LUIS GUSTAVO TOZAKI DIB
DETALHAMENTO E ANÁLISE DOS INDICADORES DE DESEMPENHO EM UMA EMPRESA PETROQUÍMICA
Trabalho de Formatura apresentado à
Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo para obtenção do Diploma
de Engenheiro de Produção
São Paulo 2004
LUIS GUSTAVO TOZAKI DIB
DETALHAMENTO E ANÁLISE DOS INDICADORES DE DESEMPENHO EM UMA EMPRESA PETROQUÍMICA
Trabalho de Formatura apresentado à
Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo para obtenção do Diploma
de Engenheiro de Produção
ORIENTADOR:
Prof. JOÃO FURTADO
São Paulo 2004
“Quem espera sempre alcança, mas só as coisas que os outros deixaram de lado”.
Abraham Lincoln
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que colaboraram, direta ou indiretamente, neste trabalho de
formatura durante este último ano nesta universidade.
Em especial, agradeço aos meus pais, Sergio e Emico, que estiveram ao meu lado
em todos momentos de minha vida, sempre me apoiando na conclusão deste curso
de engenharia.
Ao meu orientador, professor João Furtado, que tornou este trabalho possível
através de valiosas críticas e sugestões na realização deste trabalho.
À minha namorada, Lílian, que sempre me incentivou nos momentos mais difíceis
com seu carinho e palavras de afeto.
Aos professores desta universidade, em especial aos que tive contato, pelos
valorosos conhecimentos adquiridos por mim durante minha vida acadêmica nesta
universidade.
Aos meus colegas de trabalho que me ajudaram na análise dos dados neste trabalho.
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo fornecer e aplicar uma metodologia de análise
econômico-financeira de um Demonstrativo de Resultado de uma empresa
petroquímica, setor pelo qual se encontra em ampla expansão no país nos dias de
hoje visto o crescimento contínuo da demanda pelas resinas termoplásticas. A
preocupação do texto está focada na análise de micro-indicadores de desempenho de
modo a propiciar uma visão concreta e detalhada da performance operacional obtida
pela empresa durante um determinado período a fim de identificar ameaças e
oportunidades de negócio para a empresa dentro do âmbito nacional e internacional
do setor petroquímico.
ABSTRACT
This manuscript introduces an economic-financial analysis methodology of a
petrochemical company performance based on an Income Statement. Nowadays,
this branch of the economy in our country has tried a high development performance
due to a continuous increase of the thermoplastics resins demand. The main focus in
this text is an analysis of the performance’s micro-indicators as long as to present a
real, complete and detail study of the company’s performance in the period focused.
In summary, this analysis looks to identify threatness and business opportunities for
the company inside the national and international petrochemical scenario.
Índice Analítico Índice de Figuras
Índice de Gráficos
Índice de Tabelas
Índice de Equações
Lista de Abreviaturas e Siglas
Lista de Símbolos
Introdução ........................................................................................................................ 1 1.1. A empresa.................................................................................................................................... 2
1.1.1. História................................................................................................................................ 2 1.1.2. Caracterização .................................................................................................................... 3 1.1.3. Desempenho recente............................................................................................................ 4
1.2. O estágio...................................................................................................................................... 6 1.3. Objetivo do trabalho.................................................................................................................... 7
Capítulo I – O setor petroquímico ................................................................................. 10 2. O Setor petroquímico ....................................................................................................... 11
2.1. Histórico.................................................................................................................................... 11 2.2. Cadeia produtiva ....................................................................................................................... 13 2.3. Cenário mundial atual ............................................................................................................... 15 2.4. O Setor petroquímico no Brasil................................................................................................. 16
2.4.1. História.............................................................................................................................. 16 2.4.2. Posicionamento mundial ................................................................................................... 18
Capítulo II – Fundamentos Teóricos ............................................................................ 19 3. Modelo de gestão e desempenho ...................................................................................... 20
3.1. Estrutura de um Demonstrativo de Resultado (DRE)................................................................ 20 3.1.1. Definição ........................................................................................................................... 20 3.1.2. Elementos do DRE............................................................................................................. 20 3.1.3. Definição dos indicadores ................................................................................................. 25
3.2. Modelo bridge ........................................................................................................................... 26 3.2.1. Definição ........................................................................................................................... 26 3.2.2. Montagem do modelo ........................................................................................................ 27 3.2.3. Vantagens do modelo......................................................................................................... 30
3.3. Modelo de decisão da margem de contribuição ........................................................................ 31 3.3.1. Definição ........................................................................................................................... 31 3.3.2. Análise custo/volume/lucro................................................................................................ 31
Capítulo III – Análise .................................................................................................... 37 4. Análise do macro-indicador ebitda ................................................................................. 38
4.1. Metodologia .............................................................................................................................. 38 4.1.1. Breve apresentação dos resultados operacionais de 2XX0 ............................................... 39
4.2. Macro-análise do Demonstrativo de Resultado......................................................................... 44 4.3. Análise por unidade de negócio ................................................................................................ 46
4.3.1. Unidade A.......................................................................................................................... 46 4.3.2. Unidade B.......................................................................................................................... 54 4.3.3. Unidade C.......................................................................................................................... 61 4.3.4. Unidade D ......................................................................................................................... 67
4.4. Análise Empresa Petroquímica Consolidada............................................................................. 73 4.4.1. Análise da receita líquida – Empresa consolidada ........................................................... 74 4.4.2. Análise do custo dos produtos vendidos – Empresa consolidada...................................... 75 4.4.3. Análise das despesas – Empresa consolidada ................................................................... 76 4.4.4. Diagnóstico – Empresa Consolidada ................................................................................ 77
5. Aplicação da análise custo/volume/lucro ........................................................................ 79 5.1. Modelo de decisão da margem de contribuição – vários produtos............................................ 79
5.1.1. Dados necessários ............................................................................................................. 79 5.1.2. Aplicação do modelo ......................................................................................................... 80 5.1.3. Cálculo do grau de alavancagem operacional.................................................................. 82
Capítulo IV – Conclusões .............................................................................................. 85 6. Conclusões ......................................................................................................................... 86
6.1. Diagnóstico Final ...................................................................................................................... 86 6.1.1. Resumo dos principais pontos abordados neste trabalho ................................................. 86 6.1.2. Conclusão.......................................................................................................................... 88
Referências Bibliográficas.................................................................................................... 90 Anexos.................................................................................................................................... 92
Anexo A – Preços e Volumes Praticados em 2XX0 e 2XX1 por UN .............................................. 92 Anexo B – Demonstrativo de resultado do 1º Semestre de 2XXX por unidade de negócio ............ 93
Índice de Figuras FIGURA 1: COMPOSIÇÃO ACIONÁRIA DA BRASKEM.......................................................................... 2 FIGURA 2: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS PLANTAS DA BRASKEM................................................... 3 FIGURA 3: ESTRUTURA DE ESTUDO A SER EMPREGADA NESTE TRABALHO................................ 9 FIGURA 4: ESTRUTURA DA INDÚSTRIA PETROQUÍMICA BRASILEIRA.......................................... 11 FIGURA 5: FOTO ILUSTRATIVA – CADEIA PRODUTIVA DO SETOR PETROQUÍMICO ................. 14 FIGURA 6: PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA NO PIB TOTAL DO BRASIL ( EM %) ......... 18FIGURA 7: INDICADORES DE UM DEMONSTRATIVO DE RESULTADO.......................................... 26
Índice de Gráficos GRÁFICO 1: TIPO DE CUSTOS (FONTE: GITMAN - 1984)............................................................. 23 GRÁFICO 2: BRIDGE DA RECEITA LÍQUIDA (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................. 28 GRÁFICO 3: BRIDGE DO CPV (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ............................................. 29 GRÁFICO 4: ANÁLISE GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO, ADAPTADA DE GITMAN
(1984)........................................................................................................................................ 35 GRÁFICO 5: PREÇOS E VOLUMES PRATICADOS NO 1º SEMESTRE DE 2XX0 POR UNIDADE
DE NEGÓCIO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ......................................................... 41 GRÁFICO 6: BRIDGE DA RECEITA LÍQUIDA DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 47 GRÁFICO 7: RECEITA LÍQUIDA POR MERCADO DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 48 GRÁFICO 8: QUANTIDADE VENDIDA POR MERCADO DA UNIDADE A (FONTE:
ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................................................... 48 GRÁFICO 9: PREÇO POR MERCADO DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ... 49GRÁFICO 10: EVOLUÇÃO DA COTAÇÃO DO DÓLAR (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)..... 50GRÁFICO 11: BRIDGE DO CPV DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 51 GRÁFICO 12: RELAÇÃO PREÇO DA NAFTA X CPV UNITÁRIO DOS PRODUTOS A (FONTE:
ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................................................... 52 GRÁFICO 13: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE A – ABERTURA RECEITAS, CPV E
DESPESAS (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .............................................................. 53 GRÁFICO 14: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE A - ABERTURA MICRO-INDICADORES
DE DESEMPENHO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................ 53 GRÁFICO 15: BRIDGE DA RECEITA LÍQUIDA DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 55 GRÁFICO 16: RECEITA LÍQUIDA DO MERCADO INTERNO DA UNIDADE B (FONTE:
ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................................................... 56 GRÁFICO 17: RECEITA LÍQUIDA ME DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .. 57GRÁFICO 18: BRIDGE DO CPV DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 58 GRÁFICO 19: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE B – ABERTURA RECEITAS, CPV E
DESPESAS (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ............................................................. 60 GRÁFICO 20: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE B - ABERTURA MICRO-INDICADORES
DE DESEMPENHO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................ 60 GRÁFICO 21: BRIDGE DA RECEITA LÍQUIDA DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 62 GRÁFICO 22: RECEITA LÍQUIDA POR MERCADO DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 63 GRÁFICO 23: BRIDGE DO CPV DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 64 GRÁFICO 24: COMPOSIÇÃO DO CPV DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)... 65GRÁFICO 25: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE C – ABERTURA RECEITAS, CPV E
DESPESAS (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .............................................................. 66 GRÁFICO 26: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UN C - ABERTURA MICRO-INDICADORES DE
DESEMPENHO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ...................................................... 66 GRÁFICO 27: BRIDGE DA RECEITA LÍQUIDA DA UNIDADE D (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 68 GRÁFICO 28: EVOLUÇÃO DO PREÇO DOS PRODUTOS D NO 1O SEMESTRE DE 2XXX
(FONTE: PREÇOS D ELABORAÇÃO PRÓPRIA, PREÇO INTERNACIONAL DO PRODUTO D - CMAI) ............................................................................................................ 69
GRÁFICO 29: BRIDGE DO CPV DA UNIDADE D (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ............. 70 GRÁFICO 30: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE D – ABERTURA RECEITAS, CPV E
DESPESAS (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .............................................................. 71 GRÁFICO 31: VARIAÇÕES NO EBITDA DA UNIDADE D - ABERTURA MICRO-INDICADORES
DE DESEMPENHO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................ 71 GRÁFICO 32: COMPOSIÇÃO DO EBITDA DA EMPRESA POR UN (FONTE: ELABORAÇÃO
PRÓPRIA)................................................................................................................................ 73
GRÁFICO 33: COMPOSIÇÃO DO EBITDA DA EMPRESA POR UN (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................................................................................................ 73
GRÁFICO 34: COMPOSIÇÃO DA RECEITA LÍQUIDA DA EMPRESA POR UN (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................................................... 74
GRÁFICO 35: RECEITA LÍQUIDA DAS EXPORTAÇÕES DA EMPRESA (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................................................... 75
GRÁFICO 36: COMPOSIÇÃO DO CPV DA EMPRESA POR UN (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................................................................................................ 75
GRÁFICO 37: EVOLUÇÃO DO PREÇO DA NAFTA ARA (FONTE: BLOOMBERG, ADAPTADO PELO AUTOR) ........................................................................................................................ 76
GRÁFICO 38: COMPOSIÇÃO DAS DESPESAS DA EMPRESA POR UN (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................................................................................................ 77
GRÁFICO 39: VARIAÇÕES NO EBITDA DA EMPRESA (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)... 77GRÁFICO 40: VARIAÇÕES NO EBITDA DA EMPRESA - ABERTURA MICRO-INDICADORES
DE DESEMPENHO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................ 78 GRÁFICO 41: ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL DA EMPRESA NO
1ºSEMESTRE DE 2XX1 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ......................................... 81
Índice de Tabelas TABELA 1: MARKET SHARE DA BRASKEM NAS VENDAS DAS PRINCIPAIS RESINAS
PLÁSTICAS (EXTRAÍDO DO SITE DA REVISTA PLÁSTICO 2003) ................................. 5 TABELA 2: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE RECEITA REAL 2XX1 X
RECEITA REAL 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA, ADAPTADO DE TUNG - 1974) ......................................................................................................................................... 28
TABELA 3: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE CPV REAL 2XX1 X CPV REAL 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA, ADAPTADO DE TUNG - 1974) ........ 29
TABELA 4: DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO DO 1O SEMESTRE DE 2XX0 DA EMPRESA (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)......................................................... 39
TABELA 5: EBITDA POR UNIDADE DE NEGÓCIO DA EMPRESA NO 1º SEMESTRE DE 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................................................................... 40
TABELA 6: RECEITA LÍQUIDA POR UNIDADE DE NEGÓCIO DA EMPRESA NO 1º SEMESTRE DE 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ............................................ 40
TABELA 7: RECEITA LÍQUIDA POR UNIDADE DE NEGÓCIO DA EMPRESA NO 1º SEMESTRE DE 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ............................................ 41
TABELA 8: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POR UNIDADE DE NEGÓCIO DA EMPRESA NO 1º SEMESTRE DE 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ............................................ 42
TABELA 9: DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE VENDAS DA EMPRESA NO 1º SEMESTRE DE 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................. 42
TABELA 10: DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO DO 1O SEMESTRE DE 2XX1 DA EMPRESA (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)......................................................... 44
TABELA 11: COMPARAÇÃO DO DRE REAL 2XX1 X DRE REAL 2XX0 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................................................................................................................ 44
TABELA 12: COMPARAÇÃO DO DRE REAL 2XX1 X DRE REAL 2XX0 DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................................................................... 46
TABELA 13: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE RECEITA REAL 2XX1 X RECEITA REAL 2XX0 DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 47
TABELA 14: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE CPV REAL 2XX1 X CPV REAL 2XX0 DA UNIDADE A (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................ 50
TABELA 15: COMPARAÇÃO DO DRE REAL 2XX1 X DRE REAL 2XX0 DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................................................................... 54
TABELA 16: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE RECEITA REAL 2XX1 X RECEITA REAL 2XX0 DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 55
TABELA 17: PREÇOS PRATICADOS EM 2XX1 E 2XX0 DO MERCADO INTERNO DOS PRODUTOS B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ......................................................... 56
TABELA 18: PREÇOS PRATICADOS EM 2XX1 E 2XX0 DO MERCADO EXTERNO DOS PRODUTOS B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ......................................................... 57
TABELA 19: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE CPV REAL 2XX1 X CPV REAL 2XX0 DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................ 58
TABELA 20: ABERTURA DAS DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS DA UNIDADE B (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................................................................................................... 59
TABELA 21: COMPARAÇÃO DO DRE REAL 2XX1 X DRE REAL 2XX0 DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................................................................... 61
TABELA 22: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE RECEITA REAL 2XX1 X RECEITA REAL 2XX0 DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 62
TABELA 23: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE CPV REAL 2XX1 X CPV REAL 2XX0 DA UNIDADE C (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................ 64
TABELA 24: COMPARAÇÃO DO DRE REAL 2XX1 X DRE REAL 2XX0 DA UNIDADE D (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................................................................................... 67
TABELA 25: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE RECEITA REAL 2XX1 X RECEITA REAL 2XX0 DA UNIDADE D (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA).............. 68
TABELA 26: CÁLCULO DAS VARIAÇÕES DOS INDICADORES DE CPV REAL 2XX1 X CPV REAL 2XX0 DA UNIDADE D (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)................................ 69
TABELA 27: CÁLCULO DAS VARIÁVEIS A SEREM UTILIZADAS NO MODELO DE DECISÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) .................... 80
TABELA 28: CÁLCULO DO GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL DOS PRODUTOS DA EMPRESA NO 1ºSEMESTRE DE 2XX1 (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)............... 83
Índice de Equações EQUAÇÃO 1: FÓRMULA DO LUCRO OU PREJUÍZO DO DRE (FONTE: MARION – 2004) ....... 20 EQUAÇÃO 2: RECEITA LÍQUIDA, ADAPTADO DE MARION (2004) ............................................. 20 EQUAÇÃO 3: LUCRO BRUTO, ADAPTADO DE MARION (2004) .................................................... 22 EQUAÇÃO 4: LUCRO OPERACIONAL, ADAPTADO DE MARION (2004) ..................................... 24 EQUAÇÃO 5: EBITDA (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA)............................................................ 25 EQUAÇÃO 6: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA) ................... 32 EQUAÇÃO 7: LUCRO OPERACIONAL – ABORDAGEM ALGÉBRICA (FONTE: GITMAN - 1984)
.................................................................................................................................................. 33 EQUAÇÃO 8: LUCRO OPERACIONAL SIMPLIFICADO - ABORDAGEM ALGÉBRICA (FONTE:
GITMAN - 1984)...................................................................................................................... 33 EQUAÇÃO 9: QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO - ABORDAGEM ALGÉBRICA (FONTE: GITMAN
-1984)........................................................................................................................................ 33 EQUAÇÃO 10: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA - ABORDAGEM ALGÉBRICA
(FONTE: GITMAN - 1984)..................................................................................................... 33 EQUAÇÃO 11: QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO SIMPLIFICADO - ABORDAGEM ALGÉBRICA
(FONTE: GITMAN - 1984)..................................................................................................... 33 EQUAÇÃO 12: LUCRO OPERACIONAL MULTIPRODUTO – ABORDAGEM ALGÉBRICA
(FONTE: MOTA - 1990) ......................................................................................................... 34 EQUAÇÃO 13: LUCRO OPERACIONAL MULTIPRODUTO SIMPLIFICADO – ABORDAGEM
ALGÉBRICA (FONTE: MOTA - 1990) ................................................................................. 34 EQUAÇÃO 14: QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO MULTIPRODUTO – ABORDAGEM
ALGÉBRICA (FONTE: MOTA-1990) ................................................................................... 34 EQUAÇÃO 15: GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (FONTE: GITMAN - 1984) ........... 36 EQUAÇÃO 16: GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (FONTE: LEITE - 1985) ................ 36 EQUAÇÃO 17: GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (FONTE: LEITE - 1985) ................ 82
Lista de Abreviaturas e Siglas ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química
ARA – Amsterdã – Roterdã - Antuérpia
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CMAI – Chemical Market Associates Incorp.
COFINS – Contribuição para a Seguridade Social
CPV – Custo dos Produtos Vendidos
DRE – Demonstrativo de Resultado do Exercício
EBITDA – Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization
GAO – Grau de Alavancagem Operacional
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
ISS – Imposto sobre Serviços
LO – Lucro operacional
MI – Mercado Interno
ME – Mercado Externo
MTBE – Metil-Tercil-butil-éter
PE – Polietileno
PET – Polietileno Tereftalato
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
PP – Polipropileno
PQU – Petroquímica União
PTA – Ácido Tereftálico Purificado
PVC – Policloreto de Vinila
S.A. – Sociedade Anônima
SG – Sistema Gerencial
UN – Unidade de Negócio
UN A – Unidade de Negócio A
UN B – Unidade de Negócio B
UN C – Unidade de Negócio C
UN D – Unidade de Negócio D
Lista de Símbolos A – Referente a unidade de negócio A
B – Referente a unidade de negócio B
C – Referente a unidade de negócio C
D – Referente a unidade de negócio D
Qv – Quantidade vendida
Pvu – Preço de venda unitário
Cvu – Custo de venda unitário
Mcu – Margem de contribuição unitária
Cf – Custo operacional fixo por período
Qvi – Quantidade vendida do produto i
Pvui – Preço de venda unitário do produto i
Cvui – Custo de venda unitário do produto i
Cvui – Margem de contribuição unitária do produto i
∆ – Variação
Σ – Somatório
Introdução
Introdução________________________________________________________ - 2 -
1.1. A empresa
1.1.1. História
A Braskem é a maior empresa petroquímica da América Latina, sendo considerada
uma das cinco maiores indústrias brasileiras de capital privado.
A estrutura da empresa está baseada na integração da primeira e segunda gerações
petroquímicas sendo responsável pela produção de matérias-primas e resinas
termoplásticas que serão utilizadas na produção de diversos produtos pela terceira
geração, definida como setor de transformação.
A Braskem é controlada pelo grupo Odebrecht-Mariani. São ainda acionistas da
empresa a Petroquisa (ramo petroquímico da Petrobrás) e os fundos de pensão
Petros e Previ, da Petrobrás e do Banco do Brasil respectivamente. A empresa
possui ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa), Nova York
(Dow Jones) e Madrid (Latibex)1.
