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GIOVANE PEREIRA ALVES
SISTEMAS DE PINTURA EM EDIFICIOS PBLICOS DE MARING:
PATOLOGIAS, PROCESSOS, EXECUO E RECOMENDAES.
Monografia apresentada para a obteno do
Ttulo de Especialista em Construo de
Obras Pblicas no Curso de Ps Graduao
em Construo de Obras Pblicas da
Universidade Federal do Paran, vinculado
ao Programa Residncia Tcnica da
Secretaria de Estado de Obras
Pblicas/SEOP.
Orientador: Prof. Dr. Romel Dias Vanderlei
MARING2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN
GIOVANE PEREIRA ALVES
SISTEMAS DE PINTURA EM EDIFICIOS PBLICOS DE MARING:
PATOLOGIAS, PROCESSOS, EXECUO E RECOMENDAES.
MARING2010
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TERMO DE APROVAO
GIOVANE PEREIRA ALVES
SISTEMAS DE PINTURA EM EDIFICIOS PBLICOS DE MARING:
PATOLOGIAS, PROCESSOS, EXECUO E RECOMENDAES.
Monografia aprovada como requisito parcial para a obteno do Ttulo deEspecialista em Construo de Obras Pblicas no Curso de Ps-Graduao em
Construo de Obras Pblicas da Universidade Federal do Paran (UFPR),
vinculado ao Programa de Residncia Tcnica da Secretaria de Estado de Obras
Pblicas (SEOP), pela Comisso formada pelos Professores:
______________________________Prof. Dr. Romel Dias Vanderlei
Orientador
______________________________Prof. Dr. Romel Dias Vanderlei
Tutor
______________________________Prof. Hamilton Costa Junior
Coord. Curso Residncia Tecnica
Maring, 16 de dezembro de 2010
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RESUMO
A aparncia de uma edificao pblica fundamental para uma linguagem pblica
que caracterize seu uso e funo reforando o estado de conservao e
manuteno empregado pela administrao pblica. Neste aspecto o sistema de
pintura de uma edificao tem especial relevncia. O estado e as patologias
encontrados na pintura de um edifcio assumem causas diversas que denotam tanto
a conservao e manuteno como problemas mais profundos no sistema
construtivo como um todo. Percebe-se que a pintura no tem funo apenasdecorativa mas, de proteo e manuteno da estrutura do edifcio, sendo seu
processo executivo de grande relevncia no contexto construtivo. A correta seleo
de um sistema, bem como sua insero sistemtica na dinmica construtiva permite
a conservao e manuteno da vida til do empreendimento. O estudo proposto
sugere um aprofundamento nas questes referentes aos sistemas de pintura de
edificaes pblicas, analisando as patologias, tcnicas executivas envolvidas e as
solues e recomendaes possveis que permitam o estabelecimento de critriostcnicos visando a reduo de problema construtivos e conseqentemente o
aumento da vida til da edificao e requalificao do edifcio pblico.
Palavras Chave: Sistemas de pintura, patologias, sistemas construtivos.
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ABSTRACT
The appearance of a public building is key to a public language that characterized
their use and function by strengthening the state of repair and maintenance
employed by government. In this aspect the paint system of a building has special
relevance. The state and the conditions found in the painting of a building causes
many assume that denote both the conservation and maintenance as deeper
problems in the building system as a whole. It is noticed that the painting is not
merely decorative but function, protection and maintenance of the building structure,
and its executive process of great relevance in the constructive context. The correctselection of a system and its systematic inclusion in the dynamic construction allows
the preservation and maintenance of the life of the project. The proposed study
suggests a deepening in the issues concerning systems of painting public buildings,
analyzing the conditions, technical executives involved and the possible solutions
and recommendations that will enable the establishment of technical criteria in order
to reduce the problem of construction and consequently increasing the life the
building and rehabilitation of public buildings.
Keywords: Paint Systems, pathologies, construction systems.
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A DE FAA DE FAA DE FAA DE FA
F 01 .......................................................... 21
F 02 .................................................... 21
F 03 / ............................................ 22
F 04 ............................................................................. 22
F 05 E ......................................... 25
F 06 E ...................................... 26
F 07 E ...................................................... 27
F 08 E ........................................................... 28
F 09 E .......................................... 29
F 10 E .......................................... 29
F 11 E .................................................... 30
F 12 E ................................................... 31
F 13 E ................................................... 32
F 14 E ....................................................... 32
F 15 E .............................. 33F 16 E E ................................. 35
F 17 E E E ................... 35
F 18 . , , E . 38
F 19 . , . . , E .. 38
F 20 E B ......................... 41
F 21 E E B ........ 41
F 22 D E B ................. 42
F 23 () E B ...................... 42
F 24 E E B ........... 43
F 25 D E B ................ 44
F 26 D E B ....................... 44
F 27 E B ................. 45
F 28 E B ... 46
F 29 () E B ..................... 46
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F 30 F ............................................ 48
F 31 C . 49
F 32 ( ) ...... 49
F 33 D . 50
F 34 D 51
F 35 F ....... 51
F 36 ........ 52
F 37 D .... 52
F 38
F 39 .
F 40 F ....
53
54
54
A DE ABEAA DE ABEAA DE ABEAA DE ABEA
01 ................................................ 02 ..................................................
03 E.............................................................................
0101
36
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SUMRIO
1 INTRODUO.............................................................................................................. 09
1.1 OBJETIVO 11
2 PATOLOGIA E PINTURA........................................................................................... 12
3 PATOLOGIAS NOS SISTEMAS DE PINTURA................................................................................................... 23
3.1 EFLORESCENCIAS.................................................................................................. 24
3.2 DESCACASCAMENTO EM ALVENARIA.............................................................. 25
3.3 MANCHAS ESCURAS PROVENIENTES DE MOFO.......................................... 26
3.4 SAPONIFICAO..................................................................................................... 27
3.5 ENRUGAMENTO....................................................................................................... 28
3.6 DESAGRAGAMENTO.............................................................................................. 29
3.7 BOLHAS EM PINTURA SOBRE ALVENARIA...................................................... 30
3.8 CRATERAS................................................................................................................ 31
3.9 MANCHAS E RETARDAMENTO NA SECAGEM EM MADEIRA......................
3.10 TRINCAS E M ADERENCIA EM MADEIRA.....................................................
3.11 MANCHAS AMARELADAS EM REAS INTERNAS........................................
31
32
33
4 ESTUDO DE CASO..................................................................................................... 33
4.1 ESTUDO DE CASO 1 ESCOLA ESTADUAL PARQUE ITAIP
4.1.1 Caracterizao do edifcio..................................................................................... 344.1.2 Caracterizao patolgica..................................................................................... 34
4.1.3 Especificaes........................................................................................................ 36
4.1.4 Execuo e fiscalizao........................................................................................ 37
4.1.5 Medidas de recuperao....................................................................................... 39
4.2 ESTUDO DE CASO 2 ESCOLA ESTADUAL MARIA BALANI PLANAS
4.2.1 Caracterizao do edifcio .................................................................................... 40
4.2.2 Caracterizao das patologias............................................................................. 40
4.2.4 Medidas de recuperao....................................................................................... 47
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4.3 ESTUDO DE CASO 3 MINISTRIO PBLICO DE MARING
4.3.1 Caracterizao do edifcio..................................................................................... 48
4.3.2 Caracterizao das patologias.............................................................................
4.3.3 Causa das patologias............................................................................................
4.3.4 Medidas de recuperao.......................................................................................
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5 CONSIDERAES FINAIS........................................................................................
6 REFERNCIAS.............................................................................................................
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1 INTRODUO
Ao contrrio do que possa parecer, a execuo de pinturas em edificaes
uma operao de grande importncia. No entanto, h uma tendncia em considerar
a atividade apenas como um elemento decorativo. Neste sentido, percebe-se que a
preocupao com os sistemas de pintura no se insere na atividade projetual, nem
tampouco no sistema construtivo como um todo, configura-se como uma atividade
no planejada, ou seja, no tratada de modo sistmico. (FREIRE, 2006)
Desmistificando este pensamento pode-se destacar vrias funes para os
sistemas de pintura. De acordo com Britz (2007), alm da funo meramente
decorativa a pintura exerce influncia no desempenho e durabilidade dasedificaes. Tem a capacidade de controlar a luminosidade, isolar termicamente,
proteger os revestimentos de argamassa contra o esfarelamento e penetrao da
umidade e ainda inibir o desenvolvimento de fungos e bolores. A correta seleo do
sistema de pintura, bem como o estabelecimento de ferramentas que permitem a
aceitao da tinta pode reduzir muito os problemas causados nas edificaes
aumentando sua vida til. Diante disso, pode-se entender o processo como uma
camada de acabamento de revestimento cujas principais funes so: proteo edecorao. Atravs da compreenso destas duas funes relacionadas uma outra,
possvel inseri-la em um processo construtivo sistmico e criterioso que comea na
concepo do projeto, onde a correta adoo do sistema de pintura deve levar em
considerao os pressupostos estticos e suas caractersticas tcnicas e funcionais.
