Download - Ambientes virtuais de interação
Se não há política, não se sabe o que fazer. Então no fundo os bibliotecários estão sempre querendo um manual de como engajar as pessoas a seus serviços e produtos. Só que dessa vez no ambiente digital
Ambientes virtuais de interação
Moreno Barros
[esse foi o tema da palestra]
Ambientes virtuais de interação? me vejo fazendo isso sempre
meu discurso é que funciona bem o ambiente de interação entre pares, mas não com os usuários
Panfletar informação é bem diferente de compartilhar informação
Muitas das iniciativas de interação virtual são na verdade uma cópia dos murais de margarida das escolas e bibliotecas
Um exemplo: criei um grupo no facebook para troca de artigos científicos.
Tipo de coisa que funciona muito melhor que o COMUT.
Na verdade, pouco me importa o ambiente (o facebook, no caso). E sim a capacidade de realizar melhor meu trabalho e com mais rapidez.
O ambiente de interação também funciona bem quando peço ajuda aos colegas
internet, melhor ambiente de interação que existe
ok, mas quando estamos falando de interação no contexto das bibliotecas, o que estamos querendo dizer?
INTERAÇÃO?
MANTRABibliotecas que constroem coleções (ruins), que constroem serviços (boas) e que constroem comunidades (grandes)
*Dora traduziu o texto que eu retuitei, leiam
Em outro evento da redarte (2010) falei sobre a biblioteca como plataforma e uma divisão em níves de curadoria
FASE 1 FASE 2 FASE 3
A BIBLIOTECA COMO PLATAFORMA1. bibliotecas liberam seus
dados2. usuários trabalham sobre
esses dados3. dados remixados
retornam à curadoria da biblioteca
O grande exemplo de intervenção na curadoria original dos bibliotecários é o The Commons do Flickr.
No Brasil, ainda estamos presos na fase 1: digitalização, acesso a informação, dados abertos, etc.
Fabiano Caruso me explicou que uma curadoria de segundo nível seria mais direcionada a criação de valor e formação de comunidades a partir desta informação que foi previamente tratada, aberta e é oferecida.
Hoje, minha dúvida é saber se os níveis 2 e 3 são papel dos bibliotecários, das bibliotecas…
Fabiano acha que não é um trabalho “exclusivo” mas mais uma oportunidade.
ADENDO (by Caruso)
• a biblioteconomia carece de entendimento dos fins, ela só tem noção dos meios.
• pois os fins (marketing) convertido nos tipos de bibliotecas (pública, escolar, etc), já é empurrado goela abaixo para nós
• e qualquer mudança nos fins acaba dependendo de que consigamos nos adaptar para isso
• ou seja, a biblioteconomia é meio que um serviço social especializado
• só que o que vamos fazer ou deixar de fazer é muito amarrado em políticas públicas para isso (de um lado as políticas governamentais para bibliotecas públicas, de outro lado aquela lei de repositórios institucionais para bibliotecas universitárias e etc).
• percebe como a área não consegue por conta própria fazer pesquisa de marketing e pensar em serviços de forma mais fragmentada?
Uma plataforma de intervenção, a curadoria funcionando nos 3 níveis. Um nome me vem à mente: foursquare
Como a biblioteca pode se tornar uma espécie de foursquare?
interação?
FOURSQUAREo melhor guia da cidade. Meus amigos são meus guias.
A BIBLIOTECA COMO PLATAFORMA PARA AÇÃO
• dado, informação, conhecimento, insight (leiam BARRETO, Aldo)• 0 é a biblioteca, 1 e 2 são
pessoas• O desafio da biblioteca é juntar
o 0,1 e 2 e promover o salto para o 3
*caruso desenhou isso
COMO AS BIBLIOTECAS FUNCIONAM HOJE?bibliotecas são um depósito. onde cada busca começa sempre do zero. dificilmente consigo visualizar no espaço real ou virtual da biblioteca os rastros de conhecimento acumulado de todas as pessoas que já percorram aquilo antes de mim (que é o que o foursquare faz de melhor)
ou seja, tanto nas bibliotecas públicas (avaliações sociais das leituras) como nas universitárias (informações técnicas acumuladas e produtos derivados das leituras) não existe o acúmulo de registros sobre o uso dos materiais, apenas o acúmulo dos materiais por si só
nas bibliotecas universitárias o modelo de recomendação e avaliação são as referências bibliográficas ou a bibliografia da disciplina chancelada pelo professor. é um grande início de pesquisa, mas é top-down e não deveria ser o único caminho.
as bibliotecas então tinham que oferecer mecanismos de mapear os rastros de uso sobre os seus produtos e serviços, para que pessoas pudessem tomar proveito de informações de uso de pessoas anteriores
O QUE TEM SIDO FEITO?Na prática, alguns projetos estão sendo consolidados, saindo da fase 1, para a fase 2
EXEMPLO 1: MAPA DAS BIBLIOTECAS• informações geotageadas com base no
censo do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, criado por Tiago Murakami no google fusion.
EXEMPLO 2: WEB QUALIS DA CAPES• Capes disponibiliza a tabela do Web
Qualis em pdf. Esse tipo de arquivo precisa ser aberto para permitir melhor e maior integração com outros sistemas
• cidadãos (OKF Brasil e Murakami) pediram os dados abertos via Lei de Acesso à Informação, Capes negou. Vamos fazer na marra.
EXEMPLO 3: ORÇAMENTO A SEU ALCANCE
sintetiza informações atualizadas e mensais sobre o desembolso financeiro dos ministérios e demais órgãos federais
EXEMPLO 4: LIBRARY THING (for libraries)
Modelo mais próximo que temos atualmente de uma biblioteca que oferece o mecanismo da revisão, da intervenção.
Mas ainda estamos longe de ter um catálogo de biblioteca nos moldes da Amazon.
CURADORIA DIGITALTambém diz respeito ao embate entre criadores e curadores. Bibliotecários devem estar além desse embate, porque sempre estiveram ao lado dos 2
Somos privilegiados por ter acesso ilimitados aos dados, os registros. Ou seja, as possibilidades de curadoria para os bibliotecários são ilimitadas
Isso é papel das bibliotecas? Não é exclusivo, mas é uma oportunidade.
E as coisas que venho fazendo, no nível pessoal individual
que talvez se caracterizem como um tipo de curadoria
facebook.com/umacapapordia
O exercício de publicar uma capa por dia, critério estético pessoal, a partir da seleção em massa dos catálogos dos editores brasileiros
Projeto original de Vivian Andreozzi
morenobarros.comSeleção de imagens de bibliotecas digitais nacionais e republicação de textos antigos e esquecidos da biblioteconomia nacional, não disponíveis em HTML
ExLibris Brasilisseleção de exlibris nacionais esquecidos ou ainda não catalogados
www.pinterest.com/morenobarros/ex-libris/
Arquitetura de bibliotecasseleção dos projetos nacionais de design e arquitetura de biblioteca
arquiteturadebibliotecas.blogspot.com
BiblioCampdesconferência para compartilhamento de boas práticas
bibliocamp.com
No final das contas tudo se resume à interação com pessoas. Pessoas que interagem com pessoas por meio de tecnologia e arte
O mecanismo de interação é menos importante do que a interação em si
interação?
OBRIGADO!