Figura 1: Composição acionária da Braskem
Fonte: Extraído do site da Braskem
1 Extraído do release publicado pela Braskem em 29/07/2004
Introdução________________________________________________________ - 3 -
1.1.2. Caracterização
Atualmente a Braskem possui 13 fábricas espalhadas pelo Brasil, localizados nos
estados de Alagoas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A empresa produz petroquímicos básicos como eteno, propeno, benzeno, butadieno,
etc. No segmento de resinas termoplásticas, atua com grande destaque nos mercados
de polietileno, polipropileno, PVC e PET.
Figura 2: Mapa de localização das plantas da Braskem
Fonte: Extraído do Relatório Anual de 2003 da Braskem
As matérias-primas e resinas fornecidas pela Braskem estão distribuídas em quatro
unidades de negócio: Insumos Básicos, Desenvolvimento de Negócios, Poliolefinas
e Vinílicos.2
Insumos Básicos: Produção de benzeno, tolueno, orto-xileno, para-xileno, xileno
misto, butadieno, buteno-1, isopreno, diciclopentedieno, metil-tercil-butil-éter
(MTBE) produzidos na central de matérias-primas de Camaçari, na Bahia.
2 Informações obtidas do Relatório Anual 2003 da Braskem
Introdução________________________________________________________ - 4 -
Desenvolvimento de Negócios: Polietileno tereftalato (PET), utilizado na fabricação
de embalagens de refrigerantes; Caprolactama, matéria-prima na fabricação de fio
têxtil; sulfato de amônio na utilização como fertilizante; ciclohexanona, usada como
solvente para tintas, pesticidas e resinas naturais.
Poliolefinas: Produções das resinas termoplásticas como o polietileno (PE) e
polipropileno (PP), ambas utilizadas na fabricação de embalagens, roupas
hospitalares, utensílios domésticos e eletroeletrônicos.
Vinílicos: Policloreto de vinila (PVC) e cloro, utilizado na produção de tubos e
conexões, brinquedos e calçados.
1.1.3. Desempenho recente
De acordo com o último release publicado no final de julho de 2004, a Braskem
manteve sua trajetória de crescimento com relação ao seu desempenho operacional.
No âmbito industrial, podemos destacar os aumentos de 10% na produção de PP e
PE comparada ao mesmo período de 2003 e a elevação das taxas de ocupação nas
plantas ocasionadas por melhora no mix de produção e investimentos nas paradas
planejadas e ampliação de capacidades.
No âmbito comercial, destaca-se ao aumento de 30% no volume de vendas
comparada ao mesmo período de 2003. Em destaque, o aumento significativo das
vendas para o mercado externo (54%) e um expressivo crescimento nas exportações
(11%).
A empresa, por sua formação recente, vem conquistando rapidamente espaço nos
mercados de resinas termoplásticas, principalmente no âmbito doméstico, onde se
mantém líder na venda de suas principais resinas (PP, PE e PVC) frente a seus
principais concorrentes como a Rhodia, Politeno, Riopolímeros, etc.
Tal ponto é explicado pela capacidade da Braskem em oferecer produtos, embora
considerado commodities, com grande valor agregado através de serviços
diferenciados e foco no cliente. Com isso e aliado ao crescimento da demanda pelas
Introdução________________________________________________________ - 5 -
resinas termoplásticas visto o reaquecimento global, e principalmente doméstico,
das indústrias de transformação após o período de recessão em 2003, a Braskem
vem mantendo uma trajetória de crescimento para se tornar uma empresa de classe
mundial.
Resina Plástica
Vendas (Em kton)
1°Semestre 2002
1°Semestre 2003
Vendas Totais 469 482 Vendas Braskem 193 207
Market share - % 41% 43%Vendas Totais 933 944 Vendas Braskem 304 307
Market share - % 33% 32%Vendas Totais 378 323 Vendas Braskem 204 191
Market share - % 54% 59%Vendas Totais 1.780 1.749 Vendas Braskem 701 704
Market share - % 39% 40%Fonte: www.plastico.com.br
Total de vendas de resinas pelas empresas nacionais brasileiras
Polipropileno PP
Polietileno PE
Policloreto de Vinila - PVC
Total
Tabela 1: Market share da Braskem nas vendas das principais resinas plásticas (Extraído do site da Revista Plástico 2003)
Introdução________________________________________________________ - 6 -
1.2. O estágio
O Programa de Estágio foi iniciado em maio de 2003, na área de Controladoria da
Unidade de Desenvolvimento de Negócios da Braskem S.A, localizada no escritório
de São Paulo. Durante os primeiros sete meses, houve um grande esforço de
ambientação e entendimento das atividades administrativas realizadas pela área e
principalmente da complexidade dos processos produtivos dos produtos,
conhecimento necessário para o início de qualquer tipo de análise.
Após este período, surgiu a oportunidade de atuar na Controladoria Corporativa da
empresa, área onde estagio até hoje e que acredito foi de grande valia para o meu
crescimento profissional, pois obtive uma visão completa da empresa e não restrita a
uma só unidade de negócio.
Desde o início do estágio, havia uma grande preocupação da minha parte em
identificar oportunidades para o desenvolvimento do meu trabalho de formatura.
Foi possível identificar durante meu estágio que a área de Controladoria se disponha
de métodos tradicionais de análise de Demonstrativos de Resultado tais como
análises verticais e horizontais, comparações com orçados, etc; que traziam um
resultado satisfatório, porém podiam ser melhorados com a implementação de uma
nova metodologia de análise.
Com base nos fatos citados acima, surgiu a idéia da realização do trabalho na
formulação e aplicação de uma metodologia de análise das informações gerenciais
através de conceitos teóricos propostos no Curso de Engenharia de Produção.
Introdução________________________________________________________ - 7 -
1.3. Objetivo do trabalho Este trabalho de graduação a ser desenvolvido por mim durante este ano tem como
objetivo elaborar e aplicar uma metodologia de análise de um demonstrativo de
resultado gerencial (DRE).
O objetivo deste trabalho consiste em buscar e aplicar, dos conceitos e teorias
lecionados nas disciplinas de economia de empresas e finanças ocorridas durante
todo este curso de Engenharia de Produção, ferramentas e metodologias de análise
que auxiliem a empresa na realização de uma análise financeira concreta e eficaz de
um demonstrativo de resultado.
Por este trabalho se espera que possamos passar por cada operação que é
visualizada em um DRE (Receita Líquida, CPV, etc...) e analisar cada um dos
micro-indicadores de desempenho (preço, volume, custo variável, despesas de
vendas, etc) que formam o EBITDA3 (Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization).
A importância desta análise com base em micro-indicadores está ano fato de que
será possível uma clara visualização do motivo gerador de, por exemplo, uma
receita superior ou inferior a obtida no ano anterior pela empresa assim como custos
elevados ou despesas de vendas inferiores ao realizado no ano anterior de modo que
fique evidente onde há a necessidade de uma ação corretiva, preventiva ou de
controle.
Outra análise, não menos importante a ser desenvolvido neste trabalho é a chamada
“análise custo/volume/lucro”, também conhecido como “análise do ponto de
equilíbrio”, possibilitando a visualização dos níveis de operação da empresa assim
como avaliar a lucratividade associada a vários níveis de venda.
3 EBITDA = Lucro operacional sem os efeitos dos custos e despesas não desembolsáveis (depreciação e amortização).
Introdução________________________________________________________ - 8 -
Estaremos tratando neste trabalho, dados simulados pela empresa em que realizo o
estágio de acordo com os fatos ocorridos no período em análise, no entanto, não
faremos referência a Braskem S.A neste trabalho de modo a manter o sigilo das
informações, mesmo que simuladas, em respeito à solicitação feita pela empresa. A
Braskem estará somente propiciando a oportunidade de conhecimentos gerais sobre
a análise do setor petroquímico.
Os dados serão tratados como originados de uma empresa petroquímica nacional,
não sendo necessariamente a Braskem. Além disso, os dados farão referência a anos
fictícios (2XX0 e 2XX1, que serão enquadrados em um cenário mundial no decorrer
deste trabalho) de modo que reforce a simulação dos dados sem que seja possível
nenhuma correlação com a empresa em que realizo o estágio, mesmo se tratando de
dados simulados.
Os produtos serão tratados por unidade de negócio, pois se supõe, neste trabalho,
que cada unidade trata de produtos com processos produtivos e finalidades
semelhantes, sem prejuízo nas realizações de análises externas (comparações com
mercados internacionais, custos de produção, preços da matéria prima principal,
etc).
As unidades de negócio da empresa petroquímica a ser alvo deste trabalho se divide
em quatro unidades:
Unidade A: Produtos da primeira geração utilizadas para a fabricação de diversos
produtos petroquímicos de segunda geração, principalmente resinas termoplásticas.
Unidade B: Resinas utilizadas na fabricação de embalagens, tubos para gás, água e
telecomunicações, roupas hospitalares, seringas e fraldas descartáveis, móveis
infantis, utensílios domésticos e eletroeletrônicos, entre outras aplicações.
Unidade C: Resina termoplástica aplicada em diversas indústrias, entre elas a de
tubos e conexões, brinquedos, calçados, fios e cabos, esquadrias, forros, pisos e
piscinas.
Introdução________________________________________________________ - 9 -
Unidade D: Resina termoplástica utilizada na fabricação de embalagens para
refrigerantes e medicamentos.
Com relação às referências bibliográficas, acredito que será necessário abranger três
grandes ramos das ciências para a realização deste trabalho.
A primeira parte será a definição clara das dimensões financeiras a serem abordadas
neste trabalho fazendo-se necessário o estudo de algumas demonstrações
financeiras, relacionados às disciplinas de contabilidade ministradas neste curso.
A segunda parte consiste na definição dos micro-indicadores de desempenho e
modelos de análise que serão utilizados de modo que as disciplinas de economia e
finanças serão uma forte ferramenta nesta etapa.
A terceira e última parte destas referências bibliográficas está relacionada à parte
estratégica dos conceitos lecionados na disciplina de Gestão Estratégica da
Produção, pois com base na análise e detalhamento dos indicadores de desempenho,
será possível apontar erros e acertos ocorridos no período transcorrido.
Figura 3: Estrutura de estudo a ser empregada neste trabalho
Fonte: Elaboração própria
Elaborar e aplicar uma metodologia de análise em um DRE
Problema
ContabilidadeEconomia de empresas / FinançasGestão Estratégica da Produção
Rev. Bibliográfica
Definição e aplicação do Método
Método
Diagnóstico dos resultados obtidos e
proposição de melhorias
Solução
Elaborar e aplicar uma metodologia de análise em um DRE
Problema
Elaborar e aplicar uma metodologia de análise em um DRE
Problema
ContabilidadeEconomia de empresas / FinançasGestão Estratégica da Produção
Rev. BibliográficaContabilidade
Economia de empresas / FinançasGestão Estratégica da Produção
Rev. Bibliográfica
Definição e aplicação do Método
Método
Definição e aplicação do Método
Método
Diagnóstico dos resultados obtidos e
proposição de melhorias
SoluçãoDiagnóstico dos
resultados obtidos e proposição de melhorias
Solução
Capítulo I – O setor petroquímico
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 11 -
2. O Setor petroquímico
2.1. Histórico
A indústria petroquímica mundial vem se destacando desde meados da década de
90, quando atingiu vendas estimadas em US$ 500 bilhões4, sendo considerado o
segmento mais importante da indústria química. Deste conglomerado, o setor
petroquímico trata da parcela onde os produtos são originados do petróleo ou gás
natural. Apesar de constituir-se em uma definição simples para caracterizá-la dentro
do complexo setor químico, sua estrutura produtiva apresenta enorme complexidade
tornando seu entendimento bastante áspero (Figura 4).
Figura 4: Estrutura da indústria petroquímica brasileira
Fonte: ABIQUIM
4 Dado obtido das publicações do BNDES
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 12 -
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 13 -
O auge da indústria petroquímica na economia mundial pode ser observado,
sobretudo, pelo crescimento das refinarias americanas no início do século 20,
resultado das abundantes reservas de petróleo e gás natural do país. O
desenvolvimento e surgimento de novos processos de refino propiciaram a formação
de subprodutos altamente reativos denominados de produtos petroquímicos básicos
alternativos, mais eficientes e econômicos do que as matérias-primas derivadas do
carvão natural e do álcool.
Almeida et al. (2001) aponta as necessidades geradas pela segunda guerra, quando
houve forte crescimento da demanda de algumas resinas como o polietileno
utilizado na fiação elétrica dos radares e o náilon utilizado na confecção de roupas e
equipamentos da guerra. Com o término da guerra o consumidor americano já
convivia com inúmeros produtos oferecidos pelo plástico e, por mais de 20 anos, as
vendas do setor petroquímico americano continuaram a crescer atingindo patamares
superiores a 10% ao ano.
2.2. Cadeia produtiva
A origem de toda a cadeia do plástico está no petróleo. A partir do seu processo de
refino, obtém-se a nafta petroquímica, entre outros derivados, matéria-prima básica
para as centrais petroquímicas de primeira geração.
A resina termoplástica é o principal produto da indústria petroquímica quanto à
diversidade de aplicações. São obtidos através de um processo químico chamado de
polimerização, quando os monômeros são unidos quimicamente para formar os
polímeros. As propriedades dos diferentes tipos de plásticos são determinadas pelo
tamanho e pela estrutura da molécula do polímero.
Utilizando-se das matérias-primas básicas, o petróleo ou o gás natural, sua cadeia
produtiva se divide em três fases.
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 14 -
A primeira e a segunda geração pertencem à petroquímica, enquanto a terceira
geração ao setor de transformação, onde se originam produtos para praticamente
todos os setores da economia como vestuário, habitação, transporte, alimentação,
limpeza e saúde. Seus produtos representam importantes alternativas aos materiais
mais tradicionais como vidros, metais e fibras naturais, muitas vezes apresentando
melhores desempenhos associados a custos menores.
Figura 5: Foto ilustrativa – cadeia produtiva do setor petroquímico
Fonte: Extraído do site da Braskem
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 15 -
2.3. Cenário mundial atual
O setor petroquímico nunca deixou de ser um setor altamente competitivo com a
presença de grandes empresas associadas a elevadas escalas de produção. No
entanto, nos dias de hoje, é possível notar uma relação mais forte entre as grandes
petroquímicas com as instituições financeiras na busca de captação de recursos seja
via financiamentos ou emissões de ações, debêntures e títulos de capitalização no
mercado financeiro5.
A captação destes recursos destina-se, em sua maioria, aos intensivos investimentos
em tecnologia e P&D assim como cobrir os custos de capital advindos dos grandes
parques industriais das unidades produtoras, uma vez considerado um dos setores de
custos de capital mais elevados.
Nos dias de hoje, é possível notar um crescimento no grau de competitividade deste
setor visto as constantes mudanças estruturais das empresas petroquímicas através
de aquisições, fusões, incorporações e até mesmo alianças estratégicas.
A utilização de resinas termoplásticas advindas do setor petroquímico vem
crescendo em patamares superiores aos demais produtos originados do vidro, aço,
fibras naturais, etc, apresentando melhores desempenhos a custos mais baixos6. Isto
resulta em um grande dinamismo tecnológico por parte da empresas petroquímicas
na busca de atender esta crescente demanda assim como desenvolver novos
produtos que reforcem as vantagens competitivas das resinas termoplásticas.
GARCIA (2000), HIRATUKA (2000) e SABBATINI (2000) apresentam uma
característica importante presente nas empresas petroquímicas atuais, a tendência a
formação de uma cadeia produtiva fortemente integrada composto por produtos de
primeira e segunda gerações em processos produtivos contínuos, ou seja, a geração
de petroquímicos básicos e suas transferência para a fabricação das resinas de
5 WONGTSCHOWSKI (2002) 6 Informações obtidas no site do CMAI
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 16 -
segunda geração como o Poletileno, Polipropileno, Policloreto de Vinila, etc estão
presentes em, muitas vezes, em um único parque industrial.
Isto gera a necessidade de contínuos investimentos nas atividades de P&D nas
tecnologias empregadas em seus parques industriais, visando cada vez mais a
integração dessa cadeia produtiva.
2.4. O Setor petroquímico no Brasil
2.4.1. História
O uso intensivo do plástico no Brasil teve início na década de 50, e a demanda
crescente gerou em pouco tempo a necessidade de um parque industrial nacional
para substituir as importações, criando-se mais tarde, em meados dos anos 60, a
Petroquímica União, em Capuava, no interior paulista.
Na visão de ERBER (1997), a estruturação da petroquímica no Brasil a partir dos
anos 70 baseou-se fortemente na ação planificadora do Estado, coordenando
investimentos de capital privado, nacional e estrangeiro.
A estatal serviu de força propulsora para a instalação da segunda e terceira gerações
da cadeia do plástico no país e, conseqüentemente, dos complexos petroquímicos,
consolidando no final da década de 70, o modelo tripartite, de capital privado,
nacional e estrangeiro e criando-se a Copene – Companhia Petroquímica do
Nordeste - localizada no pólo petroquímico de Camaçari (BA).
No entanto, já durante os anos 80, o modelo tripartite começava a dar sinais de
esgotamento. Isto porque o Estado passou a concentrar seus recursos na área de
exploração e produção de petróleo, deixando de considerar prioridade os
investimentos necessários à expansão da petroquímica, um setor de capital
intensivo.
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 17 -
No início da década de 90, em meio ao amplo programa de privatizações do governo
federal, foram vendidas as participações do Estado nas centrais petroquímicas. Isso
encerrou o modelo tripartite, gerando resultados diferentes nos pólos do país.
Enquanto isso, em meados daquela década, o governo autorizou a criação da
Copesul, central petroquímica do pólo gaúcho de Triunfo, que contava com maior
participação de engenharia brasileira e alvo de constantes investimentos no pólo de
Triunfo por parte do setor privado, controladores da Copesul.
No entanto, conforme descreve WONGTSCHOWSKI (2002), o exemplo do sul não
se repetiu em Camaçari, na Bahia. A privatização do pólo baiano gerou uma
pulverização de controle, criando no setor uma intrincada teia de participações
cruzadas e interesses, muitas vezes conflitantes. Por conta disso, alguns
investimentos importantes na Copene e na segunda geração da cadeia petroquímica
foram adiados.
A oportunidade para a reestruturação do setor surgiu em dezembro de 2000. O
Banco Central colocou em leilão a participação que a Conepar S.A. ( associada a
estatal Petrobrás), holding que detinha participação relevante no capital votante da
Norquisa, controladora da Copene na época. No conjunto de ativos que estavam à
venda, encontravam-se as participações dos grupos Odebrecht e Mariani.
Em julho de 2001, único grupo a oferecer lance, o consórcio Odebrecht-Mariani foi
o vencedor do leilão, o que lhe garantiu o controle da Norquisa, holding que
controlava na época a Copene.
Logo após a aquisição, o consórcio deu início a um processo de integração entre
empresas de primeira e segunda geração. Este projeto marca o início de um novo
ciclo da petroquímica brasileira, com o consórcio vencedor levando adiante o
projeto de verticalização e integração da petroquímica do Brasil, criando a Braskem,
a maior empresa petroquímica da América Latina7.
7 Informações obtidas do Relatório Anual 2002 da Braskem
Capítulo I – O setor petroquímico____________________________________ - 18 -
2.4.2. Posicionamento mundial
Situada entre as maiores do mundo, a petroquímica brasileira está em franco
crescimento. A indústria química faturou US$ 36,6 bilhões em 20028, sendo 51,1%,
ou US$ 18,7 bilhões, oriundos do segmento de produtos químicos da área industrial,
representando 3,3% do PIB total brasileiro. Existem atualmente no país três pólos
petroquímicos: Triunfo (RS), Camaçari (BA) e Capuava (São Paulo).
Além da Braskem, maior empresa petroquímica da América Latina, vale destacar a
presença das petroquímicas de segunda geração como Rhodia, RioPolímeros,
Politeno, Polibrasil, etc que reservam grande importância no cenário brasileiro com
participações, em algumas resinas termoplásticas, de liderança nos mercados em que
atua.
Figura 6: Participação da indústria química no PIB total do Brasil ( em %)
Fonte: ABIQUIM
8 Segundo ABIQUIM
Capítulo II – Fundamentos Teóricos
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 20 -
3. Modelo de gestão e desempenho
3.1. Estrutura de um Demonstrativo de Resultado (DRE)
3.1.1. Definição
Um Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) consiste basicamente na
montagem de um resumo das receitas e despesas da empresa em determinado
período. É apresentada, conforme MARION (2004), de forma dedutiva de modo que
as receitas e despesas são visualizadas no sentido vertical e, subtraindo-se as receitas
das despesas incorridas no período, obtém-se o resultado operacional (lucro ou
prejuízo) da empresa naquele período.