Levando em considerao a funo e qualidade das tintas e as tcnicas
executivas relacionadas aos sistemas de pintura, pode-se delimitar a problemtica
que envolve a questo. Sendo assim, pretende-se responder a seguinte questo:Quais as possveis solues para os problemas encontrados nos sistemas de
pintura de edifcios pblicos considerando o tipo de uso e as interferncias a que
esto sujeitas?
Ao responder esta questo necessrio um aprofundamento das patologias
que envolvem os sistemas de pintura, considerando a normatizao referente ao
processo, bem como a qualidade e tipos de tintas utilizadas na construo civil e
relacionando-as ao tipo de substrato e ainda qualidade da tcnica executiva.
Considerando que os problemas que envolvem as pinturas somente
configuram-se como patologias, conforme Azeredo Jr. (1990), aps perodo muito
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pequeno de sua aplicao, parte-se, ento, da hiptese de que os problemas
decorrentes dos sistemas de pintura derivam da falta de planejamento das
atividades desde a fase de concepo do projeto e envolvem aspectos como: a
correta especificao do sistema em conseqncia do substrato e falhas nas
tcnicas de execuo e caracterizao das tintas, ou seja, falta de rigor tcnico e
adequao s normas e especificaes do fabricante (KONDO, 2003).
Diante do exposto, pretende-se neste trabalho identificar as patologias em
pinturas recorrentes em edifcios pblicos, avaliar suas causas e propor possveis
solues aos problemas encontrados, por meio de um estudo de caso, que ser
desenvolvido em escolas da rede estadual de ensino na cidade de Maring.
Especificamente pretende-se analisar os sistemas de pintura; os tipos de tintasutilizados na indstria da construo civil, suas especificaes tcnicas e
recomendaes dos fabricantes; avaliar as tcnicas de pintura de edifcios pblicos
e a condies em que este servio executado; analisar como o servio est
inserido no processo construtivo e ainda avaliar as condies de manuteno dos
edifcios pblicos em relao pintura.
Para determinar corretamente os tipos de patologias em pinturas de edifcios,
suas causas e conseqncias, so necessrios conhecimentos tericosaprofundados da problemtica que envolve a questo. De acordo com Kondo
(2003), necessrio um conhecimento das caractersticas dos materiais, adequao
ao uso local e mo-de-obra especializada na execuo dos servios. Sendo assim,
como metodologia, prope-se inicialmente uma investigao terica sobre o tema,
abrangendo aspectos como aqueles relacionados no pargrafo anterior, destacando,
contudo, uma abordagem sistmica das tcnicas executivas apropriadas a cada tipo
de tinta ou sistema de pintura, e seu relacionamento com o substrato. Em seguida,torna-se necessria tambm uma conceituao sobre patologia e os tipos de
problemas mais comuns nos sistemas de pintura, relacionando suas causas e
conseqncias. Por fim, apoiado sobre conhecimentos tericos a respeito do
assunto ser possvel determinar em estudo de caso as manifestaes patolgicas
em edifcios pblicos relacionando suas causas e possveis solues que possam
ser adotadas com o intuito de minimizao ou correo dos problemas encontrados.
Desta forma, o trabalho estrutura-se da seguinte maneira: O primeiro captulo
introduz o assunto sobre os sistemas de pintura e suas patologias, expondo toda a
problemtica que envolve a questo, bem como os objetivos e metodologias do
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presente trabalho. O segundo captulo, por sua vez, tem como objetivo uma
abordagem terica sobre o assunto, abrangendo uma conceituao sobre
patologias, tipos e caractersticas das tintas e a normatizao envolvendo os
sistemas e tcnicas de pintura. O terceiro captulo versa especificamente sobre as
principais patologias recorrentes nos sistemas de pinturas definindo as
caractersticas de suas manifestaes, bem como suas causas. O quarto captulo
considera questes prticas atravs de estudo de caso em escolas estaduais, onde
o objetivo justamente identificar a patologias, suas causas e possveis solues
para correo dos problemas encontrados. Por fim, as consideraes finais e o
referencial terico.
1.1 OBJETIVO
Esta pesquisa tem como objetivo alertar para os problemas que envolvem os
mtodos construtivos, bem como a importncia do planejamento sistmico das
atividades que envolvem a construo civil, obedecendo parmetros tcnicos e
cientficos na execuo e aplicao dos materiais de acordo com suas
caractersticas intrnsecas, e necessidade de especializao da mo-de-obra,elevando o processo construtivo a um patamar cientifico, onde as aes
sistematizadas trazem melhorias qualidade do produto final, assim como:
benefcios econmicos, minimizao de impactos quer no tratamento de resduos,
quer nos gastos energticos ou na necessidade constante de manuteno, inserindo
a atividade construtiva em um modelo de desenvolvimento sustentvel.
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2 PATOLOGIA E PINTURA
Ao tratar dos problemas de pinturas recorrentes na construo civil,
necessria primeiramente uma conceituao, ainda que, abrangente sobre a
terminologia bsica, ou seja: O que vem a ser patologia em edificaes?
Pode-se ento, definir genericamente o termo como sendo a cincia das
causas e dos sintomas das doenas, (LAROUSSE, 1982). Sendo assim, em nosso
contexto, pode-se conceituar patologia em edificaes como sendo os problemas
gerados em edificaes, cujos sintomas tem origem nas diversas fases do processo
construtivo: quer no planejamento, na execuo ou na escolha e aplicao dos
materiais. De acordo com o IPT (1988) as incidncias destas manifestaes estorelacionadas condio do controle qualidade das vrias etapas do processo
construtivo e tambm na compatibilizao destas fases.
Aqui, faz-se necessrio, com o intuito de aprofundar o debate sobre patologia,
inserir a problemtica que envolve a origem das manifestaes patolgicas na
moderna indstria da construo civil, em um contexto histrico, contudo, no
pretende-se afirmar que anteriormente a estes fatos no haviam falhas no processo
construtivo, e que patologias so preocupaes apenas da construoindustrializada, ou seja, ps revoluo industrial, porm no de interesse deste
trabalho os problemas construtivos gerados nos diversos momentos histricos da
construo civil.
A revoluo industrial e a evoluo tecnolgica trouxeram para a
modernidade rpida evoluo das tcnicas de projeto e execuo. A exigncia pelo
processo industrial foi uma constante ao longo do tempo, exigindo alta produtividade
prazos cada vez menores, contudo, a condio dos trabalhadores, devido conjunturas sociais no acompanhou esta evoluo, ou seja, os trabalhadores mais
qualificados, como melhores remuneraes foram incorporados a setores industriais
mais nobres, ficando em particular, a construo civil prejudicada pela falta de
qualificao da mo-de-obra. Aliado a isto, as polticas habitacionais, os sistemas de
financiamento e a desqualificao do processo construtivo. (THOMAZ, 1989).
Destacando ainda a setorizao das atividades de trabalho, ou seja, a diviso
social do trabalho, percebe-se com isso, incompatibilidades entre planejamento das
edificaes e execuo, que normalmente conduzem a falhas no processo, com
carncia de detalhamentos e especificaes, falta de mo-de-obra especializada,
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deficincias na fiscalizao e ainda imposies de prazos e custos, gerando
pssimas condies na produo dos edifcios e consequentemente a proliferao
de manifestaes patolgicas. (THOMAZ, 1989).
Ainda de acordo com Thomaz, (1989), pesquisas realizada na Blgica,
constataram que dos problemas patolgicos em edifcios, 46% originam-se em
falhas de projeto. 22% deve-se a execuo e 15% a qualidade dos materiais.
Portanto, uma anlise destes dados, demonstram que metade dos problemas seriam
facilmente resolvidos se houvesse um planejamento criterioso das atividades de
projeto, ou seja, quase metade dos problemas encontrados poderiam ser resolvidos
antes mesmo de sua execuo.
