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A importância do carrapato
Amblyomma aureolatum na epidemiologia da febre
maculosa na região metropolitana de São Paulo
Marcelo B. Labruna
Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
E-mail: [email protected]
São Paulo, 20 de setembro de 2016
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Vetores primários de Rickettsia rickettsii para humanos nas Américas
Dermacentor andersoni
Dermacentor variabilis
Amblyomma aureolatum
Rhipicephalus sanguineus
Amblyomma cajennense
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<15oC
15-17oC
17-18oC
18-19oC
19-20oC
20-21oC
22-23oC
>23oC
21-22oC
State of
São Paulo:
Isothermic regions
Municípios endêmicos para febre maculosa
brasileira de 1995 a 2008
Áreas de transmissão
por A. cajennense
(“cerrado”)
Áreas de transmissão
por A. aureolatum
(Mata Atlântica de
altitude)
ToC
média
inverno
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Hospedeiros primários para Amblyomma aureolatum
ADULTOSCARNIVORA (Canidae)
PASSERIFORMES – ROEDORES CAVIOMORPHALARVAS, NINFAS
Infestações em humanos: apenas por carrapatos adultos (RARA)
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Luiz de Salles Gomes (Brasil-Médico, 1933)
Isolamento de Rickettsia rickettsii de Amblyomma aureolatumcolhido de um cão em uma residência na Estrada Augusta, próximo ao Bairro do Araçá, onde havia tido um caso de typhoexanthematico (febre maculosa brasileira).
Bairro de Pinheiros, 1929 Estrada de Santo Amaro, 1942
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Joaquim Travassos (Revista de Biologia e Hygiene, 1938)
Isolamento de Rickettsia rickettsii de 2 (2,4%) de 85 exemplares de Amblyomma aureolatum colhidos de cães de um foco de casos humanos no bairro de Sumaré, cidade de São Paulo.
O autor conclui: “Estas pesquisas...além de confirmarem aexperiência primitiva de Salles Gomes, são suficientes parademonstrar, de maneira clara e definitiva que o A. striatum,carrapato do cão, é o vetor natural do virus do Tifoexanthematico de São Paulo...aos animais sensíveis epossivelmente ao homem”
Obs: A. striatum é sinônimo de A. aureolatum
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A. Vallejo-Freire (Memórias do Instituto Butantan, 1947)
Demonstrou em laboratório:
- Fêmeas de A. aureolatum, após se alimentarem em cobaias infectadas por R. rickettsii, colocaram ovos infectados pela bactéria.
(transmissão transovariana a partir de uma aquisição da infecção pelo carrapato na fase adulta)
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- Isolamento/detecção de Rickettsiarickettsii em 6 (0,9%) de 669 exemplares de Amblyommaaureolatum colhidos de cães de um foco de casos humanos no distrito de Taiaçupeba, Mogi das Cruzes, SP.
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100% dos carrapatos se infectaram (perpetuação transestadial) por R.
rickettsii após se alimentarem em cobaias experimentalmente infectadas
100% transmissão transovariana
100% infecção de descendentes
Alta competência vetorial de larvas, ninfas e adultos de A. aureolatum.
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Menor performance reprodutiva de carrapatos infectados por R. rickettsii, em
comparação com carrapatos não infectados
Alta Competência Vetorial de todos estágios parasitários; no entanto, a
frequência de infecção de carrapatos em condições naturais é baixa (1-
10%)(Travassos 1938, Pinter and Labruna 2006; Ogrzewalska et al. 2012)
Já que a infestação humana por A. aureolatum é rara, este
carrapato tem relativamente uma BAIXA CAPACIDADE VETORIAL
em condições de campo
Por isso, a doença possui baixa incidência (e alta letalidade)
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Casos de FMB desde 1920s
SUL
Sem Casos confirmados de FMB
NORTE
São Paulo Metropolitan areaÁreas de
transmissão por A.
aureolatum
(Planalto Atlântico)
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(A. aureolatum e R. sanguineus)
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Tamanho do fragmento de Mata Atlântica nas 7 áreas amostradas
Áreas não endêmicas eram compostas por fragmentos signifcativamente maiores queos fragmentos das áreas endêmicas (t =−3·217, D.F. = 39,P=0·003).
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Distância mais próxima entre o fragmento amostrado e um fragmento secundário
Áreas não endêmicas estavam significativamente mais próximas de fragmentos secudários(t =−3·708, D.F. = 33, P < 0·001) – áreas endêmicas eram fragmentos mais isolados.