Receita Sentido vertical
(-) Despesa (dedutivo)Lucro ou prejuízo
Equação 1: Fórmula do lucro ou prejuízo do DRE (Fonte: MARION – 2004)
Neste trabalho de formatura será abordado o modelo completo do DRE, onde se é
possível a visualização mais detalhada tanto das receitas como das despesas do
resultado operacional, permitindo sua abertura nos tipos de impostos, custos e
despesas. Tal fato reside na necessidade de visualização dessas linhas na
composição da análise dos micro-indicadores de desempenho, um dos objetivos
deste trabalho de formatura.
3.1.2. Elementos do DRE
3.1.2.1. Receita Líquida
A receita líquida é definida como a receita bruta descontada das devoluções e dos
impostos recolhidos.
Receita BrutaVendas
Serviços prestados(-) Deduções
Abatimentos e DevoluçõesImpostos
= Receita Líquida
Equação 2: Receita líquida, adaptado de MARION (2004)
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 21 -
A receita bruta por sua vez, na definição de MARION (1998), constitui o valor
adquirido da venda dos produtos, subprodutos, mercadorias e serviços oferecidos
pela empresa sem a exclusão dos impostos recolhidos junto ao comprador e as
devoluções realizadas pelo mesmo.
Vale destacar que a receita obtida pela venda de produtos ou serviços que não fazem
parte da finalidade da empresa como, por exemplo, a venda de imóveis, móveis,
equipamentos industriais em empresas cujo ramo não seja destinado para estes tipos
de venda, isto não se constitui como uma receita bruta obtida e sim são chamados de
outras receitas e despesas não operacionais.
Os impostos, taxas e contribuições são recolhidos imediatamente no ato da venda de
um produto ou serviço de modo a serem caracterizados, em sua maioria, como um a
alíquota a ser multiplicada ao preço liquido unitário do produto ou serviço
oferecido. Tais impostos devem ser recolhidos e entregues após um período pré-
estabelecido (normalmente mensal) aos governos, locais, estaduais e da união
conforme detalhado abaixo a partir de MARION (2004):
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (governo federal) – de 0% a quase
400% (no caso dos cigarros).
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (governo estadual)
– Estado de São Paulo: 18%.
ISS – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (governo municipal) –
Município de São Paulo: de 0 a 10%.
PIS – Programa de Integração Social – calculado a partir da (Receita Bruta –
IPI) x Alíquota PIS (governo federal); sendo a alíquota de 0,65% até janeiro de
2004 e 1,65% a partir desta data.
Cofins – Contribuição para a Seguridade Social – calculado a partir da (Receita
Bruta – IPI) x Alíquota Cofins (governo federal); sendo a alíquota de 3% até
janeiro de 2004 e 7,6% a partir desta data.
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 22 -
As devoluções são decorrentes da decisão do comprador em devolver total ou
parcialmente os produtos adquiridos por razões como preço em desacordo com o
combinado, qualidade diferente da solicitada, produtos danificados ou fora da
validade, etc.
Outra forma está em evitar a ocorrência de uma devolução através de um abatimento
concedido ao comprador no preço acordado de modo a compensar o prejuízo ao
comprador. Tanto as devoluções como os abatimentos devem ser descontados da
receita bruta.
3.1.2.2. Lucro Bruto
Lucro bruto é definido por MARION (2004) como a diferença entre a receita líquida
e o custo dos produtos vendidos (CPV) na obtenção da receita líquida adquirida.
Receita Bruta(-) Deduções= Receita Líquida
(-) Custo de VendasLucro Bruto
Equação 3: Lucro bruto, adaptado de MARION (2004)
É importante salientar que este indicador é diferente do indicador margem de
contribuição de modo que considera tanto os custos variáveis como fixos enquanto
que o cálculo da margem de contribuição considera apenas a diferença entre a
receita líquida e os custos variáveis das vendas.
3.1.2.2.1. Tipo de Custos
O custo dos produtos vendidos (CPV) e as despesas operacionais da empresa
contém componentes de custos operacionais fixos e variáveis. Em alguns casos, os
custos específicos podem ser tanto elementos fixos como variáveis. GITMAN
(1984) define os três tipos de custos resultantes como:
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 23 -
Custos Fixos: custos incorridos em função do tempo e não das quantidades
vendidas de modo a constar de valores fixos a cada período contábil. Ex:
aluguel.
Custos Variáveis: variam diretamente com as vendas da empresa. Estão em
função do volume de vendas. Ex: custos sobre matérias-primas.
Custos semi-variáveis: os custos semi-variáveis são parcialmente fixos e
variáveis. Estes podem ser fixos até uma certa faixa do volume de vendas e
aumentar a níveis mais altos para volumes maiores. Ex: energia elétrica.
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7
Vendas (unidades)
Cus
tos
($)
Custo Fixo Custo Variável Custo Semi-Variável
Gráfico 1: Tipo de Custos (Fonte: GITMAN - 1984)
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 24 -
3.1.2.3. Lucro operacional & EBITDA
O lucro operacional é resultado da diferença entre o lucro bruto e as despesas
operacionais.
Receita Bruta(-) Deduções= Receita Líquida
(-) Custo de VendasLucro Bruto
(-) Despesas OperacionaisLucro Operacional
Equação 4: Lucro operacional, adaptado de MARION (2004)
As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a
empresa e financiar as operações9. Em suma, são todas as despesas de manutenção
da atividade operacional da empresa. Os principais grupos de despesas operacionais
são:
1) Despesas de vendas: despesas decorrentes pela área comercial no auxílio obtido
na venda do produto ou serviço ao cliente como gastos com viagens, promoções,
marketing do produto (propaganda e publicidade), comissões e provisão para
devedores duvidosos. Outro ponto em que podemos ter despesas com vendas
está no gasto com aluguel de armazenagem e logística (transporte) para a entrega
do produto ao cliente final de modo que em muitos casos, são tratados como
despesas de vendas e não como custos de distribuição.
2) Despesas administrativas: despesas originadas pelas áreas administrativas da
empresa no objetivo de gerir os negócios da empresa. Pode-se resumir a gastos
com materiais de escritório, salários e encargos e serviços de terceiros
contratados.
9 MARION (1998)
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 25 -
3) Despesas financeiras: nesta linha do demonstrativo de resultado é possível
encontrar os gastos decorridos de remunerações necessárias aos capitais de
terceiros como juros pagos, comissões bancárias, descontos concedidos, etc. As
receitas financeiras obtidas com aplicações financeiras, juros recebidos, etc,
deverão ser contabilizadas nesta linha do DRE de modo a subtrair as despesas
financeiras ocorridas no período e caso o valor das receitas não operacionais seja
superior ao das despesas do período, o valor é mostrado com sinal inverso
adicionando-se ao valor do lucro bruto. Este micro-indicador do DRE pode
também ser chamado por outras receitas e despesas não operacionais.
O macro-indicador EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and
Amortization) corresponde ao Lucro Operacional sem os efeitos de custos e
despesas não desembolsáveis (depreciação e amortização)10. Consiste em um
poderoso indicador de desempenho financeiro, uma vez que reflete o potencial de
geração de recursos decorrentes eminentemente das operações da companhia.
Tal indicador é capaz de medir o potencial de geração de caixa, visto que parte da
receita registrada pode não representar um ingresso imediato de recursos (receitas à
vista), bem como parte das despesas incorridas não representam um desembolso
imediato.
Lucro Operacional
(+)Custos e Despesasnão desembolsáveisEBITDA
Equação 5: EBITDA (Fonte: Elaboração própria)
3.1.3. Definição dos indicadores
A partir da bibliografia retirada de MARION (2004) e GITMAN (1984) explicitado
anteriormente podemos montar uma árvore de indicadores de modo a realizarmos
10 GITMAN (1984)
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 26 -
uma abertura até seu nível mais inferior denominado micro-indicador de
desempenho. Figura 7: Indicadores de um Demonstrativo de Resultado
PREÇO MercadoRECEITA X Taxa de câmbio
VOLUME DE VENDAS Preço internacional das resinas
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO -CPV UNIT Preço da Matéria - Prima
LUCRO BRUTO - CPV VARIÁVEL X Indíce TécnicoVOLUME DE VENDAS Câmbio
CPV FIXO
LUCRO OPERACIONAL / EBITDA (*)
-ADMINISTRATIVAS DA UNIDADE Sálarios
ADMINISTRATIVAS +RATEIO DOS CENTROS CORPORATIVOS Serviços de Terceiros
FIXAS AluguelDESPESAS VENDAS +
VARIÁVEIS Armazenagem
OUTRAS RECEITAS FINANCEIRAS Variação CambialFINANCEIRAS +
OUTRAS DESPESAS FINANCEIRAS Descontos concedidos
(*) EBITDA = Lucro Operacional + Custos e despesas não Desembolsáveis
MICROINDICADORESINDICADORES DE DESEMPENHO FATORES EXTERNOS
Fonte: Elaboração própria
Esta árvore pode ser representada por meio de pontes de impactos (a ser explicitada
logo a seguir neste trabalho).
Alinhado ao objetivo deste trabalho, partiremos da comparação dos resultados
realizados em 2XX1 com os realizados em 2XX0 para o mesmo período. Essa
comparação terá partida no macro-indicador EBITDA e percorrerá até os micro-
indicadores formadores deste indicador. Com isso será possível a clara visualização
dos impactos provocados, por exemplo, de um volume de vendas superior ao ano
anterior, preço de matéria prima inferior ao ano anterior, etc; no resultado
operacional da empresa.
3.2. Modelo bridge
3.2.1. Definição
O modelo bridge trata-se basicamente de um controle de variações, que se manifesta
por meio de análises comparativas das diferenças (variações) entre os dados
realizados entre dois anos para um mesmo período, na verdade constitui-se em um
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 27 -
processo permanente de geração de informações para que a administração da
empresa possa saber, oportunamente, em que áreas ou aspectos das operações é
preciso (e possível) tomar alguma medida corretiva.
interessante e recomendável para SANVICENTE (1980), que os valores tratados
3.2.2. Montagem do modelo
3.2.2.1. Área de receitas de vendas
O modelo bridge parte dos pressupostos de TUNG (1974) no qual discrimina os
É
sejam apresentados em termos acumulados de modo que grandes oscilações de um
mês para outro não possam distorcer a análise realizada, devido a pequenos atrasos
ou antecipações em relação às datas previstas de certos eventos significativos. Os
valores acumulados tendem a “normalizar” os dados, oferecendo uma visão mais
ampla e menos distorcida do padrão de desempenho.
impactos do preço e das quantidades. Dado preços e quantidades realizadas em
2XX0, a responsabilidade sobre a variação (Preço Real 2XX1 versus Preço Real
2XX0, Quantidade Real 2XX1 versus Quantidade Real 2XX0) destes micro-
indicadores decorrem de dois setores distintos, motivos porque deverão ser
analisados separadamente: variação decorrente do volume vendido e proveniente do
preço.
A tabela 2 mostra o cálculo das variações do preço e das quantidades. As colunas B
e D representam os valores realizados em 2XX0 de preço e quantidade. As colunas
A e C representam os valores realizados de preço e quantidade em 2XX1. O total
das variações está na coluna H, a qual por sua vez representa a diferença entre as
colunas G e E, ou seja, a diferença entre a receita em 2XX0 e a receita em 2XX1. O
valor total das variações (coluna H) é dado pela variação da quantidade vendida
(coluna I) e pela variação do preço (coluna J).
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 28 -
Tipo de Produto2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida Preço
A B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - FR$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$
X 12 8 90 100 800 720 1.080 280 (80) 360 Y 15 20 150 120 2.400 3.000 2.250 (150) 600 (750) Z 12 12 110 100 1.200 1.320 1.320 120 120 -
4.400 5.040 4.650 250 640 (390)
PreçoQuantidade
VendidaVariações
Cálculos das variações na Receita dos Produtos VendidosPor Preço e Quantidades
Qtde 2XX0 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX1
Tabela 2: Cálculo das variações dos indicadores de Receita Real 2XX1 x Receita Real 2XX0 (Fonte: Elaboração própria, adaptado de TUNG - 1974)
om base nos cálculos anteriores podemos montar a bridge de impactos:
rá
o exemplo apresentado a receita teve um impacto positivo de R$ 640 pelo
C
Variações na Receita Líquida
4400
640
-390
4650
0
1000
2000
3000
4000
5000
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
R$ Variações na Receita Líquida
4400
640
-390
4650
0
1000
2000
3000
4000
5000
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
R$
G fico 2: Bridge da receita líquida (Fonte: Elaboração própria)
N
aumento do volume vendido em relação à 2XX0 e um impacto negativo de R$ 390
pela diminuição do preço praticado em relação à 2XX0, totalizando um impacto
positivo de R$ 250 da receita realizada em 2XX1 em relação à receita realizada em
2XX0.
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 29 -
3.2.2.2. Área de controle de custos
montagem do modelo bridge de custos é semelhante ao apresentado por TUNG
A
(1974), onde a tabela 3 mostra o cálculo das variações do Custo do Produto Vendido
(CPV) unitário e das quantidades vendidas. As colunas B e D representam os
valores realizados em 2XX0 de CPV unitário e quantidade. As colunas A e C
representam os valores realizados em 2XX1 de CPV unitário e quantidade. O total
das variações está na coluna H, a qual por sua vez representa a diferença entre as
colunas G e E, ou seja, a diferença entre o CPV realizado em 2XX0 e o realizado em
2XX1. O valor total das variações (coluna H) é dado pela variação da quantidade
vendida (coluna I) e pela variação do CPV unitário (coluna J).
Tipo de Produto2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida CPV unit
A B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - FR$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$
X 18 16 110 150 2.400 1.760 1.980 (420) (640) 220 Y 20 21 80 60 1.260 1.680 1.600 340 420 (80) Z 15 18 120 110 1.980 2.160 1.800 (180) 180 (360)
5.640 5.600 5.380 (260) (40) (220)
CPVunitário
Quantidade Vendida
Variações
Cálculos das variações no Custo dos Produtos VendidosPor CPV unitários e Quantidades
Qtde 2XX0 x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1 x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1 x
CPV unit 2XX1
Tabela 3: Cálculo das variações dos indicadores de CPV Real 2XX1 x CPV Real 2XX0 (Fonte:
om base nos cálculos da tabela anterior podemos montar a bridge de impactos:
rá
Elaboração própria, adaptado de TUNG - 1974)
C
Variações no Custo dos Produtos VendidosVariações no Custo dos Produtos VendidosR$ R$
fico 3: Bridge do CPV (Fonte: Elaboração própria)
5640
-405380
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
-220
5640
-405380
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
-220
G
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 30 -
No c or negativo como benéficos
ode-se dizer então que, no exemplo dado, o CPV teve um impacto positivo de R$
3.2.3. Vantagens do modelo
SANVICENTE (1980) relata que a utilização do controle sobre variações ocorridas
) Avaliação de desempenhos, podendo estar associada a um esquema de
) Proporcionar “feedback” sobre o andamento e o grau de execução dos planos
) Indicar a necessidade de uma medida corretiva.
aso do CPV, devemos tratar os impactos de val
(assinalados em verde) para o resultado, ao contrário da receita, dado que o objetivo
neste caso, é a redução do custo dos seus produtos, seja pelo impacto das
quantidades vendidas ou pelo CPV unitário praticado.
P
40 pela diminuição dos volumes vendidos comparados a 2XX0, gerando um custo
menor, e um impacto positivo de R$ 220 pela redução do valor do CPV unitário em
relação à 2XX0, totalizando um impacto positivo de R$ 260 do CPV realizado em
2XX1 em relação ao CPV realizado em 2XX0.
entre os anos através do modelo bridge de análise de variações pode e deve servir
para:
1
remuneração e incentivos aos funcionários e executivos;
2
originalmente formulados no plano de negócios;
3
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 31 -
.3. Modelo de decisão da margem de contribuição
ecisão da margem de contribuição é o modelo decisório fundamental
O modelo de decisão da margem de contribuição se expressa em um Demonstrativo
sse ferramental de análise econômica, por PADOVEZE (2004), é denominado
3.3.2 nálise custo/volume/lucro
O conceito de análise comportamental de custos, separando-os em custos fixos e
3
3.3.1. Definição
“O modelo de d
para gestão dos resultados da empresa, seja em termos de rentabilidade dos
produtos, atividades, áreas de responsabilidade, divisões, unidades de negócios ou
da empresa como um todo” ( PADOVEZE, 2004, p. 319)
de Resultado, na qual necessariamente devem ser incorporados os dados
quantitativos (que representam volumes de produção, venda ou o nível de atividade)
e os preços e custos variáveis unitários.
E
normalmente de análise custo/volume/lucro, e conduz a três importantes conceitos:
margem de contribuição, ponto de equilíbrio e grau de alavancagem operacional.
Esses conceitos podem ser agrupados em um único modelo decisório denominado
Modelo de Decisão da Margem de Contribuição.
. A
variáveis, possibilita uma expansão das possibilidades de análise dos gastos e
receitas da empresa, em relação aos volumes produzidos ou vendidos, determinando
pontos importantes para fundamentar futuras decisões de aumento ou diminuição
dos volumes de produção, corte ou manutenção de produtos existentes, mudanças no
mix de produção, incorporação de novos produtos ou quantidades adicionais etc.
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 32 -
3.3.2.1. Margem de contribuição
senta o lucro variável. É a diferença entre o preço
de venda unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade
Equação 6: Margem de
3
A margem de contribuição repre
de produto ou serviço. Significa que, em cada unidade vendida, a empresa lucrará
determinado valor, multiplicado pelo total vendido, teremos a margem de
contribuição total do produto para a empresa.
contribuição (Fonte: Elaboração própria)
.3.2.2. Ponto de equilíbrio (break even point)
olume que a empresa precisa produzir
u vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos
Evidencia, em termos quantitativos, qual é o v
o
e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar ou
vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de
volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros.
A abordagem algébrica.
Qv = volume de vendas em unidades
ntidade de equilíbrio em unidades
unidade12
Dado que:
Qe = qua
Pvu = preço de venda por unidade
Cf = custo operacional fixo por período11
Cvu=custo operacional variável por
LO=Lucro operacional
da
(-)sas
VariáveisMargem de Contribuição
Receita LíquiCustos e Despe
11 Neste caso, são considerados custos fixos todos os custos e despesas fixas ocorridas no período em análise. 12 Neste caso, são considerados custos variáveis todos os custos e despesas variáveis ocorridas no período em análise.
Podemos montar a equação do lucro operacional como sendo:
LO = (Pvu . Qv) – Cf – (Cvu . Qv)
Equação 7: Lucro operacional – abordagem algébrica (Fonte: GITMAN - 1984)
Simplificando a equação, obtém-se:
LO = Qv . (Pvu - Cvu) – Cf
Equação 8: Lucro operacional simplificado - abordagem algébrica (Fonte: GITMAN - 1984)
Por GITMAN (1984), o ponto de equilíbrio operacional da empresa é definido como
o nível de vendas onde todos os custos operacionais fixos e variáveis são cobertos;
isto é, o nível em que o LO iguala-se a zero. Tornando o LO igual a zero e
solucionando a Equação 8 para o volume de vendas da empresa, Qv, obtém-se:
Cf(Pvu - Cvu)Qv = Qe Cf(Pvu - Cvu)Qv = Qe
Equação 9: Quantidade de equilíbrio - abordagem algébrica (Fonte: GITMAN -1984)
Sabendo que:
Pvu – Cvu = Mcu
Equação 10: Margem de contribuição unitária - abordagem algébrica (Fonte: GITMAN - 1984)
Onde, Mcu = Margem de contribuição unitária do produto, podemos simplificar a equação 9 como sendo:
CfMcuQv = Qe CfMcuQv = Qe
Equação 11: Quantidade de equilíbrio simplificado - abordagem algébrica (Fonte: GITMAN -
1984)
No entanto, o modelo descrito acima será utilizado em sua forma mais ampla, ou
seja, alargar a análise a empresas multiproduto13. Continuando assim, no mesmo
13 MOTA (1990)
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 34 -
quadro de pressupostos e designando por r os fatores de mix, isto é, as porcentagens
representativas das quantidades vendidas de cada produto, relativamente à
quantidade total de vendas, considerando uma empresa com n produtos P, temos:
Qv1, Qv2, Qv3, ..., Qvn como símbolos das quantidades vendidas de, respectivamente, P1, P2, P3,
..., Pn
Qv1 = r1.Qv, sendo r1 o fator de mix de P1
Qv2 = r2.Qv, sendo r2 o fator de mix de P2
...