Segundo Abrantes, (2007), o assunto a respeito de patologias em edificaestorna-se bastante extenso, complexo e abrangente envolvendo praticamente todas
as etapas do processo construtivo, iniciando pela fase de elaborao de projetos,
Abrantes (2007) afirma que as patologias que hoje se observam s podero ser
ultrapassadas com um significativo investimento na fase de projeto, em particular no
esforo de compatibilizao de materiais e sub-sistemas construtivos.O enfoque
deste trabalho, baseia-se praticamente em uma das ltimas fases de uma
construo, a pintura, que aparentemente e erroneamente configura-se como umaetapa apenas decorativa, cuja funo e utilizao no motivo de muitas
preocupaes, a no ser do ponto de vista econmico, e talvez, somente a a
atividade inserida no processo construtivo como um todo, no mais a atividade
tratada dentro do processo em suas especificaes e caractersticas, apenas como
elemento decorativo.
Como dito anteriormente, uma das causas das manifestaes patolgicas a
falta de planejamento e sistematizao das atividades de trabalho, onde cada etapadeve estar inserida em um contexto global. (KONDO, 2003).
Nosso assunto, portanto, vai delimitar a pesquisa somente em patologias
especificas de pintura e suas possveis causas. Neste sentido, como
encaminhamento metodolgico necessrio primeiramente uma conceituao sobre
pintura, englobando os diversos tipos de tinta, suas caractersticas, bem como a
normatizao existente e as tcnicas de pintura adotadas na construo civil, com o
objetivo de identificar as maneiras como o servio executado para se ter subsdios
para poder identificar com critrios tcnicos os tipos de patologias encontradas neste
servio e ainda determinar a relao entre a qualidade do material utilizado e a
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qualidade de mo-de-obra adotada e quais as incidncias de erros e problemas em
cada uma dessas etapas.
Historicamente, a pintura acompanha o ser humano desde os tempos mais
remotos. Para o homem primitivo a pintura assumia papel singular. As imagens
pintadas sobre a rocha tinham funes especficas. O homem primitivo acreditava
que tais imagens estavam imbudas de poder, ou seja, confiavam que pintando, por
exemplo, um animal sobre uma rocha estes, animais verdadeiros, poderiam
sucumbir ao seu poder na caada. A pintura, ento toma uma funo mstica de
poder e proteo. Ao longo da histria, entretanto, passa a ostentar funes diversas
no estado da arte, entre elas: a comunicao, na Idade Mdia; a expresso do belo
no Renascimento, e na era ps-industrial, embora ainda tenha lugar de destaque naarte, passa a adquirir outros valores e necessidades. (GOMBRICH, 1999).
A finalidade dos sistemas de pintura, alm do meramente decorativo o de
proteo de paredes, esquadrias, forros e metais. Decorativamente a degradao
dos revestimentos de parede, mesmo quando superficial, afeta muito a aparncia
dos edifcios e confere um ar de decadncia a edificao. (VEIGA, 2002). Nestes
sistemas, contudo, importante considerar sua funo como um todo, tanto no
aspecto decorativo como no aspecto de proteo e ainda, neste contexto torna-serelevante considerar sua caracterstica psicolgica, pois influi no comportamento
humano e no conforto ambiental, da a necessidade de critrios bem definidos na
escolha de cores e do tipo de tinta utilizada nos sistemas de pintura. (FREIRE,
2006).
De modo geral, a pintura consiste em uma tnue pelcula de revestimento
sobre um substrato que pode ser de natureza diversa quanto ao tipo de material,
composto ainda por substancias fluidas que protegem a superfcie de intempries eagentes de desagregao, tornando de certa maneira as superfcies impermeveis,
permitindo a limpeza, lavagem e desinfeco. (CARDO, 1976).
De acordo com Azeredo, (2004) os sistemas de pintura podem ser
classificados como: pintura arquitetnica, cuja funo primria a decorativa,
embora, como dito anteriormente, a funo protetora, deve, sem dvida, ser
considerada no processo de planejamento da edificao, levando em considerao
suas caractersticas e especificaes. Sua utilizao inclui, alm das tintas, os
vernizes e fundo preparador e apresentam uso tanto interno com externo, aplicados
sobre diversos tipos de materiais, como: madeira, alvenaria, argamassas, metais,
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etc; pintura de manuteno, so aquelas aplicadas primeiramente para proteo e
incluem uma srie de recobrimentos aplicados sobre metais, concreto, etc; por fim, a
pintura de comunicao visual, cuja finalidade a de identificao, advertncia e
delimitao de reas.
Por sua vez, as tintas distinguem-se por seus elementos constituintes: o
pigmento (slido) e aglutinante ou veculo, aquele, consiste em uma suspenso de
partculas opacas em um fluido, cuja funo de cobrir ou decorar a superfcie; este,
por sua vez, tem a propriedade de aglutinar as partculas e formar a pelcula de
proteo (BAUER, 1985).
Segundo Freire (2006), a composio bsica das tintas formada, alm da
resina ou veculo e pigmentos, comentados no pargrafo anterior, o solventeresponsvel pela solubilizao dos componentes e pela viscosidade e tempo de
secagem das tintas; e os aditivos cuja funo responsvel pela correo e
melhorias das tintas o qual contribui para proporcionar condies especiais aos
diversos tipos de tintas, ou seja, conferem as tintas qualidade especficas.
De modo prtico, os veculos ou resinas que constituem a parte liquida das
tintas servem como aglutinador das partculas constituintes da tinta, ou seja, o
solvente, e os aditivos, de modo anlogo ao concreto, onde o aglomerante tem amesma funo da resina.
Quanto a classificao, as tintas podem ser divididas em relao a natureza
de seu solvente da seguinte maneira, de acordo com Azeredo (2006): Tintas
miscveis em gua e tintas miscveis em solvente. Dentro dessas classificaes elas
podem ainda ser subdivididas de acordo com seu veculo ou resina. Assim, as tintas
solveis em gua subdividem-se em : tintas a base de cal, cimentcias, cidos
graxos (PVA), acrlicas, cidas (epxi); por sua vez, as tintas miscveis em solventeso classificadas em : tinta leo, alqudicas, laca, betuminosas, resina em soluo.
Com relao aos vernizes, constituem-se em resinas naturais ou sintticas
sob um veculo voltil que convertem-se em pelcula transparente ou translcida
aps a aplicao de sucessivas camadas finas. Os esmaltes, por sua vez, so
obtidos adicionando-se pigmentos aos vernizes, resultando em tinta caracterizada
pela capacidade de formar um filme liso, brilhante e resistente, com alto poder de
cobertura e reteno da cor, resultando em um acabamento fosco aveludado.
(AZEREDO, 2006).
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Abaixo seguem as tabelas 01 e 02 contendo os componentes de uma tinta e
sua funo especfica na formao da tinta.
CAECAECAECAE EDEEEDEEEDEEEDEE FFFF
F F F F
D D D D
A A A A
, ,
, (
, ,
, ,
, , ,
A ,
,
, , ,
,
, ,
A ,
CAECAECAECAE EDEEEDEEEDEEEDEE FFFF
F F F F
D D D D
( ( ( (
))))
, ,
.
,
,
,
.
F
D
A
C
. 01: F: A, 2004
02: F: A, 2004
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Em nosso contexto, pode-se elencar algumas tintas especficas que so mais
utilizadas na construo civil. Destacam-se portanto: as tintas PVA, acrlica,
esmaltes, leos e os vernizes, cada um com suas caractersticas e modos
especficos de preparao do substrato para aplicao da tinta.
Assim, as tintas PVA caracterizam-se por possuir grande rendimento e
durabilidade, quanto ao acabamento apresentam um aspecto fosco aveludado, alm
do que garantem um timo desempenho em repinturas. Este tipo de tinta indicado
tanto para ambientes internos quanto externos, sobre superfcies de reboco, massa
corridas, massa acrlica, texturas, gesso, madeiras, etc. necessrio, portanto, uma
preparao adequada do substrato para aplicao da tinta PVA, sendo necessrio
em primeiro lugar a aplicao de um fundo preparador ou selador PVA. Este fundopode ser aplicado sobre uma base intermediria com massa PVA (massa corrida),
cuja finalidade corrigir a superfcie tornando-a lisa. Este tipo de aplicao s
recomendada para ambientes internos, pois externamente o produto est sujeito a
solubilizao na presena de umidade. Aps o tratamento do substrato com
correo da parede e aplicao do fundo, pode-se proceder ao emprego da tinta
PVA para dar acabamento ao sistema de pintura.(FREIRE, 2006).
A tinta acrlica, tambm indicada para revestimentos internos e externos,sendo mais recomendada para o uso externo em superfcies de reboco e possui
acabamento semi-brilho e fosco, sendo necessrio tambm a preparao adequada
da superfcie a ser pintada, compreendendo assim, em semelhana a tinta PVA, a
correo das superfcies atravs da massa acrlica e aplicao de fundo preparador
ou selador acrlico que tem a funo de corrigir a alcalinidade, a pulverulncia e a
absoro do substrato. (FREIRE, 2006).