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Composição da avifauna de acordo com a vulnerabilidade à degradação florestal
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PRINCIPAL CONCLUSÃO: na região metropolitana de São Paulo, afebre maculosa brasileira (R. rickettsii) está associada a áreas deMata Atlântica degradadas, sobretudo na parte sul da região
Principais hospedeiros para A. aureolatum nessa áreas:CÃES DOMÉSTICOS para carrapatos adultosPASSARINHOS (ex. sabiá) para larvas e ninfas
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Menor performance reprodutiva de carrapatos infectados por R. rickettsii, em
comparação com carrapatos não infectados
Necessidade a longo prazo de hospedeiros amplificadores, para que a
infecção por R. rickettsii possa ser mantida na população de carrapatos
ao longo dos anos.
QUEM SERIA UM BOM HOSPEDEIRO AMPLIFICADOR PARA R. rickettsii
NA GRANDE SÃO PAULO?
Passarinhos ou cães?
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1- Ser abundante nas áreas endêmicas
4- Ser altamente prolífero, garantindo a introdução constante
de animais susceptíveis na população de vertebrados
2- Ser um bom hospedeiro (primário) para o carrapato vetor
3-Ser susceptível à infecção pela Rickettsia
5- Apresentar bacteremia suficiente para infectar carrapatos
Requerimentos para um vertebrado amplificador
eficiente de Rickettsia rickettsii na natureza(Burgdorfer 1988, Labruna 2009)
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1- Ser abundante nas áreas endêmicas
4- Ser altamente prolífero, garantindo a introdução constante
de animais susceptíveis na população de vertebrados
2- Ser um bom hospedeiro (primário) para o carrapato vetor
3-Ser susceptível à infecção pela Rickettsia
5- Apresentar bacteremia suficiente para infectar carrapatos
Requerimentos para um vertebrado amplificador
eficiente de Rickettsia rickettsii na natureza(Burgdorfer 1988, Labruna 2009)
OK
OK
OK
OK
???
CÃES DOMESTICOS
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ALTA TAXA DE ABANDONO DE CÃES SIMULA UMA ALTA PROLIFICIDADE!
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FEBRE MACULOSA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
-degradação da Mata Atlântica (eliminação de hospedeiros naturais do carrapato)
-alta incidência de abandono de cães(alta taxa de renovação populacional)
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37,5
38
38,5
39
39,5
40
40,5
41
41,5
2 4 6 8 10 12 14 16 18 24 36 48 NAT (240)
Tem
pe
ratu
ra
Período de fixação - Horas
Cobaias 1 Cobaias 2 Cobaias 3 Cobaias 4
RESULTADOS
Temperatura das cobaias infestadas
NINFAS INFECTADAS EM JEJUM
†
LETALIDADE: 6%
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RESULTADOS
Temperatura das cobaias infestadas
ADULTOS INFECTADOS EM JEJUM
37,5
38
38,5
39
39,5
40
40,5
41
2 4 6 8 12 16 20 24 36 48 NAT (240)
Tem
pe
ratu
ra C
orp
ora
l
Período de Fixação - Horas
Cobaias 1 Cobaias 2
††
LETALIDADE: 14%
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Temperatura das cobaias infestadas
ADULTOS INFECTADOS PRÉ-ALIMENTADOS RESULTADOS
37,5
38
38,5
39
39,5
40
40,5
41
41,5
1M 3M 5M 10M 20M 40M 1H 2H 4H 6H 8H 12H 18H 24H 36H 48H >48H
Tem
pe
ratu
ra C
orp
ora
l
Período de Fixação - Minuto e Horas
Cobaias 1 Cobaias 2
†
††
††
††
††
††
††
†
LETALIDADE: 52%
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Manual de Vigilância Acarológica –SUCEN (SP) - 2004
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PERÍODO DE 2003 A 2010
Letalidade da FMB em Diadema: 62.5% (10/16)(área de transmissão por A. aureolatum)
Letalidade da FMB na região de Campinas: 33.3% (34/102)(área de transmissão por A. cajennense)
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Casas invadem as matas
Cães domésticos frequentam as matas
Cães voltam pra casa com carrapatos
Adultos Pré-alimentados
Larvas e ninfas Ovos na mata
CICLO EPIDEMIOLÓGICO
ADULTOS PRÉ-ALIMENTADOS
10 MINUTOS PARA A TRANSMISSÃO DE R. RICKETTSII
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Recreio da Borda do Campo –Santo André
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Recreio da Borda do Campo –Santo André
130 Amblyomma aureolatum testados: 0% para R. rickettsii157 Rhipicephalus sanguineus testados: 1,3% para R. rickettsi
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E2: Diadema
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Qual o papel de carrapatos Rhipicephalussanguineus na epidemiologia da FMB ?