Qvn = rn.Qv, sendo rn o fator de mix de Pn, em que:
r1 + r2 + r3 + ... + rn = 1 (=100%)
Onde LO é dado por:
LO = (Pvu1 – Cvu1) . Qv1 + (Pvu2 – Cvu2) . Qv2 + ... + (Pvun – Cvun) . Qvn – Cf Equação 12: Lucro operacional multiproduto – abordagem algébrica (Fonte: MOTA - 1990)
E dado que:
Qv1 = r1.Qv, Qv2 = r2.Qv, ... , Qvn = rn.Qv, e,
Pvu1 – Cvu1 = Mcu1 , Pvu2 – Cvu2 = Mcu2 , ... , Pvun – Cvun = Mcun
Substituindo temos,
LO = Mcu1 . r1 . Qv + Mcu2 . r2 . Qv + ... + Mcun . rn . Qv – Cf
Equação 13: Lucro operacional multiproduto simplificado – abordagem algébrica (Fonte:
MOTA - 1990)
Da equação 11 (modelo único produto) podemos determinar a quantidade de
equilíbrio no modelo multiproduto como sendo:
Cf
i =1∑n
Mcui i. rQe =Cf∑
n
i =1 Mcui . riQe = ∑
n
i =1 Mcui . riQe =
Equação 14: Quantidade de equilíbrio multiproduto – abordagem algébrica (Fonte: MOTA-
1990)
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 35 -
A abordagem gráfica
O ponto de equilíbrio da empresa também pode ser definido graficamente através da
definição de dois eixos: um representa as vendas em unidades e o outro, as vendas
em valor.
Gráfico 4: Análise gráfica do ponto de equilíbrio, adaptada de GITMAN (1984)
Concluindo temos: Qv > Qe ⇒ Lucro Operacional Positivo Qv < Qe ⇒ Lucro Operacional Negativo Qv = Qe ⇒ Lucro Operacional Nulo
Capítulo II – Fundamentos teóricos___________________________________ - 36 -
3.3.2.3. Alavancagem operacional
PADOVEZE (2004) explica a alavancagem operacional como a possibilidade de
acréscimo do lucro total, pelo aumento da quantidade produzida e vendida,
buscando a maximização do uso dos custos e despesas fixas. É dependente da
margem de contribuição, ou seja, do impacto dos custos e despesas variáveis sobre o
preço de venda unitário, e dos valores dos custos e despesas fixas.
O grau de alavancagem operacional (GAO) pode ser medido usando-se a seguinte
equação:
variação percentual do Lucro Operacionalvariação percentual da Quantidade Vendida
GAO =
Equação 15: Grau de alavancagem operacional (Fonte: GITMAN - 1984)
Numericamente14,
∆ LOLO
∆ QvQv
GAO =
∆ LOLO
∆ QvQv
GAO =
Equação 16: Grau de alavancagem operacional (Fonte: LEITE - 1985)
Sempre que a variação percentual no LO, resultante de uma dada variação
percentual nas vendas, for maior que a variação percentual no volume de vendas,
existe a alavancagem operacional. Isto significa que se o GAO for superior a um, há
a alavancagem operacional.
14 LEITE (1985)
Capítulo III – Análise
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 38 -
4. Análise do macro-indicador ebitda
4.1. Metodologia
A metodologia a ser utilizada para a realização desta análise consiste basicamente
em três etapas.
Antes do início da primeira etapa, será feita uma breve apresentação dos resultados
operacionais de 2XX0 a fim de poderem ser utilizados como base comparativa para
a realização da análise dos resultados obtidos em 2XX1.
A primeira etapa será a macro-análise do Demonstrativo de Resultado da empresa
petroquímica através dos cálculos das variações entre os dados realizados em 2XX1
com os realizados em 2XX0 para cada conta do DRE com a elaboração de hipóteses
para o esclarecimento prévio destas variações.
A segunda etapa considerada a mais importante, consiste na análise por unidade de
negócio de modo que se possa ter uma clara visualização dos fatos ocorridos em
2XX1 comparados aos realizados em 2XX0. Para isso, será utilizada a análise do
controle das variações entre os anos através da ferramenta do modelo bridge de
TUNG (1974), tanto para os cálculos dos impactos na receita líquida como no custo
dos produtos vendidos. Com isso, será possível a elaboração de um diagnóstico por
unidade de negócio.
A terceira etapa busca a realização de uma análise abrangente da empresa
consolidada.
Vale lembrar que as unidades de negócio da empresa petroquímica a ser alvo deste
trabalho se divide em quatro unidades:
Unidade A: Produtos da primeira geração utilizadas para a fabricação de diversos
produtos petroquímicos de segunda geração, principalmente resinas termoplásticas.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 39 -
Unidade B: Resinas utilizadas na fabricação de embalagens, tubos para gás, água e
telecomunicações, roupas hospitalares, seringas e fraldas descartáveis, móveis
infantis, utensílios domésticos e eletroeletrônicos, entre outras aplicações.
Unidade C: Resina termoplástica aplicada em diversas indústrias, entre elas a de
tubos e conexões, brinquedos, calçados, fios e cabos, esquadrias, forros, pisos e
piscinas.
Unidade D: Resina termoplástica utilizada na fabricação de embalagens para
refrigerantes e medicamentos.
4.1.1. Breve apresentação dos resultados operacionais de 2XX0
Abaixo segue o Demonstrativo de Resultado do Exercício do 1o Semestre de 2XX0
da empresa petroquímica S.A:
Em R$ mil JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1 SEM 2XX0RECEITA BRUTA 687.023 785.183 916.315 923.423 924.643 934.151 5.170.738
RECEITA L
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS - - - - - - - IMPOSTOS (137.996) (160.019) (182.767) (184.891) (182.193) (185.868) (1.033.733)
IPI (16.684) (18.109) (19.642) (20.317) (20.241) (20.286) (115.279) ICMS (82.359) (97.071) (108.945) (111.625) (110.015) (112.335) (622.350)
PIS (9.360) (10.941) (12.235) (12.570) (12.452) (12.645) (70.204) COFINS (17.019) (19.892) (22.246) (22.855) (22.640) (22.992) (127.644) FRETES (12.573) (14.005) (19.699) (17.524) (16.845) (17.610) (98.256)
ÍQUIDA 549.027 625.164 733.549 738.532 742.450 748.283 4.137.005
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 130.675 160.801 221.169 229.572 228.364 239.284 1.209.863
LUCRO BRUTO 83.343 106.706 165.123 174.867 173.971 183.208 887.217
LUCRO OPERACIONAL 54.007 79.133 135.519 145.467 144.082 154.472 712.680
CPV VARIAVEL (418.353) (464.364) (512.380) (508.960) (514.085) (509.000) (2.927.142)
CPV FIXO (29.666) (34.143) (35.196) (34.338) (33.990) (34.749) (202.084) CPV DEPRECIAÇÃO (17.666) (19.952) (20.849) (20.367) (20.403) (21.327) (120.563)
DESPESAS (29.336) (27.572) (29.604) (29.400) (29.889) (28.736) (174.537) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (18.430) (16.544) (17.885) (17.728) (18.046) (16.764) (105.396) DESPESAS FIXAS DE VENDAS (8.658) (8.628) (9.040) (8.885) (9.017) (9.117) (53.344)
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (3.739) (3.940) (4.256) (4.366) (4.436) (4.468) (25.206) OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS 1.492 1.539 1.577 1.579 1.610 1.613 9.409
EBITDA 71.673 99.085 156.368 165.833 164.485 175.799 833.243
Demonstrativo de Resultado - Empresa Petroquímica S.A
Tabela 4: Demonstrativo de resultado do exercício do 1o Semestre de 2XX0 da empresa (Fonte: Elaboração própria)
O primeiro ponto a ser destacado no demonstrativo de resultado exibido pela
empresa petroquímica em 2XX0 é o aumento contínuo do EBITDA da empresa
durante este período dado aos crescimentos constantes da receita associada ao
processo de melhoria dos preços para os seus principais produtos bem como a
captura dos ganhos de sinergia advindos do processo de integração.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 40 -
É importante destacar a parada programada da Unidade A ocorrida entre a segunda
quinzena de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro, com conseqüências diretas
nas outras unidades da empresa pelo não fornecimento das matérias primas destes
produtos as unidades B, C e D de tal modo a provocar um resultado inferior aos
demais meses devido à falta de capacidade de produção (Tabela 5).
JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1SEM2XX0
UNIDADE A 11.463 28.250 59.006 64.502 60.818 73.386 297.425 UNIDADE B 43.306 50.053 66.942 68.496 67.055 64.538 360.391 UNIDADE C 14.941 18.193 26.964 28.547 31.623 33.653 153.921 UNIDADE D 1.963 2.588 3.457 4.288 4.988 4.222 21.506
EMPRESA CONSOLIDADA 71.673 99.085 156.368 165.833 164.485 175.799 833.243
EBITDA 2XX0 - R$ mil
Tabela 5: EBITDA por unidade de negócio da empresa no 1º Semestre de 2XX0 (Fonte: Elaboração própria)
Com relação ao âmbito comercial da empresa, podemos citar a ocorrência de um
volume de vendas sem grandes variações em cada unidade de negócio durante o
1oSemestre de 2XX0 (exceto o caso já explicitado nos meses de janeiro e fevereiro).
É importante destacar o aumento de preços no segundo trimestre de 2XX0 devido
aos aumentos no preço do barril do petróleo dado instabilidade instalada no oriente
médio após a guerra do Iraque e conseqüentemente, no preço da nafta petroquímica,
derivado do petróleo e principal insumo da empresa.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1SEM2XX0
UNIDADE A 222.803 273.849 346.113 338.292 343.608 349.335 1.874.001 UNIDADE B 220.352 237.727 252.674 262.622 257.428 254.319 1.485.123 UNIDADE C 67.702 69.713 90.436 94.116 97.298 100.589 519.853 UNIDADE D 38.169 43.875 44.325 43.502 44.115 44.041 258.027
EMPRESA CONSOLIDADA 549.027 625.164 733.549 738.532 742.450 748.283 4.137.005
RECEITA LÍQUIDA 2XX0 - R$ mil
Tabela 6: Receita líquida por unidade de negócio da empresa no 1º Semestre de 2XX0 (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 41 -
Preços e Volumes Praticados no 1°Semestre de 2XX0
-
300
600
900
1.200
1.500
1.800
2.100
2.400
2.700
3.000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
Preç
o R
$/t
-
50
100
150
200
250
300
Qtd
e kt
on
Qtde UN A Qtde UN B Qtde UN C Qtde UN D
Preço UN A Preço UN B Preço UN C Preço UN D
Gráfico 5: Preços e volumes praticados no 1º Semestre de 2XX0 por unidade de negócio (Fonte:
Elaboração própria)
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
RECEITA LÍQUIDA - R$ mil 549.027 625.164 733.549 738.532 742.450 748.283 UNIDADE A 222.803 273.849 346.113 338.292 343.608 349.335 UNIDADE B 220.352 237.727 252.674 262.622 257.428 254.319 UNIDADE C 67.702 69.713 90.436 94.116 97.298 100.589 UNIDADE D 38.169 43.875 44.325 43.502 44.115 44.041
UNIDADE QUANTIDADE VENDIDA - toneladas
A 160.694 193.106 240.571 227.050 223.629 227.153 UNIDADE B 91.761 97.054 96.689 99.522 96.763 96.397 UNIDADE C 28.933 29.011 36.973 38.252 38.108 38.500 UNIDADE D 18.703 20.125 19.925 19.394 19.170 19.170
UNIDADE A 1.387 1.418 1.439 1.490 1.537 1.538 UNIDADE B 2.401 2.449 2.613 2.639 2.660 2.638 UNIDADE C 2.340 2.403 2.446 2.460 2.553 2.613 UNIDADE D 2.041 2.180 2.225 2.243 2.301 2.297
PREÇO DE VENDA - R$ / t
Tabela 7: Receita líquida por unidade de negócio da empresa no 1º Semestre de 2XX0 (Fonte: Elaboração própria)
No setor industrial, podemos destacar a contribuição ocorrida dos aumentos nos
preços dos insumos tanto para a Unidade A (preço da nafta petroquímica) como o
impacto deste aumento para as unidades da segunda geração (B, C e D).
No entanto, a parada programada realizada no início do 1º Semestre de 2XX0 trouxe
conseqüentes melhorias nas taxas de ocupação das plantas das unidades e, por
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 42 -
conseguinte, conseguiram amenizar os custos de produção durante o primeiro
semestre de 2XX0.
Outra forma para análise dos custos de produção está no indicador margem de
contribuição. Com base nos dados fornecidos, houve um aumento na margem de
contribuição dos seus produtos (Tabela 8) não só originados pelo aumento dos
preços no segundo trimestre de 2XX0, mas como na melhora da eficiência de seus
processos após a parada programada mesmo considerando os aumentos nos preços
das matérias primas. JAN FEV MAR ABR MAI JUN
RECEITA LÍQUIDA - R$ mil 549.027 625.164 733.549 738.532 742.450 748.283 UNIDADE A 222.803 273.849 346.113 338.292 343.608 349.335 UNIDADE B 220.352 237.727 252.674 262.622 257.428 254.319 UNIDADE C 67.702 69.713 90.436 94.116 97.298 100.589 UNIDADE D 38.169 43.875 44.325 43.502 44.115 44.041
UNIDADE
CPV VARIÁVEL - R$ milA (189.098) (221.788) (261.964) (249.273) (257.371) (250.985)
UNIDADE B (157.591) (167.781) (166.402) (174.838) (171.613) (171.301) UNIDADE C (41.384) (40.218) (49.674) (51.821) (51.974) (52.954) UNIDADE D (30.280) (34.577) (34.339) (33.028) (33.127) (33.760)
UNIDADE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO - R$ mil
A 33.706 52.062 84.149 89.019 86.237 98.350 UNIDADE B 62.761 69.946 86.272 87.784 85.816 83.018 UNIDADE C 26.318 29.495 40.762 42.295 45.324 47.634 UNIDADE D 7.889 9.298 9.986 10.473 10.988 10.281
Tabela 8: Margem de contribuição por unidade de negócio da empresa no 1º Semestre de 2XX0 (Fonte: Elaboração própria)
As despesas administrativas, de vendas e de outras receitas e despesas operacionais,
sofreram poucas variações no decorrer do ano dado que os gastos com pessoal se
mantiveram em patamares semelhantes durante o 1º Semestre de 2XX0 (Tabela 9)
As despesas de venda sofreram pequenas elevações dado o aumento dos volumes
vendidos durante este período, incorrendo em maiores gastos com armazenagem,
comissões, logística, etc.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1SEM2XX0
DESPESAS ADMINISTRATIVAS (18.430) (16.544) (17.885) (17.728) (18.046) (16.764) (105.396) DESPESAS FIXAS DE VENDAS (8.658) (8.628) (9.040) (8.885) (9.017) (9.117) (53.344)
DESPESAS VARIAVEIS DE VENDAS (3.739) (3.940) (4.256) (4.366) (4.436) (4.468) (25.206) OUTRAS REC E DESP OPERACIONAIS 1.492 1.539 1.577 1.579 1.610 1.613 9.409
DESPESAS (29.336) (27.572) (29.604) (29.400) (29.889) (28.736) (174.537)
DESPESAS 2XX0 - R$ mil
Tabela 9: Despesas administrativas e de vendas da empresa no 1º Semestre de 2XX0 (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 43 -
Em suma, o resultado da empresa no 1oSemestre de 2XX0 mostra melhores
resultados operacionais resultantes da melhora no preço de seus produtos assim
como melhora nos índices de eficiência em seus processos produtivos.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 44 -
4.2. Macro-análise do Demonstrativo de Resultado
Ao fim deste 1o Semestre de 2XX1, a empresa petroquímica divulgou o resultado
acumulado até este período que segue apresentado abaixo:
Em R$ mil JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1 SEM 2XX1RECEITA BRUTA 771.816 835.915 965.580 927.167 1.051.509 1.149.461 5.701.448
RECEITA L
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS (4.968) (76.748) (4.477) (4.061) (6.250) (3.308) (99.812) IMPOSTOS (135.342) (171.293) (202.854) (189.052) (224.728) (237.957) (1.161.225)
IPI (16.916) (14.901) (16.822) (16.457) (21.606) (21.619) (108.320) ICMS (75.031) (81.284) (99.275) (91.256) (105.799) (112.210) (564.856)
PIS (10.335) (10.931) (12.635) (11.722) (13.398) (14.445) (73.467) COFINS (18.792) (50.492) (58.199) (53.993) (61.713) (66.533) (309.722) FRETES (14.267) (13.685) (15.923) (15.624) (22.212) (23.150) (104.861)
ÍQUIDA 631.506 587.874 758.250 734.054 820.531 908.196 4.440.411
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 173.421 186.883 255.154 209.863 244.079 254.556 1.323.956
LUCRO BRUTO 125.634 141.127 200.081 159.626 184.995 192.228 1.003.690
LUCRO OPERACIONAL 98.599 115.589 166.974 127.453 152.167 160.625 821.407
CPV VARIAVEL (458.085) (400.991) (503.096) (524.191) (576.452) (653.640) (3.116.455)
CPV FIXO (32.519) (29.582) (35.923) (29.755) (37.105) (38.904) (203.787) CPV DEPRECIAÇÃO (15.269) (16.174) (19.150) (20.482) (21.980) (23.425) (116.479)
DESPESAS (27.035) (25.538) (33.107) (32.173) (32.828) (31.602) (182.282) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (18.398) (17.192) (17.936) (18.593) (18.086) (16.767) (106.972) DESPESAS FIXAS DE VENDAS (4.391) (5.872) (10.593) (8.791) (7.165) (9.917) (46.729)
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (5.746) (4.126) (6.001) (6.095) (9.272) (6.564) (37.804) OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS 1.501 1.653 1.423 1.306 1.695 1.645 9.223
EBITDA 113.868 131.763 186.124 147.935 174.146 184.050 937.886
Demonstrativo de Resultado - Empresa Petroquímica S.A
Tabela 10: Demonstrativo de resultado do exercício do 1o Semestre de 2XX1 da empresa (Fonte: Elaboração própria)
O primeiro passo consiste no cálculo das variações ocorridas neste período em cada
conta do DRE em comparação com o DRE realizado em 2XX0 (disponível no item
anterior deste capítulo).
Em R$ mil2XX1 2XX0 Var. %
RECEITA BRUTA 5.701.448 5.170.738 530.710 10%
RECEITA LÍQUIDA 4.440.411 4.137.005 303.406 7%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 1.323.956 1.209.863 114.092 9%
LUCRO BRUTO 1.003.690 887.217 116.472 13%
LUCRO OPERACIONAL 821.407 712.680 108.727 15%
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS (99.812) - (99.812) IMPOSTOS (1.161.225) (1.033.733) (127.492) 12%
IPI (108.320) (115.279) 6.959 -6%ICMS (564.856) (622.350) 57.495 -9%
PIS (73.467) (70.204) (3.263) 5%COFINS (309.722) (127.644) (182.078) 143%FRETES (104.861) (98.256) (6.605) 7%
CPV VARIAVEL (3.116.455) (2.927.142) (189.314) 6%
CPV FIXO (203.787) (202.084) (1.704) 1%CPV DEPRECIAÇÃO (116.479) (120.563) 4.084 -3%
DESPESAS (182.282) (174.537) (7.746) 4%DESPESAS ADMINISTRATIVAS (106.972) (105.396) (1.576) 1%DESPESAS FIXAS DE VENDAS (46.729) (53.344) 6.615 -12%
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (37.804) (25.206) (12.599) 50%OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS 9.223 9.409 (186) -2%
EBITDA 937.886 833.243 104.643 13%
Demonstrativo de Resultado - Empresa Petroquímica S.A1°Semestre 2XXX
Tabela 11: Comparação do DRE real 2XX1 x DRE real 2XX0 (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 45 -
A partir dos dados comparativos, podemos observar algumas variações importantes
ocorridas no período e elaborar algumas hipóteses para tais eventos de modo que as
análises mais detalhadas a serem realizadas na próxima etapa (análise por unidade
de negócio) irão confirmar ou não as hipóteses mencionadas nessa etapa.
O primeiro ponto a ser observado no quadro comparativo está no aumento da receita
bruta, 10 % acima do realizado em 2XX0, alavancado principalmente pelo aumento
dos impostos, com destaque no aumento da cofins (143%) devido a mudança na
alíquota ocorrida em fevereiro do ano de 2XX1, passando de 3% para 7,6% da
receita bruta dado que em 2XX0 era de apenas 3%.
Outro ponto a ser abordado está na conta das devoluções que neste período
representaram quase 2% do faturamento bruto da empresa enquanto nada ocorreu
em 2XX0.
Com relação à receita líquida, ou seja, o valor líquido entrado no caixa da empresa,
obteve-se um aumento de 7% em relação à 2XX0 mantendo-se a hipótese de que a
empresa conseguiu a melhoria nos preços de seus produtos mais significativa do que
em 2XX0. Tal fato fortalece a hipótese do crescimento mundial da demanda das
resinas plásticas devido ao reaquecimento da economia após a recessão mundial de
2XX0 e conseqüente aumento dos preços.