Por sua vez, as tintas, esmalte e leo, tambm so indicadas tanto para o usointerno quanto externo e seu acabamento varia do brilhante, acetinado ao fosco. A
tinta leo apresenta boa elasticidade em ambientes externos, porm est sujeita
alteraes em sua aparncia. Ao contrrio, a tinta esmalte apresenta boa resistncia
a ao dos raios solares e recomendada para ambientes externos e internos,
conservando a sua aparncia original. Como todas as outras tintas citadas acima,
necessita de um fundo para corrigir a alcalinidade e uma massa intermediria,
porm aqui, recomenda-se o uso de massa leo ou massa sinttica para corrigir a
superfcie. Em seguida pode-se prosseguir aplicao da tinta esmalte ou leo.
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Os vernizes apresentam uma diferenciao quanto ao uso de massa
intermediria, ou seja, os niveladores de superfcie, sendo que estes so
dispensveis para aplicao de vernizes, pois, estes so transparentes e permitem a
visualizao do substrato. (FREIRE, 2006).
A eficincia de um sistema de pintura no est relacionada somente
qualidade da tinta a ser aplicada. Neste processo devem ser considerados trs
fatores importantes: o primeiro refere-se a qualidade da tinta, como j mencionado
anteriormente; depois necessrio considerar o tipo de substrato; por fim, a tcnica
de aplicao e qualidade de mo-de-obra. Tomando os devidos cuidados na
especificao e caracterizao destes trs elementos, os problemas referentes
pintura podem ser minimizados consideravelmente.Sendo assim, cada superfcie deve receber cuidado especial na preparao
para receber uma cobertura com tinta, levando em considerao, neste sentido, dois
aspectos: o tipo de material e o estado da superfcie a ser aplicada tinta. A
durabilidade de uma tinta aplicada sobre uma superfcie depender muito da
qualidade da primeira demo de fundo a ser aplicado nesta superfcie. (BAUER,
1985)
Em relao ao tipo de substrato pode-se classifica-lo da seguinte maneira:pintura sobre alvenaria/reboco, pintura em madeiras, pintura em metais. Neste
sentido, cada tipo de superfcie merece cuidado especfico na preparao para o
recebimento da tinta, e esse cuidado que depender a qualidade da pintura e sua
durabilidade evitando problemas futuros. (FREIRE, 2006)
A NBR 13245 (1995) faz um apanhado geral sobre execuo de pinturas em
edificaes e fixa as condies gerais para aplicao dos sistemas de pintura em
diversos substratos.Em um primeiro momento a norma define critrios para a execuo do
servio, relacionados ao tipo de substrato e ao meio em que a pintura poder ou
dever ser aplicada, ou seja, em relao ao ambiente, as condies favorveis a
execuo do servio recomendvel que as caractersticas climticas estejam a
uma temperatura entre 10 e 40 e umidade relativa no ultrapassando os 80%, e
ainda menciona que as superfcies devem ser pintadas na ausncia de ventos
fortes. Recomenda-se ainda a pintura em perodos menos chuvosos, porm, livre
tambm de insolao direta.
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Outro quesito, em relao ao tipo e qualidade do substrato, desta forma a
NBR 13245 (1995) relaciona o tipo de substrato ao tipo de tinta e tcnica de
execuo apropriada para cada tipo de superfcie. Sendo assim, especifica
basicamente duas condies de substrato, uma diz respeito s condies para a
superfcie nova e outra s condies para superfcie com pintura antiga cujo teor
revela o tipo de tratamento a ser dado para cada superfcie.
Basicamente, a preparao da base deve levar em considerao a limpeza do
substrato, livre de sujeiras, poeiras, eflorescncias, leos, gorduras, graxas e ainda
isenta de microorganismos como mofo, fungos e algas, alm do que, no caso de
superfcies novas deve-se considerar a cura completa do material, ou seja, a pintura
deve ser realizada, pelo menos, aps trinta dias da execuo da parede ou dosubstrato a que est destinada. No caso de madeiras e materiais metlicos, este
deve estar livre de qualquer tipo de corroso e aquele no deve apresentar a
camada superficial degradada e nem mesmo farpas. Caso ocorra algum destes
fatores, deve-se proceder a eliminao destas causas por meio de raspagem,
lixamento, escovao, lavagem com gua potvel podendo ser usado sabo ou
detergente para eliminao de gorduras e ainda gua sanitria para eliminao de
bolor ou mofo.Estas mesmas exigncias so vlidas para superfcies com pintura antiga,
acrescentando ainda algumas caractersticas peculiares. Estas pinturas, no devem
apresentar sinais de degradao ou imperfeies como bolhas, crostas, calcinao e
descascamentos. A superfcie no deve estar muito lisa ou brilhante, caso isto
ocorra deve-se proceder ao lixamento para retirada do brilho, ou se porventura a
parede estiver muito degradada deve-se proceder a retirada completa da pintura
antiga e preparar a superfcie como recomendado para um pintura nova comaplicao de um fundo selador, dependendo do tipo de material a ser pintado.
Caso a parte, trata-se da pintura sobre caiao. Neste caso, a NBR 13245
(1995), recomenda que pinturas sobre este tipo de substrato devam primeiramente
ser removida completamente a pintura a cal, em seguida necessria a aplicao
de fundo selador para alvenaria, s ento ser possvel aplicar algum tipo de pintura
sobre esta superfcie.
Outro aspecto importante que a NBR 13245 (1995) destaca, refere-se a falhas
no substrato de superfcies novas. Neste caso, as imperfeies como salincias, e
reentrncias devem ser reparadas com aplicao de massa com caractersticas
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compatveis com a tinta de acabamento a ser utilizada. No entanto, imperfeies de
grandes dimenses ou profundidade devem ser corrigidas com argamassa de
revestimento de textura semelhante a superfcie a ser pintada. Esta correo,
contudo, deve ser realizada pelo menos, trinta dias antes da pintura definitiva.
Aps o tratamento adequado do substrato, conforme as recomendaes da
norma, resumidas nos pargrafos acima, cuja finalidade garantir o cumprimento
satisfatrio das funes da pintura, procede-se ento a execuo da pintura
propriamente dita. Neste processo tambm necessrio a adoo de critrios
prticos para no comprometer o sistema de pintura como um todo. Sendo assim,
importante, primeiramente a preparao da tinta com devida homogeneizao, quer
manual ou mecnica, e diluio da mesma em funo do tipo de substrato e do tipode material de aplicao, ou seja, pincel, rolo, pistola, etc. Essa diluio deve ser
realizada conforme as especificaes do fabricante, normalmente expostas na
embalagem do produto.
A NBR 13245 (1995) faz ainda uma ressalva em relao ao processo de
homogeneizao, no sendo recomendada a mistura de produtos diferenciados ou
de diferentes tipos de fabricantes.
Aps a preparao da superfcie, da homogeneizao do produto e de suadiluio adequada, a tinta dever ser aplicada sendo espalhada ao mximo sobre a
superfcie evitando escorrimentos e depsitos excessivos do produto. A camada de
acabamento adequada deve ser obtida pela aplicao de sucessivas camadas
(demos) de tinta, sendo que, para aplicao de cada demo subseqente,
necessrio um tempo de secagem mnimo, recomendado pelo fabricante. Por fim, a
pintura nova deve ser protegida contra incidncia de poeira e gua, ou mesmo
contatos acidentais, durante o tempo de secagem do produto.Ainda falando do procedimento para execuo de pinturas, a CORAL (s.d.)
faz algumas recomendaes a respeito deste processo. Neste sentido,
primeiramente define claramente que um sistema de pintura composto, alm da
tinta de acabamento, pelo fundo e massa, onde cada conjunto destes materiais
forma um sistema de pintura. Ento, o processo para pintura de uma superfcie
consiste basicamente na aplicao, respectivamente de um fundo preparador de
paredes, cuja finalidade dar coeso e aderncia a superfcie, seguido do emprego
de massa em camadas finas. Aps a utilizao desta, recomenda-se o uso de um
fundo selador para uniformizar a absoro e como medida de economia da tinta de
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F. 02: F: CA, ..
acabamento. S ento, aps a utilizao da massa, procede-se o uso da tinta de
acabamento, em duas ou trs demos.
No caso de pinturas com tinta esmalte ou leo, substitui-se o fundo
preparador e a massa corrida, pelo fundo sinttico e massa a leo, respectivamente.
