assonâncias, onomatopeias (por vezes
ousadas), aliterações (por vezes ousadas) - grafismos expressivos - mistura de níveis de língua - enumerações excessivas, exclamações,
interjeições, pontuação emotiva - desvios sintácticos - estrangeirismos, neologismos
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- subordinação de fonemas - construções nominais, infinitivas e
gerundivas - metáforas ousadas, oximoros,
personificações, hipérboles - estética não aristotélica na fase futurista
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Trago dentro do meu coração,Como num cofre que se não pode fechar de cheio,Todos os lugares onde estive,Todos os portos a que cheguei,Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,Ou de tombadilhos, sonhando,E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
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[...] Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.Não sei se sinto de mais ou de menos, não seiSe me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,Consangüinidade com o mistério das coisas, choqueAos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz.
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Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
[...] Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.Estou hoje dividido entre a lealdade que devoÀ Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
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[...]Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-losE saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.Sigo o fumo como uma rota própria,E gozo, num momento sensitivo e competente,A libertação de todas as especulaçõesE a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.