Deste modo, é razoável a idéia de que o aumento na margem de contribuição, 9%
acima do realizado em 2XX0, foi ocasionado parte pela melhoria dos preços e parte
pelas melhorias nos índices de eficiência nos custos de produção, beneficiados pelas
ocorrências da parada programada na Unidade A e dos aumentos nas taxas de
ocupação das plantas, reduzindo os custos fixos unitários de seus produtos.
Quanto às despesas, observa-se um aumento de 4% em relação à 2XX0 ocasionado
principalmente pelo aumento nas despesas variáveis de venda admitindo-se a
suposição de que houve um volume vendido maior do que em 2XX0; fato gerador
destas despesas.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 46 -
Ao final, em uma primeira análise, é possível dizer que a empresa conseguiu atingir
sua proposição de um aumento contínuo do EBITDA associada ao processo de
melhoria dos preços para os seus principais produtos.
4.3. Análise por unidade de negócio
4.3.1. Unidade A
Como realizado na primeira etapa, é necessário o cálculo das variações ocorridas
neste período em cada conta do DRE da Unidade A em comparação com o DRE em
2XX0 (disponível no anexo B deste trabalho).
Em R$ mil2XX1 2XX0 Var. %
RECEITA BRUTA 2.617.965 2.278.252 339.713 15%
RECEITA LÍQUIDA 2.071.642 1.874.001 197.641 11%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 482.423 443.522 38.900 9%
LUCRO BRUTO 366.237 319.029 47.208 15%
LUCRO OPERACIONAL 296.279 244.882 51.397 21%
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS (75.280) - (75.280) IMPOSTOS (471.043) (404.251) (66.792) 17%
IPI - - - #DIV/0!ICMS (279.599) (288.891) 9.292 -3%
PIS (30.281) (30.128) (152) 1%COFINS (130.456) (54.779) (75.677) 138%FRETES (30.707) (30.453) (254) 1%
CPV VARIAVEL (1.589.220) (1.430.479) (158.741) 11%
CPV FIXO (65.737) (71.950) 6.213 -9%CPV DEPRECIAÇÃO (50.449) (52.543) 2.094 -4%
DESPESAS (69.958) (74.147) 4.189 -6%DESPESAS ADMINISTRATIVAS (32.183) (32.017) (166) 1%DESPESAS FIXAS DE VENDAS (35.799) (41.738) 5.939 -14%
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (11.199) (9.801) (1.398) 14%OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS 9.223 9.409 (186)
EBITDA 346.728 297.425 49.303 17%
Demonstrativo de Resultado - Unidade A1°Semestre 2XXX
Tabela 12: Comparação do DRE real 2XX1 x DRE real 2XX0 da Unidade A (Fonte:
Elaboração própria)
4.3.1.1. Análise receita líquida – Unidade A
A partir dos dados fornecidos de preços e volumes praticados em 2XX1 e 2XX0
(disponível no anexo A – Preços e volumes praticados por unidade de negócio) é
possível à aplicação do modelo bridge de TUNG (1974), discriminando os impactos
do preço e das quantidades.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 47 -
Tipo de Produto2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida Preço
A B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - FR$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$
A 1.735 1.473 1.194 1.272 1.874.002 1.759.171 2.071.643 197.641 (114.831) 312.472 1.874.002 1.759.171 2.071.643 197.641 (114.831) 312.472
PreçoQuantidade
VendidaVariações
Cálculos das variações na Receita dos Produtos APor Preço e Quantidades
Qtde 2XX0 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX1
Tabela 13: Cálculo das variações dos indicadores de receita real 2XX1 x receita real 2XX0 da
Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
1.874
-114,8
312,4 2.071,6
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500R$ MM
Variações na Receita Líquida da UN A
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
1.874
-114,8
312,4 2.071,6
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500R$ MM
Variações na Receita Líquida da UN A
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
Gráfico 6: Bridge da receita líquida da Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
Através da tabela 13 e do gráfico 6, pode-se dizer que a receita do 1o Semestre de
2XX1 teve um impacto positivo de R$ 312,4 MM pelo aumento dos preços
comparados a 2XX0 visto o aumento dos preços internacionais do produtos A
devido a valorização do dólar frente a moeda Real e um impacto negativo de R$
114,8 MM pela diminuição do volume vendido em relação à 2XX0, totalizando um
impacto positivo de R$ 197,6 MM da receita realizada em 2XX1 em relação à
receita realizada em 2XX0.
Uma análise mais detalhada da receita pode ser obtida através de sua decomposição
entre os dois mercados destino, interno (MI) e externo (ME), conforme mostra o
gráfico a seguir:
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 48 -
Composição da Receita Líquida da UN A por mercado 1° Semestre 2XXX
-
50
100
150
200
250
300
350
400
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
R$
mil
Receita Líquida MI - 2XX0 Receita Líquida ME - 2XX0Receita Líquida MI - 2XX1 Receita Líquida ME - 2XX1
Gráfico 7: Receita líquida por mercado da Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
Composição da quantidade vendida da UN A por mercado 1° Semestre 2XXX
-
50
100
150
200
250
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
kton
Qtde vendida MI - 2XX0 Qtde vendida ME - 2XX0Qtde vendida MI - 2XX1 Qtde vendida ME - 2XX1
Gráfico 8: Quantidade vendida por mercado da Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 49 -
Evolução do preço dos produtos A 1° Semestre 2XXX
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
R$
/ t
Preço MI - 2XX0 Preço ME - 2XX0 Preço MI - 2XX1 Preço ME - 2XX1
Gráfico 9: Preço por mercado da Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
Com base nos gráficos 7, 8 e 9 vemos que o aumento da receita em 11% comparado
a 2XX0 ocorreu em dois momentos e mercados distintos, ou seja, nos meses de
março e abril obteve-se um significado aumento da receita do mercado interno
comparado a 2XX0 ocasionado pelo aumento do preço MI, enquanto que o aumento
da receita do mercado externo ocorreu principalmente no primeiro e nos dois
últimos meses do semestre de 2XX1 por conta da elevação substancial dos preços
em relação à 2XX0 por conta da alta do dólar (Gráfico 10), principalmente no
segundo trimestre de 2XX1.
Nota-se também que a parada programada nos meses de janeiro e fevereiro teve
impacto direto com volume vendido nestes meses devido à reduzida capacidade
produtiva durante estes meses (Gráfico 8).
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 50 -
Evolução da cotação do dólar
2,70
2,75
2,80
2,85
2,90
2,95
3,00
3,05
3,10
3,15
3,20
jan fev mar abr mai jun
R$/
US
$
Dólar Médio 2XX0 Dólar Médio 2XX1
Gráfico 10: Evolução da cotação do dólar (Fonte: Elaboração própria)
4.3.1.2. Análise do custo dos produtos vendidos (CPV) – Unidade A
Do mesmo modo utilizado anteriormente e apresentado nas referências
bibliográficas deste trabalho, é possível a aplicação do modelo bridge de TUNG
(1974) para os dados de custo, discriminando os impactos do CPV unitário e das
quantidades vendidas.
Tipo de Produto
2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida CPV unitA B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - F
R$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$ A 1.386 1.181 1.194 1.272 1.502.429 1.410.367 1.654.956 152.528 (92.062) 244.590
1.502.429 1.410.367 1.654.956 152.528 (92.062) 244.590
Cálculos das variações no Custo dos Produtos APor CPV unitários e Quantidades
CPVunit
Quantidade Vendida
Qtde 2XX0 x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX1
Variações
Tabela 14: Cálculo das variações dos indicadores de CPV15 real 2XX1 x CPV real 2XX0 da
Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
15 O CPV (Custo do Produto Vendido) é utilizado neste modelo como a soma do CPV variável e o CPV fixo, excluindo-se os efeitos do CPV depreciação de modo que este valor não entra na fórmula de cálculo do macroindicador EBITDA.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 51 -
1.502,4
-92
244,6 1.655
-
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
Variações no CPV da UN AR$ MM
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
1.502,4
-92
244,6 1.655
-
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
Variações no CPV da UN AR$ MM
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
Gráfico 11: Bridge do CPV da Unidade A (Fonte: Elaboração própria)
Através da tabela 14 e do gráfico 11, pode-se dizer no 1o Semestre de 2XX1 que o
CPV teve um impacto positivo de R$ 92 MM pela diminuição no volume vendido
em relação à 2XX0 e um impacto negativo de R$ 244,6 MM no aumento do valor
do CPV unitário comparado a 2XX0, totalizando um impacto negativo de R$ 152,6
MM do CPV realizado em 2XX1 em relação ao de 2XX0.
Um dos fatores que contribuíram para o impacto negativo do CPV unitário dos
produtos A no resultado da Unidade A, comparado a 2XX0, está relacionado com o
preço internacional de sua principal matéria prima, a nafta petroquímica, no qual
observa-se um aumento de 16,5% no preço desta matéria-prima no último mês do
1oSemestre de 2XX1 comparado a janeiro deste mesmo ano. Com isso, o CPV
unitário dos produtos A apresentou aumentos significativos neste semestre,
principalmente no 2o Trimestre como mostra o gráfico 12:
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 52 -
Comportamento do preço da nafta e do CPV unitário dos produtos A 1° Semestre de 2XXX
-
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
jan fev mar abr mai jun
R$
/ ton
NAFTA ROTERDÃCPV unitário dos produtos A - 2XX0CPV unitário dos produtos A - 2XX1
Gráfico 12: Relação preço da nafta x CPV unitário dos produtos A (Fonte: Elaboração
própria)
4.3.1.3. Análise das despesas – Unidade A
Com relação às despesas, observa-se uma diminuição de 6% em relação à 2XX0
ocasionado principalmente pela redução nas despesas fixas de venda em 14%
embora haja ocorrido este mesmo aumento percentual nas despesas variáveis de
venda, porém de menor valor absoluto. As contas das despesas administrativas da
Unidade A e a de outras receitas e despesas operacionais não apresentaram
variações significativas que levem à necessidade de uma análise mais detalhada.
4.3.1.4. Diagnóstico – Unidade A
Com base no cálculo das variações entre os resultados realizados em 2XX1 e em
2XX0 e as análises de receita, custo e despesas realizadas anteriormente, podemos
aplicar o modelo bridge em duas aberturas, uma pela abertura dos indicadores de
receita, CPV e despesas, outra pelos micro-indicadores de desempenho (preço,
volume, CPV unitário e despesas) de modo a permitir a elaboração de um
diagnóstico final da Unidade A.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 53 -
297,4
197,6
-152,5
4,2 346,7
0
100
200
300
400
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
R$ MM
Variações no EBITDA da UN A
297,4
197,6
-152,5
4,2 346,7
0
100
200
300
400
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
R$ MM
Variações no EBITDA da UN A
Gráfico 13: Variações no EBITDA da Unidade A – abertura receitas, CPV e despesas (Fonte: Elaboração própria)
2XX1
297,4
312,4
-22,8
-244,6
4,2 346,7
0
100
200
300
400
EBITDA 2XX0
EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
R$ MM
Variações no EBITDA da UN A – Abertura micro-indicadores de desempenho
2XX1
297,4
312,4
-22,8
-244,6
4,2 346,7
0
100
200
300
400
EBITDA 2XX0
EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
R$ MM
Variações no EBITDA da UN A – Abertura micro-indicadores de desempenho Gráfico 14: Variações no EBITDA da Unidade A - abertura micro-indicadores de desempenho (Fonte: Elaboração própria)
É importante salientar que nos cálculos das variações do EBITDA pela abertura dos
micro-indicadores de desempenho, o impacto real da quantidade vendida no
EBITDA se deve a soma dos impactos desta variável tanto na análise da receita
líquida como na análise do CPV de modo que uma menor quantidade vendida em
relação à 2XX0 gera uma receita menor (impacto negativo), mas ao mesmo tempo
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 54 -
um CPV menor (impacto positivo), ou seja, o impacto real da quantidade é a soma
dos impactos em cada um dos dois âmbitos de análise, receita e CPV.
No caso da Unidade A, somou-se o impacto negativo de R$ 114,8 MM na análise da
receita ao impacto positivo de R$ 92 MM no CPV, totalizando um impacto negativo
de R$ 22,8 MM.
O diagnóstico final dos resultados obtidos da Unidade A no 1oSemestre de 2XX1
pode-se resumir ao aumento dos preços de seus produtos (R$ 312,4 MM) em troca
de uma menor quantidade vendida em relação à 2XX0 (R$ -22,8 MM) ocasionados
por um cenário de alta do dólar em relação ao Real, elevando os preços praticados
de 2XX1 em relação à 2XX0 com quantidades iguais ou menores do que os de
2XX0. Essa alta do dólar refletiu também no aumento significativo de sua principal
matéria-prima, a nafta petroquímica, impactando também de forma relevante o custo
unitário dos seus produtos (R$ -244,6 MM).
4.3.2. Unidade B
Seguindo a mesma metodologia utilizada na análise da Unidade A, é necessário o
cálculo das variações ocorridas neste período em cada conta do DRE da Unidade B
em comparação com o DRE de 2XX0 (disponível no anexo B).
Em R$ mil2XX1 2XX0 Var. %
RECEITA BRUTA 1.950.958 1.877.676 73.282 4%
RECEITA LÍQUIDA 1.502.728 1.485.123 17.605 1%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 478.454 475.597 2.857 1%
LUCRO BRUTO 402.143 389.720 12.423 3%
LUCRO OPERACIONAL 323.914 323.286 628 0%
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS (12.389) - (12.389) IMPOSTOS (435.841) (392.553) (43.288) 11%
IPI (73.016) (76.772) 3.756 -5%ICMS (176.937) (203.448) 26.510 -13%
PIS (26.721) (25.335) (1.386) 5%COFINS (110.700) (46.063) (64.637) 140%FRETES (48.466) (40.935) (7.531) 18%
CPV VARIAVEL (1.024.274) (1.009.526) (14.748) 1%
CPV FIXO (48.369) (48.772) 403 -1%CPV DEPRECIAÇÃO (27.943) (37.105) 9.162 -25%
DESPESAS (78.229) (66.434) (11.795) 18%DESPESAS ADMINISTRATIVAS (49.383) (49.367) (16) 0%DESPESAS FIXAS DE VENDAS (7.317) (7.422) 105 -1%
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (21.530) (9.646) (11.884) 123%OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS - - -
EBITDA 351.856 360.391 (8.534) -2%
Demonstrativo de Resultado - Unidade B1°Semestre 2XXX
Tabela 15: Comparação do DRE real 2XX1 x DRE real 2XX0 da Unidade B (Fonte:
Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 55 -
4.3.2.1. Análise da receita líquida – Unidade B
A partir dos dados fornecidos de preços e volumes praticados em 2XX1 e 2XX0
durante o primeiro semestre destes anos (disponível no anexo A – Preços e volumes
praticados por unidade de negócio) é possível à aplicação do modelo bridge de
TUNG (1974), determinando os impactos do preço e das quantidades.
Tipo de Produto2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida Preço
A B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - FR$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$
B 2.673 2.569 562 578 1.485.123 1.444.131 1.502.728 17.605 (40.992) 58.597 1.485.123 1.444.131 1.502.728 17.605 (40.992) 58.597
PreçoQuantidade
VendidaVariações
Cálculos das variações na Receita dos Produtos BPor Preço e Quantidades
Qtde 2XX0 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX1
Tabela 16: Cálculo das variações dos indicadores de receita real 2XX1 x receita real 2XX0 da
Unidade B (Fonte: Elaboração própria)
1.485,1
-41
58,6 1.502,7
-
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600R$ MM
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
Variações na Receita Líquida da UN B
1.485,1
-41
58,6 1.502,7
-
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600R$ MM
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
Variações na Receita Líquida da UN B
Gráfico 15: Bridge da receita líquida da Unidade B (Fonte: Elaboração própria)
Como mostra a tabela 16 e o gráfico 15, pode-se dizer que a receita neste
1oSemestre de 2XX1 teve um pequeno aumento de 1,2% em relação à 2XX0
ocasionado principalmente pelo impacto positivo de R$ 58,6 MM pelo aumento dos
preços comparados a 2XX0 embora a quantidade vendida não ocorreu conforme
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 56 -
2XX0 dado pelo impacto negativo de R$ 41 MM, totalizando um impacto positivo
de R$ 17,6 MM da receita realizada em 2XX1 em relação à receita obtida em 2XX0.
Um ponto a ser abordado está na análise por mercado, pois é notável observar a
partir dos gráficos a seguir que o comportamento do mercado interno manteve-se
proporcional com a quantidade vendida (Gráfico 16), ou seja, um maior volume de
vendas ocasionava uma maior receita e vice-versa já que os preços praticados não
tiveram grandes alterações comparados aos realizados em 2XX0 (Tabela 17).
Receita Líquida MI da UN B
-
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
Qtd
e ve
ndid
a (k
ton)
-
50
100
150
200
250
300
Rec
eita
Líq
uida
(R$
MM
)
Qtde vendida MI - 2XX0 Qtde vendida MI - 2XX1
Receita Líquida MI - 2XX0 Receita Líquida MI - 2XX1 Gráfico 16: Receita Líquida do mercado interno da Unidade B (Fonte: Elaboração própria)
R$ / ton JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1°SEM 2XXX
Preços MI - 2XX0 2.626 2.632 2.834 2.842 2.853 2.856 2.776 Preços MI - 2XX1 2.595 2.702 2.804 2.791 2.755 2.871 2.754
Variação - % -1% 3% -1% -2% -3% 1% -1%
Preços dos produtos B
Tabela 17: Preços praticados em 2XX1 e 2XX0 do mercado interno dos produtos B (Fonte:
Elaboração própria)
No entanto, ao analisarmos o comportamento da receita no mercado externo
(Gráfico 17), observa-se uma receita muito abaixo comparada a 2XX0
principalmente ocasionado pelo volume de vendas inferior à 2XX0 embora tenha
conseguido uma melhora nos preços dos seus produtos para o mercado externo
devido à alta na cotação do dólar, base para a formação dos preços dos produtos B.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 57 -
R$ / ton JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1°SEM 2XXX
Preços ME - 2XX0 1.800 1.848 1.902 1.957 2.027 1.948 1.912 Preços ME - 2XX1 2.012 2.301 2.385 2.303 2.478 2.550 2.326
Variação - % 12% 25% 25% 18% 22% 31% 22%
Preços dos produtos B
Tabela 18: Preços praticados em 2XX1 e 2XX0 do mercado externo dos produtos B (Fonte:
Elaboração própria)
Receita Líquida MEda UN B
-
5
10
15
20
25
30
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
Qtd
e ve
ndid
a (k
ton)
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
Rec
eita
Líq
uida
(R$
MM
)
Qtde vendida ME - 2XX0 Qtde vendida ME - 2XX1
Receita Líquida ME - 2XX0 Receita Líquida ME - 2XX1
Gráfico 17: Receita Líquida ME da Unidade B (Fonte: Elaboração própria)
É importante ressaltar o expressivo cenário competitivo internacional deste mercado
onde se encontram as grandes petroquímicas mundiais como a Dow e Basf onde a
empresa analisada tem procurado oportunidades para sua inserção neste mercado
global dos produtos B.
4.3.2.2. Análise do custo dos produtos vendidos – Unidade B
Do mesmo modo utilizado anteriormente, aplica-se o modelo bridge de TUNG
(1974), discriminando os impactos do CPV unitário e das quantidades vendidas.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 58 -
Tipo de Produto
2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida CPV unitA B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - F
R$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$ B 1.908 1.830 562 578 1.058.298 1.029.087 1.072.643 14.344 (29.211) 43.555
1.058.298 1.029.087 1.072.643 14.344 (29.211) 43.555
Cálculos das variações no Custo dos Produtos BPor CPV unitários e Quantidades
CPVunit
Quantidade Vendida
Qtde 2XX0 x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX1
Variações
Tabela 19: Cálculo das variações dos indicadores de CPV real 2XX1 x CPV real 2XX0 da
Unidade B (Fonte: Elaboração própria)
1.058,3
-29,2
43,6 1.072,6
200
400
600
800
1.000
1.200R$ MM
Variações no CPV da UN B
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
1.058,3
-29,2
43,6 1.072,6
200
400
600
800
1.000
1.200R$ MM
Variações no CPV da UN B
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
Gráfico 18: Bridge do CPV da Unidade B (Fonte: Elaboração própria)
Com base na tabela 19 e do gráfico 18, pode-se dizer no 1o Semestre de 2XX1 o
CPV teve um impacto positivo de R$ 29,2 MM pela diminuição no volume vendido
em relação à 2XX0 e um impacto negativo de R$ 43,6 MM no aumento do valor do
CPV unitário comparado a 2XX0, totalizando um impacto negativo de R$ 14,4 MM
do CPV realizado em 2XX1 em relação ao de 2XX0.