Em pinturas externas, o fundo selador deve ser do tipo acrlico, assim como a
massa.
Abaixo, as figuras 03, 04, 05 e 06 representam o procedimento para execuo
de pintura sobre vrios tipos de substrato.
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3 PATOLOGIAS NOS SISTEMAS DE PINTURA
De acordo com Kondo (2003), os problemas patolgicos podem ter causas
diversa. A ocorrncia de uma patologia no sistema de pintura no significa que esta
seja em decorrncia da pintura. Quando um revestimento apresenta patologia,
significa que este no cumpre algumas de suas funes corretamente e que a causa
do problema pode estar relacionado a diversos fatores.
Ao falar especificamente sobre patologias em pinturas, necessrio deixar
claro que os problemas patolgicos que envolvem a atividade no esto
relacionados apenas a qualidade do produto empregado, ao contrrio, pelas
informaes colhidas at aqui no desenvolvimento deste trabalho, pode-se constatarque a eficincia de um sistema de pintura est diretamente relacionado ao tipo de
substrato, assim como qualidade de mo-de-obra, e acima de tudo, da tomada de
deciso pela definio do sistema a ser adotado, relacionando todos os fatores que
envolvem um sistema de pintura, caracterizando corretamente em cada fase o tipo
de substrato e o tipo de acabamento que se quer chegar. (BRITZ, 2007)
Como visto, a deficincia na adequao e tomada de deciso neste processo
responsvel por quase metade das patologias em edifcios. Falandoespecificamente de pintura, uma parede ou fachada bem acabada no significa que
o sistema de pintura adotado ser eficiente, ao contrario, a pintura sobre rebocos ou
concreto torna-se complexa devido ao emprego de materiais no acabamento das
paredes, que so quimicamente agressivas, podendo deteriorar as tintas aplicadas
sobre a superfcie. (FREIRE, 2006).
Sendo assim, a presena de gua pode ocasionar o aparecimento de bolhas,
mofo e m aderncia da tinta. A porosidade excessiva pode causar variaes nobrilho e na cor. Descascamentos e empolamentos podem ser devido a presena de
sais minerais, entretanto, a grande maioria das patologias relacionadas a pintura so
devidas ao preparo incorreto da superfcie e desqualificao da mo-de-obra.
De acordo com Azeredo (1990), alm dos fatores relacionados nos pargrafos
anteriores, pode-se citar como causa de patologias em pinturas: Substrato
inadequado, condies metereolgicas inadequadas e umidade excessiva do
substrato. Ainda ressalta que as patologias nos sistemas de pintura variam em
funo da qualidade e do tipo de substrato. Esses elementos podem por si s causar
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problemas na pintura, independente da qualidade da tinta ou do sistema de pintura
adotado.
Neste contexto, destacam-se as principais manifestaes patolgicas que
envolvem os sistemas de pintura, relacionando suas possveis causas e alguns
mtodos para soluo destes problemas.
3.1 EFLORESCNCIA
So manchas esbranquiadas que surgem na superfcie pintada, conforme se
v na figura 07 abaixo. Isto acontece quando a tinta foi aplicada sobre o reboco
mido. A secagem do reboco d-se pela eliminao de gua sob a forma de vapor,que arrasta materiais alcalinos solveis do interior para a superfcie pintada, onde se
deposita, causando a mancha. A eflorescncia pode acontecer, tambm, em
superfcies de cimento-amianto, concreto, tijolo, tijolo, etc. Para evitar esse
inconveniente, basta que se tenha o cuidado de aguardar a secagem de superfcie
antes de aplicar a tinta
Para corrigir a eflorescncia, deve-se aguardar a secagem da superfcie,
eliminar eventuais infiltraes, aplicar uma demo de fundo preparador paraparedes, diludo com aguarrs na proporo de 2:1 (2 partes de preparador para
paredes para 1 parte de aguarrs) e aplicar acabamento. Lembrando sempre que
havendo vazamentos ou infiltraes de gua, o fenmeno da Eflorescncia pode
ocorrer mesmo aps a cura completa do reboco, portanto deve-se observar
atentamente problemas com impermeabilizaes.
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3.2 DESCASCAMENTOS EM ALVENARIA
O descascamento da tinta ilustrado na figura 08 pode acontecer quando a
pintura foi executada sobre caiao, sem que se tenha preparado a superfcie. Aaderncia da cal sobre a superfcie no boa, constituindo camada cheia de p.
Portanto qualquer tinta aplicada sobre caiao est sujeita a descascar-se
rapidamente. Para que isso no ocorra, antes de pintar sobre caiao, elimine as
partes soltas ou mal aderidas, raspando ou escovando a superfcie. Depois, aplique
uma demo de fundo preparador para paredes, diludo com aguarrs na proporo
2:1. O descascamento da tinta tambm pode ocorrer quando, na primeira pintura
sobre reboco, a primeira demo no foi bem diluda, ou havia excesso de poeira nasuperfcie.
Neste caso, lembramos que, quando se desejar aplicar a tinta diretamente
sobre o reboco, a primeira demo deve ser bem diluda. Para corrigir o
descascamento recomenda-se raspar ou escovar a superfcie at a remoo total
das partes soltas ou mal aderidas. Em seguida deve-se aplicar uma demo de fundo
preparador para paredes, diludo com aguarrs e aplicar o acabamento.
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3.3 MANCHAS ESCURAS PROVENIENTES DE MOFO
A figura 09 indica o aparecimento de manchas sobre a superfcie, quecaracterizam a presena de mofo. Trata-se de um grupo de seres vivos que se
proliferam em condies de clima favorvel, como em ambientes midos, mal
ventilados ou mal iluminados.
Para corrigir, recomenda-se lavar toda a rea afetada com escova de nylon
ou pano e uma soluo de gua e hipoclorito de sdio (cloro) na proporo de 1:1,
esta soluo pode ser substituda por gua sanitria. Deixar a soluo agir por
aproximadamente 15 minutos. Lavar com gua a fim de eliminar vestgios de cloro.
Deixar secar e repintar.
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3.4 SAPONIFICAO
O exemplo da figura 10 caracteriza-se pelo aparecimento de manchas na
superfcie pintada, freqentemente provocam descascamentos, destruio da tinta
ou retardamento indefinido da secagem de tintas base de resinas alqudicas
(esmaltes e tintas a leo). Neste caso, a superfcie apresenta-se sempre pegajosa,
podendo at escorrer leo. A saponificao causada pela alcalinidade natural da
cal e do cimento que compe o reboco. Essa alcalinidade, na presena de certo
grau de umidade, reage com a acidez caracterstica de alguns tipos de resina,
acarretando a saponificao. Para evitar esse problema, antes de pintar o reboco,
aguarde at que o mesmo esteja seco e curado, o que demora cerca de 28 dias.
Para corrigir a saponificao em tinta ltex, recomenda-se raspar, escovar ou lixar a
superfcie, eliminando as partes soltas ou mal aderidas.
Isto feito, aplica-se uma demo de fundo preparador para paredes, diludo
com aguarrs na proporo 2:1 e aplicar acabamento. A correo de saponificao
em pintura alqudica (esmalte sinttico e tinta a leo) feita conforme segue:
remover totalmente a tinta mediante lavagem com solventes, raspando e lixando. s
vezes, pela dificuldade em remover esse tipo de tinta, costuma-se aquecer a pintura
com um maarico at que esta estoure, raspando-se em seguida, ainda quente (esteprocedimento somente aconselhvel quando executado por profissionais
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experientes). Em seguida, aplicar duas demos de fundo preparador para paredes,
diludo com AGUARRS na proporo 2:1 e aplicar acabamento.
3.5 ENRUGAMENTO
Este problema, conforme se v na figura 11, ocorre quando a camada de
tinta se torna muito espessa devido a uma aplicao excessiva de produto, seja em
uma demo ou sucessivas demos sem aguardar o intervalo entre demos, ou
quando a superfcie no momento da pintura se encontrava com alta temperatura.
Para correo necessrio remover toda a tinta aplicada, por meio de esptula e/ou
escova de ao e removedor apropriado. Limpar toda a superfcie com aguarrs, a
fim de eliminar vestgios de removedor. Deixar secar e repintar.
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3.6 DESAGREGAMENTO
A figura 12 exemplifica um tipo de desagregamento da tinta, que caracteriza-
se pela destruio da pintura, que se esfarela, destacando-se da superfcie
juntamente com partes do reboco. Este problema ocorre quando a tinta foi aplicada
antes que o reboco estivesse curado. Portanto, antes de pintar um reboco novo,deve-se aguardar cerca de 28 dias para que o mesmo esteja curado. Para corrigir o
desagregamento, deve-se raspar as partes soltas, corrigir as imperfeies profundas
com reboco e aplicar uma demo de fundo preparador para paredes, diludo com
aguarrs na proporo de 2:1 e aplicar acabamento.
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3.7 BOLHAS EM PINTURAS SOBRE ALVENARIA
Em paredes externas, geralmente so causadas pelo uso da Massa Corrida PVA,
produto indicado apenas para superfcies internas. Neste caso, a Massa Corrida
deve ser removida, aplicando-se em seguida uma demo de fundo preparador para
paredes, diludo com aguarrs na proporo 2:1. Depois, corrigir as imperfeies
com massa acrlica e aplicar acabamento.
Em paredes internas, podem ocorrer quando, aps o lixamento da Massa
Corrida, a poeira no foi eliminada ou quando a tinta no foi devidamente diluda. O
uso de Massa Corrida muito fraca de baixa qualidade (com pouca resina) tambm
pode provocar bolhas. A correo deve ser feita com a remoo (raspagem) daspartes afetadas. Isto feito, recomenda-se aplicar uma demo de fundo preparador
para paredes, diludo com AGUARRS na proporo 2:1, corrigir as imperfeies
com massa corrida e aplicar acabamento.
Outro caso de formao de bolhas (fig. 13) acontece quando a nova tinta
aplicada umedece a pelcula de tinta anterior (de Qualidade inferior), causando a sua
dilatao. Para corrigir, recomenda-se raspar as partes afetadas, aplicar uma demo
de fundo preparador para paredes, diludo com aguarrs na proporo 2:1 retocar asuperfcie com massa acrlica (reboco externo) ou massa corrida (reboco interno) e
aplicar acabamento.
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3.8 CRATERAS
Este problema (fig. 14) ocorre devido a presena de leo, graxa ou gua na
superfcie a ser pintada, e tambm quando a tinta diluda com materiais no
recomendados como gasolina, querosene, etc.
Para corrigir, recomenda-se, remover toda a tinta aplicada atravs de
esptula e/ou escova de ao e removedor apropriado. Limpar toda a superfcie com
AGUARRS, com objetivo de eliminar vestgios de removedor. Deixar secar e
repintar.
3.9 MANCHAS E RETARDAMENTO NA SECAGEM EM MADEIRA
O exemplo da figura 15 pode ocorrer quando a repintura foi feita sobre
madeira com resduos de soda custica, que foi utilizada na remoo da pintura
anterior. Para prevenir este problema, antes de repintar, deve-se eliminar por
completo qualquer resduo de soda custica (ou similar), lavando a superfcie com
bastante gua. Aguarde a secagem e repinte. Os defeitos em questo tambm
podem ser causados pela migrao de cidos orgnicos ou resinas naturais,
caractersticas de certos tipos de madeira.
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3.10 TRINCAS E M ADERNCIA EM MADEIRA
Geralmente ocorre quando se utiliza Massa Corrida PVA para corrigir
imperfeies da madeira, principalmente em portas. Como j dissemos, tais
imperfeies devem ser corrigidas com MASSA OLO. Para correo, remova a
Massa Corrida e aplique uma demo de BRANCO FOSCO diludo com at 30% deAGUARRS. Depois, corrija as imperfeies com MASSA A OLO, lixe, elimine o p
e aplique acabamento.
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3.11 MANCHAS AMARELADAS EM REAS INTERNAS
As manchas que se vem na figura 17, podem ser provocadas por gordura,
leo ou fumaa de cigarro (nicotina). Antes de repintar ambientes atacados por taismanchas, recomenda-se lavar a superfcie com uma soluo de gua com 10% de
amonaco ou com detergente base dessa substncia. Este procedimento, quando
desejado, pode ser substitudo pela aplicao de uma demo de FUNDO
PREPARADOR PARA PAREDES diludo com AGUARRS na proporo 2:1, e
aplicar acabamento.
4. ESTUDO DE CASO
O estudo de caso foi realizado em duas escolas da rede estadual de ensino eum edifcio onde est instalado o atual ministrio pblico de Maring. Nestes
estabelecimentos tomou-se uma abordagem diferenciada para cada um em relao
aos sistemas de pintura adotados.
O primeiro estudo foi realizado na escola Maria Balani Planas, onde existem
algumas manifestaes patolgicas que envolvem a pintura, cujo objetivo analis-
las e propor possveis solues aos problemas encontrados. O segundo estudo
aborda-se uma escola estadual recentemente pintada, trata-se do colgio estadual
Parque Itaip, onde foi possvel analisar os mecanismos utilizados no processo de
pintura, evidenciando falhas e possveis problemas na adoo dos sistemas de
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pintura. Por fim, analisou-se o prdio do atual ministrio pblico, edifcio bastante
antigo, em que pinturas recentes foram sendo aplicadas sobre uma base caiada.
4.1 ESTUDO DE CASO 1 ESCOLA ESTADUAL PARQUE ITAIP
4.1.1 Caracterizao do edifcio
Como material de estudo de caso, escolheu-se o Escola Estadual Parque
Itaip, localizado no bairro Parque Itaip no anel virio Sincler Sambati, s/n, em
Maring, por se tratar de uma edificao que possui algumas peculiaridades em
relao ao tema abordado.A construo data de 1988, com rea construda de quinhentos e noventa e
quatro metros quadrados em um terreno de sete mil metros quadrados. Conta com
uma estrutura de seis salas de aula, 3 salas administrativas e banheiros, alm de
uma quadra de esportes descoberta.
Recentemente a escola passou por reformas e na planilha oramentria foi
prevista a pintura quase total do colgio. Sendo assim, de interesse este estudo
anlise de alguns aspectos que envolvem o procedimento de pintura no contextoglobal da reforma, pois a anlise deste dados daro subsdios para uma interveno
sistmica do planejamento deste servio de modo consistente, levando em
considerao no apenas o servio em si, mas todo o planejamento e qualificao
da mo-de-obra para o servio de pintura.
4.1.2 Caracterizao patolgica
Um levantamento realizado antes da reforma constatou que, no geral, a
pintura antiga, no que diz respeito as manifestaes patolgicas, apresentava-se um
tanto desgastada pelo tempo, bastante suja pelo uso intenso, e com algumas
imperfeies no substrato, e apresentava, em alguns pontos, manchas devido a
infiltrao de gua na cobertura, no apresentava entretanto, patologias mais
intensas como: bolor ou mofo, descascamentos, eflorescncias, etc. (fig 18)
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Em relao a qualidade do sistema de pintura antigo, aparentemente
apresentava-se em bom estado, ou seja, a tinta no geral, encontrava-se bem aderida
ao substrato, porm, como j dito, com algumas imperfeies, principalmente em
cantos de paredes com arestas vivas e nos peitoris de janelas, estes feitos em
concreto. (fig. 19)
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4.1.3 Especificaes
Sobre a reforma nota-se que havia apenas um oramento contendo os
servios de pinturas, onde estabelece-se um cronograma de certa forma, macro,
onde esto especificados apenas o prazo de execuo da obra. De acordo com
dados da SEOP, no existe nenhum planejamento especfico que envolva
detalhamentos e especificaes para o sistema de pintura, englobando
caractersticas do material aplicado, ou da tcnica executiva a ser adotada. As
especificaes do oramento mencionam apenas atividades genricas, ou seja,
raspagem e lixamento de pintura; pintura PVA sobre reboco antigo ou novo, etc.
(Tab. 03). No h, no entanto, nenhuma especificao de como ser feito tal servio,dependendo do caso em que se aplica.