Como ocorrido no caso da Unidade A, observa-se um impacto negativo do CPV
unitário dos produtos B no resultado da Unidade B comparado a 2XX0, relacionado
com a alta dos preços de suas matérias-prima advindas da Unidade de A (produtos
de primeira geração), ou seja, o ganho na receita da Unidade A reflete em perda de
resultado para a Unidade B de modo que é esperado que este efeito se anule na
análise da empresa consolidada.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 59 -
4.3.2.3. Análise das despesas – Unidade B
Com relação às despesas, observa-se um aumento significativo de 18% em relação à
2XX0 ocasionado principalmente pelo aumento nas despesas variáveis de venda em
123%.
De acordo com o tabela abaixo, observa-se que a principal variação ocorreu devido
a gastos com movimentação de produtos acabados para armazenagem, outras
despesas de comercialização (viagens, documentações, licitações, etc) e outros
gastos com logística, que juntos somam R$ 10 MM e não ocorreram em 2XX0.
Tais gastos surgiram de negociações com novos clientes, necessitando a
reestruturação no planejamento logístico da unidade a fim de atender tais clientes,
gerando gastos não ocorridos no DRE de 2XX0.
2XX1 2XX0 Var. %DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDA
ARMAZENAGEM (4) (4) COMISSOES - MERCADO EXTERNO (5.367) (3.712) (1.655) 45%COMISSOES - MERCADO INTERNO (190) (190)
DEPRECIACAO DA ADMINISTRACAO (300) (300) 0 0%MOV PROD ACABADOS EM ARMAZEM (3.376) (3.376)
OUTRAS DESP. COMERC. - MI (5.672) (5.672) OUTROS GASTOS COM LOGISTICA (972) (972)
PROV. DEV. DUVIDOSOS - ME (796) (796) 0 0%PROV. DEV. DUVIDOSOS - MI (4.853) (4.837) (16) 0%
UNIDADE B (21.530) (9.646) (11.884) 123%
1°Semestre 2XXXUnidade de B
Tabela 20: Abertura das despesas variáveis de vendas da Unidade B (Fonte: Elaboração
própria)
4.3.2.4. Diagnóstico – Unidade B
Como realizado no caso da Unidade A, podemos aplicar o modelo bridge tanto pela
abertura dos indicadores de receita, CPV e despesas, como dos micro-indicadores de
desempenho (preço, volume, CPV unitário e despesas) no apoio na elaboração do
diagnóstico final da Unidade B.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 60 -
360,417,6
-14,3 -11,8
351,9
0
50
100
150
200
250
300
350
400
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
Variações no EBITDA da UN BR$ MM
360,417,6
-14,3 -11,8
351,9
0
50
100
150
200
250
300
350
400
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
Variações no EBITDA da UN BR$ MM
Gráfico 19: Variações no EBITDA da Unidade B – abertura receitas, CPV e despesas (Fonte: Elaboração própria)
2XX1
360,4
58,6
-11,8
-43,6 -11,8
351,9
0
50
100
150
200
250
300
350
400
EBITDA 2XX0
EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
Variações no EBITDA da UN B – Abertura micro-indicadores de desempenho
R$ MM
2XX1
360,4
58,6
-11,8
-43,6 -11,8
351,9
0
50
100
150
200
250
300
350
400
EBITDA 2XX0
EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
Variações no EBITDA da UN B – Abertura micro-indicadores de desempenho
R$ MM
Gráfico 20: Variações no EBITDA da Unidade B - abertura micro-indicadores de desempenho (Fonte: Elaboração própria)
O diagnóstico final dos resultados obtidos da Unidade B no 1oSemestre de 2XX1
pode-se resumir ao aumento dos preços de seus produtos (R$ 58,6 MM) em troca de
uma menor quantidade vendida em relação a 2XX0 (R$ -11,8 MM) ocasionados
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 61 -
principalmente pela alta do dólar, como ocorrido no caso da Unidade A, e o
aumento significativo de sua principal matéria-prima, advindo da nafta
petroquímica, impactando também de forma relevante o custo unitário dos seus
produtos (R$ -43,6 MM).
Observa-se também um impacto significativo nas despesas ocorridas no período (R$
-11,8 MM), ocasionados principalmente pela alta variação, 123% acima se
comparado a 2XX0, das despesas variáveis de vendas advindas da necessidade de
uma reestruturação no plano logístico da unidade com a entrada de novos clientes
em sua carteira.
4.3.3. Unidade C
Conforme metodologia empregada, segue o cálculo das variações ocorridas neste
período em cada conta do DRE da Unidade C em comparação com o DRE de 2XX0
(disponível no anexo B deste trabalho).
Em R$ mil2XX1 2XX0 Var. %
RECEITA BRUTA 784.730 686.147 98.583 14%
RECEITA LÍQUIDA 588.164 519.853 68.311 13%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 294.237 231.828 62.409 27%
LUCRO BRUTO 205.182 152.661 52.521 34%
LUCRO OPERACIONAL 182.814 131.108 51.705 39%
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS (2.127) - (2.127) IMPOSTOS (194.439) (166.294) (28.145) 17%
IPI (27.386) (30.280) 2.894 -10%ICMS (86.553) (88.470) 1.917 -2%
PIS (11.667) (9.992) (1.674) 17%COFINS (48.237) (18.168) (30.069) 166%FRETES (20.596) (19.383) (1.213) 6%
CPV VARIAVEL (293.927) (288.025) (5.903) 2%
CPV FIXO (60.408) (56.355) (4.053) 7%CPV DEPRECIAÇÃO (28.647) (22.812) (5.835) 26%
DESPESAS (22.368) (21.553) (815) 4%DESPESAS ADMINISTRATIVAS (16.369) (15.031) (1.338) 9%DESPESAS FIXAS DE VENDAS (2.192) (3.022) 830 -27%
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (3.807) (3.499) (307) 9%OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS - - -
EBITDA 211.461 153.921 57.541 37%
Demonstrativo de Resultado - Unidade C1°Semestre 2XXX
Tabela 21: Comparação do DRE real 2XX1 x DRE real 2XX0 da Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 62 -
4.3.3.1. Análise da receita líquida – Unidade C
Com base nos dados fornecidos de preços e volumes praticados de 2XX1 e 2XX0
durante o primeiro semestre de 2XX1 (disponível no anexo A – Preços e volumes
praticados por unidade de negócio) é possível à aplicação do modelo bridge de
TUNG (1974), determinando os impactos do preço e das quantidades.
Tipo de Produto2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida Preço
A B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - FR$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$
C 2.717 2.478 216 210 519.853 536.484 588.164 68.311 16.631 51.680 519.853 536.484 588.164 68.311 16.631 51.680
PreçoQuantidade
VendidaVariações
Cálculos das variações na Receita dos Produtos CPor Preço e Quantidades
Qtde 2XX0 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX1
Tabela 22: Cálculo das variações dos indicadores de receita real 2XX1 x receita real 2XX0 da Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
519,8 16,651,7 588,1
-
100
200
300
400
500
600
700
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
R$ MMVariações na Receita Líquida da UN C
519,8 16,651,7 588,1
-
100
200
300
400
500
600
700
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
R$ MMVariações na Receita Líquida da UN C
Gráfico 21: Bridge da receita líquida da Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
De acordo com a tabela 22 e do gráfico 21, pode-se dizer que a receita neste
1oSemestre de 2XX1 teve um aumento considerável de 13% em relação à 2XX0
ocasionado principalmente pelo impacto positivo de R$ 51,7 MM dado o aumento
dos preços comparados a 2XX0 e, ao contrário das unidades de negócios já
analisadas, apresentando uma quantidade vendida acima do ocorrido em 2XX0
gerando um impacto positivo de R$ 16,6 MM, totalizando um impacto positivo de
R$ 68,3 MM da receita realizada em 2XX1 em relação à receita de 2XX0.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 63 -
Com base no gráfico 22 vemos que o aumento da receita em 13% comparado a
2XX0 ocorreu de modo expressivo no mercado interno com destaque a boa
performance de seu produto, resina termoplástica aplicada em diversas indústrias,
entre elas a de tubos e conexões, brinquedos e calçados, já que se observou uma
maior demanda dos setores relacionados ao consumo (calçados, laminados e perfis)
e pela recuperação dos preços internacionais deste produto.
Além disso, foram desenvolvidas novas aplicações de laminados deste produto para
embalagens, o que também contribuiu para o aumento da venda desse produto.
Composição da Receita Líquida da UN C por mercado 1° Semestre 2XXX
-
20
40
60
80
100
120
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
R$
mil
Receita Líquida MI - 2XX0 Receita Líquida ME - 2XX0Receita Líquida MI - 2XX1 Receita Líquida ME - 2XX1
Gráfico 22: Receita líquida por mercado da Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
Não podemos deixar de destacar a contribuição da alta do dólar no aumento dos
preços praticados dos produtos C em relação à 2XX0.
4.3.3.2. Análise do custo dos produtos vendidos – Unidade C
Do mesmo modo utilizado anteriormente, aplica-se o modelo bridge de TUNG
(1974), discriminando os impactos do CPV unitário e das quantidades vendidas.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 64 -
Tipo de Produto
2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida CPV unitA B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - F
R$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$ C 1.637 1.642 216 210 344.380 355.397 354.335 9.955 11.017 (1.062)
344.380 355.397 354.335 9.955 11.017 (1.062)
Cálculos das variações no Custo dos Produtos CPor CPV unitários e Quantidades
CPVunit
Quantidade Vendida
Qtde 2XX0 x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX1
Variações
Tabela 23: Cálculo das variações dos indicadores de CPV real 2XX1 x CPV real 2XX0 da
Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
344,4 11
-1
354,4
-
50
100
150
200
250
300
350
400
Variações no CPV da UN CR$ MM
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
344,4 11
-1
354,4
-
50
100
150
200
250
300
350
400
Variações no CPV da UN CR$ MM
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
Gráfico 23: Bridge do CPV da Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
Pela tabela 23 e gráfico 23, pode-se dizer no 1o Semestre de 2XX1 o CPV teve um
impacto negativo de R$ 11 MM pelo aumento no volume vendido em relação à
2XX0 e um impacto positivo de R$ 1 MM na diminuição do valor do CPV unitário
comparado a 2XX0, totalizando um impacto negativo de R$ 10 MM do CPV
realizado em 2XX1 em relação ao CPV de 2XX0.
Podemos notar que o impacto do CPV no resultado da Unidade C foi menor
comparada às unidades de negócio anteriores de modo que a principal matéria-prima
da Unidade C se divide entre a nafta petroquímica, com participação de cerca de 60
% nos custos de produção dos produtos C, a soda com 15% e a energia elétrica com
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 65 -
25%, onde a soda e a energia elétrica costumam apresentar poucas variações de
preço neste período comparado a 2XX0.
No entanto, dado que na Unidade B o percentual dos custos da nafta petroquímica
chega próximo a 85% no processo produtivo e atinge aproximadamente 95% no
caso da Unidade A, podemos dizer que a Unidade C foi menos afetada pelos
elevados preços da nafta durante o 1o Semestre de 2XX1 nos seus custos de
produção.
Composição do CPV da UN C - 1°Semestre 2XX1
NAFTA60%
SODA15%
Energia Elétrica
25%
Gráfico 24: Composição do CPV da Unidade C (Fonte: Elaboração própria)
4.3.3.3. Análise das despesas – Unidade C
Com relação às despesas, observa-se um aumento de 4% em relação à 2XX0
ocasionado principalmente pelo aumento nas despesas administrativas da unidade
em 9% decorrentes de maiores despesas com pessoal.
4.3.3.4. Diagnóstico – Unidade C
A seguir é apresentado os gráficos com a aplicação do modelo bridge tanto pela
abertura dos indicadores de receita, CPV e despesas, como dos micro-indicadores de
desempenho (preço, volume, CPV unitário e despesas) no apoio na elaboração do
diagnóstico final da Unidade C.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 66 -
153,9
68,3
-10-0,8
211,5
0
50
100
150
200
250
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
Variações no EBITDA da UN CR$ MM
153,9
68,3
-10-0,8
211,5
0
50
100
150
200
250
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
Variações no EBITDA da UN CR$ MM
Gráfico 25: Variações no EBITDA da Unidade C – abertura receitas, CPV e despesas (Fonte: Elaboração própria)
2XX1
153,9
51,7 5,6 1,1
-0,8
211,5
0
50
100
150
200
250R$ MM
EBITDA 2XX0
EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
Variações no EBITDA da UN C – Abertura micro-indicadores de desempenho
2XX1
153,9
51,7 5,6 1,1
-0,8
211,5
0
50
100
150
200
250R$ MM
EBITDA 2XX0
EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
Variações no EBITDA da UN C – Abertura micro-indicadores de desempenho
Gráfico 26: Variações no EBITDA da UN C - abertura micro-indicadores de desempenho (Fonte: Elaboração própria)
O diagnóstico final dos resultados obtidos da UN C no 1oSemestre de 2XX1 pode-se
resumir ao aumento de 37,4% no EBITDA comparado a 2XX0 devido ao expressivo
impacto positivo dos preços de seus produtos (R$ 51,7 MM) em conjunto com uma
maior quantidade vendida em relação a 2XX0 (R$ 5,6 MM).
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 67 -
A manutenção dos custos de produção em relação à 2XX0 dado o menor impacto da
nafta, insumo no qual apresentou maior variação neste período em seu processo
produtivo, além de melhorias na produtividade e confiabilidade operacional.
4.3.4. Unidade D
Segue o cálculo das variações ocorridas neste período em cada conta do DRE da
Unidade D em comparação com o DRE de 2XX0 (disponível no anexo B).
Em R$ mil2XX1 2XX0 Var. %
RECEITA BRUTA 347.796 328.664 19.132 6%
RECEITA LÍQUIDA 277.876 258.027 19.849 8%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 68.842 58.916 9.926 17%
LUCRO BRUTO 30.128 25.807 4.321 17%
LUCRO OPERACIONAL 18.401 13.404 4.997 37%
DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS (10.017) - (10.017) IMPOSTOS (59.903) (70.636) 10.734 -15%
IPI (7.918) (8.227) 309 -4%ICMS (21.767) (41.542) 19.776 -48%
PIS (4.799) (4.748) (50) 1%COFINS (20.328) (8.633) (11.694) 135%FRETES (5.092) (7.486) 2.394 -32%
CPV VARIAVEL (209.034) (199.112) (9.922) 5%
CPV FIXO (29.274) (25.006) (4.268) 17%CPV DEPRECIAÇÃO (9.440) (8.102) (1.337) 17%
DESPESAS (11.727) (12.403) 676 -5%DESPESAS ADMINISTRATIVAS (9.037) (8.981) (56) 1%DESPESAS FIXAS DE VENDAS (1.421) (1.163) (259) 22%
DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS (1.269) (2.260) 991 -44%OUTRAS REC. E DESP. OPERACIONAIS - - -
EBITDA 27.841 21.506 6.334 29%
Demonstrativo de Resultado - Unidade D1°Semestre 2XXX
Tabela 24: Comparação do DRE real 2XX1 x DRE real 2XX0 da Unidade D (Fonte: Elaboração própria)
4.3.4.1. Análise da receita líquida – Unidade D
Com base nos dados fornecidos de preços e volumes praticados em 2XX1 e 2XX0
durante o primeiro semestre (disponível no anexo A – Preços e volumes praticados
por unidade de negócio) é possível à aplicação do modelo bridge de TUNG (1974),
determinando os impactos do preço e das quantidades.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 68 -
Tipo de Produto2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida Preço
A B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - FR$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$
D 2.432 2.215 114 116 258.027 253.076 277.876 19.849 (4.951) 24.800 258.027 253.076 277.876 19.849 (4.951) 24.800
PreçoQuantidade
VendidaVariações
Cálculos das variações na Receita dos Produtos DPor Preço e Quantidades
Qtde 2XX0 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX0
Qtde 2XX1 x
Preço 2XX1
Tabela 25: Cálculo das variações dos indicadores de receita real 2XX1 x receita real 2XX0 da Unidade D (Fonte: Elaboração própria)
258
-5
24,8 277,8
-
50
100
150
200
250
300R$ MM
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
Variações na Receita Líquida da UN D
258
-5
24,8 277,8
-
50
100
150
200
250
300R$ MM
Receita 2XX0
Qtde vendida Preço Receita 2XX1
Variações na Receita Líquida da UN D
Gráfico 27: Bridge da receita líquida da Unidade D (Fonte: Elaboração própria)
De acordo com a tabela 25 e gráfico 27, pode-se dizer que a receita no 1oSemestre
de 2XX1 teve um aumento considerável de 7,7% em relação à 2XX0 dado o
impacto positivo de R$ 24,8 MM pelo aumento dos preços comparados a 2XX0, um
impacto negativo de R$ 5 MM pela redução da quantidade vendida comparada a
2XX0, totalizando um impacto positivo de R$ 19,8 MM da receita realizada em
2XX1 em relação à receita obtida em 2XX0.
Com base no gráfico 28 vemos que o aumento da receita ocorreu pelo aumento dos
preços dos produtos D (principalmente a resina plástica utilizada na fabricação de
embalagens para refrigerantes), dado a elevação do preço internacional destes
produtos com a chegada do verão no hemisfério norte, por conseguinte aquecendo
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 69 -
as indústrias de embalagens plásticas, mais especificamente a de refrigerantes, e
conseqüente aumento de demanda por estas resinas.
Evolução do preço dos produtos D 1° Semestre 2XXX
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
R$
/ t
Preço - 2XX0 Preço - 2XX1 Preço DD W. Europe Contract-Market
Gráfico 28: Evolução do preço dos produtos D no 1o Semestre de 2XXX (Fonte: Preços D
Elaboração própria, Preço Internacional do produto D - CMAI)
4.3.4.2. Análise do custo dos produtos vendidos – Unidade D
Do mesmo modo utilizado anteriormente, aplica-se o modelo bridge de TUNG
(1974), discriminando os impactos do CPV unitário e das quantidades vendidas.
Tipo de Produto
2XX1 2XX0 2XX1 2XX0 Total Qtde Vendida CPV unitA B C D E F G H = G - E I =F - E J = G - F
R$ / t R$ / t Unid Unid R$ R$ R$ R$ R$ R$ D 2.086 1.924 114 116 224.118 219.818 238.308 14.190 (4.300) 18.490
224.118 219.818 238.308 14.190 (4.300) 18.490
Cálculos das variações no Custo dos Produtos DPor CPV unitários e Quantidades
CPVunit
Quantidade Vendida
Qtde 2XX0 x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX0
Qtde 2XX1x
CPV unit 2XX1
Variações
Tabela 26: Cálculo das variações dos indicadores de CPV real 2XX1 x CPV real 2XX0 da
Unidade D (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 70 -
224,1
-4,3
18,5 238,3
-
50
100
150
200
250
300
R$ MMVariações no CPV da UN D
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
224,1
-4,3
18,5 238,3
-
50
100
150
200
250
300
R$ MMVariações no CPV da UN D
CPV2XX0
Qtde vendida CPV unitário CPV2XX1
Gráfico 29: Bridge do CPV da Unidade D (Fonte: Elaboração própria)
Com base na tabela 26 e no gráfico 29, pode-se dizer no 1o Semestre de 2XX1 o
CPV teve um impacto positivo de R$ 4,3 MM pela diminuição no volume vendido
em relação à 2XX0 e um impacto negativo de R$ 18,5 MM no aumento do valor do
CPV unitário comparado a 2XX0, totalizando um impacto negativo de R$ 14,2 MM
do CPV realizado em 2XX1 em relação ao CPV obtido em 2XX0.
Como ocorrido no caso da Unidade B, observa-se um impacto negativo do CPV
unitário dos produtos D no resultado da Unidade D comparado a 2XX0, relacionado
com a alta dos preços de suas matérias-prima advindas da Unidade de A ( resinas de
primeira geração), ou seja, o ganho na receita da Unidade A reflete em perda de
resultado para a Unidade D de modo que é esperado que este efeito se anule na
análise da empresa consolidada.
4.3.4.3. Análise das despesas – Unidade D
Com relação às despesas, observa-se um redução de 5% em relação à 2XX0
ocasionado principalmente pela diminuição das despesas variáveis de venda em
44% decorrentes de uma menor quantidade vendida neste período, gerando menos
gastos com armazenagem e outros gastos com logística.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 71 -
4.3.4.4. Diagnóstico – Unidade D
Abaixo segue os gráficos com a aplicação do modelo bridge tanto pela abertura dos
indicadores de receita, CPV e despesas, como dos micro-indicadores de
desempenho (preço, volume, CPV unitário e despesas) no apoio na elaboração do
diagnóstico final da Unidade D.