Cdigo Descrio Unidade $ Mat $ M.Obra $ Total
300102 Raspagem e lixamento pintura velha a cal em parede m2 0,00 0,52 0,52
300103 Raspagem e lixamento pintura latx PVA em parede m2 0,00 0,67 0,67
300104 Raspagem e lixamento pintura latx acril em parede m2 0,00 0,81 0,81
300105 Raspagem e lixamento de pintura leo em parede m2 0,00 0,94 0,94
300108 Massa acrl.1dmo par. ext./int. sobre rev. antigo m2 3,66 1,89 5,55
300109 Massa acrl.2dmo par. ext./int. sobre rev. antigo m2 6,42 3,78 10,20
300112 Massa acrl.1dmo par. ext./int. sobre rev. novo m2 3,28 1,89 5,17
300113 Massa acrl.2dmo par. ext./int. sobre rev. novo m2 6,04 3,78 9,82
300116 Massa PVA 1dmo par. int. sobre rev. antigo m2 2,93 1,89 4,82
300117 Massa PVA 1dmo par. int. sobre rev. novo m2 3,02 1,89 4,91
300118 Massa PVA 2dmo par. int. sobre rev. antigo m2 4,91 3,78 8,69
300119 Massa PVA 2dmo par. int. sobre rev. novo m2 5,00 3,78 8,78
300127 Pintura latex acril.1 2dmo par. int/ext m2 2,12 4,13 6,25
300128 Pintura latex acril.1 3dmo par. int/ext m2 4,35 6,19 10,54
300131 Pintura latx PVA 1 2dmo par. int/ext m2 1,82 4,13 5,95
300132 Pintura latx PVA 1 3dmo par. int/ext m2 2,74 6,19 8,93
300133 Repint. latex acril.1 2dmo par. int/ext m2 3,29 4,75 8,04
300134 Repint. latex acril.1 3dmo par. int/ext m2 5,52 6,81 12,33
300137 Repint. latx PVA 1 2dmo par. int/ext m2 2,55 4,75 7,30
300138 Repint. latx PVA 1 3dmo par. int/ext m2 3,47 6,81 10,28
No presente estudo, percebe-se que as manifestaes patolgicas em pintura
esto diretamente ligadas ao substrato. Pois bem, cada caso deve ser tratado
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especificamente em seu contexto com indicaes tecnicamente apropriadas para
aquela situao.
No colgio Parque Itaipu, alm do oramento que estipula um limite Maximo
de valores para execuo de um servio, existe apenas uma soluo de ordem
esttica, onde so apenas sujeridas cores aos ambientes. Sendo assim, muitas das
decises a respeito do processo executivo so tomadas in loco com base apenas
em valores oramentrios.
4.1.4 Execuo e fiscalizao
Em relao a execuo e fiscalizao das atividades de trabalho noconstatou-se nenhum critrio especfico em relao a algumas medidas importantes
que so recomendadas pela NBR 13245 e por especificaes tcnicas dos
fabricantes como: preparo e limpeza do substrato, aplicao de fundo preparador de
paredes e selador, diluio, etc. A fiscalizao feita apenas com base no aspecto
final, ou seja, no aspecto visual da pintura aplicada e na metragem quadrada de
aplicao, conforme especificao em oramento.
Sendo assim, nota-se que os procedimentos em relao a execuo dapintura ficam a critrio do empreiteiro ou do contratado. A qualidade do servio,
percebe-se, que est diretamente ligado a planilha oramentria e a experincia
profissional da empreiteira, ou seja, a execuo realizada de modo emprico
levando em considerao o limite financeiro mximo mencionado em oramento e
algumas especificaes genricas da planilha.
Praticamente, constatou-se que questes bsicas como o adequado preparo
do substrato, aplicao de fundo e massa so muitas vezes ignorados, haja vista apintura recente, onde existem ainda muitas imperfeies do substrato demonstrando
a falta de cuidado na preparao da base (fig 21), cujo procedimento correto seria
uma limpeza em primeiro lugar do substrato antigo com posterior aplicao de
massa para correo das imperfeies, nota-se portanto que em alguns locais este
procedimento no foi adequado.
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Da mesma forma, em locais onde as imperfeies so mais profundas, (fig
22) o ideal seria proceder a retirada da tinta antiga, atravs de lixamento ou
raspagem e a correo das imperfeies com massa de mesma textura do substrato
antigo seguido de aplicao de fundo preparador de paredes, aplicao de massa
corrida, fundo selador e tinta de acabamento. Nota-se, entretanto, que foi aplicada
massa corrida em alguns pontos, sobre a tinta antiga, deixando o pontos crticossem nenhum tipo de tratamento.
A,
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4.1.5 Medidas de recuperao
Como visto anteriormente, a escola passou por reformas onde foi refeita
praticamente toda a pintura do prdio, no entanto, algumas medidas deveriam ser
tomadas nos procedimentos de pintura com o intuito de evitar futuras manifestaes
patolgicas. Percebe-se que em boa parte da pintura, principalmente na rea
externa, no foi dada ateno necessria ao tratamento do substrato. As
imperfeies do reboco deveriam ser corrigidas com massa corrida, e imperfeies
mais profundas necessitariam de um retoque com argamassa antes do
procedimento de pintura, conforme recomenda a NBR 13245 (1996).
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4.2 ESTUDO DE CASO 2 ESCOLA ESTADUAL MARIA BALLANI PLANAS
4.2.1 Caracterizao do edifcio
Este estudo de caso tem como objetivo caracterizar a patologias em pintura
no edifcio, identificando suas causas e propondo possveis solues aos problemas
encontrados, assim como, estabelecer medidas preventivas em relao aos
procedimentos de pintura em edifcios pblicos.
Neste caso, como objeto de estudo foi escolhido o colgio Estadual Maria
Balani Planas, localizado a rua prof. Giampero Monacci na Zona 17 em Maring,Sua estrutura conta com 10 salas de aula, 07 sanitrios e uma quadra de esportes
descoberta, alm da rea administrativa, cozinha e refeitrio.
A principal caracterstica desta escola seu pssimo estado de conservao
e de abandono, no entanto, est previsto uma reforma completa neste colgio.
Como a maioria das escolas estaduais, a pintura feita com um barramento
em tinta esmalte de cor relativamente escura at a altura aproximada de dois
metros, a partir da feito uma pintura PVA em cor clara. Esquadrias em ferro sopintadas em tinta esmalte e o forro geralmente branco ou cor clara sobre laje ou
forro em madeira.
4.2.2 Caracterizao das patologias
Percebe-se que no colgio existem vrios tipos de patologias nos sistemas de
pintura. A fig. 23 mostra como exemplo o descolamento da tinta de acabamento dosubstrato (descascamento), este tipo de patologia o que predomina na escola.
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F. 20: C E B
F. 21: E C E B
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Ainda podemos citar outros tipos de manifestaes patolgicas como: mofo
ou bolor; A fig. 24 mostra bem este tipo de situao, que neste caso especfico
encontra-se geralmente em reas externas;
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F. 22: D C E B
F. 23: () C E B
A fig. 25 indica alm do descascamento fissuras na tinta de acabamento.
A
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As figs. 26 e 27 apontam respectivamente imperfeies no substrato
(crateras) e bolhas na tinta de acabamento.
A,
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F. 24: E C E B
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De modo geral, talvez pela falta de manuteno, a pintura apresenta-se bem
degradada. Pelo tipo de uso a que est sujeita a manuteno em uma escola deve
ser freqente, a fim de evitar problemas maiores, porm, as causas dessas
manifestaes patolgicas nestes sistemas de pintura tm origens diversas.
4.2.3 Causa das patologias
Para as patologias identificadas no colgio podemos determinar algumas
questes relevantes em relao as provveis causas. Um conjunto de fatores
determinante neste caso, dentre eles, como mencionado anteriormente pode-se citar
a falta de manuteno aliado ao preparo inadequado da superfcie, alm de uma
srie de fatores pontuais para cada caso.
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F. 25: D C E B
F. 26: D C E B
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O exemplo de descascamento demonstrado na fig. 28 pode ter decorrido em
conseqncia da diluio inadequada da tinta quando da primeira demo sobre o
reboco, ou ainda o excesso de poeira na superfcie que no foi devidamente limpa
quando da pintura.
A,
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F. 27: C E B
Por sua vez, a fig 29 demonstra a aplicao de tinta sobre um substrato sem
o devido tratamento, ou seja, a tinta foi aplicada diretamente sobre o forro sem
revestimento.
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As manchas de mofo sobre a superfcie pintada indicado na fig 30,
caracterizam a presena de umidade e local apropriado para proliferao deste tipo
de patologia. Este problema, no caso do colgio em estudo, manifesta-se
principalmente em reas externas, onde as condies de umidade so favorveis
para proliferao do mofo.
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F. 28: B CE B
F. 29: () C E B
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As bolhas que caracterizam a fig. 31 so provenientes ou da falta de limpeza
da superfcie a ser pintada, eliminando a poeira residual que resulta do lixamento da
massa, ou quando a tinta de acabamento umedece a pelcula da pintura anterior,
provavelmente de m qualidade, ou ainda a aplicao inadequada de massa corrida,
ou seja, o uso de massa corrida interna (PVA) em reas externas, onde deveria serfeito uso de massa acrlica.
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As crateras no substrato indicado na fig. 32 ocorrem provavelmente devido a
presena de leo graxa ou gua na superfcie a ser pintada, ou tambm a diluio
da tinta feita com materiais inadequados como gasolina, querosene, etc.