21,5
19,8
-14,2
0,7 27,8
0
5
10
15
20
25
30
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
R$ MM
Variações no EBITDA da UN D
21,5
19,8
-14,2
0,7 27,8
0
5
10
15
20
25
30
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
R$ MM
Variações no EBITDA da UN D
Gráfico 30: Variações no EBITDA da Unidade D – abertura receitas, CPV e despesas (Fonte: Elaboração própria)
21,5
24,8
-0,7
-18,5
0,7 27,8
0
10
20
30
40R$ MM
2XX1EBITDA
2XX0EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
Variações no EBITDA da UN D – Abertura micro-indicadores de desempenho
21,5
24,8
-0,7
-18,5
0,7 27,8
0
10
20
30
40R$ MM
2XX1EBITDA
2XX0EBITDA Qtde vendidaPreço CPV unitário Despesas
Variações no EBITDA da UN D – Abertura micro-indicadores de desempenho Gráfico 31: Variações no EBITDA da Unidade D - abertura micro-indicadores de desempenho (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 72 -
O diagnóstico final dos resultados obtidos da Unidade D no 1oSemestre de 2XX1
pode-se resumir ao aumento dos preços de seus produtos (R$ 24,8 MM) em troca de
uma menor quantidade vendida em relação à 2XX0 (R$ -0,7 MM) ocasionados
principalmente pela alta do dólar, como ocorrido no caso da Unidade A.
O aumento significativo de sua principal matéria-prima obtida das resinas de
primeira geração da Unidade A, advindo da nafta petroquímica, impactou de forma
relevante o custo unitário dos seus produtos (R$ -18,5 MM).
Observa-se também um pequeno impacto positivo nas despesas ocorridas no período
(R$ 0,7 MM), ocasionados pela redução das despesas variáveis de venda em 44%
por conta de uma menor quantidade vendida.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 73 -
4.4. Análise Empresa Petroquímica Consolidada
Nesta terceira etapa será realizada uma análise abrangente da empresa consolidada
com apoio das análises realizadas anteriormente de modo a utilizá-las na formação
final do modelo bridge de impactos dos micro-indicadores no EBITDA da empresa
e na elaboração de um diagnóstico final do Demonstrativo de Resultado da empresa.
Um ponto a ser destacado está no crescimento do macro-indicador EBITDA da
empresa em relação à 2XX0 em 12,5%, dado o crescimento das Unidades A e C de
forma significativa em relação à 2XX0 e da Unidade B que, embora não tenha
atingido o resultado obtido em 2XX0, responde pela maior parcela do EBITDA da
empresa no 1oSemestre de 2XX1 (Gráfico 32).
37,0%
37,5%
22,5%3,0%
UN A UN B UN C UN D
Gráfico 32: Composição do EBITDA da empresa por UN (Fonte: Elaboração própria)
833,249,3
-8,5
57,5 6,3 937,9
-
200
400
600
800
1.000
EBITDA2XX0
UN A UN B UN C UN D EBITDA2XX1
R$ MM
Composição do EBITDA da Empresa Petroquímica1° Semestre de 2XXX
12,5%833,2
49,3
-8,5
57,5 6,3 937,9
-
200
400
600
800
1.000
EBITDA2XX0
UN A UN B UN C UN D EBITDA2XX1
R$ MM
Composição do EBITDA da Empresa Petroquímica1° Semestre de 2XXX
12,5%
Gráfico 33: Composição do EBITDA da empresa por UN (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 74 -
Com isso, vemos que a empresa manteve sua proposição de um aumento contínuo
do EBITDA total da empresa consolidada, totalizando R$ 938 MM no 1ºSemestre
de 2XX1.
4.4.1. Análise da receita líquida – Empresa consolidada
A receita líquida da empresa ficou 7,3 % acima do realizado em 2XX0 por conta da
melhoria dos preços em seus produtos ocasionado pela valorização do dólar em
relação ao Real dado que os produtos de todas as unidades têm sua base nos
respectivos preços internacionais.
4.137,0197,6 17,6 68,3 19,8 4.440,4
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
Receita 2XX0
UN A UN B UN C UN D Receita 2XX1
R$ MMComposição da Receita Líquida da Empresa Petroquímica
1° Semestre de 2XXX
7,3 %4.137,0
197,6 17,6 68,3 19,8 4.440,4
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
Receita 2XX0
UN A UN B UN C UN D Receita 2XX1
R$ MMComposição da Receita Líquida da Empresa Petroquímica
1° Semestre de 2XXX
7,3 %
Gráfico 34: Composição da receita líquida da empresa por UN (Fonte: Elaboração própria)
Vale um destaque para a receita líquida obtida pelas exportações realizadas no
1oSemestre de 2XX1, com crescimento próximo a 20% do valor obtido em 2XX0
tendo como fator chave para o aumento das receitas com exportações a alta dos
preços observados nos mercados internacionais para resinas termoplásticas, citado
anteriormente.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 75 -
Receita líquida das exportações - Empresa Petroquímica 1°Semestre de 2XXX
74 72
98 97 97 95
8289
97 98
120
152
0
20
40
60
80
100
120
140
160
jan fev mar abr mai jun
R$
MM
Receita Líquida ME - 2XX0 Receita Líquida ME - 2XX1
Gráfico 35: Receita líquida das exportações da empresa (Fonte: Elaboração própria)
4.4.2. Análise do custo dos produtos vendidos – Empresa consolidada
O custo dos produtos vendidos (CPV) da empresa totalizou R$ 3.320 MM no
1oSemestre de 2XX1, 6% superior ao CPV observado em 2XX0. Os fatores que
mais contribuíram para essa variação do CPV foram à alta do dólar e o aumento do
preço de sua principal matéria-prima, a nafta petroquímica.
6,1 %3.129,2
152,5 14,3 10 14,2 3.320,2
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
R$ MMComposição do CPV da Empresa Petroquímica
1° Semestre de 2XXX
CPV2XX0
UN A UN B UN C UN D CPV2XX1
6,1 %3.129,2
152,5 14,3 10 14,2 3.320,2
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
R$ MMComposição do CPV da Empresa Petroquímica
1° Semestre de 2XXX
CPV2XX0
UN A UN B UN C UN D CPV2XX1
Gráfico 36: Composição do CPV da empresa por UN (Fonte: Elaboração própria)
A nafta manteve-se em patamares elevados no segundo trimestre de 2XX1. A sua
cotação média na região ARA (Amsterdam-Roterdam-Antuérpia) foi de US$ 351/t
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 76 -
no segundo trimestre de 2XX1, o que representou um acréscimo de 9% em relação
aos US$ 323/t observados no trimestre anterior.
Evolução do preço da Nafta (ARA)Fonte:Bloomberg
100
200
300
400
500
600
jan-
fev-
mar
-
abr-
mai
-
jun- jul-
ago-
set-
out-
nov-
dez- jan-
X0
fev-
X0
mar
-X0
abr-
X0
mai
-X0
jun-
X0
jul-X
0
ago-
X0
set-X
0
out-X
0
nov-
X0
dez-
X0
jan-
X1
fev-
X1
mar
-X1
abr-
X1
mai
-X1
jun-
X1
US$
/t
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
US$ R$
R$/t
Evolução do preço da Nafta (ARA)Fonte:Bloomberg
100
200
300
400
500
600
jan-
fev-
mar
-
abr-
mai
-
jun- jul-
ago-
set-
out-
nov-
dez- jan-
X0
fev-
X0
mar
-X0
abr-
X0
mai
-X0
jun-
X0
jul-X
0
ago-
X0
set-X
0
out-X
0
nov-
X0
dez-
X0
jan-
X1
fev-
X1
mar
-X1
abr-
X1
mai
-X1
jun-
X1
US$
/t
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
US$ R$
R$/t
Gráfico 37: Evolução do preço da nafta ARA (Fonte: Bloomberg, adaptado pelo autor)
4.4.3. Análise das despesas – Empresa consolidada
As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 182,3 MM no
1ºSemestre de 2XX1, um montante 4% superior a 2XX0.
De acordo com o gráfico 38, vemos que a Unidade B foi a que mais contribuiu para
o aumento das despesas incorridas neste período por conta da entrada de novos
clientes em sua carteira e, conseqüentemente, a necessidade de uma reestruturação
no plano logístico da unidade acarretando gastos não ocorridos em 2XX0.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 77 -
174,5
-4,2
11,8 0,8
-0,7
182,3
-
50
100
150
200
R$ MM
Composição das despesas da Empresa Petroquímica1° Semestre de 2XXX
Despesas2XX0
UN A UN B UN C UN D Despesas2XX1
4 %
174,5
-4,2
11,8 0,8
-0,7
182,3
-
50
100
150
200
R$ MM
Composição das despesas da Empresa Petroquímica1° Semestre de 2XXX
Despesas2XX0
UN A UN B UN C UN D Despesas2XX1
4 %
Gráfico 38: Composição das despesas da empresa por UN (Fonte: Elaboração própria)
4.4.4. Diagnóstico – Empresa Consolidada
Com base na mesma metodologia utilizada na análise das unidades de negócio,
podemos aplicar o modelo bridge nas duas aberturas possíveis, ou seja, pela soma
dos indicadores de receita, CPV e despesas das unidades de negócio ou pela soma
dos micro-indicadores de desempenho das unidades (preço, volume, CPV unitário e
despesas), permitindo a elaboração de um diagnóstico final da empresa consolidada.
833,2
303,4
-191,0 -7,7
937,9
0
200
400
600
800
1000
R$ MM
Variações no EBITDA da Empresa Petroquímica
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
833,2
303,4
-191,0 -7,7
937,9
0
200
400
600
800
1000
R$ MM
Variações no EBITDA da Empresa Petroquímica
EBITDA 2XX0
Receita Líquida
CPV Despesas EBITDA 2XX1
Gráfico 39: Variações no EBITDA da empresa (Fonte: Elaboração própria)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 78 -
833,2
447,5
-29,6
-305,6 -7,7
937,9
0
200
400
600
800
1000
1200
R$ MM
Variações no EBITDA da Empresa PetroquímicaAbertura micro-indicadores de desempenho
2XX1EBITDA 2XX0
EBITDA Qtdevendida
Preço CPVunitário
Despesas
833,2
447,5
-29,6
-305,6 -7,7
937,9
0
200
400
600
800
1000
1200
R$ MM
Variações no EBITDA da Empresa PetroquímicaAbertura micro-indicadores de desempenho
2XX1EBITDA 2XX0
EBITDA Qtdevendida
Preço CPVunitário
Despesas
Gráfico 40: Variações no EBITDA da empresa - abertura micro-indicadores de desempenho (Fonte: Elaboração própria)
O diagnóstico final dos resultados obtidos da empresa no 1oSemestre de 2XX1
totalizam um EBITDA de R$ 937,9 MM, 12,5 % superior a 2XX0 para este mesmo
período.
Tal fato decorreu do aumento dos preços de seus produtos (R$ 447,5 ) em troca de
uma menor quantidade vendida em relação à 2XX0 (R$ -29,6 MM) ocasionados
principalmente pela alta do dólar e dos preços internacionais das resinas
termoplásticas em função do reaquecimento da economia global após a recessão
observada no ano de 2XX1.
Esta alta do câmbio somada as crises no Oriente Médio pós-guerra (EUA x Iraque)
teve impacto negativo direto na elevação do preço da principal matéria-prima da
empresa, a nafta petroquímica, que responde por cerca de 65% do custo dos
produtos vendidos da companhia (R$ -305,6 MM).
Observa-se também um pequeno impacto negativo nas despesas ocorridas no
período (R$ -7,7 MM), ocasionados pelo aumento dos gastos com pessoas e das
despesas com vendas.
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 79 -
Em suma, pode-se dizer que a empresa petroquímica consolidada conseguiu superar
o desempenho obtido no 1ºSemestre de 2XX0 em uma trajetória de crescimento
contínuo do resultado operacional durante este período dado o ambiente desafiador
no que se refere aos preços da nafta e a trajetória desfavorável da taxa de câmbio.
5. Aplicação da análise custo/volume/lucro
5.1. Modelo de decisão da margem de contribuição – vários produtos
Esta segunda parte da análise visa complementar a primeira etapa onde foi feito o
diagnóstico dos impactos dos micro-indicadores de desempenho no resultado
operacional da empresa de modo a verificar se os níveis de atividade da empresa
(preços, custos, volumes vendidos, etc), declarados na primeira etapa, estão
contribuindo ou não para cobrir os gastos fixos da empresa.
Esta etapa trabalhará sobre o âmbito da empresa consolidada, ou seja, as unidades
de negócio só serão tratadas através de seus produtos (A, B, C e D) e não serão
analisadas singularmente. Tal ponto está fundamentado na idéia da visão geral da
empresa, possibilitando observar o resultado consolidado da empresa, agregando os
ganhos e as perdas de resultado identificados em cada unidade de negócio.
5.1.1. Dados necessários
Utilizaremos, a partir das referências bibliográficas citadas neste trabalho, a análise
de empresas multiproduto16. O primeiro passo consiste na identificação e coleta dos
dados necessários para esta análise.
Dado r os fatores de mix, isto é, as porcentagens representativas das quantidades
vendidas de cada produto ou unidade de negócio, relativamente à quantidade total
de vendas da empresa (Qv), considerando a empresa com 4 produtos P, temos:
16 MOTA (1990)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 80 -
QvA, QvB, QvC e QvD como símbolos das quantidades vendidas de, respectivamente, P1B
(produtosA), PB (produtos B), PC (produtos C) e PD (produtos D)
QvA = rA.Qv, sendo rA o fator de mix de PA
QvB = rB.Qv, sendo rB o fator de mix de PB
QvC = rC.Qv, sendo rC o fator de mix de PC
QvD = rD.Qv, sendo rD o fator de mix de PD
rA + rB + rC + rD = 1 (=100%)
Onde,
Pvui = preço de venda unitário do produto i ;
Cvui = custo variável unitário do produto i ;
Mcui = margem de contribuição unitária do produto i , com i = A, B, C ou D. Cf = custo operacional fixo da empresa consolidada
As variáveis acima mencionadas farão referência ao valor médio mensal obtido
durante o 1ºSemestre de 2XX1 de modo que possamos realizar a evolução mensal
da quantidade vendida em comparação com o ponto de equilíbrio a ser calculado.
Com base no anexo A deste trabalho podemos calcular as variáveis acima como
mostra a tabela a seguir:
DescriçãoCódigo
do produto Pi
Custos e Despesas Fixas
Cf Em ton Em R$ /ton Em R$ /ton Em R$ /ton Em R$ mil
Produtos A PA QvA = 199.041 rA = 57,22% PvuA = 1.735 CvuA = (1.340) McuA = 395 (20.749)
Produtos B PB QvB = 93.705 rB = 26,94% PvuB = 2.674 CvuB = (1.860) McuB = 814 (17.511)
Produtos C PC QvC = 36.081 rC = 10,37% PvuC = 2.717 CvuC = (1.375) McuC = 1.342 (13.162)
Produtos D PD QvD = 19.042 rD = 5,47% PvuD = 2.432 CvuD = (1.841) McuD = 591 (6.622) 347.869 (58.044)
Variáveis para o cálculo da análise custo/volume/lucro
Quantidade vendida - Qvi
Preço unitário - Pvui
Custo variável unitário - Cvui
Fator r ri
Margem de Contribuição unitária - Mcui
Tabela 27: Cálculo das variáveis a serem utilizadas no modelo de decisão da margem de
contribuição (Fonte: Elaboração própria)
5.1.2. Aplicação do modelo
A partir do cálculo inicial das variáveis a serem utilizadas neste modelo, o primeiro
passo na aplicação do modelo consiste em resolver a equação 14 explícita no
capítulo II deste trabalho a fim de calcular a quantidade de equilíbrio da empresa,
considerada multiproduto:
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 81 -
Portanto, é necessário que a empresa atenda um mínimo de 94.159 toneladas de
produtos vendidos por mês de modo a gerar lucro, ou seja, o valor de suas receitas
sejam superiores ao valor dos custos e despesas incorridos no mês. Com base neste
cálculo, podemos montar a abordagem gráfica, também explicitada no capítulo II
deste trabalho, em conjunto com a evolução das quantidades vendidas no
1ºSemestre de 2XX1 (disponível no anexo A deste trabalho).
Análise do ponto de equilíbrio operacional de caixa
-
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
- 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 450.000Qtde (t)
Cus
tos
& R
ecei
tas
(R$
mil
Receita de Vendas Custo Operacional Total
Ponto de Equilíbrio Operacional
JUN
Gráfico 41: Análise do ponto de equilíbrio operacional da empresa no 1ºSemestre de 2XX1 (Fonte: Elaboração própria)
A partir do gráfico 41 podemos notar que a empresa operou em níveis de atividade
bem superiores ao ponto de equilíbrio calculado para o 1ºSemestre de 2XX1,
)
MAIMARABRJANFEV
Análise do ponto de equilíbrio operacional de caixa
-
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
- 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 450.000Qtde (t)
Cus
tos
& R
ecei
tas
(R$
mil
Receita de Vendas Custo Operacional Total
Ponto de Equilíbrio Operacional
JUNMARABRJANFEV MAI
)
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 82 -
resultando em lucros bastante elevados, ou seja, a receita obtida pela venda dos
produtos conseguiu cobrir tanto os custos e despesas variáveis quanto os fixos do
período considerado em todos os meses analisados.
É importante destacar que a parada programada da Unidade A entre a segunda
quinzena de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro está refletida nesta análise de
modo que observamos quantidades vendidas menores nestes meses de janeiro e
fevereiro, ocasionando uma receita menor da venda dos seus produtos.
No entanto, tal parada criou um aumento na capacidade instalada da Unidade A
assim como maiores escalas de produção nas outras unidades da empresa de modo a
retomar resultados significativos nos meses correntes, com destaque ao dois últimos
meses do semestre onde se registraram vendas recordes e, por conseguinte, receitas
maiores.
5.1.3. Cálculo do grau de alavancagem operacional
O cálculo do grau de alavancagem operacional é expresso, conforme explicitado
nos fundamentos teóricos deste trabalho, pela seguinte equação:
quação 17: Grau de alavancagem operacional (Fonte: LEITE - 1985)
AO > 1 --> há alavancagem operacional
nal
∆ LOLO
∆ QvQv
GAO =
∆ LOLO
∆ QvQv
GAO =
E
Onde se:
G
GAO < 1 --> não há alavancagem operacio
Capítulo III – Análise______________________________________________ - 83 -
om base nas variáveis calculadas na análise do ponto de equilíbrio operacional
abela 28 da empresa no
C
(Tabela 27), podemos montar a tabela seguinte:
T : Cálculo do grau de alavancagem operacional dos produtos
1ºSemestre de 2XX1 (Fonte: Elaboração própria)
Conforme a tabela 28, observamos que quanto maior variação percentual no volume
de vendas, maior ainda será a variação percentual no Lucro Operacional, ou seja,
temos um grau de alavancagem operacional (GAO) maior que um e, portanto, há
alavancagem operacional.
Com isso, a empresa deve buscar oportunidades para o aumento do volume de
vendas de seus produtos dado que o cenário atual da empresa apresenta um grau de
alavancagem positivo maior que um em seus produtos, gerando, portanto, variações
percentuais nos lucros maiores que as variações percentuais nos volumes vendidos,
ou seja, pela tabela acima, um acréscimo de 10% no volume vendido pela empresa
representaria um acréscimo de 13, 7% no lucro operacional da empresa.
Capítulo IV – Conclusões____________________________________________ - 85 -
Capítulo IV – Conclusões
Capítulo IV – Conclusões____________________________________________ - 86 -
6. Conclusões
6.1. Diagnóstico Final
6.1.1. Resumo dos principais pontos abordados neste trabalho
Tendo cumprido as duas fases do método analítico proposto neste trabalho,
podemos e devemos destacar os principais pontos abordados neste trabalho em
busca de uma avaliação não só do método utilizado, mas como os resultados obtidos
na utilização deste método.
A utilização do método proposto
Os dois métodos de análise utilizados neste trabalho foram de grande valia na
avaliação dos dados disponíveis.
O primeiro método de análise, o modelo bridge de análise de impacto dos micro-
indicadores de desempenho, proposto por TUNG (1974) e SANVICENTE (1980),
proporcionou um diagnóstico qualificado e quantificado dos desvios ocorridos de
um simples aumento ou diminuição de preço, volume, CPV unitário ou despesa.
É possível mostrar tanto para alta gerência, gerentes comerciais ou engenheiros
industriais de como um aumento no preço pode impactar diretamente no resultado
da empresa assim como um custo unitário maior ocasionado por perda de eficiência
operacional ou elevação do preço de matéria-prima também traz efeitos diretos no
resultado operacional da empresa.
O segundo método analítico, o modelo da margem de contribuição com base na
análise do ponto de equilíbrio operacional e grau de alavancagem operacional, com
base na bibliografia de GITMAN (1984) e MOTA (1990), ofereceu a empresa um
painel operacional identificando os níveis de atividade da empresa e a garantia de
que seus produtos têm alavancagem operacional, ou seja, variações percentuais nos
lucros maiores que as variações percentuais no volume vendido.
Capítulo IV – Conclusões____________________________________________ - 87 -
Os resultados obtidos na utilização do método proposto
O modelo bridge de análise dos impactos dos micro-indicadores de desempenho
apresentou resultados significativos com relação ao detalhamento no aumento de
12,5 % do resultado operacional da empresa petroquímica (macro-indicador
EBITDA) em 2XX1 comparado ao mesmo período de 2XX0.
Foi possível visualizar que o aumento de preço em 2XX1 comparado a 2XX0 foi
fator chave para o a conquista de um resultado operacional acima do obtido no ano
anterior com impactos positivos em todas as quatro unidades de negócio da
empresa, totalizando cerca de R$ 448 MM.
Assim como o preço, é notável a participação dos impactos do CPV unitário em
todas as unidades de negócio (com exceção da unidade C devido a um mix diferente
de matérias-prima) devido aos significativos aumentos da principal matéria-prima
de qualquer empresa petroquímica de primeira e segunda gerações, a nafta
petroquímica,
Esta elevação observada no preço da nafta petroquímica pode ser associada as
constantes tensões no Oriente Médio e oscilações no preço do barril do petróleo,
totalizando um impacto negativo cerca de R$ 306 MM no EBITDA da empresa.
Já o modelo da margem de contribuição focado no ponto de equilibro da empresa e
grau de alavancagem, notou-se uma posição muito cômoda da empresa em gerar
lucro dado seus níveis de atividade muito acima do ponto de equilíbrio calculado
embora seja necessário um monitoramento constante e mais detalhado deste modelo
Uma análise focada em cada um dos diversos produtos da empresa agregaria mais
valor a este modelo já que proporcionaria uma lista dos produtos mais rentáveis,
menos rentáveis e até mesmo aos que operam em níveis de atividade menores do
que o ponto de equilíbrio, ou seja, trazendo prejuízos à empresa.
Capítulo IV – Conclusões____________________________________________ - 88 -
Considerando-se as restrições quanto às simulações nos dados disponíveis para esta
análise e o tempo para este trabalho, este nível de análise não foi possível ser feito,
no entanto, é uma sugestão oferecida para a uma possibilidade de extensão a ser
feita deste trabalho.
6.1.2. Conclusão
O aprimoramento de um método de análise econômico-financeira de um
Demonstrativo de Resultado (DRE) com base nos micro-indicadores de desempenho
requer uma base de dados segura e capaz de fornecer a maior abertura possível dos
indicadores de desempenho (Receita, CPV, despesas, etc) de modo que se possa ter
acesso ao detalhamento destes indicadores para a construção do modelo analítico
proposto neste trabalho.
A metodologia apresentada neste trabalho mostrou-se bastante eficiente em seu
propósito, possibilitando que os principais impactos gerados pelos micro-
indicadores de desempenho fossem identificados, de forma que as ações pertinentes
pudessem, então, ser tomadas. Observa-se que a metodologia proposta pode ser
aplicada a qualquer organização do setor industrial17, seja ela de pequeno, médio ou
grande porte, independente do ramo de atuação.
Observa-se que um dos produtos obtidos por este trabalho – o gráfico bridge de
micro-indicadores de desempenho ilustrado no item 4.4.4 e amplamente utilizado
neste trabalho, proporcionou uma clara visualização e mensuração dos impactos de
cada micro-indicador de desempenho presente em um Demonstrativo de Resultado
capaz de atentar quanto a ações preventivas, corretivas e de controle a serem
tomadas pela alta direção da organização.
Tendo em vista o tempo disponível para a realização do trabalho e a metodologia
inicialmente proposta, observa-se que o trabalho apresentou resultados bastante
satisfatórios. A possibilidade de realizar um estudo de melhoria na análise
17 Desde que a mesma já possua uma fonte segura e detalhada dos dados de receita, custos e despesas, apresentados em um Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE). Caso contrário, torna-se inviável a abertura e detalhamento dos impactos dos micro-indicadores de desempenho.
Capítulo IV – Conclusões____________________________________________ - 89 -
econômico-financeira de um Sistema de Gestão de Desempenho, presente na área de
Controladoria, por exemplo, com base nos métodos propostos neste trabalho em
uma empresa de grande porte, foi de grande valia para o autor, o qual considera ter
adquirido grande conhecimento do setor petroquímico em questão visando grandes
oportunidades profissionais e para a organização em si.
Referências Bibliográficas______________________ - 90 -
Referências Bibliográficas
ABIQUIM. Anuário da Indústria Química Brasileira 2003. São Paulo : Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM, 2003. ALMEIDA, M. P. Déficit e Dívida Pública. 2001. 37p. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica. São Paulo, 2001. BRASKEM. Relatório Anual Braskem 2003. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: <http://www.braskem.com.br/ra_new/default.asp> Acesso em: 10 de outubro de 2004. BRASKEM. Relatório Anual Braskem 2002. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: <http://www.braskem.com.br/ra_new/default.asp> Acesso em: 09 de setembroo de 2004. ERBER, F. Ajuste estrutural e estratégias empresariais. Rio de Janeiro: IPEA. 1993 LEITE, H. P. Alavancagem operacional. In: LEITE, H. P. Introdução à Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1984. p.232-235. GITMAN, L. J. Capitulo 6: Alavancagem: Operacional, Financeira e Combinada. In: GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 1984. p.176-196. GARCIA, R.; HIRATUKA, C.; SABBATINI, R. Limites e possibilidades do Brasil nas configurações produtivas globalizadas. 2000. 83p. Relatório Final de Pesquisa – convênio GEEIN/DE/UNESP e IPEA. Araraquara e Campinas, 2000. JAEDICKE, R. K.; MOORE, C. L. Managerial Accounting.. Cincinnati: South-Western Publishing Company, 1967. 717p. MARION, J. C. Capitulo 7: Demonstrativo de Resultado do Exercício. In: MARION, J. C. Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 2004. p.80-91. MARION, J. C. Capitulo 6: Demonstrativo de Resultado do Exercício. In: MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1998. p.109-116. MARION, J. C. Análise das Demonstrações Contábeis. 2a edição. São Paulo: Atlas, 2002. 300p. PADOVEZE, C. L. Controladoria Básica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. 358p.
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Anexo A – Preços e volumes praticados em 2XX0 e 2XX1 por UN___________ - 92 -
Anexos
Anexo A – Preços e Volumes Praticados em 2XX0 e 2XX1 por UN
Anexo B – DRE por unidade de negócio do 1º Semestre de 2XXX___________ - 93 -
Anexo B – Demonstrativo de resultado do 1º Semestre de 2XXX por unidade de negócio
UN CONTA DRE Cenário jan fev mar abr mai jun Total geralUN A RECEITA BRUTA 2XX0 269.930 334.607 421.509 412.273 415.406 424.528 2.278.252
2XX1 266.172 412.767 467.779 469.538 465.245 536.463 2.617.965 DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS 2XX1 (72.645) (1.113) (1.224) (117) (181) (75.280) ICMS 2XX0 (34.241) (44.577) (52.219) (52.944) (51.359) (53.549) (288.891)
2XX1 (28.034) (43.493) (53.839) (50.208) (49.142) (54.883) (279.599) PIS 2XX0 (3.606) (4.617) (5.405) (5.504) (5.410) (5.587) (30.128)
2XX1 (3.235) (5.050) (5.665) (5.375) (5.099) (5.857) (30.281) COFINS 2XX0 (6.556) (8.395) (9.826) (10.008) (9.836) (10.157) (54.779)
2XX1 (5.881) (23.262) (26.093) (24.756) (23.487) (26.977) (130.456) FRETES 2XX0 (2.724) (3.168) (7.945) (5.524) (5.192) (5.900) (30.453)
2XX1 (991) (3.543) (5.094) (5.236) (7.927) (7.915) (30.707) RECEITA LÍQUIDA 2XX0 222.803 273.849 346.113 338.292 343.608 349.335 1.874.001
2XX1 228.031 264.774 375.975 382.739 379.473 440.651 2.071.642 CPV VARIAVEL 2XX0 (189.098) (221.788) (261.964) (249.273) (257.371) (250.985) (1.430.479)
2XX1 (193.340) (203.886) (270.314) (293.223) (282.231) (346.227) (1.589.220) CPV FIXO 2XX0 (10.241) (12.302) (12.576) (11.951) (12.342) (12.537) (71.950)
2XX1 (7.071) (9.292) (13.077) (9.833) (12.122) (14.342) (65.737) CPV DEPRECIAÇÃO 2XX0 (7.004) (8.637) (9.203) (8.854) (9.139) (9.706) (52.543)
2XX1 (4.118) (5.850) (9.104) (10.490) (9.825) (11.063) (50.449) LUCRO BRUTO 2XX0 16.460 31.122 62.369 68.214 64.757 76.107 319.029
2XX1 23.502 45.747 83.480 69.193 75.296 69.019 366.237 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 2XX0 (5.230) (4.704) (5.558) (5.528) (5.859) (5.138) (32.017)
2XX1 (5.229) (4.739) (5.578) (5.617) (5.871) (5.149) (32.183) DESPESAS FIXAS DE VENDAS 2XX0 (6.796) (6.795) (6.965) (6.953) (7.102) (7.127) (41.738)
2XX1 (2.825) (3.753) (9.766) (6.636) (5.067) (7.753) (35.799) DESPESAS VARIAVEIS DE VENDAS 2XX0 (1.466) (1.549) (1.620) (1.664) (1.727) (1.775) (9.801)
2XX1 (1.514) (1.677) (1.875) (2.102) (2.225) (1.806) (11.199) OUTRAS REC E DESP OPERACIONAIS 2XX0 1.492 1.539 1.577 1.579 1.610 1.613 9.409
2XX1 1.501 1.653 1.423 1.306 1.695 1.645 9.223 LUCRO OPERACIONAL 2XX0 8.051 22.605 53.593 59.387 55.698 66.965 266.300
2XX1 20.613 41.885 73.454 62.120 69.729 61.211 329.011 EBITDA 2XX0 16.668 32.964 64.607 70.115 66.794 78.687 329.835
2XX1 24.731 47.734 82.557 72.610 79.554 72.273 379.460
UN CONTA DRE Cenário jan fev mar abr mai jun Total geralUN B RECEITA BRUTA 2XX0 277.273 301.198 319.818 332.566 325.382 321.440 1.877.676
2XX1 323.685 260.707 308.887 292.781 376.387 388.511 1.950.958 DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS 2XX1 (1.480) (1.225) (2.699) (2.056) (3.029) (1.899) (12.389) IPI 2XX0 (11.066) (12.356) (13.159) (13.710) (13.320) (13.161) (76.772)
2XX1 (12.067) (9.164) (11.377) (10.505) (14.685) (15.219) (73.016) ICMS 2XX0 (29.456) (32.658) (34.777) (36.247) (35.364) (34.946) (203.448)
2XX1 (29.227) (22.106) (27.263) (25.993) (36.040) (36.309) (176.937) PIS 2XX0 (3.652) (4.078) (4.342) (4.524) (4.396) (4.343) (25.335)
2XX1 (4.440) (3.464) (4.204) (3.954) (5.246) (5.414) (26.721) COFINS 2XX0 (6.640) (7.414) (7.895) (8.226) (7.992) (7.897) (46.063)
2XX1 (8.073) (15.953) (19.365) (18.211) (24.163) (24.936) (110.700) FRETES 2XX0 (6.107) (6.966) (6.970) (7.237) (6.881) (6.773) (40.935)
2XX1 (8.935) (6.371) (6.919) (7.013) (9.090) (10.138) (48.466) RECEITA LÍQUIDA 2XX0 220.352 237.727 252.674 262.622 257.428 254.319 1.485.123
2XX1 259.463 202.424 237.060 225.050 284.135 294.596 1.502.728 CPV VARIAVEL 2XX0 (157.591) (167.781) (166.402) (174.838) (171.613) (171.301) (1.009.526)
2XX1 (177.328) (127.003) (154.360) (154.315) (204.039) (207.229) (1.024.274) CPV FIXO 2XX0 (7.636) (8.886) (8.243) (8.210) (7.728) (8.069) (48.772)
2XX1 (9.097) (6.873) (7.755) (7.652) (8.767) (8.225) (48.369) CPV DEPRECIAÇÃO 2XX0 (6.046) (6.405) (6.153) (6.183) (5.990) (6.328) (37.105)
2XX1 (5.453) (3.987) (3.874) (4.040) (5.344) (5.245) (27.943) LUCRO BRUTO 2XX0 49.079 54.655 71.876 73.391 72.098 68.621 389.720
2XX1 67.586 64.561 71.070 59.043 65.986 73.897 402.143 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 2XX0 (9.150) (8.251) (8.084) (8.156) (8.157) (7.569) (49.367)
2XX1 (9.158) (8.244) (8.136) (8.150) (8.162) (7.533) (49.383) DESPESAS FIXAS DE VENDAS 2XX0 (1.204) (1.202) (1.378) (1.246) (1.198) (1.194) (7.422)
2XX1 (1.169) (1.602) (143) (1.463) (1.414) (1.526) (7.317) DESPESAS VARIAVEIS DE VENDAS 2XX0 (1.466) (1.553) (1.625) (1.676) (1.678) (1.648) (9.646)
2XX1 (3.543) (1.786) (3.328) (3.141) (6.062) (3.669) (21.530) LUCRO OPERACIONAL 2XX0 46.061 51.549 68.524 70.120 68.873 65.429 370.555
2XX1 63.760 62.149 68.601 55.483 59.541 69.712 379.245 EBITDA 2XX0 52.502 58.353 75.074 76.703 75.264 72.161 410.058
2XX1 69.213 66.135 72.475 59.523 64.885 74.957 407.188
Anexo B – DRE por unidade de negócio do 1º Semestre de 2XXX___________ - 94 -
UN CONTA DRE Cenário jan fev mar abr mai jun Total geralUN C RECEITA BRUTA 2XX0 90.827 93.439 118.509 123.305 127.815 132.251 686.147
2XX1 127.302 115.237 133.797 103.356 152.501 152.537 784.730 DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS 2XX1 (244) (202) (522) (125) (570) (464) (2.127) IPI 2XX0 (4.225) (4.355) (5.065) (5.288) (5.566) (5.782) (30.280)
2XX1 (3.755) (4.267) (4.663) (4.056) (5.344) (5.301) (27.386) ICMS 2XX0 (12.376) (12.767) (14.827) (15.483) (16.224) (16.792) (88.470)
2XX1 (14.965) (12.759) (14.887) (11.037) (16.409) (16.495) (86.553) PIS 2XX0 (1.394) (1.437) (1.671) (1.745) (1.837) (1.908) (9.992)
2XX1 (1.973) (1.759) (1.992) (1.556) (2.191) (2.195) (11.667) COFINS 2XX0 (2.535) (2.613) (3.039) (3.173) (3.339) (3.469) (18.168)
2XX1 (3.587) (8.101) (9.177) (7.169) (10.093) (10.110) (48.237) FRETES 2XX0 (2.594) (2.554) (3.471) (3.502) (3.550) (3.712) (19.383)
2XX1 (3.457) (3.089) (3.316) (2.631) (4.361) (3.743) (20.596) RECEITA LÍQUIDA 2XX0 67.702 69.713 90.436 94.116 97.298 100.589 519.853
2XX1 99.322 85.059 99.238 76.783 113.534 114.228 588.164 CPV VARIAVEL 2XX0 (41.384) (40.218) (49.674) (51.821) (51.974) (52.954) (288.025)
2XX1 (53.390) (45.474) (48.225) (38.632) (54.789) (53.418) (293.927) CPV FIXO 2XX0 (8.032) (8.260) (9.959) (10.074) (9.959) (10.071) (56.355)
2XX1 (10.683) (8.745) (10.619) (7.803) (11.646) (10.912) (60.408) CPV DEPRECIAÇÃO 2XX0 (3.266) (3.407) (4.070) (4.015) (4.022) (4.032) (22.812)
2XX1 (4.066) (5.058) (4.710) (4.236) (5.327) (5.250) (28.647) LUCRO BRUTO 2XX0 15.020 17.829 26.733 28.205 31.342 33.531 152.661
2XX1 31.184 25.782 35.684 26.111 41.772 44.649 205.182 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 2XX0 (2.438) (2.121) (2.699) (2.527) (2.558) (2.689) (15.031)
2XX1 (2.397) (2.728) (2.680) (3.313) (2.561) (2.690) (16.369) DESPESAS FIXAS DE VENDAS 2XX0 (457) (463) (510) (500) (533) (559) (3.022)
2XX1 (332) (356) (404) (355) (404) (341) (2.192) DESPESAS VARIAVEIS DE VENDAS 2XX0 (451) (459) (630) (647) (650) (662) (3.499)
2XX1 (501) (461) (597) (637) (776) (834) (3.807) LUCRO OPERACIONAL 2XX0 28.594 34.175 25.593 27.058 30.159 32.310 177.889
2XX1 30.749 25.347 35.159 25.659 41.099 43.997 202.010 EBITDA 2XX0 35.014 40.853 29.788 31.199 34.307 36.467 207.627
2XX1 34.815 30.405 39.869 29.895 46.427 49.246 230.657
UN CONTA DRE Cenário jan fev mar abr mai jun Total geralUN D RECEITA BRUTA 2XX0 48.993 55.939 56.479 55.279 56.041 55.932 328.664
2XX1 54.658 47.204 55.117 61.492 57.376 71.949 347.796 DEVOLUÇÕES/ABATIMENTOS 2XX1 (3.245) (2.676) (143) (657) (2.533) (763) (10.017) IPI 2XX0 (1.393) (1.398) (1.418) (1.320) (1.355) (1.343) (8.227)
2XX1 (1.094) (1.469) (782) (1.897) (1.578) (1.099) (7.918) ICMS 2XX0 (6.286) (7.069) (7.121) (6.950) (7.067) (7.048) (41.542)
2XX1 (2.805) (2.926) (3.285) (4.018) (4.208) (4.524) (21.767) PIS 2XX0 (708) (809) (817) (797) (810) (808) (4.748)
2XX1 (688) (658) (774) (837) (862) (979) (4.799) COFINS 2XX0 (1.288) (1.471) (1.486) (1.448) (1.472) (1.469) (8.633)
2XX1 (1.251) (3.176) (3.564) (3.857) (3.970) (4.510) (20.328) FRETES 2XX0 (1.148) (1.316) (1.312) (1.262) (1.222) (1.225) (7.486)
2XX1 (884) (681) (594) (744) (836) (1.353) (5.092) RECEITA LÍQUIDA 2XX0 38.169 43.875 44.325 43.502 44.115 44.041 258.027
2XX1 44.690 35.617 45.977 49.482 43.389 58.721 277.876 CPV VARIAVEL 2XX0 (30.280) (34.577) (34.339) (33.028) (33.127) (33.760) (199.112)
2XX1 (34.028) (24.628) (30.196) (38.022) (35.394) (46.766) (209.034) CPV FIXO 2XX0 (3.756) (4.695) (4.418) (4.103) (3.962) (4.072) (25.006)
2XX1 (5.669) (4.672) (4.473) (4.466) (4.570) (5.425) (29.274) CPV DEPRECIAÇÃO 2XX0 (1.349) (1.503) (1.423) (1.314) (1.252) (1.261) (8.102)
2XX1 (1.632) (1.280) (1.461) (1.715) (1.483) (1.867) (9.440) LUCRO BRUTO 2XX0 2.784 3.100 4.145 5.056 5.775 4.948 25.807
2XX1 3.362 5.036 9.846 5.279 1.942 4.663 30.128 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 2XX0 (1.612) (1.468) (1.544) (1.517) (1.471) (1.368) (8.981)
2XX1 (1.614) (1.481) (1.542) (1.513) (1.492) (1.395) (9.037) DESPESAS FIXAS DE VENDAS 2XX0 (201) (168) (186) (186) (185) (237) (1.163)
2XX1 (66) (162) (281) (336) (280) (297) (1.421) DESPESAS VARIAVEIS DE VENDAS 2XX0 (357) (379) (381) (379) (382) (383) (2.260)
2XX1 (187) (202) (201) (215) (210) (255) (1.269) LUCRO OPERACIONAL 2XX0 2.160 2.487 3.512 4.426 5.142 4.262 21.989
2XX1 3.262 4.860 9.542 4.898 1.630 4.294 28.486 EBITDA 2XX0 3.583 4.065 5.009 5.813 6.467 5.598 30.535
2XX1 4.895 6.140 11.003 6.614 3.113 6.161 37.926