4.2.4 Medidas de recuperao
A recuperao das patologias encontradas no colgio Maria Balani Planas
consiste em: No caso de descascamentos e bolhas necessrio a raspagem da
superfcie at a eliminao total das partes soltas, seguido da aplicao de fundo
preparador de paredes, correo das imperfeies com massa corrida ou massa
acrlica, dependendo do caso, e aplicao da tinta de acabamento; s manchas demofo recomenda-se lavar bem a superfcie com o uso de escova e gua sanitria
para posterior pintura da parte afetada; no caso de bolhas; as crateras so corrigidas
pela remoo de toda tinta aplicada na rea e limpeza com aguarrs para eliminar
vestgios de removedor, seguido da pintura de acabamento sobre a superfcie.
Em todos os casos importante seguir a recomendao do fabricante quanto
a diluio e numero de demos a serem aplicadas e tambm adotar as
recomendaes da NBR 13245 quanto aos procedimentos de preparao dosubstrato e aplicao da pintura.
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F. 30: F
4.3 ESTUDO DE CASO 2 MINISTRIO PBLICO DE MARING
4.3.1 Caracterizao do edifcio
O estudo de caso realizado no Ministrio Pblico de Maring (fig. 33)
apresenta algumas peculiaridades em relao ao edifcio. Localizado no centro da
cidade, especificamente na Av. Herval esquina com XV de novembro a edificao
caracteriza-se por ser um prdio bem antigo, cuja estrutura constitui-se,
provavelmente, de paredes bem espessas com caracterstica auto-portante.
A
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Pelo levantamento realizado no prdio, constatou-se, em relao ao sistema
de pintura adotado, que existem vrias camadas de tinta umas sobre as outras,
como possvel constatar na fig 34 e que provavelmente a primeira camada feita a
base de cal, como indicado na fig 35, no entanto no possvel constatar este fato
com preciso, pois existem poucos pontos que identificam este processo.
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F. 31: C
F. 32: ( )
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C 1
C 2
C 4
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F. 33: D
Alm deste fato o prdio apresenta, talvez pela idade e tambm devido a
problemas estruturais, problemas com infiltrao de gua e umidade que
conseqentemente ocasionam problemas nos sistemas de pintura, porm no
relevante neste trabalho discutir problemas relativos umidade.
4.3.2 Caracterizao das patologias
No edifcio do Ministrio pblico podemos identificas as seguintes patologias:
Descascamentos em paredes internas, descascamentos em paredes externas,
fissuras na tinta de acabamento, bolor, descolamento da tinta em funo da
umidade, com indicado nas figs. 36, 37, 38, 39 e 40, respectivamente.
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F. 34: D
F. 35: F
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F. 36:
F. 37: D
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BBBB
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F. 38:
4.3.3 Causa das patologias
Muitas das causas das patologias nos sistemas de pintura recorrentes no
Ministrio pblico so, provavelmente, em conseqncia da aplicao sucessiva de
camadas de tinta sem o tratamento adequado da camada anterior, haja vista a
aplicao de pintura sobre caiao, o que no recomendado pela NBR 13245, pois
a cal reage quimicamente com a camada de pintura.
O exemplo indicado na fig. 41 demonstra a falta de preparo do substrato para
aplicao da nova camada de tinta. A camada de tinta anterior, por se tratar de tinta
esmalte ou leo, no foi devidamente lixada para retirada do brilho e da superfcie
lisa, conforme recomenda a NBR 13245.
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Os exemplos de descascamentos apresentados podem ter ocorrido em
conseqncia tambm alm do mencionado no pargrafo anterior, ou seja,
adequao do substrato - do excesso de poeira antes da pintura, ou ainda a falta de
fundo preparador de paredes ou selador para dar aderncia adequada a tinta de
acabamento, e ainda como indicado na fig. 42 a falta de aplicao de massa corrida
para correo do substrato, diminuindo sua porosidade quando da aplicao da
tinta.
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F. 39:
F. 40: F
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No caso de fissuras na tinta, fig. 43, se no ocasionadas por problemas
estruturais, pode ser em decorrncia do excesso de aglomerante nos rebocos, ou
pelo tempo insuficiente de carbonatao da cal, ou por camada muito grossa de
reboco.
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Por sua vez o bolor indicado na fig 39, pode ser proveniente de umidade e
condies climticas favorveis a proliferao deste microorganismo.
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4.3.4 Medidas de recuperao
Para recuperao das patologias apresentadas recomendvel em primeiro
lugar a soluo dos problemas de umidade e infiltrao e a correo de fissuras e
trincas estruturais. Em seguida, necessrio a remoo da tinta antiga, inclusive da
pintura a cal, pela raspagem e lixamento, retirando todas a partes soltas e mal
aderidas ao substrato. No caso de manchas de mofo e bolor recomendvel ainda a
lavagem da superfcie com soluo de gua sanitria para eliminao dos
microorganismos. Em seguida, procede-se ao preparo da superfcie com aplicao
de fundo preparador de parede, aplicao de massa corrida PVA em ambientes
internos e massa acrlica para ambientes externos. Aps aplicao da massa aindasugere-se a utilizao de selador para dar absoro a tinta. S ento, procede-se ao
emprego da tinta de acabamento em duas ou trs demos.
Deve-se ainda atentar as recomendaes do fabricante quanto a diluio dos
produtos, assim com as recomendaes de Norma quanto ao procedimento de
execuo do sistema de pintura.
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5. CONSIDERAES FINAIS
Como visto no decorrer deste trabalho a atividade que envolve o servio de
pintura em edificaes pode parecer simples, no entanto, a complexidade da
atividade est na tomada de deciso em relao ao processo executivo e no
planejamento como um todo.
At aqui, no desenvolvimento destas atividades considera-se a pintura como
elemento decorativo onde sua funo meramente esttica, no entanto, atravs dos
estudos de caso analisados neste trabalho, observou-se que as principais
manifestaes patolgicas nos sistemas de pintura tm suas origens principalmente,
no planejamento e na execuo das atividades. Abrantes (2007), afirma que para se
resolver as patologias de revestimento se faze necessrio um controle do processo
de produo da edificao, envolvendo: controle dos profissionais e controle de
materiais aplicados na obra, pois a edificao funciona como organismo, onde
qualquer falha no processo com certeza resultar em patologias.
No caso especfico de pinturas, percebe-se que as patologias podem ser
evitadas por aes anteriores pintura propriamente dita, ou seja, havendo postura
adequada na tomada de deciso quanto ao tratamento da superfcie e adequaoao sistema de pintura a ser empregado, tendo ainda, como relevante a funo de
proteo de uma tinta, ou de um sistema, boa parte das manifestaes patolgicas
seriam evitadas. Ento, no planejamento de uma edificao necessrio, portanto,
definir medidas preventivas e no medidas de recuperao , pois, neste caso
admite-se de antemo a incidncias de patologias no edifcio e naquele admite-se a
preveno das patologias.
Outra questo importante a considerar no desenvolvimento deste trabalhorefere-se, a insero da obra pblica no processo administrativo, ou melhor, no
sistema operacional da SEOP. importante, neste caso, mudana de postura no
planejamento de obras pblicas, pois nestas prioriza-se aspectos financeiros em
detrimento, talvez, de aspectos tcnicos e de gesto de obras. O oramento deve
ser considerado como parte integrante de um processo construtivo, ou seja, de
gesto e gerenciamento. necessrio, portanto, qualificao do mtodo
construtivo a adequao de metodologias que envolvam, no somente aspectoseconmicos, mas tambm de planejamento e gesto. O processo ento requer
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maior abrangncia e sistematizao das atividades, relacionando os aspectos acima
mencionados que considerem ainda nas atividades de planejamento, processos
construtivos sistematizados cientificamente e no empiricamente.
A revoluo industrial trouxe a modernidade processos complexos que
requerem atividades especificas e sistematizadas. O conhecimento emprico,
portanto, talvez, limitado a certos nveis de atividade, de tal modo que no do
respaldo tcnico ao processo cada vez mais complexo. Tais procedimentos vo na
contramo de procedimentos tecnolgicos.
Sendo assim, conclui-se que determinante no planejamento e gesto de
obras a sistematizao das atividades de trabalho que englobem desde a concepo
do projeto execuo da obra, a fim de prevenir manifestaes patolgicasrecorrentes nos sistemas de pintura. Esta sistematizao, portanto, deve considerar
a correta especificao dos sistemas, bem como, a qualificao de mo-de-obra e
ainda a fiscalizao, com rigor tcnico necessrio e adequado s especificaes
tcnicas e normatizao existente.
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